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Prof. Marco Antônio M Vecci – DEES – Escola de Engenharia - UFMG 2021
1.4.1 - Engaste:
O engaste é um tipo de apoio que restringe todos os graus de liberdade, como indicado
na Figura a seguir:
Apoio Reações
M
H
Figura 1: Engaste
O apoio rotulado fixo impõe restrição a todos os deslocamentos, mas permite que a
estrutura gire livremente ao seu redor, assim como mostrado na Figura abaixo:
Apoio Reações
Apoio Reações
As equações de equilíbrio, como o próprio nome sugere, são equações que garantem
que um corpo esteja em equilíbrio, ou seja, em estado inercial. Estas equações
formam, no espaço tridimensional, um conjunto de seis igualdades, que são os
equilíbrios de forças e momentos nas três direções.
Este tipo de sistema se enquadra em um caso no qual se tem menos incógnitas que
equações da estática, isto implica em uma estrutura com graus de liberdade para se
mover no plano como mecanismo de corpo rígido. Este tipo de estrutura tem ampla
aplicação nos mais diversos tipos de mecanismos, por exemplo, o mecanismo biela
manivela de um motor a pistão é uma estrutura hipostática, pois deve se mover.
Considere mola representada na Figura 5 a seguir, em que fi1 e fi2 representam forças
internas do elemento de mola, enquanto 𝑑1𝑖 e 𝑑2𝑖 representam os deslocamentos do nó
à esquerda e à direita da mola, respectivamente.
Ki
𝑓1𝑖 𝑓2𝑖
𝑑1𝑖 𝑑2𝑖
Figura 5: Mola
∆𝑖 = 𝑑2𝑖 − 𝑑1𝑖
Com isso a equação constitutiva para a mola pode ser escrita como:
𝑓𝑖 = 𝐾𝑖 ∆𝑖 = 𝐾𝑖 (𝑑2𝑖 − 𝑑1𝑖 )
Neste texto a equação constitutiva de uma mola é representada por uma relação linear
entre força e alongamento/compressão desta mola. Portanto, se o alongamento (𝑑2𝑖 >
𝑑1𝑖 ) ou compressão ( 𝑑2𝑖 < 𝑑1𝑖 ) em um elemento de mola é conhecido,
consequentemente a força neste elemento também será conhecida.
Exemplo 1:
Com o intuito de tornar mais claro a aplicação dos três conjuntos de equações em
sistemas de molas, será resolvido o sistema representado na Figura 6 a seguir:
F1 F2
K1 K2 K3
1 2
u1 u2
Figura 6: Sistema de Molas Exemplo 1
−𝑓12 − 𝐹1 + 𝑓21 = 0
F1
𝑓21 − 𝑓12 = 𝐹1
𝑓21 𝑓12
FIGURA COM NÓ E MOLA PARA
INDICAR AÇÃO E REAÇÃO
Figura 7: Equilíbrio do Nó 1
Nó 2:
F2
∑ 𝐹𝐻 = 0
Para melhor fluidez de exposição, será adotada a seguinte simplificação nos índices
das forças:
2° Equações Constitutivas:
𝑓1 = 𝐾1 ∆1
𝑓2 = 𝐾2 ∆2
𝑓3 = 𝐾3 ∆3
3° Equações de Compatibilidade:
∆𝑖 = 𝑑2𝑖 − 𝑑1𝑖
Ou seja,
∆1 = 𝑑21 − 𝑑11
∆2 = 𝑑22 − 𝑑12
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Notas de aula de Introdução a Mecânica dos Sólidos. (Versão 00) Pag. 9 / 170
Prof. Marco Antônio M Vecci – DEES – Escola de Engenharia - UFMG 2021
∆3 = 𝑑23 − 𝑑13
Como,
𝑑11 = 0
𝑑21 = 𝑢1
𝑑12 = 𝑢1
𝑑22 = 𝑢2
𝑑13 = 𝑢2
𝑑23 = 0
∆1 = 𝑢1 − 0
∆2 = 𝑢2 − 𝑢1
∆3 = 0 − 𝑢2
𝑓1 = 𝐾1 𝑢1
𝑓2 = 𝐾2 (𝑢2 − 𝑢1 )
𝑓3 = 𝐾3 (−𝑢2 )
(𝐾1 + 𝐾2 )𝑢1 − 𝐾2 𝑢2 = 𝐹1
𝐾1 + 𝐾2 −𝐾2 𝑢1 𝐹
[ ] { } = { 1}
−𝐾2 𝐾2 + 𝐾3 𝑢2 𝐹2
𝐾 + 𝐾3 +𝐾2
𝑢1 [ 2 ]
+𝐾2 𝐾1 + 𝐾2 𝐹
{𝑢 } = { 1}
2 (𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 𝐹2
2
(𝐾2 + 𝐾3 )𝐹1 + 𝐾2 𝐹2
𝑢1 =
(𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 2
𝐾2 𝐹1 + (𝐾1 + 𝐾2 )𝐹2
𝑢2 =
(𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 2
Para entender o comportamento da distribuição das forças internas nas molas, será
feita uma análise de distribuição destas forças considerando três situações distintas.
Para facilitar a interpretação dos resultados desta análise, será assumido que 𝐹2 = 0,
com isso tem-se:
𝐾1 (𝐾2 + 𝐾3 )𝐹1
𝑓1 =
(𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 2
−𝐾2 𝐾3 𝐹1
𝑓2 =
(𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 2
−𝐾3 𝐾2 𝐹1
𝑓3 =
(𝐾1 + 𝐾2 )(𝐾2 + 𝐾3 ) − 𝐾2 2
Caso A (K1=0):
𝑓1 = 0
𝑓2 = 𝑓3 = −𝐹1
Caso B (K2=0):
𝑓1 = 𝐹1
𝑓2 = 𝑓3 = 0
Caso C (K3=0):
𝑓1 = 𝐹1
𝑓2 = 𝑓3 = 0
𝑓1 = 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜
𝑓2 = 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜
𝑓3 = 𝑖𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜
e,
(𝐾2 +𝐾3 )𝐹1
𝑢1 = (𝐾 2 → ∞
1 +𝐾2 )(𝐾2 +𝐾3 )−𝐾2
A conclusão que se pode tirar desta análise de distribuição de forças nas molas é que
as cargas tendem a se transferir do ponto de aplicação no sistema de molas para os
apoios pelo caminho mais rígido entre o ponto de aplicação da carga e os apoios. Um
exemplo claro disto são as estruturas de um prédio estruturado com vigas e pilares
onde as cargas são transferidas dos pontos de aplicação das mesmas até a fundação
da edificação por meio das vigas e pilares, uma vez que estas são muito mais rígidas
que a alvenaria da edificação que não tem função estrutural, mas, sim de vedação.
Quando duas molas estão conectadas em série, ou em paralelo é possível obter uma
constante de mola equivalente e substituir a combinação dessas molas por essa mola
equivalente. Deve-se, no entanto, observar bem as restrições de aplicação deste
método que são devido às hipóteses que serão feitas na dedução das expressões.
𝑓1 = 𝑓2 (equação de equilíbrio do nó 1)
𝑓2 = 𝐹 (equação de equilíbrio do nó 2)
Onde, 𝑓1 e 𝑓2 são as forças (internas) que atuam nas molas K1 e K2, respectivamente,
K1 K2
U1 U2
F
(a)
KE UF
F
(b)
e F o carregamento externo aplicado ao sistema.
Equações constitutivas
𝑓1 = 𝐾1 Δ1; 𝑓2 = 𝐾2 Δ2; e 𝐹 = 𝐾𝐸 Δ𝐸
Equações de compatibilidade
Δ1 = 𝑢1 − 0; Δ2 = 𝑢2 − 𝑢1 ; Δ𝐸 = 𝑢𝐹 − 0; e 𝑢𝐹 = 𝑢2
𝑓1 = 𝐹
𝐾1 Δ1 = 𝐾𝐸 Δ𝐸
𝐾2 (𝑢2 − 𝑢1 ) = 𝐾𝐸 𝑢𝐹
Ou,
1 1 1
= +
𝐾𝐸 𝐾1 𝐾2
Obs: Este resultado expressa o fato de a deformação da mola equivalente ser igual à
soma dos alongamentos (ou compressão) das molas K1 e K2 separadamente. Ou seja,
𝐹 𝐹 𝐹
Δ𝐸 = Δ1 + Δ2, o que é equivalente a dizer que = +
𝐾𝐸 𝐾1 𝐾2
K1 UF
F
K2
KE UF
F
𝐹 = 𝑓1 + 𝑓2 (equação de equilíbrio)
𝐾𝐸 𝑢𝐹 = 𝐾1 𝑢𝐹 + 𝐾2 𝑢𝐹
𝐾𝐸 = 𝐾1 + 𝐾2
Obs: Este resultado expressa o fato de a força da mola equivalente ser igual à soma
das forças das molas K1 e K2, separadamente. Ou seja,
Exercício 2.6.1:
K1 K2
A B
P
L/2 L/2
Determine:
Solução
a) Como a barra que conecta as molas é rígida a mesma deve continuar reta após
a aplicação da carga P no sistema. Com isso, pode-se obter a relação de
compatibilidade entre os deslocamentos em ambas as molas, ou seja:
Equação de compatibilidade:
Δ1
Por semelhança de triângulos obtém-se: Δ2
∆1 ∆2
=
𝐿⁄2 𝐿
∆2 = 2∆1
Figura 12: Sistema deformado após aplicação da
carga P
Equações constitutivas:
𝑓1 = 𝐾1 ∆1
𝑓2 = 𝐾2 ∆2
Note que:
Equações de equilíbrio:
As equações de equilíbrio podem ser obtidas por meio de somatório de forças na
vertical e somatório de momentos em torno de um eixo perpendicular ao plano da
figura passando pelo ponto em que a barra está suportada no apoio. Desconsiderando
o peso da barra rígida, tem-se:
f1 f2
RHA
RVA P
Figura 13: Diagrama de corpo livre exercício 1
∑𝐻 = 0
𝑅𝐻𝐴 = 0
∑𝑉 = 0
𝑅𝑉𝐴 + 𝑓1 + 𝑓2 = 𝑃
∑ 𝑀𝐴 = 0
𝑓1 𝐿
+ 𝑓2 𝐿 − 𝑃𝐿 = 0
2
𝑓1 = 2(𝑃 − 𝑓2 )
𝐾1 ∆1 = 2(𝑃 − 𝐾2 ∆2 )
𝐾1 ∆1 = 2(𝑃 − 2𝐾2 ∆1 )
2𝑃
∆1 =
𝐾1 + 4𝐾2
Como ∆2 = 2∆1 ,
4𝑃
∆2 =
𝐾1 + 4𝐾2
2𝑃𝐾1
𝑓1 =
𝐾1 + 4𝐾2
4𝑃𝐾2
𝑓2 =
𝐾1 + 4𝐾2
𝑅𝑉𝐴 = 𝑃 − 𝑓1 − 𝑓2
Ou,
2𝑃𝐾1 4𝑃𝐾2
𝑅𝑉𝐴 = 𝑃 − −
𝐾1 +4𝐾2 𝐾1 +4𝐾2
Exercício 2.6.2: 1m P
2m 2m
Solução Figura 14: Estrutura do problema 2
1m P
2m 2m
Figura xx: Diagrama de corpo livre exercício 2
(Alinhar figura)
∑𝑉 = 0
𝑓1 + 𝑓2 + 𝑓3 + 𝑃 = 0 (1)
∑ 𝑀1 = 0
𝑓1 = 100∆1 (3)
𝑓2 = 150∆2 (4)
𝑓3 = 200∆3 (5)
∆2 −∆1 ∆3 −∆1
=
2 4
Figura 15: Barra inclinada exercício 2
Ou,
∆1 = 2∆2 − ∆3 (6)
𝑓1 + 𝑓2 + 𝑓3 + 𝑃 = 0
Ou,
350∆2 + 100∆3 = − 5
4𝑓3 + 2𝑓2 + 3𝑃 = 0
Simplificando:
350∆2 + 100∆3 = − 5
300∆2 + 800∆3 = − 15
Resolvendo o sistema:
∆2 = − 0,01𝑚
∆3 = − 0,015𝑚
∆1 = − 0,005𝑚
𝑓1 = − 0,5𝑁
𝑓2 = − 1,5𝑁
𝑓3 = − 3,0𝑁
Observe que as forças nas molas são negativas, indicando que as mesmas estão
comprimidas.
Exercício 2.6.3:
Solução
a) Inicialmente, para resolver este exercício deve-se notar que, por ser simétrico
em relação ao eixo “X” o deslocamento do ponto no eixo “Y” deve ser nulo para que a
condição de simetria seja atendida.
𝑓𝑖 = 𝐾𝑖 ∆𝑖
𝐸𝑖 𝐴𝑖
𝐾𝑖 =
𝐿𝑖
2 2
𝐿1 = 𝐿3 = √22 + 12 = √5
200𝑥109 𝑥20𝑥10−6
𝑓1 = 2
∆1 = 1,79𝑥106 ∆1 (1)
√5
200𝑥109 𝑥20𝑥10−6
𝑓2 = ∆2 = 2,00𝑥106 ∆2 (2)
2
200𝑥109 𝑥20𝑥10−6
𝑓3 = 2
∆3 = 1,79𝑥106 ∆3 (3)
√5
Δ1
Δx
Figura 17: Estrutura deformada exercício 3
2
Lembrando que o comprimento da barra inclinada, não deformada, é igual a √5m, e o
da barra horizontal, não deformada, igual a 2m, pode-se utilizar o teorema de Pitágoras
para obter a relação a seguir:
2
( √5 + ∆1 )2 = 12 + (2 + ∆𝑥 )2
2
5 + 2√5∆1 + ∆12 = 1 + 4 + 4∆𝑥 + ∆2𝑥
∑𝐻 = 0 f3
2 2
2,0𝑥106 ∆2 + 1,8𝑥106 ∆1 2 + 1,8𝑥106 ∆3 2 = 200
√5 √5
4 4
2,0𝑥106 ∆𝑥 + 1,8𝑥106 ∆𝑥 + 1,8𝑥106 ∆𝑥 = 200
5 5
Ou,
∆𝑥 = 4,1𝑥10−5 𝑚
Com isso:
∆1 = 3,7𝑥10−5 𝑚
∆2 = 4,1𝑥10−5 𝑚
∆3 = 3,7𝑥10−5 𝑚
𝑓1 = 66𝑁
𝑓2 = 82𝑁
𝑓3 = 66𝑁
Exercício 2.6.4:
O sistema com molas indicado na Figura é projetado para aferir o valor de uma carga
P aplicada na ponta da barra em função do ângulo de rotação da mesma. Sabendo
que as constantes elásticas K1, K2, K3 e K4 são iguais à 1kN/m, 2kN/m, 5kN/m e
10kN/m, encontre a função que relaciona o ângulo de rotação com a carga P. As molas
estão igualmente espaçadas de 1 metro entre si e o comprimento total da barra é de
6 metros.
K1 K2 K3 K4
Solução
∑ 𝑀𝐴 = 0
𝑓1 = 1.000∆1 (2)
𝑓2 = 2.000∆2 (3)
𝑓3 = 5.000∆3 (4)
𝑓4 = 10.000∆4 (5)
Por
Δ1
Δ2
Δ3
Δ4
∆1 ∆2 ∆3 ∆4
= = = (6)
3 4 5 6
Substituindo as equações constitutivas (2), (3), (4) e (5) na equação de equilíbrio, (1),
16 25 36
3.000∆1 + 2.000 ∆1 + 5.000 ∆1 + 10.000 ∆1 + 6𝑃 = 0
3 3 3
∆1 = − 3,422𝑥10−5 𝑃
∆1
𝜃 = | tan−1 ( ) |
3
Ou:
−1
3,422𝑥10−5 𝑃
𝜃 = | tan ( )|
3
Portanto:
3
𝑃= tan(𝜃)
3,422𝑥10−5
Exercício 2.6.5:
O sistema indicado na Figura deve assegurar que a barra, sujeita à aplicação de uma
força P no local indicado, tenha movimento apenas de translação vertical. Determine
a distância “C” para que esta condição seja satisfeita sabendo que K 1=1kN/m,
K2=3kN/m e K3= 7kN/m e que o comprimento da barra é igual à 10 metros.
2m
P
K1 K2 K3
1m C
Solução
∆1 = ∆2 = ∆3 (1)
𝑓1 = 1.000 ∆1 (2)
𝑓2 = 3.000 ∆2 (3)
𝑓3 = 7.000 ∆3 (4)
∑𝑉 = 0
𝑓1 + 𝑓2 + 𝑓3 + 𝑃 = 0 (5)
∑ 𝑀2 = 0
𝑃 = − 11.000 ∆1 (7)
1 𝑥 1.000 ∆1 − 1 𝑥 𝑃 − 𝐶 𝑥 7.000 ∆3 = 0
Ou,
𝐶 = +1,71𝑚
3 - Tensor Tensão
3.1 - Introdução:
Neste capítulo será abordado o conceito de tensor tensão, a notação usada para
identificar suas componentes e como estas atuam em diferentes planos de um ponto
no interior do corpo. O conhecimento das componentes do tensor tensão atuantes em
ponto de um meio continuo é fundamental para determinar se este meio poderá escoar
ou romper neste ponto. Além disso, conhecendo as componentes do tensor tensão, é
possível determinar como o sólido vai se deformar, já que, tensão e deformação são
grandezas correlacionadas.
Diferentemente do que muitos pensam, tensão não é somente a divisão de uma força
por área, de fato, tensão é uma grandeza bem
mais complexa, representada por nove
componentes. Destas nove componentes três
são componentes normais, que correspondem
a uma força normal, dividida pela área em que
a mesma atua. As seis componentes restantes
são componentes de cisalhamento, oriundas
da divisão de uma força que atua
paralelamente à face pela área da face em que
atua. Com estas nove componentes podem-se
expressar o tensor tensão de segunda ordem
que representa a grandeza de tensão no ponto.
3.2 - Notação:
No escopo deste curso será adotada uma notação para que as nove componentes do
tensor possam ser identificadas. Esta notação será constituída pela letra grega sigma
(σ), com dois índices subscritos, 𝜎𝑖𝑗 .
O índice “i” diz respeito à normal ao plano em que a componente de tensão está
atuando. Por exemplo, se esta atua em um plano cuja normal está na direção do eixo
“x”, o índice “i” será igual a “x”. O índice “j” representa a direção na qual a componente
de tensão atua. Por exemplo, se a mesma atua na direção “y” o valor do índice será
igual ao de sua direção. O sentido positivo das componentes de tensão será o sentido
positivo do eixo, quando a normal à face estiver no sentido positivo do eixo. Caso a
normal à face seja negativa, a componente será positiva de estiver atuando na direção
negativa do eixo.
𝐹𝑥
⁄𝐴 0 0
𝑥
[𝜎] = [
0 0 0]
0 0 0
∑ 𝐹𝑥′ = 0
Observando que σ0 = σxx, pode-se reescrever esta equação como: (USAR 𝜎𝑥𝑥 direto)
1 + 𝑐𝑜𝑠(2𝜃)
𝜎𝑥′𝑥′ = 𝜎𝑥𝑥 [𝑐𝑜𝑠(𝜃)]2 = 𝜎𝑥𝑥 ( )
2
∑ 𝐹𝑦 ′ = 0
𝑠𝑒𝑛(2𝜃)
𝜎𝑥′𝑦′ = −𝜎𝑥𝑥 𝑐𝑜𝑠(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = −𝜎𝑥𝑥 ( )
2
Representando o tensor tensão, nos eixos X’, Y’, em notação matricial, vem que:
1 + 𝑐𝑜𝑠(2𝜃) 𝑠𝑒𝑛(2𝜃)
( ) −( ) 0
2 2
[𝜎]` = 𝐹𝑥⁄𝐴 𝑠𝑒𝑛(2𝜃)
𝑥
−( ) 0 0
2
[ 0 0 0]
O Gráfico a seguir ilustra como as componentes 𝜎𝑥′𝑥′ 𝑒 𝜎𝑥′𝑦′ do tensor tensão variam
em função do ângulo 𝜃:
Gráfico 3.1: Tensões em plano inclinado da seção transversal no ensaio de tração simples
Exemplo 3.1:
Solução
O primeiro passo para a resolução deste exercício é calcular o ângulo Ɵ para, então,
utilizar as equações de equilíbrio de forças. Com isso:
4
𝜃 = tg −1 ( ) = 53,13𝑜
3
Para o equilíbrio de forças é necessário que as componentes do tensor tensão sejam
multiplicadas pela área em que atuam. No caso específico em questão, as áreas de
atuação das componentes de tensão são equivalentes aos produtos entre os
respectivos comprimentos das arestas do triangulo por suas profundidades.
Considerando que as dimensões das profundidades são iguais e assumindo a
profundidade como “A”, tem-se:
∑ 𝐹𝑁 = 0
∑ 𝐹𝑆 = 0
∑ 𝐹𝑋′ = 0
Ou seja,
Onde,
𝑙𝑖𝑗 é o cosseno do ângulo entre os eixos “i” e “j”, denominado como cosseno diretor
entre os eixos “i” e “j”. No caso especifico de cálculo da componente 𝜎𝑥 ′ 𝑥 ′ , i = x’ e j =
x ou y ou z.
A’ representa a área cujo vetor normal unitário, está na direção de x’. Observe que
neste caso, 𝐴𝑥 = 𝐴′ . 𝑙𝑥 ′ 𝑥 ·; 𝐴𝑦 = 𝐴′ . 𝑙𝑥 ′ 𝑦 e 𝐴𝑧 = 𝐴′ . 𝑙𝑥 ′ 𝑧
𝜎𝑥′𝑥′ 𝜎𝑥′𝑦′ 𝜎𝑥′𝑧′ 𝑙𝑥′𝑥 𝑙𝑥′𝑦 𝑙𝑥′𝑧 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑥𝑦 𝜎𝑥𝑧 𝑙𝑥′𝑥 𝑙𝑦′𝑥 𝑙𝑧′𝑥
𝜎
( 𝑦′𝑥′ 𝜎𝑦′𝑦′ 𝜎𝑦′𝑧′ ) = (𝑙𝑦′𝑥 𝑙𝑦′𝑦 𝜎
𝑙𝑦′𝑧 ) ( 𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑦𝑧 ) (𝑙𝑥′𝑦 𝑙𝑦′𝑦 𝑙𝑧′𝑦 ) (3.1)
𝜎𝑧′𝑥′ 𝜎𝑧′𝑦′ 𝜎𝑧′𝑧′ 𝑙 𝑙𝑧′𝑦 𝑙𝑧′𝑧 𝜎𝑧𝑥 𝜎𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧 𝑙 𝑙𝑦′𝑧 𝑙𝑧′𝑧
𝑧′𝑥 𝑥′𝑧
Onde, (𝑙𝑥′𝑥 𝑙𝑥′𝑦 𝑙𝑥 ′ 𝑧 ), (𝑙𝑦′𝑥 𝑙𝑦′𝑦 𝑙𝑦′ 𝑧 ) e (𝑙𝑧′𝑥 𝑙𝑧′𝑦 𝑙𝑧′ 𝑧 ) são vetores unitários nas direções de x’, y’
e z’, respectivamente, expressos no sistema x, y, z.
Portanto, 𝑙𝑥′𝑥 2 + 𝑙𝑥′𝑦 2 + 𝑙𝑥′𝑧 2 = 1; 𝑙𝑦′𝑥 2 + 𝑙𝑦′𝑦 2 + 𝑙𝑦′𝑧 2 = 1 e 𝑙𝑧′𝑥 2 + 𝑙𝑧′𝑦 2 + 𝑙𝑧′𝑧 2 = 1
Observações:
A partir da equação 3.4, se conclui que a equação 3.5 a seguir também deve ser
satisfeita:
𝑑𝑥 𝑑𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝜎𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝜎𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝜎𝑦𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑧 + 𝜎𝑥𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑧 =0
2 2 2 2
𝜎𝑥𝑦 = 𝜎𝑦𝑥
Exemplo 3.2:
a) O observe que foram fornecidas apenas seis componentes do tensor tensão. Para
escrever o tensor são necessárias todas as nove componentes. As três
componentes de cisalhamento, não fornecidas, devem ser obtidas considerando
que essas componentes de cisalhamento são recíprocas (tensor simétrico), com
isso:
[𝜎′] = [𝐿][𝜎][𝐿]𝑇
𝑇
√2 √2 √6 √2 √2 √6
2 4 4 2 4 4
20 10 5
[𝜎′] = −√2 √2 √6 ( −√2 √2 √6
10 30 1 )
2 4 4 5 1 15 2 4 4
−√3 1 −√3 1
[ 0 2 2] [ 0 2 2]
Observe que:
𝑇
√2 √2 √6 √2 √2 √6
2 4 4 2 4 4
1 0 0
[𝐿][𝐿]𝑇 = −√2 √2 √6 −√2 √2 √6 =
[0 1 0]
2 4 4 2 4 4 0 0 1
−√3 1 −√3 1
[ 0 2 2 ][
0
2 2]
Para determinar o valor dessas componentes principais, bem como as direções das
normais aos planos onde atuam essas componentes, deve-se determinar os extremos
da equação 3.1, reescrita a seguir.
Ou,
𝜕ℒ
= 0 = 2𝑙𝑥 ′ 𝑥 𝜎𝑥𝑥 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑦 𝜎𝑥𝑦 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑧 𝜎𝑥𝑧 − 2𝑙𝑥 ′ 𝑥 𝜆 (3.8)
𝜕𝑙𝑥 ′ 𝑥
𝜕ℒ
= 0 = 2𝑙𝑥 ′ 𝑥 𝜎𝑦𝑥 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑦 𝜎𝑦𝑦 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑧 𝜎𝑦𝑧 − 2𝑙𝑥 ′ 𝑦 𝜆 (3.9)
𝜕𝑙𝑥 ′ 𝑦
𝜕ℒ
= 0 = 2𝑙𝑥 ′ 𝑥 𝜎𝑧𝑥 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑦 𝜎𝑧𝑦 + 2𝑙𝑥 ′ 𝑧 𝜎𝑧𝑧 − 2𝑙𝑥 ′ 𝑧 𝜆 (3.10)
𝜕𝑙𝑥 ′ 𝑧
𝜕ℒ
= 0 = (𝑙𝑥 ′ 𝑥 2 + 𝑙𝑥 ′ 𝑦 2 + 𝑙𝑥 ′ 𝑧 2 − 1) (3.11)
𝜕𝜆
Note que a equação 3.11 não está incluída na equação acima, mas também deve ser
satisfeita, ou seja:
𝑙𝑥 ′ 𝑥 2 + 𝑙𝑥 ′ 𝑦 2 + 𝑙𝑥 ′ 𝑧 2 = 1
Para que a equação 3.13 tenha solução diferente da trivial, uma vez que na solução
trivial 𝑙𝑛𝑥 = 𝑙𝑛𝑦 = 𝑙𝑛𝑧 = 0 não satisfaz a equação 3.11, o determinante da matriz 3 x 3
em 3.13 deve ser igual a zero. Ou seja:
A equação 3.14 é a equação utilizada para se obter o valor algébrico das três
componentes principais do tensor tensão, já que o determinante desta matriz irá
resultar em uma equação do terceiro grau. Calculando o determinante da matriz
representada na equação 3.14 e igualando este determinante a zero, obtém-se a
equação característica a seguir:
𝜆3 − 𝐼1 𝜆2 + 𝐼2 𝜆 − 𝐼3 = 0 (3.15)
onde:
ou,
2 2 2
𝐼2 = 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑦𝑦 − 𝜎𝑥𝑦 + 𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑧𝑧 − 𝜎𝑥𝑧 + 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑧𝑧 − 𝜎𝑦𝑧
I2 é a soma dos primeiros menores da diagonal principal do tensor tensão.
𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑥𝑦 𝜎𝑥𝑧
𝐼3 = |𝜎𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑦𝑧 |
𝜎𝑧𝑥 𝜎𝑧𝑦 𝜎𝑧𝑧
A solução das equações 3.14 ou 3.15 resulta em três valores para 𝜆, já que são
equações de terceiro grau. As três raízes obtidas destas equações são as
componentes principais do tensor tensão. Estas componentes são usualmente
denominadas por 𝜎1 , 𝜎2 𝑒 𝜎3 sendo que a componente de maior valor algébrico deve,
necessariamente, ser 𝜎1 e a de menor valor algébrico deve, necessariamente, ser 𝜎3 .
Ou seja, 𝜎1 ≥ 𝜎2 ≥ 𝜎3
Exemplo 3.3:
Para o tensor tensão a seguir obtenha o valor das três componentes principais.
20 55 −12
[𝜎] = ( 55 −10 44 ) 𝑀𝑃𝑎
−12 44 33
Para a solução deste exemplo o primeiro passo é utilizar a equação 3.14. Ou seja,
20 − 𝜆 55 −12
| 55 −10 − 𝜆 44 | = 0
−12 44 33 − 𝜆
Nesta seção será abordado o procedimento para cálculo das direções dos planos
principais do tensor tensão. O primeiro passo para obter estas direções é o cálculo
das componentes principais do tensor de acordo com o procedimento abordado no
item anterior. Em seguida deve-se substituir o valor da componente principal para a
qual se pretende determinar as direções do cosseno diretor na equação 3.13 a seguir:
Após resolver a equação 3.16 é necessário utilizar as equações 3.17, 3.18 e 3.19 para
normalizar os cossenos diretores:
𝑙′𝑛𝑦
𝑙𝑛𝑦 = (3.18)
√𝑙′2𝑛𝑥 + 𝑙′2𝑛𝑦 + 𝑙′2𝑛𝑧
𝑙′𝑛𝑧
𝑙𝑛𝑧 = (3.19)
√𝑙′2𝑛𝑥 + 𝑙′2𝑛𝑦 + 𝑙′2𝑛𝑧
Observe que, procedendo desta forma, a equação 𝑙𝑛𝑥 2 + 𝑙𝑛𝑦 2 + 𝑙𝑛𝑧 2 = 1 será
automaticamente satisfeita. Ou seja,
2 2 2
Exemplo 3.4:
20 55 −12
[𝜎] = ( 55 −10 44 ) 𝑀𝑃𝑎
−12 44 33
1
−53,31 55 −12 𝑙′
( ) [ 1𝑦 ] = 0
55 −83,31 44
𝑙′1𝑧
Utilizando as equações 3.17 a 3.19 para normalizar o vetor dos cossenos diretores,
do plano onde atua a componente principal 𝜎1 , vem que:
1
𝑙1𝑥 = = 0,5421
√12 + (1,1868)2 + (0,9972)2
1,1868
𝑙1𝑦 = = 0,6434
√12 + (1,1868)2 + (0,9972)2
0,9972
𝑙1𝑧 = = 0,5406
√12 + (1,1868)2 + (0,9972)2
Esse mesmo procedimento deve ser repetido para obter os cossenos diretores dos
planos onde atuam as demais componentes principais. Ou seja,
1
−19,45 55 −12 𝑙′
( ) [ 2𝑦 ] = 0
55 −49,45 44
𝑙′2𝑧
Resolvendo:
Normalizando:
1
𝑙2𝑥 = = 0,6612
√12 + (0,1072)2 + (−1,1295)2
0,1072
𝑙2𝑦 = = 0,0709
√12 + (0,1072)2 + (−1,1295)2
−1,1295
𝑙2𝑧 = = −0,7468
√12 + (0,1072)2 + (−1,1295)2
Substituindo 𝜎3 em 3.16:
1
89,77 55 −12 𝑙′
( ) [ 3𝑦 ] = 0
55 59,77 44
𝑙′3𝑧
Resolvendo:
Normalizando:
1
𝑙3𝑥 = = 0,5188
√12 + (−1,4694)2 + (0,7461)2
−1,4694
𝑙3𝑦 = = −0,7623
√12 + (−1,4694)2 + (0,7461)2
0,7461
𝑙3𝑧 = = 0,3871
√12 + (−1,4694)2 + (0,7461)2
Com isso foi obtida a matriz dos cossenos diretores dos planos principais. A
importância dessa matriz está no fato de a mesma fornecer onde estão os planos em
que ocorrem as componentes principais do tensor tensão.
Obtém-se que,
73,31 0 0
[𝐿] [𝜎] [𝐿]𝑇 = ( 0 39,45 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 −69,77
E que,
1 0 0
[𝐿] [𝐿]𝑇 = (0 1 0)
0 0 1
Em muitos dos problemas com que o engenheiro se depara em seu dia a dia o estado
de tensão atuante no corpo pode ser aproximado para um caso 2D (𝜎𝑥𝑧 = 𝜎𝑦𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 =
0) , denominado como estado plano de tensões. Devido a este fato deve-se dar
atenção especial à análise deste tipo de problema e desenvolver equações especiais
para os mesmos.
Para a rotação de eixos indicada acima (no entorno de z), a matriz de cossenos
diretores, conforme definida anteriormente, caso 3D. pode ser expressa como:
Com isso pode-se escrever a matriz de cossenos diretores para rotação no plano em
função de um ângulo Ө positivo no sentido anti-horário como:
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𝜎𝑥′𝑥′ = 𝜎𝑥𝑥 cos (𝜃)2 + 2𝜎𝑥𝑦 cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 𝜎𝑦𝑦 sen (𝜃)2
𝜎𝑦′𝑦′ = 𝜎𝑥𝑥 sen (𝜃)2 − 2𝜎𝑥𝑦 cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 𝜎𝑦𝑦 cos (𝜃)2
𝜎𝑥′𝑦′ = −𝜎𝑥𝑥 cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 𝜎𝑥𝑦 (cos(𝜃)2 − sen(𝜃)2 ) + 𝜎𝑦𝑦 cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
1 + cos (2𝜃)
cos (𝜃)2 =
2
1 − cos (2𝜃)
sen (𝜃)2 =
2
cos(𝜃)2 − sen(𝜃)2 = cos (2𝜃)
𝑠𝑒𝑛(2𝜃)
cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) =
2
Obtém-se:
As equações 3.20, 3.21 e 3.22 são bastante úteis na determinação do valor das
componentes do tensor tensão para o caso 2D (𝜎𝑥𝑧 = 𝜎𝑦𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 = 0), em função do
ângulo de rotação no sentido anti-horário, no entorno do eixo z.
Deve-se observar que estas equações foram deduzidas para um caso especial em
que não existe componente de tensão associada à direção z mas, como a rotação foi
efetuada no entorno do eixo z, o resultado seria o mesmo caso houvesse um estado
de tensão dado por:
𝜎𝑥𝑥 𝜎𝑥𝑦 0
[𝜎] = (𝜎𝑦𝑥 𝜎𝑦𝑦 0)
0 0 𝜎𝑧𝑧
É trivial constatar que para uma rotação (𝜃 positivo no sentido anti-horário) efetuada
no entorno do eixo z, para o estado de tensão representado acima, as equações 3.20,
3.21 e 3.22 ainda são aplicáveis para 𝜎𝑥′𝑥′ ; 𝜎𝑦′𝑦′ 𝑒 𝜎𝑥′𝑦′ . Neste caso, a componente
𝜎𝑧′𝑧′ permanece inalterada para qualquer rotação no entorno do eixo z, ou seja, 𝜎𝑧′𝑧′ =
𝜎𝑧𝑧 . Ou seja,
ATENÇÃO: As equações acima não serão verdadeiras caso o tensor tensão tenha
componentes 𝜎𝑥𝑧 ou 𝜎𝑦𝑧 diferentes de zero.
Aos olhares mais atentos não deve ter passado despercebido que o conjunto de
equações (3.20, 3.21 e 3.22) representam a equação de uma circunferência.
Circunferência esta que, em sua projeção no eixo horizontal têm-se as componentes
normais do tensor tensão e no eixo vertical as componentes de cisalhamento. Um giro
de 2Ө na circunferência representa um giro de Ө no elemento do continuo. Esta
representação gráfica das equações de rotação é conhecida como Diagrama de Mohr,
ou “Círculo” de Mohr, em homenagem ao engenheiro alemão Otto Mohr (1835-1918)
que desenvolveu este método gráfico simples, para auxiliar a análise de tensões.
Observe que as componentes que atuam na face x quando são positivas geram um
momento no sentido anti-horário e quando negativas no sentido horário. Por outro
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Para o caso geral, em que as componentes normais do tensor são diferentes de zero,
o Diagrama de Mohr pode ser representado como indicado na Figura a seguir.
Anteriormente foi dito que este diagrama era nada mais que uma representação
gráfica do conjunto de equações 3.20, 3.21 e 3.22. Para provar esta afirmação, define-
se, primeiramente, o valor do cento do diagrama (C) e o valor do raio (R). Observando
o diagrama é fácil constatar que:
𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦
𝐶= 3.23
2
𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 2
𝑅 = √( ) + 𝜎2𝑥𝑦 3.24
2
Para provar que o Círculo de Mohr satisfaz as equações 3.20, 3.21 e 3.22, imagine
que foi efetuado um giro de 2Ө no sentido anti-horário na diagonal representada no
diagrama de Mohr, como ilustrado na Figura a seguir. Nesta Figura o sobrescrito (‘)
representa que este é o valor da componente do tensor tensão no plano rotacionado.
Figura 3.13: Círculo de Mohr - transformação de eixos. Fig (a) componente de tensão no sistema (x,y) e Fig (b) componentes
de tensão no sistema (x’,y’).
Similarmente:
Também pode ser demonstrado de forma muito similar à demonstração de 3.20 e 3.21,
que
𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦
𝜎𝑥′𝑦′ = − ( ) sen(2𝜃) + 𝜎𝑥𝑦 𝑐𝑜𝑠(2𝜃)
2
Exemplo 3.5
20 + (−10)
𝐶= =5
2
2
20 − (−10)
𝑅 = √[ ] + 122 = 19,21
2
Note que estas componentes de tensão, obtidas por meio do diagrama de Mohr,
utilizam uma notação diferente do que foi convencionado anteriormente, onde, 𝜎1 ≥
𝜎2 ≥ 𝜎3 . Esta diferenciação se deve ao fato de que, mesmo que o estado de tensão
2D em análise, tenha componentes associadas apenas aos eixos x e y, irá existir uma
terceira componente principal de tensão, de valor igual ou diferente de zero, e a
notação 𝝈𝟏 ≥ 𝝈𝟐 ≥ 𝝈𝟑 deve ser usada somente quando são conhecidas as três
componentes principais, as quais devem ser nominadas em ordem decrescente de
seus valores algébricos.
O ângulo de rotação, no entorno do eixo z, dos vetores normais aos planos principais
no sistema (xp’,yp’), em referência ao sistema de eixos (x, y) no qual o tensor tensão
está expresso, pode ser obtido utilizando a equação de transformação de eixos da
componente de cisalhamento no plano, Eq, 3.22, reescrita a seguir:
(𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 )
𝜎𝑥′𝑦′ = − sen(2𝜃) + 𝜎𝑥𝑦 𝑐𝑜𝑠(2𝜃) (3.22)
2
Lembrando que as componentes de cisalhamento nos planos principais são nulas, o
ângulo de rotação para se obter a normal ao plano das componentes principais, 𝜃𝑃 ,
pode ser obtido fazendo a Eq. 3.22 igual a zero. Ou seja:
(𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 )
𝜎𝑥𝑝 𝑦𝑝 = 0 = − sen(2𝜃𝑃 ) + 𝜎𝑥𝑦 𝑐𝑜𝑠(2𝜃𝑃 )
2
(𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 )
sen(2𝜃𝑃 ) = 𝜎𝑥𝑦 𝑐𝑜𝑠(2𝜃𝑃 )
2
Ou:
2𝜎𝑥𝑦
tan(2𝜃𝑃 ) =
𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦
Portanto:
1 2𝜎𝑥𝑦
𝜃𝑃 = tan−1 ( ) (3.27)
2 𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦
2θp
Nesse caso, os cossenos diretores dos eixos principais, para o caso 2D, [L2D], com
rotação em torno do eixo z, são obtidos expressando as projeções de um vetor unitário,
na direção e sentido de 𝜎𝐼 , no sistema (x, y), conforme definição de cossenos diretores
apresentada anteriormente neste texto. Similarmente, os cossenos diretores de 𝜎𝐼𝐼
são obtidos expressando as projeções de um vetor unitário, na direção e sentido de
𝜎𝐼𝐼 , no sistema (x, y). Sendo assim, a matriz dos cossenos diretores em 2D, para as
direções principais, I e II, pode ser expressa como:
Para determinar se um material vai ou não escoar, pode ser necessário conhecer a
máxima componente de cisalhamento do tensor tensão, uma vez que um dos critérios
de escoamento (critério de Tresca) está fundamentado na magnitude da máxima
componente de cisalhamento do tensor tensão no ponto.
𝜏𝑚𝑎𝑥2𝐷
𝜏𝑚𝑎𝑥2𝐷
𝜎𝐼 − 𝜎𝐼𝐼
𝜏max 2𝐷 = (3.29)
2
Mesmo que seja usualmente utilizado para casos bidimensionais, o diagrama de Mohr
também pode ser utilizado para representar estados de tensão em três dimensões
(3D). Este tipo de representação é bastante útil para identificar a máxima componente
de cisalhamento em 3D.
𝜏𝑚𝑎𝑥3𝐷
𝜏𝑚𝑎𝑥3𝐷
𝜎1 − 𝜎3
𝜏max 3𝐷 = (3.30)
2
Exercício 3.1
20 −15 10
[𝜎] = (−15 −50 20) 𝑀𝑃𝑎
10 20 30
a) Componentes principais do tensor tensão
b) Cossenos diretores das direções principais do tensor tensão
20 − 𝜆 −15 10
| −15 −50 − 𝜆 20 | = 0
10 20 30 − 𝜆
(20 − 𝜆)(−50 − 𝜆)(30 − 𝜆) − 15 ∗ 20 ∗ 10 − 15 ∗ 20 ∗ 10 −
𝜆3 − 2625𝜆 + 45750 = 0
1
−17,4705 −15 10 𝑙′
( ) [ 1𝑦 ] = 0
−15 −87,4705 20
𝑙′1𝑧
Utilizando as equações 3.17 a 3.19 para normalizar o vetor dos cossenos diretores,
na direção e sentido de 𝜎1 , tal que seu módulo fique igual a um, tem-se:
1
𝑙1𝑥 = = 0,3996
√12 + (0,3470)2 + (2,2675)2
0,3470
𝑙1𝑦 = = 0,1387
√12 + (0,3470)2 + (2,2675)2
2,2675
𝑙1𝑧 = = 0,9061
√12 + (0,3470)2 + (2,2675)2
1
−0,9128 −15 10 𝑙′
( ) [ 2𝑦 ] = 0
−15 −70,9128 20
𝑙′2𝑧
Novamente, utilizando as equações 3.17 a 3.19 para normalizar o vetor dos cossenos
diretores, na direção e sentido de 𝜎2 , tal que seu módulo fique igual a um, tem-se:
1
𝑙2𝑥 = = 0,8919
√12 + (−0,3220)2 + (−0,3917)2
−0,3220
𝑙2𝑦 = = −0,2872
√12 + (−0,3220)2 + (−0,3917)2
−0,3917
𝑙2𝑧 = = −0,3494
√12 + (−0,3220)2 + (−0,3917)2
1
78,3833 −15 10 𝑙′
( ) [ 3𝑦 ] = 0
−15 8,3833 20
𝑙′3𝑧
Resolvendo o sistema:
1
𝑙3𝑥 = = 0,2118
√12 + (4,4750)2 + (−1,1258)2
4,4750
𝑙3𝑦 = = 0,9478
√12 + (4,4750)2 + (−1,1258)2
−1,1258
𝑙3𝑧 = = −0,2384
√12 + (4,4750)2 + (−1,1258)2
Com todas as nove componentes da matriz dos cossenos diretores calculadas, pode-
se escrever:
Fica a cargo do leitor verificar que o produto [𝐿] [𝜎] [𝐿]𝑇 vai resultar na matriz do tensor
tensão expressa no sistema de coordenadas principais (xp,yp,zp), [𝜎𝑝 ′], que neste
caso será dada por:
37,5 0 0
[𝜎𝑝 ′] = ( 0 20,9 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 −58,4
Exercício 3.2
O primeiro passo para resolver este problema é identificar o tensor tensão para cada
um dos carregamentos.
10 −20
[𝜎𝐴 ]𝑥𝑦 = ( ) 𝑀𝑃𝑎
−20 40
Seguindo a mesma lógica para o carregamento B, mas desta vez obtendo as
componentes do tensor tensão no sistema (x’,y’), tem-se:
20 5
[𝜎𝐵 ]𝑥 ′ 𝑦 ′ = ( ) 𝑀𝑃𝑎
5 30
O próximo passo é girar o sistema (x’,y’), em torno do eixo z, de modo que este se
alinhe como o sistema (x,y). Ou seja, deve-se efetuar um giro de 45º no sentido horário
(negativo) e, para realizar isso, pode-se utilizar as equações 3.20, 3.21 e 3.22:
20 + 30 20 − 30
𝜎𝑥𝑥 [𝐵] = +( ) cos(2(−450 )) + 5 𝑠𝑒𝑛(2(−450 )) = 20𝑀𝑃𝑎
2 2
20 + 30 20 − 30
𝜎𝑦𝑦 [𝐵] = −( ) cos(2(−450 )) − 5 𝑠𝑒𝑛(2(−450 )) = 30𝑀𝑃𝑎
2 2
20 − 30
𝜎𝑥𝑦 [𝐵] = − ( ) 𝑠𝑒𝑛(2(−450 )) + 5 cos(2(−450 )) = −5𝑀𝑃𝑎
2
Exercício 3.3
10 20 0
[𝜎] = (20 −10 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 30
Observando o tensor acima e a Figura do problema, é fácil observar que, como não
existe componente de cisalhamento associada a z e, como a rotação desejada é no
entorno do eixo z, este problema pode ser tratado como um caso 2D, para as
componentes de tensão no plano (x,y) e a componente 𝜎𝑧𝑧 permanecerá inalterada
independentemente do ângulo de rotação no entorno de z. Com isso, utilizando a
equação 3.3, associada à matriz de rotação 2D, tem-se:
√2 √2 √2 √2
−
[𝜎′] = 2 2 (10 20
) 2 2
√2 √2 20 −10 √2 √2
−
( 2 2) (2 2 )
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20 −10
[𝜎′]2𝐷 = ( ) 𝑀𝑃𝑎
−10 −20
20 −10 0
[𝜎′] = (−10 −20 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 30
Exercício 3.4:
Nesse contexto, a maior componente de cisalhamento no plano (x,y) pode ser obtida
usando a equação 3.29:
𝜎1 − 𝜎3 30 − (−22,36)
𝜏max 3𝐷 = = = 26,18𝑀𝑃𝑎
2 2
𝜏max 3𝐷 = 26,18𝑀𝑃𝑎
Para obter-se os cossenos diretores das normais aos planos das componentes
principais deve-se, inicialmente, determinar o ângulo de rotação das normais aos
planos principais e, em seguida, substituir este valor na matriz de rotação 2D.
Utilizando a equação 3.27:
1 2𝜎𝑥𝑦 1 2 ∗ 20
𝜃𝑃 = tan−1 ( ) = tan−1 ( ) = 31,72𝑜
2 𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 2 10 − (−10)
Onde, 𝜃𝑃𝑥𝑦 representa o ângulo entre o eixo x e a normal ao plano onde atua a
componente principal, 𝜎𝐼 , no plano (x,y).
Exercício 3.5:
• 𝜎𝑥𝑥 = 30𝑀𝑃𝑎, pois é a componente normal do tensor que atua na face normal
a x e na direção de x e é positiva porque atua em uma face positiva no sentido
positivo.
• 𝜎𝑦𝑦 = −30𝑀𝑃𝑎, pois é a tensão que atua na face normal a y e na direção de y
e é negativa porque atua em uma face positiva no sentido negativo.
• 𝜎𝑧𝑧 = 60𝑀𝑃𝑎, pois é a componente de tensão que atua na face normal a z e na
direção de z, sendo positiva porque atua em uma face positiva no sentido
positivo.
• 𝜎𝑥𝑦 = 40𝑀𝑃𝑎, pois é a tensão que atua na face normal a x e na direção de y e
é positiva porque atua em uma face positiva no sentido positivo.
30 40 0
[𝜎] = (40 −30 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 60
Como o giro é somente no entorno de z e, como não existe componente de
cisalhamento associada a coordenada z, é possível utilizar as equações de rotação
no plano (x,y) para determinar as componentes normais e de cisalhamento neste
plano. Para este caso, o valor da componente normal do tensor tensão na direção de
z não será alterada, permanecendo sempre o mesmo valor, independente do ângulo
30 − 30 30 + 30
𝜎𝑥′𝑥′ = + cos(90𝑜 ) + 40𝑠𝑒𝑛(90𝑜 ) = 40𝑀𝑃𝑎
2 2
30 − 30 30 + 30
𝜎𝑦′𝑦′ = − cos(90𝑜 ) − 40𝑠𝑒𝑛(90𝑜 ) = −40𝑀𝑃𝑎
2 2
30 + 30
𝜎𝑥′𝑦′ = − 𝑠𝑒𝑛(90𝑜 ) + 40𝑐𝑜𝑠(90𝑜 ) = −30𝑀𝑃𝑎
2
Então:
40 −30 0
[𝜎]45𝑜 = (−30 −40 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 60
2 2
𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 30 − 30 30 + 30
𝜎𝐼𝐼 = − √( ) + 𝜎2𝑥𝑦 = − √( ) + 402 = −50,00
2 2 2 2
Para obter-se os cossenos diretores, normais aos planos das componentes principais
de tensão, deve-se obter primeiramente o ângulo de rotação no plano com as direções
principais e depois substituir este valor na matriz de rotação 2D. Usando a equação
3.27:
1 2𝜎𝑥𝑦 1 2 ∗ 40
𝜃𝑃 = tan−1 ( ) = tan−1 ( ) = 13,28𝑜
2 𝜎𝑥𝑥 − 𝜎𝑦𝑦 2 30 + 30
0,8944 0,4472 0
[𝐿] = (−0,4472 0,8944 0)
0 0 1
4.1. Introdução:
Neste capítulo será estudada outra entidade tensorial conhecida por deformação. O
tensor deformação, representado pela grandeza adimensional [ε], expressa alterações
de forma do meio sólido quando submetido a um estado de tensão e/ou variação de
temperatura ou de variação higroscópica do meio, dentre outros.
Por ser uma grandeza tensorial, toda formulação desenvolvida para transformação de
eixos do tensor tensão, bem como os procedimentos utilizados para obter as
componentes e direções principais do tensor tensão, poderão ser utilizados no tensor
deformação. Devido a este fato estes assuntos não serão abordados, neste capítulo,
com a mesma ênfase endereçada ao tensor tensão no capítulo anterior.
4.2. Notação:
𝜀𝑖𝑗
Em que o índice “i” diz respeito à face na qual a deformação acorre e “j” se refere à
direção da deformação. O tensor deformação pode ser representado como:
𝜀𝑥𝑥 𝜀𝑥𝑦 𝜀𝑥𝑧
[𝜀] = [𝜀𝑦𝑥 𝜀𝑦𝑦 𝜀𝑦𝑧 ]
𝜀𝑧𝑥 𝜀𝑧𝑦 𝜀𝑧𝑧
𝑂′ 𝐶 ′ − 𝑂𝐶
𝜀𝑥𝑥 = lim
∆→0 𝑂𝐶
Conforme ilustrado na Figura 4.1, aproximando o valor 𝑂′ 𝐶 ′ pela projeção deste
segmento no eixo x, este valor escrito como:
𝜕𝑢
𝑂′ 𝐶 ′ =
̃ ∆𝑥 + 𝑢 + ∆𝑥 − 𝑢
𝜕𝑥
𝑂𝐶 = ∆𝑥
Com isso:
𝜕𝑢
∆𝑥 + ∆𝑥 − ∆𝑥 𝜕𝑢
𝜀𝑥𝑥 = lim 𝜕𝑥 = (4.1)
∆→0 ∆𝑥 𝜕𝑥
𝑂′ 𝐸 ′ − 𝑂𝐸
𝜀𝑦𝑦 = lim
∆→0 𝑂𝐸
Conforme ilustrado na Figura 4.1, tem-se:
𝜕𝑣
𝑂′ 𝐸 ′ =
̃ ∆𝑦 + 𝑣 + ∆𝑦 − 𝑣
𝜕𝑦
𝑂𝐸 = ∆𝑦
Com isso:
𝜕𝑣
∆𝑦 + ∆𝑦 − ∆𝑦 𝜕𝑣
𝜕𝑦
𝜀𝑦𝑦 = lim = (4.2)
∆→0 ∆𝑦 𝜕𝑦
𝛾𝑥𝑦 = 𝛼 + 𝛽 =
̃ tan(𝛼) + tan(𝛽)
𝜕𝑣 𝜕𝑣
∆𝑥 ∆𝑥 𝜕𝑣
tan(𝛼) =
̃ 𝜕𝑥 =
̃ 𝜕𝑥 =
̃
𝜕𝑢 𝜕𝑢
𝑢+ ∆𝑥 + ∆𝑥 − 𝑢 ∆𝑥 ( + 1) 𝜕𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝑢 𝜕𝑢
∆𝑦 ∆𝑦 𝜕𝑢
𝜕𝑦 𝜕𝑦
tan(𝛽) =
̃ =
̃ =
̃
𝜕𝑣 𝜕𝑣
𝑣+ ∆𝑦 + ∆𝑦 − 𝑣 ∆𝑦 ( + 1) 𝜕𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝛾𝑥𝑦 1 𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜀𝑥𝑦 = = ( + ) (4.3)
2 2 𝜕𝑦 𝜕𝑥
𝛾𝑥𝑦
A componente 𝜀𝑥𝑦 definida na equação 4.3, 𝜀𝑥𝑦 = , será utilizada por atender as
2
operações com tensores (o que não ocorre com o termo 𝛾𝑥𝑦 , como será demostrado
na seção seguinte). As equações 4.1, 4.2 e 4.3 podem ser todas expressas em
notação indicial como:
1 𝜕𝑢𝑖 𝜕𝑢𝑗
𝜀𝑖𝑗 = ( + ) (4.4)
2 𝜕𝑥𝑗 𝜕𝑥𝑖
Adotando esta nomenclatura, a equação 4.4 pode ser, então, utilizada para definir
todas as nove componentes do tensor deformação.
𝑥 = 𝑥 ′ cos(𝜃) − 𝑦′𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑢′ = 𝑢 cos(𝜃) + 𝑣𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑣 ′ = −𝑢𝑠𝑒𝑛(𝜃) + 𝑣𝑐𝑜𝑠(𝜃)
Obtêm-se:
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜀𝑥′𝑥′ = ( cos(𝜃) + 𝑠𝑒𝑛(𝜃)) cos(𝜃 ) + ( cos(𝜃) + 𝑠𝑒𝑛(𝜃)) sen (𝜃)
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣 𝜕𝑣 𝜕𝑢
𝜀𝑥′𝑥′ = cos 2 (𝜃) + 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃) + ( + ) 𝑠𝑒𝑛(𝜃)cos (𝜃)
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣 1 𝜕𝑣 𝜕𝑢
Como 𝜀𝑥𝑥 = ; 𝜀𝑦𝑦 = ; 𝑒 𝜀𝑥𝑦 = ( + 𝜕𝑦), então:
𝜕𝑥 𝜕𝑦 2 𝜕𝑥
𝜀𝑥′𝑥′ = 𝜀𝑥𝑥 cos 2 (𝜃) + 𝜀𝑦𝑦 𝑠𝑒𝑛2 (𝜃) + 𝜀𝑥𝑦 2 𝑠𝑒𝑛(𝜃)cos (𝜃)
1 + cos (2𝜃)
cos (𝜃)2 =
2
1 − cos (2𝜃)
sen (𝜃)2 =
2
𝑠𝑒𝑛(2𝜃)
cos(𝜃) 𝑠𝑒𝑛(𝜃) =
2
Obtém-se:
1
Ponte de Wheatstone é um circuito elétrico utilizado para medir valores de resistência elétrica por meio do
balanceamento de duas pernas de um circuito de ponte. Uma dessas pernas contém a resistência cujo valor é
desconhecido. A resistência elétrica está calibrado com a deformação do extensômetro.
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𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴 ; 𝜀𝑦𝑦 = 𝜀𝐶
𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴 ; 𝜀𝑦𝑦 = 𝜀𝐶
Ou,
2𝜀𝐵 − 𝜀𝐴 − 𝜀𝐶
𝜀𝑥𝑦 = (4.8)
2
Com isso foram obtidas todas as componentes de deformação no plano x,y, as quais
podem ser representadas matricialmente como:
2𝜀𝐵 − 𝜀𝐴 − 𝜀𝐶
𝜀𝐴
[𝜀] = ( 2 )
2𝜀𝐵 − 𝜀𝐴 − 𝜀𝐶
𝜀𝐶
2
𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴
Ou:
√3
𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴 ; 𝜀𝑦𝑦 = ( 2(𝜀𝐵 + 𝜀𝐶 ) − 𝜀𝐴 )/3; e 𝜀𝑥𝑦 = (𝜀𝐵 − 𝜀𝐶 )
3
√3
𝜀𝐴 (𝜀𝐵 − 𝜀𝐶 )
[𝜀] = 3
√3
(𝜀𝐵 − 𝜀𝐶 ) ( 2(𝜀𝐵 + 𝜀𝐶 ) − 𝜀𝐴 )/3
(3 )
Exercício 4.6.1
2 4 0
𝜀 = (4 −3 0) 𝑥10−4
0 0 1
Determine:
= 4,22𝑥10−4
2
𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑦𝑦 2 2 + (−3) 2 − (−3)
𝜀𝐼𝐼 = − √( 2 =[
) + 𝜀𝑥𝑦 − √( ) + 42 ] 𝑥10−4
2 2 2 2
= −5,22𝑥10−4
1 2𝜀𝑥𝑦 1 2∗4
𝜃𝑃 = tan−1 ( ) = tan−1 ( ) = 29𝑜
2 𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑦𝑦 2 2 − (−3)
0,8746 0,4848 0
[𝐿] = (−0,4848 0,8746 0)
0 0 1
Observe que, como [𝐿] neste caso é a matriz dos cossenos diretores das normais aos
planos principais, então o produto [𝐿][𝜀][𝐿]𝑇 resultará na matriz contendo as
componentes principais do tensor. Ou seja:
0,8746 0,4848 0 2 4 0 0,8746 −0,4848 0 4,22 0 0
(−0,4848 0,8746 0) (4 −3 0) 𝑥10−4 (0,4848 0,8746 0) = ( 0 −5,22 0) 𝑥 10−4
0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1
𝜀1 − 𝜀3 4,22𝑥10−4 − (−5,22𝑥10−4 )
𝜀max 3𝐷 = = = 4,72 𝑥 10−4
2 2
Observe que neste caso, coincidentemente, a máxima componente de cisalhamento
em 3D se encontra no plano (x,y), mas isso nem sempre ocorre.
Figura E.4.6.1 – Ângulo da normal ao plano one ocorre a máxima componente de cisa;hamento no plano (x,y)
Como ilustrado na figura, o ângulo que se deve girar para atingir o plano de ocorrência
da maior componente de cisalhamento, no plano (x,y), pode ser calculado como:
0,9613 −0,2756 0
[𝐿] = (0,2756 0,9613 0)
0 0 1
Exercício 4.6.2
𝜀𝐴 = 𝜀𝑥𝑥 ; 𝜀𝐶 = 𝜀𝑦𝑦
Sendo assim, para obter a incógnita restante, 𝜀𝑥𝑦 , basta utilizar a equação de rotação
a seguir:
𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑦𝑦
𝜀𝐵 = + cos(2 ∗ 45𝑜 ) + 𝜀𝑥𝑦 𝑠𝑒𝑛(2 ∗ 45𝑜 )
2 2
Como:
𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴 ; 𝜀𝑦𝑦 = 𝜀𝐶
Simplificando,
2 ∗ 30 − 60 − 40
𝜀𝑥𝑦 = 𝑥 10−4 = −20 𝑥 10−4
2
Finalmente:
[𝜀] = ( 60 −20
) 𝑥 10−4
−20 40
Exercício 4.6.3
𝜀𝑥𝑥 = 𝜀𝐴
𝜀𝐴 − 𝜀𝑦𝑦 𝜀𝐴 3𝜀𝑦𝑦
𝜀𝐵 + 𝜀𝐶 = 𝜀𝐴 + 𝜀𝑦𝑦 − = +
2 2 2
Com isso:
Com isso o tensor deformação neste ponto pode ser expresso como:
10 −34,64
[𝜀] = [ ] 𝑥 10−4
−34,64 −16,67
10 + (−16,67) 10 − (−16,67) 2
=[ + √( ) + (−34,64)2 ] 𝑥10−4
2 2
𝜀𝐼 = 33,78 x 10−4
10 + (−16,67) 10 − (−16,67) 2
=[ √
− ( ) + (−34,64)2 ] 𝑥10−4
2 2
Exercício 4.6.4
[𝜀] = (1 5
) 𝑥 10−4
5 −3
determine as das deformações
longitudinais 𝜀𝐴 , 𝜀𝐵 𝑒 𝜀𝐶 dos
extensômetros de uma roseta
equiângular, indicada na Figura ao
lado, caso esta fosse instalada no
local onde este tensor está
presente.
Figura E.4.6.4 – Exemplo 6.4 de roseta equiangular
𝜀𝐴 = 𝜀𝑥𝑥 = 1 𝑥 10−4
Para obter-se as outras leituras, basta usar a equação de rotação para alinhar o eixo
x’ com as direções B e C, com isso:
𝜀𝐴 = 𝜀𝑥𝑥
5 - Relações Constitutivas
5.1. Introdução:
Meios isotrópicos são aqueles em que as propriedades físicas do meio são as mesmas
em todas as direções. Nos sistemas isotrópicos as componentes normais de tensão e
de deformação estão relacionadas por constantes com acoplamento das relações
constitutivas, o que não ocorre para as componentes de cisalhamento.
Na Figura 5.3 estão indicadas três situações com a presença de componentes normais
do tensor tensão aplicadas, independentemente, em um mesmo ponto do continuum.
A primeira componente atua na direção do eixo coordenado x, a segunda na direção
de y e a terceira na direção de z. Recordando os conceitos de ensaios de tração
simples, realizados em laboratório, bem como os conceitos de Módulo de Elasticidade
1. Tensão somente em x:
𝜎𝑥𝑥
• 𝜀𝑥𝑥 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑦𝑦=0 =
𝐸
𝜎𝑥𝑥
• 𝜀𝑦𝑦 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑦𝑦 =0 = −𝑣𝜀𝑥𝑥 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣
𝐸
𝜎𝑥𝑥
• 𝜀𝑧𝑧 |𝜎𝑧𝑧 =𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣𝜀𝑥𝑥 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑦𝑦 =0 = −𝑣
𝐸
2. Tensão somente em y:
𝜎𝑦𝑦
• 𝜀𝑦𝑦 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑥𝑥 =0 =
𝐸
𝜎𝑦𝑦
• 𝜀𝑥𝑥 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑥𝑥 =0 = −𝑣𝜀𝑦𝑦 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑥𝑥 =0 = −𝑣
𝐸
𝜎𝑦𝑦
• 𝜀𝑧𝑧 |𝜎𝑧𝑧 =𝜎𝑥𝑥 =0 = −𝑣𝜀𝑦𝑦 |𝜎𝑧𝑧=𝜎𝑥𝑥 =0 = −𝑣
𝐸
3. Tensão somente em z:
𝜎𝑧𝑧
• 𝜀𝑧𝑧 |𝜎𝑥𝑥 =𝜎𝑦𝑦=0 =
𝐸
𝜎𝑧𝑧
• 𝜀𝑥𝑥 |𝜎𝑥𝑥 =𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣𝜀𝑧𝑧 |𝜎𝑥𝑥 =𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣
𝐸
𝜎𝑧𝑧
• 𝜀𝑦𝑦 |𝜎𝑥𝑥=𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣𝜀𝑧𝑧 |𝜎𝑥𝑥 =𝜎𝑦𝑦=0 = −𝑣
𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) (5.1)
𝐸 𝐸
Similarmente, para as outras componentes normais de deformação:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) (5.2)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) (5.3)
𝐸 𝐸
Com isso tem-se um conjunto de equações que relaciona componentes normais dos
tensores de tensão e de deformação para o caso de solicitação tri axial (3D)
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
0
Nesse contexto, o termo 𝜀𝑥𝑥 , referente à deformação inicial normal na direção de x,
deve ser incluído na relação constitutiva. Ou seja:
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑥𝑥 (5.7)
𝐸 𝐸
Similarmente,
1+𝑣 𝑣 0
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑦𝑦 (5.8)
𝐸 𝐸
1+𝑣 𝑣 0
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑧𝑧 (5.9)
𝐸 𝐸
𝜎𝑥𝑦 0
𝜀𝑥𝑦 = + 𝜀𝑥𝑦 (5.10)
2𝐺
𝜎𝑥𝑧 0
𝜀𝑥𝑧 = + 𝜀𝑥𝑧 (5.11)
2𝐺
𝜎𝑦𝑧 0
𝜀𝑦𝑧 = + 𝜀𝑦𝑧 (5.12)
2𝐺
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥′𝑥′ = 𝜎𝑥′𝑥′ − (𝜎𝑥 ′𝑥 ′ + 𝜎𝑦′𝑦′ )
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣)
𝜀𝑥′𝑥′ = 𝜎𝑥′𝑥′
𝐸
(1 + 𝑣)
𝜀𝑥𝑦 = 𝜎𝑥𝑦
𝐸
0
Utilizando a equação 5.10, sem a presença de deformação inicial 𝜀𝑥𝑦 :
𝜎𝑥𝑦
𝜀𝑥𝑦 =
2𝐺
Portanto,
𝜎𝑥𝑦 (1 + 𝑣)
= 𝜎𝑥𝑦
2𝐺 𝐸
Ou seja:
𝐸
𝐺= (5.13)
2(1 + 𝑣)
Resumindo o que foi desenvolvido até o momento neste capítulo, tem-se um conjunto
de seis equações constitutivas, uma para cada componente independente dos
tensores de tensão e de deformação. As seis equações estão reescritas a seguir:
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑥𝑥 (5.7)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑦𝑦 (5.8)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑧𝑧 (5.9)
𝐸 𝐸
𝜎𝑥𝑦 0
(1 + 𝑣) 0
𝜀𝑥𝑦 = + 𝜀𝑥𝑦 = 𝜎𝑥𝑦 + 𝜀𝑥𝑦 (5.10)
2𝐺 𝐸
𝜎𝑥𝑧 0
(1 + 𝑣) 0
𝜀𝑥𝑧 = + 𝜀𝑥𝑧 = 𝜎𝑥𝑧 + 𝜀𝑥𝑧 (5.11)
2𝐺 𝐸
𝜎𝑦𝑧 0
(1 + 𝑣) 0
𝜀𝑦𝑧 = + 𝜀𝑦𝑧 = 𝜎𝑦𝑧 + 𝜀𝑦𝑧 (5.12)
2𝐺 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜎𝑥𝑥 = 𝜀𝑥𝑥 + (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) − 𝛼∆𝑇 − 𝜀𝑥𝑥 (𝐼)
𝐸 𝐸
Como pode ser observado, para que se possa expressar 𝜎𝑥𝑥 em função 𝜀𝑥𝑥 , 𝜀𝑦𝑦 𝑒 𝜀𝑧𝑧
é necessário expressar o temo (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) em função de (𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 ). Para
isso pode-se adicionar as equações 5.7, 5.8 e 5.9, ou seja:
1+𝑣 3𝑣 0 0 0
𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 = ( ) (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) − (𝜎 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 3𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧
𝐸 𝐸 𝑥𝑥
Reorganizando:
0 0 0
1 − 2𝑣
(𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 ) − 3𝛼∆𝑇 = ( ) (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 )
𝐸
𝐸 0 0 0
3𝛼∆𝑇𝐸
(𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) = ( ) (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− (𝐼𝐼)
1 − 2𝑣 1 − 2𝑣
Substituindo II em I:
(1 + 𝑣) 𝑣 𝐸 0 0 0
3𝛼∆𝑇𝐸 0
𝜎𝑥𝑥 = 𝜀𝑥𝑥 + (( ) (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− ) − 𝛼∆𝑇 − 𝜀𝑥𝑥
𝐸 𝐸 1 − 2𝑣 1 − 2𝑣
Simplificando:
(1 + 𝑣) 1 0 0 0
3𝛼∆𝑇 0
𝜎𝑥𝑥 = 𝜀𝑥𝑥 + 𝑣 (( ) (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− ) − 𝛼∆𝑇 − 𝜀𝑥𝑥 (𝐼𝐼𝐼)
𝐸 1 − 2𝑣 1 − 2𝑣
Observando que:
3𝛼∆𝑇𝑣 1+𝑣
− − 𝛼∆𝑇 = − 𝛼∆𝑇 (𝐼𝑉)
1 − 2𝑣 1 − 2𝑣
𝐸 0 )
𝑣 0 0 0
(1 + 𝑣)
𝜎𝑥𝑥 = [(𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− 𝛼∆𝑇]
(1 + 𝑣) 1 − 2𝑣 (1 − 2𝑣)
Simplificando:
𝐸 0 )
𝑣𝐸 0 0 0
𝐸𝛼∆𝑇
𝜎𝑥𝑥 = (𝜀 − 𝜀𝑥𝑥 + (𝜀 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− (5.14)
(1 + 𝑣) 𝑥𝑥 (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣) 𝑥𝑥 (1 − 2𝑣)
𝐸 0
𝑣𝐸 0 0 0
𝐸𝛼∆𝑇
𝜎𝑦𝑦 = (𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 )+ (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− (5.15)
(1 + 𝑣) (1 − 2𝑣)(1 + 𝑣) (1 − 2𝑣)
𝐸 0 )
𝑣𝐸 0 0 0
𝐸𝛼∆𝑇
𝜎𝑧𝑧 = (𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 + (𝜀𝑥𝑥 − 𝜀𝑥𝑥 + 𝜀𝑦𝑦 − 𝜀𝑦𝑦 + 𝜀𝑧𝑧 − 𝜀𝑧𝑧 )− (5.16)
(1 + 𝑣) (1 − 2𝑣)(1 + 𝑣) (1 − 2𝑣)
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0
𝐸 0
𝜎𝑥𝑦 = 2𝐺(𝜀𝑥𝑦 − 𝜀𝑥𝑦 )= (𝜀𝑥𝑦 − 𝜀𝑥𝑦 ) (5.17)
(1 + 𝑣)
0 )
𝐸 0 )
𝜎𝑥𝑧 = 2𝐺(𝜀𝑥𝑧 − 𝜀𝑥𝑧 = (𝜀 − 𝜀𝑥𝑧 (5.18)
(1 + 𝑣) 𝑥𝑧
0
𝐸 0
𝜎𝑦𝑧 = 2𝐺(𝜀𝑦𝑧 − 𝜀𝑦𝑧 )= (𝜀 − 𝜀𝑦𝑧 ) (5.19)
(1 + 𝑣) 𝑦𝑧
Os dois conjuntos das seis equações constitutivas, tanto das componentes do tensor
tensão em função das componentes do tensor deformação, quanto das componentes
do tensor deformação em função das componentes do tensor tensão, podem ser
sistematizados em somente duas equações usando notação indicial. Ou seja,
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑖𝑗 = 𝜎𝑖𝑗 − 𝜎𝑘𝑘 𝛿𝑖𝑗 + 𝛼∆𝑇𝛿𝑖𝑗 + 𝜀𝑖𝑗 (5.20)
𝐸 𝐸
𝐸 0 𝑣𝐸 0
𝐸𝛼∆𝑇
𝜎𝑖𝑗 = (𝜀𝑖𝑗 − 𝜀𝑖𝑗 )+ (𝜀𝑘𝑘 − 𝜀𝑘𝑘 )𝛿𝑖𝑗 − 𝛿 (5.21)
(1 + 𝑣) (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣) (1 − 2𝑣) 𝑖𝑗
Onde:
𝛿𝑖𝑗 = 1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 = 𝑗
𝛿𝑖𝑗 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑖 ≠ 𝑗
Observe que nas equações acima, válidas para materiais isotópicos, 0 ≤ 𝑣 ≤ 0,5.
0 0
𝛼∆𝑇𝐸
𝜎𝑖𝑗 = 2𝜇(𝜀𝑖𝑗 − 𝜀𝑖𝑗 ) + 𝜆(𝜀𝑘𝑘 − 𝜀𝑘𝑘 )𝛿𝑖𝑗 − 𝛿 (5.21)
(1 − 2𝑣) 𝑖𝑗
Em que:
𝐸 𝑣𝐸
𝜇= ; 𝑒 𝜆=
2(1 + 𝑣) (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣)
15 60 40
[𝜎] = (60 −40 30) 𝑀𝑃𝑎
40 30 20
Identificando as componentes do tensor, para utilizar nas equações constitutivas,
0
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑖𝑗 − 𝜀𝑖𝑗 = 𝜎𝑖𝑗 − 𝜎𝑘𝑘 𝛿𝑖𝑗 + 𝛼∆𝑇 𝛿𝑖𝑗 (5.20)
𝐸 𝐸
0
Para i = x e j = x, 𝛿𝑥𝑥 = 1, 𝜀𝑖𝑗 = 0 𝑒 ∆𝑇 = 0, vem que:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑥𝑥
𝐸 𝐸
(1 + 0,3) 0,3
𝜀𝑥𝑥 = 15 − (15 − 40 + 20) = 105 𝑥 10−6
200.000 200.000
Para i = y e j = y, 𝛿𝑦𝑦 = 1:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑦𝑦
𝐸 𝐸
(1 + 0,3) 0,3
𝜀𝑦𝑦 = (−40) − (15 − 40 + 20) = −252,5 𝑥 10−6
200.000 200.000
Para i = z e j = z, 𝛿𝑧𝑧 = 1:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑧𝑧
𝐸 𝐸
(1 + 0,3) 0,3
𝜀𝑧𝑧 = 20 − (15 − 40 + 20) = 137,5 𝑥 10−6
200.000 200.000
Para i = x e j = y, 𝛿𝑥𝑦 = 0:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑦 = 𝜎𝑥𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑥𝑦
𝐸 𝐸
(1 + 0,3)
𝜀𝑥𝑦 = 60 = 390 𝑥 10−6
200.000
Para i = x e j = z, 𝛿𝑥𝑧 = 0 :
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑧 = 𝜎𝑥𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑥𝑧
𝐸 𝐸
(1 + 0,3)
𝜀𝑥𝑧 = 40 = 260 𝑥 10−6
200.000
Para i = y e j = z, 𝛿𝑦𝑧 = 0 :
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑧 = 𝜎𝑦𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) 𝛿𝑦𝑧
𝐸 𝐸
(1 + 0,3)
𝜀𝑦𝑧 = 30 = 195 𝑥 10−6
200.000
15 30 0
[𝜎] = (30 −20 0 ) 𝑀𝑃𝑎
0 0 10
Para este caso determine o valor das componentes principais do tensor tensão e do
tensor deformação.
Por inspeção, constata-se que 𝜎𝑧𝑧 é uma componente principal de tensão, uma vez
que não há cisalhamento associado à face normal a direção z. Com isso é possível
utilizar as equações de transformação em 2D, diagrama de Mohr, para obter as outras
componentes principais.
𝜎𝐼 = 32,23 𝑀𝑝𝑎
𝜎𝐼𝐼 = −37,23𝑀𝑃𝑎
0
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑖𝑗 − 𝜀𝑖𝑗 = 𝜎𝑖𝑗 − 𝜎𝑘𝑘 𝛿𝑖𝑗 + 𝛼∆𝑇 𝛿𝑖𝑗 (5.20)
𝐸 𝐸
0
Cálculo de 𝜀1 considerando que 𝜀𝑖𝑗 = 0 e ∆𝑇 = 0, tem-se:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀1 = 𝜎1 − (𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 )
𝐸 𝐸
(1 + 0,33) 0,33
𝜀1 = 32,23 − (32,23 + 10 − 37,23) = 606 𝑥 10−6
68.000 68.000
Cálculo de 𝜀2 :
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀2 = 𝜎2 − (𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 )
𝐸 𝐸
(1 + 0,33) 0,33
𝜀2 = 10 − (32,23 + 10 − 37,23) = 171 𝑥 10−6
68.000 68.000
Cálculo de 𝜀3 :
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀3 = 𝜎3 − (𝜎1 + 𝜎2 + 𝜎3 )
𝐸 𝐸
(1 + 0,33) 0,33
𝜀3 = (−37,23) − (32,23 + 10 − 37,23) = −752 𝑥 10−6
68.000 68.000
Em notação matricial o tensor deformação pode ser expresso nos eixos principais
como:
606 0 0
[𝜀] = ( 0 −752 0 ) 𝑥 10−6
0 0 171
Para solucionar este problema é necessário realizar uma inspeção e analisar quais
componentes do tensor tensão, e do tensor deformação, podem ser inferidas como
condições de contorno do problema.
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑥𝑥 (5.7)
𝐸 𝐸
0
Adotando as considerações anteriores e supondo que 𝜀𝑥𝑥 = 0:
(1 + 𝑣) 𝑣
0= 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
𝜎𝑥𝑥 = −𝐸𝛼∆𝑇
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑦𝑦 (5.8)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑧𝑧 (5.9)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑦 = 0 − (−𝐸𝛼∆𝑇 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇 = 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣)
𝐸 𝐸
𝜀𝑦𝑦 = 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣)
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑧𝑧 = 0 − (−𝐸𝛼∆𝑇 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇 = 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣)
𝐸 𝐸
𝜀𝑧𝑧 = 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣)
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Com isso, os tensores tensão e deformação no ponto A podem ser expressos como:
−𝐸𝛼∆𝑇 0 0
[𝜎] = ( 0 0 0)
0 0 0
0 0 0
[𝜀] = (0 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣) 0 )
0 0 𝛼∆𝑇(1 + 𝑣)
5.5.4. Neste problema será abordada a mesma barra do exercício anterior, com a
diferença de que o apoio de engastamento de uma das extremidades será substituído
por um apoio rotulado móvel, como apresentado na Figura que segue. Para este caso
obtenha os tensores tensão e deformação no ponto A.
Figura E.5.5.4 – Efeito de temperatura em barra engastada em de um lado e com apoio movel do outro lado.
• 𝜎𝑥𝑥 = 𝜎𝑦𝑦 = 𝜎𝑧𝑧 = 0. Uma vez que não existe restrição à dilatação ou
contração da barra nestas direções, as componentes de tensão normal nestas
direções serão nulas.
• Não existem componentes de cisalhamento, tensão ou deformação, uma vez
que não ocorre distorção (deformação de cisalhamento) como consequência
da variação de temperatura em materiais isotrópicos.
Com isso, pode-se utilizar as equações 5.7 a 5.9, reescritas a seguir, para calcular as
componentes normais do tensor deformação.
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑥𝑥 = 𝜎𝑥𝑥 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑥𝑥 (5.7)
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑦𝑦 = 𝜎𝑦𝑦 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑦𝑦 (5.8)
𝐸 𝐸
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(1 + 𝑣) 𝑣 0
𝜀𝑧𝑧 = 𝜎𝑧𝑧 − (𝜎𝑥𝑥 + 𝜎𝑦𝑦 + 𝜎𝑧𝑧 ) + 𝛼∆𝑇 + 𝜀𝑧𝑧 (5.9)
𝐸 𝐸
0
Substituindo os valores conhecidos e lembrando que neste caso 𝜀𝑥𝑥 = 0, vem que:
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑥𝑥 = 0 − (0 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑦𝑦 = 0 − (0 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
(1 + 𝑣) 𝑣
𝜀𝑧𝑧 = 0 − (0 + 0 + 0) + 𝛼∆𝑇
𝐸 𝐸
Com isso os tensores tensão e deformação no ponto A podem ser expressos como:
0 0 0
[𝜎] = (0 0 0)
0 0 0
𝛼∆𝑇 0 0 1 0 0
[𝜀] = ( 0 𝛼∆𝑇 0 ) = 𝛼∆𝑇 (0 1 0)
0 0 𝛼∆𝑇 0 0 1
Determine:
i) Tensor deformação;
ii) Componentes principais de deformação
iii) Componentes principais de tensão; e
iv) Máxima componente de cisalhamento do tensor
tensão.
Como hipótese inicial, considere estado plano de deformação, ou seja, 𝜀𝑧𝑧 = 𝜀𝑥𝑧 =
𝜀𝑦𝑧 = 0 e que o material seja aço (E = 200 GPa; 𝑣 = 0,3).
Para se obter a componente 𝜀𝑥𝑦 do tensor deformação, pode-se utilizar a equação 5.8,
para rosetas retangulares.
2𝜀𝐵 − 𝜀𝐴 − 𝜀𝐶
𝜀𝑥𝑦 = (5.8)
2
200 150 0
[𝜀] = (150 −300 0) 𝑥10−6
0 0 0
𝜀𝐼 = 241,55 x 10−6
𝐸𝜀1 𝑣𝐸
𝜎1 = + (𝜀 + 𝜀2 + 𝜀3 )
(1 + 𝑣) (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣) 1
241,55 0,3
𝜎1 = 200𝑥109 [ + (241,55 + 0 − 341,55)] 𝑥10−6
(1 + 0,3) (1 + 0,3)(1 − 0,6)
𝜎1 = 25,62𝑀𝑃𝑎
𝐸𝜀2 𝑣𝐸
𝜎2 = + (𝜀 + 𝜀2 + 𝜀3 )
(1 + 𝑣) (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣) 1
0 0,3
𝜎2 = 200𝑥109 [ + (241,55 + 0 − 341,55)] 𝑥10−6
(1 + 0,3) (1 + 0,3)(1 − 0,6)
𝜎2 = −11,54𝑀𝑃𝑎
𝐸𝜀3 𝑣𝐸
𝜎3 = + (𝜀 + 𝜀2 + 𝜀3 )
(1 + 𝑣) (1 + 𝑣)(1 − 2𝑣) 1
−341,55 0,3
𝜎3 = 200𝑥109 [ + (241,55 + 0 − 341,55)] 𝑥10−6
(1 + 0,3) (1 + 0,3)(1 − 0,6)
𝜎3 = −64,08 𝑀𝑃𝑎
𝜎1 − 𝜎3
𝜏𝑚𝑎𝑥 =
2
Ou seja,
25,62 − (−64,08)
𝜏𝑚𝑎𝑥 = = 44,85 𝑀𝑃𝑎
2
6.1 - Barras:
P
N
𝑁 = ∫ 𝜎𝑥𝑥 𝑑𝐴
𝐴
alinhado com o eixo da barra. No caso da barra de treliça, 𝜎𝑥𝑥 é a única componente
do tensor tensão que atua, uniformemente, em todos os pontos da seção transversal.
Portanto, como 𝜎𝑥𝑥 é constante em todos os pontos da seção transversal,
𝑁 = 𝜎𝑥𝑥 ∫ 𝑑𝐴 = 𝜎𝑥𝑥 𝐴
𝐴
Ou,
𝜎𝑥𝑥 = 𝑁/𝐴
𝜎𝑥𝑥 0 0 𝑁/𝐴 0 0
[𝜎] = ( 0 0 0) = ( 0 0 0)
0 0 0 0 0 0
T T
Figura 6.2: Barra de Torção
𝑇 = ∫ 𝜎𝑥𝜃 𝑟 𝑑𝐴
𝐴
0 𝜎𝑥𝜃 0
[𝜎] = (𝜎𝜃𝑥 0 0)
0 0 0
𝑀𝑦 = ∫ 𝜎𝑥𝑥 𝑧 𝑑𝐴
𝐴
𝑉𝑧 = ∫ 𝜎𝑥𝑧 𝑑𝐴
𝐴
Onde, 𝜎𝑥𝑥 é a componente normal na direção de x do tensor tensão que atua, de forma
linear, na seção transversal da barra, A, sendo zero no centro e máximo das
extremidades dessa seção transversal. No caso da viga, estão presentes a
componente normal do tensor tensão 𝜎𝑥𝑥 e a componente de cisalhamento 𝜎𝑥𝑧 .
Portanto,
𝜎𝑥𝑥 0 𝜎𝑥𝑧
[𝜎] = ( 0 0 0 )
𝜎𝑧𝑥 0 0
O componente estrutural do pórtico plano nada mais é do que uma combinação dos
esforços de vigas e treliças. Esta combinação quer dizer que existem,
simultaneamente, momento de flexão, esforço cortante e esforço normal. Um exemplo
deste tipo de estrutura está ilustrado na Figura 6.4 a seguir:
M M
N N
V V
M M
T T
V V
V1
M1
T M2
N V2
6.2 - Membrana
σ YY
σXY
σxx
6.3 - Placa
V
V
M
M
Figura 6.8: Placa
6.4 - Casca
Em geral é necessário conhecer o sentido de atuação dos esforços e, para isso, devem
ser adotadas convenções de sentidos positivos e negativos para estes esforços, como
um meio de padronizar os mesmos. A convenção adotada neste texto é conforme o
enunciado a seguir.
ELEMENTO DX DA BARRA
Nesta seção sessão serão listados os cinco passos que sempre devem ser seguidos
para a obtenção dos diagramas de esforços.
Neste passo deve-se calcular as reações de apoio da estrutura por meio das equações
de equilíbrio de corpos livres, gerados quando os apoios são substituídos por forças
que representam as reações nos apoios2.
As expressões analíticas serão alteradas caso ocorra uma das três situações a seguir.
Para cada um dos corpos livres, obtidos no item 3, deve-se expressar as equações
de equilíbrio nas direções dos esforços e na posição da seção de corte.
Nesta etapa é muito importante lembrar que os diagramas não são gráficos, devem
ser sempre traçados na própria estrutura e, por convenção de sinal dos esforços
solicitantes, os positivo são representados para baixo.
2
Esta etapa não é necessária para sistemas estruturais em que se pode extrair um corpo livre sem que
as reações de apoio atuem diretamente no mesmo.
Exemplo 1:
Para tornar o procedimento de obtenção dos esforços solicitantes mais claros, observe
o exemplo da viga em balanço indicada na figura a seguir:
q0
l/2 l/2
Z
Pode-se observar que neste caso não é necessário calcular as reações de apoio
porque todas as forças externas, da direita para a esquerda, são conhecidas.
2° Identificação de trechos:
Para este problema pode-se observar que serão necessários dois trechos devido à
presença da carga concentrada P. Os trechos serão compostos pelos segmentos
compreendidos antes e após a carga P.
Trecho 1: (𝑙 /2 ≥ s1 ≥ 0)
q0
Ms1 Vs1
s1
Figura E-7.1.2: Corpo livre representativo do trecho 1
Trecho 2: 𝑙 ≥ s2 ≥ 𝑙 /2 (Obs: Neste caso, s1 e s2 estão com o mesmo ponto inicial de referência)
q0
Ms2 Vs2
s2
Figura E-7.1.3: Corpo livre representativo do trecho 2
Trecho 1 (𝑙 /2 ≥ s1 ≥ 0):
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑠1) − 𝑞0 𝑠1 = 0
𝑉(𝑠1 ) = + 𝑞0 𝑠1
Trecho 2 (𝑙 ≥ s2 ≥ 𝑙 /2):
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑠2) − 𝑞0 𝑠2 − 𝑃 = 0
𝑉(𝑠2) = + 𝑞0 𝑠2 + 𝑃
𝑠2 𝑙
𝑀(𝑠2 ) + 𝑞0 𝑠2 + 𝑃 (𝑠2 − ) = 0
2 2
𝑠2 2 𝑙
𝑀(𝑠2) = − 𝑞0 − 𝑃 (𝑠2 − )
2 2
q0𝑙 -P
q0𝑙 /2
P
𝑞0 𝑙 2
8
𝑞0 𝑙 2 𝑙
−𝑃
2 2
Exemplo 2:
Considere a estrutura a seguir constituída por uma barra inclinada de 60°, em relação
à horizontal, submetida a um carregamento uniformemente distribuído (q 0) na vertical.
Faça os diagramas de esforços solicitantes que atuam nesta estrutura.
q0
60°
Esta estrutura assim como a do exemplo anterior não requer esta etapa, já que é
possível extrair corpos livres em que as reações de apoio não estão diretamente
presentes nas equações de equilíbrio desses corpos livres.
2° Identificação de trechos:
Como o número de corpos livres a serem considerados deve ser o mesmo número de
trechos identificados no item 2, haverá somente um corpo livre para análise. Esse
corpo livre está representado a seguir.
q0 cos(60°) q0 sen(60°)
s
V
N
∑𝑁 = 0
𝑁(𝑆) + 𝑠 𝑞0 sen(60°) = 0
𝑁(𝑆) = −𝑠 𝑞0 𝑠𝑒𝑛(60°)
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆) − 𝑠 𝑞0 cos(60°) = 0
𝑉(𝑆) = 𝑠 𝑞0 𝑐𝑜𝑠(60°)
∑ 𝑀𝑠 = 0
𝑠
𝑀(𝑠) + 𝑞0 cos(60°) 𝑠 =0
2
𝑠2
𝑀(𝑠) = −𝑞0 𝑐𝑜𝑠(60°)
2
𝑞0 𝑙 sen(60)
𝑞0 𝑙 cos(60°)
𝑙2
𝑞0 cos(60°)
2
Exemplo 3:
10kN
A B
3m 9m
Como nesse exemplo não é possível obter um corpo livre em que não estejam
presentes as reações de apoio, deve-se calcular as mesmas por meio das equações
de equilíbrio.
10kN
RAH
RAV RBV
3m 9m
∑ 𝑀𝐴 = 0
12𝑅𝐵𝑉 − 10.000 ∗ 3 = 0
𝑅𝐵𝑉 = 2.500𝑁
∑ 𝐹𝑉 = 0
𝑅𝐴𝑉 = 7.500𝑁
∑ 𝐹𝐻 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
2° Identificação de trechos:
Trecho 1: (9 m ≥ s1 ≥ 0)
s1
Ms1 Vs1
RBV
Trecho 2: (12 m ≥ s2 ≥ 9 m)
Ms2 Vs2
RBV
S2
Trecho 1: (9m ≥ s1 ≥ 0)
∑ 𝑉𝑠1 = 0
𝑉(𝑆1) + 𝑅𝐵𝑉 = 0
𝑉(𝑆1) = −𝑅𝐵𝑉
𝑉(𝑆1 ) = −2.500𝑁
∑ 𝑀𝑠1 = 0
𝑀(𝑆1) − 𝑅𝐵𝑉 𝑠1 = 0
𝑀(𝑆1) = 𝑅𝐵𝑉 𝑠1
𝑀(𝑆1) = 2.500 𝑠1 𝑁. 𝑚
∑ 𝑉𝑠2 = 0
𝑉(𝑆2 ) + 𝑅𝐵𝑉 − 𝑃 = 0
𝑉(𝑆2 ) = 𝑃 − 𝑅𝐵𝑉
𝑉(𝑆2) = 7.500𝑁
∑ 𝑀𝑠2 = 0
2.500N
7.500N
22.500Nm
q(X)
x
dx
Figura 7.2: Viga para com carregamento genérico q(x) e elemento diferencial dx
q(X)
M A V+dV M+dM
V
dx
∑𝑉 = 0
𝑉 − (𝑉 + 𝑑𝑉) − 𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 = 0
−𝑑𝑉 − 𝑞(𝑥) 𝑑𝑥 = 0
Ou,
𝑑𝑉
= −𝑞(𝑥)
𝑑𝑥
∑ 𝑀𝐴 = 0
𝑑𝑀 − 𝑉𝑑𝑥 = 0
Ou,
𝑑𝑀
=𝑉
𝑑𝑥
Essas expressões diferenciais relacionam o carregamento 𝑞(𝑥) com o esforço
cortante 𝑉, assim como o esforço cortante 𝑉 com o momento de flexão 𝑀 . Estas
relações podem ser utilizadas para auxiliar na confecção dos diagramas de esforços
solicitantes, já que, por meio destas relações é possível obter algumas conclusões
importantes, de que a função que descreve o esforço cortante é sempre um grau
superior ao da função do carregamento, bem como que a função que descreve o
momento é um grau superior ao da função que descreve o esforço cortante.
Fica como exercício proposto ao leitor testar as relações deduzidas nesta seção para
os exemplos resolvidos anteriormente e nos exercícios resolvidos apresentados no
final do capítulo. A verificação destas relações pode auxiliar na detecção de possíveis
erros.
Exemplo 2:
2° Identificação de trechos:
Para a estrutura da Figura serão necessários dois trechos devido à presença de uma
mudança brusca de direção no eixo da barra.
Trecho 1: (0 ≤ s1 ≤ a)
Trecho 2: (0 ≤ s2 ≤ b)
Copyright © 2021, Marco Antônio M Vecci. Todos os direitos reservados.
Notas de aula de Introdução a Mecânica dos Sólidos. (Versão 00) Pag. 125 / 170
Prof. Marco Antônio M Vecci – DEES – Escola de Engenharia - UFMG 2021
Trecho 1: (0 ≤ s1 ≤ a)
∑ 𝐹𝑉 = 0
𝑉(𝑠1) − 𝑃 = 0
𝑉(𝑠1) = 𝑃
∑ 𝑀𝑓 = 0
𝑀𝑓(𝑠1) + 𝑃 𝑠1 = 0
𝑀𝑓(𝑠1) = − 𝑃 𝑠1
Trecho 2: (0 ≤ s2 ≤ b)
∑ 𝐹𝑉 = 0
𝑉(𝑆2) − 𝑃 = 0
𝑉(𝑆2) = 𝑃
∑ 𝑀𝑓 = 0
𝑀𝑓(𝑠2) + 𝑃 𝑠2 = 0
𝑀𝑓(𝑠2) = −𝑃 𝑠2
∑ 𝑀𝑇 = 0
𝑀𝑇(𝑠2) − 𝑃 𝑎 = 0
𝑀𝑇(𝑠2) = 𝑃 𝑎
5º Diagramas de esforços:
Exemplo 3:
Deve-se observar, também, que neste problema existirão esforços de flexão, torção e
cortante.
2° Identificação de trechos:
Trecho 1: (0 ≤ θ ≤ π/2)
Trecho 1: 0 ≤ θ ≤ π/2
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∑ 𝐹𝑉 = 0
𝑉(𝜃) − 𝑃 = 0
𝑉(𝜃) = 𝑃
∑ 𝑀𝑓 = 0
∑ 𝑀𝑡 = 0
Exercícios Resolvidos:
Exercício 7.1
Para a viga curva da Figura a seguir, sujeita a um momento (MA) aplicado em sua
extremidade livre, determine os diagramas de esforços solicitantes:
MA
Para esta estrutura não é necessário o cálculo de reações de apoio, já que, pelo fato
de a mesma estar em balanço é possível obter os corpos livres sem a presença das
reações de apoio atuando nas mesmas.
2° Identificação de trechos:
Trecho 1:
MT
MF
R
Ɵ
Z
MA
Trecho 1:
Neste caso, como não há força atuando sobre o sistema, não haverá esforço cortante
e os esforços serão apenas momento de flexão e torção. Para obter estes esforços
basta decompor o vetor momento MA nas direções dos esforços e fazer equilíbrio
nessas direções. A decomposição do vetor MA está indicada na Figura a seguir, em
que R e Ɵ são as direções de MF e MT, respectivamente.
Ɵ
R
MA
∑ 𝑀𝐹 = 0
𝑀𝐹(𝜃) + 𝑀𝐴 cos(𝜃) = 0
𝑀𝐹(𝜃) = − 𝑀𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
∑ 𝑀𝑇 = 0
𝑀𝑇(𝜃) − 𝑀𝐴 sen(𝜃) = 0
𝑀𝑇(𝜃) = 𝑀𝐴 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
MA
MA
Figura 7.1.4: Diagrama de Momento de Flexão Figura 7.1.5: Diagrama de Momento de Torção
Exercício 7.2:
15kN/m
A B
Z
3m
Para este cálculo deve-se inicialmente fazer o diagrama de corpo livre substituindo os
apoios pelas reações de apoio como indicado a seguir.
15kN/m
X
RAH
RAV RBV
Z
3m
Figura 7.2.2: Exercício 2 - Corpo livre com a representação das reações de apoio
𝑘𝑁
15 𝑚 ∗ 3𝑚
𝑄=
2
𝑄 = 22,5𝑘𝑁
∑ 𝐹𝐻 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
∑ 𝐹𝑉 = 0
Para fazer o equilíbrio dos momentos, a carga distribuída será representada pela sua
resultante aplicada no centroide do triângulo de carga, o qual se encontra distante de
1/3 do apoio B, ou seja, a força resultante de 22,5kN atua na coordenada x=2m.
∑ 𝑀𝐴 = 0
3𝑅𝐵𝑉 − 22,5 ∗ 2 = 0
𝑅𝐵𝑉 = 15𝑘𝑁
𝑅𝐴𝑉 = 7,5𝑘𝑁
2° Identificação de trechos:
Como ao longo de toda a barra o carregamento não muda de formato e não há apoio
intermediário ou mudança brusca de direção do eixo da barra, será necessário
somente um trecho.
Trecho 1:
q(s)
V(s) M(s)
7,5kN
Para fazer o equilíbrio de corpo livre é necessário, primeiramente, obter a função que
descreve o carregamento na coordenada s. Como o valor do carregamento q(s) é
15kN/m em s=3m e zero em s=0, o carregamento triangular pode ser expresso por
uma reta, q(s) = as + b, em que a=5 e b=0, ou seja:
𝑞(𝑆) = 5𝑠
∑𝑉 = 0
𝑞(𝑆) 𝑠
𝑉(𝑆) − 7,5 + =0
2
5𝑠 2
𝑉(𝑆) = 7,5 −
2
Fazendo equilíbrio de momentos em torno de um eixo perpendicular ao plano da
Figura que passa pelo centroide da seção transversal da barra na posição “s”, tem-se:
∑𝑀 = 0
𝑞(𝑆) 𝑠 𝑠
𝑀(𝑆) − 7,5𝑠 + =0
2 3
5𝑠 3
𝑀(𝑆) = 7,5𝑠 −
6
Exercício 7.3:
∑ 𝐹𝑋 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
∑ 𝐹𝑍 = 0
𝑅𝐴𝑉 + 𝑅𝐵𝑉 − 10 − 5 ∗ 3 = 0
𝑅𝐴𝑉 + 𝑅𝐵𝑉 = 25
∑ 𝑀𝐴 = 0
10 ∗ 1 + 𝑅𝐵𝑉 ∗ 6 − 5 ∗ 3 ∗ 4,5 = 0
𝑅𝐵𝑉 = 9,58𝑘𝑁
𝑅𝐴𝑉 = 15,42𝑘𝑁
2° Identificação de trechos:
1. 0 ≤ x ≤ 1m
2. 1 ≤ x ≤ 4m
3. 4 ≤ x ≤ 7m
4. 7 ≤ x ≤ 8m
Trecho 1:
Trecho 2:
Trecho 3:
Trecho 4:
Trecho 1:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆1) + 10 = 0
𝑉(𝑆1) = −10𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
𝑀(𝑆1) + 10 𝑠1 = 0
Trecho 2:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆2) + 10 − 15,42 = 0
𝑉(𝑆2) = 5,42𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Trecho 3:
∑𝑉 = 0
∑𝑀 = 0
(𝑆3 − 4)
𝑀(𝑆3) + 10𝑆3 − 15,42 ∗ (𝑆3 − 1) + 5 ∗ (𝑆3 − 4) ∗ =0
2
𝑀(𝑆3) = −2,5𝑆32 + 25,42𝑆3 − 55,42
Trecho 4:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆4) = 0
∑𝑀 = 0
𝑀(𝑆4) = 0
Exercício 7.4:
Para a viga abaixo sujeita a uma força pontual de 20kN em X=2m e a um momento
concentrado em X=6m encontre os diagramas de esforços solicitantes:
∑ 𝐹𝑋 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
∑ 𝐹𝑍 = 0
𝑅𝐴𝑉 + 𝑅𝐵𝑉 − 20 = 0
𝑅𝐴𝑉 + 𝑅𝐵𝑉 = 20
∑ 𝑀𝐵 = 0
10 ∗ 𝑅𝐴𝑉 − 20 ∗ 8 − 15 = 0
𝑅𝐴𝑉 = 17,5𝑘𝑁
𝑅𝐵𝑉 = 2,5𝑘𝑁
2° Identificação de trechos:
1. 0 ≤ x ≤ 2m
2. 2 ≤ x ≤ 6m
3. 6 ≤ x ≤ 10m
Trecho 1:
Trecho 2:
Trecho 3:
Trecho 1:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆1) − 17,5 = 0
𝑉(𝑆1) = 17,5𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
𝑀(𝑆1) − 17,5 ∗ 𝑆1 = 0
Trecho 2:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆2) − 17,5 + 20 = 0
𝑉(𝑆2) = −2,5𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Trecho 3:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆3) − 17,5 + 20 = 0
𝑉(𝑆3) = −2,5𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Exercício 7.5:
Para a solução deste problema é possível proceder tratando o trapézio como uma
carga triangular acrescida de uma carga uniformemente distribuída. Ao adotar esta
estratégia a força resultante da carga uniformemente distribuída vai atuar no centro da
viga e a resultante do triângulo vai atuar em X=10/3m. Adotada esta estratégia de
solução pode-se passar para as 5 etapas de solução do problema:
∑ 𝐹𝑋 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
∑ 𝐹𝑍 = 0
𝑅𝐴𝑉 + 𝑅𝐵𝑉 − 25 − 25 = 0
∑ 𝑀𝐵 = 0
5
−𝑅𝐴𝑉 ∗ 5 + 25 ∗ 2,5 + 25 ∗ =0
3
𝑅𝐴𝑉 = 20,83𝑘𝑁
𝑅𝐵𝑉 = 29,17𝑘𝑁
2° Identificação de trechos:
Antes de fazer o equilíbrio de corpo livre é necessário obter a equação que rege q(S1),
assim como foi feito para a carga triangular no exercício 2. Como q(S1) é regido pela
equação de uma reta e sabemos que essa reta parte de zero e em S1=5m ela vale
10kN/m podemos partir da equação da reta (y=ax+b) e concluir que q(S1)=2*S1. Feito
isso podemos aplicar as equações de equilíbrio para o corpo livre:
∑𝑉 = 0
𝑆1
𝑉(𝑆1) − 20,83 + 5𝑆1 + 2𝑆1 ∗ =0
2
𝑉(𝑆1) = 20,83 − 5𝑆1 − 𝑆12
∑𝑀 = 0
𝑆1 𝑆1 𝑆1
𝑀(𝑆1) − 20,83𝑆1 + 5𝑆1 + 2𝑆1 =0
2 2 3
𝑆1 2 𝑆1 3
𝑀(𝑆1) = 20,83𝑆1 − 5 −
2 3
Exercício 7.6:
Como a estrutura está em balanço não é necessário o cálculo das reações de apoio
para obtenção dos esforços solicitantes.
2° Identificação de trechos:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝜃) − 𝑃 sin(𝜃) = 0
𝑉(𝜃) = 𝑃 𝑠𝑖𝑛(𝜃) Figura 25: Decomposição de vetores
∑𝑁 = 0
𝑁(𝜃) − 𝑃 cos(𝜃) = 0
𝑁(𝜃) = 𝑃 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
Para aplicar o somatório de momentos deve-se antes fazer uma análise da influência
da carga “P” na equação do momento de flexão. Observando o diagrama de corpo
livre é fácil notar que o vetor que representa a carga “P” está totalmente contido no
plano formado por “Mt” e “Mf1”, com isso conclui-se que a carga “P” vai influenciar
somente o momento “Mf2”, com um braço de alavanca de “R(1-cos(Ɵ))”.
Como o momento aplicado “Ma” faz sempre 90° com “Mf2” ele não interfere na equação
de equilíbrio de momento na direção de “Mf2”.
Portanto, somente a carga P contribui com
momento na direção de “Mf2”.
∑ 𝑀𝑓2 = 0
∑ 𝑀𝑇 = 0
𝑀𝑇 − 𝑀𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝜃) = 0
𝑀𝑇 = 𝑀𝑎 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
∑ 𝑀𝑓1 = 0
𝑀𝑓1 − 𝑀𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃) = 0
𝑀𝑓1 = 𝑀𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
Exercício 7.7:
A estrutura apresentada abaixo se consiste de uma viga com uma rótula e três apoios,
determine os diagramas de esforços solicitantes para a mesma.
Para a solução deste problema é importante reforçar que o que faz com que esta
estrutura seja isostática é a presença da rótula, já que existem 4 reações a ser
determinadas. A rótula insere mais uma equação no sistema, pois a mesma não
transmite momento e consequentemente o m0mento de flexão na rótula deve
necessariamente ser igual a zero e esta é a quarta equação necessária para a solução
do sistema.
∑ 𝐹𝑋 = 0
𝑅𝐴𝐻 = 0
∑ 𝐹𝑍 = 0
∑ 𝑀𝐶𝐸 = 0
6𝑅𝐴𝑉 + 2𝑅𝐵𝑉 − 20 ∗ 4 = 0
∑ 𝑀𝐶𝐷 = 0
2𝑅𝐷𝑉 − 5 = 0
2𝑅𝐷𝑉 = 5 (𝐼𝐼)
1 1 1 𝑅𝐴𝑉 25
(6 𝑅
2 0) ( 𝐵𝑉 ) = (80)
0 0 2 𝑅𝐷𝑉 5
𝑅𝐴𝑉 = 8,75𝑘𝑁
𝑅𝐵𝑉 = 13,75𝑘𝑁
𝑅𝐷𝑉 = 2,5𝑘𝑁
2° Identificação de trechos:
Para esta estrutura devido às mudanças de carregamento, apoios e rótula vão ser
necessários 5 trechos definidos pelas coordenadas abaixo:
Trecho 1: 0 ≤ x ≤ 2m
Trecho 2: 2 ≤ x ≤ 4m
Trecho 3: 4 ≤ x ≤ 6m
Trecho 4: 6 ≤ x ≤ 7m
Trecho 5: 7 ≤ x ≤ 8m
Trecho 1:
Trecho 2:
Trecho 3:
Trecho 4:
Trecho 5:
Trecho 1:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆1) − 8,75 = 0
𝑉(𝑆1) = 8,75𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
𝑀(𝑆1) − 8,75𝑆1 = 0
Trecho 2:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆2) − 8,75 + 20 = 0
𝑉(𝑆2) = −11,25𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Trecho 3:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆3) = −2,50𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Trecho 4:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆4) − 5 + 2,5 = 0
𝑉(𝑆4) = 2,50𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
Trecho 5:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆4) + 2,5 = 0
𝑉(𝑆4) = −2,50𝑘𝑁
∑𝑀 = 0
𝑀(𝑆4) − 2,5𝑆4 = 0
Exercício 7.8:
𝑇𝑜𝑀𝑡 = 𝑇𝑜 𝑐𝑜𝑠(𝜃)
𝑇𝑜𝑀𝑓 = 𝑇𝑜 𝑠𝑖𝑛(𝜃)
∑ 𝑀𝑀𝑓 = 0
𝜋
2𝑀𝑓 − ∫ 𝑇𝑜 sin(𝜃)𝑅𝑑𝜃 = 0
0
𝑇𝑜𝑅
𝑀𝑓 = [− cos(𝜃)]𝜋0
2
𝑀𝑓 = 𝑅𝑇𝑜
∑ 𝑀𝑀𝑡 = 0
𝜋
2𝑀𝑡 − ∫ 𝑇𝑜 cos(𝜃)𝑅𝑑𝜃 = 0
0
𝑇𝑜𝑅
𝑀𝑡 = [sen(𝜃)]𝜋0
2
𝑀𝑡 = 0
Exercício 7.9:
Como neste exercício é possível extrair um corpo Figura 39: Estrutura exercício 9
livre sem que o mesmo seja influenciado pelas
reações de apoio não é necessário calcular as
mesmas quando o intuito é traçar os diagramas
de esforços solicitantes.
2° Identificação de trechos:
Para este problema serão necessários dois trechos na barra vertical, um antes da
localização do centro geométrico da placa e o outro após este centro geométrico.
Trecho 1: 0≤X≤0,1m
Trecho 2: 0,1≤X≤2,1m
Trecho 1:
Trecho 2:
No trecho dois vamos aplicar a simplificação de que a carga distribuída pode ser
substituída por uma carga pontual no centro da placa, para isso é necessário obter o
valor desse carregamento multiplicando a pressão exercida pelo vento pela área da
placa:
Trecho 1:
Uma simples inspeção do Trecho 1 nos permite concluir que, como não há
carregamento no mesmo, todos os esforços solicitantes são iguais à zero.
Trecho 2:
∑ 𝑉1 = 0
𝑉1(𝑆2) − 14 = 0
𝑉1(𝑆2) = 14𝑁
∑ 𝑀𝑡 = 0
𝑀𝑡(𝑆2) − 14 ∗ 0,35 = 0
𝑀𝑡(𝑆2) = 4,9𝑁𝑚
∑ 𝑀𝑓2 = 0
Exercício 7.10:
2° Identificação de trechos:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝜃) − 𝑞0 𝑅𝜃 = 0
𝑉(𝜃) = 𝑞0 𝑅𝜃 (𝜃 𝑒𝑚 𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑜𝑠)
Este procedimento pode ser visto de forma mais clara se observarmos a Figura abaixo
em que o elemento diferencial é representado.
Como pode ser visto na figura acima o braço de alavanca que a força “qo” causa
momento de torção é igual a “R[1-cos(𝜃- ζ)]” e o braço de alavanca em que a mesma
força causa flexão é “Rsen(𝜃 - ζ)”. Feito isso basta contabilizar o efeito de cada
elemento diferencial no momento total integrando a o produto “força x braço” de
alavanca na coordenada ζ variando de 0 a Ɵ . Em que a força em cada elemento
diferencial vale “ 𝑞0 𝑅𝑑ζ ”
∑ 𝑀𝑓 = 0
Ɵ
𝑀𝑓(Ɵ) + ∫ [𝑅 sin(Ɵ − ζ)] 𝑞0 𝑅𝑑ζ = 0
0
𝑀𝑓(Ɵ) = −𝑅 2 𝑞0 [1 − 𝑐𝑜𝑠(𝜃)]
∑ 𝑀𝑡 = 0
Ɵ
𝑀𝑡(Ɵ) − ∫ 𝑅[1 − cos(Ɵ − ζ)] 𝑞0 𝑅𝑑ζ = 0
0
Exercício 7.11
q0
X
Y b
a
Z
Para este caso como a estrutura está em balanço não é necessário calcular as reações
de apoio quando a intenção é unicamente de se traçar os diagramas de esforços.
2° Identificação de trechos:
Trecho 1:
X
Y
Z M V
S1
Trecho 2:
S2
X
Y MT
M V
Z
Trecho 1:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆1) − 𝑞0 𝑆1 = 0
𝑉(𝑆1 ) = 𝑞0 𝑆1
∑𝑀 = 0
𝑆1
𝑀(𝑆1) − 𝑞0 𝑆1 =0
2
𝑆1 2
𝑀(𝑆1) = 𝑞0
2
Trecho 2:
∑𝑉 = 0
𝑉(𝑆2) − 𝑞0 𝑎 − 𝑞0 𝑆2 = 0
𝑉(𝑆2) = 𝑞0 (𝑎 + 𝑆2 )
∑𝑀 = 0
𝑆2
𝑀(𝑆2 ) + 𝑞0 𝑎𝑆2 + 𝑞0 𝑆2 =0
2
𝑆2
𝑀(𝑆2 ) = −𝑞0 𝑆2 (𝑎 + )
2
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Notas de aula de Introdução a Mecânica dos Sólidos. (Versão 00) Pag. 169 / 170
Prof. Marco Antônio M Vecci – DEES – Escola de Engenharia - UFMG 2021
Para o equilíbrio de momento de torção deve-se notar que o responsável por gera-lo
é o carregamento na barra de comprimento “a”, que pode ser substituído por uma
carga pontual equivalente no meio da barra para que possamos calcular o momento
gerado na barra de comprimento “b”. Como a resultante do carregamento atua no meio
da barra o braço de alavanca parra momento torçor será igual a b/2.
∑ 𝑀𝑇 = 0
𝑎
𝑀𝑇(𝑆2 ) − 𝑞0 𝑎 =0
2
𝑎2
𝑀𝑇(𝑆2 ) = 𝑞0
2
5° Fazer os diagramas de esforços:
q0a
q0(a+b)
𝑏
𝑞0 𝑏 (𝑎 + )
2
𝑎2
𝑞0
2
𝑎2
𝑞0
2