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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA E BIOMÉDICA

TRABALHO DE ELÉTRICA

BELÉM-PARÁ

2023
1. INTRODUÇÃO

Primeiramente, é vital introduzir conceitos iniciais no que diz respeito ao


aproveitamento e compreensão da disciplina como um todo. Nesse contexto, encontramos o
primeiro assunto a ser estudado o qual é “o equilíbrio de um corpo”. Portanto, em resumo, o
que se entende desse assunto é que o equilíbrio de um corpo requer tanto o equilíbrio de
forças, para evitar que o corpo sofra translação, como o equilíbrio de movimentos para evitar
a rotação do corpo. Assim, neste trabalho acadêmico, serão explorados os principais conceitos
e teorias da mecânica dos sólidos dados em sala de aula, bem como sua importância na
engenharia e na ciência dos materiais. Através de uma abordagem teórica e prática,
examinaremos como os sólidos respondem às forças e deformações, e como podemos analisar
e prever seu comportamento. Um dos principais tópicos a serem abordados é a análise de
tensões e deformações. Entender como as forças atuam sobre os sólidos e como eles se
deformam é crucial para garantir a segurança e a eficiência das estruturas. Exploraremos
conceitos como tensão, deformação e o cálculo do tensor de tensões, que nos permitem
quantificar e descrever o comportamento dos materiais sob diferentes condições. Além disso,
será examinada a análise de vigas e estruturas, que desempenha um papel fundamental na
engenharia civil e estrutural. Estudaremos como as vigas se comportam quando carregadas e
como podemos projetar estruturas que sejam capazes de suportar a forças aplicada
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1. EQUILÍBRIO DE FORÇAS E EQUILÍBRIOS DE MOMENTOS

De inicio, as condições de equilíbrio de forças são fundamentais na mecânica dos


sólidos para determinar se um corpo está em repouso ou em movimento. Elas são baseadas
nas leis da física, como a segunda lei de Newton, que estabelece que a força resultante
sobre um corpo seja igual à massa do corpo multiplicada pela sua aceleração.

Condição de equilíbrio translacional: Esta condição afirma que a soma vetorial de


todas as forças que atuam sobre um corpo deve ser igual a zero. Em outras palavras, a força
resultante sobre o corpo deve ser nula.

Condição de equilíbrio rotacional: Esta condição afirma que a soma vetorial de


todos os momentos (ou torques) em relação a um ponto de referência deve ser igual à zero.
Em outras palavras, o momento resultante em torno desse ponto deve ser nulo.
Essas condições de equilíbrio podem ser expressas matematicamente em duas
equações vetoriais:

⃗⃗

Escrevendo as equações através dos vetores F e M com relação ao sistema de coordenadas x-


y-z:

Em síntese, o que as equações querem dizer é que o somatório de todas as forças que
atuam sobre o corpo e o somatório de todos os momentos é igual a “0”.

2. Vínculo:

Ainda disertando sobre os assuntos que foram estudados em sala de aula, as noçoes
vínculos são pontos importantes para a compreensão de como os objetos interagem e se
comportam quando sujeitos a forças externas. Existem diferentes tipos de vínculos, cada
um com suas próprias características específicas. Alguns dos vínculos mais comuns em
estática são:
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Vínculo de Apoio Fixo: Este tipo de vínculo impede que o objeto se mova ou gire
em relação ao ponto de apoio. Ele fornece um suporte completo e não permite nenhum tipo
de movimento translacional ou rotacional.

Vínculo de Apoio Articulado: Um vínculo articulado permite que o objeto gire em


torno do ponto de apoio, mas impede qualquer movimento translacional. É como uma
dobradiça que permite apenas a rotação.

Vínculo de Apoio Deslizante: Um vínculo deslizante permite apenas o movimento


translacional em uma direção específica. Ele impede qualquer movimento perpendicular a
essa direção.

Vínculo de Apoio Livre: Um vínculo livre não impõe restrições de movimento. O


objeto pode se mover livremente em todas as direções translacionais e rotacionais.

Vínculo de Apoio Rolante: Um vínculo rolante permite apenas o movimento


translacional em uma direção específica, mas não impede o movimento rotacional.

Esses vínculos são fundamentais na análise de estruturas e sistemas em estática.


Eles determinam como as forças externas afetam o equilíbrio e o comportamento do objeto
ou sistema. Ao aplicar equações de equilíbrio de forças e momentos, os vínculos são
levados em consideração para determinar as reações nos apoios e as condições de equilíbrio
em uma variedade de situações, desde análise de vigas e estruturas.

3. DIAGRAMA DE CORPO LIVRE

Outro ponto pertinente é o estudo do “diagrama de corpo livre” para a análise de


componentes estruturais. Esse novo tópico se soma ao conceito de equilíbrio para facilitar a
visualização e o correto calcula das reações e determinação dos esforços atuantes. Desse
modo, desenha-se o componente a ser analisado da forma mais simples possível,
acompanhada apenas da representação dos esforços atuantes sobre a mesma somada com as
suas corretas posições e direções.
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Exemplo:

A estrutura é projetada para suportar uma carga de 30KN.A estrutura consiste de uma
barra com seção transversal retangular e uma barra com seção transversal circular, unidas por
pinos (momento igual a zero junções). Realize uma analise estática para determinar as forças
de reação nos apoios.

Figura 1

Etapas para solução:

1. DCL da estrutura completa e aplicação das equações de equilíbrio para a mesma.


2. DCL para uma das barras e aplicação das condições de equilíbrio.

Solução:
6

Figura 2

DCL1: A estrutura é separada dos apoios e as forças de reação são indicadas.

Condições para o equilíbrio estático:

( ) ( )( )

Utilizando o DCL da barra AB e aplicando as condições de equilíbrio:


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DCL2: Além da estrutura completa, cada componente (barra) deve satisfazer as condições de
equilíbrio estático.

Figura 3

( )

Substituindo a equação de equilíbrio na equação anterior, tem-se:

Portanto:

4. CARGAS DISTRIBUIDAS

Ainda dentro do contexto, é importante estudar o conceito de cargas distribuídas.


Seguindo esse raciocínio, caracterizar uma carga distribuída é visualizar uma curva
representando a carga “W” sustentada por unidade de comprimento (N/m) como a figura a
seguir mostra.
8

Figura 4

Vale lembrar que nos cálculos de reações, uma carga distribuída pode ser representada
por uma carga concentrada com intensidade igual À área sob a curva de carga e linha de ação
passando pelo centroide da área que representa a carga distribuída.

Exemplo :

Uma viga suporta a carga distribuída mostrada abaixo. Determinar a carga concentrada
equivalente e as reações de apoio.

Figura 5

Etapas para solução:

1. A intensidade da carga concentrada é igual à área da superfície sob a curva de carga


2. A linha de ação da carga concentrada passa pelo centroide da superfície sob a curva
3. Determinar as reações de apoio somando os momentos em relação às extremidades da
viga.
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Figura 6

5. DIAGRAMA DE ESFORÇOS

É importante se pensar ainda no que diz respeito à temática do “diagrama de


esforços”, esse tópico é vital para melhor visualização da problemática. Desse modo, definir
conceitos se faz pertinente sob a ótica da aprendizagem.
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Figura 7

O primeiro conceito se apresenta como “força normal”(N), essa força atua


perpendicularmente a área da seção transversal. Sua linha de ação atua na direção do
componente no sentido de tracioná-lo ou comprimi-lo.

Figura 8

Ainda surge a “força de cisalhamento” (v), ela atua tangencialmente à seção de


interesse, ela ocorre quando forças externas tendem a provocar o deslizamento entre as duas
partes do componente.

Figura 9
11

Figura 10

Não menos importante, o “torque” é uma definição que ocorre quando as cargas
externas tendem a torcer uma parte do componente em relação à outra.

Figura 11

Por fim, temos o “momento fletor”, esse por sua vez ocorre quando as cargas externas
tendem a fletir o componente em relação ao eixo localizado no plano da área.

Figura 12
12

Figura 13

Assim, após a aplicação do “diagrama de corpo livre” e a determinação das reações


atuantes no componente, devem ser determinados os esforços atuantes ao longo de toda sua
extensão, de modo que se determine a sua seção critica. Para isso, é sempre recomendável que
sejam plotados os diagramas de todos os esforços atuantes ao longo do componente que se
quer analisar. Nesse contexto, surge um novo método para a evolução da aprendizagem do
conteúdo o qual se chama “método do seccionamento”.

Para utilizar o “método do seccionamento” é necessário utilizar algumas convenções


.Nessa lógica, surge a convenção para o “ esforço normal” (N), esse por sua fez é positivo
quando atuas no sentido de tracionar o componente e negativo quando comprimir.

Já para o “esforço cortante “(V) , quando o seccionamento é feito da esquerda para a


direita,convenciona-se que o sentido positivo do esforço cortante interno no trecho é para
baixo. Se o seccionamento for da direita para a esquerda, convenciona se que o sentido
positivo é para cima.

Outra convenção é para o “momento fletor”(M), quando o seccionamento é feito da


esquerda para a direita, convenciona-se que o sentido positivo do momento interno no trecho
é o anti horário. Se o seccionamento for da direita para a esquerda, convenciona-se que o
sentido positivo é horário.

Por ultimo, apresenta-se a convenção do torque , para a qual a determinação dos


torques internos ao longo dos eixos analisados usa-se a regra da mão direita.
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Figura 14

Exemplo

Traçar os diagramas de esforços para a viga AB de comprimento L e submetida a uma


força concentra no centro (C).

Trecho AC

( )

( )

( )
14

( )

( )

Trecho CB

( )

( )

( ) ( )

( ) ( )

Até o seguinte momento, foi feito uma breve revisão sobre estática a fim de dar
suporte a evolução da disciplina. Isso ocorre já que a compreensão da analise estática nas
estruturas e componentes são indispensáveis para uma analise de projeto ou de uma estrutura
em serviço. Porém, vale ressaltar, que essa avalição não é o suficiente para dizer se uma
estrutura suportará, ou não, as cargas atuantes com segurança.
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Figura 15

Um exemplo, a barra vai ou não falhar sob a carga “P”? Isso depende não somente da
valor da carga, mas da área da seção da barra e do material qual é constituída.

Por esse momento, surge um novo conceito chamado de “tensão”. A sua definição se
mostra como força por unidade de área e é representado pela letra grega sigma, quando for
normal a seção.

Figura 16
16

Unidade:

[ ]
[ ] ( )
[ ]

6. CALCULOS DAS TENSÕES

Agora, diante do que já foi exposto, é importante entender como calcular tensões
devido a determinados esforços. Nesse sentido, primeiramente será trabalhado a “carga axial”
e por consequência a “tensão normal”.

De inicio, em um contexto de Carga axial, a resultante das forças internas para uma
barra axialmente carregada é normal a uma seção de corte perpendicular ao eixo da barra.

Já a tensão normal em um determinado ponto pode não ser igual à tensão media, mas a
resultante da distribuição das tensões devem satisfazer:
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Figura 17

∫ ∫

é a tensão normal média em qualquer ponto da área da seção transversal.

P é a resultante das forças normais internas aplicadas no centroide da seção transversal.

A é a área da seção transversal.

Na pratica, será considerado que a distribuição das tensões normais em uma barra
carregada exialmente é uniforme, exceto nas secções muito próximas da aplicação das cargas.
O “razoavelmente distante vai depender da natura da carga, da intensidade dessa carga e da
seção transversal.
18

Ainda dentro da temática, a “ tensão de cisalhamento” se apresenta. Ao imaginar


forças P e P aplicadas à barra AB, não mais axialmente, forças internas se mostram presentes
agindo no plano de seção transversal C e chamando-se de forças de cisalhamento. Vale
mencionar, que a resultante da distribuição da força de cisalhamento interna é definida no
corte da seção e é igual a carga P(força cortante). Por enquanto, essa formula só vai servir
para elementos de conexão (pinos, parafusos). A tensão média de cisalhamento
correspondente é:

Figura 18

Um ponto importante, a distribuição dessa tensão varia de zero na superfície da barra


até um valor máximo.
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Casos de cisalhamento

Figura 19

Exemplo:

Junta sobreposta simples (ruptura por cisalhamento)

Para fechar conceitos, temos ainda a “tensão de esmagamento” quando considerar


elementos de ligação. Esses elementos criam tensões ao longo da superfície de esmagamento
nos elementos aos quais eles se conectam. Assim, a resultante da distribuição de força na
superfície é igual e oposta à força exercida sobre o pino. Assim, a tensão de esmagamento é
dada por:
20

Figura 20

Exemplo

Figura 21
21

Determinar as tensões nas barras e conexões da estrutura mostrada.

A partir de uma analise estática:

( )

( )

Deve-se considerar a máxima tensão normal em AB e BC, e as tensões de


cisalhamento e de esmagamento em cada conexão.

A barra está com uma tensão normal devido uma força axial de 50kN (tração).

Figura 22

No centro da barra, a tensão normal média na seção transversal circular (


Nas extremidades achatadas da barra, a menor área transversal é:

( )( )
22

A barra AB é comprimida com uma força axial de 40kN.Sendo a área da seção


transversal ,tensão normal média de .

Agora em termos da Tensão Cisalhante nas conexões.

A área da seção transversal de pinos em A,B e C.

Figura 23

( )

A força no pino em C é igual à força exercida pela barra BC, o valor médio da tensão
de cisalhamento no pino em C é:

( )
23

O pino em A está em cisalhamento duplo, portanto a força atuante na barra AB é


distribuída em duas áreas:

Dividindo o pino B em 5 partes para determinar a seção com a maior força cortante.

Figura 24

( )

A tensão de cisalhamento média correspondente é:


24

Para determinar a tensão de esmagamento nominal em A na barra AB, temos


e .

Figura 25

( )( )

Para determinar a tensão de esmagamento no apoio em A, temos ( ) e


.

( )( )

Ainda falando sobre estruturas ou componentes estruturais carregados apenas


axialmente, será apresentado um novo conceito que se soma aos outros que é a “tensão em um
plano Obliquo”.
25

Imagine a seguinte situação, passe uma seção através de uma barra de modo a formar
um ângulo com o plano normal.

Das condições de equilíbrio as forças distribuídas sobre o plano devem ser


equivalentes a força .

Ao decompor em componentes normais e tangenciais a seção obliqua.

Figura 26

As tensões normais e de cisalhamento média sobre o plano inclinado são:


26

A tensão máxima normal ocorre quando o plano de referencia é perpendicular ao eixo


da barra ( ).

Figura 27

A tensão máxima de cisalhamento ocorre para uma inclinação de + ou -45 graus com
relação ao eixo da barra.
27

O detalhe é que o ângulo vai ser positivo quando for necessário girar no sentido anti-
horário, com relação ao eixo de referencia, para assim chegar ao plano escolhido. No caso, vai
ser negativo quando girar no sentido horário.

7. FATOR DE SEGURNÇA

Agora, entrando em um novo conceito, será importante abordar o “fator de


segurança”. Diante dessa temática, os elementos estruturais de máquinas devem ser
concebidos de tal maneira que as tensões de trabalho (solicitações) sejam menores do que a
resistência considerada do material (resistência). Ou seja, o fator de segurança é uma
combinação entre o que se pode ter como tensão atuando num componente estrutura e o que
se pode ter como tensão de trabalho. Por meio dessa ideia se a presenta a formula:

Alguns aspectos devem ser considerados dentro de uma perspectiva de fator de


segurança. Alguns itens são

 Incerteza nas propriedades do material


 Incerteza de cargas
 Incerteza das analises
 Numero de ciclos de carga
 Tipos de falha
 Requisitos de manutenção e os efeitos de deterioração
 Importância do componente para a integridade de toda estrutura
 Influencia sobre a função da maquina
 Risco a vida e a propriedade
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Exemplo:

Figura 28

Duas barras cilíndricas AB e BC são soldadas uma à outra em B e submetidas ao


carregamento. Determine a intensidade da força P para qual a tensão normal de tração da
barra AB é duas vezes a intensidade da tensão de compressão na barra BC.

Resolução:

Figura 29
29

Trecho AB

Figura 30

( )

Trecho BC
30

( )
( )

Portanto

( )
( )
( )
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CONCLUSÃO

Portanto, o seguinte trabalho tenta demonstrar por meio de exemplos, exercícios e


definições de conceitos o que foi aprendido no decorrer das aulas. É possível notar, que ouve
uma busca em desenvolver a ideia do que foi aprendido até o momento na disciplina, nesse
sentido se verificou a importância de equações que possam descrever os comportamentos de
estruturas e, além disso, ver também os fatores de seguranças trabalhando num componente
estrutura.

REFERENCIAS:

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