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Estruturas Indeterminadas

Há casos, em que as equações de equilíbrio fornecidas pela Estática não são


suficientes para a determinação de todas as ações e reações de uma estrutura,
pois, em geral, duas equações de equilíbrio de forças e uma equação de
equilíbrio de torques em relação a um eixo de rotação são obtidas em
situações ideais, onde as mesmas geralmente são consideradas em problemas
relacionados ao tema. Existem ainda, problemas de dimensões reais nos quais
possui-se o número de reações de apoio maior que o número de equações de
equilíbrio, isto é, se um problema tem mais de três incógnitas, até então, não
pode ser resolvido seguindo a maneira convencional no que se refere ao
estudo da Estática, até agora.
Para exemplificar, observemos a imagem abaixo. Em termos de força sobre
as reações de apoio, considere o caso de assimetria entre as mesmas. A ideia
é analisar as forças que atuam sobre cada um dos apoios. Observa-se que
temos 4 apoios com forças diferentes, ou seja, tem-se mais que 3 incógnitas.

O problema não pode ser resolvido usando os métodos discutidos até o


momento, pois temos apenas três equações independentes para trabalhar. Da
mesma forma, podemos resolver o problema de equilíbrio para uma mesa de
três pernas, mas não para uma de quatro pernas. Problemas como esses, nos
quais existem mais incógnitas que equações, são chamados de
indeterminados.
Um problema como este existe no mundo real, e a pergunta é: eles ficam sem
solução? A resposta é não, pois existem várias maneiras de resolvê-lo, e um
problema semelhante no cotidiano têm soluções práticas. Contudo, também
pode-se obter as forças por meio de equações. Para isso, deve-se entender o
tratamento dado aos problemas ideais que, outrora somente eles eram
considerados; nestes problemas os corpos aos quais aplicamos as equações
do equilíbrio estático são perfeitamente rígidos, ou seja, não se deformam ao
serem submetidos a forças; O que não é verdade.
Por fim, nenhum corpo é totalmente rígido e para resolver problemas de
equilíbrio indeterminado, precisa-se do conhecimento da elasticidade, pois os
corpos se deformam quando são submetidos a forças, em termos práticos é
necessário suplementar as equações de equilíbrio considerando o estudo da
elasticidade.
Elasticidade

Os átomos que constituem os sólidos estão ligados entre si por forças


Interatômicas, suas estruturas são combinadas gerando redes que, ao final,
com a conexão delas, tem-se o formato de figuras tridimensionais. A exemplo,
segue-se uma ligação metálica que possuí a seguinte característica: A ligação
os átomos ocupam posições de equilíbrio em uma rede cristalina tridimensional
com aglomerados de átomos ligados de maneira bem definida, a figura
formada é de um cubo. Observemos na imagem:

Este é um composto de ligações metálicas, os materiais formados pelo


conjunto deste tipo de ligação são chamados materiais metálicos que, em
geral, são relativamente mais rígidos que os demais tipos, pode-se perceber
isto de maneira intuitiva. Contudo, este tipo de material não é totalmente rígido,
isto é, são materiais deformáveis, na realidade nenhum material é
perfeitamente rígido. A explicação disso está nas ligações Interatômicas que
compõe os sólidos. Observe novamente a imagem acima, temos que a
representação das ligações entre átomos são como hastes rígidas, no entanto,
em forma de alusão, estas hastes na verdade seriam como molas. Algumas
“molas Interatômicas” são mais duras que outras, isto explica a razão pela qual
alguns matérias são mais deformáveis ou menos deformáveis. Por fim, Todos
os corpos “rígidos” reais são, na verdade, ligeiramente elásticos, o que significa
que podemos mudar ligeiramente as suas dimensões puxando-os,
empurrando-os, torcendo-os ou comprimindo-os.
Para compreensão segue abaixo uma análise prática com uma perspectiva no
mundo real. O exemplo poderia ser trazido para realidade.
Exemplo:
Considere uma barra de aço vertical, de 1 m de comprimento e 1 cm de
diâmetro, presa no teto de uma fábrica. Se um carro compacto for pendurado
na extremidade inferior da barra, ela esticará apenas 0,5 mm, o que
corresponde a 0,05% do comprimento original. Se o carro for removido, o
comprimento da barra voltará ao valor inicial. Se dois carros forem pendurados
na barra, ela ficará permanentemente deformada, ou seja, o comprimento não
voltará ao valor inicial quando a carga for removida. Se três carros forem
pendurados na barra, ela arrebentará. Imediatamente antes da ruptura, o
alongamento da barra será menor do que 0,2%. Embora pareçam pequenas,
deformações dessa ordem são muito importantes para os engenheiros. (Se a
asa de um avião vai se partir ao sofrer uma pequena deformação é,
obviamente, uma questão importante.)
Conceitos:
Tensão: É uma medida da intensidade de forças internas atuando dentro de um
corpo deformável consequente de forças externas causando uma deformação
relativa deste corpo. Assim, mede a força média por unidade de área e,
portanto, a sua dimensão é aquela da
pressão.

Deformação: É a mudança na forma, ou dimensão, de um corpo devido a uma


força aplicada ou mudança de temperatura.
Extensão, alongamento, deslocamento: É uma medida normalizada da
deformação, representando o deslocamento entre partes de um corpo em
relação a um comprimento de referência.

Há três tipos de mudanças de forma (deformação) de um sólido quando


forças atuam sobre ele: 1.Pela tensão de elongação um sólido estica; 2. Há
deformação de um sólido pela tensão gerada por forças aplicadas em sentidos
opostos, porem em direções semelhantes (tensão de cisalhamento); 3. Há uma
compressão uniforme (pressão hidrostática) onde as forças são aplicadas
uniformemente em todas as direções. O que esses três comportamentos têm
em comum é que uma tensão (força por unidade de área) produz uma
deformação (variação relativa de um
comprimento ou de um volume).
1. Na Fig. (a), um cilindro é alongado:
(a)

2. Na Fig. (b), um cilindro é


deformado por uma força
perpendicular ao eixo maior:

(b)

3. Na Fig. (c), um objeto sólido


mergulhado em um fluido é comprimido
uniformemente de todas as direções:

(c)

DESCRIÇÃO: (a) Um cilindro submetido a uma tensão de elongação e fica


mais esticado ΔL. (b) Um cilindro submetido a uma tensão de cisalhamento
sofre uma deformação Δx, semelhante à de uma pilha de cartas de baralho. (c)
Uma esfera maciça submetida a uma tensão hidrostática uniforme aplicada por
um fluido sofre uma redução de volume ΔV. Todas as deformações estão
grandemente exageradas
A tensão é, no regime elástico, proporcional à deformação e a constante
proporcionalidade e o módulo de elasticidade, ou seja:
Tensão = módulo de elasticidade × deformação.
Comportamento dos corpos frente as essas tensões de elongação:
Observe o gráfico dado por O quanto de elongação × tensão aplicada:

No início os corpos se mantém em regime elástico, isto é, o corpo de prova


recupera as dimensões originais quando a tensão é removida, como em uma
mola que começa em um regime elástico posto uma força sobre ela, e se solta,
ela volta ao equilíbrio. É evidente que a relação tensão-deformação é linear. A
medida que a tensão aumenta, a deformação também se eleva, mas se esta
força deixar de ser posta sobre o material, ele volta ao seu estado de equilíbrio.
E esta afirmação vai até certo ponto, pois em uma dada tensão, há rompimento
de fragmentos deste material, o que reverbera em: uma necessidade menor de
tensão para que haja uma deformação e se a tensão ultrapassa o limite
elástico Sy da amostra, a deformação se torna permanente. Se a tensão
continua a aumentar, o corpo de prova acaba por se romper, para um valor de
tensão conhecido como limite de ruptura Su.
Tração e Compressão:
No caso de uma tração ou de uma compressão, a tensão a que o objeto está
submetido é definida como F/A, em que F é o módulo da força aplicada
perpendicularmente a uma área A do objeto. A deformação é a grandeza
adimensional ΔL/L que representa a variação fracionária (ou, às vezes,
percentual) do comprimento do corpo de prova. Se o corpo de prova é uma
barra longa e a tensão não ultrapassa o limite elástico, não só a barra como um
todo, como qualquer trecho da barra, experimenta a mesma deformação
quando uma tensão é aplicada. O módulo de elasticidade da Equação a seguir,
tem dimensão força por unidade de área. O módulo de elasticidade das
tensões de tração e
de compressão é
chamado de módulo
de Young e
representado pelo
símbolo E. Mesmo
que os módulos de
Young de um material para tração e compressão sejam quase iguais (o que é
comum), o limite de ruptura pode ser bem diferente, dependendo do tipo de
tensão.
Equação:

Cisalhamento:
É a solicitação que tende a deslocar
paralelamente, em sentido oposto, duas seções
de uma peça (força cortante). Quando um objeto é submetido a uma força de
cisalhamento, a Equação é escrita como em que Δx/L é a deformação de
cisalhamento do objeto, Δx é o deslocamento de uma das extremidades do
objeto na direção da força aplicada e G é o módulo de cisalhamento do objeto.
A tensão é F/A.
Equação:

Tensão Hidrostática:
Quando um objeto é submetido a uma força hidrostática devido à pressão
exercida pelo fluido no qual ele está submerso, a Equação abaixo é escrita na
forma em que p é a pressão (tensão hidrostática) que o fluido exerce sobre o
objeto, ΔV/V (deformação) é o valor absoluto da variação relativa do volume do
objeto produzida por essa pressão, e B é o módulo de elasticidade volumétrico
do objeto.
Equação:

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