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TENSÃO E DEFORMAÇÃO

PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS


MATERIAIS
Profª. Bárbara Drumond
TESTE DE TRAÇÃO

O teste mais importante para a obtenção de propriedades mecânicas do


material é o teste de tração ou compressão axial. Esse teste é utilizado
principalmente para a obtenção da relação entre a tensão média e a
deformação normal média. O teste é realizado através da conformação do
material selecionado em corpos de prova de dimensões padronizadas por
normas.
TESTE DE
TRAÇÃO
Uma máquina de teste, especialmente
projetada para tal função, é utilizada para
aplicar-se uma carga de compressão ou tração
no corpo de prova em teste. Essa carga é
aplicada a uma taxa muito lenta e constante
até que o material atinja o ponto de ruptura.
Os dados da carga aplicada são registrados em
intervalos frequentes assim como o
alongamento ou encurtamento do corpo de
prova.
TESTE DE TRAÇÃO
A relação entre as tensões e as deformações, para um determinado material, é
encontrada por meio de um ensaio de tração.

Esquema de máquina para ensaio de tração


 
 Sistema de aplicação de carga
 dispositivo para prender o corpo de prova
 Extensômetro: sensor que permite medir a tensão
aplicada e a deformação promovida.
 
TESTE DE TRAÇÃO
O valor desse alongamento é utilizando então para calcular a deformação do
corpo de prova e a carga aplicada, juntamente com propriedades da seção
transversal do corpo de prova, para calcular a tensão, obtendo-se assim, ao
final do teste, o diagrama tensão-deformação para o material ensaiado.
TESTE DE TRAÇÃO
Um corpo de prova que pode ser uma barreta circular ou retangular, é colocado na
máquina de testar e submetido à tração. A força atuante e as deformações
resultantes são medidas à proporção que a carga aumenta.
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):
Obtém-se as tensões dividindo as forças pela área da seção transversal da
barra, e a deformação específica dividindo o alongamento pelo comprimento ao
longo do qual ocorre deformação.

 Tensão normal atuante:

Onde:  é dado em Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2, A0 é a área inicial da seção


reta transversal e F é a Força
 
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):
 Carga de deformação (variação dimensional):

l f  l0 l
 
l0 l0
Onde: l0 é o comprimento inicial, lf é o comprimento final e ε é a deformação
(adimendional).

Deste modo, obtém-se um diagrama tensão x deformação completo para o


material em estudo.
 
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):
 De O até A, as tensões são diretamente
proporcionais às deformações e o diagrama é
linear. A partir deste ponto, a proporcionalidade
já não existe mais e o ponto A é chamado limite
de proporcionalidade.
 Com o aumento da carga, as deformações
crescem mais rapidamente do que as tensões, até
um ponto B, onde uma deformação considerável
começa a aparecer, sem que haja aumento
apreciável da força de tração. Este fenômeno é
conhecido como escoamento do material e a
tensão no ponto B é denominada tensão de
escoamento ou ponto de escoamento.
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):

 Na região BC, diz-se que o material tornou-se


plástico e a barra pode realmente, deformar-se
plasticamente, da ordem de 10 a 15 vezes o
alongamento ocorrido até o limite da
proporcionalidade.
 No ponto C, o material começa a oferecer
resistência adicional ao aumento da carga,
acarretando acréscimo de tensão para um aumento
da deformação, atingindo o valor máximo ou
tensão máxima (também conhecida como tensão
de ruptura ou tensão de tração) , no ponto D.
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):

 Além deste ponto, a deformação aumenta


ocorrendo diminuição da carga até que aconteça,
finalmente, a ruptura do corpo-de-prova no
ponto E do diagrama.
GRÁFICO DE TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO ( X ):
TIPOS DE MATERIAIS E AS
CURVAS  X 
 Os materiais dúcteis que compreendem o aço estrutural e outros metais, se
caracterizam por apresentarem um patamar de escoamento bem definido
(diagramas a e b). Já os materiais frágeis, como ferro fundido, vidro e
pedra, são caracterizados por uma ruptura que ocorre sem nenhuma
mudança sensível no modo de deformação do material (diagrama c).
TIPOS DE MATERIAIS E AS
CURVAS  X 
 As ligas metálicas denominadas aços e ferros fundidos são formadas pela
combinação de ferro (Fe) e carbono (C). As ligas de aço possuem em sua
composição uma variação no teor de carbono entre 0,008 e 2,11%.
Enquanto que no ferro fundido, o teor de carbono varia entre 2,11% e
6,67%. O aço justamente por possuir menor teor de carbono é um material
mais dúctil (flexível).
EXEMPLOS:
GRÁFICO DE
TENSÃO VS.
DEFORMAÇÃO
PROPRIEDADES DE TRAÇÃO DE
ALGUNS MATERIAIS
COMPORTAMENTO  X  -
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
 É reversível, ou seja, quando a carga é retirada, o material volta
às suas dimensões originais;
 Numa curva de  x , a região elástica é a parte linear inicial do
gráfico;
 Em um teste de tração, se a deformação observada no material
for do tipo elástica, então a relação entre a tensão e a
deformação é dada pela lei de Hook:  = E. ;
 E é o módulo de Young, ou módulo de elasticidade, e tem as
mesmas unidades de , N/m2.
COMPORTAMENTO  X  -
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
EXEMPLO
COMPORTAMENTO  X  -
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

 Tensão e deformação não são proporcionais;


 A deformação não é reversível, ou seja, quando a carga é retirada, o material não
recupera suas dimensões originais;
 A deformação ocorre pela quebra e rearranjo das ligações atômicas (em materiais
cristalinos, pelo movimento das discordâncias).
COMPORTAMENTO  X  -
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

Corpo de prova padrão


Fratura

Deformação
plástica
uniforme
Deformação
elástica
FRATURA FRÁGIL X
FRATURA DÚCTIL
 Etapas da fratura:
 formação de uma trinca;
 propagação de uma trinca.

Os materiais podem fraturar de 2 modos: dúctil e frágil. A diferença se baseia na


quantidade de deformação plástica que o material sofre antes de fraturar.
FRATURA FRÁGIL X
FRATURA DÚCTIL
 (a) fratura altamente dúctil: material sofre longa
estricção, a partir de uma determinada tensão, até um
único ponto no momento da fratura;
 (b) fratura moderamente dúctil: material fratura
após sofrer alguma deformação plástica;
 (c) fratura frágil: material fratura sem que ocorra
nenhuma deformação plástica.
FRATURA
FRÁGIL X
FRATURA
DÚCTIL
ENSAIO DE COMPRESSÃO
Podemos observar o esforço de compressão na construção mecânica, principalmente
em estruturas e em equipamentos como suportes, bases de máquinas, barramentos
etc.
Às vezes, a grande exigência requerida para um projeto é a resistência à compressão.
Nesses casos, o projetista deve especificar um material que possua boa resistência à
compressão, que não se deforme facilmente e que assegure boa precisão dimensional
quando solicitado por esforços de compressão.
O ensaio de compressão é o mais indicado para avaliar essas características,
principalmente quando se trata de materiais frágeis, como ferro fundido, madeira,
pedra e concreto. É também recomendado para produtos acabados, como molas e
tubos. Porém, não se costuma utilizar ensaios de compressão para os metais.
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
Na compressão, as fórmulas para cálculo da tensão, da deformação e do módulo de
elasticidade são semelhantes às que já foram demonstradas para a tensão de tração.
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
ENSAIO DE COMPRESSÃO
TENSÃO ADMISSÍVEL

tensão de escoamento
tensão de ruptura
COEFICIENTE DE POISSON

“As deformações específicas transversais são diretamente proporcionais às


deformações específicas longitudinais.”
Um corpo deformável quando submetido a uma força normal de tração, não só se
alonga como também se contrai lateralmente.
Por exemplo, se uma borracha é esticada, observa-se que tanto a espessura quando a
largura diminuem. Da mesma forma, se o corpo está submetido a uma força normal
de compressão, lateralmente ele irá expandir.
COEFICIENTE DE POISSON
COEFICIENTE DE POISSON
Quando um corpo deformável é alongado Quando um corpo deformável sofre um
em uma direção, ele sofre uma contração encurtamento em uma direção, ele sofre
na direção transversal. uma expansão na direção transversal.
COEFICIENTE DE POISSON
No início do século XIX, o cientista francês S.D. Poisson percebeu que na faixa de
elasticidade do material, a razão entre as deformações longitudinal e transversal era
constante.
Essa constante é denominada de coeficiente de Poisson e possui valor numérico
exclusivo para cada material, desde que o material seja homogêneo e isotrópico.

O sinal negativo é usado pois o alongamento longitudinal que é uma deformação positiva,
gera uma contração lateral (deformação negativa). O inverso para o caso oposto.
DÚVIDAS?

barbara.silva@cefet-rj.br

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