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Ensaio de Materiais-

Ensaio de tração
Professor: Paulo Victor
1) ENSAIO DE TRAÇÃO
• Ensaio de fácil execução e grande reprodutibilidade.

• Um grande número de propriedades pode ser derivado de um único


tipo de experimento, o ensaio de tração.

• Neste tipo de ensaio um material é tracionado e se deforma até


fraturar. Mede-se o valor da força e do alongamento a cada instante,
e gera-se uma curva tensão-deformação.

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Ensaio de tração uniaxial

• O ensaio de tração consiste na


aplicação de carga uniaxial
crescente até a ruptura.
• Mede-se a variação do
comprimento como função da
carga e fornece dados
quantitativos das características
mecânicas dos materiais;
• Os CPs geralmente possuem seção
transversal circular ou retangular
com proporções geométricas
normalizadas
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1) ENSAIO DE TRAÇÃO
Máquina de ensaio de tração da IFES campus São Mateus

O ensaio de tração geralmente é realizado na


máquina universal, que tem este nome porque
se presta à realização de diversos tipos de
ensaios.

Fonte: Laboratório de Ensaios da IFES SM.


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Definições:
1)Tensão normal: σ=F/A
σ é tensão média - Si - N/m²
F é força axial -Si - N
A é a área de seção transversal - Si- m²-

2)Alongamento: δ = Lf-Li
Lf é o comprimento final do corpo de prova.
Li ou Lo é o comprimento inicial do corpo de prova.

3)Deformação Específica:
ε = (Lf-Li)/Li ou ε = δ/Li
ε é a deformação específica, número adimensional.
Lf é o comprimento final do corpo de prova.
Li é o comprimento inicial do corpo de prova.
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Alongamento

Lo é o comprimento original, Lf é
o comprimento final.
Ensaio real de tração.

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DEFORMAÇÕES
Há dois tipos de deformação, que se sucedem quando o material é submetido a uma
força de tração: a elástica e a plástica

• Deformação elástica: não é permanente. Uma vez cessados os esforços, o material


volta à sua forma original.

• Deformação plástica: é permanente, uma vez cessados os esforços, o material


recupera a deformação elástica, mas fica com uma deformação residual plástica,
não voltando mais à sua forma original.

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Deformação elástica

• A deformação elástica é resultado de um pequeno alongamento ou


contração da célula cristalina na direção da tensão (tração ou
compressão) aplicada;

• Deformação não é permanente, o que significa que quando a carga é


liberada, a peça retorna à sua forma original;

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ENSAIO DE TRAÇÃO: DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

Quando um corpo de prova é submetido a um ensaio de tração, a máquina de ensaio


fornece um gráfico que mostra as relações entre a força aplicada e as deformações
ocorridas durante o ensaio.

O que nos interessa para a determinação das propriedades do material ensaiado é a


relação entre tensão e deformação

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ENSAIO DE TRAÇÃO: DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

Analisando o diagrama podemos conhecer


algumas propriedades .

A primeira delas é o LIMITE ELÁSTICO.

Dentro de certos limites, a deformação é


proporcional à tensão (a lei de Hooke é
obedecida)

σ=E.ε

σ = tensão (MPa)
E = módulo de elasticidade ou Young (GPa)
ε = deformação (mm/mm)

pascal Pa = 1 N/m2 10
2)Lei de Hooke :
σ=E.ε
 E é conhecido como módulo de elasticidade, medido em N/m².
 O módulo de elasticidade é a medida da rigidez do material.
 Para projetos onde a deformação deve permanecer baixa, o
módulo de elasticidade é um valor importante a se levar em conta.
 O módulo de elasticidade é inversamente proporcional a
temperatura.
 O módulo de elasticidade é uma propriedade resultante das
ligações químicas do material.
 No diagrama tensão x deformação com uma relação linear, a
inclinação deste segmento corresponde ao módulo de elasticidade
E

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Módulo de Elasticidade – Aço vs. Alumínio

O módulo do aço é cerca de 3 vezes maior


que o correspondente para as ligas de
alumínio, ou seja, quanto maior o módulo
de elasticidade, menor a deformação
elástica resultante.

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Módulo de Elasticidade – Temperatura
O módulo de elasticidade é dependente da temperatura;

Quanto maior a temperatura o E tende a diminuir.

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Deformação Elástica e Plástica

DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

•Precede à deformação plástica • É provocada por tensões que ultrapassam


•É reversível o limite de elasticidade
•Desaparece quando a tensão é removida • É irreversível porque é resultado do
•É praticamente proporcional à tensão deslocamento permanente dos átomos e
aplicada (lei de Hooke) portanto não desaparece quando a tensão
• Átomos se movem, mas não ocupam é removida.
novas posições na rede cristalina; • Átomos se deslocam para novas posições
em relação uns aos outros

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LIMITE DE PROPORCIONALIDADE

A Lei de Hooke só vale até um determinado valor de tensão, representado


no gráfico pelo ponto A’, a partir da qual a deformação deixa de ser
proporcional à carga aplicada.

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ESCOAMENTO

Terminada a fase elástica, tem início a fase plástica, na qual ocorre uma
deformação permanente no material, mesmo que se retire a força de tração.

No início da fase plástica ocorre um fenômeno chamado escoamento.

O escoamento caracteriza-se por uma deformação permanente do material


sem que haja aumento de carga, mas com aumento da velocidade de
deformação. Durante o escoamento a carga oscila entre valores muito
próximos uns dos outros.

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Limite de Resistência à tração

• É a tensão correspondente ao ponto de máxima carga atingida durante o


ensaio.

• Após o escoamento ocorre o encruamento que é um endurecimento


causado pela quebra de grãos que compõem o material quando
deformados a frio.

• O material resiste cada vez mais à tração externa necessitando de uma


tensão cada vez maior para se deformar. É nessa fase que a tensão
começa a subir até atingir um valor máximo, esse chamado Limite de
Resistência.

Para calcular o valor


do limite de
resistência (LR), basta
aplicar a fórmula: LR =
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Fmax / So
LIMITE DE RUPTURA

• Continuando a tração, chega-se a ruptura do material, que ocorre num


ponto chamado limite de ruptura (C)

• Note que a tensão no limite de ruptura é menor do que no limite de


resistência, devido à diminuição de área que acontece no corpo de prova
depois que se atinge a carga máxima.

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ESTRICÇÃO

É a redução percentual da área da seção transversal do corpo de prova na


região onde vai se localizar a ruptura. A estricção determina a ductilidade
do material. Quanto maior for a porcentagem de estricção, mais dúctil será
o material.

Redução de área percentual %RA = 100 x(A0 - Af )/A0

• onde A0 e Af se referem à área da seção original e na fratura.

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Diagrama tensão x deformação - Resumindo

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OBRIGADO!!!

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Ensaio de Materiais-
Ensaio de tração / 2
Professor: Paulo Victor
Tensão e Deformação na Tração - revisão
 Durante o ensaio são registradas as variações do par tensão (σ) e deformação
(ε) do corpo de prova.
S0
σ=
F F
Sendo:
So -> Área inicial
Lo Lo -> Comprimento Inicial
P -> Carga aplicada

Com a aplicação da carga, a barra sofrerá uma deformação, que é o


aumento da distância L0 de um valor ∆L (𝐿 − 𝐿 ).

F F

LF 24
Tensão e Deformação na Tração - revisão

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Diagrama tensão x deformação

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Limite de proporcionalidade e Tensão
limite de escoamento
• O limite de proporcionalidade pode ser
determinado como o ponto onde ocorre
o afastamento da linearidade na curva
tensão – deformação (ponto P).

• A posição deste ponto pode não ser


determinada com precisão. Por
conseqüência foi adotada uma
convenção: é construída uma linha
paralela à região elástica a partir de
uma pré-deformação de 0,002 ou 0,2%.

• A intersecção desta linha com a curva


tensão – deformação é a tensão limite
de escoamento (σy )
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Limite de proporcionalidade e Tensão
limite de escoamento
 Normalmente da deformação é de 0,2% para ligas metálicas em
geral.
 Para ligas metálicas que possuem uma região de plasticidade
muito pequena (aços e ligas não-ferrosas muito duras), pode-se
tomar o valor de deformação um valor de 0,1%. Para ligas que
possuem elevada plasticidade, cobre e suas ligas, utiliza-se um
valor maior, 0,5%.

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Módulo de Elasticidade e Rigidez

σ=E.ε

E = módulo de elasticidade
𝜎
𝑬𝑨 > 𝑬𝑩

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Coeficiente de Poisson (ν)

Quando ocorre elongamento ao longo de uma direção, ocorre contração no plano


perpendicular.
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A Relação entre as deformações é dada pelo coeficiente de Poisson.


Módulo de Resiliência
 A resiliência é a capacidade do material absorver energia quando
ele é deformado elasticamente, e depois, com o
descarregamento, ter essa energia recuperada.
 O módulo de resiliência é a área sob a curva tensão-deformação
até o escoamento.

 Assim, materiais de alta resiliência possuem alto limite de escoamento e


baixo módulo de elasticidade. Estes materiais seriam ideais para uso em
molas. 32
Ductilidade
 É a medida do quanto o material se deformou até a fratura.

Tensão Início do Processo de Ruptura

A F
Ruptura
B Total

Deformação AL% c

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Materiais Dúcteis x Materiais Frágeis

 Uma boa maneira de se observar a diferença no comportamento entre os


materiais é submetendo-os a um ensaio de tração.
 Fazendo-se um diagrama da tensão em função da deformação, é possível
caracterizar um material entre os dois grupos.

Material

Dúctil Frágil 34
Materiais Dúcteis x Frágeis

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Tenacidade
 É a quantidade de energia que o material pode absorver até a ruptura

Tensão Início do Processo de Ruptura

A F
Ruptura
B Total

Deformação AL% c
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Fratura

 Consiste separação ou fragmentação de um corpo sólido em duas ou mais


partes, sob ação de uma tensão, e pode ser considerada como sendo
constituída da nucleação e propagação da trinca. Pode ser classificada em
duas categorias gerais.

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Fratura Dúctil
 A fratura dúctil é caracterizada pela ocorrência de uma apreciável
deformação plástica antes e durante a propagação da trinca.

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Fratura Frágil
 A fratura frágil nos metais é caracterizada pela rápida propagação da trinca,
sem nenhuma deformação macroscópica e muito pouca microdeformação.

Fonte: CALLISTER. Ciência e Engenharia de Materiais Uma Introdução.


40 (Adaptado)
Fraturas Dúctil X Frágil

Disponível em: https://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-ductilidade.html Fonte: CALLISTER. Ciência e Engenharia de Materiais Uma Introdução. (Adaptado)

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Tensão e Deformação de engenharia

• Na curva tensão-deformação convencional


após o ponto máximo (ponto M), o material
aumenta em resistência devido ao
encruamento, mas a área da seção reta está
diminuindo devido ao empescoçamento;

• Resulta em uma redução na capacidade do


corpo em suportar carga;

• A tensão calculada nessa carga é baseada na


área da seção original e não leva em conta o
pescoço.

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Ensaio de tração real

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Exercícios:

1) Um corpo de prova de seção transversal retangular de 15,2mm x 19,1 mm é tracionado


com uma força de 44500 N, produzindo apenas deformação elástica. Calcule a
deformação resultante. Considere E = 115 GPa.
(Solução: ε=0,0013)

2) Para uma liga de latão, a tensão na qual a deformação plástica tem seu início é de 345
Mpa e o módulo de elasticidade é de 103GPa.
a) Qual é a carga máxima que pode ser aplicada a um corpo de prova com área
transversal de 130mm² sem que ocorra deformação plástica?
(F=44850N)
b)Se o comprimento original do corpo-de-prova é de 76 mm, qual é o comprimento
máximo ao qual ele poderá ser esticado sem causar deformação plástica?
(l=76,25mm)

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