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Engenharia de Materiais II

Professores:
Maria Cindra e Juan Manuel Pardal
Introdução
Introdução
Na engenharia, seja para o projeto e manufatura de pequenos
ou grandes componentes, é fundamental o conhecimento do
comportamento do material com que se trabalha, isto é, suas
propriedades mecânicas em várias condições de uso. As
condições de uso envolvem

As condições de uso envolvem, entre outros aspectos:


Temperaturas Tipo de cargas
Desgaste
Deformabilidade Frequência de aplicação
Introdução
Introdução
Para que o projetista possa prever o comportamento do
material em condições de trabalho é imprescindível que tenha
em mãos os parâmetros de comportamento, determinados
através de ensaios mecânicos

Embora, os valores de propriedades de muitos materiais


comumente usados na engenharia possam ser obtidos de
tabelas ou normas de projeto, é importante que se
tenha conhecimento da metodologia da execução dos
ensaios e do significado de cada parâmetro
Introdução
Normalização
Linguagem comum entre fornecedores e usuários dos materiais
pesquisa e desenvolvimento

Em forma mais abrangente é um meio universal de


representação de produtos e/ou processos amparado por
normas internacionais e/ou nacionais, representando um
contrato legal entre fornecedor e cliente
Normalização
Objetivos

Prover uma comunicação clara entre as partes


envolvidas evitando erros de fabricação e inspeção

Economizar recursos humanos, matéria prima e energia na


produção e na manutenção do produto e/ou processo final obtido

Proteger os interesses do consumidor através da garantia


da qualidade dos produtos e serviços prestados

Promover a intercambiabilidade de projetos e produtos


através da remoção de barreiras causadas por
diferenças de práticas nacionais
Entidades Normalizadoras
ABNT ANSI ASME BS ISO
PETROBRAS API ASTM DIN JIS
Propriedades Mecânicas

Finalidade:
•Obtenção de informações rotineiras do produto
•Desenvolver novas informações sobre os materiais
Métodos de Ensaios:
Determinam que os ensaios devem ser realizados em função da geometria
da peça, do processo de fabricação, e de acordo com as normas técnicas
vigentes
•Própria peça •Amostras
Ensaios:
•Modelos •Corpos de prova retirados da estrutura
Classificação dos Ensaios
Classificação dos Ensaios
Ensaio de Tração
Introdução

Quando submetidos a campos de forças e/ou


momentos, os metais deformam-se

A intensidade e o tipo de deformação sofrido pelo metal são


funções da resistência mecânica do metal, da intensidade das
forças e momentos aplicados, etc.
Ensaio de Tração

Deformação elástica – é aquela em que removidos os esforços


atuando sobre o corpo, ele volta a sua forma original

Deformação plástica – é aquela em que removidos os


esforços, não há recuperação da forma original
Ensaio de Tração

Os dois tipos de deformação podem ser explicados pelos


movimentos atômicos na estrutura cristalina do material

Cada átomo do cristal vibra em torno de uma posição de equilíbrio,


característica do tipo de rede cristalina do metal, sendo seu núcleo
atraído pelas eletrosferas dos átomos vizinhos e repelido pelos núcleos
dos mesmos, como se estivessem em um poço de energia. Sob a ação
de esforços externos, os átomos tendem a se deslocar de sua posição
de equilíbrio
Ensaio de Tração

A deformação plástica envolve a quebra de um número limitado


de ligações atômicas pelo movimento de discordâncias

Depois de removidos os esforços, continua a existir um


deslocamento diferenciado de uma parte do corpo em relação
a outra, ou seja, o corpo não recupera sua forma original

A deformação plástica é resultante do mecanismo de


formação de defeitos cristalinos (discordâncias e maclas)
Ensaio de Tração
Corpo-de-prova (Cp)
Ensaio de Tração
Ensaio de Tração
Deformação e Tensão de Engenharia ou Convencional

A deformação de engenharia (ou e) é, portanto Modelo Viga Engastada


uma grandeza adimensional e representa um valor
médio específico da deformação tomado sobre a
extensão do segmento observado. É usual também
representar o valor “” como percentual
A força P ou F representa o esforço necessário
para manter o equilíbrio do sistema. Admitindo
que a seção transversal no estado não deformado
tenha área S0 ou A0, e que a força se distribui
uniformemente em todos os pontos da seção
transversal, a tensão de engenharia é = F/A0
Ensaio de Tração
Norma técnica ABNT 6152 ou ASTM E 8M
Ensaio de Tração
Ensaio de Tração

Utilização de Mandril
para Ensaio de Tubos

D: Diâmetro interno do tubo


Ensaio de Tração
Ensaio Convencional
Ensaio de Tração
Ensaio Convencional
OA região de
comportamento elástico

AB região de
deslizamento de
discordâncias

AB região de encruamento
uniforme

UF região de encruamento
não-uniforme
Ensaio de Tração

Curvas Tensão vs. Deformação

Vários materiais

Materiais Dúcteis

Materiais Frágeis
Análise Período Elástico
Módulo de Elasticidade Longitudinal (E)

Também
Conhecido Como
Módulo de
Young
Análise Período Elástico

Lei de Hooke

  E .

É válida até o valor de tensão de limite de proporcionalidade


Análise Período Elástico
Módulo de Elasticidade (E)

Variação com a
temperatura
Análise Período Elástico
Módulo de Elasticidade (E)
É fortemente dependente das forças de ligação entre os átomos. A
força de ligação entre os átomos são maiores para metais com
temperatura de fusão mais elevadas
Análise Período Elástico
Anisotropia do Módulo de Elasticidade (E)

Como o espaçamento interatômico e, em alguns casos, a


interação atômica devem variar com a direção em um
monocristal, o módulo de elasticidade é dependente da
direção de aplicação da tensão nos eixos cristalográficos,
isto é, monocristais possuem anisotropia elástica
Módulo de Elasticidade
Transversal (G)
Situação particular do módulo de elasticidade, onde a
carga é aplicada em cisalhamento (Ensaio de torção), e não
em compressão ou tração

  G .
E
Para materiais isotrópicos, pode-se provar que: G
2 . (1  )
Para a maioria dos metais e ligas o coeficiente de poisson é proximo
de 0,3, então G é aproximadamente igual ao 40% de E
Coeficiente de Poisson ()

Mede a rigidez do material na direção perpendicular à


direção de aplicação da carga uniaxial

Considerando que: x  y
x y
  
z z
Coeficiente de Poisson ()
Análise Período Elástico
Módulo de Resiliência (Ur)
Resiliência é a capacidade de um material absorver energia quando
deformado elasticamente e liberá-la quando descargado. A medida desta
propriedade é dada pelo módulo de resiliência (Ur), que é a energia de
deformação por unidade de volume necessária para tracionar o metal da
origem até o limite de proporcionalidade
A quantificação de Ur é dada pelo trabalho útil realizado, isto é, da área
sob a curva tensão-deformação calculada da origem até o limite de
proporcionalidade
p p
 p2  p2 Na prática substitui-se
U r    . d   E.  .d  E. 
0 0
2 2.E p pelo e
Análise Período Elástico
Módulo de Resiliência (Ur)
Análise Período Elástico
Determinação do limite elástico (Método de Johnson)

Determinação do limite elástico ou aparente ou


limite de Johnson (Ponto A) que substitui o limite
elástico ou de proporcionalidade

O ponto A corresponde à tensão na qual a velocidade de deformação é


50% maior do que na origem, ou é a tensão onde a inclinação da tangente
à curva, no ponto A, é 50% menor que a inclinação da reta inicial OD
Método de Johnson
O ponto A corresponde à tensão na qual a velocidade de deformação é
50% maior do que na origem, ou é a tensão onde a inclinação da tangente
à curva, no ponto A, é 50% menor que a inclinação da reta inicial OD

Traça-se uma Traça-se uma


reta CE reta FD

DE  0,5.CD FD  1,5.FE
E resulta da
Logo, Traça-se
projeção da reta
OE (50%menor)
na zona elástica
Traça-se FG que Traça-se MN que
tangencia em A tangencia em A
paralela a OE paralela a OD
Análise Período Elástico

O escoamento se caracteriza por um aumento relativamente


grande na deformação, acompanhado por uma pequena variação
de tensão. Pode ser bem definido ou imperceptível
Casos de escoamento imperceptível (ASTM E8-69)

Metais e ligas em geral 0,2% ( = 0,002)


Cobre e suas ligas 0,5% ( = 0,005)

Ligas metálicas muito duras 0,1% ( = 0,001)


Análise Período Elástico
Análise Período Elástico

Em alguns casos, a curva tensão-deformação não apresenta a


parte linear bem definida, o que torna impreciso o traçado de
uma linha para a determinação do limite de escoamento

Neste caso o procedimento mais adequado consiste em descarregar


e carregar novamente o corpo-de-prova permitindo a formação de
uma histerese mecânica
Análise Período Elástico
Ensaio de Tração
Comportamento no Regime Plástico
Parâmetros de Ductilidade
Alongamento
l  l f  l0
Alongamento Específico
l f  l0
f 
l0
Coeficiente de Estricção
S0  S f
  RA 
Sf
Comportamento no Regime
Plástico
Exemplo da Laminação à frio
Admitindo-se que o atrito lateral dos laminadores restringe o aumento da
largura, a ponto de ser desprezado, a secção transversal após a laminação
será

S 0  t0 .w0 S f  t f .w0
Redução de Área

S0  S f t0 .w0  t f .w0 tf
   1 O processo é viável
S0 t0 .w0 t0 desde que < 
Comportamento no Regime
Encruamento
Plástico
A necessidade de aumentar-se a tensão para dar continuidade à
deformação plástica do material decorre de um fenômeno
denominado encruamento
Neste processo o material experimenta um endurecimento por deformação
plástica a frio
Este fenômeno resulta da interação entre discordâncias, assim
como da interação destas com outros obstáculos, como solutos,
contornos de grão que impedem a movimentação de discordâncias
As discordâncias no processo de deformação se multiplicam, sendo necessário
uma energia cada vez maior para que ocorra a movimentação
Comportamento no Regime
Encruamento
Plástico
O encruamento ou trabalho a frio é, portanto, um dos
mecanismos de endurecimento que podem ser aplicados aos
metais e ligas. Exemplos de processos de deformação plástica
onde ocorre o encruamento são
•Laminação
•Trefilação
•Forjamento
•Dobramento
Comportamento no Regime
Plástico
Efeito do Encruamento no Limite de Escoamento
Caso o ensaio seja interrompido e retomado após alguns
instantes. A zona plástica vai se iniciar a uma tensão mais elevada
e normalmente sem escoamento nítido

Caso o ensaio seja novamente interrompido e reiniciado muito


tempo depois, novamente a região plástica vai se iniciar a uma
tensão mais elevada, embora o escoamento nítido possa
reaparecer
Efeito do Encruamento no Limite de Escoamento
Influência do Encruamento no Diagrama de Tração
Efeito do Encruamento no Limite de Escoamento
Caso dos Aços ao carbono recozidos
Exibem Patamar de Escoamento Descontínuo
Causa: difusão de átomos intersticiais de carbono
e nitrogênio para regiões “confortáveis” nas
discordâncias, formando atmosferas ou “clusters”
que ancoram e dificultam o movimento das mesmas
(atmosferas de Cottrel).
Os efeitos se acentuam com o aumento da
quantidade de C e N em solução sólida
Efeitos: patamar de escoamento descontínuo,
bandas de Lüders
Efeito do Encruamento no Limite de Escoamento
Caso dos Aços ao carbono recozidos
O limite de escoamento superior é o valor que livra
as discordâncias destas barreiras introduzidas
pelos átomos intersticiais
Posteriormente, a tensão cai devido ao
desaparecimento do bloqueio oferecido pelas
impurezas às discordâncias até serem empilhadas
em um obstáculo qualquer (Contorno de grão),
existindo uma concentração de tensões nesse local
Logo, uma banda de Lüder se propaga sobre o corpo
de prova quando atingido o limite de escoamento
inferior. Cada oscilação de carga durante o
escoamento corresponde a uma nova formação de
Banda de Lüder
Efeito do Encruamento no Limite de Escoamento
Caso dos Aços ao carbono recozidos
As bandas de Lüders podem ser observadas na
superfície de cps muito bem polidos. As bandas
estão alinhadas a 45o do eixo longitudinal do cp

Os efeitos se acentuam com o aumento da


quantidade de C e N em solução sólida

As bandas de Lüders são indesejáveis na


conformação de chapas na indústria
automobilística. Por isso se utilizam aços IF
Ensaio de Tração
Módulo de Tenacidade (Ut)
A tenacidade é a capacidade de um material absorver energia até sua
fratura. A medida desta propriedade é quantificada pelo módulo de
tenacidade (Ut), que é a energia absorvida por unidade de volume,
desde o inicio do ensaio de tração até sua fratura.Uma maneira de
avaliar a tenacidade consiste em considerar a área total sob a curva
tensão-deformação

Tanto para materiais dúcteis e frágeis a ausência de uma expressão


analítica que represente a variação de  com  impede o cálculo da
área sob as curvas para determinação do módulo de tenacidade (Ut)
Ensaio de Tração
Módulo de Tenacidade (Ut)

Na determinação do Ut utilizam-se as seguintes expressões em forma


aproximada

Material Dúctil

 e  u
Ut  . f N .m / m 3
2
Ensaio de Tração
Módulo de Tenacidade (Ut)

Na determinação do Ut utilizam-se as seguintes expressões em forma


aproximada

Material Frágil

2
U t   u . f N .m / m 3
3
Ensaio de Tração
Implicações no uso da Tensão de Engenharia ou Convencional

Imprecisão devida à área

Ex: Corpo com entalhe

Tensão de engenharia diferentes


em ambas as seções

Em um corpo carregado no ensaio de tração, o esforço provoca o alongamento


do corpo, e a um certo ponto aparece o fenômeno da estricção, ou formação do
pescoço,que antecede a fratura nos materiais dúcteis existindo uma situação
similar ao do entalhe
Implicações no uso da Tensão de Engenharia ou
Convencional
Se baseia nas dimensões originais do Cp, mas a seção transversal
A ou S muda durante o ensaio

Por tanto, existe uma tensão real ou verdadeira (r) durante o


ensaio dada pela carga (P) e pela seção em cada instante do
ensaio (S)

P
r 
S
Tensão Real ou Verdadeira
Deformação Real ou Verdadeira
A deformação real ou verdadeira no processo de carregamento pode ser
estabelecida imaginando-se uma sequência de etapas de carregamento onde o
corpo alonga-se de um valor Δl. Tomados intervalos Δl muito pequenos, ou seja,
aumentando indefinidamente o número de etapas , a deformação pode ser
definida como

l
dl dl l
d r   r    ln
l l0
l l0
•Dentro dos limites l0 e l instantâneo
•Não válida para o trecho UF (extricção)
Deformação Real ou Verdadeira
Para avaliar a deformação na região UF, deverão ser avaliadas outras direções
além da direção de aplicação da carga
Sabendo que o volume se mantêm constante na região plástica

S 0 . l0  S . l  Cte

Derivando, agrupando e Integrando


 S
dl dS dS
S . dl  dS . l  0
l

S
0 d  S  S
0
Deformação Real ou Verdadeira

S0
 r  ln
S
•Esta última equação é válida no trecho AF
•Não é aplicável na região elástica pois o
volume do material não permanece cte.
Relações entre deformações Reais e
Convencionais
l  l0 l l
c   1 c 1 
l0 l0 l0
Como já definidas

l Relação válida até


 r  ln  r  ln  c  1 o inicio da
l0 estricção, onde
prevalece um
estado triaxial de
tensões
Relações entre Tensões Reais e Convencionais
Sabendo que:
Relação válida até
o inicio da
S0 S0
 r  ln  ln  c  1  c 1 estricção, onde
S S prevalece um
estado triaxial de
tensões

S0 P P
S Como: r   r   c  1
c 1 S S0
Expressões analíticas Tensão-Deformação no
Regime Plástico
A deformação não é uma grandeza de estado. Assim, é impossível expressar
com exatidão a dependência analítica = f(). Contudo para o ensaio de
tração uniaxial, foram muitas as tentativas de expressar esta dependência

n 0 é a tensão de escoamento
 r   0  K . r Ludwig
K Coeficiente de resistência que quantifica
quanto o material pode suportar
 r  K . rn Hollomon
n: Coeficiente de encruamento. Representa
a capacidade com que o material distribui a
K e n: f (material, tratamentos) deformação (adimensional)
Expressões analíticas Tensão-Deformação no
Regime Plástico
Hollomon n
 r  K . r
Influência do n

Hollomon
Influência do n
Hollomon
Influência do n
Determinação do n
A partir da equação de Hollomon
P P  S .K . rn
 r  K . n E sabendo que: r 
r S
Derivando


dP  K S .n. rn 1d r   rn .dS 
E sabendo que no regime plástico

dl dS
d r   
l S
Determinação do n
Isolando dS e substituindo


dP  K S .n. rn 1d r  S . rn .d r 
dP
No ponto U a curva apresenta seu ponto de carga máxima, então: 0
d r
n 1 n
n. ru  ru

O coeficiente de encruamento
n   ru (n) corresponde à deformação
real no ponto de carga máxima
Instabilidade Plástica
A estricção, ou deformação localizada no Cp do ensaio
de tração, tem inicio no ponto de aplicação da máxima
carga, a partir do qual o estado uniaxial de tensão da
lugar a um complexo estado triaxial de tensões
dP
Esta situação de instabilidade tem inicio definido pela condição: 0
d r
P   r .S
d r dS Como na dV
S. r. 0 deformação 0
d r d r plástica d r
Instabilidade Plástica
dV d (S.l ) dl dS dS S .d l
0 0 S.  l. 0 
d r d r d r d r d r l.d r

d r dS
Substituindo em: S. r. 0
d r d r

d r  S .d l  dl
S.   r .    0 Sabendo que d r 
d r  l.d r  l
d r A instabilidade ocorre quando a
r tangente da curva r-r e igual
d r à magnitude da tensão aplicada
Instabilidade Plástica
d r Pode ser apresentada em
r termos de deformação  r  ln  c  1
d r convencional, pois:

1 d r r
Derivando d r  d c 
 c  1 d c  c  1

d r r Esta última equação permite É utilizada para


 uma construção geométrica determinação do ponto
d c  c  1 conhecida como construção de de carga máxima no
Considère ensaio real
Determinação da Carga Máxima

d r r

d c  c  1

Construção de
Considère

Por semelhança de
triângulos

c r

1  c  1
Determinação do K e n
O coeficiente de resistência (K) e de encruamento (n)
podem ser determinados em gráfico log-log a partir de:
Hollomon
n
 r  K . r
Aplicando Log em ambos n
log( r )  log( K . )
r
os membros

log( r )  log( K )  log( rn ) log( r )  log K  n. log  r


Determinação do K e n
log( r )  log K  n. log  r
Análise da Superfície de Fratura
Dúctil

Taça e Cone
Análise da Superfície de Fratura
Frágil

A fratura ocorre no plano onde atua a máxima tensão normal


Influência da temperatura no comportamento em tração
Os metais se tornam mais resistentes e menos dúcteis
com o decréscimo da temperatura

Efeitos da Baixa Temperatura no Ferro Puro


Influência da temperatura no comportamento em tração
Em geral, o aumento da temperatura torna os metais e ligas
mais trabalháveis. Durante a deformação processos de
amolescimento se tornam operantes
Em alguns casos, dependendo da liga metálica, o aumento da temperatura
de deformação pode provocar queda de ductilidade e até endurecimento,
contrariando a tendência geral. Isto é geralmente devido à precipitação de
fases duras e/ou frágeis em temperaturas elevadas
Quanto à dependência da tensão de escoamento com a temperatura, em
algumas ligas pode não ocorrer uma queda significativa com o aumento da
temperatura. Esta característica confere boa resistência à fluência,
conforme veremos
Influência da temperatura no comportamento em tração
Nos aços baixo carbono recozidos, a curva de escoamento em temperaturas
na faixa de 80oC a 200oC apresenta um serrilhado devido ao envelhecimento
dinâmico por deformação. Este efeito conhecido como efeito “Portevin
Chatelier” se deve à interação dos elementos intersticiais carbono e
nitrogênio com as discordâncias durante a deformação, formando
atmosferas ou “clusters” que se opõem ao deslizamento

Envelhecimento por deformação dinâmico – aço baixo carbono


Influência da Taxa de Deformação
O aumento da taxa de deformação promove:
•O aumento da tensão de escoamento do metal
•O aumento da temperatura do material devido ao aquecimento
adiabático
 d r
Por definição, a taxa de deformação é dada por: 
dt
dl  dl vel
d r    Vel. é a velocidade do travessão
l l.dt l da máquina de tração

Para uma velocidade constante do travessão a taxa de deformação verdadeira


decresce proporcionalmente ao aumento do comprimento do corpo de prova
Influência da Taxa de Deformação
Experimentalmente, a tensão de escoamento (e) está
relacionada com a taxa de deformação por:
m
 

 e  ,T Ctes  C.  
 
Onde:

m = Coeficiente de sensibilidade à taxa de deformação

C = Limite de escoamento de referência . Constante


Influência da Taxa de Deformação
O expoente m pode ser obtido da inclinação do gráfico:

Quanto maior a
temperatura maior a
sensibilidade à taxa de
deformação
Influência da Taxa de Deformação
O expoente m pode ser obtido de uma maneira mais precisa é
através de ensaios com taxa de deformação variável :

m é determinado por medidas de


mudança da tensão de escoamento
induzida por uma mudança da taxa de
deformação com  e T constantes
Influência da Taxa de Deformação
Ensaios com taxa de deformação variável

A sensibilidade a taxa de deformação


dos metais é bem baixa (< 0,1) à
temperatura ambiente, mas m aumenta
com a temperatura, especialmente para
temperaturas acima da metade do ponto
absoluto de fusão
Influência da Taxa de Deformação

Quanto maior sensibilidade à taxa de deformação (m) maior limite de


escoamento. Está é uma variável de grande interesse na conformação
mecânica dos materiais

Na conformação por martelamento a velocidade de deformação é maior que


no caso de conformação por prensa hidráulica. Por este motivo um mesmo
material conformado por estes processos terá diferentes valores na tensão
de escoamento

Por estes motivos o forjamento por martelamento é realizado a quente para


evitar o surgimento de trincas durante o processo
Taxa de Deformação
Valores Típicos de Velocidades de Deformação

A velocidade de conformação da
maioria dos equipamentos
comerciais é apreciavelmente mais
rápida do que a velocidade de
deformação utilizada no ensaio de
tração padronizado
Ensaio de Compressão
É a aplicação de uma carga compressiva uniaxial em um cp

Quando um material é submetido a cargas


de compressão, as relações entre tensão e
deformação são semelhantes àquelas
obtidas no ensaio de tração
Até a tensão de escoamento o material comporta-se
elasticamente
Ultrapassada a tensão de escoamento ocorre deformação
plástica
Com o avanço da deformação , o material endurece
(encruamento) e ocorre um aumento no diâmetro do cp
Ensaio de Compressão
Comportamento elástico
Como comentado
comportamento elástico
desses materiais sob
compressão é o mesmo que
em condições de tração, e a
curva tensão de
compressão-deformação é
meramente uma extensão
da curva de tração, embora
o limite de escoamento na
compressão pode ser mais
elevado
Ensaio de Compressão

Tensão Limite de Escoamento


Idem Tração

Tensão Limite de Resistência


à Compressão é a
carga máxima divida pela
área inicial do cp
Idem Tração
Ensaio de Compressão
Valores característicos em alguns aços
Ensaio de Compressão
Compressão em Metais Dúcteis e Frágeis
Materiais dúcteis e materiais frágeis, especificamente metais, comportam-
se diferentemente no ensaio de compressão. Enquanto os metais frágeis
rompem praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem grande
deformação na fase plástica, às vezes sem atingir a ruptura
Ensaio de Compressão
Compressão em Metais Frágeis
Em função de trincas submicroscópicas, os materiais frágeis são
geralmente fracos em condições de tração, já que as tensões de tração
tendem a propagar essas trincas, que se orientam perpendicularmente ao
eixo de tração. Nessas condições, a resistência à tração apresentada é
baixa e varia consideravelmente com a amostra utilizada.

No entanto,
esses materiais
são resistentes
à compressão
Ensaio de Compressão
Compressão em Metais Dúcteis

Para os metais dúcteis é possível determinar com precisão as propriedades


para a zona elástica. Já na zona plástica a deformação aumenta a área da
seção transversal (com redução do comprimento), aumentando a
resistência do corpo de prova, isto é, a tensão real instantânea diminui e o
corpo pode ser achatado até o formato de um disco, sem que ocorra
ruptura.
Ensaio de Compressão
Ensaios Convencional e Real
Analisando-se a figura pode-se determinar as tensões e deformação
atuantes neste tipo de ensaio

P 4.P Tensão
c   Convencional ou
S 0  .D0 2 de Engenharia

P 4.P Tensão
r   2
Real ou
S  .D Verdadeira
Ensaio de Compressão
Ensaios Convencional e Real
O volume da amostra permanece constante durante todo o ensaio

S 0 . h0  S . h  Cte

 .D0
2
 .D 2 2  h0 
2 Substituindo na
.h0  .h D  D0 . 
4 4 h equação da tensão real

Fica em função da
P 4.P 4.P.h altura instantânea
r   r  2 entre placas da
S 0  .D 2  .D0 .h0 máquina de ensaio
Ensaio de Compressão
Ensaios Convencional e Real
A deformação convencional pode ser obtida por:

h  h0 h
c   1
h0 h0

A deformação real é obtida pela integração da diferencial de altura:

h dh h
r    ln
h0 h h0
Ensaio de Compressão
Dilatação Transversal
Equivale ao coeficiente de extricção no ensaio de tração e está
relacionado com a plasticidade do material:

S f  S0

S0

Os materiais extremamente dúcteis raramente são submetidos ao


ensaio de compressão, Já que a amostra é submetida a esforços de
atrito junto às placas da máquina na tentativa de deformação, dando
origem a um complicado estado de tensões
Ensaio de Compressão
Embarrilhamento
Durante a compressão de um material dúctil, este se expande na direção
radial, entre as placas da máquina. Contudo, as faces do cp que estão em
contato direto com as placas sofrem uma resistência que se opõe ao
escoamento do material devido às forças de atrito que atuam nessas
interfaces

À medida que se afasta das placas, o material pode escoar em direção


radial sem constrição, atingindo um máximo escoamento no ponto de
meia altura do cp. Isto leva a um cp com perfil em forma de barril
Ensaio de Compressão
Ensaio sem atrito
Nesta situação existiria no corpo de prova somente a tensão
normal de compressão e o corpo deformado manteria a sua
forma cilíndrica original (Estado uniforme de tensões)

O abaulamento pode ser evitado ou minimizado pelo uso de


lubrificação nas superfícies de contato. Para ensaios
conduzidos à temperatura ambiente é recomendado o uso
de teflon ou óleo de alta viscosidade. Para altas
temperaturas indica-se grafite dissolvido em óleo (ligas de
alumínio) e vidro moído (para aços e titânio)
Ensaio de Compressão
Ensaio sem atrito

Para reter o material de lubrificação


usinam-se sulcos rasos em ambas as
faces do corpo de prova. Este
procedimento garante a lubrificação
durante o teste, minimizando o atrito.
Ensaio de Compressão
Relação h0/D0 A diminuição da relação exige
maiores solicitações de carga para a
deformação do cp
Para minimizar a deformação não
uniforme e reduzir o
embarrilhamento, deve-se observar
valores elevados de h0/D0. Na
prática esse valor é da ordem de 3,
sendo que valores maiores tendem a
flambagem
Em geral (h0/D0)
Dúcteis de 3 a 8
Frágeis de 2 a 3
Ensaio de Compressão
Modos de deformação
É importante que os cps tenham uma relação adequada entre comprimento e
diâmetro (h0/D0) para evitar o aparecimento de flambagem e modos de
deformação por cisalhamento

Flambagem h0/D0 > 5


Cisalhamento h0/D0 > 2.5

Barril h0/D0> 2.0 Barril duplo h0/D0> 2.0


Compressão homogênea h0/D0 < 2.0 e não
existe fricção nas superfícies de contato
Instabilidade compressiva devido ao
amolecimento do material por efeito de carga
Ensaio de Compressão
Dimensões dos cps segundo ASTM E9-89a

No caso de chapas podem ser usados cps


com base retangular ou quadrada
Ensaio de Dureza
Dureza é a propriedade de um material que permite a ele
resistir à deformação plástica, usualmente por penetração. O
termo dureza também pode ser associado à resistência à
flexão, risco, abrasão ou corte
A dureza é uma propriedade que se relaciona diretamente com a resistência
mecânica do material. Quanto maior o limite de resistência de um material
metálico, maior a sua dureza
A dureza pode ser medida por
Risco
Rebote ou Impacto
Penetração
Ensaio de Dureza por Risco

Este tipo de ensaio encontra maior aplicação no campo da


mineralogia, onde vários minerais podem ser relacionados com
a capacidade de riscar uns aos outros

A dureza Mohs é a mais antiga e conhecida consistindo em uma escala de 10


minerais padrões organizados de tal forma que o mais duro (diamante de
dureza ao risco 10) risca a todos os outros

A dureza Mohs é um teste simples, mas não é quantitativo. Os padrões são


simplesmente números arbitrários
Ensaio de Dureza por Risco
Os intervalos da escala não são de mesmo valor, isto é, o
intervalo entre 9 e 10 é muito maior do que entre 1 e 2

A dureza é determinada pela pesquisa de qual mineral


da escala padrão o material de teste risca ou não
risca. A dureza do material de teste fica entre os dois
pontos da escala, sendo o primeiro o mineral riscado
pelo material de teste e o segundo o mineral não
arranhado pelo material de teste

Na dureza Mohs a maioria do metais se encontram entre


os pontos 4 e 8, mas esta escala não permite uma
definição adequada da dureza dos metais. Por exemplo,
o cobre, entre 2 e 3 e os aços ferramenta, entre 7 e 8
Ensaio de Dureza por Risco

Outro método de dureza por risco é a microdureza Bierbaum

A microdureza Bierbaum consiste na aplicação de uma força de 3gf, por um


diamante padronizado, com formato igual a um canto de cubo com ângulo de
contato de 35º sobre uma superfície previamente preparada

Por meio de um microscópio, mede-se a largura do


risco  (m), e o valor numérico da dureza
Bierbaum (K) será:

10 4
K 2

Ensaio de Dureza por Rebote ou Impacto
O Escleroscópio é provavelmente um dos mais antigos
dispositivos de medição de dureza. Ele foi criado em 1905
pela Shore Instrument Mfg Co

b) Com escala

a) Original com
tubo graduado
Ensaio de Dureza por Rebote ou Impacto
Este e um ensaio de dureza dinâmica, onde o valor de
dureza é proporcional à energia de deformação consumida
para formar a marca no corpo-de-prova (cp), sendo esta
representada pela altura alcançada no rebote do êmbolo

Um material dúctil irá consumir mais energia na deformação do cp e o êmbolo


alcançará uma altura menor no retorno, indicando consequentemente uma
dureza mais baixa
Ensaio de Dureza por Rebote ou Impacto

O método de ensaio utiliza uma


barra de aço de 0,250 Kgf, com
uma ponta arredondada de
diamante colocada dentro de um
tubo de vidro com uma escala
graduada de 0 a 140. A barra é
liberada de uma altura padrão
de 256 mm, e a altura do
rebote, após o choque com a
superfície do material, é
considerada a dureza do
material
Ensaio de Dureza por Rebote ou Impacto

Correlação entre a
dureza Shore e o
limite de
resistência à
tração em aços
carbono
Ensaio de Dureza por Penetração

Dureza Brinell
Este ensaio foi proposto em 1900 por J.A. Brinell sendo
o 1o ensaio por penetração reconhecido industrialmente

Consiste em imprimir uma


esfera de aço temperado
ou de carboneto de W na
superfície do material
ensaiado, gerando uma
calota esférica
Dureza Brinell
A dureza Brinell é o quociente da carga (P) aplicada pela
área da calota esférica impressa (S)
P Onde a dureza é expressa em
Dureza  termos de tensão aplicada (Pa)
S
c arg a
HB 
área da impressão

Introduzindo-se
a superficie da 2.P
calota esférica
HB  0,102 .
tem-se: ( .D).( D  D 2  d 2 )
Dureza Brinell
•O tempo de aplicação da carga 10 a 15 s ou 30 s (materiais moles)
•Quando possível, utiliza-se esfera D = 10 mm, mas também há esferas
de D = 5; 2,5; 2; 1 mm
•A amostra deve possuir as duas faces paralelas e um bom acabamento
superficial, conferido por lixa 400
Cargas
Na maioria dos casos (dureza até 450 HB) 29,42 kN (3000 kgf)
Para materiais moles utilizam-se cargas de 14,70 kN (1500 kgf) ou de 4,9
kN (500 kgf)
Já no caso de materiais muito duros com dureza entre 450 e 650HB, utiliza-
se esfera de WC sinterizado, para evitar deformação na esfera padronizada
Dureza Brinell
Pode-se também utilizar outros valores de carga e diâmetro,
desde que mantido o ângulo que o centro da esfera faz com a
impressão, ou também manter a seguinte relação constante

P O valor da carga P pode


2
 Cte variar, desde que se mantenha
D constante a relação P/D2

Obedecendo-se essa regra, o resultado do ensaio será


independente da carga (ou diâmetro da esfera)
adotada
Em geral, utiliza-se P/D2 = 30 para aços e ferros
fundidos e P/D2 = 20 para ligas de alumínio
Dureza Brinell
O diâmetro da impressão formada deve ser medido por meio de
microscópio graduado e por duas leituras, uma a 90° da outra,
para minimizar leituras errôneas e resultados imprecisos
2.P
HB  0,102 .
( .D).( D  D 2  d 2 )
Validação do Resultado - diâmetro de impressão entre: 0,24.D e 0,60.D
Normas Utilizadas ASTM E10-93 e NBR-6394 (ABNT)
Ex: 75 HB10/500/30 significa que o valor 75 foi obtido para a dureza (HB=
Hardness Brinell), usando uma esfera de aço de 10mm de diâmetro, com um
carga de 500 kgf, aplicados durante 30 segundos
Dureza Brinell
Vantagens e Desvantagens
Comparada a outros métodos, a esfera do teste Brinell provoca a endentação
mais profunda e mais larga . Com isto a dureza medida no teste abrange uma
porção maior de material, resultando em uma média de medição mais precisa,
tendo em conta possíveis estruturas policristalinas e heterogeneidades do
material. como por exemplo ferro fundido cinzento

Com alto
encruamento

Trabalhados
a frio
Dureza Brinell
A dureza Brinell e o limite de resistência à tração convencional
Existem relações experimentais , não tão precisas, que correlacionam o
limite de resistência à tração (u) [MPa] com o valor de dureza (HB) obtido

 u   .HB
Valores de 

Para durezas Brinell maiores


que 380, a relação não deve
ser aplicada, pois a dureza
passa a crescer mais
rapidamente do que o limite
de resistência à tração
Dureza Rockwell
O teste de dureza Rockwell consiste em endentar um materialcom
um cone de diamante ou endentador de esfera de aço endurecido
Recebeu este nome pelo fato de a sua proposta
ter sido feita pela indústria Rockwell dos EUA,
sendo o método mais utilizado internacionalmente
devido a sua precisão, rapidez de execução,
simplicidade e tamanho pequeno da impressão

A dureza Rockwell pode ser classificada como


comum ou superficial, dependendo do
penetrador e da carga a ser aplicada

A medição baseia-se na profundidade de penetração do endentador,


não havendo relação com a área de impressão como no ensaio Brinell
Dureza Rockwell
O material a ser ensaiado deve possuir a
superfície de medição plana e paralela à
superfície oposta O acabamento
superficial deve ser conferido por lixa
tipo 100 ou mais fina
Pré-carga para assentar o material e
eliminar a influência de pequenas
rugosidades superficiais e erros
causados pela deformação elástica
Aplica-se a carga de penetração
dependendo da escala a ser adotada
A medição destas profundidades é
feita pela máquina de ensaio através de
um relógio comparador
Dureza Rockwell
A dureza é inversamente
proporcional à profundidade de
penetração obtida pela aplicação da
carga, descontada da profundidade
de penetração da pré-carga
Dureza Rockwell
O resultado, já convertido na escala selecionada, é lido no
visor da máquina de ensaio logo após a retirada da carga
Escalas mais usuais
B: Os materiais menos duros devem ser ensaiados
selecionando-se esta escala. O penetrador
utilizado é uma esfera de 1/16“ aço temperado e
a carga de penetração é de 100 kgf

C: Os materiais mais duros devem ser ensaiados


por esta escala. O penetrador utilizado possui uma
ponta cônica de diamante e a carga de penetração
é de 150kgf
Dureza Rockwell

HR  E  e
Dureza Rockwell
Na dureza Rockwell (HR) superficial as cargas
aplicadas são bem menores à convencional
Pré-carga: 3 kgf

Cargas de 15, 30 e 45 kgf


Dureza Rockwell
Determinação da profundidade de impressão:
Penetrador de diamante:
Comum p  (100 – HR) . 0,002 mm

Superficial p  (100 – HR) . 0,001 mm

Penetrador esférico
Comum p  (130 – HR) . 0,002 mm

Superficial p  (100 – HR) . 0,001 mm


Dureza Rockwell
Conversão da Dureza Rockwell em Brinell
P
HR  (C1 - C 2 ) 
 .D.(HB)
C1 e C2 são constantes tabeladas
Δp = p2-p1 (variação na profundidade)

p2: profundidade de penetração com a carga total


p1: profundidade de penetração com a carga inicial
(pré-carga)
D: Diâmetro da esfera Brinell
Dureza Rockwell
Informações
As normas que fazem referência ao ensaio são NBR-6671 e a ASTM E18-94
Para materiais de dureza desconhecida qual escala utilizamos?
O tempo de aplicação da pré-carga deverá ser menor que 3 segundos, sendo
recomendado períodos de 1 a 8 segundos para aplicação da carga total,
dependendo do material

O espaçamento entre as impressões deve ser no mínimo 3 vezes o


diâmetro da penetração e 2,5 vezes o diâmetro para a distância da borda
do corpo-de-prova
Dureza Vickers
Este método foi introduzido em 1925 por Smith e Sandland,
recebendo o nome de Vickers, pois foi a companhia que fabricou as
máquinas para operar este tipo de dureza
É um método semelhante ao ensaio de dureza Brinell, pois
relaciona a carga aplicada com a área superficial de impressão

c arg a
HV 
área da impressão

O penetrador é uma pirâmide de diamante de base


Durômetro quadrada com ângulo entre as faces opostas igual a 136°
LEM-UFF
Dureza Vickers
O ângulo de 136° foi escolhido em função de sua proximidade com o
ângulo formado no ensaio Brinell entre duas linhas tangentes às bordas
da impressão e que partem do fundo dessa impressão
Dureza Vickers

Cargas
5 a 100 kgf (49 a 980 N) COMUM
2 a 5 kgf (1,96 a 49 N) PEQUENA
0,001 a 1 kgf (0,0098 a 0,98 N) MICRODUREZA
Dureza Vickers
O valor da dureza Vickers é
determinada pela seguinte expressão
P
HV 
d2
2.sen(136o / 2)

1,854.P
HV 
d2

A forma da impressão é de um losango retangular, cujas diagonais (d1 e d2) são


medidas através do microscópio acoplado à máquina de ensaio. O valor médio (d)
dessas duas medidas é utilizado no denominador da equação apresentada
Dureza Vickers
Informações
A diferença entre as diagonais d1 e d2 deve ser menor ao 5%
Tempo de aplicação da carga : 10 a 15 s
A dureza Vickers apresenta vantagens como uma escala contínua abrangendo
desde materiais macios (~5HV) até materiais bastante duros (>1000HV)

O penetrador por ser indeformável pode ser utilizado para esta ampla faixa
de durezas. Além disso, a carga de penetração pode ser variada, sem que se
altere o resultado do ensaio.
Impressões extremadamente pequenas que podem não inutilizar a peça
As normas que fazem referência ao ensaio são NBR NM 188-1 ou ASTM E
92 – 82(2003)e2
Dureza Vickers
Relação entre dureza Vickers e a tensão de proporcionalidade (p)
A dureza envolve a penetração da ponta de teste por um processo de
deformação plástica. Desse modo a dureza pode ser correlacionada com o
limite de proporcionalidade
O valor numérico da dureza Vickers é da ordem de 2 a 3 vezes o valor de p
(Mpa) para materiais duros, e em torno de 2 a 4 para metais
Microdureza Vickers

Esta é uma variante do método Vickers, onde se utiliza um


penetrador muito pequeno. A carga também é reduzida de
modo a se obter uma impressão microscópica. Este ensaio pode
ser realizado em uma amostra metalográfica.
O teste de microdureza
acostuma-se utilizar em
materiais bifásicos, para se
determinar a dureza de
cada uma das fases e em
juntas soldadas para se
levantar o perfil de durezas
ao longo da ZTA
Microdureza Vickers
Exemplo de utilização em juntas soldadas

Aço HY – 80, soldado sem pré-aquecimento

Os picos de dureza na ZTA se devem à formação


de martensita e bainita nestas regiões

Na raiz da solda os picos se tornam menores


devido ao efeito de revenimento dos passes
subsequentes.
Microdureza Knoop
Este método é semelhante ao Vickers, mas utiliza um
penetrador de diamante na forma de uma pirâmide alongada ,
que provoca uma impressão no local onde a diagonal maior e a
menor apresentam uma relação de 7 para 1

P
HK  14,2 .  2 
l 

P = carga aplicada [gf]


l = comprimento da diagonal maior [μm]
Microdureza Knoop
Informações
Ao indicar a dureza, o valor calculado deve ser multiplicado por 103, para
compatibilizá-lo com a grandeza das demais durezas que se baseiam em uma
relação carga em (Kgf) e área (mm2)

Utilizada em materiais frágeis, vidro e camadas finas como películas de


tinta ou camadas eletrodepositadas
Os ensaios de microdureza requerem de uma cuidadosa preparação do
cp sendo recomendados polimento eletrolítico da superfície de análise.

O ensaio Vickers é mais sensível a erros e medição do que o Knoop

O ensaio Vickers é menos sensível às condições da superfície do que o Knoop


Microdureza Knoop
Informações
A impressão Knoop é mais estreita e menos profunda que a Vickers, deste modo
pode ser usada na determinação de finas regiões de camadas eletrodepositadas
ou endurecidas
Comparativo dos Ensaio de dureza
Ensaio de Dureza no Campo
Rebote ou Impacto Leeb (HL)
Utiliza um corpo de impacto contendo
um magneto
O valor da dureza pode ser deduzido
através da voltagem induzida por uma
bobina levando em consideração a
velocidade com que o magneto contido
no corpo de impacto se desloca
perpendicularmente à bobina de
medição, induzido assim, uma variação
na tensão. A razão 1000×vr/vi é vr Velocidade do magneto após o rebote
denominada como a dureza Leeb vi Velocidade do magneto antes do rebote
Ensaio de Dureza no Campo
Ultrassom (UCI) Ultrasonic Contact Impedance
Utiliza como base o método Vickers, mas a
área de endentação é medida se baseando o
deslocamento de uma frequência ultra-sônica
Uma ponta de prova de UCI consiste tipicamente em
um diamante Vickers unido à extremidade de uma
haste de metal
Esta haste é excitada longitudinalmente em
aproximadamente 70 KHz por transdutores
piezelétricos
Quando a carga de ensaio é aplicada, ocorre um
deslocamento ou variação na frequência da haste
enquanto o diamante penetra no material
Ensaio de Dureza no Campo
Ultrassom (UCI) Ultrasonic Contact Impedance
Esta variação da freqüência se tornará maior
quando a profundidade de penetração seja maior
Analogamente, a variação de frequência será menor
em materiais duros, pois a ponta de diamante
penetra somente ligeiramente no material
O Principio (UCI) se baseia na variação da
freqüencia (f), sendo este proporcional ao
tamanho da endentação Vickers (S)

f  f Eeff , S 
P
HV 
S
Eeff é o modulo de elasticidade efetivo do material
Ensaio de Dureza no Campo
Ultrassom (UCI) Ultrasonic Contact Impedance
Uma mola aplica a carga e a
frequência da haste muda em
proporção à área de contato da
endentação produzida pelo diamante
Vickers

O instrumento monitora
constantemente a frequência em um
transdutor receptor, executa o
cálculo e indica instantaneamente o
valor da dureza
Ensaio de Impacto

Os ensaios de impacto medem a tenacidade ao impacto dos


materiais, sendo esta definida como a energia absorvida para
a fratura

Durante a segunda guerra alguns navios


apresentaram fraturas catastróficas. Estes
eventos ocorreram mais intensamente nos
meses de inverno, mostrando que o aço
utilizado nas estruturas tornava-se frágil em
condições especiais (Origem da Mecânica da
Fratura)
•Baixas Temperaturas fratura dos navios Liberty e
•Defeitos na soldagem (concentrador de tensões) T-2 nos portos
Ensaio de Impacto
Três fatores principais e independentes contribuem
para o surgimento da fratura frágil em materiais que
são normalmente dúcteis à temperatura ambiente

Baixas Temperaturas
Alta taxa de deformação
Estado triaxial de tensões

No ensaio de impacto um corpo de prova com entalhe é quebrado pelo


impacto de um pêndulo ou martelo pesado, que cai de uma distância
fixa (energia potencial constante) em uma velocidade pré-determinada
(energia cinética constante). O teste mede a energia absorvida pelo
corpo de prova fraturado
Ensaio de Impacto
Dois tipos de ensaios padronizados são os mais amplamente
utilizados Charpy e Izod

Izod: CP engastado Inglaterra

Normas
ASTM E23b e A370
Charpy: CP apoiado EUA
Ensaio de Impacto
Charpy
Ensaio de Impacto
Izod
Ensaio de Impacto
Os ensaios de impacto possuem dois fatores embutidos
que favorecem a fratura frágil dos materiais:

A alta taxa de carregamento imposta pelo pêndulo em alta


velocidade e o entalhe do corpo de prova, que serve como
concentrador de tensões
O golpe é dado no sentido de abrir e não
fechar a trinca.

O entalhe deve ser confeccionado rigorosamente


dentro da norma de ensaio ASTM E23
Ensaio de Impacto

Pêndulo Universal Taxa de carregamento imposta


LEM-UFF
Cps Charpy

Entalhe em V

Entalhe cilíndrico

Entalhe em U

Sem entalhe
Cps Charpy
Variações do cp Charpy são adotadas
por algumas normas internacionais.
Assim são o cp Mesnager, semelhante
ao corpo Charpy tipo C com
profundidade de entalhe reduzida e o
cp Schnadt, com diferentes
geometrias de entalhe. No corpo
Schnadt um pino de aço é posicionado
dentro do entalhe para a execução do
teste. O pino previne o aparecimento
de tensões de compressão no impacto
Em todas as situações de cps
especiais, existe a dificuldade de
estabelecer equivalência de resultados
Cps Izod

Entalhe em V
Normas de Ensaio Charpy

ABNT
NBRNM 281-1 (11/2003) Materiais metálicos - Parte 1: Ensaio de
impacto por pêndulo Charpy
NBR NM281-2 (11/2003) Materiais metálicos - Parte 2: Calibração de
máquinas de ensaios de impacto por pêndulo Charpy
NBR6157 (12/1988) Materiais metálicos - Determinação da
resistência ao impacto em corpos-de-prova entalhados simplesmente
apoiados
Normas de Ensaio Charpy
ASTM
E23-05 Standard Test Methods for Notched Bar Impact Testing of
Metallic Materials (2005) (cobre Charpy e Izod)
ISO
ISO 148-1, Metallic materials - Charpy pendulum impact test - Part 1:
Test method (rev. 2006)
ISO 148-3,Metallic materials - Charpy pendulum impact test - Part 3:
Preparation and characterization of Charpy V reference test pieces for
verification of test machines (1998)
ISO/TR 7705, Guidelines for specifying Charpy V-notch impact
prescriptions in steel specifications(1999)
ISO 5754, Sintered metal materials, excluding hardmetals; Unnotched
impact test piece (1978)
Normas de Ensaio Izod
ABNT
NBR8425 MB1694, Plásticos rígidos - Determinação da resistência ao
impacto Izod ,(1984)
ASTM
D256-05a Standard Test Methods for Determining the IZOD Pendulum
Impact Resistance of Plastics

E23-05 Standard Test Methods for Notched Bar Impact Testing of


Metallic Materials, (2005) (cobre Charpy e Izod)
Parâmetros de tenacidade obtidos no ensaio de
impacto

- Energia absorvida ao impacto

- Temperatura de transição dúctil-frágil

- Porcentagem de fratura dúctil ou fibrosa

- Expansão lateral
Cálculo da Energia Absorvida ao Impacto
A massa do martelo (m) é
inicialmente elevada a uma altura
(a). A energia potencial da massa
(Ep), antes da queda é:

E p  m.g .a
Pelo principio de conservação da
energia determina-se a velocidade de
impacto (V) do pêndulo, desprezando-
se o atrito do peso com o ar
1
.m.V 2  m.g .a
2

V  2.g .a
Cálculo da Energia Absorvida ao Impacto
A energia do martelo pode ser
rescrita em função do ângulo da
queda e de o ângulo de elevação
Por trigonometria
R. cos   a  R
R. cos   b  R

a  R.(1  cos  ) b  R.(1  cos  )

Ea  m.g.R.(1  cos  )

Eb  m.g .R.(1  cos  )


Cálculo da Energia Absorvida ao Impacto
A energia absorvida no impacto
(EI) corresponde à diferença
entre a energia potencial do
pêndulo na altura de queda e a
energia potencial do pêndulo na
altura de elevação

EI  m.g .(a  b)

E I  m.g .R.(cos   cos  )


Transição Dúctil-Frágil
A principal função dos ensaios Charpy e Izod consiste em
determinar se um material apresenta ou não uma transição
dúctil-frágil com o decréscimo da temperatura e, caso
apresente, em que faixa de temperaturas ocorre o fenômeno
Transição Dúctil-Frágil
Tipos de materiais e campos de temperaturas de transição
Metais CFC
Não apresentam temperatura de
transição (altas energias absorvidas)
Al (2xxx Al-Cu, 7xxx Al-Zn-Mg-Cu),
Cu, latão, Inox 300, Ouro, Ni

Metais CCC
Apresentam temperatura de transição
Aços ao carbono, Inoxidáveis ferríticos
Metais de Alta Resistência
Não apresentam transição (baixas
energias absorvidas)
Aços ligas e Materiais Temperados e Revenidos em baixas temperaturas
Transição Dúctil-Frágil
Fratura Frágil Fratura Dúctil
Pouca deformação Muita deformação
plástica macroscópica plástica macroscópica
Facetas e degraus de Microvazios (“dimples”)
clivagem ou trincas
intergranulares Expansão lateral do cp
Brilhante (no caso da Aspecto Fosco
fratura por clivagem)

Mecanismos:
Clivagem ou
fragilização Cisalhamento
intergranular
Aspectos da Fratura
A nível atômico, o rompimento das ligações se dá em um
mesmo plano cristalográfico
Cisalhamento: Quando a fratura se dá no mesmo plano da tensão resolvida
Clivagem: Quando a fratura é normal ao plano da tensão
Fratografia
Análise da Superfície de Fratura
Microscópio eletrônico de varredura (MEV), equipamento que utiliza
um feixe de elétrons e obtém imagens e informações oriundas de
diversos tipos de interação deste feixe com a amostra

Para a fratografia utiliza-se imagens de elétrons secundários, que


possui boa profundidade de campo, ou seja, fornece idéia do relevo
da superfície.

Através da fratografia pode-se obter informações complementares


ao exame macroscópico de modo a se determinar o mecanismo de
fratura (fratura frágil, fratura dúctil, fadiga,...)
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura Dúctil

Em um policristal, muito
comumente, o processo de
fratura dúctil se inicia pela
formação de microcavidades nas
interfaces de partículas de
inclusões devido à ação de um
tensão cisalhante

Em seguida, o processo de fratura prossegue com o


crescimento e coalescimento dessas microcavidades “dimples”
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura Dúctil
Em seguida, o processo de
fratura prossegue com o
crescimento e coalescimento
dessas microcavidades “dimples”
Essas microcavidades podem ser
observadas no MEV

Macroscopicamente a fratura dúctil apresenta um


aspecto fosco e claros sinais de deformação plástica
(expansão lateral nos cps Charpy)
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura Dúctil
Essas microcavidades podem
ser observadas no MEV
Podem ser observadas também as
partículas de inclusões onde foram
nucleados os “dimples”, tal como
indicado pela seta na figura

Para materiais dúcteis, quanto


menor o tamanho dos “dimples”,
Aço inoxidável Superduplex UNS S32750
menor a tenacidade
Solubilizado
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura por Clivagem
Propaga por planos definidos
denominados planos de clivagem,
tendo a superfície aspecto
macroscópico brilhante e isenta
de deformação plástica
A fratura frágil por clivagem ocorre devido à ação de uma componente trativa
da tensão externa aplicada . Deve ocorrer no plano da tensão principal máxima

Em muitos sistemas cristalinos, certos planos de cristalográficos são


mais facilmente separados por esse processo – são os chamados
planos de clivagem – (menor densidade atômica)
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura por Clivagem

Em monocristais a superfície de
fratura é totalmente plana

Em materiais policristalinos, como


a orientação dos planos de
clivagem muda de grão para grão a
superfície de fratura apresenta-se
na forma de facetas
Fratura por Clivagem

Facetas de clivagem com rios


Aço inoxidável Superduplex UNS S32750 característicos “river patterns”, sendo
Envelhecido a 475•C por 500 horas referenciados na figura. Estes rios indicam
o sentido do local de propagação da fratura
Fratura Quase Clivagem

Se observam várias facetas de


clivagem, assim como também
colônias contendo grande
quantidade de dimples, tal como
indicado pelas setas pretas e
brancas, respectivamente.

Aço inoxidável Superduplex UNS S32750


Envelhecido a 550•C por 100 horas. Ea=52J
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura por Fragilização Intergranular ou coesiva
Não toda fratura frágil ocorre pelo mecanismo de
clivagem e apresenta o aspecto brilhante descrito
Lembra-se que a principal característica das fraturas frágeis
é a ausência de deformação plástica nos níveis macro e
microscópico
A fratura frágil também pode se dar de forma
intergranular, por um mecanismo de fragilização dos
contornos de grão. Neste caso, não se observa o aspecto
brilhante das fraturas por clivagem
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura por Fragilização Intergranular ou coesiva

É atribuída à segregação de
impurezas nos contornos de
grão, fragilização por
hidrogênio, precipitação
intergranular de fases frágeis
Morfologias de Fratura Frágil no MEV
Fratura por Fragilização Intergranular ou coesiva
Fratografia
Resumo

Clivagem
Dúctil
Transgranular

ntergranular
Transição Dúctil-Frágil
Temperatura de transição dúctil-frágil (TTDF)
Critérios de determinação – Materiais CCC

O critério mais simples e mais seguro é


estabelecer a temperatura do patamar
superior da curva de energia , com 100% de
fratura fibrosa (ausência de clivagem). Este
é o ponto representado por T1 na figura. O
critério é denominado FTP “Fracture
Transition Plastic” ou transição para fratura
plástica. Este critério usa uma larga margem
de segurança o que o torna impraticável para
muitas aplicações
Transição Dúctil-Frágil
Temperatura de transição dúctil-frágil (TTDF)
Critérios de determinação – Materiais CCC
Um critério menos rígido define a
temperatura de transição , T2, para 50% de
fratura dúctil (ou frágil). A temperatura T2
é denominada temperatura de transição de
aparência de fratura FATT “Fracture
Appearance Transition Temperature”
Uma outra aproximação para a temperatura
de transição T3 é a média entre os valores
dos patamares superior e inferior
- A temperatura correspondente à média de Ea no patamar dúctil e no patamar frágil
-A média entre a máxima temperatura do patamar frágil e a mínima do patamar dúctil
Transição Dúctil-Frágil
Temperatura de transição dúctil-frágil (TTDF)
Critérios de determinação – Materiais CCC
O critério da temperatura de transição de T4
associada com um valor arbitrário de energia
absorvida CV (ver figura), foi estabelecido
com base na experiência de ensaios Charpy.
Por exemplo, este valor de energia foi fixado
em 2,1 kgf.m para aços de baixa resistência,
com base em inúmeros testes realizados com
chapas para navios durante a segunda guerra.
Isto significava que a fratura frágil não
começaria se a energia absorvida tivesse o
citado valor, na temperatura de ensaio
Transição Dúctil-Frágil
Temperatura de transição dúctil-frágil (TTDF)
Critérios de determinação – Materiais CCC

Por último, um critério mais acurado é fixar


a temperatura de transição, T5, como sendo
aquela na qual a fratura ocorre 100% por
clivagem. Esta referência é conhecida como
atemperatura de ductilidade nula NDT “Nil
Ductility Temperature”. Este ponto
corresponde ao início de fratura
praticamente sem nenhuma deformação
plástica prévia. A probabilidade de fratura
dúctil abaixo desta temperatura é zero
Porcentagem de Fratura Dúctil ou Fibrosa
O aspecto da fratura varia com a temperatura do ensaio. Esta
observação pode ser importante pois uma das maneiras de se definir
temperatura de transição baseia-se em uma certa porcentagem de
fratura fibrosa

A superfície de fratura de um cp Charpy pode


apresentar quatro zonas distintas:

1- Zona fibrosa junto ao entalhe onde a fratura é nucleada


2- Zona radial que ocupa a região central do cp
3 - Zona de cisalhamento emoldurando o cp nas três faces
que não contem o entalhe
4- Zona fibrosa, entre a radial e de cisalhamento do
lado oposto ao entalhe
Porcentagem de Fratura Dúctil ou Fibrosa
A evolução da superfície de fratura a partir de temperaturas
mais baixas de descreve a seguir:

a- Fratura Inteiramente Radial


b- Presença de Zonas de Cisalhamento Reduzidas
c- Aparecimento de zona fibrosa junto ao entalhe
d- Crescimento da área ocupada pela região
fibrosa (Está área quando avaliada inclui as zonas
de cisalhamento)
e- Fratura Inteiramente Fibrosa
Porcentagem de Fratura Dúctil
ou Fibrosa
Evolução do aspecto da fratura com a
temperatura em cps de aço AISI4340
Porcentagem de Fratura Dúctil ou Fibrosa
Expansão Lateral

UNS S32750 envelhecido a 475ºC: (a) 8,(b) 10,(c) 24,(d) 100,(e) 300,e (f) 2000
Expansão Lateral
Comparativo

200 SD-A (Solubilizado) SD-A (Solubilizado)


50
180
400ºC
Energia absorvida ao impacto [J]

160 400ºC
40
140

Expansão lateral [%]


120 30

100

80 450ºC 20 475ºC
60
Temperaturas 475ºC 10Temperaturas
40 o
400 C o 450ºC
400 C
20 o
450 C o
450 C
o 0
0 475 C o
475 C
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Tempo de envelhecimento [h] Tempo de envelhecimento [h]

UNS S32750 envelhecido a 400, 450 e 475ºC


Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Tamanho de grão

Os contornos de grão são obstáculos à movimentação


de discordâncias, por isso o refino de grãos provoca
o endurecimento dos materiais metálicos. Por outro
lado os contornos de grão também são obstáculos à
propagação de trincas de clivagem, obrigando que
estas mudem de direção na passagem de um grão
para outro
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Tamanho de grão

Materiais de grãos finos


exigem uma mais alta
energia para fratura e
apresentam temperatura
de transição dúctil-frágil
mais baixa do que
materiais de grãos
grosseiros
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Composição Química
A presença de impurezas em geral abaixa a
tenacidade. No aço, por exemplo, são especialmente
nocivos os elementos enxofre e fósforo. O enxofre
forma sulfetos que causam fragilização a quente e a
frio

O fósforo, segrega-se nos contornos de grão


fragilizando-o. Isso pode ocorrer no revenido, por
exemplo (fragilidade do revenido).
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Composição Química
A resistência do entalhe é particularmente afetada
pelo oxigênio. Para ferro de alta pureza foi
determinado que quantidades de oxigênio acima de
0,003% produzem fratura intergranular e
correspondentemente baixa absorção de energia
Silício , em quantidades acima de 0,25% parece elevar
a temperatura de transição. O molibdênio aumenta a
temperatura de transição tão rapidamente quanto o
carbono. No entanto, o cromo tem pouco efeito
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Composição Química
Teores crescentes de
carbono também abaixam a
tenacidade ao impacto
O níquel, alumínio e o
manganês conferem boa
tenacidade ao aço, podendo
estes elementos de liga serem
usados em aços ferríticos
para fins criogênicos
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Composição Química
Porque o níquel, alumínio e o
manganês conferem boa tenacidade
ao aço?

Possuem estrutura cúbica de face


centrada (CFC). Estes elementos
não apresentam transição dúctil-
frágil com o decréscimo da Influência da quantidade Mn
temperatura temperatura de transição dúctil
frágil em um aço com 0,3%C
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Composição Química

A precipitação de fases frágeis ou


fragilizantes durante o processo de
fabricação ou mesmo em serviço
podem abaixar consideravelmente a
tenacidade do material. Alguns
exemplos são: cementita nos aços
de alto carbono, grafita lamelar
nos ferros fundidos cinzentos,
fase ´nos latões, fases  e ’ nos
aços inoxidáveis ferríticos e duplex UNS S32750 envelhecido a 475ºC por
24horas. Efeito da fase ´na ferrita
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Orientação do cp em relação à direção de laminação
Os contornos de grão, os sulfetos e as fibras do material ficam
alongados na direção de laminação
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Orientação do cp em relação à direção de laminação
Os contornos de grão, os sulfetos e as fibras do material ficam
alongados na direção de laminação
No cp 3 a direção de propagação da trinca é
paralela aos sulfetos e as fibras alongadas. A
trinca se propaga mais facilmente, até porque
encontra um tamanho de grão maior. Isto leva a
uma tenacidade menor
No cp 1 a trinca se propaga em uma direção em
que encontra o menor tamanho de grão. A trinca
sofre ainda oposição das fibras alongadas,
perpendiculares à direção de propagação. Isso
conduz à uma maior tenacidade
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Orientação do cp em relação à direção de laminação
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Dimensões do cp
Em alguns casos não é possível obter um cp de dimensões normalizadas
a partir da amostra de material disponível. A redução da largura ou da
profundidade do cp reduz o volume de metal submetido aos
carregamentos impostos, o que tende a reduzir a absorção de energia
quando o corpo é quebrado pelo impacto

Quanto mais agudo o entalhe, mais fortes são os efeitos citados acima.
Os tamanhos dos corpos de prova foram padronizados de forma que os
resultados possam ser comparados com boa confiabilidade
Fatores Metalúrgicos que Influenciam na
Tenacidade ao Impacto
Dimensões do cp
Não é possível comparar resultados de
ensaios de impacto para cps de
diferentes dimensões. A redução do
tamanho do cp diminuirá a quantidade de
energia absorvida no impacto, como
esperado. Entretanto, ensaios práticos
comprovam que o aumento da largura do Cp de tamanho reduzido de
cp tende a reduzir a energia absorvida 5 mm de espessura de aço
por unidade de área,isto é, propicia a inoxidável Superduplex
ocorrência de fratura frágil UNS S32750
Extração de Cps para Ensaios de Impacto em
Juntas Soldadas
Caso de juntas soldadas de aço inoxidável Duplex
Linha de água Salgada (P-57)
Exigência da norma SBM SPF92033A1
Caso de juntas soldadas de aço inoxidável Duplex
Linha de água Salgada (P-57)
Exigência da norma SBM SPF92033A1
3 cps normalizados (55x10x10 mm) por cada condição
Temperatura de Ensaio: -46°C

Os cps foram retirados


transversalmente na junta soldada a
2mm da superfície da raiz e do
enchimento
O entalhe, tal como apresentado na
figura, deve ser realizado no centro
do metal de solda (CMS), na zona de
ligação ou linha de fusão (LF) e a 2
e 5mm da LF na direção da ZTA
Caso de juntas soldadas de aço inoxidável Duplex
Exigência da norma SBM SPF92033A1

A Figura mostra os valores médios


de energia absorvida ao impacto
Charpy

Os valores obtidos
encontram-se acima dos
valores médios mínimos
exigidos pela norma Norsok
M 601 e da norma SBM
SPF920872A
Materiais de Alta Tenacidade para Fins
Criogênicos

•Aços ao Ni (3%, 5% ou 9%Ni)

•Aços ARBL de grãos finos (TG ASTM 10 - 12)


•Aços inoxidáveis austeníticos (CFC)
•Ligas de alumínio (cfc)
•Ligas e superligas de níquel
Materiais de Alta Tenacidade para Fins
Criogênicos
ASME VIII – Div.1
Paragrafo UCS 66
O valor de -45ºC é o valor
mínimo até onde é
usualmente possivel o
emprego de aços carbono
Na Prática é usual denominar:
Até -45ºC são serviços
em baixas temperaturas
Valores inferiores a -
45ºC são denominados
serviços criogénicos
Ensaio de Impacto com Tração
Este método de ensaio utiliza tração em vez de flexão
para o ensaio de impacto, sendo mais empregado para
estudos do que em ensaios de rotina

O resultado também é devido


à perda de energia potencial
do pêndulo
Ensaio de Impacto com Tração
Em geral, o resultado é
fornecido em energia por
unidade de área, para não
depender das dimensões do
cp. A área considerado deve
ser aquela na região do
entalhe, se houver

O Cp pode ser liso ou entalhado e a carga é aplicada


pelo martelo pendular na direção axial do cp
O ensaio pode ser realizado em qualquer temperatura,
mas não é usual devido à dificultosa colocação do cp
na máquina
Ensaio de Impacto com Tração com Cp Entalhado
Após ruptura do cp pode-se calcular a
resistência ao entalhe (RE) e a relação
entalhe resistência (RER) do metal à
temperatura do ensaio

Qmáx RE
RE  RER 
S 0e r
O valor de RER dá a medida
Sendo: da sensitividade ao entalhe
Qmáx: A carga máxima atingida no ensaio
Se o valor de RER for menor
S0-e: A área inicial na seção do entalhe
que 1, o metal é frágil na
r: É o limite de resistência à tração em presença do entalhe
cp não entalhado do mesmo material
Ensaio de Impacto com Tração com Cp Entalhado

RER dá a medida da
sensitividade ao entalhe

Se o valor de RER for


menor que 1, o metal
é frágil na presença do
entalhe

O valor de RE diminui nos


aços com r superiores a Os metais dúcteis que
140 Kgf/mm2, sendo então possuem baixa concentração
frágeis na presença de de tensões elásticas (Kt) tem
entalhe RER>1
Ensaio de Impacto com Tração com Cp Entalhado
Observações O valor do raio do entalhe (r)
tem grande influência nos
resultados principalmente em
aços de alta resistência

Reduzindo-se a relação a/r,


aumenta-se (RE) e (RER) para
esses casos

A triaxialidade das tensões é


alterada, se varia a profundidade
do entalhe, dada pela relação
(1-d2/D2) mudando o valor de
(RER)
Outros Ensaios de Caracterização de Fratura
Frágil
O emprego de novos ensaios se justifica por algumas deficiências no
ensaio Charpy, que é feito em cps de pequenas dimensões, pelo qual
não são um modelo real da situação encontrada na prática

Uma peça estrutural de grande espessura tem uma


tenacidade menor que a tenacidade de um cp Charpy

Os ensaios abordados a seguir são pouco empregados no


Brasil, mas não futuro poderão ser de rotina, pois alguns
já foram normalizados por associações internacionais
Teste da Queda do Peso
“Drop Weight Test” DWT
Consiste em liberar um peso sobre um cp, para iniciar a propagação de
uma trinca. É utilizado para a determinação da temperatura de
ductilidade zero (NDT) através de diversas temperaturas de ensaio
Normalizado pelo método ASTM E 208
Os cps são retirados de chapas podendo
ter três tamanhos diferentes conforme o
limite de escoamento do material

O entalhe é um cordão de solda frágil

O peso pode ser de 30 ou 50Kgf


Teste da Queda do Peso
“Drop Weight Test” DWT Através do apoio, o dispositivo
impossibilitara deflexões maiores que 5°.
Deste modo, pelas dimensões do cp, o valor
de tensão se limitara a um valor que não
excedera o limite de escoamento do cp

Se a trinca se propaga através da largura


do cp sobre a superfície tracionada até
suas beiradas a temperatura de ensaio
estará abaixo da NDT

Quando o ensaio for feito a uma


temperatura em que a trinca não se propaga
totalmente ao longo da face tracionada,
essa temperatura será a de NDT
Teste da Queda do Peso
Máquina Gardner
É aplicável a peças moldadas, plásticos, resinas,
fibra de vidro, folha de metais
Consiste basicamente de um tubo guia no
qual viaja o peso. O peso é liberado de
alturas crescentes até que ocorra falha
do corpo de prova
O operador deverá pesquisar por
tentativa qual a altura de queda que
causa falha para 50% de corpos de prova
O conceito de falha para este teste é
subjetivo, pois dependerá do julgamento
do operador e da finalidade do teste,
deste modo existe uma tendência à
instrumentalização deste equipamento
Ensaio por Explosão
“Explosion Bulge Test” EBT
Pioneiro para determinação do
comportamento de peças/estruturas
de maiores dimensões

Deposita-se uma pequena solda frágil


sobre uma chapa de aço de
355,6x355,6x25,4 mm

A placa é colocada sobre uma base


circular e carregada dinamicamente
com uma carga explosiva controlada

Os ensaios são realizados em diversas temperaturas e a aparência


da fratura dá a indicação da temperatura de transição
Ensaio por Explosão
Abaixo do limite da temperatura de
ductilidade zero (NDT), a fratura é
plana e corre na direção das bordas
sobre toda a superfície da placa

Acima da NDT ocorre uma


deformação plástica em forma
aproximada de calota na parte
central da placa, mas a fratura
continua plana nas bordas da placa

A temperatura na qual a fratura elástica não se propaga em direção às bordas da


placa é chamada fratura de transição elástica (FTE). Este ponto marca a
temperatura mais alta de fratura por efeito de tensões puramente elásticas. A
temperatura acima da qual ocorre a fratura puramente elástica é denominada
fratura de transição plástica (FTP)
Mecânica da Fratura

- Embora os resultados de tenacidade obtidos no ensaio de impacto, bem como as


propriedades mecânicas tiradas do ensaio de tração, sejam de grande utilidade
para seleção de materiais e processos de fabricação, elas não podem prever se um
dado componente, contendo uma trinca ou defeito macroscópico pode ou não
fraturar de maneira catastrófica. A Mecânica da Fratura se desenvolveu movida
por esta necessidade: avaliar a admissibilidade de trincas e defeitos, sempre
presentes nos equipamentos.
- O interesse pelo estudo da fratura se tornou maior durante a II Guerra Mundial,
onde diversos navios americanos da classe Liberty fraturaram de forma
catastrófica, sem aviso prévio.
Os navios Liberty foram produzidos nos USA durante a II guerra mundial.
Eram baratos e construídos rapidamente: 16 estaleiros americanos
construíram 2.751 navios do tipo entre 1941 e 1945 (o maior número para
um mesmo projeto).

Fonte: [5]
Fonte [5]

Durante a guerra, houve aproximadamente 400 casos de fratura no casco e na


coberta destes navios (90 considerados sérios). Alguns deles afundaram por
tais falhas. 19 deles chegaram a partir ao meio, inclusive em águas calmas.
Modos de carregamento

Modo I Modo II Modo III (rasgamento)


 90% dos casos de fratura ocorre no modo I de fratura

Cálculo das tensões na ponta da trinca

Singularidade 1/r1/2
Tenacidade à fratura – KIC (Mecânica da Fratura
Linear Elástica)
Para materiais de alta resistência mecânica e/ou componentes espessos, valem as
condições em que se aplica a mecânica da fratura linear-elástica, ou seja, um estado
plano de deformação (triaxial de tensões) com pouca deformação plástica na ponta da
trinca. Neste caso pode-se dizer que a fratura ocorrerá quando o fator de intensidade de
tensões (KI) aplicado no material atingir um valor crítico KIC. O fator de intensidade de
tensões leva em consideração a tensão aplicada ao componente e o tamanho e geometria
de trinca existente, segundo uma relação do tipo:

K I  Y a
Sendo Y um fator que depende da geometria da trinca e do componente,  a
tensão aplicada e a o tamanho da trinca.
Soluções de KI para casos típicos
O KIC é a tenacidade à fratura, uma propriedade do material, tal como os limites de escoamento e
resistência. Entretanto, a aplicação da mecânica da fratura linear elástica só pode ser feita nas situações
em que ela é valida, ou seja nas condições de estado plano de deformação. A figura a seguir que, para um
dado material, caracterizado pelo seu limite de escoamento (LE) e pelo seu KIC, existe uma espessura
mínima abaixo da qual o estado é plano de tensão (e não de deformação) e a mecânica da fratura linear
elástica não mais pode ser aplicada. Essa espessura crítica é dada por:

2
K 
Bo  2,5 IC 
  LE 
Para valores menores que Bo o material vai romper com um valor mais alto que o KIC, chamado
de Kc. Nessas condições, a abordagem do problema passa a ser dada pela Mecânica da Fratura Elasto-
Plástica.

Fonte [2]
EXERCÍCIO: CESGRANRIO / Sistema PETROBRAS 2005
21) Os ensaios de tenacidade à fratura avaliam a resistência de materiais, componentes e estruturas à propagação de trincas, sob
condições de deformação plástica restrita (fratura frágil) ou deformação plástica generalizada (fratura dúctil). Entre os principais
parâmetros que influenciam na resistência à fratura dos materiais, se destaca o fator de intensidade de tensões (K). Em relação aos
ensaios de tenacidade à fratura, está correto afirmar que permitem a determinação:
(A) do parâmetro KIc somente na temperatura ambiente.
(B) do parâmetro Kc, quando realizado sob condições de deformação plana.
(C) parâmetro KIc, quando realizado sob condições de tensão plana.
(D) da temperatura de transição dúctil-frágil do material sob condições de deformação plana.
(E) da temperatura de transição dúctil-frágil do material sob condições de tensão plana.
CTOD – KIC (Mecânica da Fratura Elasto-plástica)
O CTOD é a abertura na ponta da trinca. O c é a Resulta que:
  
abertura crítica (máxima permitida) na ponta da trinca, a m  c LE para  0,5 ou
se constituindo numa propriedade do material, 2 2
 LE

levantada por ensaio específico (ensaio de CTOD). O c 


am  para  0,5
tamanho máximo de trinca vazante é dado por: 2   0,25 LE   LE
Para se trabalhar com as tensões, uma aproximação
c
am  válida é considerar a lei de Hooke: =E
2 LE 
Sendo :  c  E   LE 
am  para  0,5 ou
a m  tamanho crítico de trinca vazante 2 2  LE
 c  CTOD crítico do material c  E 
am  para  0,5
 LE  Deformação no lim ite de escoamento 2   0,25 LE   LE
  CTOD admensional , dado por : Embora as expressões acima devessem ser utilizadas em
2 situações em que as tensões operantes não excedessem o
    LE do material, elas têm sido utilizadas para tensões de até
    para  0,5

 LE   LE 2 vezes o LE, fornecendo resultados conservadores para o
  tamanho crítico de trinca.
  0,25 para  0,5
 LE  LE
Correção para trincas não vazantes

Fonte: [6]

Concentradores de tensão e tensões residuais


No caso de estruturas com tensões não uniformes, deve-se levar em consideração as tensões locais atuantes na região em que se
encontra a trinca. Assim. A tensão a ser utilizada nas fórmulas é L dado por:

Local da trinca Condição da junta soldada Valor de L


Cordão de solda longe de Aliviada 
concentrador de tensões
Não alividada  + LE
Cordão de solda em região Alividada KT.
de concentração de tensões
Não aliviada KT. + LE
Ensaio de Fadiga

Consiste na aplicação de carga cíclica em cp apropriado e


padronizado segundo o tipo de ensaio a ser realizado
Extremamente empregado na indústria
automobilística e aeronáutica

É capaz de fornecer dados quantitativos relativos à


características de um material ou componente ao suportar,
por longos períodos, sem se romper, cargas repetitivas e/ou
cíclicas
Ensaio de Fadiga
Cp Padronizado

A área de teste
deve ter um
comprimento
mínimo de três
vezes o diâmetro
do cp
(a) Região paralela e raio de concordância
(b) Somente raio de concordância
Muitos cuidados na Normas de Realização do Ensaio: ASTM E1150,
confecção do cp E466, E467e E468
Ensaio de Fadiga

Dispositivos de Flexão Rotativa

Máquina de
Whöler: Carga de
flexão aplicada
na extremidade
de um cp em
rotação
Ensaio de Fadiga
Dispositivos de Flexão Rotativa

Momento constante
aplicado no
comprimento útil do
cp em rotação
Ensaio de Fadiga
Dispositivo de Tração

Tração-tração
Tração-compressão
Compressão-compressão
Ensaio de Fadiga

A fadiga é um tipo de falha


mecânica que ocorre devido a
esforços (tensões e deformações)
flutuantes. Estes esforços
geralmente são aleatórios. Nos
ensaios de fadiga, entretanto, são
comumente empregados ciclos de
tensão ou deformação “bem
comportados” como os de tensão
alternada ideal (a) e flutuante (b)
Ensaio de Fadiga

A fadiga é um tipo de falha


mecânica que ocorre devido a
esforços (tensões e deformações)
flutuantes. Estes esforços
geralmente são aleatórios. Nos
ensaios de fadiga, entretanto, são
comumente empregados ciclos de
tensão ou deformação “bem
comportados” como os de tensão
alternada ideal (a) e flutuante (b)
Tipos de Tensões Cíclicas
Para esses ciclos são definidos os seguintes parâmetros

Tensão Média (σM) Razão de Variação de Tensões (Rf)

 máx   min  min


M  Rf 
2  máx
Amplitude de Tensões (σa) Intervalo de Tensões (σr)

 r  máx   min
a    r   máx   min
2 2
mín e max, são as tensões mínima e máxima, respectivamente
Tipos de Tensões Cíclicas
Na realidade na maioria dos casos os
esforços geralmente são aleatórios
Exemplos de Solicitações Cíclicas
O sistema mecânico de elevação possui o seguinte funcionamento: O motor transmite
o torque para a caixa de redução, acionando o giro do eixo (1), que possui um
pinhão. Este transmite o torque para uma engrenagem que gira o tambor no eixo(2).
O tambor enrola um cabo que eleva um basculante, que recebe uma nova carga em
cada nível de altura que atingir. Na altura máxima (hn), o sistema se inverte, e o
basculante desce, descarregando uma porção de carga em cada nível de altura
Exemplos de Solicitações Cíclicas
Será feita a análise individual de alguns componentes
Carga Alternada – Eixo 1

Despreza-se o peso do pinhão


Exemplos de Solicitações Cíclicas
Carga Alternada – Eixo 1

Despreza-se o peso do pinhão


Exemplos de Solicitações Cíclicas
Será feita a análise individual de alguns componentes
Carga Flutuante – Eixo 2
Exemplos de Solicitações Cíclicas
Será feita a análise individual de alguns componentes
Carga Pulsada – Eixo 1
Curva de Wöhler
Ao se ensaiar vários cps em fadiga, seja
por tração-compressão, ou flexão
alternada, nota-se que, quanto maior a
tensão aplicada (geralmente a) menos
ciclos de fadiga serão necessários para a
ruptura. Constrói-se, dessa forma, uma
curva Tensão vs. Número de ciclos (S-N)
Estudos feitos por August Wöhler
na década de 1850
As curvas -N geralmente são construídas
para uma tensão média igual a zero (R=-1)
Normalmente para o número de ciclos emprega-se uma escala logarítmica, e a tensão
representada graficamente é a tensão nominal, podendo ser: a, máx ou mín
Curva de Wöhler

Variáveis de
análise

Limite de resistência à fadiga (σRf) = patamar horizontal


Resistência à fadiga (σf) = Tensão na qual rompe para um N° de ciclos (N)
Vida à fadiga (Nf) = N° de ciclos que causará ruptura para uma tensão
Curva de Wöhler

Considerações

As ligas de alumínio não apresentam um Rf bem definido, sendo considerado como
tal a tensão equivalente a 107 ciclos
Para os aços o Rf está compreendido na faixa de 35 a 65% do limite de resistência
à tração. Na pratica admite-se como boa aproximação o valor 0,5.
Curva de Wöhler ou S-N
Curva de Wöhler ou S-N
Os resultados observados no ensaio de fadiga apresentam uma
considerável dispersão dos resultados obtidos em diferentes cps
de mesmo material ou extraídos da mesma amostra

O fenômeno de fadiga é fortemente influenciado pelo acabamento


superficial, variáveis metalúrgicas, pontos de corrosão, defeitos
internos, entre outras variáveis

Deste modo, existem diversas metodologias na


determinação numérica dos ensaios de fadiga
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Probabilidade à Fratura
Uma maneira adequada de
apresentar os resultados é
mediante a utilização de
curvas de probabilidade
constante
Para 1, 1% dos cps sofrerá
fratura em N1 ciclos de aplicação
e 50% para N2
O levantamento da curva
exige de 20 a 30 cps para
cada nível de tensão Torna-se difícil a aplicação deste método
de ensaio pelo alto custo
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Tensões Limites
A ASTM E468 estabelece um
método para a apresentação
dos resultados do ensaio na
forma gráfica

A construção de curva S-N é feita


utilizando-se análises de regressão
ou técnicas matemáticas similares,
devendo ser o resultado ser
apresentado em forma de duas
linhas: Uma para máx e outra para
min, além de todos os pontos obtidos
no ensaio
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Método Escada
O método escada, ao contrario dos anteriores, não necessita de um
número elevado de cps (cerca de 25 são suficientes)
Consiste, basicamente, em perseguir por tentativas o valor do número de
ciclos em que mais provavelmente vai ocorrer a fratura, obedecendo as
seguintes etapas:
1.Ensaia-se o cp a um valor de tensão próximo ao valor estimado da
resistência à fadiga (σRf)
2.Se o cp romper para N<107, diminui-se a tensão aplicada de um valor
fixo , que será o degrau da escada
3.Continua-se com o processo, sempre diminuindo a tensão do valor fixo
preestabelecido em (2) até que o cp não rompa mais para N=10 7 ciclos
4.Após esse ponto, eleva-se novamente a tensão de até atingir –se uma
tensão que rompa o cp. Logo, reverte-se novamente o procedimento, até que
todos os cps tenham sido ensaiados
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Método Escada

Exemplo hipotético
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Método Escada

Exemplo hipotético

i= N° de cps que romperam para uma determinada tensão


ni= N° de cps que não romperam para uma determinada
tensão
Calcula-se    
A   i.ni B   i 2 .n N   ni
i
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Método Escada

Exemplo hipotético

= Degrau de escada


Fmin= Mínima tensão atingida no ensaio, onde nenhum cp
rompeu
 A 1
Determina-se     .N 
2 
Fm Fmín

Resistência média à
fadiga (fm) e o
 N .B  A2 
desvio padrão ()   1,62 .  . 2
 0,029
 N 
Determinação Numérica dos Ensaios de Fadiga
Método Escada

Exemplo hipotético

15 1 
 Fm  300  10,0.    323,8 MPa
 8 2
 8.45  152 
  1,62 .10,0. 2
 0,029   34,6 MPa
 8 
 Fm  323,8  34,6MPa
Diagrama de Goodman
Efeito da Razão de Tensão

Na medida que R se
torna maior e positivo o
limite de resistência à
fadiga aumenta (σRf)
Efeito da Tensão Média

O aumento da tensão
média tem o efeito de
diminuir o limite de
fadiga, bem como a vida
em fadiga para uma
determinada tensão

“Exemplo Torque dos


parafusos no trem de
pouso do avião”
Efeito da Tensão Média

Aço 107 a 108 ciclos

Alumínio 5x108 ciclos


Efeito da Tensão Média
Mecanismo de Fratura por Fadiga
A ruptura definitiva do componente em serviço ocorre
em três etapas distintas

Estágio I
Nucleação da Trinca

Estágio II
Propagação Cíclica da trinca- Fenômeno Lento

Estágio III
Falha Catastrófica- Fenômeno Rápido
Mecanismo de Fratura por Fadiga
Estágio I

Corresponde à nucleação da trinca por


deformação plástica localizada e o seu
crescimento inicial, ao longo dos planos de
deslizamento, está sob influência de
tensões de cisalhamento

Este estágio não se estende por mais de


2 a 5 grãos. Pode corresponder de 0 a
90% do número total de ciclos que o
componente suporta antes de fraturar. A
presença de entalhes e altas tensões
localizadas reduz a duração deste estágio
Mecanismo de Fratura por Fadiga
Estágio II

Corresponde ao crescimento da trinca em


um plano perpendicular à direção da tensão
principal de tração

Pode corresponder à maioria da área da


superfície de fratura, ainda que não
corresponda necessariamente à maior parte do
número de ciclos total suportado pela peça
Mecanismo de Fratura por Fadiga
Estágio III

Corresponde à fratura brusca final que ocorre no


último ciclo de tensões quando a trinca desenvolvida
progressivamente atinge o tamanho crítico para
propagação instável

A área de fratura desenvolvida progressivamente


depende das tensões aplicadas e da tenacidade do
material. Em principio é possível que o material se
deforme antes da ruptura final, mas normalmente as
fraturas de fadiga são macroscopicamente “frágeis”,
i.e. não apresentam deformação macroscópica
Aspectos da Superfície da Fratura por Fadiga
Falha por Fadiga de Eixo
Ferroviário Forjado

O Eixo ainda se encontra


montado na roda. A falha
definida pela iniciação no
ponto indicado pela seta.
As marcas de praia indicam
a propagação por fadiga. A
região acima da foto falhou
por falta de seção
resistente após processo de
fadiga
Aspectos da Superfície da Fratura por Fadiga
Macroscopicamente, uma falha por fadiga é caracterizada
por marcas de praia

Entretanto, nem sempre uma fratura por fadiga apresentará essa evidência
Aspectos da Superfície da Fratura por Fadiga
A análise fratográfica em MEV pode revelar um indício mais claro
da ocorrência de fadiga

São as Estrias de
Fadiga

Estas surgem devido ao modo e propagação da trinca. A ponta da


trinca de fadiga enquanto se propaga vai sendo alargada e afinada
durante os sucessivos ciclos de compressão e tração
Estrias de fadiga no Aço Inoxidável Duplex Ensaiado
em Flexão
Estrias de fadiga em uma solda de topo de uma
tubulação de óleo na união com um flange de pescoço

Tubulação que impulsiona óleo


de lubrificação para uma
unidade compressora da
plataforma P-43

Tubo 2”, Espessura 1/8


ASTM A312 Tipo 316L
Estrias de fadiga em uma solda de topo de uma
tubulação de óleo na união com um flange de pescoço

Cada estria mostra a posição da ponta de trinca após cada ciclo de tensão,
salientando que a trinca avança na direção normal destas estrias como é
apresentado nas figuras
Estrias de fadiga no aço inoxidável Duplex ensaiado
em flexão

A largura das estrias dá indícios


dos níveis de tensão atuantes,
sendo tão maior quanto maior for
a largura das estrias. Destaca-
se também que a componente da
máxima tensão atuante é
perpendicular à direção de
avanço da trinca

A falha deste componente foi muito provavelmente produzido pelas vibrações


do sistema na qual a tubulação pertence (Bomba - Compressor), tendo como
tensão media atuante no ciclo a pressão interna atuante na linha
Aspectos da Superfície da Fratura por Fadiga
Existem casos que não são detectadas marcas de praia
(macroscopicamente) e estrias de fadiga (no MEV). Mesmo assim,
a fratura do componente pode ter ocorrido por fadiga

Marcas de Praia Estrias de Fadiga


Microscópio Estéreo MEV
Efeito de Concentradores de Tensão e Acabamento
Superficial
A fadiga é um processo que se inicia
geralmente na superfície de um componente
mecânico submetido a esforços cíclicos.
Dessa forma, os concentradores de tensão,
como os cantos vivos e mudanças bruscas de
seção são locais convidativos à nucleação e
crescimento de trincas de fadiga

O acabamento superficial mal feito diminui a


vida em fadiga
Pequenos pontos de corrosão podem servir como
concentradores de tensão e pontos de nucleação
das trincas
Efeito de Concentradores de Tensão e Acabamento
Superficial

Defeitos Superficial Canto em ângulo reto devido a


projeto inadequado
Defeitos Internos e a Concentração de Tensões

Inicio de
trinca de
fadiga em Inclusão não metálica
uma liga
de níquel

Defeitos Internos
Poro
Origem das estrias de fadiga em uma solda de topo de
uma tubulação de óleo na união com um flange de
pescoço
Origem das estrias de fadiga em uma solda de topo de
uma tubulação de óleo na união com um flange de
pescoço
A junta soldada atua como um
elemento concentrador de tensões
para a nucleação e propagação de
trincas, sendo a ZTA de grão
grosseiro a zona propensa ao
crescimento e posterior fratura
diante as solicitações atuantes. Por
outro lado, é importante salientar que
as tensões residuais trativas
decorrentes da soldagem nesses locais
também facilitam a falha por fadiga
Origem das estrias de fadiga em uma solda de topo de
uma tubulação de óleo na união com um flange de
pescoço

Realização de um cordão de solda com o menor número


interrupções, assim como minimizar as irregularidades do
acabamento do reforço do pé solda
Medidas para se Evitar Trincas de Fadiga em
Componentes
Evitar cantos vivos (concentradores de tensão)

Melhorar o acabamento superficial

Introduzir tensões residuais compressivas na superfície:


As tensões trativas provocam a nucleação e propagação das trincas de
fadiga. Dessa forma, tratamentos superficiais (térmicos, termoquímicos
ou mecânicos) que introduzam tensões compressivas na superfície são
utilizados para aumentar a vida em fadiga dos componentes
•Têmpera superficial (tratamento térmico)
•Carbonetação ou nitretação (tratamento termoquímico)
•Shot peening (tratamento mecânico)
Medidas para se Evitar Trincas de Fadiga em
Componentes
Introduzir tensões residuais compressivas na superfície:
Queda dos Jatos Comet
O Comet foi a primeira aeronave comercial a jato do mundo. Fez o
primeiro vôo comercial em janeiro de 1952. Era duas vezes mais
rápido que os aviões comerciais contemporâneos.

Os projetistas insistiram em utilizar janelas quadradas para evitar


similaridade com as janelas dos navios

Em maio de 1953 um Comet caiu logo após a decolagem em


Calcutá. Em janeiro e abril de 1954, mais duas quedas na Itália.
As aeronaves foram recolhidas para análise

Em 1955 foi concluído que as quedas estavam relacionadas com trincas


de fadiga que se iniciavam num vértice de numa janela quadrada na
fuselagem superior, causando despressurização explosiva e fratura
catastrófica
Queda dos Jatos Comet
Fadiga Térmica
É Induzida por Temperaturas Elevadas pela Flutuação de Tensões
de Origem Térmica

Essas tensões térmicas são originadas pelas impossibilidades de


expansão ou de contração que normalmente ocorrem em
componentes estruturais em função de variações de temperatura

A magnitude da tensão resultante de uma variação de temperatura de To a T é


dada por:
  E . . T  E . . (T0  T )

= Tensão resultante da variação de temperatura (Pa)


E= Módulo de elasticidade
= coeficiente linear de expansão térmica (K -1)
Fadiga Térmica
No aquecimento T>T0, a tensão resultante é de compressão (<0),
uma vez que a expansão é bloqueada
Ao contrario, com T<T0 tensões de tração serão impostas

Os aços inoxidáveis austeníticos são particularmente sensíveis à


fadiga térmica devido a sua baixa condutividade térmica (k) e ao
seu elevado coeficiente de expansão térmica
A tendência à fadiga térmica está relacionada com um parâmetro (a) dado por:
 F .k Um alto valor desse parâmetro
a indica boa resistência à fadiga
E .
térmica
f = è a resistência à fadiga a uma temperatura média
Aplicação da mecânica da fratura à fadiga – Curva da/dN x K

Acompanhamento do
crescimento da trinca

da m
Região II:  A(K )Equação de Pairis
dN
Cálculo do número de ciclos para fratura pela equação de Pairis:
da da
Região II:  A(K ) m dN 
AK 
m
dN

K  Y a K  Y a
ntegrando entre
af af af
da da 1 da
N 
ao


AK  ao A Y a
m
m

A   m / 2 ao Y a
m m m/2

Quando Y=Cte e m distinto de 2


af af
1 da 1  a1 m / 2 
m m/2 m  m/2
N   
A   Y ao a A   m / 2Y m  1  m / 2)  ao
m
Cálculo do número de ciclos para fratura pela equação de Pairis:
Geralmente Y=f(a) a integral deve ser resolvida
numericamente
a
Por exemplo se: Y  sec
W

af
1 da
N
A   m / 2
m a a m / 2 seca / W m / 2
o
Ensaio de Fluência
Frequentemente os materiais são submetidos a operações por
longos períodos sob condições de elevada temperatura e tensão
mecânica estática

Estas condições são favoráveis a mudanças de comportamento dos materiais


em função do processo de difusão dos átomos e lacunas, movimento de
discordâncias, escorregamento dos contornos de grão e da recristalização

Então a fluência “creep” é um tipo de falha que ocorre em altas


temperaturas que consiste em uma deformação permanente e
dependente do tempo, que pode gerar defeitos internos que levam
à ruptura do material
Ensaio de Fluência

Antes da própria falha, o componente experimenta deformação


plástica, o que é indesejável do ponto de vista da precisão
dimensional dos componentes

Entre os principais materiais ensaiados a fluência, podem ser citados os


empregados em instalações de refinarias petroquímicas, usinas
nucleares, industria aeroespacial, tubulações, caldeiras, fornos,
turbinas, etc.

O ensaio de fluência não constitui um ensaio de rotina devido ao grande


tempo necessário para sua realização, motivo pelo qual foram
desenvolvidas técnicas de extrapolação de resultados para longos
períodos e ensaios alternativos em condições severas
Ensaio de Fluência
A fluência ocorre em qualquer tipo de material, e particularmente no
caso dos metais o fenômeno é influenciado pelo acréscimo da
temperatura de para valores de:

O Chumbo é um metal que devido a


T  0,3  0,4 .T fusão seu baixo ponto de fusão apresenta
fluência na temperatura ambiente

No entanto, códigos de projetos de componentes de processo


(ASME) limitam os valores de tensões admissíveis dos materiais
acima de um valor de temperatura
Ensaio de Fluência
O ensaio de fluência é executado pela aplicação de uma carga
uniaxial constante a um cp de mesma geometria dos utilizados no
ensaio de tração, a uma temperatura elevada e constante
Os cps apresentam dimensões
e geometria semelhantes aos
do ensaio de tração

O ensaio de fluência é
executado conforme a
ASTM E139
Ensaio de Fluência
Os valores de deformação especifica () versus tempo são
representados graficamente
Ensaio de Fluência

Através da análise gráfica é possível distinguir três estágios

No estágio I a taxa de deformação do material


diminui com o tempo – predominam o fenômeno
de encruamento sobre os de amolecimento
(Recuperação)

No estágio II a taxa de deformação é


constante com o tempo. Quanto maior essa
taxa, menos resistente à fluência é o metal

No estágio III, os mecanismos de


amolecimento predominam conduzindo a um
aumento substancial da taxa de deformação e o
material acumula danos que o levarão à ruptura
Fluência Terciária
Alguns materiais não
Alguns materiais apresentam estricção
apresentam o estágio III

O estágio III ou fluência terciária é


caracterizada pela grande movimentação de
discordâncias e tem inicio o processo interno de
fratura , podendo-se citar a separação de
contornos de grão, a formação, coalescimento e
propagação de inúmeras microtrincas. Essas
micro trincas provêm de fenômenos de
deformação localizados nos contornos de grão
promovendo a fratura intergranulares
Entretanto, quando se tem altas temperaturas
ou se ocorrer migração dos contornos de grão
Curvas de fluência para aços liga sob
diferentes cargas. A curva B não apresenta para aliviar tensão, também pode acontecer
estágio III em função da carga aplicada fraturas transgranulares
Ensaio de Fluência
Análise gráfica da taxa de fluência (d/dt)
No estágio I a taxa de deformação
do material diminui com o tempo
No estágio II a taxa de deformação
é constante com o tempo
No estágio III a taxa de
deformação aumenta
consideravelmente com o tempo

Além da taxa de deformação constante no estágio II, outro


parâmetro importante que é retirado do ensaio de fluência é a vida
em fluência, ou seja, o tempo total para a ruptura
Efeito da Tensão e Temperatura no Ensaio

Quanto maior a tensão aplicada, maior a deformação inicial, maior a


taxa de deformação no estágio II, menor a duração deste estágio, e,
finalmente, menor a vida em fluência. Um efeito similar é obtido pelo
aumento da temperatura

Temperatura

Tensão
Efeito da Tensão no Ensaio

Curvas de fluência para uma liga


de alumínio (24S-T4) a
temperatura constante
Ensaios Característicos
A taxa mínima de fluência ou taxa deformação constante
é um parâmetro a se considerar em projetos de
componentes para aplicações de longa duração, como por Ensaio de Fluência
exemplo peças de reatores nucleares, que são
especificadas para durar varias décadas

Por outro lado, para componentes de vida relativamente Ensaio de Ruptura


mais curta, como lâminas de turbinas para motores a
jato, o tempo de ruptura é um parâmetro determinante por Fluência

Finalmente, parafuso do tipo estojo de ligação de flanges


de tubulação podem experimentar um afrouxamento Ensaio de
quando a linha em serviço opera em altas temperaturas,
mesmo que corretamente apertados na montagem. Este Relaxação
fenômeno é conhecido como relaxação
Ensaios Característicos
Ensaio de Fluência
Este ensaio se baseia na utilização de artifícios para estimar a vida
útil do material

Utiliza de métodos de extrapolação dos resultados


sendo portanto realizado por um período determinado de tempo

Resistência à Fluência é definida como a tensão a uma determinada


temperatura que produz uma taxa mínima de fluência, por exemplo, de
0,0001%/hora a 1%/hora
Ensaios Característicos
Ensaio de Fluência
Representação Gráfica

Liga de Ni cozm
baixo C

Resistência à Fluência é
definida como a tensão a uma
determinada temperatura que
produz uma taxa mínima de
fluência, por exemplo, de
0,0001%/hora a 1%/hora
Ensaios Característicos
Ensaio de Fluência
Representação Gráfica
Tensão versus taxa mínima de
fluência para um aço inoxidável Resistência à Fluência é
definida como a tensão a
uma determinada
temperatura que produz
uma taxa mínima de
fluência, por exemplo, de
0,0001%/hora a 1%/hora
Ensaios Característicos
Ensaio de Ruptura por Fluência
Neste tipo de ensaio os cps são sempre levados até a ruptura

Para abreviar o ensaio, utilizam-se cargas maiores e portanto, tem-


se maiores velocidades de fluência

Enquanto que nos ensaios de fluência a deformação não ultrapassa 1%,


nos ensaio de ruptura por fluência, a deformação pode atingir 50%.
Assim, um ensaio deste tipo leva apenas cerca de 1000 horas

É muito utilizado pela sua brevidade, além de ser útil para o estudo
de novas ligas
Ensaios Característicos
Ensaio de Ruptura por Fluência
Os parâmetros constantes em cada ensaio são a tensão
aplicada e a temperatura
Mede-se principalmente o tempo para ruptura do cp, além da
deformação e da extricção em certos casos

Liga de Ni com
baixo C A inclinação pode mudar quando
acontecerem mudanças
estruturais, tais como oxidação,
recristalização, crescimento de
grão, mudança do tipo de fratura

Para fazer extrapolações, é


importante conhecer bem essas
alterações estruturais
A Influência da Fluência no Projeto de Equipamentos
A tensão admissível em fluência para o código ASME Seção VIII div I
é o menor valor entre:
Temperatura de Projeto abaixo da faixa de fluência
u e
ou Adotar o menor valor
3,5 1,5
Temperatura de Projeto acima da faixa de fluência
u 
ou e
3,5 1,5
- 100% da tensão média para taxa de deformação por fluência de 0,01% em 1.000 horas
- 67% da tensão média para ruptura em 100.000 horas
Adotar o menor valor
- 80% da tensão mínima para ruptura em 100.000 horas
Ensaios Característicos
Ensaio de Relaxação
Este ensaio mede a redução de carga (tensão) aplicado a um
cp com o tempo, quando a deformação é mantida constante
a uma certa temperatura

A constância da deformação é obtida diminuindo-se a carga ou


tensão com o tempo ou parando-se a movimentação dos cabeçotes
da máquina, anotando a carga em função do tempo na posição fixa
dos cabeçotes

Como a temperatura de ensaio é elevada, tem-se condições


de fluência durante o ensaio
Ensaios Característicos
Ensaio de Relaxação
Representação Gráfica

Curva de Relaxação Tensão ou Carga Curva de Relaxação Tensão ou Carga


versus Tempo com variação de versus Tempo com variação da tensão
temperatura inicial e temperatura constante
Ensaios Característicos
Ensaio de Relaxação
Representação Gráfica
Ensaio de relaxação de um
parafuso de aço Cr-Mo-V a
454°C Observa-se que no
inicio do ensaio e
com o aumento da
tensão do ensaio, a
queda de tensão é
mais acentuada,
porém vai se
tornando constante
com o tempo
Extrapolação de Características de Fluência para Longos
Períodos
A necessidade de utilizar determinados componentes mecânicos em
serviço, às vezes por vários anos, sem que apresentem problemas
relacionados à fluência exige que o projetista tenha dados do
comportamento a fluência em longos períodos

Em função da impraticabilidade de ensaios de longa duração, uma


solução que se adota é:

Avaliar o comportamento à fluência em condições de temperatura


acima das especificadas, por tempos mais curtos e mesma σ
A partir dos resultados, fazer uma extrapolação às
condições de operação do componente
Extrapolação de Características de Fluência para Longos
Períodos
Uma extrapolação segura só pode ser feita quando se tem certeza
que não ocorrerão mudanças estruturais na região
da extrapolação que resultem na variação da inclinação da curva

O procedimento mais comum de extrapolação de resultados


emprega o parâmetro de Larson-Miller, definido como:

T .(C  log t r )  Cte


Onde:
C = constante de Larson-Miller, da ordem de 20
T = temperatura do ensaio [K]
tr = tempo de ruptura [h]
Extrapolação de Características de Fluência para Longos
Períodos
O tempo de ruptura (tr) varia
com a temperatura de tal modo
que a equação permaneça
constante (cte)

Os resultados dos ensaios podem


ainda, ser apresentados em escala
log na forma de tensão versus
parâmetro de Larson-Miller (Cte),
tal como foi obtida para uma liga
à base ferro

T .(C  log t r )  Cte


Extrapolação de Características de Fluência para Longos
Períodos
Fazendo uso da figura pode-se fazer
uma previsão do tempo de ruptura de
um componente fabricado nesse material
Exemplo
Tensão =400 MPa Temperatura= 873K
tr =?

A figura indica que para 400Mpa o


parametro (Cte) de Larson-Miller é 20.103

T .(C  log t r )  Cte


873.(20  log t r )  20.103 t r  794 horas
Aspectos das Trincas por Fluência

Presença de vazios de fluência no material: vazios em contornos tríplices


de contorno de grão ou vazios lenticulares nos contornos de grão

Trinca de fluência em tubo


radiante

Fonte: Anwar Ul-Hamid, Hani M. Tawancy, Abdul-Rashid I. Mohamed,


Neureddim M. Abbas, Engineering Failure Analysis 13 (2006) 1005-1021 Vazios de fluência interconectados
Fenômenos de Fluência em Caldeiras
Em caldeiras, os elementos mais sujeitos à fluência são os
tubos do superaquecedor
A influência pode se manifestar sob a forma de aumento
do diâmetro dos tubos e por flambagem
Com o aumento do diâmetro, advém a redução de espessura de
parede e o rompimento pela pressão interna

Materiais operando em temperaturas elevadas são projetados por


critérios de fluência. Neste caso não é considerada a tensão elástica
admissível. Usa-se a tensão admissível para fluência, que depende da
vida útil determinada para o equipamento
Aspectos das Trincas por Fluência
Outros fenômenos em componentes de caldeiras
operando em temperaturas elevadas
Grafitização
Nos aços, os átomos de carbono estão combinados com os átomos de
ferro formando Cementita (Fe3C). Em temperaturas acima de 400 ºC,
ao longo do tempo, há uma tendência à esferoidização e posterior
grafitização da cementita. Deste modo, os átomos de carbono se unem
entre si para formar a grafita, geralmente na forma de nódulos

A resistência mecânica cai drasticamente na zona grafitizada

A deformação a frio previa ao O Cr como elemento de liga


envelhecimento favorece à diminui a tendência à
esferoidização esferoidização
Outros fenômenos em componentes de caldeiras
operando em temperaturas elevadas
Grafitização
Materiais com Alta Resistência à Fluência
Materiais de Grão Grosseiro em Geral

Um dos mecanismos de fluência é o deslizamento


de contornos de grão assistido pela intensa difusão
de lacunas para esses contornos
Efeitos da fluência na produção de lâminas de
turbinas
Influência do Tamanho de Grão

(a) fundição convencional (b)Solidificação unidirecional (c) monocristais


Grãos cristalinos Grãos colunares
distribuídos Único Grão
alongados
aleatoriamente
Materiais com Alta Resistência à Fluência
Aços ao Cr-Mo ou Cr-Mo-V
Ferríticos, ou temperados e revenidos

A precipitação de carbonetos de Cr, Mo e V, nos


contornos de grão dificulta o deslizamento relativo
Materiais com Alta Resistência à Fluência
Aços inoxidáveis austeníticos estabilizados ao Ti ou Nb

A estrutura austenítica (CFC) possui boa


resistência à fluência

Os carbonetos de Nb e Ti, também endurecem e


dificultam a deformação nos contornos de grão
Materiais com Alta Resistência à Fluência
Superligas de Níquel

Ligas endurecíveis ou envelhecíveis por precipitação


mediante adição de Al e Ti formando intermetálicos
estáveis, tal como a liga Nimonic. Os precipitados
também dificultam a deformação nos contornos

Os precipitados provocam uma barreira ao escorregamento das


discordâncias e contribuem para um endurecimento por fricção do
reticulado cristalino

Em geral, as superligas são fabricadas por fundição


Materiais com Alta Resistência à Fluência
Superligas Base Cobalto
Ligas inoxidáveis contendo Cr e Ní, contendo adições de Nb,
Ti, W e terras raras
Os elementos presentes nas ligas de cobalto podem ser divididos de
acordo com suas respectivas funções
Nb, Cr, Ni, W e Ta: Endurecem a superliga por solução sólida
Ni: estabiliza a fase cúbica de face centrada (CFC) como matriz
Ti, Mo e W: formam carbonetos. O Cr também pode formar, mas sua principal
função é proporcionar boa resistência á corrosão, o que só ocorre se estiver em
solução sólida
Lantânio, ítrio e tório: proporcionam aumento de resistência à corrosão em
elevadas temperaturas
Materiais com Alta Resistência à Fluência
Superligas Base Cobalto
São utilizados em tubos nos fornos de pirólise e em tubos radiantes,
experimentando temperaturas da ordem de 900°C e até 1000°C. O
material deve resistir bem à fluência, à oxidação e carburização em alguns
casos. Os tubos são fabricados por fundição centrifugada

Também usados em turbinas de gás e industria aeroespacial


Trinca com vazamento
Fornos de pirólise para craqueamento
Superliga de Ni (T75MA)
45%Ni-35%Cr-1.5%Nb-0.45%C-
1,80%Si-0,8Mn-Fe bal.

Temperatura de trabalho:
840–860°C

Pirólise: Reação de análise ou


decomposição que ocorre
pela ação de altas
temperaturas

Fonte: A. El-Batahgy, B. Zaghloul, Materials Characterization 54 (2005) 239-245


Trinca com vazamento
Fornos de pirólise para craqueamento

Fonte: A. El-Batahgy, B. Zaghloul, Materials Characterization 54 (2005) 239-245


Trinca com vazamento
Fornos de pirólise para craqueamento

A trinca se propaga através de microvazios


nos contornos de grãos colunares

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