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Ensaios Mecânicos e

Conformação
Prof. Mauro Paipa
Faculdade Pitágoras

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Propriedades Mecânicas
Porque estudar as propriedades mecânicas dos metais ?

1. Facilita a escolha do material para uma determinada aplicação, bem


como para o projeto e fabricação do componente

2. Conhecer o comportamento do material quando sujeito a esforços


mecânicos, pois estes estão relacionados à capacidade do material
de resistir ou transmitir estes esforços aplicados sem romper e sem
se deformar de forma incontrolável.
Graças a engenharia de materiais existe o
controle da resistência e deformação
Principais propriedades dos
materiais sólidos
MECÂNICAS, QUIMICAS E FÍSICAS

Elasticidade  Tenacidade

 Ductilidade Fluência

 Dureza Resiliência

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Principais propriedades dos
materiais sólidos
MECÂNICAS, QUIMICAS E FÍSICAS

Inércia Química

 Oxidação

 Corrosão
Cerâmicos

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Principais propriedades dos
materiais sólidos
MECÂNICAS, QUIMICAS E FÍSICAS

Condutividade Elétrica  Dilatação

 Condutividade Térmica Propriedades Ópticas

 Propriedades Magnéticas

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Como determinar as propriedades
mecânicas?
 Através de ensaios mecânicos, químicos ou físicos.

 Utiliza-se normalmente corpos de prova (padrão)

As normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo

de prova.

– ASTM (American Society for Testing and Materials)

– ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

– ISO (International Standar Organization )


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– DIN (Deutsche Industrie Normen )
Classificação dos Ensaios
Mecânicos
i) Destrutivos: provocam inutilização total ou parcial da peça
Tração. Dureza, Fadiga, Fluência, Torção Flexão,
Impacto, Tenacidade e Fratura
Quanto à
integridade ii) Não destrutivos: não comprometem a integridade da peça
Raios x, Ultra-Som, Partículas Magnéticas, Líquidos
Penetrantes, Tomografia, entre outros

i) Estáticos: carga aplicada lenta (estados de equilíbrio)


Tração. Dureza, Compressão,Torção e Flexão

Quanto à ii) Dinâmicos: carga aplicada rapidamente ou ciclicamente


velocidade Fadiga e Impacto

iii) Carga constante: carga aplicada durante longo tempo 8


a uma temperatura controlada
Fluência
Testes mais comuns para se determinar
as propriedades mecânicas dos metais

• Resistência à tração  Resistência ao impacto

• Resistência à compressão  Resistência ao desgaste abrasivo

• Resistência à torção  Resistência à fadiga

• Dureza  Resistência ao dobramento

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Teste de Tração
• Neste teste um corpo de prova com
geometria especificada por norma é
submetido a um esforço progressivo de
tração. Uma máquina coleta o valor da
carga e do estiramento do material.
• Este ensaio é recomendado pela
quantidade de informação que fornece ao
respeito do material e a simplicidade e
rapidez do ensaio
Teste de Tração
• Para realizar o ensaio é usada uma barra de
área inicial A0 e é aplicada uma carga F em
direção normal à seção transversal e
coincidente ao eixo da mesma.

F F
Corpo de prova antes do ensaio de tração

Corpo de prova depois do ensaio de tração


Teste de Tração
• Com este teste pode ser construído um gráfico
tensão deformação aonde as tensões e
deformações vão crescendo gradativamente
até a ruptura do corpo de prova.

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Tensão
• Tensão é definida genericamente como a
resistência interna de um corpo a uma força
externa aplicada sobre ele por unidade de área.

Deformação
• Definida como a variação de uma dimensão
qualquer desse corpo por unidade da mesma
dimensão quando submetido a um esforço.
Algumas Definições
Tensão de tração
 O esforço na barra é
normalizado em virtude da
carga ou força de tração e a
seção da área transversal
 Para metais usa-se a Norma.
NBR-6152
 Qual é a norma para 14
polímeros?
Algumas Definições
 Deformação (ε)
É uma variável de proporcionalidade que
considera o comprimento inicial L0 e final
L do corpo de prova

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Algumas Definições
Modulo de Young
• Verifica-se inicialmente que o diagrama é linear e
representado pela equação:
Lei de hooke
Metais = Materiais anizotrópicos

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Módulo de Elasticidade para alguns
metais
Modulo de Elasticidade
GPa
Magnésio 45
Faça um gráfico tensão
Alumínio 69
deformação representando
Latão 97 o modulo de elasticidade
Titânio 107 do magnésio e do
Cobre 110 tugstênio
Niquel 207
Aço 207
Tungstênio 407

Quanto maior o módulo de elasticidade mais rígido é o 19


material ou menor é a sua deformação elástica quando
aplicada uma dada tensão
Comportamento não-linear

 Alguns metais como ferro


fundido cinzento, concreto
e muitos polímeros
apresentam um
comportamento não linear
na parte elástica da curva
tensão x deformação

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Tensão de Escoamento
• No inicio da plasticidade é verificado em vários
metais dúcteis uma transição heterogênea aonde a
deformação aumenta para uma variação da tensão
quase nula.

• Denomina-se
tensão de
escoamento à
tensão atingida
durante o
escoamento.
Tensão de Escoamento
• Em alguns materiais este fenômeno é dificilmente
percebido, sendo caracterizado por uma oscilação ou
parada do ponteiro da máquina.

• Para calcular esta


tensão no gráfico,
convencionalmente são
adotados valores de
pré-deformação
• 0,2%, geral
• 0,5% cobre
• 0,1% ligas duras
Algumas Definições
 A tensão máxima é caracterizado pelo
final da deformação plástica homogenea M
e é determinado por: M

Força Máx Área inicial da


Tensão de deformação

seção
transversal

UNIDADES
Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou N/ mm2
Ou Pascal
Porcentagem de deformação
Algumas Definições
Tensão de ruptura
• No final da estricção do material o mesmo
sofre ruptura a tensão registrada na ruptura é
definida como:

R
R

Força Rup. Área inicial da


seção
transversal
Resistência à Tração (Kgf/mm2)
 Corresponde à tensão máxima
aplicada ao material antes da ruptura
 É calculada dividindo-se a carga
máxima suportada pelo material pela
área de seção inicial

Tensão de Ruptura (Kgf/mm2)


 Corresponde à tensão que promove a ruptura do material
 O limite de ruptura é geralmente inferior ao limite de
resistência em virtude de que a área da seção para um
material dúctil reduz-se antes da ruptura
Algumas Definições
DUCTILIDADE : É a medida do grau de deformação plástica que foi suportado até a fratura
Material frágil – deformação plástica muito pequena ou sem deformação

Porcentagem de deformação  Estricção - corresponde à redução na


plástica(estricção)
área da seção reta do corpo,
imediatamente antes da ruptura
 Os materiais dúcteis sofrem grande
redução na área da seção reta antes da
ruptura

Alongamento
total

Redução da área
total
Algumas Definições
COEFICIENTE DE POISSON
Deformação Axial

Deformação Lateral

Coeficiente de Poisson

• Qualquer elongação ou compressão de uma estrutura cristalina em uma direção,


causada por uma força uniaxial, produz um ajustamento nas dimensões
perpendiculares à direção da força
Coeficiente de Poisson

x
Corpo de prova
• O corpo de prova para o teste é fabricado com
seção circular ou retangular.
• A seção media (parte útil) é reduzida para
localizar a região da deformação.
• A concordância entre a cabeça e a parte útil é
fabricada por um raio de concordância que
diminui a concentração de tensões no teste.

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Teste de Tração
Esforço real

Plano mais
denso na
direção mais
densa

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Ensaio de tração - metais
extensômetro

Entre as cabeças e a parte útil há um raio de concordância para


evitar que a ruptura ocorra fora da parte útil do corpo de prova
(Lo). Segundo a ABNT, o comprimento da parte útil dos corpos de
prova utilizados nos ensaios de tração deve corresponder a 5 vezes
o diâmetro da seção da parte útil. Por acordo internacional, sempre
que possível um corpo de prova deve ter 10 mm de diâmetro e 50
mm de comprimento inicial.
• A partir da curva tensão Vs deformação, pode se obter
os seguintes dados do material testado:
– Módulo de elasticidade ou de Young

– Tensão e deformação no ponto de escoamento


– Tensão máxima
– Tensão e deformação de ruptura

– Ductilidade
– Tenacidade
– Resiliência
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– Elasticidade
Curva tensão (σ) X deformação (ε)
Região elástica
• σ é proporcional a ε (Lei de Hooke)
σ = E.ε
• E = módulo de Young
• A deformação é reversível.
• Ligações atômicas são alongadas mas não se
rompem.

Região plástica
• σ não é linearmente proporcional a ε
• A deformação é quase toda não reversível.
• Ligações atômicas são alongadas
e rompidas. 33
Algumas Definições

Empescoçamento

Diminuição da seção transversal do corpo de prova


(estricção)

Polímeros Metais
Exemplo 1
Um pedaço de cobre originalmente com 305 mm de comprimento é puxado em
tração com uma tensão de 276MPa. Se a sua deformação é inteiramente
elástica, qual será o alongamento resultante?

Lei de Hooke: σ = E.ε


l
   * 
lo
Modulo de
Elasticidade
GPa
Latão 97 Para o Cobre, o E = 110GPa
Titânio 107
Cobre 110
Exemplo 2
F
d0
Uma tensão de tração deve ser aplicada ao longo do eixo do comprimento
de uma barra cilíndrica de latão, que tem um diâmetro de 10mm.
di Determine a magnitude da carga necessária para produzir uma variação
de 2,5x10-3 mm no diâmetro se a deformação é puramente elástica. vlatão =
0,34 e E = 97GPa

 A Amostra se alonga na direção z, no mesmo tempo que sofre uma redução


l i l0 em d, de 2,5x10-3mm

 calcular deformação na direção z, sendo Poisson para Latão 0,34


F

 calcular a tensão, sendo o E = 97GPa

 calcular a força aplicada:


36
5600 N
aprox.
37
9,8N = 1 Kgf ; 1N/m2 = 1Pa

16570 Kgf

919.24 MPa

38
39
pelo
40
pelo

41
42
43
44
45
46
47
48
Alongamento

49
1,8%
50
Desafio
• A luminária de 50 kg esta suspensa pelos tubos
metálicos apresentados no desenho. Determine qual
dos tubos esta submetido a uma maior tensão.

• Assumindo que os tubos


sejam de alumínio, os
mesmos conseguiriam
suportar a carga?
• Seriam alongados?

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