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Cap.

6 Propriedades Mecânicas

Prótese da cabeça do fêmur


em titânio necessita
propriedades mecânicas
especiais:
• Resistência – 650 MPa
• Dutilidade – 8%
• Fadiga – 107 ciclos (pessoa
normal 106 ciclos/ano)
• Módulo de elasticidade -
compatível com o do osso
Ensaios para Propriedades Mecânicas

Apoio

Tração Compressão
Flexão

Cisalhamento Torção
Avaliação das Propriedades
• Tração e Compressão:
tensão de engenharia
deformação de engenharia

• Cisalhamento e Torção:
tensão cisalhante
deformação cisalhante  = tan 

• Flexão: Corpo de prova retangular


com comprimento L,
tensão largura b, espessura d,
módulo de elasticidade E,
momento de inércia I.
deflexão
Ensaio de Tração
Célula de carga

Extensômetro

Corpo de prova

Travessão
móvel

Seção reduzida

Corpo de Prova
Diâmetro Diâmetro
Normalizado
Comprimento útil Raio
Módulo de Elasticidade e
Cisalhamento
• No início do ensaio mecânico, a carga (força), F, é
proporcional ao alongamento (l). O módulo de
elasticidade ou módulo de Young (E) é definido para
tensões () e deformações () normais,

• O módulo de cisalhamento (G) é definido para tensões


() e deformações () cisalhantes.
Curva Elástica Linear
Tanto E quanto G estão associados ao regime elástico
geralmente linear da curva de carregamento mecânico.

Descarregamento

Tensão
Coeficiente Angular = E ou G

Carregamento

Deformação
Elasticidade não Linear
Teoricamente e em muitas situações práticas, o regime
elástico não pode ser interpretado como uma reta.
Elasticidade Não Linear na
Prática
Ligação Forte
Força F

Separação Interatômica Módulo Tangente

Ligação Fraca

Tensão, 
Módulo Secante

Interpretação Teórica da
Linha Elástica

Deformação, 
Anelasticidade
O comportamento elástico que depende do tempo pode
gerar o fenômeno conhecido como anelasticidade.

Exemplo: o movimento de átomos intersticiais na célula CCC devido


ao tracionamento e descarregamento gera curvas elásticas não linear.
Coeficiente de Poisson
• O ensaio de tração só possui um componente normal de
tensão, mas três componentes de deformação.
• Material Isotrópico
teoricamente,  = 0,25
não havendo mudança de
volume, máximo  = 0,50

• Relação entre Módulos de


Elasticidade e Cisalhamento

• Material Anisotrópico
O comportamento elástico varia com a direção cristalográfica. São
necessárias 9 constantes elásticas (E11, G12, etc... E33) para caracterizar
as propriedades elásticas do material.
Anisotropia no Módulo de
Elasticidade
Efeito da Temperatura no Módulo Elástico
Temperatura, °F

Módulo de Elasticidade (106 psi)


Módulo de Elasticidade (GPa)

Tungstênio

Aço

Alumínio

Temperatura, °C
Início da Deformação Plástica
• A partir do limite de proporcionalidade é possível detectar-se
visualmente um desvio da reta elástica que vai caracterizar, na
prática, o regime plástico associado a uma deformação
permanente não-recuperável.
• Para efeitos práticos, a plasticidade ocorre a partir do limite de
escoamento definido como a tensão para uma deformação
permanente de 0,2%.
Regime
Elástico Plástico

Limite
superior

Materiais que
Tensão

Limite apresentam escoamento


Tensão

inferior
descontínuo podem ter
limites superior e inferior
definidos visualmente

Deformação Deformação
Microdeformação Plástica
• Devido ao movimento de discordâncias iniciar-se por volta de 1
MPa, microdeformações plásticas já ocorrem antes mesmo do
desvio da reta elástica ser visualmente detectado.
• Este regime inicial de microdeformação plástica praticamente
não afeta as propriedades elásticas e só pode ser notado pelas
micromarcas deixadas na superfície devido ao movimento de
discordâncias

Micromarcas do
deslizamento de
discordâncias em cristal
de cádmio
Curvas de Tensão-Deformação

Tensão (103 psi)


Tensão (MPa)

Óxido de

Tensão
Alumínio

Vidro

Deformação
Deformação

Materiais frágeis Materiais dúcteis


(metais)
(cerâmicos)
Propriedades Mecânicas Obtidas das Curvas -
• Associadas à Resistência
- Tensão limite de proporcionalidade: p
- Tensão limite de escoamento: l
- Tensão máxima (resistência mecânica): m
- Tensão na fratura: f
• Associadas à Ductilidade
- Coeficiente de Poisson: 
- Deformação no limite de proporcionalidade: p
- Deformação no limite de escoamento: l
- Deformação uniforme (no ponto máximo): u
- Deformação total: t
- Redução de área: RA
• Associadas à Energia
- Resiliência: Ur
- Tenacidade: UT
Propriedades Associadas à Energia
Resiliência

Tensão
Tenacidade Deformação

Frágil
Dúctil

  t  d
UT ∫o
Tensão

Deformação
Efeito da Temperatura nas
Propriedades Mecânicas

Tensão (103 psi)


Tensão (MPa)

Deformação

Exemplo do ferro puro


Curva Verdadeira de Tração
Até o máximo (m) na Curva de Engenharia

Tensão Verdadeira

Deformação Verdadeira

Até o máximo (m) na Curva de Engenharia

Assume-se um trecho retilíneo com valores máximos na fratura.

Tf = (f x Ao) / Af

Tf = ln (Ao / Af)


Comparação entre as Curvas de
Tração Verdadeira e de Engenharia

Verdadeira

Corrigida
Tensão

Engenharia

Deformação
Encruamento de Materiais Dúcteis
• O aumento da resistência após o início do escoamento plástico é
denominado encruamento e pode ser ajustado a uma equação
potencial entre a tensão verdadeira e a deformação verdadeira:

O expoente n  n relaciona-se
Tensão

com a deformação uniforme em


processos de conformação como
a estampagem e o embutimento

Deformação
• Nos metais e ligas o encruamento é conseqüência da interação e
bloqueio das discordâncias e permanecerá estável equanto o material
estiver no estado de “frio” (Temperatura < Tf)
Parâmetros do Encruamento em
Metais e Ligas

Aço Baixo Carbono


(recozido)
Aço 4340
(temperado a 315°C)
Aço Inox 304
(recozido)
Cobre
(recozido)
Bronze Naval
(recozido)
Liga de Alumínio 2024
(Tratamento térmico – T3)
Liga de Magnésio AZ-31B
(recozida)
Recuperação Elástica na
Deformação Plástica

Descarregamento

Tensão

Carregamento

Deformação
Recuperação
Elástica
Ensaios de Dureza
• Além dos ensaios convencionais (tração, compressão,
cisalhamento e flexão) o ensaio de dureza também mede
a resistência do material
• A dureza é uma propriedade mecânica comparativa, isto
é, não absoluta. Mede arbitrariamente a resistência do
material a uma deformação elasto-plástica localizada.
• A dureza foi inicialmente concebida e utilizada para medir
a resistência relativa de rochas através da simples
comparação da capacidade de uma riscar a outra.
• Escala Mohs:
10 - diamante 5 - apatita
9 – corindon (Al2O3) 4 – fluorita
8 – topázio 3 – calcita
7 – quartzo (SiO2) 2 – gesso
6 - ortoclásio 1 - talco
Ensaios de Dureza em Materiais
• Para materiais de engenharia, sobretudo meais e ligas, a
medida da dureza é realizada através de um penetrador
forçado sob carga contra a superfície do material.
• Índices de dureza consagrados (Rockwell, Brinell,
Vickers, Knoop etc) medem profundidade ou tamanho da
impressão para estabelecer valores relativos.

Penetrador esférico Penetrador piramidal

Medida por profundidade Medida pela impressão

Os ensaios de dureza são mais realizados do que qualquer


outro ensaio mecânico
Vantagens da Dureza
• Não necessita de corpo de prova
especial.
• O ensaio é não destrutivo.
• A impressão ou mossa pode ter
tamanho microscópico
(microdureza).
• A dureza pode restringir-se a
pequenas regiões do material
como um contorno de grão ou uma
camada superficial.
• Os equipamentos podem ser:
simples, baratos e portáteis.
Exemplos de Técnicas de Dureza
Técnicas de Dureza Rockwell
Conversão e Correlação de Dureza
Precisão e Incerteza nas
Propriedades
• Dois fatos de grande importância na determinação
do real valor de uma propriedade do material são: a
incerteza em relação à medida e a precisão que se
deve considerar em relação ao valor numérico.
• A incerteza na medida de uma propriedade pode ser
decorrente de diversos fatores, tais como
- calibração do equipamento de ensaio;
- escala de leitura no aparelho de medida;
- variação nas condições operacionais.
• A precisão no valor das medidas pode ser obtida
através de análises estatísticas tais como, média e
desvio padrão, bem como parâmetros de Weibull
Avaliação da Precisão Estatística
Tensão Admissível de Engenharia
• Em projetos de engenharia, por medida de
segurança técnica, é praxe utilizar-se uma tensão
admissível ou tensão de trabalho, t, inferior ao
limite máximo de carregamento previsto para o
material a ser utilizado.
• No caso mais comum, o carregamento máximo não
deve ultrapassar o limite de escoamento do material,
e, que será dividido pelo fator de segurança, N:

• Os valores de N variam de 1,2 a 4.

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