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ENGENHARIA CIVIL

PROPRIEDADES MECÂNICAS

1
INTRODUÇÃO

 Muitos materiais, quando em serviço, estão sujeitos a


forças ou cargas.

 Torna-se necessário conhecer as características


mecânicas do material a fim que a deformação não
seja excessiva e não ocorra fratura (resistência, a
dureza, a ductilidade e a rigidez).

 A carga pode ser de tração, compressiva, ou de


cisalhamento e a temperatura é um fator importante.

 Uso de técnicas de ensaio padronizadas (ASTM,


ABNT) a fim de comunicar e interpretar com 2

consistência as propriedades dos materiais.


QUESTÕES PARA TRATAR…

 Tensão e deformação: O que são e porque elas são


usadas em vez de carga e alongamento?

 Comportamento elástico: Quando a carga é pequena,


quanto de deformação ocorre? Quais materiais
deformam menos?

 Comportamento plástico: Em que ponto a deformação


permanente ocorre? Quais são os materiais mais
resistentes à deformação permanente?

 Resistência e ductilidade: O que são e como podemos 3


medi-los?
TIPOS DE ESFORÇOS

 Existem três maneiras principais segundo as quais uma carga


pode ser aplicada: tração, compressão e cisalhamento.

4
ENSAIOS MECÂNICOS

 Tipos de ensaios mecânicos:


Tração, Compressão, Cisalhamento, Torção,
Dobramento, Flexão, Dureza, Embutimento,
Impacto, Fluência, Fadiga, ...
→ São combinações ou casos particulares dos esforços
primários de Tração, Compressão e Cisalhamento

 Ensaios padronizados e normalizados (ABNT,


ASTM,...) sob condições específicas de temperatura
(ambiente, baixas, altas) e de atmosfera (inerte,
redutora, oxidante, corrosiva). 5
PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS

 Cada propriedade está relacionada a capacidade do


material de resistir a esforços mecânicos:

• Resistência mecânica
• Elasticidade, Rigidez
• Plasticidade
• Ductilidade
• Dureza
• Tenacidade
• Fluência
6
• Fadiga
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA

1. Inicial 2. Carga baixa 3. Descarregamento

Deslocamento
dos átomos

Voltam a posição
inicial
Δl
F Elástico-linear
F
Elástico não-linear
A deformação elástica
é reversível! 7

Δl
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
1. Inicial 2. Carga baixa 3. Descarregamento
deslocamento
dos átomos e planos
escorregamentos ainda
de planos atômicos cisalhados

Δl Δl plástica
elástica + plástica

F
F

A deformação plástica 8
é permanente! Δl
Δl plástica
TENSÃO DE ENGENHARIA

• Tensão de tração, s: • Tensão de cisalhamento, t:


Ft Ft F

Area, A Area, A Fs

Fs
Ft
F Ft
Ft N F
s= = 2 t= s
Ao m Ao
Área original 9
antes da deformação → Unidade da tensão: N/m2
ESTADOS COMUNS DA TENSÃO
Teleférico
• Tensão de tração: Cabo
F F
A o = área da seção transversal
(quando descarregado)
F
s= s s
Ao

• Torsão (uma forma de cisalhamento): Eixo de transmissão


M Fs Ao
Ac
Fs
t=
M Ao 10

2R
ESTADOS COMUNS DA TENSÃO

• Tensão de compressão:

Ao

Ponte Canyon, Los Alamos, NM

F Nota: membro da estrutura


Parque Nacional de Arches s= comprimida (s < 0 ).
Ao 11
TESTE DE TENSÃO-DEFORMAÇÃO

• Máquina de ensaio de tração: • Corpo de prova padrão


para ensaio de tração:

F
Extensômetro amostra

F comprimento
Teste de
tração útil (2”)

12
13
TENSÃO

 Calcula-se a área da seção transversal do corpo


de prova;

 Calcula-se a tensão utilizando a expressão:

F
s=
Força ou carga

Ao Área inicial da seção reta transversal

Kgf/cm2 / Kgf/mm2 / N/mm2 / MPa


DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

Diagrama Força e deformação

Diagrama tensão e deformação

Deformação (e) eixo das abscissas (x)


Tensão (s ) eixo das ordenadas (y)

A curva resultante apresenta certas características


que são comuns a diversos tipos de materiais usados
na área da Mecânica, Metalurgia e Materiais.
DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

Analisando o
diagrama tensão-
deformação
conhecemos cada
uma das
propriedades que
ele permite
determinar. A
primeira delas é o
limite elástico.
LIMITE ELÁSTICO
LIMITE
ELÁSTICO
Se o ensaio for
interrompido antes
do limite elástico
(final da parte reta
do gráfico) e a
força de tração for
retirada, o corpo
volta à sua forma
original, como faz
um elástico.
LIMITE ELÁSTICO
LIMITE
ELÁSTICO
Na fase elástica os
metais obedecem à lei
de Hooke. Suas
deformações são
diretamente
proporcionais às
tensões aplicadas.

Se aplicarmos uma tensão de 10 N/mm2 e o corpo


de prova se alongar 0,1%, ao aplicarmos uma força
de 100 N/mm2 o corpo de prova se alongará 1%.
FASE ELÁSTICA

Na fase elástica, se dividirmos a tensão pela


deformação, em qualquer ponto, obteremos
sempre um valor constante. Este valor constante
é chamado módulo de elasticidade (E).

A expressão matemática dessa relação é:

s = Ee
FASE ELÁSTICA

s s
E= ou e=
e E
O módulo de elasticidade é a medida da rigidez
do material.

Quanto maior for o módulo de elasticidade (E),


menor será a deformação elástica (e) resultante
da aplicação de uma tensão e mais rígido será o
material.
MÓDULO DE ELASTICIDADE

 Módulo de Elasticidade E é também conhecido como


módulo de Young.
F s
 Lei de Hooke:

s=Ee sB

Representa a F sA
Ensaio de
rigidez do
Tração
eA eB
material
21 e
→ Unidade: GPa
350 - 270
E= = 18,18GPa
0,0016 - 0,006
22
COMPARAÇÃO DE MÓDULO DE YOUNG
Grafite
Metais Compósitos
Cerâmicas Polímeros
Ligas /fibras
Semicond
1200
10 00 Diamond
8 00
6 00
Si carbide
4 00 Tungsten Al oxide Carbon fibers only
Molybdenum Si nitride
E(GPa) 2 00
Steel, Ni
Tantalum <111>
C FRE(|| fibers)*
Platinum Si crystal
Cu alloys <100> Aramid fibers only
10 0 Zinc, Ti
80 Silver, Gold A FRE(|| fibers)*
109 Pa 60 Aluminum Glass -soda
Glass fibers only
Magnesium, G FRE(|| fibers)*
40 Tin
Concrete
GFRE*
20
CFRE *
G raphite G FRE( fibers)*
10
8 C FRE( fibers) *
6 AFRE( fibers) *
Polyester Dados dos compósitos baseados
4 PET em epóxi reforçada com 60%vol
PS
2 PC Epoxy only de fibra de carbono, aramida ou
fibra de vidro.
PP
1 HDP E
0.8
0.6 Wood( grain) 23
PTF E
0.4

0.2 LDPE
LIMITE DE PROP0RCIONALIDADE

A lei de Hooke vale até um


determinado valor de tensão,
denominado

Limite de proporcionalidade
(A’)

a partir do qual a
deformação deixa de ser
proporcional à carga
aplicada.
LIMITE DE PROP0RCIONALIDADE

Na prática,
considera-se que o
limite de
proporcionalidade e
o limite de
elasticidade são
coincidentes.
ESCOAMENTO

Terminada a fase
elástica, tem início a
fase plástica, na qual
ocorre uma
deformação
permanente no
material, mesmo que
se retire a força de
tração.
ESCOAMENTO
No início da fase plástica
ocorre um fenômeno chamado
escoamento.
O escoamento caracteriza-se
por uma deformação
permanente do material sem
que haja aumento de carga,
mas com aumento da
velocidade de deformação.
Durante o escoamento a carga
oscila entre valores muito
próximos uns dos outros.
LIMITE DE RESISTÊNCIA (LR)

Após o escoamento ocorre


o encruamento, que é um
endurecimento
causado pela quebra dos
grãos que compõem o
material quando
deformados a frio. O
material resiste cada
vez mais à tração externa,
exigindo uma tensão cada
vez maior para se
deformar.
LIMITE DE RESISTÊNCIA (LR)

Nessa fase, a tensão


recomeça a subir, até
atingir um valor máximo
num ponto chamado de
Limite de resistência
(B)

s max
LR =
A
LIMITE DE RUPTURA

Continuando a
tração, chega-se à
ruptura do material,
que ocorre num
ponto chamado
limite de ruptura
(C)
LIMITE DE RUPTURA

Note que a tensão no


limite de ruptura é
menor que no limite
de resistência, devido
à diminuição da área
que ocorre no corpo
de prova depois que
se atinge a carga
máxima.
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO

 Tensão máxima na curva de tensão-deformação:

Nessa tensão máxima, se inicia o


empescoçamento, e toda deformação
subsequente fica confinada neste pescoço.
Deformação uniforme
tensão de engenharia

sy F = tensão de fratura

Pescoço: atua como


concentrador de tensões
Typical response of a metal

32
strain
deformação de engenharia
DIAGRAMA TENSÃO DEFORMAÇÃO

Pode-se obter:
• Tensão e Deformação de escoamento;
• Tensão e Deformação máxima;
• Tensão e Deformação de Ruptura.
ALONGAMENTO

Lo

Lf
Exemplo: Lo = 10 mm
Lf = 12 mm
34
ALONGAMENTO

Lo

Lf

Exemplo: Lo = 20 mm
Lf = 22 mm 35
DEFORMAÇÃO DE ENGENHARIA

Lo

Lf

L f − L0
e= 36
L0
EXEMPLO
 Um amigo, que está montando uma oficina de
manutenção mecânica, pediu sua ajuda para
calcular a tensão que deve ser suportada por um
tirante de aço de 4 mm2 de seção, sabendo que o
material estará exposto a uma força de 40 N.

Simples, não é mesmo? Sabendo qual a força aplicada (F = 40


N) e qual a área da seção do tirante (S = 4 mm2), basta aplicar a
fórmula:

37
 Portanto, a tensão que o cabo deverá
suportar é de 10 N/mm2. Mas, se seu amigo
quiser saber a resposta em megapascal, o
resultado será ___________

38
 EX 1: Calcule a deformação sofrida por um corpo de
15 cm, que após um ensaio de tração passou a
apresentar 16 cm de comprimento. Expresse a
resposta de forma percentual.

 EX 2: Sabendo que a tensão de um corpo é igual a 12


N/mm2, a quanto corresponde essa tensão em
kgf/mm2? (Consulte o quadro de conversões, se
necessário).

 EX 3: Qual a tensão, em MPa, sofrida por um corpo


com 35 mm2 que está sob efeito de uma força de 200
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kgf? (Consulte o quadro de conversões, se necessário).


 EX 4: Um corpo de prova de cobre (E = 110
GPa) com seção transversal retangular de
15,2 mm x 19,1 mm é puxado em tração com
uma força de 44.500N, produzindo apenas
deformação elástica. Calcule a deformação
resultante.

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RESUMO CURVA TENSÃO-DEFORMAÇÃO

 Diagrama tensão-deformação convencional e real para


material dúctil (aço) (sem escala):

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CONCLUSÃO
 Tensão e deformação: Medidas, independentes
do tamanho, de força e alongamento,
respectivamente.

 Comportamento Elástico: Deformação


reversível com relação geralmente linear entre
a tensão e a deformação. Deformação limitada
para modulo elástico E grande.

 Comportamento Plástico: Deformação


permanente quando a tensão atinge a tensão de42
escoamento.

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