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UNIDADE 1

DEFORMAÇÃO
TRAÇÃO E COMPRESSÃO

Professor: Jairo Lage Matoso


Disciplina: Resistência dos Materiais
OBJETIVOS DA UNIDADE

Nos problemas de engenharia / arquitetura, a deformação


de um corpo é especificada pelo conceito de deformação normal e
de cisalhamento.

Nesta unidade definiremos essas grandezas e


mostraremos como são determinadas em diversos tipos de
problemas.

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DEFORMAÇÃO
Quando uma força é aplicada a um
corpo, tende a mudar a forma e o tamanho
dele. Tais mudanças são denominadas
deformação e podem ser perfeitamente
visíveis ou praticamente imperceptíveis
sem o uso de equipamento para fazer
medições precisas. Por exemplo, uma tira
de borracha sofre deformação muito grande
quando esticada.

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DEFORMAÇÃO
Por outro lado, ocorrem apenas pequenas
deformações de membros estruturais
quando um edifício é ocupado por
pessoas movimentando-se. O corpo
também pode sofrer deformação quando
sua temperatura muda. Um exemplo típico
é a expansão ou a contração de um
telhado provocadas pelas condições
atmosféricas.

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DEFORMAÇÃO
De maneira geral, a deformação do corpo não é uniforme em todo o seu
volume e, assim, a mudança na geometria de qualquer segmento de reta do corpo
pode variar ao longo do comprimento. Por exemplo, uma parte da reta pode
alongar-se, enquanto a outra pode contrair-se. Entretanto, à medida que se
consideram segmentos de reta cada vez menores, eles permanecem retos após a
deformação e, assim, para estudar mudanças de deformação de maneira mais
uniforme, consideraremos as retas como muito pequenas e localizadas na
vizinhança de um ponto. Desse modo, imagina-se que qualquer segmento de reta
localizado em um ponto do corpo muda com valor diferente do segmento localizado
em algum outro ponto. Além disso, essas mudanças também dependem da
orientação do segmento de reta no ponto. Por exemplo, um segmento de reta pode
alongar-se quando orientado em uma direção e contrair-se quando orientado em
outra. 5
CONCEITO DE DEFORMAÇÃO
A fim de descrever a deformação por meio de mudanças no comprimento dos
segmentos de reta e mudanças dos ângulos entre eles, desenvolveremos
seu conceito. As medições de deformação são feitas, na prática, por meio de
experimentos e, uma vez obtidos seus valores, é possível relacioná-los às
cargas aplicadas ou às tensões que atuam no interior do corpo, como
mostraremos na próxima seção.

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CONCEITO DE DEFORMAÇÃO
Na estática os corpos são considerados como sendo rígidos; tal hipótese é
necessária afim de se conseguir um resultado completamente
independentes das propriedades da matéria de que são constituídos.

A Resistência dos Materiais, que também faz da Mecânica, entretanto,


considera os corpos tais como são na realidade, isto é, deformáveis e
suscetíveis de sofreram rupturas quando sob ação das forças.

Assim, a Resistência dos Materiais se ocupa em estudar:

1- As mudanças ocasionadas no corpo pela ação de forças externas e


internas;
2- As propriedades (dimensões, forma , material) que o fazem capaz de
resistir à ação dessas Forças.

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CONCEITO DE DEFORMAÇÃO
A experiência ensina que a ação de qualquer força sobre um corpo altera a
sua forma, isto é, provoca uma deformação.

Deformação transitória:
Um corpo sofrerá uma deformação transitória, quando sobre ele atuar uma
força de pequena intensidade e o mesmo retorno à sua forma inicial caso a
força for removida.

Teto
Cabo

 ℓ= Deformação Transitória Linha de referência

peso

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CONCEITO DE DEFORMAÇÃO
Deformação Permanente:
Um corpo sofrerá deformação permanente, quando sobre ele atuar uma
força de grande intensidade e o
não retorna à sua forma inicial caso a força for removida.

Teto
Cabo

 ℓ= Deformação Permanente Linha de referência

peso

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CONCEITO DE DEFORMAÇÃO
Alongamento unitário o específico

Alongamento unitário  (Épsilon) é a relação entre o alongamento total Δ ℓ e


o comprimento inicial ℓ.

ℓ = Comprimento Inicial

 ℓ= Deformação Permanente Linha de referência

peso

 =ℓ/ ℓ
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Tensão
Tensão
A força por unidade de área numa certa seção transversal é chamada de tensão
atuante, nessa seção e é indicado pela letra σ (sigma).A tensão em uma barra
de seção transversal S, sujeita a uma força Axial F,é obtida dividindo-se o
módulo F da força pela área S.
F
S
σ = Tensão Normal σ = F/S
S = área transversal (m2)
F = força axial (N)

1 cm
A
1 cm

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Tensão
A tensão é diretamente proporcional a força e inversamente proporcional a
área de aplicação.

Isso quer dizer se for aumentada a força em 10 vezes, a tensão aumentara


em 10 vezes também.

Por outro lado se aumentado a área em 10 vezes a tensão diminuirá em


10 vezes.

Exemplo: Uma força “F” de 10 kgf aplicada sobre uma área de 1cm², então
a tensão será de 10kgf/cm².

Se a área for aumentada para 10cm² então a tensão cairá para 1kgf/cm².

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Tensão
A tensão é diretamente proporcional a força e inversamente proporcional a
área de aplicação.

Isso quer dizer se for aumentada a força em 10 vezes, a tensão aumentara


em 10 vezes também.

Por outro lado se aumentado a área em 10 vezes a tensão diminuirá em


10 vezes.

Exemplo: Uma força “F” de 10 kgf aplicada sobre uma área de 1cm², então
a tensão será de 10kgf/cm².

Se a área for aumentada para 10cm² então a tensão cairá para 1kgf/cm².

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Diagrama de Tensão – Deformação – aço doce


Limite de resistência R

R 1-Zona elástica deformação transitória


r ruptura
Limite escoamento
e E 2-Patamar de escoamento
p
P 3-Encruamento
Limite de
4-Estricção
proporcionalidade
1 2 3 4

A
A- Fase elástica
B C
Lei de Hooke
B- Fase plástica
C- Fase de ruptura

COMPONENTES Até o ponto P gráfico é uma reta. Neste trecho é válida a lei de Hooke,

“As deformações são diretamente proporcionais às tensões que a produzem”.

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Diagrama de Tensão – Deformação

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Tipos de Solicitações

Tipos de Solicitações

Um sistema de forças pode ser aplicado num corpo de diferentes maneiras, originando
portanto diversos tipos de solicitações, tais como: tração, compressão, cisalhamento,
flexão, torção e flambagem.

Quando cada tipo se apresenta isoladamente, diz-se que a solicitação é simples.


No caso de dois ou mais tipos agirem contemporaneamente a solicitação é composta.

Tração:

Solicitação que tende a alongar a peça no sentido da reta de ação da resultante do


sistema de forças.
F
F

eixo normal Eixo tracionado


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Tipos de Solicitações

Compressão:
Solicitação que tende a encurtar a peça no sentido da reta de ação da resultante do
sistema de forças.ipos de Solicitações

Eixo tracionado
eixo normal

Cisalhamento:
Solicitação que tende a cortar a peça no sentido perpendicular ao seu eixo.
O pino tende ser cortado aqui
F

F F
F

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Tipos de Solicitações

Torção:
Solicitação que tende a girar as secções de uma peça, uma em relação às outras.
Eixo à torção.

Eixo sem solicitação de torção Eixo com solicitação de torção

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Tipos de Solicitações

Flexão:
Solicitação que tende a modificar o eixo geométrico de uma peça.

Eixo sem solicitação de flexão Eixo com solicitação de flexão

Flambagem:
Solicitação que tende a curvar a barra em relação ao eixo longitudinal quando
forças axial de sentido opostos são aplicadas.

Eixo sem solicitação de flambagem Eixo sem solicitação de flambagem

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Tensão admissível e de trabalho

A tensão admissível representa a tensão limite com a qual pode-se projetar sem
perigo das surpresas desagradáveis, isto é, a tensão máxima que se pode ser
atingida com aplicação de esforços externos , sem que a estrutura venha a se
romper ou sofrer deformações permanentes.

σ = σe / Fs
Adm - Materiais dúcteis

σ = σr / Fs - Materiais Frágeis
Adm

σ = Tensão Admissível Normal


Adm

σe = Tensão de Escoamento
σ r = Tensão de Ruptura
Cs = coeficiente de segurança

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Tensão admissível e de trabalho

Materiais Dúcteis: Qualquer Material que possa ser submetido a grandes


deformações antes da ruptura é chamado de material dúctil.
Exemplo: O aço doce é um, cobre.

Materiais Frágeis: São materiais que possuem pouco, ou nenhum escoamento.


Exemplo: Concreto, vidro.

Tensão de trabalho: É a tensão a que a peça está verdadeiramente submetida ou a


que se pretende que Esteja..

DIMENSIONAMENTO
No dimensionamento dos elementos estruturais, admitem-se apenas
deformações elásticas. Os cálculos podem ser de verificação ou de
dimensionamento propriamente dito.
No primeiro caso escolhem-se as dimensões e depois verifica-se a tensão de
trabalho não ultrapassa a tensão admissível.
σTrab  σAdm
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Tensão admissível e de trabalho

No segundo caso, o processo é inverso: as dimensões são calculadas admitindo-se


a tensão de trabalho, com critério e segurança.
A tensão de trabalho fixada deve ser bem inferior à tensão de ruptura. Seu valor é
determinado dividindo-se a tensão de ruptura por um coeficiente Fs chamado fator
de segurança:

Fator de segurança
O valor do fator de segurança varia com o material a ser utilizado, com a
importância do equipamento em estudo do qual a barra ou peça faz parte com
classificação da carga (estática, pulsante ou alternada).Normalmente o fator de
segurança é estabelecido através das normas técnicas, como ABNT NB-14.

Em resumo o coeficiente de segurança nada mais é do que um fator de segurança


sobre o dimensionamento, por isso o valor do mesmo deve ser sempre maior que 1.

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Tração e Compressão

No ensaio de tração foi visto que a deformação (alongamento unitário ) é


proporcional à tensão σ (lei de Hooke).

Isto é válido também para a compreensão, onde O coeficiente de proporcionalidade


E é chamado módulo de elasticidade normal; depende do material e o seu valor é
determinado experimentalmente.

Substituindo nesta fórmula o alongamento unitário  e a tensão σ, tem-se:


σ = F/ S

ℓ s s ℓ σ= .E
l
 = ℓ / ℓ

F. ℓ
F
F l
ℓ =
compressão
tração E.S

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PARA EXERCITAR
Exemplo 1:
Calcular o alongamento total de um fio de cobre com diâmetro 2 mm e
comprimento 50cm quando lhe é aplicada uma carga de 20Kg.

ℓ = 50 cm
 ℓ == ? 6 2
E = 1,2 X10 kgf / cm

2
s
S = 3,14 x 0,2 = 0,0314 cm2
ℓ F. ℓ
4 =
E.S
ℓ  ℓ = 20 x 50
1200000 x 0,0314
Peso

 ℓ = 0,026 cm

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PARA EXERCITAR
Exemplo 2:
Calcular o encurtamento dos pés da mesa em figura.

Materiais: aços meio carbono.


ℓ = 80 cm
12 t
4 CM  ℓ == ? 6 2
E = 2 X10 kgf / cm

2 2
5 CM S = 3,14 x ( D – d )
Seção dos pés
4
2 2
S = 3,14 x ( 5 – 4 ) = 7 cm2
4

F. ℓ  ℓ = 3000 x 80
ℓ = 2000000 x 7
E.S

 ℓ =0,017 cm

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PARA EXERCITAR
Exemplo 3:
Um fio de comprimento 30 cm e diâmetro 1mm foi submetido ao ensaio de tração e
com uma carga de 40 Kgf obteve-se um alongamento total de 0,08 cm. Calcular o
alongamento unitário, alongamento percentual, tensão e módulo de elasticidade.

 = ℓ / ℓ σ= .E σ = F/ S
ℓ = 30 cm
 ℓ = 0,08 cm
30 cm

 1mm

a) alongamento unitário e percentual: c) módulo de elasticidade:

 = 0,08 / 30 E= σ / 
Fio

 = 0,0026 - 0,26% E = 5130 / 0,0026

b) tensão E = 1.972.384,61 Kgf /cm2


2
S = 3,14 x 0,1
4 σ = 5128,20 kgf/cm2
2
S = 0,0078 cm
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PARA EXERCITAR
Exemplo 3:
Um fio de comprimento 30 cm e diâmetro 1mm foi submetido ao ensaio de tração e
com uma carga de 40 Kgf obteve-se um alongamento total de 0,08 cm. Calcular o
alongamento unitário, alongamento percentual, tensão e módulo de elasticidade.

 = ℓ / ℓ σ= .E σ = F/ S
ℓ = 30 cm
 ℓ = 0,08 cm
30 cm

 1mm

a) alongamento unitário e percentual: c) módulo de elasticidade:

 = 0,08 / 30 E= σ / 
Fio

 = 0,0026 - 0,26% E = 5130 / 0,0026

b) tensão E = 1.972.384,61 Kgf /cm2


2
S = 3,14 x 0,1
4 σ = 5128,20 kgf/cm2
2
S = 0,0078 cm
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