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P P’ P P’
Peça Tracionada Peça Comprimida
- Ensaio de Tração:
O ensaio de tração consiste em submeter o material a um esforço que tende a alongá-lo até a
ruptura. Os esforços ou cargas são medidos na própria máquina de ensaio. No ensaio de tração o
corpo é deformado por alongamento, até o momento em que se rompe. Os ensaios de tração
permitem conhecer como os materiais reagem aos esforços de tração, quais os limites de tração
que suportam e a partir de que momento se rompem. Deste modo obtém-se o diagrama tensão-
deformação completo para o material em estudo.
- Ensaio de Compressão:
De modo geral, podemos dizer que a compressão é um esforço axial, que tende a provocar
um encurtamento do corpo submetido a este esforço. Nos ensaios de compressão, os corpos de
prova são submetidos a uma força axial para dentro, distribuída de modo uniforme em toda a
seção transversal do corpo de prova.
- Força Normal ou Axial ( P ): Define-se força normal ou axial aquela que atua
perpendicularmente (normal) sobre a área da seção transversal da peça.
- Deformação ( δ ): Quando uma força é aplicada a um corpo, ela tende a alterar a forma e a
dimensão do corpo. Essas mudanças são chamadas de deformação e podem ser tanto visíveis a
olho nu como praticamente imperceptíveis sem a utilização de equipamentos precisos de
medidas. A deformação é a resposta que o material dá aos esforços que o solicitam. A maneira de
se deformar é uma característica do material de que se compõe um corpo.
- Tensão Normal ( σ ): A força normal P, que atua na peça, origina nesta, uma tensão normal
que é determinada através da relação entre a intensidade da força aplicada e a área da seção
transversal da peça, sendo comumente designada pela letra grega σ (sigma). A unidade no S.I.
para tensão é o Pascal (Pa), ou seja, 1 N/m2 = 1 Pa.
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2P P δ
σ= = ε=
2A A L
P 2δ δ
σ= ε= =
A 2L L
⇒ Exemplos de Diagramas:
- Materiais Dúcteis:
1. Aço Com Baixo Teor De Carbono:
. Dúcteis com escoamento definido: o diagrama possui um trecho em que a deformação cresce
sob tensão constante. Diz-se que, neste trecho, o material sofre escoamento. A tensão
correspondente chama-se de limite de escoamento (σE).
σe = Tensão de escoamento do
material
σu = Tensão última (máxima carga
aplicada ao material)
σR = Tensão de ruptura
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2. Alumínio:
. Dúcteis sem escoamento definido: possuem um trecho quase reto inicial em que as deformações
são pequenas e um trecho em que o material se deforma mais rapidamente.
σ
σu Ruptura
σe
σR
ε
σe = Tensão de escoamento do material
σu = Tensão última (máxima carga aplicada ao material)
σR = Tensão de ruptura
- Materiais Frágeis: O diagrama é curvo e a ruptura se dá para uma tensão σR sem que a
deformação ε atinja valores muito grandes.
σ
σu = σR Ruptura
ε
σu = Tensão última (máxima carga aplicada ao material)
σR = Tensão de ruptura
. Estricção: Na fase plástica, a deformação transversal cresce bem mais que na fase elástica.
Quando o material se aproxima da ruptura, a seção transversal, no ponto em que o material se
achar mais fraco, reduz-se subitamente. Diz-se que houve estricção nesta seção.
- A estricção se determina pela fórmula:
ψ = Ao - A1 x 100 (%)
Ao
onde: A1 é a seção do corpo de prova no ponto de ruptura.
Ao é a seção inicial do corpo de prova antes do ensaio.
Dúcteis: Material que apresenta grandes deformações antes de romper-se, uma característica
particular é o escoamento a temperaturas normais. Avisa a situação de perigo. A ruptura desse
materiais ocorre sob tensão de cisalhamento. Acontece neste tipo de material o fenômeno da
estricção. Ex: aço, alumínio, madeira, cobre, zinco, latão, bronze, níquel, etc.
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Frágeis: Material que deforma-se pouco (relativamente) antes de romper-se, caracterizam-se pela
ruptura que ocorre sem nenhuma mudança sensível no processo de deformação do material.
Deformação ocorre sempre no regime elástico. Não avisa a ruptura. Para materiais frágeis não
existe diferença entre tensão última e tensão de ruptura. A deformação até a ruptura é muito
menor nos materiais frágeis do que nos materiais dúcteis. Não acontece a estricção, a ruptura se
dá em uma superfície perpendicular ao carregamento. Ex: concreto, ferro fundido, material
cerâmico, vidro, porcelana, gesso, cristal, acrílico, etc.
σ=Eε
σ = E.ε
Sendo:
P δ
σ= ε=
A L
Esta equação poderá ser usada só quando a barra for homogênea (ou seja o módulo de
elasticidade E constante), tiver seção transversal uniforme de área A constante e a carga P
aplicada estiver na extremidade da barra.
Se as forças forem aplicadas em outros pontos ou se a barra consiste de várias partes com
diferentes seções transversais ou compostas de diferentes materiais, logo a estrutura é dividida em
segmentos que individualmente satisfaçam as condições de aplicação da equação, sendo a
deformação total da barra expressa como:
PI .L I
δ = ∑I na qual o índice i identifica as várias partes da barra.
AI .E I
1 L/3
2P
2 L/3
2P
3 L/3
P
δ t = δ1 + δ 2 + δ 3
+P -P
+δ -δ
- Unidades de Área:
1 dm2 = 10 –2 m2
1 cm2 = 10 –4 m2
1 mm2 = 10 –6 m2
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1. Qual a máxima carga de compressão que uma coluna de madeira de seção transversal
retangular 3 cm x 6 cm pode suportar? A tensão admissível da madeira é de 10 MPa.
2. Determinar a força de tração que solicita uma barra de aço cilíndrica com 3 cm de
diâmetro, quando a deformação específica é ε = 0,7 x 10-3. Tomar E = 210 GPa.
A
B
5. Uma barra de alumínio possui seção transversal quadrada com 60 mm de lado e o seu
comprimento é de 0,8 m. A carga axial aplicada na barra é de 36 KN. Considere o módulo
de elasticidade do alumínio igual à 70 GPa. Determine o alongamento da barra.
6. Uma barra prismática, com seção retangular (25 mm x 50 mm) e comprimento L = 3,6 m
está sujeita a uma força axial de tração 100000 N. O alongamento da barra é de 1,2 mm.
Calcular a tensão de tração e a deformação específica da barra.
9. Uma barra de controle de aço com 1,7 m de extensão não pode se alongar mais de 0,5 mm
quando suporta uma força axial de tração de 10000 N. Sabendo-se que E = 200 GPa,
determine:
a) o menor diâmetro que pode ser adotado para a barra;
b) a tensão normal causada pelo carregamento.
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11. Uma barra de aço tem seção transversal de área A = 10 cm2 e está solicitada pelas forças
axiais que estão indicadas na figura. Determinar o alongamento da barra, sabendo-se que
E = 210 GPa .
A B C D
30KN 20KN 90KN
2m 3m 4m
Em muitos problemas as forças internas não podem ser determinadas apenas com os
recursos da estática. Na maior parte destes problemas, as próprias reações, que são as forças
externas, não podem ser determinadas simplesmente desenhando o diagrama de corpo livre da
peça e estudando suas equações de equilíbrio. Essas equações de equilíbrio devem ser
complementadas por outras relações envolvendo deformações, que podem ser obtidas
considerando as condições geométricas do problema. Tais problemas são ditos estaticamente
indeterminados, pois a estática não é suficiente para determinar as reações e esforços internos.
O processo de cálculo, que se empregará, é o da igualdade dos deslocamentos.
O próximo exemplo mostra como conduzir à solução desses problemas.
Exemplo: Uma barra de comprimento L e área da seção transversal A1, com módulo de
elasticidade E1, foi colocada dentro de um tubo de mesmo comprimento L, mas de área de
seção transversal A2 e módulo de elasticidade E2. Qual é a deformação da barra e do tubo,
quando uma força P é aplicada por meio de uma placa rígida?
Ocorre, no entanto, que uma equação não é suficiente para a determinação das duas
incógnitas, as forças P1 e P2 (esforços internos). O problema é estaticamente indeterminado.
Entretanto, a geometria do problema nos mostra que as deformações δ1 e δ2 da barra e
do tubo devem ser iguais.
P .L P .L
δ1 = 1 δ2 = 2 (2)
A1 . E1 A2 . E 2
A1 . E 1 . P A2 . E 2 . P
P1 = P2 =
A1 . E1 + A2 . E 2 A1 . E1 + A2 . E 2
Em seguida calculamos a deformação da barra e do tubo por qualquer das equações (2).
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6. Determinar a deformação da barra composta do problema anterior, se nela atuar uma força
centrada de intensidade P = 45 KN.
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Como foi visto anteriormente para uma barra delgada e homogênea, carregada
axialmente, as tensões e deformações satisfazem a “Lei de Hooke”. Enquanto não for
excedido o limite de elasticidade do material. Adotando que a força P tem a direção x (Fig. a),
temos que σx = P/A, onde A é a área de seção transversal da barra. Da Lei de Hooke temos:
σx
εx =
E
A Fig. b mostra que nas faces respectivamente perpendiculares aos eixos y e z temos
σy = σz = 0. Este fato pode levar-nos a imaginar que as deformações específicas εy e εz são
também iguais a zero. Isto, entretanto não ocorre.
Em todos os materiais, o alongamento produzido por uma força P na direção dessa
força é acompanhado por uma contração ou dilatação em qualquer outra direção que não seja
a direção de aplicação da carga (seção transversal). Considerando o material homogêneo e
isotrópico (mesmas propriedades em todas as direções), as deformações específicas
transversais serão iguais εy = εz. O valor absoluto da relação entre a deformação específica
transversal e deformação específica longitudinal é chamado de Coeficiente de Poisson, é
expresso pela letra grega (ν) (ni).
2. Uma carga de 2,5 KN, quando aplicada a um fio metálico com 300 mm de comprimento e
diâmetro de 5 mm, provoca um alongamento de 0,19 mm e uma deformação específica
transversal de 1,76 x 10-4. Calcule:
a) a tensão no fio;
b) o módulo de elasticidade longitudinal;
c) a deformação específica longitudinal;
d) e o coeficiente de Poisson.
3. Uma barra de aço prismática vertical suporta em sua extremidade inferior uma carga de
30 KN. O comprimento da barra é 220 mm, σ = 70 MPa e E = 210 GPa. Calcule:
a) a área da seção transversal;
b) o alongamento;
c) a deformação específica longitudinal.
1.9. Cisalhamento:
Força Cortante:
Esta força cortante, aplicada no plano da seção transversal (plano de tensão), provoca
o cisalhamento. Como resposta ao esforço cortante, o material desenvolve em cada um dos
pontos de sua seção transversal uma reação chamada resistência ao cisalhamento.
A resistência de um material ao cisalhamento, dentro de uma determinada situação de
uso, pode ser determinada por meio do ensaio de cisalhamento.
Ensaio de cisalhamento:
A forma do produto final afeta sua resistência ao cisalhamento. É por essa razão que o
ensaio de cisalhamento é mais freqüentemente feito em produtos acabados, tais como pinos,
rebites, parafusos, cordões de solda, barras e chapas.
Do mesmo modo que nos ensaios de tração e de compressão, a velocidade de
aplicação da carga deve ser lenta, para não afetar os resultados do ensaio.
Normalmente o ensaio é realizado na máquina universal de ensaios, à qual se adaptam
alguns dispositivos, dependendo do tipo de produto a ser ensaiado.
Para ensaios de pinos, rebites e parafusos utiliza-se um dispositivo como o que está
representado simplificadamente na figura a seguir.
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A ação da carga cortante sobre a área da seção transversal da peça causa nesta uma
tensão de cisalhamento, que é definida através da relação entre a intensidade da carga aplicada
e a área da seção transversal da peça sujeita a cisalhamento.
Q
τ=
A
Q
τ=
n. A
onde:
τ = Tensão de Cisalhamento (N/m2 = Pa)
Q = Força Cortante (N)
A = Área da seção transversal da peça (m2)
n = número de elementos submetidos a cisalhamento (adimensional)
Aplicações: juntas rebitadas, corpos de prova de madeira e chavetas utilizadas para prender
polias aos eixos. Nestas peças diz-se que a solicitação considerada no dimensionamento é de
corte.
Como não há tensões normais, atuando no elemento, os comprimentos das arestas não
se alteram com a aplicação das tensões de cisalhamento. Aparece, sim, uma distorção dos
ângulos originalmente retos, e o elemento toma a forma como mostra a figura.
Quando a deformação provoca uma redução no ângulo formado pelas faces orientadas
segundo os eixos x e y, respectivamente, a deformação de cisalhamento γxy é positiva; de
modo contrário ela é negativa.
Módulo de Elasticidade Transversal (G): desde que o material obedeça a Lei de Hooke, há
proporcionalidade entre τ e γ. Esta constante de proporcionalidade é que se chama G. O
módulo G é expresso nas mesmas unidades de τ, em Pascal (Pa).
τ
G=
γ
EXEMPLOS
1. A figura mostra um rebite de 20 mm de diâmetro que será usado para unir duas chapas de
aço, devendo suportar um esforço cortante de 29400 N. Qual a tensão de cisalhamento
sobre a seção transversal do rebite?
δ T = α . ∆T . L
δ T = L f − L0
onde:
δT = deformação total (m)
α = coeficiente de dilatação térmica (°C, °F)
∆T = variação de temperatura (°C, °F)
L = L0 = comprimento inicial (m)
Lf = comprimento final (m)
Concluímos que:
ε T = α . ∆T
Já no caso de uma barra AB de comprimento L foi colocada entre dois anteparos fixos,
separados da distância L. Não existem tensões ou deformações nesta condição inicial. Ao
elevarmos a temperatura, o alongamento da barra será nulo, pois os anteparos impedem
qualquer deformação. Assim a deformação específica também é nula. εT = 0
No tanto para evitar o alongamento da barra, os anteparos vão aplicar sobre a barra
duas forças P e P’ após a elevação da temperatura. Logo, podemos afirmar que é criado um
estado de tensão na barra.
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δ T = α . ∆T . L
P
σ= = − E . α . ∆T σ = − E . α . ∆T
A
Obs.: Esses resultados se aplicam no caso de barra de seção transversal uniforme e material
homogêneo.
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1. Em uma estrada de ferro, os trilhos de aço contínuos são assentados e presos aos dormentes
à temperatura de 35°F. Determine a tensão normal no trilho quando a temperatura atinge
-6
95°F. Adotar E = 200 GPa e α = 6,5 x 10 /°F.
2. Sabendo que uma barra prismática biengastada é de aço com módulo de elasticidade E =
-6
210 GPa e o coeficiente de dilatação linear α = 12 x 10 /°C, determine qual a diferença de
temperatura que se deverá aplicar à barra para que a tensão normal atinja a tensão de
escoamento σe = 30 MPa.
4. Uma barra prismática de cobre tem comprimento de 1,5 m e a seção transversal de área
igual a 16 cm2. Quando a temperatura é de 40°C, ela está livre de tensões. Qual a tensão
-
normal quando a temperatura baixa para 20°C, sabendo que E = 120 GPa e α = 16,7 x 10
6
/°C.
5. A figura dada representa uma viga I de aço com comprimento L = 4 m e área de seção
transversal A = 2800 mm2 engastadas nas paredes A e B, livre de tensões a uma
temperatura de 17ºC. Determinar a força térmica e a tensão térmica originada na viga,
-5
quando a temperatura subir para 42ºC. Dados: Eaço = 210 GPa e αaço = 1,2 x 10 /°C.