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VI – Propriedades Mecânicas dos Metais

Analisador de dureza
Rockwell.

Departamento de Engenharia de Materiais


EM 737- Tecnologia de Ligas Metálicas Grupo de Pesquisa em Solidificação
Dr. Ivaldo Leão Ferreira DEMA-FEM-UNICAMP
6.1 Introdução
 Materiais quando em serviço estão sujeitos a esforços. O
comportamento mecânico do material reflete a sua resposta
ao esforço aplicado.
 As propriedades mecânicas são avaliadas por execução de
experimentos em laboratórios.

 A natureza da carga pode ser: tração, compressão,


cisalhamento e torção.
 As condições de carregamento dos corpos-de-prova
podem ser constantes ao longo do tempo ou variar
continuamente, assim como as condições ambientes de
ensaio.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.1 Introdução
 A natureza da carga pode ser: tração, compressão,
cisalhamento e torção.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.1 Introdução
 Os ensaios utilizam corpos-de-prova padronizados
segundo normas de ensaios, tais como ASTM, ABNT, DIN,
etc.
 No Brasil prevalece a ABNT – Associação Brasileira de
Normas Técnicas. Nos EUAs prevalece a ASTM – American
Society for Testing and Materials. Na Alemanha a DIN –
Deutsches Institut für Normung.
 A função do engenheiro metalúrgico e de materiais está na
produção e fabricação de materiais para atender as
exigências de serviços conforme previsto por análises de
tensões.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.2 Conceitos de Tensão Deformação
 Se uma carga é estática, ou se esta se altera de forma
relativamente lenta ao longo do tempo, sendo aplicada
uniformemente sobre uma seção reta do corpo-de-prova, o
comportamento mecânico pode ser analisado por um gráfico
tensão em função da deformação.

 São possíveis três formas de aplicação das cargas: Tração,


compressão e cisalhamento.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.2 Ensaio de Tração
 Definição: Aplicação de uma carga uniaxial de tração em
um corpo-de-prova geralmente cilíndrico e maciço;
Mede-se a variação comprimento como função da aplicação
da carga;
Fornece dados quantitativos e é o ensaio mais amplamente
utilizado;
Sofre influência: Temperatura, velocidade, anisotropia,
microestrutura, tratamento térmico, ambiente.

 Equipamento: Pode ser mecânico ou hidráulico, com uma


parte fixa e outra móvel, responsável pela aplicação de
carga trativa uniaxial. Registra-se σ (tensão) em função de ε
(deformação).

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.2 Ensaio de Tração

lo
So

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.2 Ensaio de Tração

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.2 Ensaio de Tração
 Corpo-de-Prova: Geralmente barra cilíndrica; comprimento
lo e diâmetro d0;
R 12,5 50 ±0,1
R 10 62,5 ±0,1

12.5 ±0,2
12.5 ±0,2

d 57 e
75
200
200

 Carga: Tensão Convencional de Engenharia;


P 1 Pa = 1 N/m2 = 10 kgf/mm2
σC =
S0 1 MPa = 106 Pa

 Carga: Deformação Convencional de Engenharia;


l f − l0 ∆l
εC = = [adimensional] = [mm/mm]
l0 l0

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6.2 Ensaio de Tração

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6.2 Ensaio de Compressão
 Definição: Conduzido de forma semelhante ao de tração,
exceto pela força compressiva e que o corpo-de-prova se
contrai ao longo da direção de aplicação da tensão;

As mesmas equações empregadas no ensaio de tração são


utilizadas no ensaio de compressão;

P l f − l0 ∆l
σC = εC = =
S0 l0 l0
 A carga compressiva é por definição negativa, o que
produz tensão negativa. As deformações compressivas são
também negativas.
 Em relação ao ensaio de tração, pouca informação
adicional é obtida. Aplicado a materiais onde ocorre grandes
deformações como em aplicações de fabricação.
Propriedades Mecânicas dos Metais
6.2 Ensaio de Compressão
 Definição: Conduzido de forma semelhante ao de tração,
exceto pela força compressiva e que o corpo-de-prova se
contrai ao longo da direção de aplicação da tensão;

Placa P P
Móvel

D0 Trinca e
h0 ruptura h0
Df hf hf
Corpo Corpo
de prova de prova

Mesa
P P

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6.2 Ensaio de Cisalhamento e Torção
 Definição: Conduzido de forma que a força aplicada é
puramente cisalhante;
 A deformação de cisalhamento γ é definida como a
tangente do ângulo de deformação θ.

P
τ=
S0

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6.2 Ensaio de Cisalhamento e Torção
 Definição: A torção é uma variação do cisalhamento puro,
onde o componente é torcido e as forças torcionais
produzem um movimento de rotação em torno do eixo
longitudinal.

dS τ
τ
τmáx
θ
D = 2R r
Mt
τ
dS
ττ τ dR
l

(A) (B) (C)

r =D 2 r
τ τ
∫τ .r dS = ∫ dS =
2
Mt = r I
r =0
r 0
r

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6.2 Considerações Geométricas
 Um corpo-de-prova cilíndrico sujeito a uma tensão de
tração σ sendo aplicada paralelamente ao eixo. Considere um
plano p-p’ orientado segundo um ângulo arbitrário θ em
relação ao plano da face na extremidade do corpo-de-prova.
Então sobre o plano p-p’ a tensão não é mais puramente
tração é suas componentes de tração e cisalhamento
segundo a mecânica dos materiais, em termos de σ e θ, logo

 1 + cos 2θ 
σ ′ = σ cos 2 θ = σ  
 2 
e,
 sen 2θ 
τ ′ = σ senθ . cosθ = σ  
 2 

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6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 O grau de deformação de um material depende da
magnitude da tensão imposta.
 Para a maioria dos metais a tensão e a deformação são
proporcionais entre si na região elástica, de acordo com a Lei
de Hook,
σ = Eε
E – Módulo de Elasticidade ou módulo de Young [GPa ou psi];

 A deformação elástica ocorre quando tensão e deformação


são proporcionais não havendo deformação permanente (A).
 No gráfico tensão versus deformação, o coeficiente linear
da curva até o limite onde nenhuma deformação permanente
seja observada é o módulo de elasticidade, E.
 O módulo de elasticidade é uma medida da rigidez ou
resistência do material a deformação elástica.
Propriedades Mecânicas dos Metais
6.2 Ensaio de Tração

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 A região elástica – Método do carregamento-
descarregamento

 Para um comportamento não-linear, a determinação de


módulo de elasticidade pode ser através dos métodos da
secante, tangente e da histerese mecânica.

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6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 Em escala atômica, a deformação elástica macroscópica
se manifesta como pequenas alterações no espaçamento
interatômico.
 Assim, a magnitude do módulo de elasticidade representa
a medida da resistência à separação de átomos adjacentes,
ou força de ligação interatômica.

 dF 
E ∝ 
 dr  r =r0
σ Aço (A)

Alumínio (B)

210 MPa σ

εA = 0,001 ε B = 0,003 ε

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6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 Assim, a magnitude do módulo de elasticidade representa
a medida da resistência à separação de átomos adjacentes,
ou força de ligação interatômica.
Força, F
 dF 
 
 dr 

Separação, r

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
Módulo
Metal TF (ºC) de Elasticidade
(MPa)
Chumbo (Pb) 327 14.000
Magnésio (Mg) 650 45.500
Alumínio (Al) 660 70.000
Prata (Ag) 962 72.000
Ouro (Au) 1064 79.000
Cobre (Cu) 1085 127.000
Níquel (Ni) 1453 209.000
Ferro (Fe) 1538 210.000
Molibdênio (Mo) 2610 304.000
Tungstênio (W) 3410 414.000

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6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 Considerações quanto ao Módulo de Elasticidade:
 Quanto maior o módulo de elasticidade maior a
temperatura de fusão;
 Desta forma, Ecerâmi cos > Emetais > E polímeros ou Eiônico > Emetálico > Ecovalente
 O aumento da temperatura decresce a magnitude do
módulo de elasticidade;

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6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.3 Deformação Elástica – Tensão x Def
 A tensão e a deformação de cisalhamento são também
proporcionais, podendo ser descrita da forma,
τ = Gγ
onde, G representa o módulo de cisalhamento ou transversal,
correspondendo a curva tensão-deformação de
cisalhamento.

Liga Metálica / Metal Módulo de Elasticidade, E Módulo de Cisalhamento, G


[GPa] [GPa]
Al 69 25
Cu 110 46
Aço 207 83
Ti 107 45
W 407 160

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6.4 Anelasticidade
 A deformação elástica não é independente do tempo;
 Para a maioria dos materiais empregados em engenharia,
existirá uma componente de deformação elástica que é
dependente do tempo;
 A deformação elástica continuará mesmo após o
descarregamento da tensão de tração por um tempo finito
para que o corpo-de-prova retorne ao comprimento inicial;
 A este comportamento dar-se o nome de anelasticidade
devido aos processos microscópicos e atomísticos que
acompanham a deformação;
 Para materiais poliméricos, esta componente é
significativa sendo conhecida por comportamento
viscoelástico.
Propriedades Mecânicas dos Metais
6.5 Propriedades Elásticas dos Materiais
 Quando uma tensão de tração é imposta numa direção z, o
material deforma-se na direção z e sofre constrição nas
direções laterais x e y como conseqüência.
 Se a tensão aplicada for unilateral e se o material for
isotrópico, εy = εx. O coeficiente de Poisson, define a razão
entre a deformação axial e lateral.

σz
εx εy
ν =− =−
εz εz
Para metais : 0,25 a 0,35
z
Para cerâmicos : 0,20 a 0,30 y

Para polímeros : 0,30 a 0,50 x


σz
Valor teórico : 0,25

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.5 Propriedades Elásticas dos Materiais
 Para materiais isotrópicos, os módulos de cisalhamento e
de elasticidade se relacionam pela expressão
E = 2G (1 +ν )
 Para maioria dos metais,
G ≅ 0,4 E
 Para materiais anisotrópicos, as propriedades elásticas
somente são completamente determinadas pela
especificação de diversas constantes devido a variação das
mesmas nas diversas direções cristalográficas.

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6.6 Deformação Plástica
 Para maioria dos metais, para deformações além de 0.005,
a tensão não será mais proporcional a deformação,
ocorrendo uma deformação permanente e não recuperável
ou plástica.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Deformação Plástica
 A partir de uma perspectiva atômica, a deformação plástica
corresponde a quebra de ligações com átomos vizinhos
originais com formação em seguida de novas ligações com
novos átomos vizinhos.

 Em materiais não-cristalinos, a deformação plástica ocorre


mediante escoamento viscoso.

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6.6 Escoamento e Limite de Escoamento
 Projeta-se estruturas e componentes somente dentro da
região elástica.
 Torna-se importante o conhecimento do nível de tensão
onde ocorre o escoamento.
 Alguns metais apresentam transição elastoplástica
gradual, chamado de limite de proporcionalidade.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Escoamento e Limite de Escoamento
 Para certas ligas metálicas este limite pode não ser
determinado com precisão.
 Por convenção, constrói-se uma linha reta paralela a
porção elástica com deformação de 0,002 para metais e ligas
em geral. A intersecção desta linha com a curva tensão-
deformação, caracterizando a tensão limite de escoamento. A
tensão associada é a tensão limite de escoamento.

Metais e ligas em geral : n = 0,2 % (εε = 0,002)


Cobre e suas ligas: n = 0,5 % (εε = 0,005)

Ligas metálicas duras: n = 0,1 % (εε = 0,001)

Cerâmicos : n = 0,1 % (εε = 0,001)

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Escoamento e Limite de Escoamento

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Limite de Resistência à Tração
 Após o escoamento, a tensão necessária para continuar a
deformação aumenta até um valor máximo, M e então diminui
até a fratura do material no ponto F.

Polímeros
Metais

 O limite de resistência à tração é a tensão no ponto


máximo da curva tensão-deformação de engenharia.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Limite de Resistência à Tração
 Na tensão máxima uma constrição ou empescoçamento
começa a se formar no corpo-de-prova.
 A resistência à fratura corresponde a tensão aplicada
quando ocorre a fratura.

Metais

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Limite de Resistência à Tração
 Observação: Para fins de projeto de estruturas e
componentes a tensão limite de escoamento é o parâmetro
utilizado.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Ductilidade
 A ductilidade é uma medida do grau de deformação
plástica suportado quando ocorreu a fratura.
 Quanto a ductilidade uma material pode ser considerado
como dúctil ou frágil.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Ductilidade
 A ductilidade pode ser expressa em termos do
alongamento percentual,
 l f − l0 
AL% =   x 100
 l0 
onde lf representa o comprimento no momento da fratura.
 A ductilidade também pode ser expressa em termos do
redução de área percentual,
 S0 − S f 
RA% =   x 100
 S0 
onde Sf representa a área do corpo-de-prova no momento da
fratura.
OBS.: As magnitudes de AL% e RA% são em geral diferentes.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Ductilidade
 Também é a medida que uma peça se deforma
plasticamente antes de fraturar, sendo importante em
operações de fabricação (laminação, extrusão, forjamento,
estampagem, etc...).
 Por convenção, materiais frágeis são aqueles que a
deformação de fratura é inferior a 5%.
 A magnitude das tensões limite de escoamento e limite de
resistência à tração diminui com aumento de temperatura. O
módulo de elasticidade é insensível a tratamentos térmicos.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Ductilidade
 Influência da temperatura sobre a ductilidade (φ), tensão
de escoamento (σe) e tensão última (σu).

 S0 − S f 
ϕ =  
 S0 

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.6 Resiliência
 É a capacidade do material absorver energia quando
deformado elasticamente, e recuperá-la após o
descarregamento.
εe
U r = ∫ σ dε
0

 Para uma região elástica linear,


1
Ur = σ e εe
2
1 σ e2
 Aplicando a Lei de Hook, σ = E ε logo, U r = 2 σ e ε e = 2 E

 Materiais resilientes são aqueles que apresentam elevados


limites de escoamento e pequenos módulos de elasticidade,
sendo usados como molas.
Propriedades Mecânicas dos Metais
6.6 Tenacidade
 É a capacidade do material absorver energia até a sua
fratura.

Área de um retângulo

σ σ

Material Material
σe +σu 2
Dúctil Ut = εf Frágil U t = σ uε f
2 3
0 εf ε 0 εf ε
(A) (B)

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6.7 Tensão e Deformação Real
 Na tensão convencional de engenharia no ponto de tensão
máxima, ponto U, aparenta que o material se tornou mais
fraco, todavia este efeito é ilusório devido a secção
transversal utilizada na tensão convencional ser mantida
constante e igual a S0.
Real  Tensão convencional, σC:
σ

U P
A F σC =
Convencional S0

 Tensão real, σR:


P
σR =
0 ε S
 Deformação real, εR :
l − l0 dl
εC =
l0 logo, dε R =
l

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.7 Tensão e Deformação Real
 Deformação Convencional, εC :
l − l0
εC =
l0

 Deformação real, εR (até o ponto anterior a estricção ):


l
dl dl l
dε = ∴ εR = ∫ ∴ ε R = ln
l l0
l l0
Havendo conservação do volume,
l S
dl dS S0
S l = S0 l0 = cte ∴ S dl = −l dS ∴ ∫l l R S∫ S
= ε = − = ln
S
0 0

l
= εC +1 ∴ l
ln  = ln(ε C + 1) ∴ ε R = ln(ε C + 1)
l0
 l0 

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.7 Tensão e Deformação Real
 Tensão real, εR (até o ponto anterior a estricção ):
S0 ∴ S0
ε R = ln = ln(1 + ε C ) =S
S 1+ εC
Logo,
P P
P σR = = (1 + ε C )
σR = ∴ S0 S0 ∴ σ R = σ C (1 + ε C )
S 1+ εC
 Estas equações são válidas até o surgimento do
empescoçamento do corpo-de-prova.

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6.7 Tensão e Deformação Real
 Além da região de empescoçamento, utiliza-se a seguinte
relação,
σ R = Kε Rn
Onde K e n são constantes que dependem do material. O
parâmetro n é denominado expoente de encruamento e
apresenta valor inferior a unidade.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.7 Tensão e Deformação Real
 Além da região de empescoçamento, utiliza-se a seguinte
relação,
σ R = Kε Rn

Liga Metálica / Metal n K [MPa]


Aço Baixo C 0,26 530
Aço 4340 0,15 640
Aço Inox 304 0,45 1275
Alumínio 2024 0,54 315
Latão Cu-30%pZn 0,49 895

 Estas constantes são dependentes do estado do material,


isto é, deformação plástica, tratamento térmico, etc.

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6.8 Recup. Elástica na Deferm. Plástica
 Com a liberação da carga, na região de deformação
plástica durante um ensaio de tração, uma fração da
deformação total é recuperada na forma de deformação
elástica.

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6.10 Dureza
 É uma medida da resistência de uma material a uma
deformação plástica localizada, sendo esta uma impressão
ou risco.
 Os primeiros ensaios de dureza baseavam-se na
habilidade de um material riscar o outro.
 A escala construída varia de 1 para material macio e 10
para o diamante.
 Ao longo de anos, técnicas baseadas em pequenos
penetradores com cargas controladas relacionando
profundidade ou tamanho de impressão foram
desenvolvidas.
 O material macio teria uma impressão maior e mais
profunda e o oposto ocorreria para o material duro.

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6.10 Dureza
 Existem inúmeros ensaios de durezas: Rockwell, Brinell,
Vickers, Knoop, etc.

 Razões para se utilizar os ensaios de dureza:


1. São simples e baratos;
2. São não-destrutivos;
3. Podem ser correlacionados a outras propriedades
mecânicas, como limite de resistência à tração;

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6.10 Ensaio de Dureza Rockwell

Rockwell (A, C, D) Rockwell (B, F, G)


P (60 kgf, 150 kgf, 100 kgf) P (100 kgf, 60 kgf, 150 kgf)

P
P Esfera de aço
Cone de Diamante D = 1/16´´ - 1/8´´

o
t 120 t
Impressão Impressão
Lateral Lateral

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6.10 Ensaio de Dureza Rockwell
 Consiste no ensaio de dureza executado pela aplicação de
uma pré-carga seguida de uma carga principal.
 Apresenta diversas escalas devido à combinação de vários
penetradores e diferentes cargas.
 Os penetradores são esferas de aço endurecido de 1.588,
3.175, 6.350 e 12.70 mm de diâmetro e um penetrador cônico
de diamante para materiais duros.
 O índice de dureza é obtido pela diferença de profundidade
de penetração entre a aplicação da pré-carga e da carga
principal.
 São possíveis duas variações deste ensaio: Rockwell e
Rockwell superficial.

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6.10 Ensaio de Dureza Rockwell
 Na dureza Rockwell, aplica-se uma pré-carga cuja menor é
de 10 kgf e uma carga principal que pode ser 60, 100 ou 150
kgf.
 A escala é alfabética de A para menor e K para maior.
Símbolo da Escala Penetrador Carga Principal [ kgf]
A Diamante 60
B Esfera de 1.588 mm 100
C Diamante 150
D Diamante 100
E Esfera com 3.175 mm 100
F Esfera com 1.588 mm 60
G Esfera com 1.588 mm 150
H Esfera com 3.175 mm 60
K Esfera com 3.175 mm 150

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6.10 Ensaio de Dureza Rockwell
 Na dureza Rockwell Superficial, aplica-se sobre corpos-de-
prova finos e delgados, uma pré-carga cuja menor é de 3 kgf
e uma carga principal que pode ser 15, 30 ou 45 kgf.
 A escala é alfabética de N , T e W.
Símbolo da Escala Penetrador Carga Principal [ kgf]
15N Diamante 15
30N Diamante 30
45N Diamante 45
15T Esfera com 1.588 mm 15
30T Esfera com 1.588 mm 30
45T Esfera com 1.588 mm 45
15W Esfera com 3.175 mm 15
30W Esfera com 3.175 mm 30
45W Esfera com 3.175 mm 45

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6.10 Ensaio de Dureza Rockwell
 A escala Rockwell é designada por HR seguido de uma
identificação.
 Ex: 80 HRC, dureza de 80 na escala Rockwell C. O valor 60
HR30W significa dureza 60 na escala Rockwell superficial
30W.
 Teoricamente, as escalas Rockwell variam de 0 a 130.
Todavia, nenhum valor abaixo de 20 ou acima de 100 deve
ser tomado, por motivos de imprecisão dos valores. Muda-se
então para a escala inferior ou superior.
 O corpo-de-prova deve apresentar espessura de 10 vezes a
profundidade de impressão e as impressões devem distar de
3 diâmetros do penetrador umas das outras.

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6.10 Ensaio de Dureza Brinell
P Esfera de Aço (HBs) ou
Carbeto de Tungstênio (HBw)
(D = 10 mm)

d d
Lateral Impressão

2 .P
HB = 0 ,102 ; P [N ]
π . D . D − D 2
− d 2 

 

P Esfera

D
CP

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6.10 Ensaio de Dureza Brinell
 Consiste de um penetrador esférico duro sendo forçado
contra a superfície a ser testada.
 O penetrador pode ser de aço endurecido ou de carbeto de
tungstênio, com diâmetro de 10 mm.
 As cargas variam de 500 a 3000 kgf com incrementos de
500 kgf, com tempo de manutenção da carga de 10 a 30 s.
 A dureza Brinell, designada por HB, é função tanto da
magnitude da carga como do diâmetro da impressão.
 O procedimento é medir o diâmetro da impressão, através
de uma escala na lente de um microscópio especial do
equipamento, convertendo o diâmetro em índice de dureza
HB por meio de um gráfico.
 As recomendações do corpo-de-prova HB são as mesmas
para o corpo-de-prova HR.
Propriedades Mecânicas dos Metais
6.10 Ensaio de Dureza Vickers e Knoop
 Estes são também conhecidos como ensaios de
microdureza, pois quantificam dureza a nível microestrutural.
 O penetrador de diamante muito pequeno de geometria
piramidal.
 As cargas variam de 1 a 1000 gf.
 A impressão é observada e medida sobre um microscópio,
sendo convertida no índice de dureza HV ou HK.
 Exige a preparação da superfície (lixamento e polimento).

 As escalas Vickers e Knoop são próximas. A HK é utilizada


em materiais cerâmicos.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.10 Conversão de Dureza
 Deve-se ter cautela na conversão e extrapolação de
dureza, uma vez que são utilizadas técnicas experimentais
distintas para os ensaios de dureza.
 As conversões detalhadas para diversos metais e ligas,
encontra-se na norma ASTM E 140 “Standard Hardness
Conversion Tables for Metals”.

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.10 Conversão de Dureza

Propriedades Mecânicas dos Metais


6.10 Relação entre Dureza e LRT
 É possível correlacionar dureza a outras propriedades
mecânicas. Por exemplo, dureza HB e o limite de resistência
à tração. Cada material apresenta uma correlação
determinada. Para aços de baixo carbono,

LRT = 3.45 x HB [MPa]

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6.11 Variabilidade das Propriedades
 Cuidados devem ser tomados na avaliação das
propriedades dos materiais, uma vez que lotes diferentes dos
mesmos materiais, por exemplo, aço 4340 ou 1045, por
apresentar divergência de propriedades causados por
defeitos inerentes aos processos de fabricação.
 Media de uma propriedade em vários ensaios:


n
x
i =1 i
x=
n

 Desvios de uma propriedade em vários ensaios:


1
 n ( x − x )2 
∑ i
2

s =  i =1 
 n −1 
 

Propriedades Mecânicas dos Metais

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