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ENSAIO DE TRAÇÃO
▪ Resistência
É definida como a medida de capacidade de um material resistir a um esforço a ele aplicado.
▪ Ductilidade
É a capacidade de um material sofrer deformação permanente (plástica) quando submetido a um esforço de tração. Um
material com pouca ductibilidade é denominado frágil.
▪ Tenacidade
É a uma medida do trabalho realizado (ou energia consumida) em uma solicitação que leve o material à fratura.
Corresponde a área total sob a curva σ x ε.
▪ Resiliência
É uma medida da capacidade do material de sofrer uma deformação não permanente (elástica) quando submetido a um
carregamento.
Corresponde a área sob a curva σ x ε no regime elástico.
▪ Maleabilidade
É a capacidade de um material sofrer deformação permanente (plástica) quando submetido a um esforço de compressão.
Um material com pouca maleabilidade é também frágil.
É a medida da rigidez do material; quanto maior o módulo, menor será a deformação elástica resultante da aplicação de
uma tensão e mais rígido será o metal.
A medida de E é feita pela tangente da reta característica da zona elástica:
▪ Ductilidade
Alongamento percentual e/ou redução de área
Dois materiais metálicos com o mesmo limite de escoamento, porém com valores de n diferentes. Em conseqüência, as
curvas reais são diferentes:
▪ Coeficiente de resistência (K)
Mede a tensão real quando εV = 1
▪ Alongamento percentual
ΔL
AL% = .100
L0
ΔL = L f − L 0
Lf = comprimento final
L0 = comprimento inicial
Pode-se medir diretamente do gráfico quando o ensaio é feito com extensômetro.
Material frágil AL% < 10%
ln σ V = n. ln ε V + ln K
y = a.x+ b
Determinação dos valores de n e de K na curva log-log:
▪ Variáveis do Ensaio
- temperatura
- velocidade de aplicação da carga (velocidade do ensaio)
└Taxa de deformação ⎛⎜ ε ⎞⎟ = = ...(s −1 )
o velocidade da máquina
⎝ ⎠ comprimento útil do corpo de prova (mm)
Rápido: resistência alta – alongamento menor
Lento: resistência baixa – alongamento maior
o
Padronizado: ε = 10 −3 s −1
▪ Anisotropia do material
Quando o material apresenta propriedades diferentes ao longo de duas ou mais direções de solicitação. É comum em
materiais metálicos processados termomecanicamente, como em processos de laminação, forjamento, extrusão e trefilação.
Esses processos tendem a gerar uma estrutura orientada do material.
Medida da anisotropia
Índice de anisotropia (r) Æ anisotropia plástica
é uma medida da relação entre a deformação na largura e na espessura.
⎛w ⎞
ln⎜ f ⎟
w
r= ⎝
0⎠
⎛t f ⎞
ln⎜ ⎟
⎝ t0 ⎠
material isotrópico: r = 1
No caso de chapas laminadas: anisotropia planar (Δr)
Δr = (r0 + r90 – 2r45) / 2 ou r = (r0 + 2r45 + r90) / 4 direção normal
ENSAIO DE DUREZA
Os ensaios de dureza podem ser divididos em três tipos principais:
▪ risco
- raramente é utilizado para metais, é aplicado a mineralogia.
- é a capacidade de um material riscar o outro.
- a escala de dureza mais conhecida para este método é a escala de MOHS
▪ penetração
Brinell, Rockwell, Vickers, Knoop e Meyer
▪ choque
Shore (dureza Escleroscópica) – pode provocar penetração ou não. Medido por amassamento ou diferença de energia.
O valor de dureza corresponde a carga aplicada dividida pela área de contato superficial:
Q Q 2Q
HB = = =
S C πD. p πD( D − D ² − d ²
Vantagens:
- facilidade de execução
- baixo custo de operação
- equipamento simples
Limitações:
- recuperação elástica após a retirada da carga não é descontada
- deformação da calota esférica
- o corpo de prova pode ser inutilizado pelo tamanho da impressão
- não é aplicado a materiais com tratamento superficial (mistura dureza da camada com a dureza do material)
As escalas mais usadas são A, B e C, sendo indicadas por HRA, HRB, HRC, respectivamente.
B
A: penetrador de diamante – escala de maior amplitude de variações
B: penetrador esfera de 1,59mmØ – empregada abaixo de 20 (a dureza Rockell B varia de aproximadamente 50 a 100)
C: penetrador de diamante; carga máxima de 150 kgf – uso prático na faixa de 20 a 70
Vantagens:
- leitura direta, impressão pequena e rapidez do ensaio.
Desvantagens:
- várias escalas, requer boa preparação da superfície.
carga 1,8544Q
HV = =
área da superfície piramidal L²
Vantagens:
- escala contínua
- impressões pequenas
- precisão de medida
- mede durezas superficiais (microdureza)
Considera-se microdureza Vickers quando não são utilizadas cargas inferiores a 1kgf. Pode-se realizar ensaios com cargas
de até 10gf.
Desvantagens:
- procedimento mais demorado
- exige uma preparação mais cuidadosa do que os métodos anteriores
- irregularidades de impressão levam a erros de medição
A impressão Knoop é mais estreita que a Vickers, sendo possível ser usada na determinação de, por exemplo, finas regiões
de camadas eletrodepositadas ou endurecidas
A profundidade da impressão Knoop é menor que a metade da profundidade causada pela impressão Vickers com a mesma
carga, sendo possível a dureza Knoop medir a dureza de materiais extremamente frágeis como vidro ou certas tintas.
14,229Q , onde L é a diagonal maior da impressão
HK = m
L² m
QUADRO RESUMO
P2 – LABORATÓRIO
ENSAIOS RELACIONADOS A FRATURA FRÁGIL
São ensaios que objetivam determinar a tendência de um material de se comportar de maneira frágil
Fratura:
Separação de um componente em duas ou mais partes
As fraturas dúctil e frágil podem ser definidas com base em dois critérios:
Nível atômico:
Os comportamentos frágil e dúctil (tenaz) são manifestações dos micro-mecanismos que levam o
material a ruptura. Assim, a fratura dúctil ocorre, normalmente, por cisalhamento (ruptura no plano
da tensão aplicada), enquanto que a fratura frágil ocorre por clivagem (ruptura perpendicular a
tensão aplicada).
Há, entretanto, casos em que fraturas frágeis não ocorrem por clivagem, como é o caso das
fraturas intergranulares, em que a ruptura se dá por decoesão nos contornos de grão, caso dos
aços fragilizados por revenido, ou mesmo por cisalhamento nos contornos de grão, caso das ligas
com precipitação em contornos de grão.
Curva 1: resistência à fratura de um corpo de prova contendo uma trinca pequena (3 a 5 mm).
Curva 2: curva 1 deslocada para a direita para um material com tamanho de trinca maior.
Ponto B: encontro da curva de tensão de fratura com a curva do limite de escoamento, quando a
trinca é pequena. Ponto NDT (transição de ductilidade nula), sendo a temperatura mais alta em que
a fratura frágil (instável) pode ocorrer.
A direita da curva 1 materiais com pequena trinca só se romperão apresentando uma certa
deformação plástica, o que não acontece quando as condições de tensão e temperatura atingem um
ponto à esquerda dessa curva.
Ponto C: Ponto FTE (transição elástica da fratura), determina a temperatura acima da qual tensões
elásticas não conseguem propagar uma trinca grande.
Ponto D: Ponto FTP (transição plástica da fratura), representa a temperatura acima da qual o
material se comporta como se fosse isento de trinca, não havendo propagação instável da trinca por
maior que ela seja, e a ruptura só ocorre quando se aumenta a tensão, como no caso do ensaio de
tração.
Abaixo da curva 3 há uma tensão máxima, considerada tensão-limite de segurança, abaixo da qual
não existe a possibilidade de fratura frágil.
O Diagrama de Análise de Fratura serve para qualquer material que apresente essa transição nítida
entre fraturas dúctil e frágil, com o abaixamento da temperatura, como os metais que se cristalizam
no sistema CCC. Os metais que se cristalizam no sistema CFC de média e baixa resistência e os
metais do sistema HC não apresentam essa transição, portanto não rompem por clivagem.
Qualquer processo de fratura envolve duas etapas: a formação e a propagação de trincas. A fratura
dúctil é caracterizada por uma extensa deformação plástica na vizinhança de uma trinca que está
avançando. Esse tipo de trinca é freqüentemente chamado de estável. No caso de uma fratura frágil,
as trincas podem se espalhar de maneira extremamente rápida, com o acompanhamento de muito
pouca deformação plástica. Uma fratura frágil é, pois, instável e propaga-se sem a necessidade de
aumento da tensão a velocidade elevadas, principalmente quando há possibilidade de a trinca
percorrer o material continuamente.
Ensaio de Impacto: ensaio dinâmico usado principalmente para materiais utilizados em baixa
temperatura, como teste de aceitação do material.
A tendência de um material de se comportar de uma maneira frágil é então medida pelo ensaio de
impacto. O corpo de prova é padronizado e provido de um entalhe para localizar a sua ruptura e
produzir um estado triaxial de tensões, quando ele é submetido a uma flexão por impacto, produzida
por um martelo pendular. A energia que o corpo de prova absorve, para se deformar e romper, é
medida pela diferença entre a altura atingida pelo martelo antes e após o impacto, multiplicada pelo
peso do martelo. Pela medida da área da seção entalhada do corpo de prova, pode-se então obter a
energia absorvida por unidade de área. Quanto menor for a energia absorvida, mais frágil será o
comportamento do material àquela solicitação dinâmica.
Corpos de prova:
• Charpy
- o entalhe é feito no meio do corpo de prova
- existem 3 tipos (A, B e C)
- são livremente apoiados na máquina de ensaio, com uma
distância entre os apoios de 40 mm
• Izod
- seção quadrada de 10 mm de lado com um comprimento de 75 mm
- o entalhe é feito a uma distância de 28 mm de uma das extremidades, tendo a forma de um V
- corpo de prova fica engastado, ficando o entalhe na altura da superfície do engaste.
A ductilidade do metal pode ser avaliada no ensaio de impacto pela porcentagem de contração no
entalhe quanto ao seu aspecto por um exame visual que determina se a fratura foi fibrosa (dúctil),
granular ou cristalina (frágil).
Influência da Temperatura:
O ensaio só é válido se houver separação total das partes rompidas do corpo de prova. Caso isso não
aconteça deve-se diminuir a temperatura. A temperatura de ensaio tem uma influência decisiva nos
resultados obtidos e deve, portanto, ser mencionada no resultado, juntamente com o tipo de corpo
de prova que foi ensaiado.
Um material poderá ser usado desde que absorva, no ensaio de impacto, uma energia maior que a
energia indicada na temperatura de transição (T) adotada, que pode ser:
Critérios para a temperatura de transição pelo ensaio de impacto
T1: patamar superior, acima da qual a fratura obtida é 100% fibrosa (dúctil); essa temperatura
corresponde à temperatura FTP
T2: corresponde a 50% de fratura fibrosa (dúctil) e 50% de fratura frágil
T3: média dos valores dos patamares superior e inferior
T4: certo valor adotado da energia absorvida; para aços de baixa resistência esse valor é de 20 J
T5: corresponde à temperatura onde a fratura se torna 100% cristalina (frágil); corresponde à
temperatura NDT, onde a deformação plástica é desprezível.
Curva de transição com porcentagem de contração no entalhe (material: aço de baixa resistência)
Para materiais de alta resistência a temperatura influi pouco na resistência à fratura por clivagem,
não havendo, assim, temperatura de transição, sendo possível romperem-se a uma tensão abaixo de
seu limite de escoamento, por outro mecanismo de caráter dúctil. A passagem de fratura com baixa
absorção de energia para fratura com alta absorção é gradual.
Efeito da temperatura em aço 4340; a) de baixa resistência; b) de media resistência; c) de alta resistência. Vê-se
também a porcentagem de fratura fibrosa (dúctil)
O intervalo de transição de um aço depende de outras variáveis (pureza, tamanho de grão, processo
de fabricação), mas sobretudo do tratamento térmico. Quanto mais endurecido o aço, menor é a
faixa de transição.
Em aços ferríticos a temperatura de transição aumenta com o tamanho de grão da ferrita. Este efeito
é atribuído a maior concentração de tensões nas bandas de deslizamento finais em contornos de
grão. Quanto maior o tamanho de grão maior será a largura da banda de deslizamento, aumentando
a concentração de tensões que leva a nucleação de microtrincas nos contornos levando a clivagem.
*Polarização molecular: a maior parte das forças de atração de Van der Waals se origina
de dipolos elétricos. Exemplo: fluoreto de hidrogênio. Há dois elétrons disponíveis para
a camada K do hidrogênio e oito para a camada mais externa L do flúor. Entretanto,
dentro da molécula há um desbalanceamento elétrico, pois o par eletrônico
compartilhado circunda mais eficazmente o núcleo positivo do flúor do que o núcleo do
hidrogênio. Conseqüentemente, o centro de carga positiva não coincide com o centro de
carga negativa e tem-se a formação de um dipolo elétrico. Um dipolo elétrico é formado
em toda molécula assimétrica, tornando possível um mecanismo de ligação entre as
moléculas. A polarização molecular do HF é tão pronunciada que possui um dos mais
elevados pontos de ebulição de moléculas diatômicas. Moléculas poliatômicas podem
desenvolver polarizações ainda mais pronunciadas, pois existem possibilidades
adicionais de desbalanceamento elétrico interno.
*Ponte de hidrogênio: a existência dessa ligação provoca uma atração entre moléculas
H2O, sendo responsável pelo ponto de ebulição e elevado calor de vaporização da água.
A ponte de hidrogênio é um caso especial de polarização molecular. O pequeno núcleo
do hidrogênio, que é um próton, é atraído por elétrons não compartilhados de uma
molécula de H2O próxima, formando-se desta forma, a ligação entre as duas moléculas.
Coordenação Atômica
É condicionada pela valência dos átomos envolvidos. A valência define o número de
“vizinhos”, ou seja, o número de ligações que um átomo pode disponibilizar ou formar
com um outro átomo.
▪ Sistemas cristalinos:
Em função dos parâmetros de rede, isto é, do comprimento dos lados e dos eixos do
paralelepípedo elementar da célula unitária, e dos ângulos que as suas faces formam
entre si, podem identificar-se sistemas de cristalização, ou sistemas cristalinos básicos.
Neste contexto, um sistema de cristalização é o grupo pontual da malha cristalina, isto é
o conjunto de simetrias de rotação e reflecção permitidas ao manter fixo um ponto da
malha (ignorando os átomos ou moléculas contidos em cada célula unitária).
Imaginando-se o preenchimento geométrico do espaço com arranjos repetitivos de
esferas iguais verifica-se que só existem os seguintes sete sistemas possíveis (com os
ângulos e parâmetros correspondentes):
- cúbico
- tetragonal
- ortorrômbico
- romboédrico ou trigonal
- monoclínico
- triclínico
- hexagonal
A maior parte dos metais e ligas metálicas inclui-se nos sistemas cúbico e hexagonal.
Sistemas Cúbicos
4r
a=
3
- FEA = 0,68, o qual é significativamente maior que o para a estrutura cúbica simples
- exemplos: ferro-α (forma estável de Fe até 912ºC), tungstênio, cromo, molibdênio
4r
a=
2
- FEA = 0,74
- NC = 12
- exemplo de compostos cristalinos: NaCl, FEA = 0,67
Sistemas Hexagonais
▪ Hexagonal Simples (HS)
- análogo ao sistema cúbico simples (não há cristalização de metais), em virtude do
fator de empacotamento ser muito baixo
- NC = 3
- FEA = 0,74
- NC = 12
- possui valores idênticos ao de um metal CFC. São diferentes por causa da seqüência
de empilhamento
- exemplos: cádmio, magnésio, titânio, zinco
Polimorfismo (Alotropia)
- dois cristais são ditos polimorfos quando, embora tenham estruturas cristalinas
diferentes, apresentam a mesma composição.
- exemplos: grafite x diamante
ferro-α x ferro-γ
- carbeto de silício (SiC) – pode apresentar até 20 modificações cristalinas, em função
dele gerar compostos.
▪ Planos Cristalográficos
- um único plano: os índices são colocados entre parênteses ( )
- família de planos: os índices são colocados entre chaves { }
A (1,0,0)
B (0,3,0)
C (0,0,2)
i j k i j
→ → →
N = AB× AC = − 1 3 0 − 1 3
−1 0 2 −1 0
→
N = 6i + 3k + 2 j
→
N = (6,2,3)
IM = (6 2 3)
Método rápido:
- interseções (1 3 2)
⎛1 1 1 ⎞
- inversão ⎜ ⎟
⎝1 3 2 ⎠
- multiplicar por fator comum (6 2 3)
Densidades Atômicas Linear e Planar
- a equivalência direcional está relacionada à densidade atômica linear, no sentido que
direções equivalentes possuem densidades lineares idênticas. O vetor direção está
posicionado de forma a passar através dos centros dos átomos, e a fração do
comprimento da linha que é interceptada por estes átomos é igual a densidade linear.
- os planos cristalográficos que são equivalentes possuem a mesma densidade atômica
planar. O plano de interesse está posicionado de modo tal que ele passa através dos
centros dos átomos. A densidade planar é simplesmente a fração da área cristalográfica
planar total que está ocupada pelos átomos.
Lei de Bragg:
nλ = 2d i senθ
,onde λ é o comprimento de onda, d i a distância interplanar e θ o ângulo de incidência
Q 1
ln(TAXA) = ln C − . Equação de Arrhenius
R T
⎛−q⎞
TAXA = C. exp ⎜ ⎟
⎝ RT ⎠
q = energia de ativação dividida pelo número de Avogadro = Q/NA
k = R/NA = constante de Boltzmann = 13,8 x 10-24 J/K
▪ Defeitos Lineares
- se propagam ao longo de uma direção
Discordância em aresta (cunha): defeito linear que está centralizado em torno da linha
que fica definida ao longo da extremidade do semiplano de átomos adicional
- a magnitude e a direção da distorção da rede cristalina que está associada com uma
discordância são expressas em termos de um vetor de Burgers (b)
- são originadas quando há uma pequena diferença na orientação de partes adjacentes do
cristal em crescimento, de forma que um plano atômico extra é introduzido ou
eliminado
Discordância espiral ou helicoidal: pode ser considerada como sendo formada por uma
tensão cisalhante que é aplicada para produzir a distorção abaixo (a região anterior do
cristal é deslocada a uma distância atômica para a direita em relação a fração inferior; a
distorção atômica associada a uma discordância espiral também é linear e ao longo de
uma linha da discordância, a linha AB)
▪ Defeitos Volumétricos
- linha de interface entre dois cristais: linha de grão
- acontece entre os grãos
- contorno de Macla:
- tipo especial de contorno de grão através do qual existe uma simetria específica
em espelho da rede cristalina; os átomos em um dos lados do contorno estão
localizados em posições de imagem em espelho dos átomos no outro lado do
controno
- a região de material entre esses contornos é chamada de macla
- as maclas resultam de deslocamentos atômicos que são produzidos a partir de
forças mecânicas de cisalhamento aplicadas e também durante tratamentos
térmicos de recozimento realizados após deformações (maclas de recozimento)
Microestrutura
Exemplo de características denominadas microestrutura: tamanhos e formas de grão
Microestrutura x Propriedades
A microestrutura depende de:
- composição química (metal ou liga)
- história termomecânica (rota de produção)
Tipos de microestrutura:
- grão poligonais
- grãos equiaxiais
- grãos alongados
- grãos aciculares
- grãos colunares
Exemplo: Aço AISI 1020
Barra laminada (comercial)
Tamanho de grão (TG) 50μm < TG < 100μm
linha teste – 50 mm
TG diminui Æ σ y aumenta
Difusão
Cementação: pode ser obtida através do carbono (carbonetação), nitrogênio (nitretação),
C,S,N (sulfocarbonitretação)
1) Mecanismo de interdifusão
- transporte da região de maior concentração para a de menor concentração
Mecanismos de difusão:
- migração passo a passo de um ponto para outro na rede cristalina
- Difusão intersticial:
- difusão de impurezas como C, N, H e O, que possuem átomos pequenos o
suficiente para se encaixarem no interior das posições intersticiais
Difusão em regime estacionário:
- a difusão é um processo dependente do tempo
- a quantidade de elementos transportados depende do tempo
- fluxo de difusão (J): o quão rápido ocorre a difusão (taxa de transferência de massa)
M 1 dM
J= Î J= kg/m²s ou átomos/m²s
At A dt
A = área através da qual a difusão está ocorrendo
t = tempo de difusão decorrido
- se o fluxo de difusão não varia com o tempo existe uma condição de estado
estacionário.
Ex. átomos de um gás através de uma placa metálica para a qual as concentrações (ou
pressões do componente em difusão em ambas as superfícies da placa são mantidas
constantes)
Difusão x Difusividade
Coeficiente de difusão (D):
- medida da velocidade com que uma espécie atômica é capaz de se deslocar na matriz
de outra espécie atômica a uma dada temperatura
Difusividade (D0):
- constante definida pelo par atômico envolvido no processo
⎛−Q⎞
D = D0 . exp ⎜ ⎟
⎝ RT ⎠
Casos práticos:
- condições de difusão em regime não estacionário (condições transientes) – o fluxo de
difusão e o gradiente de concentração em um ponto específico no interior de um sólido
variam ao longo do tempo, havendo como resultado um acúmulo ou esgotamento
líquido do componente que se encontra em difusão.
Condições de contorno:
1) antes da difusão os átomos soluto difusíveis no sólido estão uniformemente
distribuídos com concentração C0
2) o valor de x na superfície é tomado como 0
3) o instante t = 0 é tomado imediatamente antes do processo iniciar-se
Supondo que queira atingir uma determinada concentração de soluto, Cx, em uma liga:
C x − C0
= cons tan te
C S − C0
x
= cons tan te
2 Dt
x ≅ Dt
Rearranjos atômicos que acompanham o movimento de uma discordância aresta à medida que ela se move em
resposta à aplicação de uma tensão de cisalhamento. (a) o semiplano de átomos adicional é chamado de A. (b)
A discordância se move uma distância atômica para a direita à medida que A se liga à porção inferior do plano
B. No processo, a porção superior de B se torna o semiplano adicional. (c) Forma-se um degrau sobre a
superfície do cristal à medida que deixa o semiplano adicional.
Formação de um degrau sobre a superfície de um cristal pelo movimento de uma discordância aresta
Ligas Monofásicas:
Os metais monofásicos têm apenas uma estrutura cristalina, entretanto sua composição pode
ser variada por solução sólida e os seus grãos podem ter várias microestruturas. As
propriedades dos metais monofásicos podem ser ajustadas por deformação plástica e
recristalização.
Sistemas de Escorregamento:
O plano de escorregamento é aquele que possui empacotamento mais denso, ou seja, a maior
densidade planar. A direção de escorregamento corresponde à direção que se encontra mais
densamente compactada com átomos, isto é, aquela que possui a maior densidade linear.
Em geral ø + λ ≠ 90º, uma vez que não existe a necessidade de o eixo de tração, a normal ao
plano de escorregamento e a direção do escorregamento se encontrarem sobre o mesmo plano.
Um material com grãos pequenos é mais duro e mais resistente do que um material que possui
granulação grosseira, uma vez que o primeiro possui uma maior área total de contornos de
grãos para dificultar o movimento das discordâncias.
σ e : tensão de escoamento
σ 0 e ke : constantes para cada material específico
d : diâmetro médio do grão
O tamanho do grão pode ser regulado mediante o ajuste da taxa de solidificação a partir da
fase liquida e também por deformação plástica seguida por um tratamento térmico apropriado.
Dependência do limite de escoamento em relação ao tamanho de grão para uma liga de latão
A maior resistência com menores tamanhos de grão pode ser explicada pela razão de haver
uma menor distância (tamanho do grão) para o deslocamento das discordâncias ocorrendo
rapidamente o seu empilhamento nos contornos, o que exigirá maior esforço para continuar o
seu movimento, ou seja, uma energia adicional será necessária para vencer o contorno de grão
e continuar o movimento no grão adjacente. Esse aumento de resistência é acompanhado de
um aumento da ductilidade e da tenacidade. Com menores tamanhos de grão, a propagação de
uma trinca ocorre com maior gasto de energia em função do maior número de vezes que uma
mudança de direção de propagação se faz necessária.
A redução do tamanho de grão é o único método de endurecimento que não prejudica a
tenacidade.
• Endurecimento por Solução Sólida:
Consiste na formação de ligar com átomos de impurezas que entram em solução sólida
substitucional/intesticial. Os metais com pureza elevada são quase sempre mais macios e mais
fracos do que as ligas compostas pelo mesmo metal de base. O aumento na concentração
destas impurezas resulta em um conseqüente aumento no limite de resistência à tração e no
limite de escoamento. Porém é, normalmente, acompanhado de uma redução da ductilidade e
tenacidade.
As ligas são mais resistentes do que os metais puros, pois os átomos de impurezas que entram
em solução sólida impões geralmente deformações da rede cristalina sobre os átomos
hospedeiros vizinhos.
O encruamento é o fenômeno pelo qual um metal dúctil se torna mais duro e mais resistente
quando submetido a uma deformação plástica. Pelo fato da temperatura em que a deformação
é efetuada ser fria em relação a temperatura absoluta de fusão do metal, também é chamado
de trabalho a frio.
Percentual de trabalho a frio (%TF):
A0 − Ad
%TF = × 100
A0
A0: área original da seção reta que experimenta a deformação
Ad: área após a deformação
A deformação plástica de uma amostra metálica policristalina a temperaturas que podem ser
consideradas baixas em comparação a sua temperatura absoluta de fusão produz alterações
microestruturais e mudanças nas propriedades dos materiais, incluindo:
- uma alteração na forma do grão
- endurecimento por deformação plástica a frio
- aumento na densidade das discrodâncias
Uma fração da energia gasta na deformação é armazenada no metal na forma de uma energia
de deformação, associada a zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor das recém-
criadas discordâncias. Outras propriedades, como, por exemplo, condutividade elétrica e
resistência a corrosão podem ser modificadas de acordo com a deformação plástica. Essas
propriedades e estruturas podem reverter aos seus estados anteriores mediante um tratamento
térmico apropriado. Essa restauração resulta de dois processos: recuperação e recristalização,
que podem ser seguidos por um crescimento de grão.
• Recuperação:
Durante a recuperação uma parte da energia interna de deformação armazenada é liberada em
virtude do movimento das discordâncias (na ausência da aplicação de uma tensão externa),
como resultado de uma melhor difusão atômica a temperatura mais elevada. Existe alguma
redução no número de discordâncias e são produzidas configurações de discordâncias que
possuem baixas energias de deformação. Além disso, algumas propriedades físicas como as
condutividades elétrica e térmica e afins são recuperadas aos seus estados que existiam antes
do processo de trabalho a frio.
• Recristalização:
Mesmo após o processo de recuperação estar completo, os grãos ainda se apresentam em um
estado de energia de deformação relativamente elevado. A recristalização é o processo de
formação de um novo conjunto de grãos livres de deformação e que possuem dimensões
aproximadamente iguais em todas as direções, com baixas densidades de discordâncias, e que
são característicos das condições que existem antes do processo de trabalho a frio.
Durante a recristalização as propriedades mecânicas que foram alteradas como resultado do
trabalho a frio são restauradas aos seus valores existentes anteriormente, ou seja, o metal se
torna mais macio, menos resistente, porém mais dúctil.
É um processo cuja extensão depende tanto do tempo quanto da temperatura. O grau (ou
fração) de recristalização aumenta em função do tempo.
Foto micrografias mostrando vários estágios da
recristalização e do crescimento de grãos de latão. (a)
Estrutura de grãos submetidos ao trabaho a frio
(33%TF). (b) Estágio inicial de recristalização após
aquecimento por 3s a 580ºC (1075ºF). Os grãos muito
pequenos são aqueles que foram recristalizados. (c)
Substituição parcial de grãos trabalhados a frio por
grãos recristalizados (4s a 580ºC). (d) Recristalização
completa (8s a 580ºC). (e) Crescimento de grão após
15 min a 580ºC. (f) Crescimento de grão após 10 min
a 700ºC (1290ºF).
O comportamento da recristalização de
uma liga metálica é especificado em
termos de uma temperatura de
recristalização, que é a temperatura na
qual a recristalização atinge o seu térmico em exatamente uma hora.
Th: Temperatura de fusão (K)
0,3 Th < Tr < 0,6 Th
Parâmetros da Recristalização:
- Quantidade de deformação plástica: quanto maior for a deformação plástica acumulado,
maior será a intensidade da recristalização, ou seja, maior a velocidade do processo
- Temperatura: como se trata de um mecanismo termicamente ativado, quanto maior a
temperatura, maior será a intensidade
- Tempo: afeta a fração recristalizada, ou seja, quanto maior o tempo a uma dada temperatura,
mais completa é a recristalização.
• Crescimento de Grão:
O crescimento de grão mais rapidamente a altas temperaturas pode ser explicado pela
melhoria da taxa de difusão.
Processos de Conformação
- Laminação
- Trefilação
Diagrama de Fases
...