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FACAM – FACULDADE DO MARANHÃO

GRADUAÇÃO – PÓS-GRADUAÇÃO – ENSINO A DISTÂNCIA


1
DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SÍLIDOS

DEFORMAÇÕES
Prof. M.Sc. Wilman Italiano

2020
INTRODUÇÃO 2
2

Adequação de uma estrutura ou máquina pode depender


das deformações produzidas pelas cargas aplicadas a uma estrutura,
bem como as tensões induzidas por estas cargas. A análise
estática por si só não é suficiente.

Considerando as estruturas como deformáveis e analisando as


deformações em seus vários componentes, poderemos calcular as
forças estaticamente indeterminadas.

A determinação da distribuição de tensões dentro de um componente


também exige a consideração das deformações que ocorrem neste
componente.
ENSAIO DE TRAÇÃO-COMPRESSÃO3 3

• A resistência de um material depende de sua capacidade de


suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura.

• Essa propriedade é inerente ao próprio material e deve ser


determinada por métodos experimentais, como o ensaio de
tração ou compressão.

• Uma máquina de teste é projetada

para ler a carga exigida para manter

o alongamento uniforme.
ENSAIO TENSÃO X DEFORMAÇÃO 4

Fig 2.7 Esta máquina é utilizada para ensaios de corpos de


Fig 2.8 Corpo de prova com carga de tração.
prova a tração, tais como aqueles mostrados neste capítulo.
ENSAIO TENSÃO X DEFORMAÇÃO 5
ENSAIO DE TRAÇÃO-COMPRESSÃO6 6

Diagrama tensão–deformação convencional

• A tensão nominal, ou tensão de engenharia, é determinada pela


divisão da carga aplicada P pela área original da seção transversal
do corpo de prova, A0. P
σ=
A0
• A deformação nominal, ou deformação de engenharia, é
determinada pela divisão da variação, δ, no comprimento de
referência do corpo de prova, pelo comprimento de referência

δ
original do corpo de prova, L0.
ε=
L0
DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
7
MATERIAL DÚCTIL
DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
8
MATERIAL FRÁGIL
DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
9
DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
10

• Comportamento elástico
A tensão é proporcional à
deformação.
O material é linearmente elástico.

• Escoamento
Um pequeno aumento na tensão
acima do limite de elasticidade
resultará no colapso do material e
fará com que ele se deforme
permanentemente.
DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO
11

• Endurecimento por deformação


Quando o escoamento tiver terminado, pode-se aplicar uma carga
adicional ao corpo de prova, o que resulta em uma curva que cresce
continuamente, mas torna-se mais achatada até atingir uma tensão
máxima denominada limite de resistência.
• Estricção
No limite de resistência, a área
da seção transversal começa a
diminuir em uma região localizada
do corpo de prova.
O corpo de prova quebra quando
atinge a tensão de ruptura.
LEI DE HOOKE – MÓDULO DE 12
ELASTICIDADE

Abaixo da tensão de
proporcionalidade
σ = Eε
E = Módulo de Young ou
Módulo de Elasticidade

Algumas das propriedades físicas


dos metais estruturais, como
resistência, ductilidade, podem
ser afetadas pela inclusão de
elementos de liga, tratamento
térmico e processos de
Fig 2.16 Diagramas tensão-deformação fabricação, mas a rigidez (módulo
para o ferro e diferentes tipos de aço. de elasticidade) não pode ser
afetada.
COMPORTAMENTO ELÁSTICO
VERSUS PLÁSTICO
13

Se a deformação desaparece
quando a tensão é removida,
dizemos que o material se
comporta elasticamente.
O maior valor de tensão para o
qual isso ocorre é chamado de
limite elástico do material.
Quando a deformação não
retorna a zero após a tensão
ser removida, dizemos que o
material se comporta
Fig. 2.18 plasticamente.
DEFORMAÇÃO SOB
14
CARREGAMENTO AXIAL
Para a Lei de Hooke:
σ P
σ = Eε ε= =
E AE
A definição de deformação específica:
δ
ε=
L
Transformando e substituindo a equação
anterior na equação acima, temos
PL
δ =
AE
Para barras com carregamentos em outros
pontos, diversas seções transversais e
diferentes materiais, PL
δ = i i
i Ai Ei
Fig. 2.22
P(x ) P( x )dx
L

σ= e ε= δ =
A(x ) dx 0
A( x )E
TENSÕES MÁXIMAS 15

Estruturas onde as forças internas e as reações


não podem ser determinadas apenas por meio
da estática, são chamadas de estruturas
estaticamente indeterminadas.

A estrutura será estaticamente indeterminada


sempre que ela for vinculada a mais apoios do
que aqueles necessários para manter seu
equilíbrio.
Reações redundantes são substituídas por
forças desconhecidas que, juntamente com
as demais forças, deve produzir deformações
compatíveis com as restrições originais.

Deformações devido as forças reais e pela reações


redundantes são determinadas separadamente
e, em seguida, adicionadas ou superpostas.
δ = δL +δR = 0
TENSÃO TÉRMICA 16

A mudança de temperatura numa barra resulta uma


mudança no comprimento da mesma chamada de
deformação térmica. Não há tensão associada com a
deformação térmica, a menos que o alongamento
seja contido pelo apoio.

Trate o apoio adicional como redundantes e aplicar o


princípio da superposição.
δ T = α (∆T )L
PL
δP =
AE
α = coeficient e de dilatação térmica
A deformação térmica e a deformação do apoio
redundante devem ser compatíveis.
PL
α (∆T )L + =0
δ = δT + δ P = 0 AE
P = − AE α (∆T )
P
σ = = − Eα (∆T )
A
COEFICIENTE DE POISSON 17

Coeficiente de Poisson
• Coeficiente de Poisson, v (nu), estabelece que dentro da faixa elástica,
a razão entre essas deformações é uma constante, já que estas são
proporcionais.
ε lat
v=− O coeficiente de Poisson é adimensional.
ε long Valores típicos são 1/3 ou 1/4.
COEFICIENTE DE POISSON 18

Coeficiente de Poisson

ε lat
v=−
ε long

•A expressão anterior tem sinal negativo porque o alongamento


longitudinal (deformação positiva) provoca contração lateral
(deformação negativa) e vice-versa.
LEI DE HOOKE GENERALIZADA 19

Carregamento multiaxial – cargas que atuam nos 3 eixos


DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO 20
DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO 21

• Para cisalhamento puro, o equilíbrio exige que


tensões de cisalhamento iguais sejam
desenvolvidas nas quatro faces do elemento.

• Se o material for homogêneo e isotrópico,


a tensão de cisalhamento distorcerá o
elemento uniformemente.
DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO 22

Lei de Hooke generalizada – estado de tensão geral


DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO 23

• A maioria dos materiais de engenharia apresenta comportamento elástico


linear, portanto a lei de Hooke para cisalhamento pode ser expressa por
τ = Gγ
• Três constantes do material, E, v e G, na realidade, estão relacionadas pela
equação

E
G=
2(1 + v )

G = módulo de elasticidade ou
cisalhamento ou módulo de rigidez.
PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT 24

• O princípio Saint-Venant afirma que a deformação e tensão localizadas


nas regiões de aplicação de carga ou nos apoios tendem a “nivelar-se”
a uma distância suficientemente afastada dessas regiões.
PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT 25

• Concentrações de tensão ocorrem em seções onde a área da


seção transversal muda repentinamente.

• Tensão máxima é determinada usando uma fator de


concentração de tensão, K, o qual é uma função de geometria.

σ máx
K=
σ méd
APLICAÇÕES 26

SOLUÇÃO:
Divida a barra em componentes de
acordo com a aplicação das forças.

Aplique uma análise de corpo livre


de cada componente para
determinar a força interna.

Avaliar a deformação total da barra.


E = 200 GPa
1) Determine a deformação da
barra de aço mostrada submetida às
forças dadas.
APLICAÇÕES 27

SOLUÇÃO:
Aplicar a análise de corpo livre em cada
Divida a barra em três componente para determinar as forças
componentes: internas,
P1 = 300 kN = 300 ×103 N
P2 = −50 kN = − 50 ×103 N
P3 =150 kN =150 ×103 N

Deformação total

Pi Li 1  P1 L1 P2 L2 P3 L3 
δ = =  + + 
i Ai Ei E  A1 A2 A3 
1  (300 × 300 ) (− 50 × 300 ) (150 × 400 )
=  + +
200  580 580 200 
L1 = L2 = 300 mm. L3 = 400 mm. 429,31
δ= = 2,15 mm.
A1 = A2 = 580 mm 2 A3 = 200 mm
2
200
APLICAÇÕES 28

SOLUÇÃO:
Realizar uma análise do corpo livre
para a barra BDE para encontrar as
forças exercidas pelas barras AB e
DC.
Avaliar a deformação das barras AB e
DC para encontrar os
deslocamentos de B e D.
2) A barra rígida BDE é suspensa por duas Realize uma análise geométrica para
barras AB e CD. A barra AB é feita de encontrar o deslocamento do ponto
alumínio (E = 70 GPa) e tem uma área E dado os deslocamentos em B e D.
transversal de 500 mm2; A barra CD é feita
de aço (E = 200 GPa) e tem uma área
transversal de 600 mm2. Para a força de 30
kN mostrada, determinar os deslocamentos
dos pontos
a) AB b) CD e c) E.
APLICAÇÕES 29

Deslocamento do ponto B:
PL
δB =
AE
SOLUÇÃO:
(− 60 ×103 N )(0.3 m )
Corpo Livre: Barra BDE =
(500 ×10-6 m2 )(70 ×109 Pa )
= −514 ×10− 6 m
δ B = 0.514 mm ↑

Deslocamento do ponto D:
M B =0
0 = −(30 kN × 0.6 m ) + FCD × 0.2 m δD =
PL
FCD = +90 kN tração AE
M =0 (90 ×103 N )(0.4 m )
=
(600 ×10-6 m2 )(200 ×109 Pa )
D

0 = −(30 kN × 0.4 m ) − FAB × 0.2 m


FAB = −60 kN compressão
= 300 ×10− 6 m
δ D = 0.300 mm ↓
APLICAÇÕES 30

Deslocamento do ponto E:

BB′ BH
=
DD′ HD
0.514 mm (200 mm ) − x
=
0.300 mm x
x = 73.7 mm

EE ′ HE
=
DD′ HD
δE
=
(400 + 73.7 )mm
0.300 mm 73.7 mm
δ E = 1.928 mm

δ E = 1.928 mm ↓
APLICAÇÕES 31

3) Um fio de nylon está submetido a força de tração de 8,5 N. Sabendo que E= 3,3
Gpa e que o comprimento do fio é aumentado em 1,1 %, determine (a) o
diâmetro do fio, (b) a tensão no fio.

4) Um cabo de aço de 4,8 ft de comprimento e ¼ in. de diâmetro é submetido a


uma ação de tração de 750 lb. Sabendo que E = 29 x psi, determine: (a) o
alongamento do arame, (b) a correspondente tensão normal.

5) Duas marcas de referência são colocadas a exatamente 250 mm uma da outra,


em uma barra de alumínio haste com E = 73 GPa e resistência última de 140 MPa
com diâmetro de 12 mm. Sabendo que a distância de referência entre as marcas é
de 250,28 mm depois que uma força é aplicada, determine: (a) a tensão na haste,
(b) o fator de segurança.
APLICAÇÕES 32

6) Um cabo BC de 4 mm de diâmetro é feito de um aço com E = 200 GPa.


Sabendo que a máxima tensão no cabo não pode exceder 190 MPa e que a
deformação do cabo não deve exceder 6 mm, determine a máxima força P que
pode ser aplicada

7) Uma força axial de 200 kN é aplicada através de


placas rígidas colocadas nas extremidades da
montagem mostrada. Determine: (a) a tensão normal
da casca de alumínio, (b) a correspondente deformação
da montagem.
33

THE END

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