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Processos de Fabrico

LICENCIATURA EM
ENGENHARIA E
GESTÃO INDUSTRIAL
LEGI (2023/2024)

Capítulo 5 - Aspectos fenomenológicos de elasticidade e


plasticidade

1
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial l0 – comprimento de referência


lc – comprimento da zona calibrada
O ensaio de tracção pode ser classificado como lt – comprimento total
l0
um ensaio mecânico de utilização universal. É
r A0
usado tanto para determinar as propriedades
mecânicas essenciais ao projeto, como no D d
controlo de qualidade dos materiais quer quando a lc
ainda na forma de matéria-prima, quer quando
já na forma de produto acabado. lt

Os provetes usados neste ensaio têm


geralmente secção transversal circular ou b
rectangular, podendo, no entanto, serem usadas l0 a
outras geometrias

As dimensões do provete, obedecendo a


determinadas proporções geométricas, bem
como o próprio procedimento de ensaio
encontram-se normalizados por instituições
especializadas de cada país e descritas em
normas, como sejam, por exemplo, as NP
(Portugal), as ABNT (Brasil), as DIN (Alemanha),
as BS (Inglaterra) ou as ASTM (EUA) 2
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Laboratório

Material: Cobre recozido

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Laboratório (cont.)

Ensaios de tracção de um provete circular de cobre puro


(recozido e tratado mecanicamente)

Annealed Work Hardened

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – curva tensão-extensão nominal

Tensão nominal Elástico Plástico


Plasticidade Plasticidade
F Tensão,  uniforme não-uniforme
=
A0
Instabilidade plástica
Extensão nominal Tensão de rotura 
R
l l − l 0
e= = Tensão limite de elasticidade e Fractura
l0 l0

tan-1 E
Tensão limite de elasticidade Extensão, e
e l0 ee er ef
F

Tensão de rotura
le
(tensão nominal no ponto de carga máxima)
l0
Fmax A0
R =
A0 Af

lf

5
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Deformação elástica vs. deformação plástica


No domínio elástico a configuração
inicial do corpo é completamente
recuperada quando as solicitações
exteriores deixam de actuar - a
deformação elástica depende
exclusivamente dos estados de tensão
inicial e final.

No domínio plástico, ou seja, quando as


extensões aplicadas no corpo
ultrapassam as que determinam o limite
de validade das leis de Hooke, surgem
alterações comportamentais dos
materiais, de tal modo que a
deformação deixa de ser um processo
reversível e as características
mecânicas e geométricas do corpo
passam a depender do modo (trajetória
ou história) como o carregamento foi
6
aplicado.
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – encruamento em domínio plástico

O fenómeno do encruamento pode ser explicado através da dificuldade


crescente de movimentação das deslocações com a deformação, devido não
só às deslocações passarem a interactuar entre si (em virtude da diminuição
do valor médio do percurso livre das deslocações resultante da sua
acumulação), como ao facto de encontrarem barreiras ao seu movimento,
como sejam, por exemplo, os limites de grão.

Nota:
Formação de grão e limite de grão durante a solidificação
Deslocações no interior do grão

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial - fratura

Os metais podem apresentar tipos diferentes de fratura, dependendo do


material, da temperatura, do estado de tensão e da taxa de aplicação
da carga.
Em geral, as fraturas em materiais metálicos podem ser classificadas
em:
• Dúcteis;
• Frágeis;
• ou então um misto dos dois tipos.
Mecanismo de formação de uma fratura dúctil do tipo ‘taça e cone’

Duralumínio (série 7000)

Aspecto de uma fratura frágil e de uma fractura dúctil

Alumínio (série 1000)


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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Parâmetros de resistência


𝜀2 𝜀3
• Módulo de elasticidade (Young) 𝜎lj = 𝐸𝜀 𝑜𝑢 𝜎 = 𝐸𝑒 • Coeficiente de Poisson 𝜈 = − = −
𝜀1 𝜀1
(definido a partir da lei de Hooke)
1
1 1
Módulo de elasticidade, E (GPa)
2
Material Temp Amb 200 ºC 430 ºC 540 ºC
1 3
Aço carbono 207 186 155 134 2
2
Aço inox. austenítico 193 176 159 155 1 2
Ligas de alumínio 72 65 54 -
1
O 3
• Tensão limite de proporcionalidade e tensão
limite convencional de elasticidade

2
1
Material 1
0.2 Material σe (MPa) E (GPa) ν
e Aços 200-1700 190-210 0.28-0.33
E Material 2 Ligas de alumínio 35-550 69-79 0.31-0.34
e 0.2
Ligas de Cobre 75-1100 105-150 0.33-0.35
p
Ligas de Magnésio 130-300 41-45 0.29-0.35
Ligas de Titânio 350-1400 80-130 0.31-0.34
Ligas de Chumbo 14 14 0.43
9
0 0.002
e
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Parâmetros de ductilidade

A ductilidade é um conceito qualitativo, usado habitualmente para qualificar a


capacidade dos materiais em suportarem solicitações exteriores no domínio plástico

• Extensão nominal após fractura: Pu Pf

lf − l0
ef =
l0

(10% a 60% )
l0
lu lf

• Coeficiente de estricção  lu  ll

A0 − Af
q= Pu
Pf
A0
(20% a 70% )

10
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Parâmetros de resistência

• Resiliência - capacidade que um material tem para 


absorver energia quando deformado no domínio elástico
Material 2
e de a restituir após descarga
• Módulo de resiliência – Energia de deformação elástica e
2
por unidade de volume (medida até à tensão limite de
elasticidade)  e1 Material 1
 e ee 
2

UR = = e

2 2E

• Tenacidade - capacidade que um material tem para e


absorver energia quando deformado no domínio plástico
• Módulo de tenacidade – Energia por unidade de
volume que um material pode suportar até à fractura
  Comportamento frágil
Comportamento dúctil

R R
ef (e+R )


UT =  de
0
e

U U
T
T

11
ee er ef e 0 ef e
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Curva tensão verdadeira-extensão verdadeira


− 

Força máxima Verdadeira Conservaçã o de volume : A0l0 = Al


 Correcção da F F l
R estricção = = =  (1 + e)
R (devida ao estado de tensão triaxial) A A0 l 0

e l
dl l
Nominal = 
l0
l
= ln = ln (1 + e )
l0

= ln (1 + e r )
Fmax A A0
R = = R 0  r = ln
0 ee r er  e Ar Ar Ar

Nota: Para pequenas deformações não existem diferenças significativas entre os valores
nominais e verdadeiros das tensões e das extensões. As diferenças começam-se a fazer sentir
para valores mais elevados de deformação:

e (nominal) 0.01 0.05 0.1 0.2 0.5 1 2 5

ε (verdadeira) 0.01 0.049 0.095 0.18 0.4 0.69 1.1 1.8 12


Phenomenological aspects of elasticity and plasticity

Curva tensão verdadeira-extensão verdadeira


Vantagem de utilização das medidas verdadeiras relativamente às nominais:

◼ A curva tensão verdadeira-extensão verdadeira é idêntica em tração e em compressão (*)

◼ As extensões verdadeiras são aditivas, enquanto as extensões nominais não o são (a


soma dos incrementos de extensão verdadeira é igual à extensão total, mas o mesmo não
acontece com as extensões nominais)

◼ A deformação plástica não provoca variação do volume. Sem alteração de volume, a


soma das três extensões verdadeiras é zero, 1+ 2 + 3 =0

(*) - Quando os resultados dos ensaios


de tensão e compressão no mesmo
material são comparados, verifica-se que,
para a maioria dos metais dúcteis, as
curvas verdadeiras tensão-verdadeira
para ambos os ensaios coincidem

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Nova tensão limite de elasticidade

A curva de tracção verdadeira caracteriza


a deformação plástica do material - curva
de escoamento
Qualquer ponto sobre esta curva pode ser
tomado como a nova tensão limite de
elasticidade associada à deformação
permanente sofrida pelo material. 𝜺𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 =𝜺𝒆 +𝜺𝒑

Do ponto de visto microscópico pode afirmar-


se que a microestrutura de deslocações no
Nota: A partir deste ‘slide’ deixamos de utilizar tensões início da recarga é caracterizada por um
nominais e o símbolo σ referir-se-á sempre a período transitório durante o qual ocorre o
valores verdadeiros de tensão. rearranjo das estruturas de deslocações que se
tinham desenvolvido durante a primeira
trajectória de deformação.
14
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – efeito de Bauschinger

Quando um material é deformado plasticamente e posteriormente descarregado, surgem


tensões residuais ao nível microscópio, originadas essencialmente pelos estados diferentes
de tensão que se criam entre os grãos do material. Se o mesmo material voltar a ser carregado
em sentido contrário ao inicial, verifica-se que as referidas tensões residuais influenciam a
entrada em deformação plástica, em particular fazem com que a tensão limite de elasticidade
seja inferior. Este fenómeno é habitualmente designado por efeito de Bauschinger e ocorre em
metais policristalinos, sempre que se aplicam solicitações sucessivas em sentido reverso.


C
Explicação macroscópica baseada nas tensões residuais que
et A permanecem no interior do material após se ter verificado a
descarga.
Explicação microscópica baseada na teoria das deslocações.

Implicações:
G Ciclos alternados de tracção e compressão típicos das
O D  operações de desempeno de chapas ou barras em fieiras onde
o material sofre dobragens e desdobragens sucessivas.

E
B ec
F
d 

Nota: A partir deste ‘slide’ deixamos de utilizar tensões


nominais e o símbolo σ referir-se-á sempre a 15
valores verdadeiros de tensão.
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de tracção uniaxial – Condição de instabilidade (método de Considére)

O método de Considére estabelece que a estricção tem início quando a força sofrer uma
instabilidade, que no ensaio de tracção coincide com o máximo da força do ensaio.
Esta condição determina uma fronteira entre dois regimes de deformação distintos:
(i) deformação plástica uniforme, no qual o fenómeno do encruamento supera o efeito do
‘amaciamento geométrico’, resultante da redução uniforme da secção transversal do
provete;
(ii) deformação plástica não uniforme, onde o efeito do “amaciamento geométrico” prevalece
sobre o do encruamento, com a deformação concentrada numa secção do provete.

Condição de instabilidade (F é máxima):   d


d 
d 
d
dF = 0 = d ( A ) =  dA + A d 

d dA dl R R 
d  =
d
Ponto de instabilidade
=− = = d
R

 A l

d
=
d
A instabilidade plástica terá início
quando a taxa de encruamento
do material igualar o valor da 0 r  0 r
 16
tensão do ensaio
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de compressão uniaxial


Embora o ensaio de tracção uniaxial seja o mais
utilizado na caracterização mecânica dos materiais,
convém referir que existem algumas limitações na
aplicação dos seus resultados aos processos de
deformação plástica. Devido à instabilidade plástica que
surge no ensaio de tracção uniaxial a curva tensão-
extensão só se consegue definir para valores de
extensão verdadeira muito inferiores à unidade.
Na maioria dos processos de deformação plástica as
extensões efectivas alcançadas superam largamente a
unidade, levando a que as propriedades mecânicas do
material nessas gamas tenham que ser obtidas por
extrapolação, o que pode ser manifestamente
insatisfatório.
Uma solução aparente que evita a formação da estricção será a de
realizar ensaios de compressão, tendo como vantagem adicional o
facto das tensões envolvidas nos ensaios e nos processos
tecnológicos terem, no essencial, a mesma natureza (estados de
tensão basicamente compressivos). De entre os ensaios de
compressão referem-se como mais importantes:

(i) o ensaio de compressão de um cilindro entre pratos planos


(ii) o ensaio de deformação plana entre pratos planos
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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de compressão uniaxial – método convencional

O provete de geometria cilíndrica é comprimido axialmente entre dois


pratos planos de elevada dureza, polidos e muito bem lubrificados.
Estes ensaios são conduzidos de modo incremental, registando-se em
cada paragem os valores da carga e do deslocamento (ou da altura do
provete). Também os pratos e o provete devem ser convenientemente
desengordurados, antes de voltarem a ser lubrificados, para que se
volte a repetir o procedimento descrito.

F
=
A
F
h − h0 h
h
dh  h  A 
zona morta e=
h0
=
h0
= 
0
h
= ln 
 h0
 = ln  0
  A


efeito de barril

d − dh h 1 dh v
 = = =− =−
h0
1 dt dt h dt h
2 3 h
de − dh h0 1 dh v
1
e = = =− =−
dt dt h0 dt h0

ln (h0 h )
 med = v 0
(h0 − h ) 18
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Ensaio de compressão uniaxial – método convencional

Os principais cuidados a ter durante a preparação e execução dos ensaios residem


fundamentalmente na escolha adequada do lubrificante, de modo a que se evite, tanto
quanto possível, o aparecimento do efeito de barril.

Os lubrificantes mais utilizados são: teflon, óleos de elevada viscosidade e massas


lubrificantes à base de lítio e molibdénio.

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Equações empíricas tensão-extensão

A relação entre a tensão e a extensão do material consegue-se obter através da


realização de ensaios experimentais de tracção, compressão, etc.
Porém, existem inúmeras situações em que se torna necessário simplificar a forma da
curva tensão-extensão e/ou descrever essas curvas através de equações empíricas com
maior ou menor grau de complexidade.
As equações empíricas diferem por incluírem, ou não, duas das suas propriedades
fundamentais, a componente elástica da deformação e o encruamento do material
durante a deformação plástica.
  e  
  
rga
H e =  Ca
Carga Carga Carga
e e e e e
Descarga
Descarga E
Descarga Descarga
E E

   0  

Rígido-perfeitamente Elasto-perfeitamente Elasto-plástico c/


Rígido-plástico Elasto-plástico
plástico encruamento linear
plástico

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Equações empíricas tensão-extensão – modelos rígido-plásticos

Ludwik-Hollomon

 = K n com 0  n  1

 = e + K  n

 = K (  0 +  )n com 0  n  1
Expoente de
encruamento

Material K (MPa) n σ0.2 (MPa)


Aço carbono (0.08%) 600 0.25 180
Aço carbono (0.15%) 620 0.18 300
Aço carbono (0.45%) 950 0.12 410
Latão (70% Cu, 30% Zn) 500 0.41 100
Alumínio (99%) 140 0.25 35
Liga de chumbo UNS L52905 71 0.09 -

✓ A curva de tensão verdadeira–extensão verdadeira


numa escala logarítmica permite determinar K e n:

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Equações empíricas tensão-extensão – modelos elasto-plásticos

Ludwik-Hollomon

 e
 E 
 E
= n
 E 
 e    e
   e  E

Ramberg-Osgood

 m −1

 = e +  p =
 1 +    
 
  
E
  e  

m  1/ n   3/7

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da temperatura nos processos de deformação plástica

É habitual estabelecer três regimes de trabalho para os processos de deformação


plástica em função da temperatura a que os mesmos se processam.

Regime de trabalho Temperatura

Frio <0.3 Tf

Morno 0.3 a 0.5 Tf

Quente >0.6 Tf

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da temperatura nos processos de deformação plástica

Durante a deformação plástica dos materiais metálicos cerca de 90-95% do trabalho ideal
de deformação (wi), é convertido em calor, sendo a parcela restante armazenada sob a
forma de deslocações e defeitos na estrutura metalográfica.
Em condições adiabáticas, isto é, na ausência de perdas de calor para as ferramentas,
lubrificantes e ambiente, pode calcular-se o aumento de temperatura associado à
deformação plástica através de:

   d
T =
c

 = 0.90 ~ 0.95 wi
ρ − densidade; C - calor específico

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da temperatura nos processos de deformação plástica (cont.)

    

    

Tensões residuais

Expoente de encruamento

Deformação plástica a frio: Ductilidade

▪ Aumenta a resistência mecânica e a dureza


do metal – Chama-se encruamento
▪ Diminui a ductilidade do metal Resistência mecânica, Dureza

Frio Morno Quente


O aumento da temperatura geralmente:
▪ Aumenta a ductilidade e tenacidade
▪ Diminui o módulo de elasticidade, a tensão
limite de elasticidade e a tensão de rotura
Recuperação Recristalização Crescimento de grão

Temperatura

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Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da temperatura nos processos de deformação plástica (cont.)


A curva de comportamento mecânico depende da temperatura.
velocidade de deformação
A quente, esta curva também depende da velocidade de a decrescer

deformação, 𝜺ሶ :
▪ À medida que a velocidade de deformação aumenta, a
resistência à deformação aumenta
▪ Este é o efeito conhecido como sensibilidade à
velocidade de deformação
▪ A velocidade de deformação está diretamente relacionada
𝑣
com a velocidade a que se realiza a operação (velocidade 𝜀ሶ = −
do equipamento, v) ℎ

 = C  m ,T

C – Coeficiente de resistência
m – expoente de sensibilidade à vel. de deformação

Temperatura (ºC) C (MPa) m


Alumínio 200 a 500 82 a 14 0.07 a 0.23
Ti-6Al-4V 840 a 930 82 - 14 0.7 – 0.9

A morno:

 = D  n  m 26
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Recristalização

Início da recristalização Recristalização parcial


Trabalho a frio (33%) (3 seg. a 580ºC) (4 seg. a 580ºC)

Recristalização completa Crescimento de grão Crescimento de grão


(8 seg. a 580ºC) (15 min. a 580ºC) (10 min. a 700ºC)

Nota: A recuperação efectua-se a uma temperatura inferior à da recristalização, não produz variações
significativas ao nível da resistência mecânica e da dureza, mas conduz a um alívio de tensões e a um
aumento da ductilidade do material. 27
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da velocidade de deformação


d d ln(l l0 ) 1 dl v
Velocidade de deformação – Variação da extensão com o tempo:  = = = =
dt dt l dt l
Os efeitos da velocidade de deformação podem, na generalidade dos casos, ser ignorados nos
processos tecnológicos de deformação plástica a frio.

A caracterização viscoplástica a quente dos materiais metálicos, ( = C  ) ,estipula valores para o


m

expoente de sensibilidade à velocidade de deformação, m , da ordem de grandeza de 0.1 a 0.2, o que


justifica a razão pela qual os efeitos da velocidade de deformação não podem ser ignorados na
deformação plástica a quente.

A curva tensão-extensão para o comportamento mecânico de um material metálico a quente apresenta


algumas particularidades que se encontram esquematicamente representadas na figura e que
permitem identificar três situações distintas.
 Curva A – Amaciamento típico do mecanismo de
T=Cte. recristalização dinâmica que envolve a formação de
.
C
 novos grãos a partir dos grãos deformados.
B
Curva B – Compensação entre amaciamento e
encruamento típico do mecanismo de recuperação
dinâmica que envolve a subdivisão dos grãos
A
.
deformados em subgrãos.

Curva C – Amaciamento não consegue compensar o 28
crit  encruamento.
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Influência da velocidade de deformação (cont.)


Gamas de extensão e de velocidade de deformação características dos principais
processos de fabrico por deformação plástica e velocidades de trabalho típicas das
máquinas ferramentas mais utilizadas.
Velocidade de
Processo tecnológico Extensão
Deformação (s-1)

Deformação plástica na massa


(a frio)

Forjamento, laminagem 0.1-0.5 1-103

Trefilagem 0.05-0.5 1-104

Deformação plástica na massa


(a quente)

Forjamento, laminagem 0.1-1.0 1-103

Extrusão 2-5 10-1-102

Deformação plástica de chapa

Estampagem, quinagem 0.1-0.5 1-102

Velocidade de
Equipamento
actuação (m/s)

Prensa hidráulica 0.01-1

Prensa mecânica 0.05-1.5

Prensa de fuso 0.5-1.5


29
Martelo de queda 3-6
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Auto estudo

Ensaios de dureza

30
Aspectos fenomenológicos de elasticidade e plasticidade

Auto-Estudo
Resolver os seguintes problemas:

❑ Volume I: Problemas 5.1, 5.5

❑ Volume III: Problemas 1.1, 1.2, 1.3, 1.4 (fazer alínea a) depois de darem o capítulo 4),
1.5, 1.6, 1.7 a) e b), 1.8, 1.9, 1.10, 1.12, 1.13

Ler:

▪ no livro Rodrigues J. e Martins P., Tecnologia Mecânica vol. 1, Escolar Editora, 2010

❑ Capitulo 5: páginas correspondentes aos conteúdos deste documento

▪ no livro Serope Kalpakjian and Steven Schmid, “Manufacturing Engineering and


Technology”, SI Units, 7th Edition:

❑ Chapter 2: Mechanical Behavior, Testing, and Manufacturing Properties of Materials,


from section 2.1 to section 2.3, 2.6, 2.10 and 2.12

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