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Propriedades Mecânicas

dos Materiais
Introdução

 O Conhecimento sobre as propriedades mecânicas e seu comportamento sob


determinadas condições de esforços é de fundamental importância . Por
conseguinte, é imprescindível que exista alguma consistência na maneira de
conduzir os ensaios e na interpretação de seus resultados, a qual é obtida por meio
do uso de técnicas de ensaio padronizadas. Essa normalização é fundamental, por
exemplo, para que se estabeleça uma linguagem comum entre fornecedores e
usuários dos materiais, pois é prática normal a realização de ensaios de
recebimento dos materiais, a partir de uma amostragem estatística representativa do
volume recebido
Normas técnicas

 As normas técnicas mais utilizadas pelos laboratórios de ensaios provêm das seguintes instituições:

 ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

 ASTM – American Society for TestingandMaterials

 DIN – Deutsches Institut für Normung

 ASME – American Society of Mechanical Engineer

 ISO – International Organization for Standardization

 JIS – Japanese Industrial Standards

 SAE – Society of Automotive Engineers


Normas técnicas

 No Brasil, a norma de ensaio de tração mais usada é a norma ASTM A370.


O título da ASTM A370 é, literalmente, "Métodos de teste padrões e
terminologia para testes mecânicos em produtos feitos de aço“
 Outras normas de ensaios de tração são: ASTM E8, ABNT NBR ISO 6892.

ASTM E8 “Métodos padronizados para ensaio de tração de materiais


metálicos”
A NBR ISO6892 1 (norma brasileira) “Método de ensaio de tração de
materiais metálicos” , normatiza as propriedades mecânicas que podem ser
determinadas à temperatura ambiente.
Propriedades Mecânicas

 Principais propriedades mecânicas:


 Resistencia mecânica
 Plasticidade
 Elasticidade
 Dureza
 Fadiga
 Fluência
Propriedades Mecânicas

 Dentre as propriedades mecânicas, a mais importante


é a resistência mecânica. Essa propriedade permite
que o material seja capaz de resistir à ação de
determinados tipos de esforços, como a tração e a
compressão (resistência à tração e resistência à
compressão), por exemplo. A resistência mecânica
relaciona-se às forças internas de atração existentes
entre as partículas que compõem o material.
Ensaio de tração

 É o teste mais simples. Célula


de
carga
 Permite determinar
diversas propriedades
mecânicas importantes. Corpo
Extensômetro de
 Consiste em aplicar uma prova

força (carga) de
intensidade crescente,
tracionando o material
até sua ruptura.
Corpos de Prova

 Possuem características especificadas de acordo com normas


técnicas.;
 Normalmente utilizam-se corpos de prova de seção circular ou de
seção retangular, dependendo da forma e tamanho do produto
acabado do qual foram retirados.
Corpos de Prova

■ ASTM E8 / E8M - Standard Test Methods for Tension Testing of Metallic Materials
 A parte útil do corpo de prova,
identificada como Lo, é a região
onde são feitas as medidas das
propriedades mecânicas do
material.
 As cabeças são as regiões extremas,
onde é feita a fixação do corpo de
prova à maquina de modo que as
forças de tração atuante seja axial.
Devem ter a seção maior do que a
parte útil para que a ruptura do
corpo de prova não ocorra nelas.
 De acordo com a ABNT, o
comprimento da parte útil dos
corpos de prova utilizados nos
ensaios de tração deve corresponder
a 4 vezes o diâmetro da seção da
parte útil
Equipamento para Ensaio de Tração

 O ensaio de tração geralmente é realizado na máquina universal, que


tem este nome porque se presta à realização de diversos tipos de
ensaios.
Diagrama tensão–deformação

 A tensão nominal, ou tensão de engenharia, é determinada pela


divisão da carga aplicada P pela área original da seção transversal do
corpo de prova, A0 .

 A deformação nominal, ou deformação de engenharia, é determinada


pela divisão da variação, δ, no comprimento de referência do corpo
de prova, pelo comprimento de referência original do corpo de prova,
L0 .
 https://www.youtube.com/watch?v=nYg9H5tG4-I

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Deformação Elástica

 A deformação elástica é resultado de um pequeno alongamento ou


contração da célula cristalina na direção da tensão (tração ou
compressão) aplicada;
 Deformação não é permanente, o que significa que quando a carga é
liberada, a peça retorna à sua forma original;
 Gráfico da tensão x deformação resulta em uma relação linear. A
inclinação deste segmento corresponde ao módulo de elasticidade
E.
Deformação Elástica

 A elasticidade é a capacidade que o material deve ter de se deformar


quando submetido a um esforço, e de voltar à forma original quando o
esforço termina. O aço, quando fabricado para esse fim, também
apresenta essa propriedade. É o caso do aço para a fabricação das
molas.
Diagrama tensão–deformação

 Comportamento
elástico:
 A tensão é proporcional à
deformação.
 O material é linearmente
elástico.

• Se a deformação observada no material for do tipo elástica, então a relação


entre a tensão e a deformação é dada pela lei de Hook:

 = E.
• E é o módulo de Young ou módulo de elasticidade, e tem as mesmas unidades
de , N/m2.
Descarga
tensão

Coeficiente angular = E

Carga

deformação
Descarga
tensão

Coeficiente angular = E

Carga

deformação
Para alguns materiais, a porção inicial da curva
tensão vs. deformação não é linear, sendo
necessário o uso de outros métodos para a
determinação do seu módulo de elasticidade.
Módulo de Elasticidade

 Quanto maior o módulo, mais rígido será o material ou


menor será a deformação elástica;
 O módulo de elasticidade corresponde a rigidez ou uma
resistência do material à deformação elástica.
 O módulo de elasticidade está ligado diretamente com as
forças das ligações interatômicas.
Qual material possui o maior E?

Aço Alumínio

 O módulo do aço (≈200GPa) é cerca de 3 vezes maior que o


correspondente para as ligas de alumínio (≈70GPa),
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 A partir do comportamento tensão-deformação em tração para um
corpo-de-prova de latão mostrado na figura, determinar o Modulo de
elasticidade

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Deformação Plástica

 Plasticidade é a capacidade que um material tem de apresentar deformação


permanente apreciável, sem se romper.
Deformação Plástica

 Para a maioria dos materiais metálicos, o regime elástico persiste


apenas até deformações de aproximadamente 0,2 a 0,5%.
 À medida que o material é deformado além, desse ponto, a tensão
não é mais proporcional à deformação (lei de Hooke) e ocorre uma
deformação permanente não recuperável denominada de deformação
plástica;
 A deformação plástica corresponde à quebra de ligações com os
átomos vizinhos originais e em seguida formação de novas ligações;
 A deformação plástica ocorre mediante um processo de
escorregamento (cisalhamento), que envolve o movimento de
discordâncias.
Plasticidade
 É a capacidade que o material deve ter de
se deformar quando submetido a um
esforço, e de manter essa forma quando o
esforço desaparece. Essa propriedade é
importante para os processos de fabricação
que exigem conformação mecânica como,
por exemplo: na prensagem, para a
fabricação de partes da carroceria de
veículos, na laminação, para a fabricação
de chapas, e na extrusão, para a fabricação
de tubos.
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Diagrama tensão–deformação

• Escoamento:
▫ Um pequeno aumento na
tensão acima do limite de
elasticidade resultará no
colapso do material e fará
com que ele se deforme
permanentemente.
Diagrama tensão–deformação

 (a) A transição do
comportamento
elástico para o
plástico é gradual,
iniciando uma
curvatura a partir do
ponto “P”.
 (b) Em alguns aços
(e outros materiais) o
limite de escoamento
é bem definido, ou
seja, o material
escoa deformando-se
plasticamente sem
aumento da tensão.
Diagrama tensão–deformação

 O ponto de escoamento pode ser determinado como sendo o ponto


onde ocorre o afastamento inicial da linearidade na curva tensão-
deformação.
• Convenção: o limite de
escoamento
▫ corresponde à tensão necessária
para promover uma deformação
permanente de 0,2%
(denominada de “tensão limite
de escoamento” - σe ). O valor
de σe corresponde à interseção
entre uma linha reta, construída
paralela a porção elástica, e a
curva de tensão x deformação.
Diagrama tensão–deformação

 Endurecimento por
deformação:
 Quando o escoamento tiver terminado,
pode-se aplicar uma carga adicional ao
corpo de prova, o que resulta em uma curva
que cresce continuamente, mas torna se
mais achatada até atingir uma tensão
máxima denominada limite de resistência
Diagrama tensão–deformação

 Estricção:
 A seção transversal do corpo de prova
começa a diminuir.
 A deformação cresce mas a tensão diminui,
por que a referência é a área inicial Ao.
 No final é atingida a tensão de ruptura e o
alongamento de ruptura e corpo de prova
quebra.
Exemplo

 A partir do comportamento tensão-deformação em tração para um


corpo-de-prova de latão mostrado na figura, determinar:
a) Modulo de elasticidade
b) A tensão limite de escoamento a um nível de escoamento de pré-deformação de 0,002
c) A carga máxima que pode suportada por um corpo de prova cilíndrico com um
diâmetro original de 12,8 mm.
d) A variação no comprimento de um corpo de prova que tinha originalmente 250 mm de
comprimento e que foi submetido a uma tensão de tração de 345 Mpa.
b) A tensão limite de escoamento a um
nível de escoamento de pré-deformação
de 0,002
 O valor da tensão limite de
escoamento, corresponde a
interseção da linha que passa
pela pré-deformação de 0,002
com a curva tensão deformação

 Tensão limite de escoamento =


250MPa
c) A carga máxima que pode suportada por um corpo de prova cilíndrico com um
diâmetro original de 12,8 mm.
d) A variação no comprimento de um corpo de prova que tinha originalmente
250 mm de comprimento e que foi submetido a uma tensão de tração de 345
Mpa.
Ductilidade

 Representa uma medida do grau de deformação plástica que o


material suportou quando de sua fratura, ou seja, corresponde à
elongação total do material devido à deformação plástica.

• Pode ser expressa como:


Alongamento Percentual: Onde l0 e lf correspondem, respectivamente, aos comprimentos
inicial e final (após a ruptura) do material.
AL% = ((lf - l0)/l0) x 100
Redução de Área Superficial: Onde A0 e Af correspondem, respectivamente, as áreas da
seção reta inicial e final (após a fratura) do material.
RA% = ((A0 – Af)/A0) x 100
Ductilidade

 Materiais frágeis: são


considerados, de maneira
aproximada, como sendo
aqueles que possuem uma
deformação de fratura
que é inferior a ≈ 5%.
Resiliência

 É a capacidade de um material absorver


energia quando este é deformado
elasticamente e depois, com o
descarregamento, ter essa energia
recuperada.

Ur = 1/2 (σe x εe) = (σe)2/2E

 Materiais resilientes são aqueles que têm


alto limite de elasticidade e baixo
módulo de elasticidade (como os
materiais utilizados para molas). A área sob a curva, que
 A propriedade associada é dada pelo representa a absorção de
módulo de resiliência (Ur) energia por unidade de volume,
corresponde ao módulo de
Resiliência
Tenacidade
 Corresponde à capacidade do material de
absorver energia até sua ruptura.

Unidade : [Energia/volume]

 Depende: da geometria do corpo de prova


e da maneira como a carga (força) é
aplicada.

 Para pequenas taxas de deformação, a


tenacidade é determinada pela área da
curva de tensão deformação (teste de
tração)
Tenacidade

 Uma vez que são submetidas a impactos, as espadas devem ser tenazes.
Porém, para não perder o seu fio de corte devem ser também duras. Como
resolver esse problema?

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