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TRANSFORMAÇÃO DE FASES
Transformações alotrópicas, solidificação de metal puro,
Profa. Edvânia Trajano Teófilo crescimento de grãos: Não existem alterações no número ou na
edvania.teofilo@ufca.edu.br
composição das fases presentes.
Difusão
É o movimento de átomos ou moléculas no interior de
um sistema material, induzido pelo movimento
vibracional dos mesmos, podendo provocar um
transporte efetivo de massa.
Perfil de Concentração Perfil de Concentração
Mecanismos propostos:
Estes dois mecanismos
exigem movimento
coordenado de átomos e
são bastante improváveis
de acontecer. Tempo
5 6
1
Mecanismos de Difusão Energia de Ativação
Para que a difusão ocorra, é necessário fornecer-se energia para forçar
o átomo a se mover e atingir sua nova posição.
Difusão intersticial: átomos movem de uma posição
intersticial para outra.
Lacunas
Energia
Mais rápida que a difusão por lacunas!
Intersticial
7 8
Anel de Zener: A vibração térmica deve ser suficiente para que cada átomo
efetue um salto simultâneo e síncrono. Requer menos energia que a troca
9 direta, a distorção durante o salto é menor. 10 Essa experiência comprova o mecanismo de difusão por lacunas
11 12
2
Taxa de Difusão: Fluxo Equacionamento matemático
O transporte de massa por difusão no estado sólido,
A difusão pode ser avaliada pelo número de átomos que provocado por uma diferença de concentração, é semelhante
atravessam um plano de área unitária por unidade de tempo,
ao transporte de calor por condução.
o FLUXO de partículas.
1
2
Seja nS1 = nº átomos soluto/área no plano X passando pela posição 1. Concentração = nº átomos de soluto/volume; onde v = área do plano x a
e nS2 = nº átomos soluto/área no planoY passando pela posição 2. Assim: C = nS/a
Assim, o nº átomos de soluto saltando entre os planos em um intervalo de Logo: J = 1/6τ.a (CS1- CS2)
tempo (fluxo) é:
JX-Y = 1/6τ. nS1.δt e JY-X = 1/6τ.nS2.δt Como “C” varia com a distância, para um determinado instante t:
CS2 = CS1 + a ∂ C
O fluxo efetivo de átomos de um plano para o outro, será o resultante ∂x t
entre os dois fluxos de sentidos opostos:
J = - 1/6τ .a2. ∂C J=-D ∂C
J.δt = 1/6τ. nS1.δt - 1/6τ. nS2.δt J = 1/6τ (nS1- nS2) ∂x t ∂x t
15 16
J=-D ∂C
∂x t
Sendo (∂C/∂x) constante:
Difusão ocorre no sentido
contrário ao do gradiente
A difusão ocorre em regime
permanente, sendo o fluxo de
J = fluxo (átomos/cm2s)
Percentual de A
átomos constante:
D = coeficiente de difusão (cm2/s)
∂C/ ∂x = gradiente de concentração (átomos/cm3.cm)
Δc/Δx J = - D. Cf – C0
Xf – X0
Nota: Adolf Eugen Fick (1829-1901): fisiologista alemão que foi o primeiro a apresentar a difusão
Distância
17 numa base quantitativa, utilizando equações matemáticas. 18
3
Solução:
Exemplo
Na interface Ni/MgO, tem-se 100% de Ni ou,
Uma camada de 0,05 cm de MgO é depositada entre placas quadradas,
com 2 cm de aresta, de níquel e tântalo para fornecer uma barreira de difusão e 4 átomos Ni/célula unitária
CNi = = 8,57x1022 átomos/cm3
evitar reações químicas entre os dois metais. A 1400 °C, íons de Ni são criados e se (3,6x10-8cm)3
difundem através do MgO para o tântalo. Determine o número de íons de níquel
que atravessam a cerâmica por segundo. O coeficiente de difusão do Ni em A proporção de Ni na interface Ta/MgO é 0%. Então, o gradiente
MgO é 9x10-12 cm2/s e o parâmetro de rede do Ni, cuja estrutura cristalina é CFC, de concentração é
a 1400 °C é 3,6x10-8 cm. 0 - 8,57x1022 átomos/cm3
ΔCNi /Δx = = 1,71x1024 átomos /cm3 cm
0,05 cm
2 cm Tântalo
2 cm O fluxo de Ni através da cerâmica é
MgO
J = - D ΔC 13 2
Δx = 1,54x10 átomos de Ni/cm s
0,05 cm
Níquel
Assim, o número total de átomos de níquel cruzando a interface
por segundo é
19 20
NNi = J (área) = 6,16x1013 átomos /s
D = D0 e-Q/RT
ln (D)
Q
tan θ = −
θ R
Temperatura Difusão
D0 = constante
R = constante universal dos gases = 1,987 cal/mol-K
1/T
T = temperatura absoluta (K)
21 Q = energia de ativação (cal/mol)
23 24
4
Exemplo
Um cilindro impermeável de 3 cm de diâmetro é dividido em duas partes, O número de átomos de nitrogênio no lado esquerdo do
com 10 cm de comprimento cada, por uma membrana de ferro, conforme mostrado na cilindro é igual ao produto do número de átomos de nitrogênio por
figura abaixo. Em um lado da membrana, uma mistura gasosa de 0,5×1020 átomos de unidade de volume pelo volume do cilindro:
nitrogênio por cm3 e 0,5×1020 átomos de hidrogênio por cm3 é continuamente
introduzida para garantir concentrações constantes de N e H nesta metade do tubo. No (0,5x1020 átomos/cm3) π(1,5 cm)2(10 cm) = 3,53x1021 átomos
outro lado da membrana, o cilindro é preenchido com uma mistura constante de
1×1018 átomos de N por cm3 e 1×1018 átomos de H por cm3. O sistema inteiro se
encontra a 700oC, o que faz com que o ferro tenha estrutura CCC. Como deve ser a O número máximo de átomos de N que podem atravessar a
membrana para permitir que no máximo 1% do nitrogênio e 90% do hidrogênio a membrana é 1% deste total, ou seja,
atravessem por hora?
(0,01)(3,53x1021) = 3,53x1019 átomos/h = 9,8x1015 átomos/s
10 cm 10 cm
0,5x1020 átomos de N / cm3
0,5x1020 átomos de H / cm3 ⇒ 3 cm Desta forma, o fluxo através da membrana será:
1,0x1018 átomos de N / cm3
1,0x1018 átomos de H / cm3 9,8x1015 átomos de N / s
Membrana de ferro J= = 1,39x1015 átomos de N / cm2s
π(1,5)2
com espessura Δx
25 26
Lembrando que
O coeficiente de difusão do nitrogênio no ferro CCC a 700°C (973 K) será:
Como,
J = -D (ΔC/Δx)
Temos,
Δx = -D(ΔC / J)
Δx = (-3,64x10-7)(1x1018 – 0,5x1020)/(1,39x1015)
5
Tipos de difusão
Quanto maior for a temperatura de fusão (= maior energia de
ligação), maior será a energia de ativação. Difusão Volumétrica: Átomos se movem através do cristal de
uma posição cristalina ou intersticial para outra. Devido aos
átomos vizinhos, a energia de ativação é alta e a difusão é lenta
180
C
W
Difusão em contornos de grão: Os átomos se movem ao
longo dos contornos e interfaces. A baixa densidade atômica dos
Q (kcal/mol)
120
Si
contornos favorece a difusão.
60
Fe
Ag
Pb Al
Cu Difusão superficial: É a difusão mais rápida pois os átomos
encontram menos restrições.
0
0 1000 2000 3000 4000 32
Temperatura de Fusão (°C)
34
D = 1,0e-120000/RT Por outro lado, quando a difusão se dá através dos contornos de grão,
6
14
4x10
Fluxo (Átomos/cm s)
12
2
4x10
D = 0,47e-66400/RT = 1,94x10-7 cm2/s
Com isto,
10
4x10
J = 1,22x1014 átomos Th/cm2 s
8
4x10
Volume Contorno de Grão Superfície
Tipo deDifuão
⇒ J= D
ΔC
Δx ΔC
J= D
Δx
41 42
7
Coeficiente de interdifusão (DAB) A B
A Segunda Lei de Fick
A B
Quando a concentração das espécies difundindo varia com o tempo:
A taxa de variação de átomos é relacionada Leva em conta o movimento diferenciado dos átomos de A e B;
com a taxa de variação da concentração com o
tempo da seguinte forma: JA = -DA dCA/dx e JB = -DB dCB/dx
dC/dt = J1 – J2 = J1 – (J1 +dJ/dx)
v = (x – x’)/dt = dx/dt; v é a velocidade dos marcadores
dC/dt = d(-J)/dx = d(D. dC/dx)/dx
O fluxo total de átomos que provoca o deslocamento dos marcadores é:
dC
=
d
[DB
dCB C
- B (DB – DA)
dCB
]
Soluções para a Segunda Lei de Fick
dt dx dx C dx
JB’ Métodos padrões mais conhecidos:
dC
=
d
[
dCB C
(DB - B (DB – DA)] JB 1º- A difusividade é suposta mente constante
dt dx dx C x +dx (Soluções para sistemas semi-infinitos)
x
As frações dos componentes A e B na liga são: fA=CA/C e fB=CB/C 2º - A difusividade é uma função da composição
fA + fB = 1
dC d dCB
= ( DB – fB.DB + fB.DA)
dt dx dx
dC d dCB
= (fA.DB + fB.DA)
dt dx dx
dC d2CB
= (fA.DB + fB.DA) DAB = fA.DB + fB.DA
dt dx2
47
2ª Equação de Darken
Difusão num sólido semi-infinito
8
Z
2 −y2 Função erro de
erf (Z ) =
π
∫e dy Gauss
0
Propriedades:
Para um sólido semi-infinito : erf (0) = 0
erf (∞) = 1
1) Para t = 0, todos os átomos do soluto que estejam presentes no
sólido estão distribuídos uniformemente com concentração: C = C0. erf (-∞) = -1
erf (-z) = - erf (z)
2) Para t > 0, a concentração na superfície se mantém constante, ou
seja, C = Cs em x=0 e C = C0 em x = ∞
∂C ∂ 2C Cs − Cx x
=D 2 ⇒ = erf
∂t ∂x Cs − C0 2 Dt Johann Carl Friedrich Gauss (1777 – 1855), matemático e cientista alemão com importantes
49 50 contribuições na matemática, astronomia, óptica, eletrostática, etc.
A solução para a segunda lei de Fick demonstra a relação que existe entre a
concentração, posição e o tempo, qual seja que Cx, sendo uma função do parâmetro
adimensional pode ser determinado em qualquer tempo e em qualquer
posição, bastando para tanto que os parâmetros Co, Cs e D sejam conhecidos.
Suponha que se deseje atingir uma determinada concentração de soluto C1 em uma
liga, o lado esquerdo da equação se torna então:
Logo o lado direito da equação também é uma
constante, logo ou
51 52
Exemplo
53 54
9
55 56
Soluções para a Segunda Lei de Fick Soluções para a Segunda Lei de Fick
Cs − Cx x O Método de Matano
= erf
Cs − C0 2 Dt
Neste segundo bem conhecido método supõe-se que a
Esse método de solução em que a difusividade é suposta difusividade é uma função da concentração
concentração, o que requer a solução
constante é conhecido como Método de Grube. da 2ª Lei de Fick na forma
É aplicável para os casos onde o coeficiente de difusão varia
muito pouco com a composição
Para ligas metálicas, pode ser aplicado nos casos em que se tem uma pequena A solução para essa equação não é trivial, sendo normalmente
diferença de composição entre as duas metades do par de difusão empregada a integração gráfica para a determinação do
coeficiente de difusão .
30% de A 35% de A
70% de B 65% de B
57 58
Soluções para a Segunda Lei de Fick Soluções para a Segunda Lei de Fick
O Método de Matano O Método de Matano
t é o tempo de difusão;
Após o ensaio de difusão e a análise química do material, deve-se: C0 é a concentração em unidades atômicas a uma distância x da
1º) Traçar uma curva de concentração em função da distância ao interface de Matano;
longo da barra;
C1 é a concentração de um lado do par de difusão, num ponto
2º) Escolher a seção transversal da barra na qual se igualam os afastado da interface, em que a composição é constante e não é
fluxos totais das duas espécies atômicas que se difundem (interface de afetada pelo processo de difusão.
Matano).
59 60
10
Soluções para a Segunda Lei de Fick Soluções para a Segunda Lei de Fick
O Método de Matano O Método de Matano
C1 C0
65 66
11
Difusão aplicada ao Difusão aplicada ao
processamento de materiais processamento de materiais
67 68
12