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8. Difusão
8.1. Introdução 8.6. Difusão numa solução real (estado não
uniforme)
Definição 8.6.1. Equações de Darken
Tipos de abordagens no estudo da difusão velocidades dos marcadores
8.2. Tipos de difusão Princípio da continuidade
Difusão Intragranular (substitucional e 8.6.2. Segunda Lei de Fick
intersticial)
Difusão na superfície livre e nos contornos dos Método de Grube (função erro)
grãos; Método de Matano
Difusão nas linhas de discordâncias (Difusão Difusividades intrínsecas
tubular) 8.7. Autodifusão
Difusão combinada. 8.8. Efeito da temperatura no coeficiente de
8.4. Mecanismos de difusão difusão
Soluções sólidas (solvente e soluto) 8.9. Difusão química
Lacunas, átomos intersticiais e substitucionais 8.10. Difusão em contornos de grãos
8.4.1. Efeito Kirkendall 8.11. Eletrotransporte e termomigração
8.4.2. Mecanismo de troca direta
8.4.3. Mecanismo do anel de Zener
8.3. Difusão numa solução ideal (estado uniforme)
Primeira lei de Fick
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Tópicos de Metalurgia Física
8. Difusão
8.1. Introdução
Definição de difusão: é uma forma de transporte de massa.
Nos gases e nos líquidos este transporte pode ser efetuado por convecção ou
por difusão.
Nos sólidos o transporte é efetuado apenas por difusão.
Pontos de vista no estudo da difusão:
Fenomenológico: procura-se descrever a velocidade e a quantidade de
transporte de massa em termos de parâmetros que se
possa medir experimentalmente. Ex.: controle de processos
(carbonetação, nitretação, têmpera e homogeneização).
Atomístico: mecanismo pelo qual os átomos se movem. Ex.: processos de precipitação
Difusão nos sólidos: é a movimentação atômica dentro do reticulado cristalino.
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8. Difusão
8.4. Mecanismos de difusão
Soluções sólidas (solvente e soluto)
Lacunas
Átomos substitucionais
Átomos intersticiais
8.4.1. Efeito Kirkendall
Procedimento Experimental
Soluções binárias
Par de difusão soldados (interface)
Marcadores de fios de metal refratário (molibdênio)
Tratamento isotérmico (aquecimento+estabilização)
Usinagem do par de difusão em fatias
Análise química de cada fatia
Curvas de penetração
Observações
Deslocamento dos marcadores durante a difusão
O deslocamento dos marcadores (x) depende da
temperatura do tratamento (T1/2)
Neste caso, os átomos A se deslocaram mais rápidos que os de B
Os mecanismos de movimentação das lacunas (e a sua existência) são
utilizados para explicar o deslocamento (fluxo) de massa.
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8. Difusão
8.4.1. Efeito Kirkendall
Par de difusão Ni-Cu
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8. Difusão
8.5. Difusão numa solução ideal (estado uniforme)
Solução ideal - não há interação entre os
átomos
dn
Gradiente de concentração A
(escala atômica) dx
dn A
J A DA . A.
dx
dnB
J B DB . A.
dx
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8. Difusão
8.6.1. Equações de Darken
Cálculo da velocidade dos marcadores (velocidade de difusão dos átomos são diferentes)
x x´ volume
v
dt tempo..x..área
nA + nB = constante
(transporte de massa - volume/átomo independe
da concentração e a porosidade é desprezada)
volume J Re sul tan te J JB
A
tempo N A N B N A N B
dn A dn dn dn dn dn
( DA . A. DB . A. B ) A( DA A DB . B ) DA A DB . B
x x´ volume dx dx dx dx dx dx
v
dt tempo..x..área (n A nB ). A (n A nB ). A n A nB
Considerando NA
nA
NB
nB
1 N A
dN B dN
A
N A NB N A NB dx dx
x x´ volume dN
1a equação de Darken v ( DA DB ). A
dt tempo..x..área dx
Esta equação relaciona as duas difusividades intrínsecas com a velocidade dos marcadores e o gradiente de
concentração. Estas duas últimas podem ser determinadas experimentalmente, mas não as difusividades.
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8. Difusão
8.6.1. Equações de Darken
Deve-se relacionar a velocidade com que o número
de uma espécie de átomo varia dentro de um pequeno
elemento de volume.
( J A ) X n A .v. A A.DA .
dn A e para o fluxo na secção nn (x+dx) é : ( J A ) x dx ( J A ) x d ( J A ) x .dx
dx dx
dn A dn
d (n A .v. A A.DA . ) d ( DA . A n A .v)
O fluxo resultante: ( J A ) x ( J A ) x dx ( J A ) x ( J A ) x dx .dx dx . Adx
dx dx
A velocidade de variação do número de átomos A por unidade de volume [dentro do volume A(dx)] é :
dn A
( DA . n A .v)
( J A ) x ( J A ) x dx dx
A.dx x
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8.6.1. Equações de Darken
n A
Esta equação fornece a variação da concentração dos átomos A pelo tempo ( = NA.m3.s-1.m-2 = NA.s-1)
t
no volume de controle (princípio da continuidade para o transporte unidirecional).
dn
( DA . A n A .v)
n A ( J A ) x ( J A ) x dx dx
t A.dx x
Reescrevendo a equação em função de NA e utilizando a 1a equação de Darken (velocidade), temos a relação:
N A ( N B DA N A DB ) dN A ( DF ) dN A
. .
t x dx x dx
onde DF = NBDA+NADB (2 equação de Darken). Este parâmetro relacionas as difusividades intrínsecas
a
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5. Difusão
5.6.3. Resolução da 2a lei de Fick (método de Grube)- Experiência
Considere o par de difusão: aço (Fe- 1%C) e Fe puro. O par de difusão é aquecido a 700°C.
Após alguns minutos a temperatura será estabelecido um equilíbrio local na interface aço/ferro.
Após algum tempo o par de difusão é resfriado a temperatura ambiente.
Análises químicas são realizadas e obtém-se o perfil do %C em função de x e o tempo (curvas de
penetração).
No entanto, este perfil pode ser alterado devido as difusividades intrínsecas, obtendo-se outras curvas.
Assim o gradiente de concentração varia com a posição, tempo e conseqüentemente com o fluxo (figura b).
Problema: Como descrever a velocidade com que os átomos de C se movem para a direita ?
As seguintes condições de contorno será aplicada na 2a lei de Fick:
1. Para t =0, a concentração inicial na posição x é N (x,0) = 0 (condição inicial).
2. Para t > 0, a concentração na interface é N (x = 0,t) = No/2. (velocidades dos átomos não são
funções da concentração, esta condição torna os decaimentos nos lados esquerdo e direito simétricos)
3. Para t > 0, a concentração nos terminais da barras N (x = ,t) = 0.
(Os terminais das barras não são afetadas pelo processo de difusão).
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5.6.3. Resolução da 2a lei de Fick (método de Grube)- Experiência
A transformada de Laplace, onde t é uma variável independente, é utilizada para resolver a 2a lei de Fick:
N o
x
N ( x, t ) . 1 f err
2
2. DF .t
A equação ferr é a função erro gaussiana. O valor desta função é tabelada (y = ferr(y)).
Se no par de difusão, o lado direito da barra contém uma concentração Ni de átomos C, então as condições
de contorno serão alteradas para:
1. Para t =0, a concentração inicial na posição x é N (x,0) = Ni (Condição inicial).
2. Para t > 0, a concentração na interface é N (x = 0,t) = (No-Ni)/2. (condição de simetria da curva)
3. Para t > 0, a concentração nos terminais da barras N (x = ,t) = 0. (Sem difusão nos terminais)
N o N i
x
N ( x, t ) N i . 1 f err
2
2. DF .t
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5. Difusão
5.6.4. Problema 1 - Carbonetação
Uma barra de Fe puro com um terminal é colocada numa caixa de grafita e aquecida a 700°C.
Após alguns minutos a temperatura será estabelecido um equilíbrio local na interface grafita/ferro.
As composições das duas fases que se encontram na interface são determinadas no diagrama de equilíbrio
de fase a 700°C. O ferro alfa está em equilíbrio com a fase Fe3C (cementita) a 700oC. Uma camada de
carbeto é formada na superfície do Fe como resultado do equilíbrio local e a composição do carbono no Fe
à direita desta interface é determinada a partir do diagrama de fase como Cs. Fisicamente, isto significa que
na superfície esquerda da barra de Fe a composição pula para um valor de Cs no tempo zero e ai permanece.
Isto causa a geração de um gradiente de concentração de C (dC/dt) muito grande no terminal esquerdo da
barra de Fe de modo que o C se difunde na barra a uma velocidade muito alta produzindo os perfis
mostrados na figura. Determine estes perfis de difusão?
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5.6.4. Problema 1 - Carbonetação
As seguintes condições de contorno será aplicada na 2a lei de Fick:
1. Para t =0, a concentração inicial na posição x é C (x,0) = 0 (condição inicial).
2. Para t > 0, a concentração na interface é C (x = 0,t) = Cs (concentração após o equilíbrio a 700oC)
x
A resolução é:
C ( x, t ) CS . 1 f err
2. D .t
F
Uma questão prática na carbonetação é: Qual a espessura de camada carbonetada com uma concentração
de Cc (arbitrário) é alcançada na barra em função do tempo? Os perfis de difusão para os três tempos t1,
t2 e t3 são mostradas na figura para Cc = Cs/2.
CS x x
C . 1 f f CC 0 , 5 0,5
A partir da equação acima, pode-se deduzir que: 2
S
err
2. D .t err
2. D .t
F F
Encontrando o argumento da ferro(y) = 0,477, obtém-se: xCC 0 , 5 0,954 D.t
Assim a espessura de carbonetação
é uma função da difusividade e do
tempo. Esta é uma equação de grande
utilização nos processos de cementação.
Deduza uma equação deste tipo para o
caso de haver uma concentração inicial
na barra. Resolução de Laplace:
Ci x
C ( x, t ) CS . 1 (1 ). f err
CS 2. DF .t
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5. Difusão
5.6.5. Problema 2 – Regiões Bifásicas
Estudo do par de difusão grafita-Ferro numa temperatura T1 acima da temperatura eutetóide.
Através do exame metalográfico da barra encontra-se um contorno de fase (interface) bastante estreito
movendo-se diretamente de cima para baixo da barra.
O equilíbrio local na interface grafita-ferro fixou a composição do terminal esquerdo da barra em C3.
Na temperatura T1 todo o Fe com composição entre C3 e C2 está com estrutura cristalina CFC (Fe-) e o
Fe com composição C < C1 tem estrutura CCC (Fe-) [interface das fases varia com tempo].
O diagrama de fase mostra que na temperatura T1, não é possível haver ferro contendo qualquer
composição entre C1 e C2 (uma fase única) porque C1 é a quantidade máxima de carbono que o Fe- pode
dissolver e C2 é a quantidade mínima que o Fe- pode ter.
Entretanto, a barra de ferro poderia possuir uma composição média entre as citadas composições caso
consistisse de uma mistura de Fe- e Fe-. Neste caso poder-se-ia ter difusão entre C1 e C2 no diagrama
caso ocorresse uma mistura de duas fases.
Os experimentos mostraram que:Regiões bifásicas nunca se formam em pares de difusão
Como conseqüência, sempre se observa
contornos de fase abruptos em pares de
difusão. Estes contornos de fase são
pontos de equilíbrio locais uma vez
que as duas fases em contato estão
essencialmente em equilíbrio na
temperatura da experiência.
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5. Difusão
5.6.6. Problema 3 – Carbonetação a Gás
Considere uma peça imersa num gás contendo C (CH4). As condições de contorno são:
1. Para t =0, a concentração inicial para todo x: C (0 < x < ,0) = C0 (condição inicial).
2. Para t > 0, a concentração na superfície: C (x = 0,t) = CS (CS é a concentração da atmosfera gasosa )
3. Para t > 0, a concentração no centro da amostra: C (x = ,t) = C0 (sem difusão nos terminais)
x
Através da transformada de Laplace, tem-se:
C ( x, t ) Co (CS Co ). 1 f err
2. DF .t
C x Co x
1 f err
C S Co
Resolver problemas. 2. DF .t
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5. Difusão
5.6.7. Resolução da 2a lei de Fick (método de Matano)- Experiência
5.6.8. Difusividades intrínsecas
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5. Difusão
5.7. Autodifusão
Difusão de um soluto (isótopo radioativo) num solvente de um isótopo não radioativo do mesmo metal
diferença de massa entre os isótopos provoca vibração no isótopo em torno do ponto de equilíbrio na rede
isótopos tem freqüências diferentes (velocidade dos saltos atômicos )
1 m 1
Relação das freqüências dos isótopos * . , m é a massa e * corresponde ao isótopo radioativo
m*
Isótopos tem composições químicas idênticas difusividades intrínsecas dos isótopos DA = DA* = D
Aplicando a 2a equação de Darken : DF = NA*.DA+ NA. DA* = (NA*+ NA).D = D (pois NA*+ NA = 1)
Autodifusão ocorre numa solução ideal e D independe da concentração, assim pode-se utilizar a
.a 2 a2 a2
expressão da difusividade encontrada pela 1a equação de Fick : D DCS DCCC
6. 8.
onde a é o parâmetro de rede e constante da estrutura
a2
1 ( Qm QF )
DCFC
O número de saltos por segundo dadas por um átomo ra A.e RT
12.
A constante A = Z., onde Z é o no de coordenação e é a freqüência de vibração do reticulado.
.a 2 ( Qm QF )
D .a 2 .Z ..e RT
Esta equação pode ser reescrita considerando a variação da entropia (desprezada para as lacunas)
( S m S F ) ( Qm QF )
D .a 2 .Z ..e R
.e RT
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5. Difusão
5.8. Influência da temperatura no coeficiente de difusão
Difusão de um soluto (isótopo radioativo) num solvente de um isótopo não radioativo do mesmo metal
diferença de massa entre os isótopos provoca vibração no isótopo em torno do ponto de equilíbrio na rede
isótopos tem freqüências diferentes (velocidade dos saltos atômicos )
1 m 1
Relação das freqüências dos isótopos * . , m é a massa e * corresponde ao isótopo radioativo
m*
Isótopos tem composições químicas idênticas difusividades intrínsecas dos isótopos DA = DA* = D
Aplicando a 2a equação de Darken : DF = NA*.DA+ NA. DA* = (NA*+ NA).D = D (pois NA*+ NA = 1)
Autodifusão ocorre numa solução ideal e D independe da concentração, assim pode-se utilizar a
.a 2 a2 a2
expressão da difusividade encontrada pela 1a equação de Fick : D DCS DCCC
6. 8.
onde a é o parâmetro de rede e constante da estrutura
a2
1 ( Qm QF )
DCFC
O número de saltos por segundo dadas por um átomo ra A.e RT
12.
A constante A = Z., onde Z é o no de coordenação e é a freqüência de vibração do reticulado.
.a 2 ( Qm QF )
D .a 2 .Z ..e RT
Esta equação pode ser reescrita considerando a variação da entropia (desprezada para as lacunas)
( S m S F ) ( Qm QF )
D .a 2 .Z ..e R
.e RT
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