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Artigo de revisão de literatura

Avanços em caracterização de amostras sólidas cristalinas através


de Difratometria de Raios-X

Henrique Duarte da Fonseca Filho1 e Gerson Anderson de Carvalho Lopes2


1 Graduado em Física pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2001), mestrado em Física pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (2004) e doutorado em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). Atual-
mente é professor Adjunto II da Universidade Federal do Amapá. E:mail: hdf_filho@unifap.br
2 Graduado em Licenciatura em Química pela Universidade do Estado do Amapá e em Licenciatura em Física pela Universida-
de Federal do Amapá. E-mail: gerson_anderson1@hotmail.com

RESUMO: Neste artigo realiza-se uma revisão sobre os fundamentos


da técnica de difratometria de raios X, bem como sua utilização nas
empresas, universidades, indústrias e centros de pesquisa, como sendo
uma das mais difundidas e importantes técnicas de caracterização uti-
lizadas atualmente. Buscou-se fornecer um entendimento simples, po-
rém completo, do princípio da técnica, e suas aplicações, o mecanismo
de geração dos raios-X, sua interação com os cristais, a instrumenta-
ção do método, a geração dos difratogramas e sua análise bem como
uma exploração das caracterizações possíveis com a técnica de DRX.
Por fim, dedica-se uma seção para uma técnica relacionada, a espec-
trometria de fluorescência de raios-X.
Palavras-chave: Difração de raios-x; caracterização de materiais; estruturas
cristalinas.
ABSTRACT: Advances in crystal solid sample characterization
by x-ray diffratometry. In this article is make an overview of the
fundamentals of the technique of X-ray diffraction as well as its use in
companies, universities, industries and research centers, as one of the
most widespread and important characterization technique used today.
We sought to provide an simple, but complete, understanding of the
principle of the technique and its applications, the generation mecha-
nism of X-rays, their interaction with the crystals, the instrumentation
of the method, the generation and analysis of diffraction patterns as
well as an exploration of possible characterization with XRD tech-
nique. Finally, a section is dedicated to a related technique, the X-ray
fluorescence spectrometry.
Keywords: X-ray diffraction; materials characterization; crystal structures.

1 Introdução lhelm C. Röntgen (1845-1923), em 1895,


que primeiro percebeu uma forma de ra-
A Difratometria de Raios-X (DRX) é diação que podia atravessar diferentes
uma técnica de caracterização de estrutu- materiais sólidos e escurecer uma chapa
ras cristalinas bastante difundida e larga- fotográfica de um halogeneto de prata.
mente utilizada. Suas origens remontam Assim, Röntgen não somente descobriu
ao princípio do século XX, com a desco- os raios-X como também realizou a pri-
berta dos raios-X pelo físico alemão Wi- meira radiografia, na qual visualizou os
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ossos de uma das mãos de sua esposa ou destrutiva. No primeiro caso, as ampli-
(SOUZA; BITTENCOURT, 2008). Por tudes se somam e no último, estas se can-
essa descoberta Röntgen foi laureado com celam, anulando-se.
o prêmio Nobel de Física do ano de 1901. Um padrão de obstáculos à passagem
À época da descoberta dos raios-X não das ondas que seja periódico no espaço é
se tinha certeza sobre a sua natureza, se denominado rede ou grade de difração e,
ondulatória ou corpuscular. Um experi- ao ser atravessada por um feixe de radia-
mento foi sugerido pelo físico Max Von ção gera um padrão característico de in-
Laue (1879-1960), no qual, se os raios X terferências construtivas e destrutivas,
fossem uma espécie de radiação, deveri- cuja forma depende do arranjo da rede de
am produzir um padrão ondulatório ca- difração. Este padrão pode ser impresso
racterístico ao atravessar uma grade de em uma chapa fotográfica e é útil para
difração (GUINEBRETIÈRE, 2007). extrair informações sobre como estão or-
Porém uma grade de difração nesse caso ganizadas as partículas na grade de difra-
precisaria ter dimensões de bilionésimos ção.
de metro, motivo pelo qual Laue sugeriu No caso da difratometria de raios X, a
que um cristal regular seria uma boa gra- grade de difração é um cristal de algum
de de difração. A experiência mostrou-se composto químico, e os componentes da
bem sucedida e este experimento confir- rede são átomos ou moléculas do com-
mou a característica ondulatória dos raios posto. Cada átomo ou molécula ocupa um
X e inaugurou dois ramos interligados, ponto da rede, e a menor unidade do cris-
porém distintos, de pesquisa: o estudo da tal que mantém sua simetria é denomina-
natureza e das propriedades dos raios-X e da célula unitária. A célula unitária con-
a investigação das estruturas internas dos tém toda a informação sobre a geometria
cristais, a cristalografia (NUSSENZ- do cristal uma vez que este pode ser cons-
VEIG, 1997). Esta descoberta lhe valeu o truído a partir de múltiplas cópias desta
prêmio Nobel de Física de 1914. célula unitária transladadas tridimensio-
Quando uma onda atravessa uma regi- nalmente (KITTEL, 1996). O espaçamen-
ão onde há obstáculos cujo tamanho se to entre dois pontos da rede característi-
aproxima do comprimento de onda da cos dos cristais é da ordem de 10-10m, que
radiação, sofre um espalhamento, deno- equivale ao comprimento de onda carac-
minado difração, isto é, ocorrem simulta- terístico das radiações eletromagnéticas
neamente a reflexão de parte dessa onda e na faixa espectral dos raios-X, por isso
a absorção parcial da energia transportada sendo capaz de produzir efeitos perceptí-
pela onda, que é subsequentemente emiti- veis de difração neste tipo de onda.
da em todas as direções como uma radia- Quando se conhece a estrutura cristali-
ção secundária. O resultado é a propaga- na do material, pode-se inferir a forma do
ção da onda original em várias direções padrão de difração gerado por ele. Porém
distintas da inicial. Se existe mais de um normalmente em cristalografia realiza-se
obstáculo à trajetória da radiação, as on- o trabalho inverso, deduzindo a estrutura
das espalhadas por ambos podem intera- cristalina através do padrão de difração
gir, sendo este fenômeno conhecido como (CULLITY, 1956). Há 7 diferentes tipos
interferência, e esta pode ser construtiva de redes cristalinas, ou sistemas cristali-

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nos, conhecidas como redes de Bravais Na indústria aeronáutica e espacial, a


(Auguste Bravais, 1811-1863), que por DRX é utilizada na análise e desenvolvi-
sua vez dão origem a 14 tipos diferentes mento de superligas (ou ligas de alto de-
de estruturas cristalinas, sumarizadas no sempenho), necessárias na fabricação de
quadro 1. turbinas a gás. A DRX é utilizada para
medir orientação preferencial em peças
Quadro 1: Diferentes sistemas reticulares e de turbinas, estudar o desempenho meta-
seus respectivos parâmetros de rede: arestas e lúrgico das ligas e suas fases, determinar
ângulos. a tensão residual e medir a austenita (fer-
Sistema Parâmetros de rede ro na fase γ, rígido) retida em aços, além
a≠b≠c de localização de defeitos no processo de
Triclínico
α≠β≠γ
produção e análise de falhas (JONES,
a≠b≠c
Monoclínico 2000).
α = γ = 90o ≠ β
a≠b≠c Na indústria automobilística, a DRX é
Ortorrômbico utilizada para caracterizar e avaliar de-
α = β = γ = 90o
a=b≠c sempenho de peças e partes de escapa-
Tetragonal
α = β = γ = 90o mentos catalisadores e resíduos na super-
Romboédrico a=b=c fície de chapas de aço galvanizado, além
(Trigonal) 120o > α = β = γ ≠ 90o de análise quantitativa de fases intermetá-
a=b≠c licas (LOWE-MA; VINARCIK, 2000).
Hexagonal
α = β = 90o, γ = 120o Em exploração e produção de petróleo,
a=b=c a DRX serve para caracterização minera-
Cúbico
α = β = γ = 90o lógica completa da rocha, identificação
Fonte: Adaptado de Fundamentals of the do tipo de argilo-mineral e caracterização
Physics of Solids, Jenö Sólyom, 2002
de incrustações em dutos e impurezas em
filtros (IYENGAR, 2000).
2 Aplicações da técnica de DRX
A DRX é utilizada ainda na minera-
ção industrial e exploração de novos de-
A difração de raios X é, entre outras
pósitos, na análise quantitativa de fases
técnicas analíticas, uma poderosa ferra-
clinker de cimentos Portland e por orga-
menta de auxílio no desenvolvimento de
nizações de saúde no controle de materi-
materiais semicondutores, cujo emprego
ais nocivos, como silicatos e asbestos
na indústria eletroeletrônica é primordial
(SILVA, 2007). Na medicina, a DRX é
na fabricação de diodos, transistores, mi-
usada para analisar materiais para im-
croprocessadores e nanocircuitos basea-
plantodontia e outras aplicações biomédi-
dos na nanotecnologia.
cas (NOVO et al., 2006; CONZ, 2010).
As análises mais utilizadas no setor são
Há ainda a utilização em indústrias de
as de fases amorfas e cristalinas, tensão
polímeros, tintas e pigmentos, e na indús-
residual, filmes finos, reflexão e textura,
tria farmacêutica, no projeto, formulação
além de estudos de transformação de fase,
e desenvolvimento de remédios no estado
reação cinética e comportamento da ten-
sólido (BARBOSA, 2009).
são com a temperatura, com o auxílio de
O método de DRX também é utilizado
assessórios de alta temperatura
na indústria metal-mecânica, nos diversos
(GOLDSMITH et al., 2000).
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processos de hidrometalurgia, e na análise No processo de geração dos raios X,


de fraturas de materiais metálicos; na elétrons são ejetados de um cátodo e ace-
química, no projeto e desenvolvimento de lerados por um campo eletromagnético
materiais luminescentes, detergentes e em direção a um ânodo, com o qual coli-
materiais de limpeza; na museologia, na dem e são desacelerados, emitindo radia-
arqueologia, na ciência forense e em la- ção que possui comprimento de onda na
boratórios alfandegários (CHUNG; SMI- faixa dos raios X. Essa radiação é emitida
TH, 2000). na forma de um contínuo de frequências,
que variam à medida que os elétrons são
3 Processo de geração dos raios X desacelerados. Além disso, a colisão dos
elétrons com o ânodo também é capaz de
O físico escocês James Clerk Maxwell transferir aos elétrons do material energia
(1831-1879) mostrou, nos fins do século suficiente para promovê-los para um es-
XIX, que ao estarem sujeitas a uma acele- tado de maior energia, no entanto, por
ração, partículas carregadas eletricamente buscar a estabilidade, os elétrons retor-
perderiam energia para o meio no qual se nam aos seus estados não excitados, emi-
propagam através da emissão de ondas tindo radiação de energia correspondente
eletromagnéticas (GRIFFITHS, 1999). A à diferença entre os orbitais nos quais ele
existência das ondas eletromagnéticas foi se move (BRUNDLE; EVANS; WIL-
confirmada por Heinrich Hertz (1857- SON, 1992).
1894) em 1888. O processo de geração de Assim, a radiação emitida pelo ânodo é
ondas eletromagnéticas é bem conhecido a superposição de uma porção contínua
pelos estudantes de graduação em Física (background), que não é utilizada na cris-
(GRIFFITHS, 1999; JACKSON, 1962). talografia, e de faixas discretas estreitas,
A escolha da radiação na análise de chamados de picos, cujas frequências são
materiais depende do comprimento de características do material de que é feito o
onda e da potência adequada à análise do ânodo. Alguns materiais comuns usados
tipo de material em estudo, além de fato- na fabricação de ânodos para geradores
res econômicos e da disponibilidade do de raios X são o cobre e o molibdênio.
tipo de radiação. A geração de raios X Isto é mais bem visualizado na figura 1.
nos primeiros difratômetros ocorria atra-
vés de um tubo de Crookes (Sir William
Crookes, 1832-1919), que consiste em
um sistema composto por dois eletrodos
confinados em uma ampola de vidro em
um ambiente evacuado, o qual é submeti-
do à uma diferença de potencial para ge-
rar as cintilações de raios X. Atualmente,
as fontes existentes de difração de raios X
são os ânodos selados, ânodos rotatórios e
os aceleradores de partícula de alta ener-
gia, conhecidos por luz síncrotron
(BRUNDLE; EVANS; WILSON, 1992).

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Figura 1: de emissão de um ânodo de mo-


libdênio bombardeado por um feixe de elé-
trons

Os picos Kα, Kβ, etc. são correspon-


dentes aos diferentes gaps (intervalos) de
energia entre os orbitais atômicos no âno-
do, dos níveis mais elevados (L, M, ...)
para o nível mais baixo (K). Não são le- Figura 2: Escolha de um material para sele-
vadas em consideração as transições que cionar o Ka do molibdênio
ocorrem em camadas mais elevadas pois
a intensidade da radiação emitida por elas 4 Interação dos raios-X com o cristal
não é alta o suficiente para ser utilizada.
Normalmente, o primeiro pico, Kα, é mais Após ser gerado no ânodo, o feixe de
proeminente, sendo este o escolhido para raios X é colimado e, se necessário “fil-
atingir a amostra. trado”, antes de atingir o cristal. Após
Isto se consegue fazendo o feixe passar atingir a superfície do material, o feixe
por um filtro, que consiste em uma lâmi- sofre reflexão e atinge um detector. Uma
na de um metal – comumente Cu ou Al - fração do feixe que não é refletida na su-
que absorve o comprimento de onda cor- perfície penetra no material e é refletida
respondente ao Kβ, deixando passar li- pela segunda camada de átomos do mate-
vremente o Kα. O feixe, uma vez filtrado, rial, sendo também direcionada para o
como mostra a figura 2, atinge a amostra detector. Esse processo se repete para os
a ser analisada. planos seguintes de átomos do cristal até
que a intensidade do feixe for suficiente-
mente grande para ser transmitida (SÓL-
YOM, 2002). Os raios refletidos pelos
diferentes planos cristalinos podem inter-
ferir entre si, de maneira construtiva ou
destrutiva no detector, dependendo do
ângulo de incidência do feixe original.
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Em 1915, William Bragg (1862-1942) rem as interferências construtivas na di-


propôs um modelo simples para os ângu- fratometria de raios X.
los nos quais ocorre interferência constru-
tiva, explicado a seguir.

Figura 4: Diferença de caminho óptico entre


dois feixes refletidos por planos vizinhos do
Figura 3: Representação esquemática da cristal
interação dos raios-X com o cristal
5 Instrumentação do método DRX
Na figura 3 são mostrados diferentes
raios de comprimento de onda λ que inci- Existem diferentes maneiras de se es-
dem sobre a superfície de uma amostra, tudar a estrutura interna de materiais atra-
formando um ângulo de incidência θ com vés da difração de raios X, variando-se os
o plano da superfície, sendo uma parte do parâmetros envolvidos na técnica. O pa-
feixe refletida pelo primeiro plano crista- râmetro que normalmente faz a diferença
lino, outra pelo segundo plano, outra ain- entre uma técnica e outra é a forma da
da pelo plano seguinte e assim por diante. amostra. Há difratômetros que utilizam
A condição para que seja detectado um uma amostra sólida e outros que investi-
máximo de reflexão para o feixe que dei- gam um analito na forma de pó. O difra-
xa a amostra é que os raios “saiam em tômetro instalado no LABMAT (Labora-
fase”, isto é, possuam a mesma medida de tório de Ciência dos Materiais) da UNI-
elongação no momento em que partem da FAP, mostrado na figura 5, é um modelo
amostra (VAN VLACK, 1970). Logo, Mini Flex II, da marca Rigaku, que pode
isto ocorrerá, se a diferença de caminho analisar tanto amostras sólidas como pul-
entre os raios for um número inteiro de verizadas.
comprimentos de onda.
Considerando apenas os dois primeiros
planos na figura 3, a distância HPH’ deve
ser igual a nλ, em que n é um número
inteiro. Portanto, da geometria, como po-
de ser visto na figura 4, resulta que
= 2 sen
Esta equação é conhecida como Lei de
Bragg, e expressa para que ângulos ocor-

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Figura 6: Difratograma de amostra de Si 111


padrão da marca Rigaku

Figura 5: Difratômetro de raios X, Mini Flex 7 Análise dos difratogramas


II, do LABMAT. UNIFAP
A partir dos difratogramas obtidos para
6 Geração dos difratogramas uma determinada amostra, podem-se infe-
rir informações sobre as propriedades dos
Os difratômetros que utilizam a amos- diferentes compostos cristalinos. Com a
tra na forma de pó possuem um detector difração de pó, materiais cristalinos po-
móvel, capaz de girar em torno do mate- dem ser analisados segundo os seguintes
rial analisado, de modo que vários ângu- métodos: análise qualitativa e quantitativa
los de reflexão sejam varridos. Este me- de fases, determinação de rede cristalina e
canismo capaz de captar os raios refleti- parâmetros de rede, refinamento estrutu-
dos em vários ângulos chama-se goniô- ral, determinação do tamanho do cristali-
metro. Assim, são detectadas as diferen- to, tensão residual, análise de textura e
ças na intensidade do feixe refletido em estudo de defeitos cristalinos
função do ângulo de reflexão, que pelas (GUINEBRETIÈRE, 2007).
leis da reflexão, é igual ao ângulo de in- Cada retículo cristalino possui uma re-
cidência. Para os ângulos nos quais os lação geométrica entre o espaçamento
feixes refletidos interferem construtiva- entre os sucessivos planos cristalinos e os
mente, é detectado um máximo de refle- parâmetros de rede, isto é, as medidas das
xão que pode ser medido em contagens arestas da célula unitária do cristal. Para o
por segundo (cps), para os demais ângu- retículo cristalino mais simples, isto é, a
los, apenas é detectada a radiação de fun- rede cúbica, esta relação é a seguinte:
do. O gráfico da intensidade do feixe de 1 ℎ + +
=
raios-X detectado versus ângulo de inci-
dência é chamado de difratograma, e um Na equação acima, d é o espaçamento
exemplo é mostrado na figura 6. entre os planos cristalinos, a é o parâme-
tro de rede, isto é, o tamanho da aresta de
uma célula unitária, e h, k, l são os índi-
ces de Muller, que dão as coordenadas de
cada ponto da rede dentro do cristal.
Combinando esta equação com a lei de
Bragg, temos a seguinte expressão:

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sin 311 11 √ × √
= 222 12 √ √ √
4 ℎ + +
onde se verifica que a partir dos valo- Fonte Zachariasen, Theory of X-Ray Diffrac-
res medidos dos ângulos de interferência tion, 1967.
construtiva deve-se encontrar uma lista de
valores adequados de números inteiros de Há também critérios para estruturas te-
modo que a razão no lado esquerdo seja tragonais e hexagonais, que são diferentes
igual a uma constante. daqueles para estruturas cúbicas, pois,
O quadro 2 mostra como diferenciar, enquanto naquelas havia somente um pa-
entre os retículos cristalinos cúbicos, as râmetro de rede a ser determinado, nestas
estruturas cúbica simples (CS), cúbica de existem dois, e , o tamanho da base e a
corpo centrado (CCC) e cúbica de face medida da altura da célula unitária
centrada (CFC). (CULLITY, 1956).
Considerando-se uma estrutura cúbica Existem métodos gráficos, que foram
simples (CS) e voltando a face 001 para o desenvolvidos nos primórdios da cristalo-
feixe do difratômetro, observa-se refle- grafia, capazes de identificar, a partir de
xão. No entanto, para uma estrutura cúbi- um difratograma, as estruturas tetragonal
ca de corpo centrado (CCC), existe um e hexagonal.
átomo localizado na metade da distância À medida que as estruturas tornam-se
entre os planos mostrados na figura 2 pa- menos simétricas, o número de parâme-
ra cada célula unitária, de modo que o tros a ser determinados aumenta e tam-
feixe difratado por estes átomos está bém aumenta a dificuldade na identifica-
completamente fora de fase com os feixes ção do retículo cristalino. Um meio rápi-
difratados pelos planos adjacentes, logo do de determinar se uma estrutura possui
os planos 001 não fornecem reflexão em alta ou baixa simetria consiste em verifi-
estruturas CCC. Argumentos semelhantes car o número de linhas (picos) presentes
podem ser utilizados para fazer a mesma no difratograma. Se este número for mui-
previsão em relação a estrutura cúbica de to elevado, a estrutura é pouco simétrica,
face centrada (CFC). enquanto que as estruturas mais simétri-
cas (cúbicas) apresentam número reduzi-
Quadro 2: Critérios de seleção para determi- do de picos (ZACHARIASEN, 1967).
nação das estruturas CS, CCC e CFC através O método mais utilizado para refina-
de difratometria de raios-X mento e tratamento dos difratogramas é o
Índices Ocorre reflexão? método de Rietveld, no entanto, seu tra-
2 2 2
hkl h + k + l CS CCC CFC tamento sistemático é demasiado extenso
100 1 √ × × para caber neste artigo (CULLITY, 1956;
110 2 √ √ × GUINEBRETIÈRE, 2007).
111 3 √ × √
200 4 √ √ √ 8 Caracterização por DRX
210 5 √ × ×
211 6 √ √ ×
A técnica de DRX tem sido vastamente
220 8 √ √ √
300 9 √ × × utilizada na caracterização aliada a outras
310 10 √ √ × metodologias tais como microscopia ele-
trônica de varredura, microscopia vibra-
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cional na região do infravermelho (SI- tra de NaCl, onde se pode notar a presen-
GOLI et al., 2000), espectrometria de ça de picos correspondentes aos planos
massas e ressonância magnética nuclear com índices todos pares ou todos ímpa-
(PICCOLI et al., 2006). res, de forma que se pode afirmar que a
A identificação de fases presentes é estrutura do NaCl é cúbica de face cen-
baseada na comparação de um perfil des- trada.
conhecido com o conjunto de difração
padrão coletado e mantido pelo JCPDS
(Joint Committee on Powder Diffraction
Standarts). Dentre as vantagens da técni-
ca de DRX para a caracterização de fases
destacam-se a simplicidade e rapidez do
método, a confiabilidade dos resultados
obtidos (visto que cada padrão obtido é
peculiar a cada fase), a possibilidade de
realização de análise em amostras consti-
tuídas de várias fases cristalinas e a análi-
se quantitativa destas fases (PICCOLI et Figura 8: Difratograma de amostra de NaCl,
al., 2006; ALBERS et al., 2002). obtida com raios-X de fonte de Cu. Fonte:
Brundle, Evans, Wilson. Ecyclopedia of Ma-
Pode-se determinar a estrutura de dife-
terials Characterization, 1992
rentes materiais com o critério de seleção
apresentado na tabela 2. Por exemplo,
O Difratômetro de raios X também po-
pode-se verificar na figura 7 difratogra-
de ser utilizado para identificar fases cris-
mas indexados de uma amostra de tungs-
talinas. Por exemplo, para distinguir entre
tênio, onde se verifica que os picos cor-
dois compostos presentes em uma mesma
respondem aos planos cristalinos cuja
amostra, como ilita e quartzo presentes
soma dos quadrados dos índices é um
em argila para fabricação de cerâmica
inteiro par, logo a estrutura do tungstênio
(ALBERS et al., 2002), o que é mostrado
é cúbica de corpo centrado.
na figura 9.

Figura 7: Registro de ângulos de difração


em uma amostra de tungstênio usando um
difratômetro com radiação de cobre

Do mesmo modo, na figura 8, observa- Figura 9: Difratograma de argila. I: ilita; Q:


se um difratograma obtido de uma amos- quartzo. Fonte: Albers, et. al., 2002

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Novo et al (2006) utilizaram DRX para


analisar ligas do sistema Ti-Ni-Zr para
utilização em aplicações biomédicas e
determinaram que nestas ligas haviam
presentes as fases α (hexagonal compac-
ta) e β (cúbica de corpo centrado), o que
revelou a necessidade de aprimorar os
mecanismos de recristalização, uma vez
que as ligas Ti-β são melhores que as Ti-
α+β para este tipo de aplicação por apre-
sentarem menor módulo de elasticidade,
maiores níveis de resistência mecânica e
melhor usinabilidade e tenacidade à fratu-
ra.
Gomes (2010) preparou nanopartículas
de Co através da redução de íons de co-
balto usando borohidreto de sódio como
agente redutor, e submeteu as amostras à
calcinação em diferentes temperaturas
para verificar mudanças estruturais, anali-
sadas posteriormente com DRX. O resul-
tado deste procedimento é mostrado na
figura 10.

Figura 10: Difratogramas de nanopartículas


de cobalto. a) não calcinada, b) calcinada a
500 oC, c) calcinada a 800 oC

A amostra não calcinada apresentou


comportamento típico de estrutura amor-
fa, enquanto que a amostra calcinada à
500 oC apresentou existência da fase
Co3O4 que se forma com aquecimento em
atmosfera ambiente. Já a amostra que foi
calcinada à 800 oC apresentou ainda a
fase Co2(BO3)2 devido à reação entre os
óxidos de boro e o cobalto.
Rangel et al, (2011) demonstraram, a-
través de análises com DRX, que a inser-
ção de dopagens de Ni a até 5% não in-
troduz mudanças perceptíveis dentro do
limite de detecção do método na rede
cristalina do SnO2, preparado através do
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método dos percussores poliméricos. As de DRX de alta resolução. Esta cerâmica


figuras 11 e 12 mostram os difratogramas foi produzida utilizando aditivos à base
obtidos pelos autores para o SnO2 puro e de AlN-Y2O3 ou AlN-CRE2O3, em que o
dopado, evidenciando que somente se óxido misto CRE2O3 é uma solução sóli-
observou a presença da fase cassiterita. da formada por Y2O3 e terras raras.
A partir dos resultados obtidos, mos-
trados nos difratogramas da figuras 13,
verificou-se a presença das fases α-Si3N4
e β-Si3N4, identificadas na figura como
(1) e (2). A estrutura cristalina de α-
SiAlON mantêm a mesma simetria de α-
Si3N4, diferindo apenas pelas posições
intersticiais ocupadas pelo Y e substitui-
ção parcial de O por N. O tipo de estrutu-
ra CRE2O3 é similar ao de Y2O3 (rede
cúbica, grupo espacial Ia-3), apresentando
valores de parâmetros de rede muito pró-
ximos: a=10,6080 para o Y2O3 e
Figura 11: Difratogramas de SnO2 não do- a=10,588 para o CRE2O3.
pado, em três temperaturas de calcinação,
evidenciando a fase cassiterita. Fonte: Ran-
gel, et. al., 2011.

Figura 12: Difratogramas de SnO2, dopado


com 5% de Ni, em três diferentes temperatu-
ras de calcinação, sem mudanças na rede do
SnO2. Fonte: Rangel, et. al., 2011
Figura 13: Difratogramas obtidos a partir de
Para realizar a caracterização de solu- a) Si3N4 comercial e b) α-SiAlON sinterizado
ções sólidas de cerâmica α-SiAlON, for- contendo Y2O3 e AlN-CRE2O3 como aditivos.
mada a partir de nitreto de silício (Si3N4) Fonte: Santos, et. al., 2005
Santos et al, (2005) utilizaram a técnica
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42 Fonseca Filho e Lopes

A partir destes resultados os autores


puderam constatar a similaridade das
propriedades estruturais, mecânicas e
morfológicas entre SiAlONs produzidos a
partir de diferentes aditivos e a possibili-
dade de substituição de Y2O3 por CRE2O2
na fabricação de α-SiAlON, por um custo
mais baixo (SANTOS et al., 2005).
Carvalho, Bertagnolli e Silva (2009)
caracterizaram por DRX argilas organifí-
licas do tipo Bofe, oriunda do estado da
Paraíba. No processo de organofilização
(tornar uma bentonita organifílica, isto é,
que podem ser sintetizadas a partir de
bentonita sódica), a troca do cátion Na+
pelo cátion alquilamônio resulta no au-
mento do espaço interlamelar da argila, o
que se pode medir com DRX. A figura 14
mostra os difratogramas para a argila sem
tratamento e a argila modificada com sal
cloreto de benzalcônio. 9 Espectroscopia de raios X
Verifica-se, na figura, o comportamen-
to semelhante para as duas amostras com Espectroscopia de raios-X (ERX) é a
valores de 2θ > 10o, o que corresponde ao denominação geral de todas as técnicas
padrão da argila que possui a fase esmec- espectroscópicas que utilizam raios X
tita (argilomineral com propriedades de para irradiar uma amostra. Alguns dos
inchar e altas capacidades de trocas catiô- tipos mais comuns de ERX são a espec-
nicas) como sendo o argilomineral pre- trometria de fluorescência de raios-X
dominante. O pico observado antes deste (FRX) e a espectroscopia de raios X por
ângulo representa a distância basal d100. energia dispersiva (EDX).
A FRX baseia-se no princípio de que a
absorção de raios-X por parte do material
provoca a excitação dos átomos, que emi-
tem radiação secundária denominada flu-
orescência de raios X (PICCOLI et al.,
2006).
Os comprimentos de onda emitidos são
bem definidos para cada elemento quími-
co, o que permite identificar elementos
com número atômico de 11 a 92 (do Na
ao U) em amostras de composição desco-
nhecida e determinar suas quantidades
relativas através da comparação com a-
mostras padrão.
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Avanços em caracterização de amostras sólidas cristalinas através de Difratometria de Raios-X 43

Esta técnica foi usada por Barbosa et al pesquisa, desenvolvimento e análise de


(2006) no estudo de argila bentonita na- materiais desde a sua descoberta. Este
cional e possibilitou evidenciar a presen- método hoje em dia está muito bem con-
ça de cátion quaternário de amônio nos solidado, sendo considerado um procedi-
espaços interlamelares da argila previa- mento padrão, indispensável na caracteri-
mente tratada com sais orgânicos, o que zação de todos os tipos de materiais.
não havia sido determinado pela técnica Tendo isto em vista, faz-se necessário
de termogravimetria, também utilizada a compreensão de seu princípio de fun-
pelos autores. cionamento e utilização parte de pesqui-
A EDX, por sua vez, é uma variante da sadores e estudantes, familiarizando-se
FRX, e tem sido utilizada na caracteriza- com uma técnica que muito provavelmen-
ção de materiais cerâmicos (CARVA- te encontrarão à frente em sua carreira
LHO, BERTAGNOLLI, SILVA, 2009), e científica – visto que a física da matéria
também de nanopartículas magnéticas condensada se tornou mundialmente a
(HANNICKEL, 2011), entre outros. maior área da física em número de pes-
Nesta técnica, um semicondutor é po- quisadores nas últimas décadas.
sicionado de tal forma que a maior quan- No entanto, vale ressaltar que, em mui-
tidade de raios X emitidos pela amostra tas ocasiões, a grande difusão de uma
sejam coletados por ele. O sinal emitido técnica e seu uso disseminado nos labora-
pelo semicondutor é proporcional à ener- tórios pode parecer significar que não é
gia do feixe incidente. O esquema de de- preciso tornar-se um especialista na área
tecção consiste em raios X que atraves- para utilizá-la e, se isso acarretar em uma
sam uma janela de berílio e produzem um “banalização”, pode comprometer a con-
par elétron-buraco em um cristal de silí- fiabilidade dos resultados obtidos e dos
cio dopado com lítio. dados provenientes das análises.
A corrente gerada é pré-amplificada e Neste intuito, esperamos haver contri-
processada em um sistema eletrônico. buído com uma revisão conceitualmente
Depois de amplificado, o sinal á enviado acessível, porém mantido o rigor científi-
para um analisador multicanal, onde são co.
acumuladas as contagens correspondentes
à energia de cada fóton processado, que é Referências
representativa da proporção de cada ele-
mento presente e dá origem a um espec- ALBERS, A. P. F., et al. Um método
tro. simples de caracterização de argilomine-
Desta forma, esta técnica permite a i- rais por difração de raios X. Cerâmica. n.
dentificação dos elementos químicos 48. 2002.
constituintes da região analisada (MAN- BARBOSA, K. F. Determinação por
NHEIMER, 2002). difração de Raios-X da Estrutura Mo-
lecular do 1L-1,2,3,4,5-Ciclohexano
10 Conclusão pentol. Dissertação de Mestrado. Univer-
sidade do Estado de Goiás. Anápolis,
A difratometria de raios X conquistou 2009.
papel de fundamental importância na

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Artigo recebido em 13 de agosto de 2014.


Aceito em 16 de setembro de 2014.

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