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10/04/2017

MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO II

AULA 7
Prof. Guilherme Cordeiro

nexmat

Aditivos Químicos
 Retardador de pega (ácidos orgânicos – ácido cítrico,
ácido glucônico, ácido tartárico)
 Acelerador de pega (sais orgânicos ou inorgânicos)
 Redutores de água (fluidificantes)
 Superplastificantes (superfluidificantes)
 Anti-congelantes
 Incorporadores de ar
 Aditivo para controle de retração
 Aditivo inibidor da RAA

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Aditivos Incorporadores de Ar
Aditivo incorporador de ar é um tensoativo, também denominado
surfactante, que é um material composto essencialmente de
moléculas orgânicas de cadeia longa, com uma extremidade
hidrolífica (que atrai a água) e outra hidrofóbica (que repele a
água).

A extremidade hidrolífica contém um ou mais grupos polares,


como –COO–, –SO3–, ou –NH3+.

Os surfactantes usados como aditivos incorporadores de ar são


geralmente compostos de sais de resinas de madeira, materiais
protéicos, ácidos de petróleo e alguns tipos de detergentes
sintéticos.

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Aditivos Incorporadores de Ar
CH3 COOH

CH3
CH3
CH
CH3

Estrutura típica de um surfactante incorporador de ar derivado de


óleo de pinho ou do processamento de resina de polpa de
madeira. Nesse caso, a estrutura química consiste de uma cadeia
hidrocarbônica apolar com um grupo aniônico na extremidade.

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Aditivos Incorporadores de Ar
cadeia polar
íon negativo

+ +
+ +
cimento
+ + ar
ar + +
+ +
+ + +
cimento +
+ + + +
+ cimento
+ +
+
+ +

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Aditivos Incorporadores de Ar
Na interface ar-água os grupos polares estão orientados na
direção da fase aquosa, o que promove a redução da tensão
superficial e promove a formação de bolhas de ar e neutraliza a
tendência das bolhas dispersas de coalescerem.

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Aditivos Incorporadores de Ar
Na interface sólido-água, onde existem forças direcionadoras na superfície das
partículas de cimento, os grupos polares ligam-se ao sólido e mantêm os grupos
apolares orientados para a fase aquosa. Com isso, a superfície do cimento torna-
se hidrofóbica e assim o ar pode deslocar a água e permanecer ligado às
partículas sólidas em forma de bolhas.

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Aditivos Fluidificantes

 Causas de aglomeração entre partículas

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Aditivos Fluidificantes

 Mecanismos de estabilização de partículas

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Aditivos Fluidificantes

 São substâncias que se caracterizam por apresentar uma tendência


natural a serem adsorvidos pelas interfaces de partículas sólidas,
reduzindo assim as tensões interfaciais. Essa propriedade decorre da
estrutura química destas substâncias, que são constituídas de moléculas
que apresentam uma parte polar, solúvel em água (grupo hidrofílico), e
uma parte apolar, insolúvel em água (grupo hidrofóbico)

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Aditivos Fluidificantes

 Lignossulfonato modificados (LSM)


 Policondensado de formaldeído e melanina
sulfonada, também chamada de melanina
sulfonada (SMF)
 Policondensado de formaldeído e naftaleno
sulfonado, também chamado de naftaleno
sulfonado (SNF)
 Polímeros acrílicos ou Poliacrilatos (PA)

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Aditivos Lignossulfonatos (LSM)


 O lignossulfonato é uma resina formada por polímeros cujo peso molecular
pode variar de 1000 a 100000 monômeros. Os dispersantes à base de
lignossulfonatos atuam sobre as partículas de cimento através do
mecanismo de estabilização eletrostático .
 A unidade molecular do dispersante à base de LSM é composta por quatro
grupos: hidroxila (OH-), metaoxila (OCH3), fenol (C6H6) e ácido sulfônico
(SO3H).

Unidade molecular de uma resina de LSM

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Aditivos a Base de Melanina Sulfonada


(SMF) e Naftaleno Sulfonado (SNF)

Os dispersantes à base de SMF e de SNF apresentam numerosos grupos


sulfonados que formam uma camada polimérica com carga elétrica negativa
adsorvida em torno das partículas de cimento. As propriedades do SMF e do
SNF são influenciadas pelo processo de polimerização, isto é, o processo pelo
qual cada monômero se junta a outros para formar uma molécula polimérica de
grandes proporções. Se o grau de polimerização for baixo, o dispersante tende a
diminuir a tensão superficial da água, permitindo o surgimento de bolhas de ar
aprisionadas. Se o grau de polimerização for alto, o dispersante não altera a
tensão superficial da água, o que ocasiona um aumento nas propriedades de
dispersão.

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Aditivos a Base de Melanina Sulfonada (SMF)

Estrutura química e seqüência de polimerização da SMF

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Aditivos a Base de Naftaleno Sulfonado (SNF)

Estrutura química e seqüência de polimerização da SNF

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Aditivos a Base de Poliacrilatos (PA)

Os dispersantes à base de PA possuem éteres (C-O-C) com cadeias laterais.


Quando presentes na fase líquida, os átomos de oxigênio dos éteres e as
moléculas da água formam pontes de hidrogênio bastante fortes,
produzindo assim uma grande barreira hidrofílica de proteção estérica, que
contribui amplamente para o processo de dispersão das partículas. Existe
uma relação entre a dispersão e o peso molecular da base do polímero.
Neste caso, a máxima dispersão ocorre para um peso molecular na ordem
de 5000 a 10000 monômeros. A dispersão é considerada mais eficiente
devido à atuação conjunta da repulsão eletrostática e dos efeitos da
repulsão estérica das cadeias laterais.

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Aditivos a Base de Poliacrilatos (PA)

Éster Policarboxilato (PC)

Copolímero ácido-éster acrílico (CAE)

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Aditivos a Base de Poliacrilatos (PA)

Polímero acrílico com cadeia


transversal

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Compatibilidade e Ponto de Saturação

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Compatibilidade e Ponto de Saturação


Cone de Marsh

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Compatibilidade e Ponto de Saturação

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Compatibilidade e Ponto de Saturação


Cone de Kantro

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Compatibilidade e Ponto de Saturação

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Compatibilidade e Ponto de Saturação

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Uso de Superplastificantes Incompatíveis


Causa:
 Segregação
 Atraso no início de pega
 Perda rápida de trabalhabilidade
 Menor trabalhabilidade

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Aditivos Modificadores de Pega


 São substâncias solúveis ao sistema cimento Portland-água que interferem na
taxa de ionização dos componentes do cimento ou na taxa de cristalização dos
produtos de hidratação. Conseqüentemente, a incorporação de tais
substâncias afeta as características de pega e endurecimento da pasta de
cimento.

 Considere uma pasta de cimento em hidratação composta de cátions de cálcio


e ânions de silicato e aluminato. A solubilidade desses íons depende do tipo e
da concentração dos íons ácidos e básicos presentes na solução.

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Aditivos Modificadores de Pega


 Como a maioria dos aditivos químicos se ioniza imediatamente na
água, é possível alterar o tipo e a concentração dos constituintes
iônicos na solução água-cimento, o que influencia a dissolução
dos componentes do cimento Portland.

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Aditivos Aceleradores de Pega


 Um aditivo acelerador de pega
tem que promover a dissolução
dos componentes catiônicos e
aniônicos do cimento. Como há
dois ânions predominantes a
dissolver, o acelerador deveria
promover a dissolução do
constituinte que tem menor
velocidade de dissolução durante
o período da hidratação inicial
(como o silicato).

O Cloreto de Cálcio é o acelerador de pega mais conhecido e


amplamente utilizado.
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Aditivos Aceleradores de Pega


 Aditivos aceleradores de pega são úteis para modificar as
propriedades de cimento Portland, particularmente em
clima frio, para:

 Acelerar o início das operações de acabamento;


 Reduzir o tempo necessário para cura e proteção
adequadas;
 Aumentar a velocidade de desenvolvimento da
resistência inicial para que se permita a remoção
de formas;
 Possibilitar uma vedação eficaz de vazamentos
contra pressões hidrostáticas.

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Aditivos Retardadores de Pega


 Um aditivo retardador deve impedir a dissolução dos
componentes catiônicos ou aniônicos do cimento Portland, de
preferência os aniônicos, que apresentam mais alta velocidade de
dissolução durante o período inicial de hidratação (como o
aluminato).

 A presença de cátions monovalentes na solução (isto é, K+ ou Na+)


reduz a solubilidade dos íons Ca+2, mas tende a promover a
solubilidade de íons silicato e aluminato. Em concentrações
pequenas, o primeiro efeito é dominante; em grandes
concentrações, o segundo efeito torna-se dominante.

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Aditivos Retardadores de Pega

 Em pequenas concentrações (0,1 – 0,3% da massa de cimento), os


sais de bases fracas e ácidos fortes (como CaCl2) funcionam como
retardadores de pega. Por outro lado, em concentrações maiores
(1% ou mais) os mesmos aditivos químicos atuam como
aceleradores de pega.

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Aditivos Retardadores de Pega


 Aditivos retardadores de pega são úteis para modificar as
propriedades de cimento Portland, particularmente em:

 Condições adversas de temperatura ambiente, como


concretagem em clima quente;
 Permite a concretagem em locais de difícil acesso;
 Elimina o aparecimento de juntas frias e
descontinuidades em grandes concretagens;
 Ajustes na dosagem, com lançamentos sucessivos,
permitem que várias seções de uma viga protendida
obtenham um determinado nível de resistência
inicial aproximadamente ao mesmo tempo.

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Qualidade da água

A análise da qualidade da água empregada em concreto é


fundamental, pois possíveis impurezas podem interferir nos
seguintes aspectos da mistura:

 Tempos de pega;
 Resistência ;
 Acabamento da superfície;
 Corrosão das armaduras.

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Qualidade da água: água de amassamento

 Muitas especificações definem a água potável como a


adequada ao emprego em concreto: pH entre 6,0 e 8,0, sem
sabor salino ou salobro, coloração ou odor.

 É possível reduzir o alto teor de silte/argila através da


colocação da água em um tanque de decantação.

 O critério de potabilidade não é absoluto. Caso a água potável


contenha consideráveis teores de sódio e potássio, existe risco
de ocorrência de patologia (reação álcali-agregado) e a mesma
não é adequada ao uso como água de amassamento.

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Qualidade da água: água de amassamento


 Águas altamente alcalinas e que contenham ácidos orgânicos
devem ser ensaiadas.
 A presença de algas na água resulta em incorporação de ar.
 A dureza da água não afeta a eficiência de aditivos
incorporadores de ar.
ASTM C
BS 3148: BS EM 1008:
Impureza 1602/C 1602M-
1980 2002
06
Ìon cloreto
500 500
Concreto protendido
500 1000 1000
Concreto armado
4500 -
Concreto simples
Sulfato 1000 (SO3) 2000 (SO3) 3000 (SO4)
Álcalis 1000 1500 600

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Qualidade da água: água de amassamento


Eventualmente, o uso de água do mar deve ser considerado, porém
deve-se levar em conta que:

 resulta em resistência inicial um pouco maior nas primeiras idades


mas menor em idades avançadas;
 pode causar umidade constante e eflorescência;
 aumenta o risco de corrosão.

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Qualidade da água: água de cura

 Em geral, a água de amassamento é adequada para cura.

 Ferro e matéria orgânica na água podem acarretar


manchas na superfície do concreto.

 A água do mar pode causar ataque às armaduras.

 É essencial que a água de cura seja isenta de substâncias


que ataquem o concreto endurecido (sais e CO2, por
exemplo).

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Qualidade da água: ensaios em água

Comparação entre resistência e tempos de pega de


misturas com água destilada e a água que se pretende
analisar a adequação ao emprego em concreto.

 A ocorrência de manchamento pode ser verificada por um


ensaio que simule envelhecimento (ciclos de molhagem e
secagem, por exemplo).

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DÚVIDAS

gcc@uenf.br

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