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3.Patologia das construções - Aditivos Eng. José Eduardo Granato
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3.Patologia das construções - Aditivos Eng. José Eduardo Granato
3.1 Generalidades
A utilização dos aditivos remonta desde a idade dos romanos, que utilizavam sebo, leite
de cabra, clara de ovo, etc., mas a sua evolução nos nossos tempos, surgiu após a
invenção do cimento Portland:
Segundo a norma NBR 11768, os aditivos são classificados segundo suas finalidades:
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Retardador Aumenta os tempos de início e fim de pega dos concretos. Concretagem em grandes
volumes
A Concretos simples
Acelerador Diminui os tempos de início e fim de pega dos concretos, Concretagem submersa
bem como acelera o desenvolvimento de suas
resistências iniciais. Para concreto armado, devem ser Concretagem de lastro
isentos de cloretos.
Concreto projetado
IAR Concreto massa
Estruturas esbeltas
Concreto projetado
PA
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Outros aditivos
Além das características básicas dos aditivos, conforme tabela acima, os aditivos são
muito importantes para a melhoria da qualidade do concreto endurecido, como por
exemplo, na sua baixa porosidade, que evita ou impede a penetração de agentes
agressivos.
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Conforme podemos verificar, quanto menor a quantidade de água e melhor slump, melhor
a trabalhabilidade e qualidade do concreto.
Os aditivos que mais melhoram a fluidez do concreto com redução substancial da água de
amassamento do concreto são os aditivos à base de policarboxilatos, surgidos na década
de 90.
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Ao contrário dos aditivos à base de melamina, que possuem vida curta, os aditivos à base
de éter policarboxílicos proporcionam elevada fluidez por maior período, podendo chegar
até 4 horas, dependendo da dosagem.
Os aditivos de nova geração à base de éter carboxílico são polímeros com largas cadeias
laterais. No início do processo de mistura, inicia-se o mecanismo de dispersão
eletrostática, conforme os aditivos convencionais, porém, as cadeias laterais unidas à
estrutura polimérica geram uma energia que estabiliza a capacidade de refração e
dispersão das partículas de cimento. Com este processo, obtém-se um concreto fluído
com uma grande redução da quantidade de água e um ganho de resistência nas
primeiras idades.
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No diagrama abaixo pode ser verificado o ganho de resistência inicial mais elevado do
concreto aditivado com éter carboxílico, comparado com os aditivo à base de melamina.
9000
8000
7000
Resistência à compressão
6000
5000
Tecnologia dos
policarboxilatos
(psi)
4000
3000
2000
Primeira geração de
1000 plastificantes
0
8 hr. 12 hr. 16 hr. 28 Day
Idade do concreto
No diagrama abaixo, verifica-se o maior tempo de abertura do aditivo à base de éter
carboxílico frente ao aditivo à base de melamina.
Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies
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22 Tecnologia dos
Slump (cm)
17 policarboxilatos
12
Superplastif.
7 convencionais
2
0
60
0
12
Time (min)
Fonte: Manual da MBT – Master Builders Technologies
A última tecnologia que vem sendo adotada nos países mais avançados é o dos
concretos auto-adensáveis, que são concretos de elevada fluidez, que dispensam a
utilização de vibradores. Também são chamados de concretos reodinâmicos.
• Alta fluidez.
• Sem segregação nem exsudação.
• Auto-compactável.
• Baixa relação A/C.
• Permite concretagem em áreas com grande taxa de armaduras e em lugares
confinados ou difíceis de acessar com vibradores.
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• Redutores de água
o Em caso de superdosagem, verificar o peso das amostras, pois este indicará se
houve incorporação de ar, que poderá afetar as resistências.
o Se houver retardamento de pega, evitar que o concreto perca água, regando
abundantemente, por exemplo. Controlar a evolução das resistências.
Normalmente o concreto endurece mais lentamente, mas alcança maiores
resistências em longo prazo.
o Manter limpos os depósitos. Embora estes produtos contenham conservantes
adequados, em certas ocasiões podem ocorrer fermentações, se o depósito
estiver sujo e em climas quentes. As fermentações não alteram a qualidade do
adjuvante em curto prazo, mas podem produzir espumas que podem afetar os
dosadores.
• Superplastificantes
o Eleger um superplastificante adequado ao concreto previsto.
o Misturar o aditivo com 60 a 70% da água de amassamento já introduzida, por
forma a garantir uma boa homogeneidade.
o Sempre que se utilize dosagem superior às indicadas pelo fabricante, deve ser
realizado ensaio prévio.
o Embora os aditivos, pela sua composição, não tenham grandes problemas de
conservação, é aconselhável manter os depósitos limpos.
o Na generalidade, os superplastificantes são compatíveis com a maioria dos
aditivos; contudo, podem ocorrer alguns problemas com os incorporadores de ar.
o A utilização conjunta de plastificantes e superplastificantes, proporcionam um
efeito plastificante muito elevado.
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• Retardadores
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.
o Prever descidas e aumentos de temperatura que podem modificar o
comportamento do concreto.
o Ensaiar previamente o aditivo com o cimento previsto, para comprovar o efeito
retardante. A reatividade do cimento é também importante para decidir a
dosagem mais adequada.
o Os retardadores podem combinar-se facilmente com aditivos redutores de água,
mas deve-se ter em conta que estes podem apresentar um efeito retardante, por
si mesmos.
• Aceleradores
o Verificar se o aditivo contém cloro na sua composição, quando se tratar de
concreto armado, pois provoca corrosão das armaduras.
o Utilizar a dosagem mínima de acelerador, introduzindo um superplastificante que
permita uma notável redução da relação A/C.
o Ter em conta a real temperatura da obra.
o Os aceleradores podem combinar-se com redutores de água que não tenham
efeito retardador.
• Incorporadores de ar
o Escolher o incorporador de ar e a sua dosagem mediante ensaios, nos quais
sejam controlados o ar incorporado e as resistências mecânicas.
o Manter constantes a intensidade e o tempo de mistura.
o Efetuar um controle da incorporação de ar e das resistências.
o Evitar superdosagens e misturas excessivas.
• Espumantes
o Juntar o aditivo à argamassa pré-misturada, com consistência seca ou plástica.
o Utilizar preferencialmente agregados naturais rolados. As britas apresentam
cantos que rompem as bolhas de ar à medida que se formam. Este efeito limita a
estabilidade da espuma gerada.
o Manter constante a intensidade e o tempo de mistura.
• Impermeabilizantes
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.
o Não pensar que o aditivo consegue por si só um concreto impermeável.
o Dar especial atenção à composição do concreto.
o Verificar se a colocação em obra é a mais correta, e que permita uma boa
compactação.
o Evitar as juntas frias, colocando juntas hidro-expansivas.
• Hidrofugantes
o São aplicadas as recomendações gerais mencionadas para os aditivos.
o Rever as dosagens a utilizar.
o Controlar as resistências mecânicas e a repulsão de água obtida.
• Concreto bombeável
o Controlar a alteração de consistência, e comprovar a trabalhabilidade e
bombabilidade.
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• Concreto projetado
o Tomar medidas de segurança necessárias, tanto no armazenamento como no
manuseamento dos produtos alcalinos (pH > 12).
o Procurar utilizar aditivos não alcalinos (álcali free).
o Recordar que o uso de um redutor de água permite reduzir a relação
água/cimento e melhorar as resistências iniciais e finais.
• Recomendações finais
o Eleger o aditivo segundo o recomendado na ficha técnica.
o Ler detalhadamente as informações técnicas do produto.
o Determinar a dosagem e realizar ensaios prévios.
o Efetuar o controle de qualidade, ou pelo menos registrar o número do lote.
o Garantir um bom sistema de dosagem e mistura.
o Prever as temperaturas de inverno e proteger os tubos do dosador.
o Consultar o fabricante sobre qualquer dúvida na utilização do produto.
o Manter a limpo o depósito.
Bibliografia desta seção: Juan Fernando Matias – MBT Master Builders Technologies
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