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MÉTODOS GERAIS USADOS NO TRATAMENTO

DE ÁGUAS RESIDUAIS DE ORIGEM


DOMÉSTICA E INDUSTRIAL

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS


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Planeta: 70% de Água Ciclo Hidrológico: Recuperação da água

Necessidades de água Actividade humana


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Actividade Industrial Disposição dos Esgotos Domésticos

Disposição dos Esgotos Industriais Falta de Água


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Tabela 3: Concentração dos principais constituintes encontrados em um esgoto de concentração média.

Constituinte Concentração média Comentários


Demanda bioquímica 200 mg/L Matérias que demandam oxigénio podem deprimir a
de oxigénio (DBO) concentração de oxigénio dissolvido das águas
recetoras.
 
Sólidos suspensos (SS) 240 mg/L (sólidos totais, tipicamente 800 mg/L) Causam turbidez na água; podem conter matéria
orgânica e, portanto, contribuir para a DBO; podem
conter outros poluentes ou patógeno.
 
Patógenos 3 milhões de coliformes por 100 mL Microrganismos causadores de doenças, geralmente
associado com matéria fecal.

Nutrientes tais como Nitrogénio total: 35 mg N/L Podem acelerar o crescimento de plantas aquáticas,
Nitrogénio e Fósforo Nitrogénio inorgânico: 15 mg N/L contribuir para eutrofização; amónia é toxica para a vida
Fosforo total: 10 mg P/L aquática, pode contribuir para NDBO.
 
Compostos químicos Variável Metais pesados, como o mercúrio, cádmio e cromo;
tóxicos compostos químicos orgânicos tais como pesticidas,
solventes, produtos combustíveis.
 
Compostos químicos Desconhecido ou variável Fármacos, cafeína, surfactantes, fragrâncias, perfumes,
emergentes outros compostos químicos disruptores endócrinos.
preocupantes

Fonte: Mihelcic e Zimmerman (2012).


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Século XX
Primeiras
Estações
1. Coleta
2. Desvio
3. Descarga Filtro de
gotejamento de
alto-carga

Construção de coletores de esgoto principais ao longo do rio


Tamisa em Londres (três no norte e dois no banco do sul)
em 1865-1868 (Föhl e Hamm, 1985).
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TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO TRATAMENTO


PRELIMINAR PRIMÁRIO SECUNDÁRIO TERCIÁRIO

• Gradeamento • Coagulação/Floculção • Filtração biológica • Radiação UV


• Equalização • Decantação/Sedimen- • Lagoa aerada • Ozono
• Caixas de areia ou tação • Lagoa facultativa • Cloro gasoso
desarenadores • Flotação • Lodos ativados • Processo oxidativo
• Filtração • Reatores anaeróbios avançado
• Biorreator de membrana • Floculação química
• Separador água/óleo
• Filtros
TRATAMENTO DISPOSIÇÃO • Decantador laminar
DE LODOS FINAL DE LODOS • Flotação a ar
• Processos por
• Digestão Anaeróbia • Disposição no solo membranas
• Espessamento • Lagoas
• Flotação • Incineração
• Secagem
• Centrifugação
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• Remoção do material grosseiro em suspensão

• Proteção das tubulações, das bombas e rotores, etc.

• Aumenta eficiência na operação

Grades ou peneiras
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• Remover areia e outras partículas densas, decantam


com a redução da velocidade

• Evitar a abrasão de bombas e obstrução de


tubulações

• v = 0,3 m/s

• Tempo de retenção = 15 a 20 min

Caixa de areia
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• Remoção da matéria orgânica decantável, (30 a 50% dos


sólidos em suspensão)

• Remoção da escuma que flutua para a superfície

• 60 % de sólidos suspensos (S.S.)

• 35 % de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)

Decantador
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VANTAGENS:

•Elevada remoção de DBO


•Possibilidade de remoção de N e P
•Baixa eficiência na remoção de coliformes

DESVANTAGENS:

•Elevados custos de implementação e operação


•Elevado consumo de energia

Lodo ativado
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VANTAGENS:

•Satisfatória eficiência na remoção de DBO


•Razoável eficiência na remoção de patógenos
•Remoção de lodo necessária em longos períodos

DESVANTAGENS:

•Requisitos de área ainda elevados


•Requisitos de energia relativamente altos
•Necessidade de remoção de lodo periódica

Lagoas aeradas/facultativas
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VANTAGENS:

•Razoável eficiência na remoção de DBO


•Baixos requisitos de área
•Baixos custos de implementação
•Permite efluentes com alta concentração de matéria orgânica
•Possibilidades de uso energético do biogás
•Reduzido consumo de energia
•Baixíssima produção de lodo

DESVANTAGENS:

Reatores anaeróbios •Baixa eficiência na remoção de coliformes


•Remoção de N e P praticamente nula
•Possibilidade de efluente com odores e aspecto desagradáveis
•Relativamente sensível a compostos tóxicos
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Matéria
orgânica

Bactérias
CO2 + H2 + H2S

Fermentativas

Ácidos
orgânicos Metanogên
icas
Metanogênicas

Hidrogeno
tróficas
Reatores anaeróbios Acetoclásticas

CH4
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VANTAGENS:

•Satisfatória eficiência na remoção de DBO


•Baixa turbidez, SST e bactérias
•Baixos requisitos de área
•Tem potencial de nitrificação/desnitrificação
•Podem operar com cargas muito maiores de SSLM
•Podem operar com tempos mais longos de retenção de
sólidos
•Podem operar com menores concentrações de OD
•Baixíssima produção de lodo

DESVANTAGENS:

Biorreator de Membrana •Elevado custo de capital


•Entupimento das membranas
•Elevado custo de energia devido a aeração dos módulos
•Limpeza periódica das membranas
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CO2 Biogás
DQO (40-50%) DQO (70-90%)
Efluente Efluente
DQO (5-10%) DQO (10-30%)
Afluente REATOR Afluente REATOR
DQO 100% AERÓBIO DQO 100% ANAERÓBIO

Lodo Lodo
DQO (50-60%) DQO (5-15%)
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REVISÃO 17

BIBLIOGRÁFICA

Tabela 1: Estimativa da eficiência esperada nos diversos níveis de tratamento.

Tipo de tratamento Matéria orgânica Sólido em Nutrientes Bactérias


(% remoção de DBO) suspensão (% remoção de (% remoção)
(% remoção de SS) nutrientes)

Preliminar 5 – 10 5 – 20 Não remove 5 – 10

Primário 25 – 50 40 – 70 Não remove 5 – 10

Secundário 80 – 95 65 – 95 Pode remover 5 – 10

Terciário 40 – 99 80 – 99 Até 99  
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Balanços de Massa e Energia

Figura 15: Diagrama de blocos simplificado.

: Biorreator de Membrana; : Desinfecção com Cloro gasoso e Osmose reversa;

: Reator Anaeróbio e Biorreator de Membrana; : Ozônio, Carvão ativado granular e Osmose reversa
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Tabela 4: Valores de vazões e respectivas composições em relação a sólidos suspensos (SS).

  Valores de vazão [m3/dia] Composição em relação a sólidos suspensos [%]

Q3 5.478.608,696 30

Q4 5.250.000 0

Q6 5.250.000 5

Q10 3.820.682,991 0

Q13 5.481.611,178 30
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É difícil se chegar a um valor exato dos custos de implantação e manutenção dos


processos com membranas, já que uma solução completa exige muitas variáveis,
como: capacidade das estações; necessidade de combinar mais de um processo
com membranas ou processos convencionais; grau de automação dos
equipamentos; tubulações utilizadas; requisitos de pressão e temperatura; dentre
outros. “Analisando apenas o custo das membranas, para a nanofiltração e
osmose reversa, temos o preço do m² hoje próximo a R$ 50,00 (15,209 USD). Já
para a microfiltração e ultrafiltração esse preço pode chegar até R$ 200,00/m 2
(USD$ 60,837/m2)”, disse Bentes de Carvalho, ressaltando que o ideal é o cliente
procurar uma solução completa, com orçamento que englobe tudo. (Revista
técnica do Tratamento de Água e Efluentes (TAE), 2013)
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A utilização de membranas filtrantes proporciona estabilidade na qualidade da


água de reúso produzida, contribuindo para a segurança na sua utilização em diversos
fins não potáveis.
Diante do que acima foi exposto, pode-se dizer que a atividade de tratamento de
esgoto gera impactos ambientais importantes que merecem atenção dos gestores e
dos órgãos ambientais, contudo, é possível ter uma conclusão parcial que os referidos
impactos ambientais em sua grande maioria são controláveis e/ou mitigáveis.
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REFERÊNCIAS

• ÁGUA, Água em Toda a Parte. Despertai!, Brooklyn, n. Watchtower Bible and Tract
Society of New York, p. 3, 22 Novembro 1986. Disponivel em: <www.jw.org>.

• BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2ª.ed. ed. [S.l.]: Pearson


Prentice Hall, 2005.
• BRASIL, N. I. Introdução à Engenharia Química. 3ª. ed. [S.l.]: Interciência, 2004.
• INE (Ed.). Resultados definitivos do recenseamento geral da população e da
habitação de Angola 2014. [S.l.]: INE, 2016.
• MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, J. B. Engenharia Ambiental: Fundamentos,
Sustentabilidade e Projecto. [S.l.]: gen| LTC, 2012.

• PERLINGEIRO, C. A. Engenharia de processos: Análise, simulação, otimização e


síntese de processos químicos. [S.l.]: Blucher, 2005.

• REVISTA técnica do Tratamento de Água e Efluentes (TAE). Membranas de


filtração, tecnologia eficiente em aplicações diversas, 4 Setembro 2013.
Disponivel em: <http://www.revistatae.com.br/6489-noticias>. Acesso em: 19
Dezembro 2017.

• WIESMANN, U.; CHOI, I. S.; DOMBROWSKI, E.-M. Fundamentals of Biological


Wastewater Treatment. 1ª. ed. [S.l.]: WILEY-VCH, 2007.

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