MITOS...FATOS...

...E O LUGAR CERTO DAS USINAS WASTE-TO-ENERGY

EM UMA GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS,
,
TECNOLOGIA ADEQUADA E CONFIÁVEL

O Futuro do Saneamento no Paraná

Flavio MATOS
Sócio Diretor da WTEEC e Dais-Global
04 de Dezembro de 2020
O Futuro do Saneamento no Paraná Page 1
AGENDA

MITO 1 É POSSIVEL ATINGIR LIXO-ZERO (EM ATERRO) SEM USINAS WTE

MITO 2 DIMINUIÇÃO DO PCI COM AUMENTO DA RECICLAGEM

MITO 3 AS USINAS WTE DESTROEM OS EMPREGOS DOS CATADORES

MITO 4 AS USINAS WTE POLUEM E LIBERAM GASES DANOSOS

MITO 5 AS USINAS WTE PRODUZEM CINZAS TOXICAS QUE CONTAMINAM O MEIO AMBIENTE

MITO 6 AS USINAS WTE SÃO UMA AMEAÇA À SAUDE DAS COMUNIDADES VIZINHAS

MITO 7 AS USINAS WTE ESTÃO SENDO PROIBIDAS NA EUROPA

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 2

 MITO 1

“É possivel chegar ao “lixo-zero”

através de uma vasto programa
de reciclagem e compostagem
sem a implementação de usinas
de Waste-to-Energy”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 3

 FATO 1
PLANARES 2020: ELIMINAÇÃO DE LIXÕES E ATERROS CONTROLADOS ATÉ 20 24.
NECESSIDADE DE NOVAS DESTINAÇÕES PARA QUASE 100 MIL T/D DE RSU

Situação Atual 2018 Cenário 2024 « Status Quo » Cenário 2024 « Metas Atingidas»
(Sem Metas Planares) (Metas Planares)
Lixão e Aterro Controlado; Aterro Sanitario;
Lixão e Aterro Controlado; 125 150 ; 56%
80 680 ; 40% 87 649 ; 39%

Metas
Status Quo Atingidas
Atual 2018
2024 = 2024
199 k t/d
222 k t/d 97 000 t/d 222 k t/d

Aterro Sanitario; Aterro Sanitario; Nova Destinação;

118 631 ; 60% 139 490 ; 61% 97 369 ; 44%
Fonte: Elaboração própria, dados SINIS 2019 e PLANARES 2020

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 4

 FATO 1
A RECICLAGEM APRESENTA DIFICULDADES TÉCNICAS QUE IMPOSSIBILITAM QUE TODOS
MATERIAIS SEJAM REAPROVEITADOS

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 5

 FATO 1
O LUGAR CERTO DAS USINAS WTE NUM SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADO: TRATAMENTO
TÉRMICO DOS REJEITOS DA COLETA SELETIVA, DA TRIAGEM DE RECICLÁVEIS E DE
TRATAMENTO ORGÂNICO

METAIS
PLÁSTICO PAPEL VIDROS METAIS

COLETA SELETIVA PAVIMENTAÇÃO, CONSTRUÇÃO

Escorias

RESIDUOS LIMPOS E SECOS TRIAGEM/ COOPERATIVAS 10-15% RSU ATERRO SANITÁRIO

Rejeitos

Rejeitos 4% RSU

Cinzas Volantes
OUTROS RESIDUOS TRATAMENTO TÉRMICO
Rejeitos

RESIDUOS ORGÂNICOS COMPOSTAGEM ENERGIA

COLETA SELETIVA
ATERRO SANITÁRIO

COMPOSTO

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 6

 FATO 1
TMB NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTE PARA TRATAR RSU
2º MAIOR MERCADO DE MBT NA UE EM 2014 (16%) COM 1,2 MILHÕES DE TPA E 11 PLANTAS. 65% DA CAPACIDADE OPERACIONAL
(750 K TPA) INICIOU OPERÇÃO EM 2005 E PRATICAMENTE NENHUMA NOVA PLANTA DESDE ENTÃO

Evolução da Capacidade TMB-Biodigestão Anaerobia (Plantas Operacionais)

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 7

 FATO 1
TMB NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTES PARA TRATAR RSU
TMB UTILIZADO COMO UMA TECNOLOGIA DE PRÉ-TRATAMENTO PARA PRODUZIR CDR (DESTINADOS A WTE) E ESTABILIZAR
ORGÂNICOS (DESTINADOS A ATERRO). TMB REPRESENTAVA APENAS 2% DA CAPACIDADE DE TREAMENTO, CONTRA 35% PARA WTE

Desempenho em gestão de RSU na Alemanha entre 2004 e 2012

Source: MBT-AD Capacity: Author. EUROSTAT. http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/show.do?dataset=env_wasmun&lang=en

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 8

 FATO 1
TMB NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTES PARA TRATAR RSU
1º MERCADO DE MBT NA UE / 2014 (44%) COM 3 MILHÕES DE TPA E 20 PLANTAS. 70% DA CAPACIDADE OPERACIONAL ENTROU EM
OPERAÇÃO EM 2005-2009. ATÉ ATÉ 2007 80% SUBSIDIADO PELOS FUNDOS ESTRUTURAIS / DE COESÃO DA UE.

Evolução da Capacidade TMB-Biodigestão Anaerobia (Plantas Operacionais)

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 9

 FATO 1
TMB NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTES PARA TRATAR RSU
TENTATIVA DE UTILIZAR O TMB COMO ALTERNATIVA A WTE PARA PRODUZIR COMPOSTO E CDR. APÓS TODOS INVESTIMENTOS,
REDUÇÃO DA TAXA DE RECICLAGEM E AUMENTO DA DEPOSIÇÃO EM ATERRO. TMB REPRESENTAVA 13% DA CAPACIDADE DE
TRATAMENTO EM 2012, CONTRA 10% DE WTE.

Desempenho em gestão de RSU na Espanha entre 2004 e 2012

Source: MBT-AD Capacity: Author. EUROSTAT. http://appsso.eurostat.ec.europa.eu/nui/show.do?dataset=env_wasmun&lang=en

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 10

 FATO 1
MBT NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTES PARA TRATAR RSU
3º MAIOR MERCADO DE TMB NA UE / 2014 (12%) COM 858 KTPA E 7 PLANTAS. 85% DA CAPACIDADE OPERACIONAL ENTROU EM
OPERAÇÃO EM 2011-2013. ATÉ 70% SUBSIDIADO PELOS FUNDOS DE COESÃO DA UE.

Evolução da Capacidade TMB-Biodigestão Anaerobia (Plantas Operacionais)

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 11

 FATO 2
MBT NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTES PARA TRATAR RSU
EM MÉDIA 65% DOS RSU SÃO DESTINADOS POSTERIORMENTE DESTINADOS A ATERROS.

AS WTE PERMITEM O DESVIO DE ATÉ 96% DE RESÍDUOS NÃO INERTES DOS ATERROS.

Desempenho de plantas TMB em Portugal entre 2015 e 2018

30,00% 28,80% 21,60% 24,60% 26,20%

61,50% 63,40% 69,70% 67,40% 65,50%

2015 2016 2017 2018 Média 2015-2018

Deposição Aterro Perdas (umidade + degradação FO) Produção de CDR Produção Composto Recuperação reciclados

Fonte: Elaboração própria com dados da Agência Portuguesa do Ambiente, 2019. Disponivel em https://apambiente.pt/

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 12

 FATO 2
MBT NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTE PARA TRATAR RSU
ASSOCIAÇÕES QUE LUTAM CONTRA AS PLANTAS TMB-BA E MOSTRANDO TODOS OS TIPOS DE PROBLEMAS ORIUNDOS DESTA
TECNOLOGIA

Collectif inter-associatif pour la

protection de l’environnement
pour la prévention et
l’information sur la production/
gestion/ traitement des
déchets et pour la protection
des riverains des usines de
traitement des déchets

Fonte: http://arivem.free.fr/cariboost_files/Retour_20d_27exp_C3_A9rience_20TMB_20M_C3_A9thanisation_20en_20Europe_20juillet_202015.pdf
13
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 FATO 1
TMB NÃO É UMA ALTERNATIVA ÀS USINAS WTE PARA TRATAR RSU
DAS 20 USINAS INVESTIGADAS, 35% DO TOTAL TINHAM SÉRIOS PROBLEMAS TÉCNICOS, AMBIENTAIS, ECONÔMICOS E SOCIAIS. 6
DELAS PARAMA DE OPERAR OUTRAS 6 CONVERTIDAS EM BIORESÍDUOS DE COLETA SELETIVA

Fonte: http://arivem.free.fr/cariboost_files/Retour_20d_27exp_C3_A9rience_20TMB_20M_C3_A9thanisation_20en_20Europe_20juillet_202015.pdf

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 14

 FATO 1
MBT NÃO É UMA ALTERNATIVA EFICIENTE ÀS WTES PARA TRATAR RSU
O DESEMPENHO OPERACIONAL DAS PLANTAS INVESTIGADAS NA FRANÇA INDICAM MÉDIAS DE ~ 60% DE REJEITOS (A SEREM
INCINERADOS OU DEPOSITADOS EM ATERRO), 10% DE COMPOSTO DENTRO DA NORMA, 60% DE DISPONIBILIDADE DE MOTOR (5100
HORAS / ANO) E 50% DE AUTOCONSUMO DE ELETRICIDADE. CAPACIDADE TMB MÉDIA DE 124 KTPA E 53 KTPA PARA AD.

Amorce Report, 2012: field investigation on 6 MBT-AD plants in France http://www.amorce.asso.fr/IMG/pdf/dt_46_me_tha_2012.pdf

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 15

 FATO 1
MBT NÃO É UMA ALTERNATIVA EFICIENTE ÀS WTES PARA TRATAR RSU
“A PARTIR DE 1 DE JANEIRO DE 2027 NA UE SOMENTE PODERÃO SER CONTABILIZADOS COMO RECICLADOS OS BIORRESÍDUOS QUE
ENTRAM NO TRATAMENTO AERÓBIO OU ANAERÓBIO SE TIVEREM SIDO OBJETO DE COLETA SELETIVA / SEPARAÇÃO NA FONTE.”

“A partir de 1 de janeiro de 2027, os Estados-Membros só podem contabilizar como reciclados os biorresíduos urbanos que entram no
tratamento aeróbio ou anaeróbio se, nos termos do artigo 22.o, tiverem sido objeto de recolha seletiva ou de separação na fonte.”

artigo 22.o : “1. Os Estados-Membros asseguram que, até 31 de dezembro de 2023 e sem prejuízo do artigo 10.o , n.os 2 e 3, os biorresíduos são
separados e reciclados na origem, ou são recolhidos seletivamente e não são misturados com outros tipos de resíduos.”

" Quando se aplica o cálculo da taxa de reciclagem ao tratamento aeróbio e anaeróbio de resíduos biodegradáveis, a quantidade de resíduos que
entram no tratamento aeróbio ou anaeróbio poderá ser contabilizada como reciclada, desde que o resultado desse tratamento seja utilizado como
produto, material ou substância reciclados“

“Para calcular se as metas fixadas no artigo 11.o , n.o 2, alíneas c), d) e e), e n.o 3, foram cumpridas, a quantidade de resíduos urbanos
biodegradáveis que entra no tratamento aeróbio ou anaeróbio pode ser contabilizada como reciclada quando esse tratamento gerar um composto,
digerido, ou outro resultante do tratamento com quantidades semelhantes de teor reciclado em relação aos resíduos que entram no tratamento,
destinado a ser utilizado como produto, material ou substância reciclados. Caso o resultante do tratamento seja utilizado nos solos, os Estados- -
Membros só podem contabilizá-lo como reciclado se desta utilização resultar um benefício para a agricultura ou uma melhoria ambiental.”

Diretiva UE 2018/851 relativa aos residuos, https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32018L0851&from=EN

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 16

 MITO 2

“Com o aumento das taxas de

reciclagem, o poder calorifico dos
RSU vai diminuir e a incineração
se tornaria insustentável”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 17

 FATO 2
COM O AUMENTO DA COLETA SELETIVA E RECICLAGEM, A FRAÇÃO RESIDUAL
DOS RSU PASSA A TER UM PODER CALORÍFICO MAIOR COM O TEMPO
Evolução da Composição da Fração Residual (pós coleta seletiva/ reciclagem)
dos Residuos Domiciliares na França entre 1993 (inicio da coleta seletiva) e 2007 (32% reciclagem/compostagem)

Aumento % de Orgânicos => aumento do Teor de Umidade (35=>37%)

40% Redução % de Papéis compensada por aumento de Têxteis Sanitarios
1993 2007
Forte Redução do % de Incombustiveis
30% Aumento do PCI de 7592 kJ/kg para 9284 kJ/kg
26%
22%
16% 15%
12% 12% 11%

3% 2% 3% 3% 3% 2%
1%

Orgânicos Papel e Papelão Plasticos Texteis Texteis Outros Tetrapack Incombustiveis

Sanitarios Combustiveis
Impacto negativo sobre PCI (diminui) Impacto positivo sobre PCI (aumenta)

Fonte: Campanha Nacional de Caracterização de Residuos Domiciliares na França, ADEME, 2009/2017

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 18

 MITO 3

“ As usinas WTE destroem os

empregos dos recicladores
(“catadores”) ”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 19

 FATO 3
SE TODO O RSU FOSSE TRATATO EM USINAS WTE E TODOS 27 MIL CATADORES INTEGRANTES
ENTIDADES ASSOCIATIVAS (CF. SNIS) FOSSEM QUALIFICADOS PARA TRABALHAR EM USINAS
WTE ELES ATENDERIAM A SOMENTE 9 % DO TOTAL DE POSTOS DE TRABALHO GERADOS.
De acordo com a Comissão Europeia “a recuperação energética de 10 mil t/a de RSU pode criar até 40 postos de trabalho” .

Potencial de Geração de postos de trabalho para catadores em usinas WTE

Quantidade de integrantes de Cooperativas e Associações de Catadores Postos de Trabalho WTE % Catadores / Postos de Trabalho WTE
70 000 40%

60 000 35% 35%

300 799
29%
30%

50 000
25%

40 000

19%
20%

30 000
14% 15%
15%

20 000 12%
10% 10%
9% 9%
10%

8% 8% 8% 9%
10 000 6% 6% 6% 7%
4% 4%
27 073
4%
5%

4% 4% 3%
2% 1%
- 0%

SP RJ MG BA CE PE PR PA RS MA GO SC AM PB PI RN ES DF MS AL MT SE TO RO AC
Brasil
Fonte: Elaboração própria com base em dados disponiveis em: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/HTML/?uri=CELEX:52005DC0666&from=EN;
http://www.snis.gov.br/downloads/diagnosticos/rs/2018/Diagnostico_RS2018.pdf

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 20

 FATO 3
NA SITUAÇÃO ATUAL, SEM COLETA SELETIVA, AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS UNIDADES
DE TRIAGEM NÃO SÃO ADEQUADAS E DIGNAS, ALÉM DA ALTA QUANTIDADE DE REJEITOS A
SEREM ATERRADOS QUE POSTERIORMENTE.

RESIDUOS BRUTOS REJEITOS

ATERRADOS

TRIAGEM DE RESIDUOS BRUTOS SUJOS

SEM COLETA ATERRO

SELETIVA SANITARIO

Fonte: Elaboração própria

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 21

 FATO 3
COM A COLETA SELETIVA AS USINAS WTE TRATARÃO APENAS REJEITOS, NÃO INTERFERINDO
NOS EMPREGOS DAS UNIDADES DE TRIAGEM. PELO CONTRARIO, PROPORCIONARÃO
CONDIÇÕES DE TRABALHO MAIS DIGNAS E QUALIFICADAS.

REJEITOS GERAM
RESIDUOS LIMPOS ENERGIA

TRIAGEM DE RESIDUOS LIMPOS E SECOS

COLETA WTE COPENHAGEN

SELETIVA COM PISTA DE SKI

Fonte: Elaboração própria

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 22

 FATO 3
EM QUAL PLANTA OS RECICLADORES (“CATADORES”) PREFEREM TRABALHAR?

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 23

 EM QUAL PLANTA OS RECICLADORES (“CATADORES”) PREFEREM TRABALHAR?

WTE Amager Bakke, Copenhagen, Dinamarca

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 24
 MITO 4

“As WTEs poluem e liberam

gases danosos à saúde e ao meio
ambiente”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 25

 FATO 4
AS WTE ESTÃO SUJEITAS À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL MAIS RIGOROSA DA UE, COM 20 COMPONENTES
MONITORADOS, ENQUANTO AS PLANTAS DE COMBUSTÃO> 50 MW TÉRMICOS (CARVÃO, LIGNITA, OUTRO
COMBUSTÍVEL SÓLIDO) SÓ TEM 3 COMPONENTES MONITORADOS E LIMITES DE EMISSÃO MUITO MENOS RIGOROSOS
... E PLANTAS <50 MW TÉRMICO SEM LIMITES DE EMISSÃO
Valores Limites de Emissões Metais
Potencia Dioxinas Cd
ATIVIDADE/ (VLE) Pesados
Térmica PM TOC CO HCl HF SO2 NOx / + Hg (Sb + As + Pb + Cr
SUBSTANCIAS em mg/Nm 3 , exceto dioxinas &
(MW th ) Furanos Tl +Co + Cu + Mn + Ni +
furanos em ng/Nm3 V)
200
Incineração e Co- Existentes &
a 11% O2 seco ~7 10 10 50 10 1 50 (expresso em 0.1 0.05 0.05 0.5
incineração de Residuos Novas > 3 t/h
NO2)
Existentes & Novas < 50 - - - - - - - - - - -
300 (200)
Existentes 50-100 30 (20) - - - - 400 (267) [450 (300) lignito - - - -
(operação iniciada pulverizado]
antes de 07/01/2014) 100-300 25 (17) - - - - 250 (167) 200 (133) - - - -
> 300 20 (13) - - - - 200 (133) 200 (133) - - - -
Plantas de Combustão a 6% O2 seco 300 (200)
(carvão, lignito, e outros (convertido a 50-100 20 (13) - - - - 400 (267) [400 (267) lignito - - - -
combustiveis solidos) 11% O2 seco)
pulverizado]
100-300 20 (13) - - - - 200 (133) 200 (133) - - - -
Novas 150 (100)
[200 (133) leito 150 (100)
> 300 10 (7) - - - - fluidizado [200 (133) lignito - - - -
pressurizado/ pulverizado]
circulante]
Existentes 50-100 30 (20) - - - - 200 (133) 300 (200) - - - -
(operação iniciada 100-300 20 (13) - - - - 200 (133) 250 (167) - - - -
a 6% O2 seco antes de 07/01/2014)
Plantas de Combustão > 300 20 (13) - - - - 200 (133) 200 (133) - - - -
(convertido a
(biomassa) 50-100 20 (13) - - - - 200 (133) 250 (167) - - - -
11% O2 seco)
Novas 100-300 20 (13) - - - - 200 (133) 200 (133) - - - -
> 300 20 (13) - - - - 150 (100) 150 (100) - - - -

PM SO2 NOx
Incineração: 20 componentes e VLEs menores (legislação ambiental europeias mais rigorosa)
Plntas de Combustão > 50MWth: maiores VLEs e apenas para 3 poluentes
Plantas de Combustão < 50MWth: sem limite de emissões

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 26

 FATO 4
WTE EQUIPADAS COM TECNOLOGIAS EFICIENTES DE TRATAMENTO DE GASES DE COMBUSTÃO
TÊM VALORES DE EMISSÕES TÍPICOS MUITO MENORES DO QUE OS LIMITES DE EMISSÕES
EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DA UE

Valores típicos de emissões medidos na chaminé Valores de típicos emissões medidos na chaminé
com relação aos limites da Diretiva Européia com relação aos poluentes na entrada do Sistema Tratamento de Gases

Média Diária Tipica Performance

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 27

 FATO 4
DE ACORDO COM O “INVENTÁRIO EUROPEU DE EMISSÕES DE DIOXINAS” A INCINERAÇÃO DE
RSU ATINGIU UMA RÁPIDA DIMINUIÇÃO DE EMISSÕES DE DIOXINAS ENTRE 1995 E 2006 DEVID
A EFICIENTE TÉCNICAS DE ABATIMENTO

“Em 1994, um relatório massivo,

denominado" Reavaliação de
dioxina "foi gerado e revisado pelo
Conselho Consultivo de Ciências
da EPA. Este relatório incluiu
análises detalhadas da literatura
científica e apresentou uma
avaliação abrangente da
exposição à dioxina e efeitos na
saúde humana.

https://pubs.acs.org/doi/10.1021/es1013664

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 28

 FATO 4
ATÉ O MINISTRO DO MEIO AMBIENTE DA ALEMANHA (‘GRÜN’), DO
PARTIDO VERDE

Devido às severas regulamentações, as usinas waste-to-energy não mais

significativas em termos de emissões de dioxina, particulados, e metais
pesados. E isto embora a capacidade de incineração de residuos tenha
quase dobrado desde 1985.”

Em “Incineração de Residuos - Um perigo potencial?

Dando Adeus às Emissões de Dioxina”
Pelo Ministro Federal do Meio Ambiente Alemão (BMU)
Julho de 2005 Jürgen Trittin‘Grün’
Ministro BMU
https://www.actu-environnement.com/media/pdf/news-22970-dioxyne-incinerateur-allemagne.pdf desde 1998-2005

Jürgen Trittin

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 29

 FATO 4
AS PRINCIPAIS FONTES DE EMISSÃO AÉREAS DE DIOXINAS NO BRASIL SÃO ORIUNDAS DA
PRODUÇÃO DE METAIS E QUEIMAS A CÉU ABERTO (INCLUINDO INCÊNDIOS EM ATERROS E
LIXÕES)

~ 85%

Health service system,

minimum air pollution
control, unsophisticated

Total emitted:
1 168 g TEQ / year
Fontes de Dioxinas/Furanos, Brasil
Inventário Nacional de fontes e estimativa de emissões de dioxinas e furanos: Brasil POPs: Plano Nacional de Implementação Convenção de Estocolmo. Brasília: MMA, 2013

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 30

 FATO 4
EXEMPLO DA INSIGNIFICÂNCIA DAS EMISSÕES DE DIOXINAS À PARTIR DAS
USINAS WTES: O CASO DO CHURRASCO NO BRASIL
•Emissões
xx dedeDioxinas/Furanos,
Fontes churrasco domésticos noBrasil
Brasil vs 61 plantas WTE incinerando 14
milhões de toneladas de RSU por ano na Alemanha?
O consumo de um bife por brasileiro por ano feito na churrasqueira a partir de carvão produz mais
emissões de dioxinas no ar no Brasil do que TODAS as plantas WTE na Alemanha

Mas 100 kg de carne per

capita consumidos
anualmente pelos Brasileiros
equivalem a muitos
churrascos !!!

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 31

 FATO 4
AS EMISSÕES DE POLUENTES EM 2012 PARA TODAS AS ATIVIDADES INDUSTRIAIS DE TODOS
OS ESTADOS RELATADOS INDICAM QUE AS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS DA INCINERAÇÃO DE
RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS SÃO INSIGNIFICANTES EM RELAÇÃO A OUTRAS ATIVIDADES

European Pollutant Release and Transfer Register (E-PRTR), European Environmental Agency

https://prtr.eea.europa.eu

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 32

 FATO 4
NA ALEMANHA APENAS 0,7% DO TOTAL DE DIOXINAS/FURANOS NA
ATMOSFERA SÃO ORIUNDAS DE USINAS WTE

Fonte: Ministério Federal do Meio Ambiente, 2000

http://www.bmu.de/fileadmin/bmu-import/files/english/pdf/application/pdf/muellverbrennung_dioxin_en.pdf

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 33

 MITO 5

“As WTEs produzem cinzas

toxicas que contaminam o meio-
ambiente”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 34

 FATO 5
SOMENTE CERCA DE 3% DA MASSA E 1% DO VOLUME DE RSU INCINERADO
NECESSITA DE DESCARTE ESPECIAL

Escórias: 10-15% dos RSU

▪ Metais ferrosos: 6-10% => aço
▪ Metais não-ferrosos: 1-2% => refinagem/ reciclagem
▪ Matéria-prima secundária: reutilização sustentável, substitui cascalho e areia
▪ Na França mais de 80% das escorias são reaproveitadas na construção rodoviária , o
restante eliminado em aterros para residuos não perigosos

Cinzas volantes: ~3-4% dos RSU:

Concentra os residuos tóxicos e requere descarte especial/
inertização.

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 35

 FATO 5
OS RESULTADOS DA CARACTERIZAÇÃO NACIONAL DE ESCÓRIAS DE 2011 NA
FRANÇA INDICAM QUE ESTAS NÃO SÃO TÓXICAS

“Guia metodologico sobre aceitação de

materiais alternativos em técnicas de
construção de estradas”, SETRA, ref. 1101

http://www.bretagne.developpement-durable.gouv.fr/IMG/pdf/2012-10_guide_setra_midnd.pdf

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 36

 MITO 6

“As usinas de incineração são

uma ameaça à saudade das
comunidades vizinhas e para a
população em geral”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 37

 FATO 6
ESTUDOS DE ÓRGÃOS INTERNACIONAIS DE SAÚDE INDICAM QUE NÃO EXISTE
RISCOS À SAÚDE DAS POPULAÇÕES VIZINHAS ÀS USINAS WTE

COMITÊ DE CARCINOGENICIDADE DO REINO UNIDO: "qualquer risco potencial de câncer devido a residência perto de
incineradores de RSU é extremamente baixa e, provavelmente, não mensurável pelas técnicas epidemiológicas mais modernas“;
Fonte: http://www.iacoc.org.uk/statements/Municipalsolidwasteincineratorscoc00s1march2000.htm

CONSELHO CONSULTIVO CIENTÍFICO DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA FEDERAL DA ALEMANHA: “”as usinas atualmente em
operação, e que estejam em conformidade com as normas técnicas, causam riscos à saúde muito marginais, e podem, portanto,
ser classificados como insignificantes para a população que vive nas proximidades destas plantas".
Fonte: German Medical Journal 90, edition 1 / 2, 11th of January 1993, p. 45-53, Publications

INSTITUTO DE MEDICINA PREVENTIVA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA: “a incineração de resíduos em usinas de incineração

não tem impacto sobre os níveis de dioxina no sangue dos moradores”;
Fonte: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0045653506016158

OUTROS ESTUDOS: http://www.cewep.eu/information/publicationsandstudies/studies/healthandenvironment/index.html

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 38

 FATO 6
PARIS, 3 USINAS WTE PROXIMAS AO HIPERCENTRO (25 MIL HAB./KM2)
630.000 ton RSU/ano

460.000 ton RSU/ano

Museu do Louvre 730.000 ton RSU/ano

3 WTEs no Centro Urbano de Paris

Torre Eiffel

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 39

 FATO 6
USINAS WTE DE MÔNACO AO LADO DO PALÁCIO DO PRÍNCIPE

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 40

 FATO 6
RELAÇÃO ENTRE EFW E SAÚDE E BEM-ESTAR: OS 13 PAÍSES COM MAIS DE 25% DOS RSU
TRATADOS VIA WTE ESTÃO NO TOP 16 DO RANKING DE SAÚDE E BEM-ESTAR

Índice "CAPITAL HUMANO" de saúde para os 13

Índice de saúde de capital humano para os 13 principais países

melhores países
001
Switzerland
001 Sweden
Denmark
Netherlands
001 Austria
Germany Norway Japan
001 Finland

001
Belgium
Singapore
001 France

Photo credit : TRM- CNIM

001 Luxembourg

001

001
20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%
Participação da incineração na gestão de RSU

NB: os outros 3 países “limpos” são Islândia, Nova Zelândia e Espanha!

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 41

 MITO 7

“A usinas WTE estão sendo

proibidas na Europa”

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 42

 FATO 7 Finland
9 1.61
Norway
492 USINAS NA EUROPA EM 2017 18 1.63
Sweden
Estonia
34 6.1
1 0.22

Denmark Latvia
26 3.4 Lithuania
70 milhões de ton de RSU 1 0.25
Ireland
convertidos em energia 2 0.48 UK
Netherlands
12 7.6 Germany Poland*
40 10.89 6 0.8
96 26.8
Belgium
• Azul: Nr de usinas WtE em operação 17 3.4
no pais (não inclui incineração de Czech Republic
Luxembourg* 4 0.7 Slovakia*
residuos perigosos) 2 0.23
1 0.17 Austria
France 11 2.6 Hungary
• Laranja: quantidade de RSU tratado 126 14.4 Switzerland 1 0.35 Romania
em usinas WtE (em milhões tons/year) 30 4.01
Portugal
4 1.2 Spain Italy Bulgaria
12 3 39 6.1
info@cewep.eu
www.cewep.eu Greece
Data supplied by CEWEP members unless specified otherwise
* From Eurostat

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 43

 FATO 7
EMEA : ADICIONOU MAIS DE 84.000 T/D DE NOVA CAPACIDADE NOS ÚLTIMOS 10 ANOS EM
121 UNIDADES, MÉDIA DE 8400 T/D DE NOVA CAPACIDADE POR ANO, OU 12 NOVAS
UNIDADES WTE POR ANO.

EMEA WTE: Nova Capacidade Annual (2010 – 2019)

Source: AVP Research

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 44

 FATO 7
CHINA : ADICIONOU MAIS DE 520.000 T/D (158 MILHÕES DE T/A) DE NOVA CAPACIDADE NOS
ÚLTIMOS 10 ANOS EM 521 USINAS WTE

China WTE: Nova Capacidade Annual (2010 – 2019)

Source: AVP Research

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 45

 FATO 7
ASIA (EXC. JAPÃO E CHINA, INC. OCEANIA): ADICIONOU MAIS DE 34.000 T/D DE NOVA
CAPACIDADE NOS ÚLTIMOS 10 ANOS EM 44 USINAS WTE

Asia WTE (exc. Japão e China, inc. Oceania) : Nova Capacidade Annual (2010 – 2019)

Source: AVP Research

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 46
 FATO 7
JAPÃO: ADICIONOU MAIS DE 34.000 T/D (CORRESPONDENDO A 10.6 MILHÕES DE T/A) DE
NOVA CAPACIDADE NOS ÚLTIMOS 10 ANOS EM 144 USINAS WTE

Japão WTE : Nova Capacidade Annual (2010 – 2019)

Source: AVP Research

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 FATO 7
ESTIMA-SE QUE NOS PROXIMOS 5 ANOS SEJAM ADICIONADAS NA REGIÃO EMEA MAIS DE
3200 T/D DE CAPACIDADE EM 18 NOVAS PLANTAS WTE. A NIVEL MUNDIAL ESTIMA-SE 102
NOVAS PLANTAS COM CAPACIDADE DE TRATAR 23.000 T/D DE RSU VIA WTE
Previsão de Nova Capacidade Mundial por Região (2020 – 2024), k tpa

Source: AVP Research

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 48

 CONCLUSÃO
FRIEDENSREICH HUNDERTWASSER, ARTISTA E ARQUITETO ECOLOGISTA AUSTRÍACO: REALIZOU A FAIXADA EXTERNA
DA USINA DE SPITTELAU. APÓS 1 ANO DE REFLEXÃO CONCLUIU QUE A WTE DE VIENA ERA A MELHOR OPÇÃO

“Nós mesmos .., todos nós, cada um de nós de Viena, somos

responsáveis pelos nossos resíduos. Se não produzíssemos nada
não haveria o que ser incinerado. Vamos boicotar os incineradores
através da não geração de resíduos. Isso é possível em Viena
hoje? Você teria que criminalizar o lixo. Você teria que punir
severamente aqueles que o produzem: a indústria de embalagens
e todos que produzem resíduos, ou seja, todos nós, a fim de
atingir uma prevenção radical. Eu lutei comigo mesmo durante um
ano inteiro usando os mesmos argumentos que vocês para recusar
a usina antes de decidir aceitar trabalhar na reforma
arquitetônica-visual. Depois de analisar atentamente o que
ocorreria no longo prazo se Spittelau não fosse reconstruída o
impacto negativo seria enorme porque uma sociedade livre de lixo
não é para amanhã, mas quem sabe para depois de amanhã. Eu
lutarei arduamente para isso e todos nós devemos nos empenhar
neste sentido diariamente ...”
Friedensreich Hundertwasser
Arquiteto Ecologista
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 CONCLUSÃO

Embora os argumentos utilizados contra as usinas de

incineração sejam tecnicamente insustentáveis, os danos ao
Meio-Ambiente causados pelos críticos a esta tecnologia
são bastante prejudiciais, adiando ou derrubando projetos,
e consequentemente perpetuando os aterros e seus
impactos ambientais, tais como emissão de gases de efeito
estufa, desperdício de energia renovável, e conversão de
áreas verdes em aterros

O Futuro do Saneamento no Paraná Page 50

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