Você está na página 1de 96

RIMA

CTR Petrolina

IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS EM ÁREA RURAL DO
MUNICÍPIO DE PETROLINA / PE

NOVEMBRO DE 2011
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA


IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Novembro de 2011

RIMA 1
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

APRESENTAÇÃO

O município de Petrolina não dispõe atualmente de Aterro


Sanitário para depositar os resíduos sólidos que são
coletados diariamente pela Prefeitura Municipal. Estes
resíduos são encaminhados para uma área de 22 hectares
localizada no perímetro urbano no Bairro José e Maria, e
onde funcionava anteriormente o lixão municipal
conhecido como o Raso da Catarina.

Neste local e desde dezembro de 2006, a empresa CTR


PETROLINA, vem realizando um trabalho de recuperação
ambiental, através de um contrato de concessão assinado
com a Prefeitura Municipal, tendo conseguido notáveis
progressos ao ponto de transformar o local em um Aterro
Controlado, onde se desenvolvem também ações de
compostagem, beneficiamento de entulho e atividades de
educação ambiental.

Entretanto, a disposição de resíduos neste local deve ser


finalizada para poder recuperar a área corretamente. Para
isso se faz necessária a implantação de uma CENTRAL DE
TRATAMENTO DE RESÍDUOS dotada de ATERRO
SANITÁRIO e ATERRO INDUSTRIAL, em uma área nova,
fora da cidade, dotada de todos os dispositivos de
proteção ambiental exigidos pelas normas, para evitar a
poluição e os impactos ambientais que o manejo
inadequado de lixo produz.

Este Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) visa então


apresentar, de forma simples e em linguagem direta, o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) que foi elaborado, de
tal forma que todos os interessados possam entender a
proposta e opinar sobre ela.

RIMA 2
CAPÍTULO 1
4
CONTEXTO GERAL
O Contrato de Concessão
Objetivo e Justificativa do Empreendimento
Localização da Nova CTR
Alternativas Locacionais
CAPÍTULO 2
11
ENTENDENDO O EMPREENDIMENTO
Conceito da Central de Tratamento de Resíduos Proposta
Funcionamento da Concessão com a Nova CTR
Lay-out do Empreendimento
Critérios de Dimensionamento dos Aterros
Descrição das Unidades da CTR
A etapa de Implantação da Nova CTR
Etapa de Operação da Nova CTR
Etapa de Encerramento da Nova CTR
CAPÍTULO 3
34
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
Áreas de Influência
Diagnóstico do Meio Físico
Diagnóstico do Meio Biótico
Diagnóstico do Meio Socioeconômico
Diagnóstico de Patrimônio Cultural
CAPÍTULO 4
57
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL
Fases Analisadas
Qualificação de Impactos
Resultados Obtidos
Qualidade Ambiental
CAPÍTULO 5
83
COMPENSAÇÃO E PROGRAMAS AMBIENTAIS
Compensação Ambiental
Programas Ambientais
CAPÍTULO 6
91
CONCLUSÕES DO ESTUDO
CAPÍTULO 7
93
EMPREENDEDOR E EQUIPE TÉCNICA

RIMA 3
O CONTRATO DE CONCESSÃO
A proposta de implantação de uma CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS no município de Petrolina, insere-se dentro do CONTRATO DE
CONCESSÃO N° 440/2006 firmado entre a Prefeitura Municipal de Petrolina e
a empresa CTR Petrolina, e o qual objetiva a garantia do correto tratamento e
destinação final de resíduos sólidos no município por um período de vinte (20)
anos. O contrato administrativo de concessão, como aquele onde se insere o
empreendimento, é aquele em que a administração delega a execução de um
serviço do poder público ao particular, que irá explorar a atividade por sua
conta e risco, no prazo e nas condições acertadas. Nesse tipo de contrato, o
interesse público prepondera sobre o interesse privado. No caso do contrato
de concessão da CTR Petrolina — dentre outras condições acertadas — está o
compromisso da concessionária de receber e dar destinação final adequada
aos resíduos sólidos domiciliares (Classe IIA e IIB) gerados no município
durante um período de vinte (20) anos, o que justifica a implantação de um
ATERRO SANITÁRIO, da mesma forma, a concessão permite que a
concessionária explore outros serviços no intuito de captar uma receita
acessória, o que justifica a implantação de um ATERRO INDUSTRIAL para
recebimento de resíduos classe I.

Iniciada em 01 de dezembro de 2006, a concessão está estruturada em três


etapas bem definidas em prazo e objetivos, relacionadas a seguir:

Remediação Emergencial;
Remediação Secundária;
Implantação de uma CTR (Central de Tratamento de Resíduos) em área
nova.

RIMA 4
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

A primeira etapa do processo denominada Remediação Emergencial do


lixão municipal Raso da Catarina, objetivou a transformação do local em uma
ÁREA DE REMEDIAÇÃO AMBIENTAL - ARA. Esta etapa foi encerrada pela
CTRP no início de dezembro de 2007, com resultados altamente positivos,
como pode ser atestado através do comparativo da situação atual e o registro
fotográfico do período que antecedeu o início da concessão.

Foto 1 – Panorâmica do Raso da Catarina em novembro de 2006 e em abril de 2011

A partir de dezembro de 2007, o contrato de concessão entrou na segunda


etapa denominada de Remediação Secundária, que prevê a continuação
do processo de recuperação com a recomposição das cotas topográficas do
terreno de tal forma a permitir a utilização futura da área como equipamento
de lazer pela comunidade do entorno, ou atividade similar a ser definida pelo
poder concedente. O prazo contratualmente previsto para esta etapa era de
nove (9) anos, mas sujeito à aprovação do órgão ambiental estadual – CPRH,
que finalmente o rebaixou para três (3) anos, após análise do relatório
diagnóstico e projeto executivo elaborados pela CTRP.

O contrato de concessão está entrando na sua Terceira Fase, que prevê o


encerramento das atividades na ARA e a construção de uma nova Central de
Tratamento de Resíduos em área nova não impactada, para atendimento do
município por um período superior a 20 anos. Nesse contexto, o presente EIA
configura-se como o inicio desta terceira etapa do contrato de concessão, no
qual deve ser implantada uma Central de Tratamento de Resíduos (CTR)
devidamente licenciada e dotada de todos os controles técnicos e ambientais
previstos nas normas e legislações pertinentes à matéria, encerrando
definitivamente a disposição de resíduos não inertes no Raso da Catarina,

RIMA 5
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

depois de mais de anos de iniciado este grave processo de agressão


ambiental, cuja remediação continuará sendo realizada de forma paralela com
a operação da nova unidade.

OBJETIVO E JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

Até 1° de dezembro de 2006, a destinação final de resíduos sólidos da cidade


de Petrolina era realizada no vazadouro a céu aberto denominado "Raso da
Catarina”, uma cratera de 22 hectares resultante da exploração pretérita de
areia para aterro, localizado no núcleo urbano da cidade de Petrolina no
Bairro José e Maria. Nesse local, a degradação ambiental decorrente da
destinação final inadequada de resíduos sólidos por mais de vinte (20) anos
chegou a níveis intoleráveis, motivando a prefeitura a definir uma solução
para remediação do lixão e implantação de um novo local de destinação final
com garantia de sustentabilidade no longo prazo. Esta solução veio a ser o
contrato de concessão com a empresa CTR PETROLINA, vencedora do
processo licitatório realizado durante o ano de 2006.

Entre 1° de dezembro de 2006 e a data de elaboração deste documento, a


destinação final de resíduos no município passou a ser feita, não mais na
condição de lixão, mas na condição de aterro sanitário, no qual não há mais
catadores no interior da área, é realizada compactação, opera-se em rampa, é
realizada a geometrização e cobertura de resíduos, são implantados drenos de
gás, cortina arbórea, existe sala de educação ambiental, além de unidades de
compostagem e beneficiamento de resíduos de construção civil, dentre outros
avanços.

Entretanto, a condição de aterro controlado com que se vem operando,


tampouco é suficiente para garantir a proteção ambiental requerida,
principalmente no concernente à impermeabilização de fundo, que outrossim,
é inexistente no local, pois os níveis superiores do terreno que se verificam
atualmente e que funcionam como nível de base das células, correspondem
na verdade ao topo de uma espessa camada de resíduos antigos, que
apoiam diretamente no substrato rochoso, parte dela submersa abaixo do
nível do lençol freático que de forma perene se verifica durante os doze (12)
meses do ano. Somado a esta grave situação, a localização urbana da área de
remediação e o esgotamento da sua capacidade volumétrica, são fatores

RIMA 6
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

adicionais que deixam clara a necessidade inadiável de encerrar a disposição


final de resíduos não inertes no local e a implantação de um Aterro Sanitário
licenciado em área nova.

Foto 2 – Panorâmica, desde a usina de beneficiamento de entulho, do pátio


de compostagem, viveiro de mudas e bloco administrativo da Área de
Remediação Ambiental do Raso da Catarina em março de 2010.

LOCALIZAÇÃO DA NOVA CTR

A área selecionada para implantação da nova CTR, localiza se sobre o km 20


da BR-407 sentido Afrânio, na margem direita da referida Rodovia, em área
rural do município, no distrito de Curral Queimado, após o projeto de irrigação
Nilo Coelho. A área adquirida pela CTR Petrolina totaliza 74,47 hectares e está
a uma distancia aproximadamente de 22 km do centro urbano de Petrolina.

RIMA 7
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 01 – LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

Como escolher uma área para implantação de um Aterro Sanitário? Como foi
o processo de escolha da área? Existe alguma norma ou legislação que tenha
que ser atendida? Estas são as principais perguntas feitas em se tratando da
identificação de áreas para implantação de Aterros Sanitários, como os que
compõem a CTR proposta, pois deve ser atendido, simultaneamente uma
série de distanciamentos e características do terreno e do mesmo projeto.

A escolha de uma área para aterro sanitário nunca é uma tarefa simples, pois
existe uma série de restrições técnicas constantes na NBR 13896/97 ATERRO
DE RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS - CRITÉRIOS PARA PROJETO, IMPLANTAÇÃO
E OPERAÇÃO que devem ser atendidas simultaneamente. Alguns desses
critérios são apresentados no Quadro a seguir:

RIMA 8
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

QUADRO 01 – ALGUNS CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE ÁREAS PARA IMPLANTAÇÃO


DE ATERROS SANITÁRIOS
Classificação das áreas
Critérios Recomendada com
Recomendada Não recomendada
restrições
Vida ùtil Maior que 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental
Distância do centro atendido Maior que 10 Km 10 - 20 Km Maior que 20 Km

Unidades de
Zoneamento ambiental Áreas sem restrições ambientais conservação
ambiental e correlatas
Vetor de crescimento Vetor de crescimento Vetro de crescimento
Zoneamento urbano
mínimo intermediário máximo
Densidade populacional Baixa Média Alta
Uso e ocupação do terreno Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação intensa
Valor da terra Baixo Médio Alta
Aceitabilidade da população e de entidades
Boa Razoável Inaceitável
ambientais não governamentais
Declividade do terreno Baixa Média Alta
Distância dos cursos d'água temporários ou Menor que 200 m, com aprovação do órgão
Maior que 200 m
perenes ambiental responsável

Superadas estas exigências, ainda existem outras dificuldades, sendo a


negociação das áreas com os proprietários e a oposição dos vizinhos os
principais obstáculos a serem superados. No caso de Petrolina, a procura de
áreas, considerou as particularidades do município sintetizadas nas seguintes
restrições:  Expansão urbana intensa e restrita a uma faixa de terreno entre
o Rio São Francisco e os Projetos de Irrigação;  Os projetos de irrigação; 
Características fisiográficas com topografias muito planas, ou então,
topografias mais adequadas, porém com pouca espessura de solos.

Com base nessas restrições foram analisadas sete (7) áreas através de um
processo de multicritério. Cinco (5) das áreas localizadas entre o rio São
Francisco e os Projetos de Irrigação com benefícios na menor distância de
transporte, uma (1) área no projeto de irrigação Nilo Coelho com ponto forte
no seu distanciamento da zona urbana, e mais uma (1) além do projeto de
irrigação, com ponto forte no distanciamento do vetor de crescimento e da
incompatibilidade de usos com a produção de alimentos, porém, com maior
distância de transporte e menor espessura de solos.

O estudo direcionou a decisão para aquisição da área de 74,47 hectares


objeto deste EIA, muito embora apresente as restrições já mencionadas de
pouca espessura de solo e maior distância de transporte.

RIMA 9
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 02 – LOCALIZAÇÃO DE ÁREAS QUE FORAM ESTUDADAS PARA ESCOLHA


DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

428
A4

BR
8.975.000

2
-12
PROJETO

BR
SENADOR NILO
COELHO

BR
8.970.000
A3

-4 0
PIAUI

7
A6 A5
BR-2 A7
35 8.965.000

CO
CIS
B.E

AN
FR
PETROLINA
8.960.000
A1
O
RIO SÃ

A2 BAHIA 8.955.000
315.000

320.000

325.000

330.000

335.000

340.000

345.000
8.950.000

Importante mencionar que além da aprovação da área que é feita pela CPRH
através do licenciamento ambiental, é requerido que outros órgãos que atuam
na região a aprovem também. Assim, a área escolhida conta atualmente com
anuência da INFRAERO, CODEVASF e PREFEITURA. Estas anuências não
autorizam a empresa a fazer nenhuma intervenção na área, mas atestam que
não há nenhum tipo de conflito entre as atividades que se desenvolverão na
CTR e as atividades que são desenvolvidas por quem emitiu a anuência.

RIMA 10
CONCEITO DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
PROPOSTA

O que exatamente seria uma Central de Tratamento de Resíduos? Seria o


mesmo que um Aterro Sanitário?

Central de Tratamento de Resíduos refere-se a um conjunto de unidades


devidamente dimensionadas para garantir que os resíduos sólidos sejam
depositados com máxima garantia técnica e operacional de proteção ao meio
ambiente. A CTR, baseia-se na implementação de dois equipamentos
principais:  um ATERRO SANITÁRIO para recebimento de resíduos classe
IIA e IIB da NBR 10.004/04, e  um ATERRO INDUSTRIAL para recebimento
de resíduos classe I considerados perigosos pela referida norma.

RIMA 11
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Para compreender o conceito de CTR, porém, tem que se observar que a


disposição final de resíduos sólidos em aterro sanitário, é sim, um sistema de
tratamento de longo prazo, onde se promove um confinamento ideal dos
resíduos para permitir a captação controlada de chorume e gás do interior.

Estes processos são à base do tratamento, pois não são mais do que a
retirada contínua e em pequenas quantidades dos poluentes internos
presentes no lixo, em um processo "homeopático" por assim chamá-lo, que vá
promovendo um envelhecimento do volume aterrado de resíduos, diminuindo
progressivamente o seu potencial de poluir o meio ambiente, ao ponto de
transformar os antigos aterros em massas inertes ao longo de muitos anos.

FUNCIONAMENTO DA CONCESSÃO COM A NOVA CTR

A nova CTR funcionará como uma filial da sede principal da empresa que
deverá permanecer na Área de Remediação Ambiental (ARA) do Raso da
Catarina. Para a nova área deverão ser encaminhados todos os resíduos
domiciliares classificados como IIA. Já os resíduos, classe IIB, de
características inertes deverão continuar a serem depositados na ARA, pois
pelas suas características fazem parte do processo de remediação nas funções
de recuperação das cotas topográficas das áreas alagadas.

FIGURA 03 – FUNCIONAMENTO DA EMPRESA CTR PETROLINA COM A


ENTRADA EM OPERAÇÃO DA NOVA CTR

RIMA 12
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

LAY-OUT DO EMPREENDIMENTO

O lay-out do empreendimento foi projetado levando em consideração as


seguintes premissas:

Restrições topográficas do terreno;

Restrições ambientais de Áreas de Preservação Permanente (APP);

Restrições geológicas de áreas com camada de solo;

Previsão estratégica da área de Reserva legal;

Interação com a BR-407;

Interação com a drenagem natural do terreno;

Possibilidade de avanço progressivo e/ou modular das unidades.

Com essas considerações foram distribuídos os equipamentos no terreno,


salientando que foi prevista uma ocupação de apenas 35% da área (26,4
hectares) no ponto de máximo desenvolvimento, o que é suficiente para
garantir uma vida útil do local de mais de 25 anos. O restante das áreas está
representado pela reserva legal (20,42%) uma pequena Área de Preservação
Permanente (APP) por efeitos topográficos (6,15%), áreas de expansão, de
controle da drenagem e áreas de reserva. O Quadro a seguir apresenta a
distribuição de áreas do empreendimento.

QUADRO 02 – EQUIPAMENTOS PREVISTOS E ÁREAS OCUPADAS


Área Percentual
N° Descrição ocupada Da área
(ha) (%)
1 Área de Preservação Permanente APP 4,58 6,15%
2 Área de Reserva Legal 15,21 20,42%
3 Área de controle de drenagem 1,81 2,43%
4 Células do aterro sanitário 17,50 23,50%
5 Aterro industrial 3,90 5,24%
6 Setor de apoio ao aterro industrial 0,43 0,58%
7 Oficina mecânica e estacionamento de máquinas 0,22 0,30%
8 Platô do sistema de tratamento de efluentes 0,11 0,15%
9 Sistema viário interno 2,28 3,06%

RIMA 13
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

10 Prédio de controle de acesso e balança 0,0020 0,00%


11 Cobertura para espera de garis 0,0012 0,00%
12 Bloco administrativo e área de vivência 0,15 0,20%
13 Área de expansão futura e exploração de 25,00 33,57%
material
14 Áreas livres 3,28 4,40%
TOTAL 74,47 100

A Figura 04 adiante apresenta o Lay-Out do Empreendimento com a indicação


das áreas listadas no Quadro acima.

Observa-se como importante no referido arranjo, que o acesso à nova CTR foi
previsto pelo lado norte da área, afastando assim a manobra dos veículos
transportadores de resíduos da curva da BR-407, com a consequente
minimização de potenciais situações de risco.

Igualmente, a área de reserva legal foi proposta de forma anelar,


acompanhando os limites do terreno com uma espessura de 25 m. Assim,
além de estar atendendo a legislação vigente que prevê 20% em
propriedades rurais, está sendo minimizado o impacto paisagístico, que de
qualquer forma é de baixa relevância em função do isolamento da área.

O restante da área de reserva legal concentrou-se nas partes altas da área,


contornando o fragmento de vegetação existente nos pontos mais altos do
terreno que fazem parte do divisor d'águas que separa as bacias do Rio Pontal
e do Rio São Francisco e a qual foi considerado no estudo como APP nos
termos da Resolução do CONAMA Nº 303 de 2002.

Finalmente, é importante assinalar que as áreas administrativas e de vivência


de funcionários foram previstas do lado sul, de tal forma a isolá-las das
atividades industriais, garantindo assim melhores condições de trabalho.

RIMA 14
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 04 - LAY - OUT DA CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

RIMA
15
RIMA - RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO DOS ATERROS

O Aterro Sanitário é um local projetado para receber e tratar o lixo produzido


pelos habitantes de uma cidade, com base em estudos de engenharia, para
reduzir ao máximo os impactos causados ao meio ambiente.
Atualmente é uma das técnicas mais seguras e de mais baixo custo.
No processo de decomposição dos resíduos sólidos, ocorre a liberação de
gases e líquidos (chorume ou percolado) muito poluentes, o que leva um
projeto de aterro sanitário a exigir cuidados como impermeabilização do solo,
implantação de sistemas de drenagem eficazes, entre outros, evitando uma
possível contaminação da água, do solo e do ar.

Dimensionar um Aterro Sanitário significa definir simultaneamente as


seguintes características principais:

I. Definir uma localização que respeite as restrições ambientais e legais


do terreno;

II. Definir uma geometria que apresente estabilidade e que


construtivamente e operacionalmente seja viável;

III. Definir e dimensionar todos os elementos de proteção ambiental, como


drenos e coberturas;

IV. Garantir que a geometria proposta possua uma capacidade volumétrica


suficiente para atender o município por um período determinado, que
neste caso é de 20 anos.

A primeira condição é atendida através dos estudos de diagnóstico efetuados


na área por técnicos experientes, enquanto que a segunda e a terceira
condição é dependente da experiência e capacitação do técnico responsável
pelo projeto. Já a quarta condição diz respeito à vida útil do Aterro Sanitário,
e sem considerar as outras menos importantes ou menos necessárias, é esta
a que determina a viabilidade ou não do empreendimento na área escolhida.

A vida útil de um aterro sanitário é calculada através de um processo


interativo, no qual se determina o que se denomina FLUXO MÁSSICO, ou seja,
a previsão da quantidade de resíduos que serão gerados por uma cidade nos
anos futuros, 20 anos no caso de Petrolina. Essa estimativa é feita com as

RIMA 16
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

taxas de crescimento da população e pelo histórico da quantidade de resíduos


que se coletam diariamente, estando estas informações disponíveis nas
balanças dos locais de destinação final, como no caso da ARA do Raso da
Catarina - Petrolina, onde se dispõe de informações desde 2007.

Calculando dessa forma, foi determinado que o volume requerido para o


aterro sanitário seria de aproximadamente 1.750.000 m³ para atender o
município até o ano de 2030. Para este horizonte de projeto, estimou-se que
o recebimento mensal de resíduos seria da ordem de 8.549 t/mês, quase o
dobro das 4.733 t/mês que se receberam em média durante 2010. Salienta-
se, entretanto, que no contrato de concessão não consta nenhuma restrição
para o recebimento de resíduos classe IIA de Particulares, desde que não se
comprometa a vida útil mínima de 20 anos.

No caso do Aterro Industrial a abordagem é diferente, pois sua implantação


não é uma obrigação contratual, mas uma aposta da concessionária em um
serviço inexistente na região, que lhe pode permitir a captação de uma receita
acessória. A empresa instalará inicialmente uma primeira célula que lhe
permitirá realizar o marketing adequado junto aos empreendedores da região,
e na medida em que a demanda for aumentando, irão sendo agregadas novas
células ao sistema. A CTR instalará a capacidade requerida para atender as
demandas do mercado.

Pelas pesquisas, preliminares, realizadas pela empresa junto a algumas


indústrias produtoras de resíduos classe I da região, consideram-se que já
durante o primeiro ano de implantação, devam-se receber entorno de 15
toneladas por dia de resíduos, isso significa que para atender a demanda por
um período de 05 anos, por exemplo, seria requerido um volume de células
em torno de 30.000 m³. Contudo e conforme já dito, a implantação deste
aterro se dará progressivamente na medida em que forem sendo fechados os
contratos com empreendedores privados.

RIMA 17
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

DESCRIÇÃO DAS UNIDADES DA CTR

ATERRO SANITÁRIO

O aterro sanitário foi lançado do lado norte da área, com o seu eixo principal
localizado de forma perpendicular à BR-407 e com a concepção de ser
operado pelo método da área, crescente sobre a linha do terreno em camadas
sucessivas de 05 m de altura. A concepção prevê a conformação de 05
camadas iniciando na cota 447,0 m e elevando-se até a cota 472 m, onde
conformará um platô final de 09 hectares, suficiente para continuar alteando
o aterro com no mínimo 3 camadas adicionais, o que representa uma
ampliação da vida útil de vinte (20) anos para vinte e cinco (25) anos
aproximadamente, sem necessidade de ocupar novas áreas.

O aterro sanitário será dotado de drenos de chorume, drenos de gás,


drenagem superficial e impermeabilização de base com camada de solo
compactado e manta de PEAD de 1,5 mm (ou impermeabilização
equivalente). Este tipo de proteção somada à baixa pluviometria regional,
ausência de água subterrânea e substrato rochoso aflorando na superfície do
terreno, minimizam o risco de poluição.

Drenagem de Chorume

O chorume é um líquido preto com forte odor, gerado na decomposição da


matéria orgânica contida nos resíduos sólidos presentes em um aterro
sanitário. Este efluente é formado principalmente por água de chuva que se
infiltra durante o período chuvoso e por uma parcela menor produto da
lixiviação dos próprios resíduos. Embora, os cálculos e as evidências
observadas na Área de Remediação do antigo lixão apontem para uma baixa
ou nula geração de chorume, as células serão dotadas dos dispositivos
requeridos para realizar uma adequada captação do líquido lixiviado, caso
este venha a ser gerado.

Os drenos terão uma seção quadrada de 0,5 m x 0,5 m, envolta em geotêxtil


para filtro e conformada por brita Nº 04. A declividade mínima dos drenos
será de 0,5%. O sistema de drenos arrematará em caixas de 0,60 m em
tubulação de concreto, que permitirão a transferência do efluente gerado para
fora da célula, através de tubulações de PVC de 100 mm que passarão sob o
dique de disparo para serem direcionadas ao sistema de acumulação de

RIMA 18
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

chorume. A conformação do sistema de drenos será em "espinha de peixe",


conforme se ilustra na Figura a seguir.

FIGURA 05 – CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE DRENOS DE


CHORUME NO ATERRO SANITÁRIO

Drenagem de Gás

As células de aterramento serão dotadas de um sistema para a drenagem do


biogás produzido pela decomposição da matéria orgânica contida em grandes
quantidades nos resíduos sólidos urbanos. O sistema de drenagem consiste
de drenos verticais conformados por tubos de concreto armado perfurados e
justapostos, formando uma coluna vertical, com espaçamento médio entre 50
e 60 m.

RIMA 19
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O dreno terá diâmetro total de 100 cm, conformado por um eixo central de
tubos de concreto de 400 mm, envolto em uma camisa de rachão com
espessura mínima de 60 cm para sua proteção mecânica e aumento de sua
capacidade drenante. Essa camada de rachão deverá ser protegida por uma
tela soldada do tipo TELCON. A tubulação de concreto será dotada de furos
com diâmetro mínimo de 05 cm, espaçados em linhas, a cada 20 cm, sendo
ainda, em linhas adjacentes, desencontrados em metade do espaçamento.

Os drenos nascerão desde a camada de base do aterro, devendo ir sendo


alteados acompanhando a elevação das diversas camadas que conformam as
células de aterramento. Preferencialmente e dentro do possível, o dreno
deverá ser apoiado na base do aterro em um "berço" de rachão, devidamente
interligado com a rede de drenagem de percolado da base do aterro. O
arremate do dreno na camada final do aterro será através de uma tubulação
de concreto, seguida de um tubo de ferro de 100 mm que se elevará como
mínimo 2 m e arrematará em um flare de ignição manual.

FIGURA 06 – CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM DE GÁS

RIMA 20
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Lagoa de Contenção de Chorume

Nos climas semi-áridos como o de Petrolina a geração de chorume é baixa ao


ponto de chegar a ser inexistente. Isto decorrente da baixa umidade dos
resíduos aterrados, os quais podem chegar a lixiviar como parte do processo
de degradação, mas dificilmente esta lixiviação se transformará em efluente
livre, pois rapidamente será absorvido pelo entorno ressecado, com déficit de
umidade e distante da sua capacidade de campo. Nos períodos de chuva por
outro lado, as precipitações intensas e concentradas promovem um rápido
escoamento das águas causando estragos em termos de processos erosivos
nos taludes e nos platôs. A parcela que consegue se fixar no aterro e que
poderia se infiltrar, e potencialmente se transformar em chorume, é
rapidamente evaporada pela intensa insolação que se produz logo após a
finalização das chuvas.

A solução nestes casos, como o de Petrolina, diz respeito à captação e


gerenciamento do efluente gerado, caso esta seja a situação. Assim sendo,
propõe-se a implantação de uma lagoa de contenção de efluente, para onde
será encaminhado o lixiviado captado pelos drenos no interior das células. Na
lagoa de contenção, o chorume irá sendo evaporado pelas altas taxas de
insolação da região.

Alternativamente está sendo prevista a recirculação de chorume, através da


umectação por aspersão da camada superior que se esteja trabalhando no
momento, isto permitirá adicionalmente ampliar a área de exposição de
evaporação e minimizar os riscos de conflagração, que constitui um dos
principais riscos de operação de aterros sanitários em áreas secas como
Petrolina.

As estimativas de geração, baseadas no método do balanço hídrico, apontam


para uma geração de 330 m³ no mês de março, após o período de inverno,
quando a massa de resíduos em teoria deve atingir a sua umidade máxima. A
lagoa de contenção foi dimensionada com esta estimativa de volume, com
uma área de 30 m x 20 m e 2 m de profundidade, sendo 1,50 m útil.

RIMA 21
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Foto 3 – Exemplo de lagoa de contenção de chorume em região semi-árida.

ATERRO INDUSTRIAL

As células do aterro industrial foram lançadas do lado sul da linha de


drenagem referencial, alinhando-as às curvas de nível do terreno, que no
setor escolhido apresenta declividades suaves em torno de 3%, o que é muito
adequado para o sistema proposto.

O dimensionamento do ATERRO INDUSTRIAL seguiu as diretrizes da NBR


10157/97 ATERROS DE RESÍDUOS PERIGOSOS - CRITÉRIOS PARA PROJETO,
CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO. A conformação convencional deste tipo de aterro
industrial é caracterizada por valas lineares de grande profundidade
escavadas no terreno e revestidas com dupla manta de PEAD, as quais vão
sendo preenchidas progressivamente e seladas com uma única camada final
de cobertura compactada, quando se atinge o nível do projeto. Neste caso,
porém, a pouca espessura do solo e a presença de rocha na superfície,
inviabilizam tecnicamente este tipo de aterro.

Após análise das características geológicas do local, considerou-se que a


melhor alternativa para viabilizar o aterro industrial seria através de valas
paralelas separadas por diques verticais construídos em gabiões com
aproveitamento do material rochoso existente no local. Este tipo de estrutura

RIMA 22
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

é muito versátil, e permite o avanço progressivo por trechos sem necessidade


de deslocar máquinas pesadas de terraplenagem para o local.
Alternativamente os diques poderão ser feitos de forma convencional com
aterro compactado, sendo a decisão baseada no aspecto de custos. A
geometria inicialmente prevista é de diques de gabiões de 3m de altura
espaçados a cada 20m conformando células de comprimento variável. Para o
Aterro Industrial foi reservada uma área de 3,90 hectares e um setor de apoio
de 0,43 hectares adicionais.

Salienta-se que o sistema de impermeabilização, bem como a própria


conformação do aterro industrial, poderá sofrer modificações quando da
elaboração do projeto executivo do empreendimento.

A primeira célula prevista no setor de jusante, possui um comprimento total


169m, atingindo um volume total de 10.140 m³, que a depender do fluxo
mássico de resíduos industriais, pode ter uma vida útil entre um (1) e dois (2)
anos.

FIGURA 07 – CONCEPÇÃO DE CÉLULAS NO ATERRO INDUSTRIAL

Impermeabilização do Aterro Industrial

A impermeabilização superior será feita com uma camada de 0,60 m em solo


argiloso, fortemente compactado, até atingir um coeficiente de
permeabilidade igual a k = 10-7 cm/s, sobre a qual, será aplicada uma camada
de terra vegetal para plantio de gramíneas, como forma de proteção
superficial. O topo das células deverá apresentar um caimento lateral,
formando duas águas, de forma a possibilitar o rápido escoamento das águas
pluviais para o sistema de drenagem, minimizando a sua infiltração na
camada superior de impermeabilização.

RIMA 23
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

A impermeabilização de base por sua vez, levou em consideração as


condições fisiográficas locais, mas também os requerimentos de segurança
total, propondo-se no projeto uma seqüência de camadas de solo compactado
e geosintéticos. Salienta-se adicionalmente, que o fundo de cada célula terá
caimentos para o eixo central da ordem de 3%.

FIGURA 08 – ESQUEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DE BASE DO


ATERRO INDUSTRIAL

Controle de Falhas no sistema de impermeabilização

No interior das células industriais, não se espera que se produza lixiviado em


função da baixa precipitação da região e no tratamento prévio de secagem
que está previsto para o caso da chegada de lodos de processo ou outro tipo
de resíduo que adentre o aterro com elevada umidade. De qualquer forma, e
dentro da política da redundância na segurança ambiental, serão implantados
sob o eixo do sistema de impermeabilização de cada célula tubulações de
drenagem direcionadas para caixas de inspeção. Dessa forma será possível
identificar eventuais vazamentos no sistema de impermeabilização, que no
entanto se consideram como de ocorrência remota.

Área de Apoio ao Aterro Industrial

Anexa ao aterro industrial foi prevista uma área de apoio onde serão
desenvolvidas diversas atividades auxiliares à atividade de disposição
confinada de resíduos perigosos nas células.

RIMA 24
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

UNIDADES DE APOIO DOS ATERROS

As unidades que serão implantadas para apoiar a operação dos aterros serão
as mínimas requeridas para garantir a operação do local, como segurança
patrimonial, proteção ambiental e segurança do trabalho para os funcionários
pertencentes à CTRP e às empresas de coleta de resíduos que descarreguem
no local. Estas unidades de apoio são as seguintes:

Bloco administrativo e área de vivência;


Bloco de pesagem;
Abrigo para garis;
Oficina e depósito;
Sistema viário interno;
Sistema de iluminação externa;
Sistema de abastecimento d’água;
Sistema de drenagem superficial;
Cercamento e paisagismo da área.

O bloco administrativo será uma edificação simples, localizada no extremo


sul da área da CTR, estando prevista sua integração com a vegetação nativa
de caatinga e um paisagismo, de tal forma que os visitantes e os funcionários
possam desenvolver suas atividades com conforto. O bloco terá área, em
torno de 40 a 50 m², dotado de duas salas, sendo uma sala administrativa e
uma sala técnica. Ressalta-se que as atividades gerenciais e administrativas
do contrato de concessão continuarão sendo feitas na ARA do Raso da
Catarina como vem sendo feito até o momento, apenas serão transferidas
para a nova CTR as atividades administrativas referentes ao controle das
atividades de descarrego de resíduos na nova área.

Da mesma forma como é feito na ARA do Raso da Catarina (antigo lixão), na


CTR será construído um abrigo para garis para que a guarnição dos
veículos possa esperar com conforto a operação de descarrego, sem adentrar
na frente de operação. Em termos de dimensionamento, espera-se replicar o
mesmo projeto já implementado na ARA.

RIMA 25
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Foto 4 – Modelo de bloco administrativo a ser implantado na CTR

O sistema viário permitirá a mobilidade pelo interior da área. Ao todo está


prevista uma rede de 3.806m de vias internas, que deverá ser atingida
progressivamente na medida em que se avance na ocupação do aterro. As
vias terão larguras entre 05 e 06 m e terão um revestimento primário que
permita trafegar com segurança.

A ligação elétrica da CTR será solicitada à concessionária local CELPE, sendo


que o projeto de energização e iluminação externa atenderá os seguintes
objetivos:

Iluminação e força do bloco administrativo e demais prédios;


Iluminação externa;
Força para os sistemas de bombeamento.

O abastecimento de água, da CTR, objetiva suprir as seguintes demandas:

Abastecimento dos prédios administrativos e logísticos;


Abastecimento de água para lavagem e jardinagem;
Reserva para incêndios.

A alternativa inicial de abastecimento de água da CTR será através de


caminhão pipa, enquanto é definida uma alternativa permanente através da
concessionária local, ou outro tipo de solução a ser estudada posteriormente.

RIMA 26
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

A drenagem será estudada no seu contexto regional, levando em


consideração o escoamento de talvegues e superfícies modificadas pelo
projeto. Os aterros sanitários por serem equipamentos nos quais a geometria
varia permanentemente até atingirem a conformação final, requerem da
utilização de dispositivos de drenagem temporários e permanentes. Os
dispositivos temporários irão sendo removidos na medida em que se avance
com o preenchimento das células, enquanto que os dispositivos definitivos
somente serão implantados em locais encerrados onde os taludes ou platôs
atinjam um estágio definitivo. O sistema de drenagem consistirá dos
seguintes elementos:

Canal corta fluxo;

Canaleta de berma e platô;

Caixas de passagem;

Descida d’água em colchão Reno;

Bacia de retenção de sólidos;

Dissipação em rachão;

Bueiros de concreto.

O canal corta fluxo é de extrema importância dentro da concepção do sistema


de células do aterro, pois evitará que os deflúvios formados a montante da
linha de intervenção na média encosta, adentrem as áreas de disposição de
resíduos sólidos, diminuindo sua estabilidade mecânica e/ou percolando e
formando chorume.

A minimização do impacto paisagístico do aterro será garantida através da


conservação de uma faixa de caatinga de 25 m de largura, nos lados norte,
oeste e sul da área. No lado leste da área, ou seja, o mais distante da BR-407
e ao longo do qual a topografia se eleva até atingir o divisor de águas, a
reserva de vegetação nativa será maior, de tal forma a totalizar como mínimo,
14,90 hectares que serão a reserva legal do empreendimento.

RIMA 27
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 09 – SEÇÃO TÍPICA DO LADO OESTE DO TERRENO PARA MINIMIZAR


IMPACTO PAISAGÍSTICO

A ETAPA DE IMPLANTAÇÃO DA NOVA CTR

A implantação de um aterro sanitário se dá progressivamente ao longo do


tempo. O planejamento para este caso prevê a implantação inicial da primeira
camada do aterro sanitário que se elevará até a cota 452,0 m com uma vida
útil de três (3) anos aproximadamente. Serão implantados também nesta
primeira fase do aterro sanitário, a guarita, o bloco administrativo e a lagoa
de contenção de chorume, além claro, do sistema viário, iluminação e
drenagem necessários à operação.

Será implantado um canteiro de obras nas proximidades do futuro bloco


administrativo. O canteiro estará conformado por um barracão simples em
tapume de madeira, com telha de zinco, contando com os seguintes espaços:

Sala técnica de controle de obra;

Banheiro e vestiário;

Depósito e almoxarifado;

Espaço para refeitório e descanso.

Adicionalmente será preparado um pátio para estacionamento de máquinas,


estocagem de agregados e materiais, produção de concreto, carpintaria, etc.
Alternativamente o empreendedor poderá optar pela utilização de contêineres
para desenvolver as atividades administrativas e de controle durante a obra.

RIMA 28
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O fornecimento de água deverá ser feito através de caminhão pipa vindo


desde as áreas próximas, ou então, do açude distanciado em torno de 3 km a
jusante, após negociações com a comunidade que habita próximo do referido
açude.

Está prevista a utilização de banheiros químicos, enquanto avançam as obras


de construção do sistema final de esgotamento previsto para a CTR.
Alternativamente poderá ser utilizado um sistema pré-moldado de fossa-filtro.

O cronograma de implantação aponta para um período inicial de sete (7)


meses de obras. Nesse período serão abertos em torno de 34 empregos
diretos e serão utilizados aproximadamente onze (11) equipamentos de
construção pesada.

ETAPA DE OPERAÇÃO DA NOVA CTR

A Fase de Operação do empreendimento iniciará com a abertura da primeira


célula, e se manterá em funcionamento de forma ininterrupta até o final da
vida útil da área, estimada em mais de trinta (30) anos. Isto claro, se não
acontecer nenhum imprevisto nesta instância do projeto, como o
aparecimento de outra tecnologia que substitua o aterro sanitário.

Na Fase de operação serão criados aproximadamente dez (10) postos de


trabalho e serão utilizadas em torno de cinco (5) máquinas, sendo dois (2)
tratores de esteira.

A operação se dará de forma convencional, seguindo as diretrizes de quatro


(4) documentos:

Um Plano de Operação;

Um Plano de Operação do Aterro Industrial;

Um Plano de Monitoramento de Impactos;

Um Plano de Manutenção.

Plano de Operação

Busca-se definir toda a rotina operacional básica do local. Nele estão descritas
todas as operações básicas para o desenvolvimento de ações de
acompanhamento da operação e da manutenção do aterro sanitário,

RIMA 29
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

necessário para a avaliação do comportamento dos sistemas envolvidos, da


movimentação, descarga e decomposição do lixo, ou quaisquer outros
acontecimentos que tenham uma capacidade real ou potencial de afetar a
operação do aterro sanitário.

Plano de Operação do Aterro Industrial

O sistema de resíduos industriais refere-se à sequência de ações de:

1. Cadastro Prévio;

2. Recepção;

3. Transporte Interno;

4. Estocagem temporária e Triagem;

5. Aterramento de resíduos.

Cadastro Prévio

Previamente à disposição final no Aterro, toda empresa interessada nos


serviços da CTR Petrolina deverá apresentar, Laudo de Classificação para
Caracterização de Resíduos Sólidos gerados no seu processo produtivo, como
forma de comprovar a classificação dos mesmos, se II-A (II) ou II-B (III),
conforme a NBR 10.004/2004.

Recepção

Na chegada à CTR, os veículos carregados deverão estacionar em local


específico de espera, até ser feita a verificação respectiva. Salienta-se que a
CTR só receberá os resíduos se eles estiverem devidamente identificados e
acondicionados, em tambores ou recipientes adequados. O motorista ou
encarregado deverá apresentar a cópia do Manifesto de Carga e o laudo de
classificação dos resíduos, para ser comparado com a cópia que deve estar
previamente cadastrada na CTR.

RIMA 30
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Transporte interno

Após liberação na balança, o caminhão adentrará para a CTR, se o resíduo for


classe II, descarregará diretamente na frente de serviço da célula indicada
pelo fiscal.

Estocagem temporária e triagem

No sistema de armazenamento provisório, os resíduos permanecerão


estocados por um período de tempo não superior a 07 dias, durante o qual,
serão feitas as inspeções e avaliações, necessárias para definir as condições
de aterramento e as possibilidades de diminuição de volume e umidade, se for
o caso.

Aterramento de resíduos

A ocupação do aterro industrial se dará por módulos de macro-célula com


dimensões de 50 m de comprimento por 20 m de largura. Uma sequência de
vários módulos conforma uma macro-célula.

Segurança do Trabalho

Todos os operários alocados ao aterro industrial deverão estar devidamente


treinados para desenvolver a atividade. Durante a operação da unidade, todos
os operadores, ajudantes, coordenadores e substitutos, inclusive visitas,
deverão utilizar equipamentos de proteção individual, sendo necessário, e a
depender do caso os seguintes equipamentos:

Proteção das mãos - luvas à base de produtos sintéticos não-


absorventes, com comprimento total de 46 cm para proteção dos
cotovelos;

Proteção dos pés - botas com solado sintético;

Proteção da cabeça - capacete de PVC;

Proteção facial - máscara autônoma contra gases, dotada de filtro para


proteção contra materiais em suspensão;

Proteção do tronco - macacão de poliéster com manga comprida e

RIMA 31
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

avental plástico com peito e comprimento até o joelho.

Plano de Monitoramento

A CTR Petrolina monitorará permanentemente a unidade, através de ensaios


realizados pela própria equipe, bem como por laboratórios externos
devidamente licenciados. Os monitoramentos incluídos no Plano são os
seguintes:

1. Monitoramento de águas superficiais;

2. Monitoramento de efluentes líquidos a tratar e os tratados;

3. Monitoramento dos gases;

4. Monitoramento da manta líquida;

5. Monitoramento de recalques;

6. Monitoramento climatológico;

7. Monitoramento da composição física dos resíduos.

Plano de Manutenção

O Plano de Manutenção da CTR estará composto pelas seguintes atividades:

1. Manutenção do sistema viário;

2. Paisagismo;

3. Manutenção do sistema de drenagem de chorume;

4. Manutenção das máquinas e equipamentos;

5. Manutenção da limpeza geral da área;

6. Manutenção do sistema de drenagem superficial;

7. Manutenção das cercas e portões.

ETAPA DE ENCERRAMENTO DA NOVA CTR

O período em que se produzirá o encerramento da nova CTR é indefinido


neste momento do processo, pois as células do Aterro Sanitário foram
projetadas para uma vida útil de mais de 30 anos.

RIMA 32
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Após o encerramento da disposição de resíduos no local, o aterro continuará a


ser operado, pois a produção de gás, chorume, e recalques superficiais
continuarão até se estabilizar ao longo do tempo. O período em que esta
estabilização acontecerá é indefinido. A NBR 13896 - ATERROS DE RESÍDUOS
NÃO PERIGOSOS - CRITÉRIOS PARA PROJETO, IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO,
por exemplo, menciona no seu item 5.8.3.1 que o monitoramento das águas
subterrâneas deve-se estender por um período de 20 anos após o
encerramento da unidade, mas complementa: Este período pode ser reduzido,
uma vez constatado o término da geração de líquido percolado, ou então
estendido caso se acredite ser insuficiente. Para efeitos práticos, o final do
período de operação pós-fechamento terminará quando através de
monitoramento periódico, se comprove que o aterro está estabilizado e que
não oferece nenhum tipo de risco ambiental. A determinação deste momento
de finalização será determinada pela CPRH com subsídio nos relatórios de
monitoramento a serem entregues pelo empreendedor.

As atividades a serem desenvolvidas durante este período de pós operação


são as seguintes:

Monitoramento ambiental do percolado e os gases produzidos;


Monitoramento geotécnico de recalques;
Manutenção de infraestrutura implantada, especialmente camada de
cobertura, proteção vegetal, sistema de drenagem superficial e cercas e
portões;
Tratamento de chorume;
Vigilância permanente.

RIMA 33
As características ambientais da área de implantação proposta para a Central
de Tratamento de Resíduos Sólidos de Petrolina estão totalmente
determinadas por três (3) aspectos:  Pela sua localização dentro do
denominado "Polígono das Secas" do semi-árido Brasileiro, que apresenta
características próprias muito particulares, condicionando a qualidade de vida
da população que habita a região;  Pela sua localização na área rural de
Petrolina que apresenta uma densidade populacional muito baixa;  Pela sua
localização dentro do Bioma Caatinga que determina as condições de
biodiversidade.

O semi-árido brasileiro é um dos maiores, mais populosos e paradoxalmente


também mais úmidos do mundo. Estende-se por 868 mil quilômetros,
abrangendo o norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, os sertões
da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte,
Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão. Vivem nessa região mais
de 18 milhões de pessoas, sendo 8 milhões na área rural.

RIMA 34
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Na pior das secas, chove pelo menos 200 milímetros, o suficiente para dar
água de qualidade a uma família de cinco pessoas por um ano. Mas a chuva é
má distribuída física e temporalmente. Devido às características climáticas da
região, o Nordeste possui um dos maiores índices de evaporação do Brasil, o
que torna reservatórios de água pouco profundos inúteis em épocas de seca.
Além disso, a água dos barreiros, açudes e baixadas onde se acumula a
chuva, é geralmente poluída e cheia de vermes. Essa água é responsável por
grande parte das doenças do sertão: amebíase, diarréia, tifo e cólera.

Dentro deste contexto foram realizados os levantamentos de meio físico,


biótico e socioeconômico, dentro das áreas de influência definidas na
sequência.

ÁREAS DE INFLUÊNCIA

O recorte de terreno até onde se manifestam os impactos ambientais advindo


de um empreendimento, denomina-se Área de Influência. Metodologicamente
separam-se as áreas de influência em Direta e Indireta, sendo a direta a
receptora imediata dos impactos positivos ou negativos gerados pelo
empreendimento e a indireta a receptora posterior ou residual de ditos
impactos. A AID ainda é discriminada em uma área menor denominada Área
Diretamente Afetada (ADA), que corresponde ao espaço físico onde estarão
concentradas as intervenções, coincidindo quase sempre com a área de
implantação.

Área de Influência Indireta (AII)

Foi definido como Área de Influência Indireta (AII) do meio socioeconômico o


município de Petrolina como um todo, tendo em vista que o aterro sanitário é
de propriedade da Prefeitura, muito embora seja implantado sob o modelo da
concessão pública.

Área de Influência Indireta (AID)

Foi definido um raio de 1 km entorno da área de implantação, que


corresponde à Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Neste
recorte de terreno espera-se que fiquem restritos os principais impactos
decorrentes da fase de operação principalmente, em termos paisagísticos,

RIMA 35
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

ruído e eventuais odores e material particulado. Neste entorno a presença


humana é quase inexistente.

Para o caso do meio socioeconômico, e considerando que não existem


comunidades dentro desta AID de 1 km, ampliou-se este recorte de terreno
fazendo-o coincidir com os limites da microbacia do Riacho Baixa do Boi.

Área Diretamente Afetada (ADA)

A Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento corresponde aos


74,47 hectares de propriedade da CTR Petrolina.

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO

Petrolina se localiza na região semi-árida no denominado Polígono das Secas,


o que determina em grande medidas as condições físicas da área. De uma
forma mais específica, verifica-se que o clima local é semi-árido (BShw de
Köppen), quente e seco com chuvas concentradas no verão, com precipitação
média anual de 450 mm, temperatura média em torno de 26º C e umidade
relativa em torno de 60%. Os totais de precipitação anual situam-se em
torno de 440 mm, sendo que o período de maior pluviometria está
concentrado nos primeiros quatro (4) meses do ano. Já a evapotranspiração
potencial apresenta totais anuais em torno de 1870 mm.

FIGURA 10 – MÉDIAS MENSAIS DE PLUVIOMETRIA E EVAPORAÇÃO NA AII

200
180
Precipitação / ETP (mm)

160
140

120
100
80

60
40

20
0
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

PRECIPITAÇÃO 1960 - 1998 PRECIPITAÇÃO 1931 - 1960 EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL

RIMA 36
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Outra variável climatológica relevante, em se tratando da análise ambiental de


empreendimentos de destinação final de resíduos sólidos, refere-se às
velocidades e principalmente direções dos ventos na região, por conta da
possibilidade de transporte de poluentes e partículas para áreas a jusante. Os
histogramas mostram que as velocidades de ventos mais frequentes na região
são da ordem de 4 m/s, mas podendo atingir ventos entre 8 e 10m/s com
frequências de ocorrência muito baixa. Em termos de direção, observa-se que
predominam ao longo do ano os ventos de leste e sudeste, com ocasionais
mudanças para ENE e ESSE.

FIGURA 11 – HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIAS DE VELOCIDADE E DIREÇÃO


DO VENTO EM PETROLINA

Os 74,47 hectares adquiridos pela CTR Petrolina para implantação da nova


CTR inserem-se no domínio geomorfológico de serras e serrotes e
superfícies retrabalhadas, daí que a topografia que exibe o local corresponde
é medianamente acidentada, sendo que as partes baixas da área apresentam
declividades mais moderadas que as partes altas. Geologicamente verifica-
se, que toda a nossa área acha-se contida na Província Estrutural São
Francisco ou Cráton São Francisco, onde localmente, as rochas presentes,
pertencem basicamente ao Complexo Gnáissico-migmatítico, Complexo Rio
Salitre, Granitóides Intrusivos e coberturas coluvionares. Esta conformação
rochosa do terreno é uma das características principais da área de

RIMA 37
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

implantação, verificando-se coberturas com solo nas partes baixas e em


pontos isolados do terreno.

Foto 5 – Textura rochosa da superfície do terreno.

A área apresenta uma diferença de altura de 41m entre o ponto mais baixo,
localizado na esquina noroeste do terreno e que apresenta a cota 441m, e o
ponto mais alto localizado na esquina oposta, no lado noroeste do terreno e
que exibe a cota 485m. A análise topográfica considerou que a linha de
cumeada que separa as bacias do São Francisco e do Rio Pontal e que se
constitui no limite sul do terreno se enquadra como APP nos termos da
Resolução do CONAMA 303 de 2002, assim sendo, a porção desta área de
cumeada que se insere dentro do terreno da CTR (4,58 hectares) foi
considerada como de Preservação Permanente.

Foto 6 – Panorâmica da parte baixa da área durante o período de


inverno. Observe-se a irreconhecível vegetação de caatinga durante
esta época do ano.

RIMA 38
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

A drenagem natural da área é direcionada para uma linha de drenagem que


configura um talvegue de vertentes moderadas. Os deflúvios superficiais que
se produzem nos eventos de chuva na região são direcionados para esta linha
de drenagem central, saindo da área através de um bueiro celular de concreto
com dimensões aproximadas em torno de 2 x 2m. Esta conformação de
talvegue somado ao barramento que representa a BR-407 e ao leito rochoso
do terreno causa alguns alagamentos nas partes baixas da área durante os
dias de chuvas fortes.

Foto 7 – Panorâmica do Riacho Baixa do Boi na ponte sob a BR-407 e no açude que
conforma a jusante.

A área de implantação está inserida na Bacia do Rio Pontal que


corresponde à Unidade de Planejamento Hídrico UP13 do Plano Diretor de
Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco, e especificamente na sub-bacia
do Riacho Baixa do Boi, que a jusante da área proposta para a CTR e a uma
distância de aproximadamente 3 km, conforma um pequeno açude artificial na
comunidade Terra Nova, que se constitui na única coleção hídrica perene
dentro de um raio de 5 km da futura CTR.

Amostras coletadas nas águas deste açude mostraram poluição com


coliformes fecais e valores de cloretos de 526 e 629,6 mg/L, mais do dobro
dos 250 mg/L estabelecidos como limite pela Portaria 518 do Ministério da
Saúde.

Nenhum outro aspecto de meio físico relevante foi identificado na área. Não
foram identificados passivos ambientais, os níveis de ruído são os
provenientes da BR-407. Tampouco foram identificados conflitos com áreas

RIMA 39
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

de mineração, tendo sido identificados nos registros do DNPM áreas com


requerimento de pesquisa para minério de ferro e minério de cobre.

FIGURA 12 – REGISTROS DO DNPM NA AID DO EMPREENDIMENTO

RIMA 40
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO

O empreendimento se insere na formação vegetal da caatinga composta de


espécies arbóreas ou arbustivas, decíduas. Em geral seu aspecto é de mata
aberta, ressecada e de coloração acinzentada, o que lhe dá uma fisionomia
extremamente peculiar na época seca.

O nome “caatinga” é de origem Tupi e significa “mata branca”, referindo-se


ao aspecto da vegetação durante a estação seca, quando a maioria das
árvores perde as folhas e os troncos esbranquiçados e brilhantes dominam a
paisagem (Prado, 2003).

Cobertura vegetal na Área Diretamente Afetada (ADA)

A maior parte da área de 74,47 hectares se encontra recoberta com


vegetação de caatinga, classificada como CAATINGA ARBUSTIVA ARBÓREA
ABERTA pelo Projeto PNUD/FAO/IBAMA/BRA/87/007/Governo de Pernambuco
(documento de campo nº 17). Somente a porção central da área com
aproximadamente 10 hectares, corresponde a uma capoeira rala1.

Os trabalhos desenvolvidos no local foram de identificação florística e


caracterização fitossociológica. Os primeiros foram efetuados em maio de
2009, após o período de inverno na região, encontrando-se uma vegetação
muito verde e em etapa de floração.

Os levantamentos fitossocioológicos por sua vez foram efetuados em outubro


de 2011 no período de estiagem, dentro de um panorama de vegetação
extremamente seca.

Os Levantamentos Florísticos identificaram a ocorrência de 124 espécies,


distribuídas em 104 gêneros e 49 famílias. Deste total, 31 espécies (25 %)
arbóreas e arvoretas; 30 espécies (24 %) de arbustos; 10 espécies (8 %) de
subarbustos; 7 espécies (6 %) de trepadeiras; 46 espécies (37 %) de ervas
(incluindo hemiparasita e aquáticas) e 2 Pteridófitas (Marsilea delexa e
Selaginella convoluta). As famílias botânicas de maior riqueza de espécies

1
Por extensão, chama-se capoeira a vegetação que nasce após a derrubada de uma floresta.
"Vegetação secundária que nasce após a derrubada das florestas virgens. Mato que foi roçado,
mato que substitui a mata secular derrubada" (Carvalho, 1981).

RIMA 41
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

foram: Fabaceae (16 spp.), Euphorbiaceae (13 spp.), Cactaceae e Malvaceae


(10 spp.), Convolvulaceae (5 spp.) e Boraginaceae (4 spp.).

Dos táxons amostrados na área de estudo, apenas Schinopsis brasiliensis


“braúna” e Myracrodium urundeuva “aroeira” constam na lista do IBAMA
(http://www.ibama.gov.br) e IUCN (http://www.iucnredlist.org) na categoria
de plantas ameaçadas de extinção e/ou vulneráveis. Dentre as espécies raras
localmente, temos aroeira (Myracrodruon urundeuva), bom-nome (Maytenus
rigida), braúna (Schinopsis brasiliensis), mororó (Bauhinia cheilantha), pau-
branco (Fraunhofera multiflora), pau-mocó (Luetzelburgia auriculata), erva-
de-teiu (Oxalis psoraleoides subsp. insipida), pereiro (Aspidosperma
pyrifolium), ditaxis (Ditaxis malpighiaceae), sete-casco (Tabebuia sp.).

Foto 8 – Floração da caatinga durante o período de inverno. A: Jatropha


mollissima (pião-branco); B: Melochia tomentosa (malva-vermelha).

Foto 9 – Floração da caatinga durante o período de inverno. A: Herissantia


crispa; B: Arrojadoa rhodantha (rabo-de-teiu)

RIMA 42
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 13 – COBERTURA VEGETAL DA ADA E LOCALIZAÇÃO DE PARCELAS

Os levantamentos fitossociológicos foram efetuados com o lançamento


de doze (12) parcelas de 20x20m na vegetação. As dez (10) espécies mais
dominantes e de maior frequência relativa encontradas no estudo

RIMA 43
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

fitossociológico são apresentadas na Figura a seguir, onde se observa como


padrão geral das espécies de maior dominância na área, aquelas indicadoras
de sucessão secundária e de recuperação de áreas degradadas.

FIGURA 14 – ESPÉCIES DE MAIOR RELEVÂNCIA


ENCONTRADAS NO LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO

Foto 10 – Jurema Preta (Mimosa tenuiflora), a espécie de


maior dominância na ADA

RIMA 44
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Fauna Terrestre e Ribeirinha

Em relação à Fauna Associada, verifica-se que está constituída


principalmente por espécies plásticas, que toleram bem a presença humana e
apresentam ampla distribuição geográfica (SICK, 1988; SOUZA, 2005; FARIAS
et alli, 2002), algumas ocorrendo também em outros Biomas, como Cerrados
e Mata Atlântica. O padrão faunístico atualmente observado na área do
Empreendimento resulta basicamente das ações antrópicas pretéritas na
vegetação original, particularmente quanto à fragmentação dos diversos
habitats, com vistas a atividades agrícolas, criação de gado bovino e caprino,
e a caça predatória. Observou-se uma freqüência maior de espécies animais
residentes (não migratórias), generalistas, quanto às preferências ambientais,
e de pequeno e médio porte, caracterizando uma adaptação a ambientes
modificados.

Nas listas de fauna de provável ocorrência na área construídas a partir de


entrevistas, escutas, e consultas bibliográficas, foram incluídas sete (7)
espécies de anfíbios, dezoito (18) espécies de répteis, sessenta e cinco (65)
espécies de aves, e catorze (14) espécies de mamíferos.

Padrão Geral de Fauna

Na AII, as espécies de maior porte, especialmente entre os mamíferos e as


aves, desapareceram ou se tornaram muito raras, em face da continuada
ação predatória do homem. A ema (Rhea americana), e o jacu (Penelope sp)
dentre as aves; onças, gatos-do-mato, gato-maracajá, e o porco-do-mato ou
caititu (Pecari tajacu), dentre os mamíferos, não foram mais observados na
região.

Espécies de vertebrados registrados na área de abrangência do


Empreendimento.

Anfíbios (sapos, rãs, perereca, jias), 7 espécies:


Pererecas (Hyla albopunctata, Phyllomedusa nordestina)
Sapo-cururu (Rhinella jimi),
Perereca-de-banheiro ou raspa-cuia (Scinax cf. fuscovarius)
Jia-pimenta (Leptodactylus labyrinthicus).

Répteis (cobras, lagartos, cágados etc), 18 espécies:

RIMA 45
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Víbora (Hemidactylus mabouia),


Calanguinho (Cnemidophorus ocellifer) (Figura 1),
Lagartixa-Preta (Tropidurus gr. hispidus),
Teju (Tupinambis merianae),
Camaleão (Iguana iguana),
Cascavel (Crotalus durissus),
Jararaca (Bothrops sp),
Jiboia (Boa constrictor),
Cobra-Vede (Philodryas olfersii)
Corre-Campo (Philodryas nattereri),
Cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena vermicularis).

Aves, 65 espécies:
Gavião-caramujeiro (Milvago chimachima),
Barulhento (Euscarthmus meloryphus),
João-besta ou dorminhoco (Nystalus maculatus),
Ribaçã (Zenaida auriculata),
Jandaia ou gangarra (Aratinga cactorum),
Gavião-pega-pinto (Rupornis magnirostris),
Rolinhas (Columbina spp),
Bentevi (Pitangus sulphuratus),
Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus),
Tesourão (Eupetomena macro),
Galo-de-campina (Paroaria dominicana),
Pitiguarí (Cyclarhis gujanensis),
Can-cão (Cyanocorax cyanopogon),
Casaca-de-couro (Pseudoseisura cristata),
Anu-preto (Crotophaga ani).

Mamíferos:
Preá (Galea spixii),
Raposa (Cerdocyon thous),

RIMA 46
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Tatu-china ou tatuí (Dasypus septemcinctus),


Guaxinim ou guará (Procyon cancrivorus).

Foto 11 – Can-cão (Cyanocorax cyanopogon) fotografado


na ADA

Espécies ameaçadas
Dentre as quatro classes animais estudadas não foram constatadas espécies
ameaçadas de extinção nem raras (lato sensu), na área de abrangência do
Empreendimento.

DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECONÔMICO

O empreendimento e sua AII, delimitada pela microbacia do Riacho Baixa do


Boi, localiza-se no distrito de Curral Queimado, inserido na área de sequeiro
do município de Petrolina. Esta área de sequeiro abrange a maior parte do
território de Petrolina, aproximadamente 2/3 da área do município, ou 3.300
km² de área, onde se localizam cerca de 4.000 pequenas propriedades,
voltadas, em sua maioria, para a criação de pequenos animais, visto que a
agricultura depende do regime das chuvas. A população, segundo o censo do
IBGE (2000), era de 15.994 habitantes.

No entorno da área prevista para instalação da CTR, até um raio de 3.000m


(3 km) não são verificadas ocupações humanas, o que atende com folga a

RIMA 47
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

diretriz da NBR 13896/97 que recomenda uma distância mínima de 500m


entre o aterro e as comunidades do entorno. A partir de um raio de 3km da
área de implantação, são pequenos sítios e também reduzidos aglomerados
de casas que ocupam terras pertencentes à Fazenda Terra Nova e à Fazenda
Nova Esperança.

Com vistas à elaboração do diagnóstico socioeconômico da Área de


Influência Direta - AID foi realizada pesquisa de campo, com o objetivo de
identificar o perfil da população, mediante uma breve caracterização das
famílias ali residentes. Simultaneamente, procurou-se levantar informações
acerca dos imóveis domiciliares, principalmente no que diz respeito à
finalidade de uso, à tipologia construtiva, ao regime de ocupação, bem como
a infraestrutura básica, abordando temas como consumo e formas de
abastecimento de água e energia elétrica, destinação dos dejetos,
equipamentos e instalações sanitárias, destino de lixo doméstico, dentre
outros2.

A dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde, educação, saneamento


e transportes constitui elemento definidor do padrão de existência das
comunidades residentes no entorno do empreendimento planejado. As tais
carências, somam-se os baixos rendimentos e um nível de dependência
acentuado em relação aos programas governamentais de transferência direta
de renda, a exemplo do Bolsa Família e do Garantia de Safra.

Como se trata de área de sequeiro, as restrições à produção agrícola


decorrentes das condições de solo e de clima, resultam em práticas agrícolas
dependentes do ciclo natural das chuvas. Nesse contexto, a criação de
animais de pequeno porte, como caprinos e ovinos, constitui um importante
recurso para assegurar a sobrevivência dessas famílias rurais.

No entanto, cabe mencionar o processo de expansão da agricultura irrigada


em todo Submédio São Francisco e, em particular, no município de Petrolina,
onde as oportunidades de produção e de trabalho nesse tipo de lavoura tem
contribuído para a permanência da população na zona rural, contrariando, em
certa medida, a tendência de urbanização da economia, prevalecente em
grande parte do território nacional. Estudos sobre a área frisam o dinamismo
econômico associado aos perímetros de irrigação instalados no eixo Petrolina-

2
Dados fornecidos pelas lideranças locais entrevistadas durante pesquisa de campo realizada.

RIMA 48
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Juazeiro, configurando uma economia predominantemente voltada para a


exportação.

A pesquisa de campo realizada como subsídio ao diagnóstico permitiu a


identificação e caracterização das localidades inseridas na área de Influência
Direta – AID, com indicação do total de residências existentes, dados esses
que serviram de referência para se elaborar o cálculo do total aproximado de
habitantes que residem nos espaços considerados.

QUADRO 03 – LOCALIDADES INSERIDAS NA AID DO


EMPREENDIMENTO
Total de edificações /
Localidade residências
Nº %
Sítio Tanque Velho 40 21%
Sítio Lagoa do Pau Ferro 10 5%
Sítio Serrinha 12 6%
Sítio Facheiro 6 3%
Sítio Fortaleza 8 4%
Sítio Curral Queimado 25 13%
Comunidade Terra Nova 70 37%
Fazenda Nova Esperança 20 10%
Total 191 100%

Estas pequenas comunidades começam a se insinuar em um raio de 1,5km


em torno da unidade, distribuindo-se em terras identificadas pelo nome de
antigas fazendas, principalmente a Fazenda Terra Nova e a Fazenda Nova
Esperança.

Com base nas informações citadas, calcula-se uma população aproximada de


666 habitantes na Área de Influência Direta-AID, sendo considerada uma
média de 3,64 moradores nos 183 domicílios ocupados que foram
identificados no decorrer da pesquisa de campo realizada, como subsídio à
elaboração do presente diagnóstico socioeconômico. Cabe ressaltar que no
Assentamento Fazenda Nova Esperança, das 20 edificações relacionadas,
apenas oito são efetivamente utilizadas para fins residenciais, segundo dados
obtidos através de entrevista no local.

RIMA 49
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 15 – LOCALIZAÇÃO DE COMUNIDADES NO ENTORNO DA ADA

Comunidades da Fazenda Terra Nova

A antiga Fazenda Terra Nova, localizada no Km-106, às margens da BR-


407, no sentido Petrolina/Afrânio, atualmente encontra-se dividida da
seguinte forma: Sítio Tanque Velho; Sítio Lagoa do Pau Ferro; Sítio Serrinha;
Sítio Facheiro; Sítio Fortaleza e Sítio Curral Queimado. Além das unidades de
produção mencionadas, existe um conjunto de casas que formam um
pequeno aglomerado de características rurais, conhecido como Terra Nova,
reproduzindo a denominação da fazenda que existiu no local. O registro
fotográfico a seguir ilustra as características destas pequenas comunidades.

RIMA 50
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Foto 12 – a) Sítio Tanque Velho b) Terra Nova c) Sítio Serrinha d) Sítio Facheiro

Estas comunidades não contam com Escola e/ou posto de Saúde, para o
atendimento médico em geral utilizam os serviços dos hospitais de Petrolina e
postos de Saúde da Ponta da Serra a cerca de 12 km destes sítios, quanto a
Educação migram para as escolas do Rio Jardim a 12 km ou Pau Ferro a 24
km, os alunos contam com um transporte próprio que não esta em bom
estado, mas recebe ajuda do Município.

Quanto ao transportes coletivos disponíveis são de boa qualidade e os


horários de atendimentos são: Para Petrolina e Afrânio de 1 em 1 hora,
iniciando as 7:00hs e terminando as 19:00hs. Para os casos de emergência os
Sítios utilizam o ônibus escolar ou os carros de algum morador.

No caso da energia elétrica é onde se observa o melhor nível entre todos os


serviços analisados a seguir, embora ainda existam aproximadamente 10
imóveis sem energia elétrica.

O abastecimento de água dos Sítios estudados ocorre através de ligações da


adutora que segue para Afrânio, tem água 24h e foi construído pelo projeto

RIMA 51
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Água Melhor realizado pelo governo Municipal, Estadual e Compesa, porém a


água não é tratada, mas todos os moradores pagam tarifa em média de R$
9,50 valor mínimo. Apenas o Sitio Serrinha tem água tratada e a tarifa mínima
é de R$ 23,00 para 10 m³ de água.

Conforme apurado nas pesquisas de campo, a renda média por família é de


1,5 salários mínimo, relativos a todos os sítios estudados. Quanto à segunda
fonte de renda percebe-se a importância de programas governamentais.
Todas as 171 famílias são atendidas diretamente por algum programa
governamental, sendo eles: Bolsa Família (34%), Bolsa Escola (51%), Chapéu
de Palha (9%) e Garantia Safra (77%).

Em termos de organização social, os Sitio Tanque Velho, Sitio Lagoa do Pau


Ferro, Sitio Serrinha, Sitio Facheiro, Sitio Fortaleza e Sitio Curral Queimado
não tem atuação de entidades/instituições assistencialistas, estes contam
apenas com um agente de Saúde e a Associação dos Moradores.

Comunidades da Fazenda Nova Esperança

A Fazenda Nova Esperança corresponde a um assentamento de reforma


agrária instalado pelo Fundo de Terras de Pernambuco – FUNTEPE, em
parceria com o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Petrolina, em dezembro
de 2007. O mencionado assentamento está localizado a cerca de 200 m a
margem da BR-407, no sentido Petrolina/Afrânio. Os lotes dos assentados se
distribuem em uma área total de 477 hectares, onde residem e/ou trabalham
vinte famílias, dedicadas à lavoura de subsistência, produzindo grãos,
legumes, e desenvolvendo pequenos criatórios de caprinos e ovinos.

Ao igual que as comunidades vizinhas da Fazenda Terra Nova, estas


comunidades não contam com Escola e/ou posto de Saúde, para o
atendimento médico, e em geral utilizam os serviços dos hospitais de
Petrolina e Postos de Saúde a cerca de 10 km deste assentamento, quanto a
Educação migram para as escolas do Rio Jardim a 12 km ou Petrolina a 19
km, os alunos contam com um transporte coletivo.

O assentamento não tem abastecimento de água, embora exista um poço


amazonas com água salgada onde não serve nem para a irrigação.
Atualmente a Prefeitura de Petrolina abastece a Fazenda Boa Esperança com
carro pipa de 2 em 2 meses.

RIMA 52
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Com relação ao saneamento não existe sistema de tratamento de esgoto


convencional, mas todas as residências têm banheiro com fossa séptica
construídas pelo próprio morador, quando as fossas ficam cheias, são
desprezadas e se constrói outra. Quanto ao lixo, à maioria das residências,
despejam-no nos seus quintais e em alguns casos os moradores chegam a
queimá-lo.

As características socioeconômicas desta comunidade não diferem das já


expostas para a Vizinha Fazenda Terra Nova.

Foto 13 – Fazenda Nova Esperança.

DIAGNÓSTICO DE PATRIMÔNIO CULTURAL

O que é Patrimônio Cultural3? Por que


está sendo incluído em um estudo
ambiental de uma Central de
Tratamento de Resíduos? Estas
seriam as principais dúvidas que
poderiam surgir nas pessoas. Bom,
Patrimônio se refere a nossos bens, o
que é nosso, é uma herança coletiva.
Cultura por sua vez se refere a nossa história, nossos saberes, nossos
monumentos, nossa culinária e em geral, todo o que caracteriza uma
sociedade.

3
Desenho extraído da cartilha: PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL, Nossas casas e
cidades, uma herança para todos. Câmara de Arquitetura do CREA / MG, 2004.

RIMA 53
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O que hoje se considera como Patrimônio Cultural de um Povo, compreende


as obras de seus artistas, arquitetos, músicos, escritores, e sábios, assim
como as criações anônimas surgidas da alma popular e o conjunto de valores
que lhe dão sentido à vida, além claro, de monumentos, vestígios
arqueológicos, históricos edificados ou não. O estudo do Patrimônio cultural
tem que ser incluído nos estudos de Impacto Ambiental, pois assim o
determina a Resolução do CONAMA 001/86 que é a que embasa esta tipologia
de Estudos. Os Termos de Referência da CPRH já incluem no seu escopo as
exigências requeridas para este levantamento de Patrimônio Cultural, as quais
por sua vez são determinadas pela IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional).

A História de Petrolina

O atual município de Petrolina originou-se de um povoado denominado


Passagem (Passagem de Juazeiro), que existia já na primeira metade do
século XIX, na margem esquerda do Rio São Francisco. Nesse povoado foi
construída uma capela para atender a um pedido de Frei Henrique, um
capuchinho italiano, ao vigário de Coripós, hoje Santa Maria da Boa Vista, por
conta da grande distância que prejudicava a visitação aos fiéis.

A capela foi construída a partir de 1858, em uma área rochosa, conhecida


como Pedra Grande, considerado, hoje, o Marco Zero da cidade, onde
posteriormente foi erguida a Igreja Sagrado Coração de Jesus. Em torno da
Capela começam a surgir as
primeiras edificações sólidas.

Em 1860, ainda em construção,


com apenas uma torre, a capela
é inaugurada com a imagem de
Nossa Senhora Rainha dos
Anjos, que se tornou a
padroeira da cidade.

A partir de 1862 a capela passa


a condição de Igreja Matriz e a povoação de Passagem de Juazeiro, a
categoria de Freguesia pela Lei nº 530 de 07 de junho de 1862. Torna-se Vila
em maio de 1870, pela Lei nº 921, com o nome de Vila de Petrolina em
homenagem ao Imperador D. Pedro II ou derivado da Pedra Grande. Passa a

RIMA 54
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Categoria de Comarca em 08 de junho de 1879, pela Lei nº 1.444. Em 25 de


abril de 1893 passa a categoria de município autônomo, mas a situação só é
oficializada em 21 de setembro de 1895.

Contexto Arqueológico

As pesquisas arqueológicas realizadas no interior do Estado de Pernambuco


têm demonstrado uma grande dispersão de ocupações especialmente de
grupos pré-históricos. Há sítios localizados nas áreas do Sertão Central, Sertão
do Pajeú, Sertão do Moxotó, Sertão do Itaparica, Sertão do Araripe e Sertão
do São Francisco. Em contexto regional há sítios arqueológicos localizados nos
municípios de Salgueiro, São José do Belmonte, Verdejante, Mirandiba,
Afogados da Ingazeira, Triunfo, Brejinho, Ibimirim, Betânia, Floresta,
Itacuruba, Petrolândia, Belém do São Francisco, Carnaubeira da Penha,
Tacaratu, Araripina, Exu, Ouricuri, Santa Filomena, Moreilândia, Cabrobó e
Dormentes. Nestes municípios foram evidenciados vestígios de grupos
caçadores e coletores e de grupos ceramistas que ocuparam aldeias
geralmente posicionadas em áreas altas e planas, como também de grupos
que utilizaram os abrigos sob rocha e os lajedos, próximos a rios e riachos,
para realizarem pinturas e gravuras rupestres.

Para a contextualização arqueológica deste empreendimento foi delimitado


um espaço compreendido pelo Sertão do São Francisco (Petrolina e
municípios vizinhos) e Sertão do Itaparica, ou seja, um contexto das
pesquisas realizadas em áreas que foram ocupadas por grupos pré-históricos
que habitaram o vale do Rio São Francisco e adjacências.

A bacia do Rio São Francisco representa uma das maiores concentrações de


sítios arqueológicos no Nordeste do Brasil. O rio foi o caminho natural de
deslocamento utilizado por diversos grupos humanos desde a pré-história e os
resultados de pesquisas arqueológicas realizadas, desde a década de 1970,
atestam a presença de grupos caçadores-pescadores ocupando as margens e
as proximidades do Rio São Francisco a pelo menos 10000 anos BP (MARTIN,
1998).

O empreendimento está localizado em uma área cujo entorno apresenta um


rico patrimônio arqueológico. Este patrimônio vem sendo descoberto por meio
de pesquisas sistemáticas e de salvamento. De acordo com Martin (1998) as
informações arqueológicas que hoje temos a respeito da pré-história do vale

RIMA 55
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

do Rio São Francisco provêem, em sua maior parte, das pesquisas de


salvamento arqueológico, obtidas através de três projetos: o Projeto
Sobradinho de Salvamento Arqueológico, o Projeto Itaparica e o Projeto Xingó
de Salvamento Arqueológico. Pode-se ainda destacar os relatos de viajantes
como de grande contribuição para esse conhecimento.

Patrimônio Cultural de Petrolina

Na elaboração do trabalho foram identificados, visitados e fotografados todos


os monumentos e bens culturais de Petrolina,
com destaque para o seu Centro Histórico, a
Catedral Igreja Sagrado Coração de Jesus,
inaugurada em 1929 e edificada em Pedras
retiradas do próprio local. Na torre esquerda está
um relógio de dois metros e meio de diâmetro,
doado por Padre Cícero e três sinos de bronze
presente da França.

Igreja Matriz Nossa Senhora Rainha dos Anjos, a


primeira igreja de Petrolina, construída entre
1858 e 1906. Tem como padroeira Nossa Senhora
Rainha dos Anjos que é a padroeira da cidade. A
imagem da padroeira veio de Portugal há mais de
duzentos anos.

Os levantamentos também incluíram os bens imateriais de Petrolina,


abrangendo culinária, artesanato, saberes e outros.

Vistoria superficial na ADA

Na área de intervenção (ADA), foi atendida a instrução do IPHAN que solicita


a vistoria superficial do terreno na procura de vestígios ou indícios de peças,
elementos ou desenhos que possam estar no local.

Neste reconhecimento não foi identificado nenhum elemento diferente às


ruínas da casa do antigo morador do local, muito embora deva ser salientado
que a vegetação de caatinga dificulta o percurso pelo terreno e a visibilidade
do terreno.

RIMA 56
Para atingir o objetivo do capítulo, foi aplicada inicialmente a metodologia de
avaliação conhecida como Ad-Hoc, na qual foram realizadas reuniões com a
equipe técnica multidisciplinar. Em seguida foi aplicado o Método das Matrizes
de Interação de forma a correlacionar as ações do empreendimento que
geram impactos com os fatores ambientais. A sequência metodológica da
avaliação é apresentada a seguir:

RIMA 57
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

I. Identificação de impactos pelos especialistas;

II. Discussão interdisciplinar com todos os membros da equipe, definindo


os impactos relevantes;

III.Elaboração de Matriz de Interação com a qualificação dos impactos;

IV. Definição de medidas mitigadoras e PBA’s.

FASES ANALISADAS

Na avaliação de Impacto Ambiental foram consideradas as três (3) fases já


discutidas no Capítulo de caracterização do empreendimento.

Fase de Implantação

A Fase de Implantação inicial das obras estender-se-á por um período de sete


(7) meses aproximadamente. Um aspecto que deve ser salientando, por
oportuno, é que esta primeira etapa de 7 meses corresponde aquela em que
se produzirá a transformação principal do terreno, da situação em que se
encontra atualmente, para uma área edificada, dotada de infraestrutura e
com movimentação de veículos permanente. Contudo, a implantação do
empreendimento não finaliza após os sete meses iniciais, pois nos aterros
sanitários as obras de implantação são permanentes e gradativas e se
superpõem à operação em longos períodos de tempo. As ações que poderão
chegar a causar impacto ambiental nesta Fase são as seguintes:

Instalação de canteiro de obras e mobilização de pessoal;

Limpeza do terreno e supressão de vegetação;

Escavação e terraplenagem;

Execução de obras civis.

Fase de Operação

A Fase de operação do empreendimento se estenderá por um período de mais


de 20 anos, pois a área apresenta condições suficientes para atender o

RIMA 58
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

município de Petrolina por esse período mínimo. As ações impactantes


verificadas nesta Fase são relacionadas na sequência:

Circulação de veículos;

Aterramento de resíduos;

Geração de subprodutos.

Fase de Encerramento

Para efeitos de definir um parâmetro inicial, pode-se dizer que o


encerramento se produzirá após 30 anos de operação, e a pós-operação se
estenderá por um período de 10 anos a partir do momento em que se termine
com a disposição de resíduos no local.

QUALIFICAÇÃO DE IMPACTOS

Para a avaliação de impacto ambiental foram considerados os seguintes


critérios de qualificação:

Efeito - (Positivo, Negativo, Neutro);

Natureza - (Direto, Indireto);

Persistência - (Cíclico, Temporário, Permanente;

Abrangência - (Pontual, Local, Regional, Global);

Ocorrência - (Remota, Pouco provável, Provável, Muito provável,


Certo);

Controle - (Mitigável, Compensável);

Magnitude / Importância:

Este último critério de qualificação abrange os demais, pois considera


que tão relevante será um determinado impacto no meio ambiente, no
caso de ele chegar a acontecer, conforme analisado no estudo. É a
qualificação de maior importância, e requer maior discussão
interdisciplinar. Para efeitos deste estudo considerou-se como:

RIMA 59
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto considerado muito importante, no contexto geral do projeto,



seja de forma negativa ou positiva.

Impactos de magnitude intermediária, que não podem ser considerados


 como inexpressivos, mas tampouco como muito importantes no contexto
geral.

Impacto considerado de baixa importância, no contexto geral do projeto,


 seja de forma negativa ou positiva. Mesmo sem mitigação, sua ocorrência
não modifica expressivamente nenhum fator ambiental.

RESULTADOS OBTIDOS

De uma forma geral, os resultados obtidos estiveram dentro do que se


esperava para uma área com densidade populacional extremamente baixa,
sem recursos hídricos subterrâneos e escassos recursos hídricos superficiais,
onde o aspecto ambiental de maior relevância está dado por uma vegetação
de caatinga, que em parte corresponde a um estágio secundário que se
desenvolveu quando parou a atividade agrícola que realizava o antigo
proprietário. Do ponto de vista físico, a área apresenta limitações pelos
fatores que nela não estão presentes, como é o caso da camada de solo,
inexistente em grande parte da área que exibe uma superfície rochosa em
quase toda sua extensão.

Os impactos ambientais decorrentes de aterros sanitários são amplamente


conhecidos e todos eles foram abordados no estudo, incluindo os efeitos da
geração de chorume, geração de biogás, ruído, odores, alteração da
qualidade do ar, alteração morfológica dentre outros. Todos estes impactos,
porém, em função das características de baixa fragilidade ambiental da área,
poderão chegar a afetar o meio ambiente de forma moderada ou ainda de
forma inexpressiva. No universo de impactos negativos analisados, o
percentual dos que foram considerados como de importância ALTA, ou seja,
aqueles que possuem uma capacidade maior de degradar o ambiente, cai
para 21%, sendo predominantes neste caso os impactos de importância
média, onde se situa 55% do total de 33 impactos analisados.

RIMA 60
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 16 – SÍNTESE DA IMPORTÂNCIA DOS IMPACTOS POR NATUREZA


IMPACTOS POSITIVOS IMPACTOS NEGATIVOS

10%

24% 21%

ALTA

MÉDIA

BAIXA
50%
40%

55%

Sete (7) impactos Negativos foram classificados como de magnitude ALTA,


sendo os seguintes:

1. Perda de cobertura vegetal de caatinga em decorrência da supressão


necessária para implantação da unidade;
2. Perda de espécies vegetais relevantes, que por ventura se localizem
nos setores da área onde será realizada a supressão;
3. Alteração de áreas de empréstimo e jazidas requeridas para
fornecimento de solo para aterro;
4. Possibilidade de induzir pontos críticos de resíduos sólidos na cidade de
Petrolina, em decorrência do aumento da distância para o local de
destinação final;
5. Probabilidade de poluição das águas superficiais localizadas a jusante
do aterro, por conta de vazamentos ou tratamento inadequado do
chorume gerado dentro das células;
6. Risco de incêndios na massa de resíduos e na vegetação remanescente,
em decorrência do clima extremamente seco e quente;
7. Possibilidade de induzir usos na área, não compatíveis com a condição
de aterro sanitário encerrado.

Para cada um dos quarenta e três (43) impactos levantados foram propostas
medidas mitigadoras, ora de caráter preventivo, ora de caráter corretivo.
Todas estas medidas de mitigação foram consolidadas em PROGRAMAS
AMBIENTAIS que deverão ser desenvolvidos e executados, tanto na etapa
de implantação, como na etapa de operação.

RIMA 61
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 01. Encerramento das atividades de disposição de resíduos no Raso


da Catarina, beneficiando o processo de remediação da área, os
bairros vizinhos e toda a cidade de uma forma geral.

O que é?
Este impacto diz respeito ao encerramento das atividades de disposição de
resíduos sólidos domiciliares classe IIA na área de remediação do Raso da
Catarina.

O que pode ser feito?


Por se tratar de um impacto positivo, o mesmo deve ser maximizado através
do atendimento rigoroso dos prazos e compromissos estipulados no processo
de concessão, que dizem respeito à continuação das ações de remediação por
parte da concessionária CTR Petrolina, os quais deverão ser desenvolvidos de
forma paralela à implantação e operação da nova infraestrutura.

Impacto 02. Criação de alternativa ambientalmente correta de destinação final


de resíduos industriais, não só para Petrolina, mas para toda a
região, carente deste tipo de serviço.

O que é?
Este impacto diz respeito à prestação de um serviço para as indústrias da
região, que atualmente é inexistente.

O que pode ser feito?


O impacto deve ser maximizado pela divulgação do empreendimento de uma
forma regional, bem como pela definição de uma tabela de preços justa, e
pensada levando em conta as possibilidades econômicas da região.

Impacto 03. Aproximação do poder público, instituições de ensino e outros


grupos multiplicadores, para a área rural de Petrolina.

RIMA 62
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O que é?
A implantação da Nova CTR Petrolina representa a inserção de um
equipamento público na região, que pode servir como um elo de aproximação
entre a Prefeitura e as comunidades que habitam a área rural nas
proximidades do empreendimento.

O que pode ser feito?


Como se trata de um impacto positivo, o mesmo deve ser maximizado através
da integração das ações da empresa CTR Petrolina com as ações previstas
pelas diversas secretarias do município, especialmente de saúde e educação,
visando tornar o local um ponto de apoio avançado da Prefeitura na área
rural.

Impacto 04. Geração de empregos diretos e indiretos, tanto durante a fase de


implantação, como durante a fase de operação, gerando renda e
melhoria na qualidade de vida.

O que é?
Observando o contexto socioeconômico do entorno e as dificuldades de
sobrevivência das populações que nele habitam, entende-se que a geração de
empregos com carteira assinada consiste em um impacto muito positivo no
âmbito local.

O que pode ser feito?


Por se tratar de um impacto positivo, a sua maximização deve ser realizada
através de um cadastro de potencialidade de aproveitamento de mão de obra
na região, dando preferência à contratação de pessoas do entorno para as
atividades de empresa.

Impacto 05. Dinamização da economia local pela execução de obras e


contratação de pessoas.
O que é?
A implantação do empreendimento requer compra de materiais, contratação
de subempreiteiras, geração de empregos indiretos.

O que pode ser feito?


Por se tratar de um impacto positivo, este deve ser maximizado através da
priorização da compra de materiais de construção no município, bem como

RIMA 63
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

aproveitamento das empreiteiras e prestadoras de serviço local para


fechamento de subcontratos, tanto durante a fase de implantação como
durante a fase de operação.

Impacto 06. Possibilidade de beneficiar as comunidades do entorno, através


da doação da madeira proveniente da supressão.

O que é?
Observa-se que o trabalho de supressão de caatinga, produzirá um estoque
de material lenhoso que poderá beneficiar as comunidades do entorno.

O que pode ser feito?


Planejamento das ações de supressão de vegetação em parceria com as
comunidades do entorno, por meio de associações ou grupos organizados
locais, que possam, eventualmente, realizar o corte da caatinga, e gerenciar o
material lenhoso para beneficiar o maior número possível de famílias.

Impacto 07. Aumento da receita do município em decorrência da obtenção da


Licença de Operação (LO), que creditará o município a receber
recursos do ICMS socioambiental (Lei N° 12.432).

O que é?
O Governo do Estado "premia" com dinheiro, os municípios que destinem os
seus resíduos sólidos para um Aterro Sanitário licenciado. Com a implantação
da CTR, Petrolina será creditada para receber esta verba adicional.

O que pode ser feito?


A maximização desta medida diz respeito à conservação do padrão de
trabalho, tanto na compostagem na área de remediação como na nova CTR,
de tal forma a atingir ano trás ano a máxima pontuação possível considerada
para cálculo da verba a ser repassada ao município.

Impacto 08. Aumento da segurança aeroportuária, pelo encerramento


definitivo do lixão e afastamento do novo aterro sanitário.

O que é?
As aves são um risco para os aviões quando estes estão se aproximando dos
aeroportos, e nos aterros sanitários eventualmente podem-se verificar garças
brancas (Aterro sanitário não tem urubu, só se ele for mal operado). Assim o

RIMA 64
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

afastamento do local de destinação final de resíduos para 20 km, favorece a


segurança aeroportuária.

O que pode ser feito?


Garantir um rigoroso controle das ações que se desenvolvam no futuro, tanto
na nova CTR como na área de remediação do Raso da Catarina, de tal forma
a garantir que nenhum destes dois locais será refugio de aves, principalmente
urubu.

Impacto 09. Ampliação do conhecimento científico do bioma Caatinga na


região de Petrolina, em decorrência dos levantamentos
aprofundados realizados para o EIA/RIMA.

O que é?
O EIA/RIMA, pela mesma exigência do termo de referência, representa uma
grande fonte de dados de consulta para a região.

O que pode ser feito?


Disponibilização do estudo na internet, para servir como fonte de consulta de
outras pesquisas e estudos que venham a ser realizados na região.

Impacto 10. Possibilidade de consolidar áreas de preservação ecológica


municipais no entorno da unidade, como forma de garantir um uso
do solo compatível ainda após o encerramento do local.

O que é?
É importante que no entorno da área do Aterro, não seja feita nenhuma
urbanização. Para garantir isso ao longo do tempo, é possível criar áreas
protegidas no entorno, como áreas de preservação municipais.

O que pode ser feito?


Discussão, em nível municipal, para avaliação desta possibilidade.

RIMA 65
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 11. Geração de expectativas e possível apreensão das comunidades


do entorno, que tem no "lixão", o seu único referencial sobre o que
é um aterro sanitário.

O que é?
É normal que as comunidades associem EQUIVOCADAMENTE, um aterro
sanitário com um lixão, com todos os seus impactos de mau cheiro,
queimadas, insegurança, moscas, urubus. Isto causa preocupação e
nervosismo na comunidade sobre a situação futura.

O que pode ser feito?

Implantar ações de comunicação social dentre as quais, a elaboração de um


folder explicativo, aliada a uma abordagem porta a porta nos sítios e
povoados próximos da CTR.

Impacto 12. Possibilidade de induzir uma alteração do custo das terras no


entorno da unidade, em decorrência do anúncio da implantação
do empreendimento.

O que é?
Com a divulgação da implantação do empreendimento, é provável que se
suscite um movimento especulativo dos terrenos vizinhos, em termos de
conflitos por propriedade e conflitos limítrofes.

O que pode ser feito?


O empreendedor deve estar com todos os documentos de regularização da
área em dia.

RIMA 66
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 13. Possibilidade de se verificar uma degradação do ambiente pela


geração de esgoto, e águas oleosas em decorrência da
implantação e operação do Canteiro de Obras.

O que é?
No canteiro de obras durante a etapa de implantação, haverá geração de
esgoto e águas que estiveram em contato com óleo. Isto pode causar
poluição do terreno e das águas nos períodos mais chuvosos.

O que pode ser feito?


O empreendedor deverá implantar o Programa de Controle Ambiental, onde
lhe será exigido:  Utilizar um sistema de tratamento de esgoto;  Utilizar
banheiros químicos se for necessário;  Utilizar caixas separadoras de óleo
antes de despejar, no terreno, as águas de lavagem provenientes da oficina;
 Guardar adequadamente as embalagens de óleo usadas.

Impacto 14. Degradação do ambiente pela geração de resíduos sólidos de


diversas tipologias no canteiro e nas frentes de obra com potencial
de poluição.

O que é?
No canteiro de obras durante a etapa de implantação, haverá geração de
resíduos sólidos que poderão ser carregados pelo vento degradando a
paisagem e poluindo o solo.

O que pode ser feito?


O Programa de Controle Ambiental - PCA do empreendimento deverá prever o
gerenciamento adequado de resíduos. Este gerenciamento no caso da obra
consiste na separação dos resíduos em quatro grupos: (i) Entulho e resíduos
de construção civil; (ii) Resíduos de características domiciliares;(iii) Madeira;
(iv) Resíduos perigosos.

Impacto 15. Aumento do nível de ruídos em decorrência da operação de


maquinaria pesada.

RIMA 67
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O que é?

O barulho das máquinas e das atividades de escavação pode chegar a alterar,


a tranquilidade do setor, ou prejudicar os operários que trabalhem na obra.

O que pode ser feito?

Algumas ações podem ser empreendidas para minimizar este efeito: 


Verificação periódica dos níveis de emissão de ruído dos equipamentos; 
Planejar para que as atividades mais barulhentas sejam realizadas durante o
período diurno;  Uso de equipamento de proteção individual (EPI) para
todos os operários.

Impacto 16. Aumento do nível de ruído impulsivo e vibrações do terreno em


decorrência da possível utilização de explosivos para desmonte de
rocha na área de implantação.

O que é?
Caso seja requerido, parte das rochas do terreno terá que ser explodidas para
conformar as células. Isso causa um barulho muito intenso, além de vibração
no terreno.

O que pode ser feito?


O ruído e a vibração são inevitáveis, porém, podem ser minimizados e
controlados. Para isso deve ser seguida, no que aplicável à condição rural da
área, a Norma Brasileira NBR 9653: - Guia para avaliação dos efeitos
provocados pelo uso de explosivos nas minerações em áreas urbanas.

Impacto 17. Perda de cobertura vegetal de caatinga em decorrência da


supressão necessária para implantação da unidade.

O que é?
Para implantar a CTR será requerido limpar o terreno, removendo a
vegetação nativa de uma parte da área.

O que pode ser feito?


Algumas medidas podem minimizar o impacto:  Delimitar devidamente as
áreas de supressão;  Realizar uma vistoria exaustiva na área a ser

RIMA 68
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

suprimida, para identificação e salvamento de espécies de relevante valor; 


Aproveitamento da madeira retirada como lenha;  Realizar a reposição
florestal da vegetação.;

Impacto 18. Perda de espécies vegetais relevantes, que por ventura se


localizem nos setores da área onde será realizada a supressão.

O que é?

Algumas espécies de plantas presentes na área são consideradas como


ameaçadas de extinção, a exemplo da braúna e da aroeira, e cuja supressão
representa uma perda adicional de biodiversidade.

O que pode ser feito?


Algumas medidas podem minimizar o impacto:  Realizar uma vistoria para
tentar salvar alguns indivíduos;  Capacitação do pessoal que realizará a
supressão da vegetação para identificar estas espécies;  Acompanhamento
das atividades de supressão por um biólogo capacitado;  Autorização da
CPRH;  Realizar a reposição florestal da vegetação.

Impacto 19. Possibilidade de Perda de indivíduos de fauna de habito fossorial


e/ou de pouca mobilidade que porventura não sejam identificados
quando do início dos trabalhos de terraplenagem.

O que é?
Pequenos roedores, cobras, lagartos, ao invés de fugir para as áreas laterais,
podem se esconder no terreno, e quando começarem os trabalhos de
escavação serão afetados pelas máquinas.

O que pode ser feito?


Recomendam-se as seguintes medidas:  Realizar uma vistoria para tentar
salvar alguns indivíduos;  Capacitação do pessoal que realizará a supressão
da vegetação para identificar estas espécies;  Acompanhamento das
atividades de supressão por um biólogo capacitado.

RIMA 69
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 20. Alteração morfológica do terreno, e das condições de drenagem


pelos trabalhos de terraplenagem envolvendo escavação e aterro.

O que é?
A escavação e os nivelamentos que são requeridos para implantar o aterro
vão alterar a forma natural do terreno, bem como a forma como a água escoa
nos períodos de inverno.

O que pode ser feito?


Recomendam-se as seguintes medidas:  Levar em consideração a drenagem
natural do terreno no projeto executivo do aterro;  Implantar proteção
vegetal nos taludes e platôs;  Utilizar drenagens corta-fluxo;  Realizar
limpeza periódica do bueiro que atravessa a BR-407.

Durante a operação do empreendimento aplicam-se as mesmas considerações


relacionadas acima.

Impacto 21. Alteração de áreas de empréstimo e jazidas requeridas para


fornecimento de solo para aterro.

O que é?
Na área de implantação há pouco barro para realização de aterros. Assim,
este terá que ser trazido de outros setores do município, podendo causar a
degradação destes locais.

O que pode ser feito?


Recomendam-se as seguintes medidas:  Importação de material de jazidas
e empréstimos licenciados do município;  Realizar um estudo nas
proximidades da área, na procura de locais de empréstimo adequados; 
Buscar parcerias com as comunidades vizinhas, para extração de material dos
açudes, caso isto seja de interesse das partes.

Impacto 22. Possibilidade de perda de patrimônio cultural não conhecido, que


porventura se localize nas áreas de escavação e que não tenha
sido identificado durante os trabalhos de prospecção intensiva.

RIMA 70
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O que é?
Durante a escavação e terraplenagem da área, pode ocorrer a perda de
algum vestígio arqueológico que não tenha sido detectado durante os
trabalhos de pesquisa.

O que pode ser feito?


Elaborar e implantar um programa de Prospecção arqueológica Intensiva na
área afetada, antes de iniciarem os trabalhos de escavação e remoção de solo
no local.

Impacto 23. Indução a foco de processos erosivos na área da terraplenagem,


em função da remoção da camada vegetal e exposição do terreno
à intempérie.

O que é?
Quando seja removida a vegetação da área, o terreno vai ficar exposto, o que
pode chegar a favorecer a formação de sulcos de erosão.

O que pode ser feito?


Recomendam-se as seguintes medidas:  Racionalizar a limpeza do terreno,
restringindo-a aos setores onde haverá intervenção imediata;  Implantar
proteção vegetal nos taludes e platôs bem como drenagens temporárias.

Impacto 24. Aumento das concentrações de material particulado no ar em


decorrência da terraplenagem.

O que é?
A escavação e o movimento de máquinas emitem poeira, além de gases pelos
escapes dos veículos, alterando localmente a qualidade do ar.

O que pode ser feito?


Recomendam-se as seguintes medidas:  Os veículos devem trafegar com
velocidade e carga compatíveis com as vias e serem conduzidos por
motoristas treinados e experientes;  O transporte de material pela estrada
deverá ser feito com caçambas cobertas;  A umectação das vias de acesso
às obras, e os desvios de tráfego, deverá ser feita através de caminhões-pipa.

RIMA 71
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 25. Aumento do tráfego de veículos pesados na BR-407, aumentando


as probabilidades de acidentalidade.

O que é?
A entrada e saída de caçambas e máquinas na obra podem causar riscos de
batidas na BR-407.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Sinalização adequada da BR-407 nos dois sentidos; 
Evitar a execução de trabalhos noturnos;  Motoristas devem ter habilitação
vigente, e serem conscientizados sobre a importância de respeitar as normas
de tráfego, especialmente o limite de velocidade.

Impacto 26. Possibilidade de induzir pontos críticos de resíduos sólidos na


cidade de Petrolina, em decorrência do aumento da distância para
o local de destinação final.

O que é?
Atualmente o local para destinar os resíduos sólidos está dentro da cidade de
Petrolina. Com a nova CTR, a distância será de 20 km e adicionalmente se
terá uma cobrança na entrada pela prestação do serviço. Isso pode fazer com
que algumas pessoas ou empresas, prefiram infringir a lei para economizar, e
despejar os resíduos em terrenos baldios na periferia da cidade.

O que pode ser feito?


Fiscalização destas ocorrências por parte da Prefeitura Municipal de Petrolina.

Impacto 27. Probabilidade de poluição das águas superficiais localizadas a


jusante do aterro, por conta de vazamentos ou tratamento
inadequado do chorume gerado dentro das células.

RIMA 72
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O que é?
O chorume é um líquido preto que se gera pela decomposição do lixo e
depende das chuvas para se produzir em grandes quantidades em um aterro
sanitário. Como em Petrolina chove muito pouco, se terá muito pouco
chorume na CTR, mas mesmo assim, este será drenado e levado para uma
lagoa impermeabilizada para evitar que cause dano ao meio ambiente.
Entretanto, caso se tenha algum vazamento e o chorume chegue ao riacho
Baixa do Boi, por exemplo, pode causar alguma contaminação na água.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Acumulação em lagoa impermeabilizada com manta de
PEAD;  Eliminar o chorume através da aspersão nas células (evaporação);
 Monitoramento e manutenção permanente da lagoa de acumulação e dos
drenos de chorume.

Impacto 28. Contribuição para o aquecimento global pela geração de gases


de efeito estufa dentro das células.

O que é?

A decomposição do lixo, além de gerar chorume gera biogás. Neste biogás há


dois gases principais que contribuem para o aquecimento global do planeta: o
CO2 (gás carbônico) e o CH4 (Metano). Isto representa um impacto de
abrangência global.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Cobertura adequada;  Implantação de drenos de gás; 
Queima na saída dos drenos.

Impacto 29. Alterações na qualidade do ar pela geração de poluentes gasosos


em decorrência da decomposição da matéria orgânica dentro das
células.

O que é?
No biogás encontramos gases que contribuem para o efeito estufa e também
gases que são considerados como poluentes do ar pela legislação brasileira. O
mesmo metano é um poluente, além de outros gases também contidos em

RIMA 73
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

pequenas quantidades no biogás. Assim, a geração de biogás causa uma


alteração na qualidade do ar, de uma forma local.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Cobertura adequada e oportuna;  Implantação de
drenos de gás;  Queima na saída dos drenos;  Monitoramento contínuo
da emissão de gases.

Impacto 30. Desconforto para as comunidades do entorno por eventuais


odores ofensivos provindos do empreendimento.

O que é?
Mesmo que o aterro seja bem operado, eventualmente pode-se exalar um
cheiro desagradável no manuseio de algum tipo de resíduo, como os
provenientes do matadouro, por exemplo. A depender da direção do vento e
da distância das comunidades, poder-se-á chegar a produzir um desconforto.
Este impacto foi considerado como muito pouco provável de ocorrer, pois as
comunidades estão muito distantes.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Cobertura adequada e oportuna;  Vistorias nas
comunidades em regime de auditoria;  Abertura de um canal de
comunicação com a população.

Impacto 31. Risco de explosões em decorrência da geração de gás metano.

O que é?
O gás metano (CH4) gerado nos aterros sanitários é da família dos
hidrocarbonetos, e é explosivo em determinadas condições. Acontece que
nenhuma dessas condições se verifica em um aterro sanitário. Este metano é
muito mais leve que os gases da atmosfera, assim, quando este é gerado,
ascende e dilui-se nas camadas mais altas sem apresentar nenhum tipo de
risco. Em aterros de grande porte com altura muito grande e drenagem
inadequada, pode acontecer que o metano ao invés de sair pela parte
superior, fuja lateralmente e se concentre dentro de prédios ou edificações
muito próximas, que tampouco deveriam estar próximas do aterro. Nesse

RIMA 74
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

caso, pode sim existir o risco de se apresentar uma explosão. Nada disto
aplica para a CTR que está sendo proposta.

Salienta-se que a queima do gás na saída dos drenos que é típica de aterros
sanitários, não tem nenhuma relação com risco de explosão. Esta queima é
realizada para transformar o metano em gás carbônico, que aporta menos
para o aquecimento global do planeta.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Execução de drenos de gás com espaçamento máximo de
60 m;  Monitoramento permanente da concentração de metano em diversos
pontos do aterro;  Queima do biogás na saída dos drenos.

Impacto 32. Alteração morfológica do terreno com o preenchimento das


células e alteração da paisagem.

O que é?
Na medida em que as células forem sendo preenchidas, ir-se-á conformando
um terraço artificial, que contrasta com a paisagem natural.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Preservar uma faixa de caatinga de no mínimo 25 m
entorno da área para minimizar o impacto visual de quem trafega pela BR-
407;  Estudar as alternativas de reforçar esta cortina arbórea natural com a
implantação de eucaliptos na borda interna;  Revestimento vegetal dos
taludes.

Impacto 33. Possibilidade de impactar indivíduos da fauna local que


eventualmente adentrem o perímetro da CTR durante a operação,
atraídos pelos resíduos aterrados.

O que é?
O lixo representa fonte de alimento para alguns animais, principalmente na
caatinga, onde a estiagem diminui a disponibilidade de comida. Assim, pode
acontecer que animais silvestres adentrem o aterro, com risco de que sejam
machucados pelas máquinas, ou então capturados pelos operários.

O que pode ser feito?

RIMA 75
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Recomenda-se:  No código de conduta dos operários, deve ficar clara a


proibição de caçar e/ou capturar animais silvestres;  Manutenção
permanente de cercas e portões;  Definição de procedimentos de atuação,
para os casos em que sejam encontrados indivíduos de fauna nativa dentro
do aterro, com ferimentos ou não.

Impacto 34. Probabilidade de poluir o solo e a vegetação do entorno, pelo


transporte pelo vento de resíduos leves como plásticos e papeis
arrastados desde as frentes de serviço.

O que é?
Fica fácil para o vento levar os resíduos leves de plástico e papel ressecados
pelo clima muito seco e quente de Petrolina. Estes resíduos poluem o solo,
denigram a paisagem, e eventualmente podem atingir o sistema de drenagem
nas enxurradas e sair da área atingindo o açude Terra Nova localizado a
jusante do empreendimento.
O que pode ser feito?
Recomenda-se:  Limpeza permanente das áreas do entorno, com
recolhimento dos resíduos leves espalhados pelo vento;  Colocar telas
móveis de contenção de resíduos nas frentes de operação, posicionando-as a
jusante do vento;  Implantação de caixas retentoras de sólidos no sistema
de drenagem;

Impacto 35. Risco de incêndios na massa de resíduos e na vegetação


remanescente, em decorrência do clima extremamente seco e
quente.

O que é?
Clima seco, sol quente, resíduos ressecados com muito plástico e papel, são
ingredientes propícios para se iniciar um incêndio nas células, com
possibilidade de afetar também a caatinga do entorno.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Implantação de um sistema de combate a incêndios como
parte do programa de contingências que deverá ser elaborado;  Formação e
capacitação de uma brigada contra incêndios;  Cobertura permanente dos

RIMA 76
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

resíduos;  aproveitar o chorume gerado para molhar a superfície dos


resíduos.

Impacto 36. Possibilidade de degradar a qualidade ambiental do entorno pelo


aparecimento de vetores como moscas e urubus.

O que é?
Uma operação inadequada do aterro pode causar o aparecimento de moscas
e urubus, degradando a qualidade ambiental do setor.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Rigor na operação do aterro;  Gerenciamento adequado
de resíduos indutores de vetores como moscas e urubus, como é o caso de
animais mortos e resíduos do matadouro;  Controle químico de moscas; 
Cobertura eficiente da massa de resíduos minimizando as áreas expostas;

Impacto 37. Probabilidade de induzir mudanças no uso do solo do entorno e


ocupações irregulares, com rebatimento nos desmatamentos de
vegetação nativa.

O que é?
A implantação, da CTR, em um setor do município onde atualmente não há
quase nada, pode induzir outras ocupações no entorno, inclusive algumas
irregulares, que venham se instalar sem as devidas autorizações. Isto pode
gerar também um aumento do desmatamento no entorno.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Fiscalização rigorosa do entorno por parte da Prefeitura
Municipal de Petrolina. Neste caso, a CTR atuará como um vigia do entorno,
informando oportunamente ao setor responsável da Prefeitura, assim como se
insinuem processos de ocupação irregular no entorno da unidade;  Discutir
em nível municipal a possibilidade de introduzir mudanças no Plano Diretor,
evitando usos inadequados no entorno, como a urbanização, por exemplo.

RIMA 77
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Impacto 38. Aumento do tráfego de veículos pesados na BR-407 ,


aumentando as probabilidades de acidentalidade durante
operação.

O que é?
A implantação da nova CTR cria uma circulação permanente de veículos entre
Petrolina e o local. A maioria destes veículos são os compactadores e
caçambas da coleta urbana da cidade, mas também, haverá os veículos que
transportam resíduos perigosos para o aterro industrial. Tudo isto aumenta os
riscos de acidentalidade na BR-407.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Sinalizar adequadamente o trecho da BR-407 com uma
antecedência mínima de 500 m, informando aos motoristas sobre a entrada e
saída de veículos nesse ponto da BR;  Promover junto à empresa de coleta
e a Prefeitura municipal de Petrolina, um curso de reciclagem para os
motoristas envolvidos, reforçando aspectos como direção defensiva, aspectos
de segurança, aspectos ambientais dentre outros;  Promover a fiscalização
dos veículos de coleta;  Exigir dos clientes privados cadastrados, os
documentos comprobatórios da regularização do transporte, sendo isto
requisito para a aceitação dos resíduos que sejam destinados à unidade.

Impacto 39. Aumento da despesa municipal, pela necessidade de modificação


do sistema de coleta nos setores onde atualmente é realizada com
trator agrícola e reboque.

O que é?
Em alguns setores de Petrolina, a coleta ainda é realizada com trator agrícola
e reboque. Este tipo de veículo não poderá circular na BR-407 até a nova
CTR, assim que terá que ser feita uma modificação, ora trocando o tipo de
coleta, ora realizando um transbordo para outro veículo de maior capacidade.
Qualquer uma das alternativas cria um custo adicional ao verificado
atualmente.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Realização de um estudo de alternativas técnicas e
econômicas para determinação da solução ótima de coleta de resíduos, que

RIMA 78
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

será aquela que cause o menor impacto financeiro aos cofres municipais; 
Fortalecimento das atividades de coleta seletiva e reciclagem na cidade de
Petrolina, visando diminuir a quantidade de resíduos a serem coletados na
cidade;  Aplicar na área de resíduos sólidos, os recursos adicionais que
sejam recebidos pelo ICMS socioambiental.

Impacto 40. Aumento dos custos de coleta no município de Petrolina em


decorrência da maior distância a ser percorrida pela frota que
realiza a coleta na cidade.

O que é?
Complementando o impacto anterior, a nova CTR aumentará a distância de
descarrego em 20 km, o que causará um aumento nos custos da coleta
domiciliar.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Realização de um estudo de alternativas técnicas e
econômicas para determinação da solução ótima de transporte de resíduos,
que será aquela que cause o menor impacto financeiro aos cofres municipais;
 Fortalecimento das atividades de coleta seletiva e reciclagem na cidade de
Petrolina, visando diminuir a quantidade de resíduos a serem coletados na
cidade;  Aplicar na área de resíduos sólidos, os recursos adicionais que
sejam recebidos pelo ICMS socioambiental.

Impacto 41. Possibilidade de induzir usos na área, não compatíveis com a


condição de aterro sanitário encerrado.

O que é?
Após encerramento e após finalização do contrato de concessão, as células
conformarão um grande terraço com taludes bem acabados e grama nas
superfícies. Esta conformação pode induzir a idéia de aproveitar o terreno

RIMA 79
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

para um uso não compatível com um aterro sanitário encerrado, como


urbanização ou construção de edificações.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Parceria entre a CTR Petrolina e a Prefeitura Municipal para
otimização dos procedimentos de controle urbano no entorno, enquanto dure
o processo de concessão;  Promover junto à Prefeitura de Petrolina uma
mudança no Plano Diretor do município, com a criação de uma sub-zona
especial dentro da zona de sequeiro, restringindo alguns usos do solo em
função das restrições que apresentam os aterros sanitários.

Impacto 42. Possibilidade de degradação do local à condição de lixão em


decorrência da finalização do contrato de concessão.

O que é?
Finalizado o contrato de concessão com a empresa CTR Petrolina, toda a
infraestrutura será repassada para a Prefeitura, que continuará com a
operação até o esgotamento da vida útil da área. Esta transição na gestão
pode gerar uma queda no padrão de qualidade da operação, intensificando a
ocorrência de impactos.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Exigência de um estudo de alternativas técnicas e
financeiras à Prefeitura Municipal de Petrolina, para definição da melhor
alternativa de gestão quando encerrado o processo de concessão. Este estudo
deverá ser elaborado com uma antecedência mínima de 02 anos antes do
encerramento do contrato com a CTR Petrolina.

Impacto 43. Possibilidade de se retornar a uma condição de disposição


inadequada de resíduos em outra área do município, em
decorrência do encerramento do local.

O que é?
O último impacto considerado no estudo pode chegar a acontecer mais de
trinta (30) anos após o início da operação da CTR. Quando a vida útil desta
área esgotar, terá que ser providenciada uma nova solução para a destinação
final de resíduos. O impacto considera o caso em que esta solução não seja a

RIMA 80
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

mais indicada, e se retorne a uma condição de disposição inadequada de


resíduos sólidos no município. Este impacto é de ocorrência remota, mas
mesmo assim, considerou-se importante deixar registro dele no estudo.

O que pode ser feito?


Recomenda-se:  Exigência de um estudo de alternativas técnicas e
financeiras à Prefeitura Municipal de Petrolina, para definição da melhor
alternativa de destinação final de resíduos quando esgotada a vida útil da
área que estar se licenciando. Este estudo deverá ser elaborado com uma
antecedência mínima de cinco (5) anos antes do esgotamento da vida útil da
nova CTR.

QUALIDADE AMBIENTAL

O item 3.14 do Termo de Referência


solicita avaliar a qualidade ambiental de
uma forma comparativa entre dois
cenários: o cenário no qual o
empreendimento seja implantado
conforme projeto e, o cenário em que o
empreendimento não seja implantado.

Mas, o que seria qualidade ambiental?


Qualidade ambiental é definida como um conjunto de propriedades e
características do ambiente, generalizada ou local, uma vez que afeta tanto o
ser humano como outros organismos desse ambiente. Refere-se a
características que dizem respeito tanto ao ambiente natural como o ambiente
construído, como a qualidade do ar e qualidade da água ou do nível geral de
poluição, características essas que podem ser prejudiciais ao ser humano,
direta ou indiretamente.

A alternativa da não realização do empreendimento ora proposto


representaria um grande retrocesso no processo de remediação do antigo
lixão do Raso da Catarina, significando a permanência do descarrego de
resíduos no local. Esta permanência por mais tempo na área de remediação
do Raso da Catarina representa uma diminuição da qualidade ambiental dos
bairros do entorno e de toda a cidade de Petrolina.

RIMA 81
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

O cenário de implantação, por outro lado, representa o cenário tendencial,


pois o município de Petrolina planejou o seu enquadramento dentro da
legislação ambiental vigente através de um planejamento de longo prazo
garantido por um contrato de concessão. A implantação do empreendimento
representa então, o cumprimento do principal objetivo deste planejamento, e
que notadamente se refere ao encerramento definitivo da destinação de
resíduos sólidos domiciliares dentro da área urbana do município. Atingir este
patamar dentro de um processo pioneiro no estado representa ganhos
incalculáveis de qualidade ambiental.

Esses ganhos coletivos é claro que são conquistados através do gasto de


recursos naturais e de diminuição da qualidade ambiental de forma localizada.
Neste caso, na área nova de 74,47 hectares onde se pretende implantar a
Central de Tratamento de Resíduos, a qualidade ambiental será reduzida
localmente e de forma temporária, enquanto o novo empreendimento é
absorvido na paisagem a exemplo do que acontece com a BR-407, que hoje
faz parte do cenário natural, mas na época de sua construção representou
uma perturbação muito significativa que certamente reduziu de forma
temporária a qualidade ambiental na sua área de influência. Após isso,
passará a ser mais um elemento constituinte do ecossistema misto que se
desenvolve no entorno de todos os aglomerados urbanos, onde convivem
áreas naturais com elementos antrópicos introduzidos na paisagem.

RIMA 82
Os impactos ambientais foram analisados para cada uma das três (3) fases
previstas para o empreendimento, e para cada impacto foi identificada uma
ou várias medidas de controle que devem ser implementadas para minimizar
os efeitos dos impactos negativos, e maximizar os benefícios dos impactos
positivos.

A aplicação efetiva destas medidas de controle / mitigadoras se dá através da


elaboração e implantação de PROGRAMAS AMBIENTAIS. Estes Programas são
o compendio de várias medidas de mitigação de finalidade similar, e que o
empreendedor deverá providenciar durante cada uma das fases analisadas.

Há alguns impactos, porém, que não podem ser mitigados como, por
exemplo, a supressão de vegetação. Para esse tipo de coisas é exigido ao
empreendedor uma COMPENSAÇÃO AMBIENTAL. A Compensação Ambiental
advém do Princípio do Poluidor - Pagador, o qual estabelece que os custos e
as responsabilidades resultantes da exploração ambiental dentro do processo
produtivo deverão ser arcados pelo empreendedor. Todavia, o referido
princípio não tem a intenção de conceder ao empreendedor o “direito de
poluir”, ou ainda, “poluir mediante pagamento”. Na verdade, é a partir do
Princípio do Poluidor - Pagador que se impõe ao empreendedor o dever de
arcar com todas as despesas de prevenção dos danos ao meio ambiente que
possam ser gerados pela sua atividade.

Neste capítulo então, serão apresentados os aspectos de Compensação


apontados para o empreendimento, bem como os Programas Ambientais que
foram elencados para elaboração na etapa seguinte do processo de
licenciamento ambiental.

RIMA 83
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

A compensação ambiental analisada e proposta neste estudo são decorrentes


de duas (2) linhas de impacto, a saber:

Compensação ambiental em conformidade com a lei 9.985/2000 que


estabelece o Sistema de Unidade de Conservação (SNUC)

Esta lei Federal visa garantir a proteção das áreas de vegetação nativa que
são consideradas como unidades de Conservação. Esta lei exige que todo
empreendimento com potencial de poluição, repasse uma parcela em dinheiro
para o Estado, para compensar, de forma preventiva, danos potenciais que se
venham a ocasionar. Quanto mais impactante e mais próximo destas
unidades de conservação estiver um empreendimento, maior será o valor a
ser pago. Este valor pago corresponde a uma parcela do valor total do
empreendimento, que por sua vez é calculada por meio de uma metodologia
constante no decreto nº 6.848, de 14 de maio de 2009, que envolve vários
critérios de avaliação. O resultado final é a determinação de um Grau de
Impacto com máximo de 0,5%, que quando aplicado ao valor total do
empreendimento, determina a parcela a ser paga por cada empreendedor.

Esta metodologia foi aplicada ao caso da CTR de Petrolina, chegando-se a um


valor de 0,14%, aproximadamente 1/3 do valor máximo de 0,5%.

Um aspecto importante da metodologia do decreto, é que leva em


consideração as denominadas Áreas Prioritárias da Biodiversidade Brasileira,
definidas entre 1997 e 2000 pelo Projeto conhecido como PROBIO. Na
consulta efetuada nesta base de dados, observou-se que a área de
implantação, ao igual que toda a cidade de Petrolina, se insere dentro da área
prioritária CA-418 de importância ALTA. O valor de 0,14% encontrado para o
projeto, já leva em consideração a presença desta área prioritária.

Compensação ambiental por efeito da supressão de vegetação prevista no


projeto

Para implantar o empreendimento será preciso remover parte da caatinga que


recobre o terreno, e isso terá que ser compensado. Agora, em conformidade
com a legislação vigente, e considerando que não se terá intervenção em

RIMA 84
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

APP, entende-se que para este caso, o procedimento de compensação a ser


seguido é o de REPOSIÇÃO FLORESTAL. Conforme Instrução Normativa da
CPRH N° 07 de 2006, entende-se como Reposição Florestal a compensação
do volume de matéria-prima extraído de vegetação natural, pelo volume de
matéria-prima resultante de plantio florestal para geração de estoque ou
recuperação de cobertura florestal.
Em relação aos valores volumétricos de madeira a serem repostos, a
Instrução Normativa MMA Nº 06/06 que dispõe sobre a reposição florestal e o
consumo de matéria-prima florestal, indica que o volume de madeira a ser
reposto dentro do bioma caatinga, é de 20 m³ por hectare.

Neste caso, o empreendedor deverá solicitar na CPRH Autorização de


Supressão Vegetal para uso alternativo do solo, apresentar inventário florestal
para definir o volume real de reposição e apresentar projeto de reposição
florestal, além de atender as demais exigências de documentos solicitadas
pela CPRH para este tipo de processo.

PROGRAMAS AMBIENTAIS

Cabe à equipe de EIA/RIMA a identificação dos


Programas Básicos Ambientais requeridos para o
controle de impactos durante as Fases de
Implantação, Operação e Encerramento do
Empreendimento.

Os Programas Ambientais podem ser


considerados como o agrupamento de várias
medidas mitigadoras, de características similares,
que ao serem integradas, criam um efeito
sinérgico muito mais eficiente no controle ambiental, que tentativas de aplicar
isoladamente ditas medidas.

Neste caso foram propostos Programas Ambientais para a Fase de


Implantação e para a Fase de Operação. Os primeiros terão que ser
apresentados à CPRH como requisito para obtenção da Licença de
Implantação, enquanto que os segundos serão requisito posterior para
solicitação da Licença de Operação do empreendimento.

RIMA 85
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Programas Ambientais previstos para a Fase de Implantação

Os programas ambientais previstos para a Fase de Implantação são


resumidos na Figura a seguir:
,

FIGURA 17 – PROGRAMAS AMBIENTAIS PARA A FASE DE IMPLANTAÇÃO

Programa de Gestão Ambiental


Objetiva ser o programa Guarda Chuva. Nele devem estar sintetizados todos
os cronogramas de ações, disponibilidade de recursos, chek-list de exigências
de licenciamento a serem atendidas.

Através deste programa espera-se que o empreendedor realize a gestão


ambiental durante a implantação do empreendimento.

Programa Controle Ambiental - PCA


Objetiva disciplinar ambientalmente as atividades previstas para a fase de
implantação do empreendimento, garantindo a execução das mesmas dentro
das normas ambientais e vigentes e as boas práticas da engenharia. Estará
conformado pelos subprogramas listados a seguir:

a) Subprograma de Controle da Obra Civil;


b) Subprograma de Supressão de Vegetação;
c) Subprograma de Monitoramento Ambiental;
d) Subprograma de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
e) Subprograma de Segurança do Trabalho;
f) Subprograma de Controle de Escavação em Rocha.

RIMA 86
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Programa Educação Ambiental e Comunicação Social


Objetiva por um lado, informar os diferentes segmentos da sociedade local
acerca da implantação do empreendimento, dos benefícios decorrentes, das
alterações na rotina da região durante e após a mesma, dos riscos e
incômodos, e o cronograma dos principais eventos das obras.

Por outro lado, objetiva sensibilizar, tanto os operários vinculados à


construção, como as comunidades no entorno, sobre a importância das
questões ambientais e a destinação correta de resíduos sólidos.

Programa de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD


Objetiva garantir que a exploração de áreas de empréstimo, bem como a
ocupação de áreas de bota fora, seja feita de forma racional, em harmonia
com o meio ambiente do entorno e com base em diretrizes que permitam seu
encerramento final da melhor forma possível.

Da mesma forma considera a desmobilização do canteiro e a remoção de


outros equipamentos relacionados com a obra, sem deixar na área nenhum
tipo de passivo ambiental.

Programa de Proteção ao Patrimônio Cultural


Objetiva, como o seu nome o indica, a mobilização de ações na área para
identificação e salvamento de eventuais vestígios que estejam presentes na
área. O programa está estruturado em subprogramas da seguinte forma:

Subprograma de Prospecção Arqueológica;

Subprograma de Resgate Arqueológico;

Subprograma de Educação Patrimonial;

Subprograma de Monitoramento Arqueológico.

Programas Ambientais previstos para a Fase de Operação

Os programas ambientais previstos para a Fase de Operação são resumidos


na Figura a seguir:

RIMA 87
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

FIGURA 18 – PROGRAMAS AMBIENTAIS PARA A FASE DE OPERAÇÃO

Programa de Gestão Ambiental


Objetiva ser o programa Guarda Chuva. Nele devem estar sintetizados todos
os cronogramas de ações, disponibilidade de recursos, chek-list de exigências
de licenciamento a serem atendidas.

Através deste programa espera-se que o empreendedor realize a gestão


ambiental durante a operação do empreendimento.

Programa de Monitoramento Ambiental


O Programa de Monitoramento da CTR deverá incluir como mínimo todas as
variáveis exigidas no edital de concessão, porém, especificando em nível
executivo os procedimentos a serem seguidos, as frequências de
monitoramento, os pontos de monitoramento e os procedimentos de resposta
em função dos resultados obtidos em cada processo monitorado.

Programa Socioambiental Integrado


O programa socioambiental deverá propor um planejamento de ações
integradas entre a CTRP e a Prefeitura, com horizontes de planejamento de
cinco (5) anos. Deverá incluir.

Identificação de secretarias que podem ser inseridas (saúde e educação


principalmente);
Planejamento de ações de educação ambiental e capacitação para os
operários da CTR;

RIMA 88
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Planejamento de ações que possam ser efetuadas com as comunidades


do entorno, em todos os âmbitos, cultura, educação, saúde, renda,
dentre outros;
Identificação de potenciais parceiros que possam se juntar à iniciativa,
com foco, por exemplo, nos clientes privados usuários do Aterro
Industrial.

Programa de Identificação e Cadastro de Empréstimos de Solo


O escopo deste programa deverá incluir:

Estudo de alternativas técnicas para fornecimento de solo para o


empreendimento;

Identificação de áreas com potencial, podendo ser áreas já exploradas


ou empréstimos não explorados;

Situação de licenciamento de cada área;

Planejamento das ações a serem seguidas para garantir o fornecimento


ininterrupto de material de cobertura;

Programa de Resposta a Contingências Ambientais


A operação de aterros sanitários em áreas secas semi-áridas como Petrolina
apresenta alguns riscos, de incêndio principalmente, mais ainda quando o
empreendimento se desenvolve dentro uma vegetação de caatinga onde um
eventual processo de conflagração poder-se-ia propagar e ser difícil de
controlar. Outros riscos e contingências podem ser também verificados nos
aterros da CTR, relacionados com o manuseio de resíduos industriais e
movimentação de veículos.

Assim sendo, faz-se necessária a definição de procedimentos pré-


determinados de atuação para cada cenário acidental que seja identificado, de
tal forma a garantir que a cadeia de resposta seja ativada corretamente e de
forma oportuna.

Programa de encerramento e planejamento Pós-encerramento


A etapa de encerramento parece distante para um local de destinação final
que tem uma previsão de vida útil de aproximadamente trinta (30) anos,

RIMA 89
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

contudo é importante registrar como compromisso no EIA/RIMA a


necessidade de planejar corretamente a forma como se procederá no futuro,
tanto quando se aproxime o final do contrato de concessão, como quando se
aproxime o final da vida útil do aterro.

RIMA 90
Do trabalho desenvolvido com uma equipe multidisciplinar de consultores
podem ser destacadas as seguintes conclusões:

1. Da área escolhida para o empreendimento


A área escolhida atende a totalidade dos critérios estabelecidos pela
norma NBR 13896/97 ATERRO DE RESÍDUOS NÃO PERIGOSOS -
CRITÉRIOS PARA PROJETO, IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO, em termos
de distanciamento de comunidades, de recursos hídricos, de declividade
do terreno, dentre outros fatores. A área adicionalmente conta com
anuência da INFRAERO, CODEVASF, e PREFEITURA, atestando que não
existe nenhum conflito com as atividades desenvolvidas por estes
órgãos, caso o empreendimento seja implantado no local proposto.

2. Das características ambientais da área de implantação


Na análise ambiental não foi identificado nenhum fator dos meios físico,
biótico ou socioeconômico que conflite com o empreendimento ao
ponto de inviabilizá-lo ou modificá-lo. Os aspectos mais relevantes
estão dados pela carência de solo para as atividades dos aterros e pela
presença eventual de espécies de caatinga braúna e angico, que
constam em listas do IBAMA como ameaçadas de extinção.

3. Do projeto de engenharia
O projeto de engenharia da CTR atende com folga os requerimentos da
norma NBR 13896/97, que recomenda vida útil para os aterros de no
mínimo 10 anos. Neste caso, as estimativas volumétricas do projeto
apontam que se poderá operar no local por algo em torno de 30 anos,
isto porque a área apresenta uma configuração geométrica e uma
declividade muito favorável, além de dispor de uma superfície em área
muito generosa.

RIMA 91
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

Conclui-se assim que o projeto apresenta um dimensionamento


adequado para o porte do município, prevê o uso de tecnologias de
proteção ambiental, testadas e amplamente difundidas e aceitas, no
Brasil e no mundo.

4. Da análise de impacto ambiental


Nos resultados obtidos não se observou nenhum ponto intransponível
ou crítico que não possa ser controlado com as medidas mitigadoras e
compensatórias propostas.

5. Das considerações finais


Em termos das informações de diagnóstico e prognóstico que embasam
este documento, assinalasse que não foi identificado nenhum aspecto,
técnico, ambiental, social, institucional ou jurídico que seja
instransponível ou que esteja na contramão da proposta ora
apresentada.

Muito pelo contrario, considera-se que a proposta ora apresentada vem


de encontro com o planejamento municipal, no sentido de não
confrontar com os outros usos do solo do município, como são a
expansão urbana e os projetos de irrigação.

Observa-se também que se a operação do empreendimento for feita de


forma rigorosa, atendendo as especificações técnicas da Proposta de
Concessão no seu capítulo de implantação de Nova CTR, as normas
técnicas de implantação de aterros sanitários e ainda se forem
observadas as medidas mitigadoras assim como os Programas
Ambientais propostos, nos prazos certos e de maneira oportuna, os
impactos ambientais que viessem a ocorrer teriam uma intensidade
tolerável e compatível com as características do meio ambiente do
entorno, conforme demonstrado neste estudo.

RIMA 92
EMPREENDEDOR E EMPRESA CONSULTORA

a) Razão Social CTR PETROLINA


Concessionária com exclusividade do sistema de
b) Atividade tratamento e destinação final de resíduos sólidos
urbanos da cidade de Petrolina
c) Telefone (87) 3864.5994
d) CNPJ / M.F 08.468.418/0001-30
Rua Rio Salgueiro, 70
e) Endereço
Bairro José e Maria, Petrolina/PE
Comercial
CEP: 56.320-230
f) Endereço do Km 20 da BR-407 após projeto de Irrigação Nilo
projeto Coelho
g) Responsável Eng. Fábio André Frutuoso Lopes
Técnico CREA: 30.263 D-PE
Fábio André Frutuoso Lopes
h) Pessoa de Contato
Fabio@ctrpetrolina.com.br
EMPRESA
CONSULTORA
EMPRESA PERNAMBUCANA DE ENGENHARIA
a) Razão Social
SANITÁRIA LTDA - EMPESA
b) Atividade Gerenciamento de resíduos sólidos
c) Telefone 81 3476.3634
d) CNPJ / M.F 07.916.655/0001-53
e) Endereço Rua Barão de São Borja, Edf. Sigma Center, n. 62, Sala
Comercial 102, Soledade, Recife-PE
f) Pessoa de Contato Fernanda Tartaruga

RIMA 93
IMPLANTAÇÃO DE CENTRAL DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
EM ÁREA RURAL DO MUNICÍPIO DE PETROLINA

EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO GERAL
Marcílio Augusto Duque Pacheco
Geólogo - CREA: 14.132 D - CTF: 525.011
ASPECTO JURÍDICO
Tiago de Andrade Lima
Advogado - OAB/PE: 21.596 D - CTF: 643.843
CARTOGRAFIA
Gustavo Sobral da Silva
Eng. de Pesca - CREA: 037.822 D/PE - CTF: 791.040
MEIO FÍSICO
Marcílio Augusto Duque Pacheco
Geólogo - CREA: 14.132 D - CTF: 525.011
MEIO FÍSICO
Héctor Ivan Díaz González
CTF: 225.089
MEIO BIÓTICO - FLORÍSTICA
Marcondes Albuquerque de Oliveira
Biólogo - CRBio: 27.377/5 D - CTF: 245.968
MEIO BIÓTICO - FITOSSOCIOLOGIA
João Alberto Gominho Marques de Sá
Eng. Florestal - CREA: 1.040 D/PI - visto/PE 5.389 - CTF: 22.462
MEIO BIÓTICO - FAUNA
Artur Galileu de Miranda Coelho
Biólogo - CRBio: 2.774-5 - CTF: 42.263
SÓCIOECONOMIA
Maria Lia Cavalcanti Corrêa de Araújo
Socióloga - CIM: 211.267.1 - CTF: 1.137
PATRIMÔNIO CULTURAL
Cláudia Alves de Oliveira
Historiadora/Arqueóloga - CTF: 358.215
PATRIMÔNIO CULTURAL
Vera Lúcia Menelau de Mesquita
Arqueóloga/Arquiteta - CTF: 1.020.116
PATRIMÔNIO CULTURAL
Viviane Maria C. de Castro
Historiadora/Arqueóloga - CTF: 591.797
ASSESSORIA METODOLÓGICA
Héctor Ivan Díaz González
CTF: 225.089
ASSESSORIA GERAL
Fernanda Tartaruga
Advogada - CTF: 5.274.710

RIMA 94
R. Barão de São Borja, Edf. Sigma Center,
N° 62 Sala 102
Soledade - Recife/PE

Você também pode gostar