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RIMA

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL


PROJETO SANTA QUITÉRIA - CE
FEVEREIRO/ 2014
QUEM É O EMPREENDEDOR ?
CNPJ - 00.322.818/0033-08
Inscrição Estadual e Municipal - Não há
Cadastro Técnico Federal – CTF/IBAMA 8811
Endereço - Fazenda Itataia, s/n Rodovia CE-366, km 146, Santa Quitéria/CE.
Resp. Técnico e Representante Legal - Adriano Maciel Tavares
CPF - 242.228.107-97
CTF - 217487
Fone / fax - (21) 3797-1612
e-mail - atavares@inb.gov.br

QUEM FEZ OS ESTUDOS AMBIENTAIS ?


CNPJ - 07.939.296/0001-50
Inscrição Estadual - 145.071.983.114
Cadastro Técnico Federal – CTF/IBAMA 5436386
Endereço - Rua Libero Badaró, 377 – 15º andar, São Paulo/SP
CEP: 01009-906
Resp. Técnico e Representante Legal - Filipe Martinez Biazzi
CPF - 18474339871
Cadastro Técnico Federal – CTF/IBAMA 2265097
CREA/SP - 5060210270
Fone / fax - (11) 3226-3465
E-mail - filipe.biazzi@arcadislogos.com.br
Pessoa de Contato - Denise Tonello
Fone / fax - (11) 3226-3465
E-mail - denise.tonello@arcadislogos.com.br
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA ÍNDICE 3

RIMA PROJETO
SANTA QUITÉRIA
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
PROJETO SANTA QUITÉRIA - SANTA QUITÉRIA, CE
FEVEREIRO/2014

APRESENTAÇÃO............................................................. 4
EMPREENDIMENTO....................................................... 6
Descrição do Projeto
Licenciamento Ambiental
Localização
Alternativas Locacionais
Características do Empreendimento

ÁREA DE INFLUÊNCIA..................................................... 26
COMO É A REGIÃO?...................................................... 32
A Caatinga
Clima, relevo, rochas, terra, córregos e açudes
A vegetação e os animais
O homem e suas construções
ESTUDO DA RADIAÇÃO...................................................72
O QUE VAI MUDAR E O QUE SERÁ FEITO? ......................74
COM OU SEM EMPREENDIMENTO, COMO FICARIA?...... 78
RESUMINDO.....................................................................80
EQUIPE TÉCNICA............................................................. 82
GLOSSÁRIO...................................................................... 84
4 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Apresentação
Este Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) apresenta, de forma simplificada, as
principais informações técnicas do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) do Projeto Santa
Quitéria. O projeto deverá ser implantado
pelo Consórcio Santa Quitéria, no município
de Santa Quitéria, região centro norte do
Estado do Ceará. O Consórcio é formado
por duas empresas: Indústrias Nucleares do
Brasil (INB) e Galvani Indústria, Comércio e
Serviços S.A.

Apresenta-se o Projeto Santa Quitéria e o


porquê de sua implantação. Cada etapa do
projeto é explicada, desde o planejamento
até a operação, considerando a localização
das instalações que serão implantadas, a
geografia local, os recursos naturais e os
aspectos socioculturais da região.

As áreas que deverão sofrer as maiores


interferências com a implantação do
empreendimento são denominadas Áreas de
Influência e estão descritas no RIMA, assim
como as ações propostas para prevenir,
suavizar e controlar as interferências
negativas, bem como para potencializar as
positivas.
Sa bia ? ional
Este RIMA foi elaborado para as Você são N a c
ão
- C omis é um órg
pessoas interessadas em conhecer o EN lear o
empreendimento, que assim terão subsídios A CN rgia Nuc Ministéri
e o
para opinar sobre a sua validade. de En ligado a logia e
c o o se
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e lice de nuclea
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ativid
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 5

POR QUE PRECISAMOS DO


PROJETO SANTA QUITÉRIA?
Para o Brasil produzir cada vez mais alimentos, são
necessários insumos básicos como fertilizantes à base de
fosfatos, atualmente em grande parte importados. E ESTE PROJETO É IMPOR-
TANTE PARA O BRASIL?
Ao mesmo tempo, é necessário gerar energia que não cause Existe um planejamento sobre a
poluição, de maneira a ter energia elétrica suficiente para essa mineração, feito pelo Governo, que
produção de alimentos e para outros fins. Uma das opções de é o Plano Nacional de Mineração
energia limpa é a energia gerada em usinas nucleares. 2030. De acordo com esse
Plano, o Brasil deve aumentar a
O que dizer, então, de um projeto que reúne, em um mesmo produção de fosfato para se tornar
lugar, extração de fosfato para a produção de fertilizantes autossuficiente nesse bem mineral
agrícolas e alimentação animal e, ainda, produção de urânio em quatro ou cinco anos.
para geração de energia elétrica?
O Projeto Santa Quitéria
Esta é a razão primeira do Projeto Santa Quitéria. contribuirá para diminuir a
dependência externa que o Brasil
tem de fosfato, colaborando para a
Para a construção dessas instalações e seu funcionamento
concretização da autossuficiência
são necessárias licenças ambientais dadas por órgãos
que o país quer.
públicos ligados às questões do meio ambiente. No caso do
projeto Santa Quitéria, o licenciamento será realizado pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais No caso do urânio, também tem
Renováveis (IBAMA) e a emissão da Licença Prévia (LP) é a um planejamento do Governo, por
primeira fase do processo. meio do Plano Nacional de Energia
PNE 2030, que prevê a implantação
de 4 a 8 mil megawatts elétricos de
Como o projeto tem produção de concentrado de urânio,
origem nuclear. Para isso, é preciso
que é um material radioativo, além do IBAMA, também
aumentar a quantidade de urânio
a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão
para a operação das usinas de
que trata de questões nucleares no Brasil, participará do
Angra 1, 2, e 3.
licenciamento.

Também nesse caso, Santa Quitéria


O processo de licenciamento ambiental se inicia pela
contribuirá para concretizar esse
elaboração de estudos que mostram e caracterizam toda a
planejamento.
área onde será construído o empreendimento, e também
identificam e avaliam os possíveis impactos que poderão ser
gerados. Todos os estudos realizados, e apresentados neste
RIMA, foram executados por profissionais da ARCADIS logos,
com o objetivo de identificar as principais questões sociais e
ambientais que envolvem a construção do complexo Mínero
Industrial de Santa Quitéria.
6 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

O Empreendimento
PROJETO SANTA QUITÉRIA

Trata-se de um Complexo Mínero Industrial,


ou seja, um projeto que faz tanto a exploração
quanto o beneficiamento do minério, que nesse
caso é o fosfato associado ao urânio, chamado
colofanito. Este minério é encontrado na
jazida de Santa Quitéria e deve ser explorado
por cerca de 20 anos (tempo de vida útil do
empreendimento).

O empreendimento será constituído por uma


mina, duas unidades industriais (Unidade de
m c
!
ontausado para
Fosfato e Unidade de Urânio), uma pilha de
estéril, e outra de fosfogesso (um subproduto Leve e é
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da indústria do fertilizante), uma barragem de Esté stância oveitame
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rejeitos, além de estruturas de apoio. as su ão têm ap são
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econô enadas e resultan ão
O minério fosfatado será extraído e beneficiado z l n
obtendo-se o ácido fosfórico, usado na produção arma materia ção que
t o u
de fertilizantes e ração animal. Como este ácido Rejei so de prod nto
s e
contém radioatividade, será também instalada proce roveitam
ap
uma unidade de purificação para remoção tem
dos elementos radioativos e produção de
concentrado de urânio.

O objetivo é que o empreendimento produza


anualmente 1.050.000 toneladas de derivados
fosfatados, que são fertilizantes e produtos
para alimentação animal, e 1.600 toneladas de
urânio.

De modo geral, este Complexo contribuirá para


o aumento da oferta de insumos para agricultura
e criação animal, fortalecendo o agronegócio na
região nordeste do Brasil. Aumentará também
os insumos para geração de energia nuclear,
ajudando na diversificação da oferta de energia
brasileira e na diminuição da dependência de
outros países.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 7

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Bras

HISTÓRICO DO PROCESSO DE LICENCIAMENTO

O pedido para exploração minerária da atual Fazenda Itataia, cuja


concessão de lavra (ou seja, direito de exploração do minério) é
dada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM),
teve início em 1976, quando a proprietária, Sra. Pudenciana Sabóia,
solicitou uma área para pesquisa de calcário. Neste mesmo ano,
as Empresas Nucleares Brasileiras (Nuclebrás) solicitaram outras
quatro áreas em Santa Quitéria, para pesquisa de urânio.

Após conseguir o direito de explorar o minério existente na área,


a Sra. Pudenciana vendeu a fazenda Itataia à Nuclebrás que,
em 1988, foi sucedida pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil
S/A) atualmente responsável por estes processos de extração,
prospecção e pesquisa mineral perante o DNPM.

Em 1990, foi solicitado ao DNPM um novo pedido de pesquisa


mineral na área da Fazenda Itataia, para o aproveitamento do
fosfato e urânio. A concessão de lavra ocorreu em 2010. Neste
mesmo ano, a INB solicitou ao IBAMA a Licença Prévia (LP) para o
Projeto Santa Quitéria e, em 2011, o IBAMA apresentou o Termo de
Referência para elaboração dos estudos ambientais, documento
que orienta os estudos agora apresentados.
8 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

LOCALIZAÇÃO

A Fazenda Itataia, onde está prevista a implantação do empreendimento,


localiza-se no município de Santa Quitéria, no Estado do Ceará, distante
cerca de 210 km da capital Fortaleza.

O empreendimento fica perto das cidades de Santa Quitéria e de Itatira, dos


assentamentos de Morrinhos e Queimadas e do Distrito de Lagoa do Mato.
Veja as distâncias no quadro apresentado a seguir:

Cidades Pelas vias de acesso


Santa Quitéria 57,7 km

Itatira 25,4km
Localidades / Distritos Pelas vias de acesso
Morrinhos (município de Santa Quitéria) 3,5km

Queimadas (município de Santa Quitéria) 4,5km

Distrito de Lagoa do Mato (município de


11,3km
Itatira)
O acesso rodoviário ao empreendimento é feito pela rodovia BR-020, em
cerca de 166 km por estrada pavimentada até São José da Macaoca, distrito
do município de Madalena. Neste trecho, a BR-020 cruza a rodovia estadual
CE-366 que dá acesso, em trecho de 27 km pavimentado, ao distrito de
Lagoa do Mato, no município de Itatira. A partir daí, segue-se pela rodovia
CE-366, por trecho não pavimentado, por cerca de 11 km, chegando-se à
área do empreendimento.

FORTALEZA
!
.

NATAL
!
.

JOÃO PESSOA
!
.

RECIFE
!
.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 9

Localização Projeto Santa Quitéria


10 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

No estudo de alternativas locacionais, que é


a primeira análise que se faz do projeto, foi
avaliada a localização das infraestruturas no
terreno, tais como a instalação industrial,
a barragem de rejeitos, a pilha de estéril, a
pilha de fosfogesso e a usina. Este estudo foi
feito para garantir a melhor distribuição das
instalações no terreno com o menor impacto
socioambiental e, ao mesmo tempo, o melhor
desempenho econômico do projeto.

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e
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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 11
413000 416000 419000

ALTERNATIVA 1
9496399

Santa Quitéria 413000 416000 419000 4100


Barragem
ALTERNATIVA 1 de Rejeitos A
Mina
9496399

Santa Quitéria
Pilha de Barragem
Fosfogesso de Rejeitos
MinaPilha de
Estéril
Pilha de
Fosfogesso
Usina
CE 36 6 Pilha de
Estéril

Barragem
9493399

Usina
CE 36 6 de Água
Açude Quixaba

Lagoa do Mato
Barragem
9493399

de Água
Açude Quixaba

Lagoa do Mato

ALTERNATIVA 3
Açude
9496399

Morrinhos
000 410000 413000 416000
Pilha de Estéril
ALTERNATIVA
ALTERNATIVA 2Quitéria
Santa3 A

9496399
Açude
9496399

Morrinhos Mina A
Açude M
Morrinhos Pilha de Estéril
Santa Quitéria
Santa Quitéria Mina
Mina
Pilha de Usina Pilha de
Fosfogesso Fosfogesso
Pilha de
CE 36 6 Estéril
Barragem Barragem
de Rejeitos
Usina de Rejeitos
Pilha de
Usina Fosfogesso
CE 36 6
9493399

CE 36 6
Barragem Barragem
de Rejeitos de Água
Açude Quixaba
Barragem
9493399
de Água
9493399

Lagoa do Mato
Barragem
Açude Quixaba
de Água
o Açude Quixaba

Lagoa dodo
Mato

±
413000 416000 Lagoa Mato 419000

Escala Gráfica
Projeção Universal Transversa de Mercator
Fuso: 24 S - Datum horizontal: SAD 69

±
413000 416000 419000
Áreas de Influência Empreendimento
ALTERNATIVA
Escala Gráfica 4
9496399

ADA - Alternativas Projeção Universal Transversa de Mercator


Barragem de Rejeitos
Pilha de
Fuso: 24 S - Datum horizontal: SAD 69
Açude
Sistema Viário
Morrinhos
Barragem de Estéril
Água
Santa Quitéria
Áreas de Influência Empreendimento
Estradas Mina
Hidrografia
ADA - Alternativas Barragem
Pilha de
de Rejeitos
Mina
Estéril
Sistema Viário
Curso D'água Intermitente Barragem
Pilha de
de Água
Fosfogesso
Estradas Mina Usina
Hidrografia Imag
Pilha Demais
de Estéril
Áreas Diret
Usina Pilha de
Curso D'água Intermitente Pilha de Fosfogesso
413000 416000 419000

12 ALTERNATIVA
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 1

9496399
000 410000 413000 416000
ALTERNATIVA 3
Santa Quitéria AL
ALTERNATIVA
Açude
2 Barragem

9496399
9496399

Morrinhos de Rejeitos Aç
Mina Mo
Açude Pilha de Estéril
Morrinhos
Santa Quitéria
Pilha de
Santa Quitéria
Fosfogesso Mina
Mina
Pilha de
Pilha de Estéril
Fosfogesso
Pilha de
Estéril
Usina
CE 36 6 Usina Barragem
Pilha de
de Rejeitos
Fosfogesso
Usina
6
CE 366CE 36 Barragem
9493399

Barragem
de Água
de Rejeitos
Açude Quixaba
Barragem

9493399
9493399

de Água Lagoa do Mato


Barragem
de Água
Açude Quixaba
Açude Quixaba
o
Lagoa do
Lagoa do Mato
Mato

ALTERNATIVA 3

±
Açude
413000 416000 419000
9496399

Morrinhos
ALTERNATIVA 4
Escala Gráfica
Projeção Universal Transversa de Mercator
Pilha
24 S de Estéril

9496399
Santa Quitéria Fuso: - Datum horizontal: SAD 69
Pilha de
Açude
Estéril
Áreas Morrinhos
de Influência
Santa Quitéria Empreendimento Mina
ADA - Alternativas Barragem de Rejeitos
Mina
Sistema Viário Barragem de Água
Estradas Mina Usina Pilha de
Hidrografia Pilha de Estéril Fosfogesso
Curso D'água Intermitente
CE 36 6 Pilha de Fosfogesso Usina Pilha de
Barragem
Usina Fosfogesso
de Rejeitos
CE 36 6 Imagens Satéli
Demais Áreas Diretoria de Se
Barragem
9493399

de Rejeitos Barragem
de Água

9493399
Açude Quixaba Barragem
de Água
Lagoa do Mato
Açude Quixaba

Lagoa do Mato
do Mato

±
413000 416000 419000

Escala Gráfica
Projeção Universal Transversa de Mercator
419000 413000 Fuso: 24 S - Datum 416000
horizontal: SAD 69 419000

Áreas de Influência Empreendimento


ADA - Alternativas Barragem de Rejeitos A3 - Paisage

Sistema Viário Barragem de Água


40°W
2°30'S

Estradas Mina Ocean


oA
tlâ
Hidrografia Pilha de Estéril
nt
ico

Curso D'água Intermitente Pilha de Fosfogesso Projeto Santa Quitéria


CEARÁ
Usina
ÁREA DE Imagen
Demais ÁreasLITÍGIO
5°S

Diretor
PIAUÍ
Mapa 4.1-1 Alternativas Locacionais
Fonte:
Imagens Satélites Rapideye, 2008, 2009 e 2010 e Ikonos, 2010; Mapa de Localização
Escala: Data:
Diretoria de Serviço Geográfico do Exército, 1972, 1974 e 1982;
BDG Arcadis Logos, 2013. 1:50.000 Novembro/ 2013
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 13

Para o Projeto Santa Quitéria foram estudadas quatro alternativas e analisadas


características relativas aos temas: operacional, meio físico (cavernas, solos e
rochas, cursos d´água), meio biótico (vegetação e animais) e meio socioeconômico
(assentamentos, lavouras, estradas etc). Para a escolha da melhor alternativa
essas características foram divididas em quatro categorias de acordo com nível
de interferência: baixa, identificada com cor azul; média, em verde; alta, em
alaranjado e crítica, marcada em vermelho, dessa forma:

Menos Crítico Mais Crítico

Após a avaliação de todas as características conclui-se que o desenho da


alternativa 4 tem as menores interferências socioambientais e é a mais favorável e
adequada à instalação do empreendimento.

Para minimizar as fragilidades identificadas nessa alternativa o estudo prevê


vários Programas Ambientais, que estão apresentados neste RIMA. Estes
Programas contêm ações que possibilitam um melhor gerenciamento das
interferências e o acompanhamento (ou monitoramento) dos seus efeitos,
permitindo adotar soluções adequadas mais rapidamente. Destacam-se os
seguintes Programas: Gestão do Patrimônio Arqueológico, Monitoramento
da Qualidade das Águas Superficiais e dos Sedimentos, Monitoramento de
Ruídos, Comunicação Social, Educação Ambiental, Monitoramento do Tráfego,
Monitoramento das Interferências em Infraestruturas e Serviços Públicos.
14 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO
411910411910 413910413910

r ra
Gango Gango r ra
O Projeto Santa Quitéria
da

da
o

G an g o r r G an g o r r
compreenderá as seguintes aobras
o
ch

ch

a
Ria

a
d
Ria

d
ch
e instalações em suas etapas de
o
R ia i a ch
R
implantação e operação:

• Terraplenagem do local das obras


e abertura e melhoria de estradas PILHA DE
PILHA DE
ESTÉRILESTÉRIL
de acesso;
9495960

9495960

• Canteiro de obras e estruturas


de apoio durante a fase de
MINA
implantação; MINA

S a n tSaa nQtua i tQé ur ii at é r i a


• Mina;
• Pilha de estéril e pilha de
fosfogesso;
• Barragem de rejeitos; a s Gu a r a s G
ch od dibas uariba
Ria ch o s
• Instalação Mínero Industrial Ria

(Unidade de Fosfato);
• Instalação nuclear (Unidade de
Urânio);
Instalações administrativas e de
9493960


9493960

BARRAGEM DE REJEITOS
BARRAGEM DE REJEITOS
apoio (portaria, escritório central,
vestiários, refeitório, oficinas
e almoxarifado, laboratório,
estacionamento);
• Centrais de utilidades, insumos e
sistemas auxiliares; AçudeAçude
Quixaba
Quixab
• Sistemas de carga, descarga,
transporte, transferência e
estocagem.
• Sistemas de tratamento de água,
sistemas de fornecimento de
energia elétrica.

411910411910 413910413910

±±
Escala Gráfica
Escala Gráfica
(Quadro(Quadro
Principal)
Principal)
ProjeçãoProjeção
Universal Transversa
Universal de Mercator
Transversa de Mercator
Fuso: 24 S - Datum horizontal: SAD 69
400 200
400 0
200 0 400 400 800 m 800 m Fuso: 24 S - Datum horizontal: SAD 69

Referências Locacionais
Referências Layout do
Locacionais Empreendimento
Layout do Empreendimento
Limite Municipal
Limite Municipal Barragem de Rejeitos
Barragem de Rejeitos
Hidrografia
Hidrografia Barragem de Águade Água
Barragem
Curso D'água Intermitente Pilha
Curso D'água Intermitente de Estéril
Pilha de Estéril
a

a
Ria

d
o
ch
R ia

RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 15

9495960
415910 417910

9495960
R ia

9493960
ch
o
Al
ca
nt
il

USINA
PILHA DE
FOSFOGESSO

c io
o Lú
R i ach

9493960

411910

±
Escala Gráfica
(Quadro Principal)

Projeção Universal Transversa de


400 200 0 400 800 m Fuso: 24 S - Datum horizontal:

Referências Locacionais Layout do Empreendimento


Ri
ac

ho
C Limite Municipal Barragem de Rejeitos
ar
am
utim Hidrografia Barragem de Água
Curso D'água Intermitente Pilha de Estéril
Área de Influência Pilha de Fosfogesso
ADA Usina
Limite da Propriedade Mina
Fazenda Barrigas

415910 417910
Fonte: Imagens Satélites Rapideye, 2008, 20

A3 - Paisagem

40°W 37°30'W
O ce a
no
At
l ân
tico
16 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

?
COMO SERÃO CONSTRUÍDAS AS
INSTALAÇÕES DO COMPLEXO MÍNERO INDUSTRIAL

As obras ocorrerão em um período de aproximadamente 25 meses


e, no pico das obras, serão necessários cerca de 900 trabalhadores.

Será dada prioridade à contração de mão de obra local, dentro de


uma atuação de responsabilidade social com as comunidades do
entorno.

Durante esta fase é prevista a utilização de energia elétrica, água,


combustível, além de concreto e agregados para construção civil.

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tr
cons
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 17

E A CAATINGA COMO FICA ?


O total de vegetação a ser retirado para a instalação das estruturas do
empreendimento é de 394,93 hectares.

Vale a pena ressaltar que, para compensar esse desmatamento,


o empreendedor deverá usar uma quantidade de dinheiro para a
conservação ambiental. Para isso, está previsto a aplicação de um
Programa de Compensação Ambiental, apresentado mais adiante, junto
com outros Programas.

E A ÁGUA DO EMPREENDIMENTO, DE ONDE VEM ?


O abastecimento de água para a implantação do empreendimento será
feito preferencialmente por caminhões-pipa, podendo-se usar também a
água do Açude Quixaba.

Quanto à água potável, está prevista a utilização de três caminhões-


pipa de 30.000 litros cada por dia, que captarão água no sistema de
abastecimento dos municípios próximos ao empreendimento. Calculou-
se que são necessários cerca de 100 litros de água por pessoa por dia,
utilizada para beber, para preparar as refeições, nos sanitários etc.

Para complementar, o canteiro de obras terá ainda um reservatório para


o recebimento de 100.000 litros de água potável, pois no pico das obras
serão 920 trabalhadores.

Na fase de operação o abastecimento de água tanto para os processos


industriais quanto para a infraestrutura de apoio e consumo humano será
feito através da instalação de uma adutora para captação de água no
Açude Edson Queiroz. A instalação dessa adutora é de responsabilidade
do Governo Estadual e além de fornecer água para o empreendimento
deverá beneficiar cerca de 1.300 pessoas em comunidades situadas
ao longo do percurso, como o bairro rural de Riacho das Pedras e os
assentamentos de Morrinhos e Queimadas.
18 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

E OS OUTROS INSUMOS
(SERVIÇOS E MATERIAIS) NECESSÁRIOS
?
COMBUSTÍVEL E SERVIÇOS PARA VEÍCULOS E MÁQUINAS

Os serviços de abastecimento de combustível, lavagem de veículos,


manutenção, troca de óleo, borracharia e outros parecidos são de
responsabilidade das empresas contratadas e serão realizados no canteiro
de obras ou em locais que prestam esse serviço nos municípios mais
próximos ao empreendimento.

Concreto

Há duas alternativas: ou será instalada uma central de concreto ou o


concreto usinado será fornecido por empresas da região.

Energia elétrica

Toda a energia elétrica do canteiro de obras será suprida pela


concessionária COELCE por meio de uma linha de transmissão de 13,8 kV
já disponível. A estimativa de consumo para essa fase é de 1,5 MWh.

Agregados (areia, brita, cimento etc.)

Os agregados de construção civil virão de fornecedores devidamente


licenciados, situados nas regiões próximas ao empreendimento. Se
necessário, serão buscados fornecedores na região de Fortaleza.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 19

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MINA

A lavra do Projeto Santa Quitéria será realizada a céu aberto e em


cava, gerando minério e estéril. O minério é o produto que motivou a
existência do empreendimento. Dele serão produzidos os fertilizantes
e o urânio. O estéril é o termo usado para as substâncias minerais que
não têm aproveitamento econômico.

A extração será feita por meio de bancadas de até 10 m de altura. As


operações iniciarão com o decapeamento, ou seja, com a retirada da
camada de terra que fica na superfície composta apenas de material
estéril que não será aproveitado e que será empilhado. Logo em
seguida é feito o desmonte de minério e seu transporte para a planta
de beneficiamento.

DEPÓSITOS (PILHAS) DE ESTÉRIL E DO FOSFOGESSO


Além do material estéril da mina tem também o minério marginal, de
pouco valor, produzido durante o processo de beneficiamento e que
ficará depositado nas pilhas juntamente com o estéril.

O fosfogesso gerado no processo de produção de ácido fosfórico


também será depositado em pilhas, mas devido à presença de radiação
será destinado a um depósito particular que contará com cuidados
especiais e impermeabilização.
20 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

E O QUE É O FOSFOGESSO
?
O fosfogesso é gerado no processo de produção do ácido fosfórico destinado à
fabricação de fertilizantes fosfatados. Sua composição é de cálcio dihidratado (um
tipo de gesso).

Todo fosfogesso contém radioatividade. Este de Santa Quitéria tem radioatividade


mais elevada devido à maior concentração de urânio no minério. É uma
radioatividade natural das rochas dessa área e não representa grandes riscos
ao ambiente. Mesmo assim, sua estocagem em pilhas será feita em aterros
específicos. O terreno é preparado para receber esse material e não deixar
contaminar o meio ambiente.

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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 21

BARRAGEM DE REJEITOS (MATERIAL DESCARTADO


DO PROCESSO DE PRODUÇÃO)
Uma barragem será construída para armazenar os rejeitos
do beneficimento do minério (processo produtivo), evitando
contaminações e garantindo, assim, proteção ao meio ambiente. A
capacidade total de armazenamento de rejeitos será de 28 milhões
de metros cúbicos.

Ela será construída em nível abaixo da usina, à jusante (abaixo) do


Açude Quixaba, o que protege o açude pois não tem riscos de que
seja contaminado e facilita por gravidade, economizando energia.
Ficará abaixo também da pilha de gesso e da mina e da britagem,
servindo de defesa para a contenção de material de erosão, se
houver.

SISTEMA DE DRENAGEM

Em volta da cava de mineração e das pilhas de rejeito


e de fosfogesso serão feitas canaletas que recolherão
as águas da chuva. Essas canaletas levarão a água
recolhida até a barragem de rejeito. No caso das ca-
naletas localizadas nas laterais da pilha de fosfoges-
so, por elas não drenarem áreas passíveis de estarem
contaminadas, as águas recolhidas serão direciona-
das para a drenagem natural. A água recolhida na
área industrial será direcionada para a lagoa ácida, de
onde será reaproveitada no processo de produção de
fertilizantes. Dessa forma, não haverá contaminação
do solo ou dos açudes e, ao mesmo tempo, haverá
economia de água, o que é fundamental em uma re-
gião onde as chuvas são poucas e o período de estia-
gem é longo.
22 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

INSTALAÇÃO MÍNERO INDUSTRIAL


Nesta instalação serão feitos o beneficiamento do minério lavrado e a produção de
fertilizantes.

O local escolhido para a sua implantação tem cerca de 400.000 metros quadrados
(m2) e fica a cerca de 800 metros a sudeste da cava. A instalação terá áreas ao ar livre
e edificações do tipo galpão. Lá, o minério passará por processos físicos e químicos
para a obtenção de ácido fosfórico que será transformado em fertilizante. Esta área
também inclui os pátios de estocagem.

INSTALAÇÃO NUCLEAR

Na instalação nuclear acontecem os processos físicos (filtragem e secagem) e químicos


(reações químicas e precipitação) para produção de 1.600 toneladas por ano (t/ano) de
urânio durante a vida útil do empreendimento. Todo urânio extraído em Santa Quitéria
será processado na forma de um concentrado de urânio, também conhecido como
“yellow cake”.

Tanto a instalação quanto a operação seguirão normas muito rígidas de segurança


estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão responsável
pela criação de normas e pela fiscalização dos serviços que usam esse tipo de material.
Estas normas foram feitas para garantir uma operação segura da instalação nuclear,
levando em conta a proteção dos trabalhadores, população e o meio ambiente.

O concentrado de urânio será transportado até o Porto de Fortaleza, também


conhecido como Porto de Mucuripe, e, de lá, enviado a outro país, onde será
processado, retornando ao Brasil para ser utilizado na fabricação de elementos
combustíveis. Muito em breve todo processamento será feito no Brasil, evitando a
remessa do urânio para fora.

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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 23

Pilha de Encaminhamento
Estéril para pilha

Escavação Mecânica
Remoção do Estéril

Carregamento e Transporte
Jazida Itataia do Minério para a
(Mina) Instalação Industrial
Retirada do minério
através de:

Uso de Explosivo

Geração de:

Fosfogesso Rejeito Fertilizantes e Solução de


Fosfato Bicálcico Carbonato de Urânio
Aplicação de processos
químicos e físicos
Encaminhado para
Instalação Nuclear

Barragem
Pilha de de Rejeito
Fosfogesso
Distribuição principal para os Estados
da Bahia, Piauí, Tocantins e Pará

Encaminhamento
Transporte até o
Produção de para enriquecimento
Porto de Fortaleza
Concentrado de Urânio na Europa

Saiba Mais
!!
Radioatividade em pequenas doses ajuda a diagnosticar doenças. O Raio-X é um
exemplo disso. Pode também tratar doenças (radioterapias). Mas radioatividade em
doses altas pode alterar o organismo e provocar doenças graves.
É por isso que existem normas muito rígidas para a construção de instalações onde
material radioativo é usado. A fiscalização do manuseio desse material é intensa,
feita pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do governo
responsável pela fiscalização dos serviços que usam esse tipo de material.
24 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

DE OL
No caso da Unidade Nuclear do Projeto Santa Quitéria, os gases que E H

U
sairão das chaminés serão avaliados periodicamente, para verificar

F IQ

O
as concentrações da radiação, que devem estar em conformidade
com os limites estabelecidos por normas da CNEN. O objetivo é
assegurar que a Instalação não cause danos ao trabalhador, às
pessoas que vivem na região e ao meio ambiente.

INSUMOS PARA LAVRA E PROCESSOS MÍNERO INDUSTRIAIS


Os primeiros insumos a serem utilizados na lavra serão os explosivos, empregados no
desmonte do minério nos maciços e também os acessórios necessários para ligação
dos furos, como espoletas elétricas, retardos, reforçadores, cordel detonante e
estopim.

Estima-se um consumo anual entre 400.000 e 500.000 kg de explosivos. Mas, atenção!


O consumo de explosivos será rigidamente controlado conforme regulamentação
vigente do Ministério da Defesa.

Nos equipamentos de lavra será utilizado o óleo diesel.

Na instalação Mínero Industrial, os principais materiais que serão utilizados no


beneficiamento, concentração do minério e extração do urânio são o amido de milho,
alguns ácidos, enxofre, cal hidratada e ácido sulfúrico.

INSUMOS PARA INFRAESTRUTURA


O empreendimento possuirá uma infraestrutura de apoio para sua operação,
composta, entre outros, pelos sistemas de abastecimento de água, de energia elétrica
e de combustíveis.

Quanto ao abastecimento de água, o consumo máximo previsto é de 1.036 m3/h. Para


energia elétrica está previsto o consumo de 144.000 MWh/ano e para combustíveis
para motores, incluindo óleo diesel, considera-se a previsão de 400.000 litros/ano.

MÃO DE OBRA
Para a realização das atividades industriais, quando estiverem em operação, serão
necessários 515 empregados diretos e outros 120 terceirizados, totalizando 635
colaboradores.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 25

QUAIS SERÃO OS SISTEMAS DE


CONTROLE AMBIENTAL DO EMPREENDIMENTO ?
Os sistemas de controle ambiental estarão presentes em todas as fases.
São eles:

Estação de Tratamento de Água (ETA), Estação de Tratamento de


Efluentes Domésticos (ETE), Estação de Tratamento de Efluentes Líquidos
(ETEL), Tanques Sépticos, Separadores de Água e Óleo (SAOs), Barragem
de Rejeitos, Sistema de Contenção de Sedimentos, Sistema de Drenagem
Pluvial, Depósito Intermediário de Resíduos (DIR), Sistema de Inclinação e
Estabilidade dos Taludes e Sistemas de Controle do Transporte do Minério.

COMO SERÁ A DESATIVAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ?


A fase de desativação do empreendimento será caracterizada pela
paralisação das atividades de lavra que resultará em não produção de
fertilizantes e urânio. A instalação nuclear será desativada segundo Plano
de Descomissionamento, aprovado e fiscalizado pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear.

Nesta fase ocorrerá a redução progressiva da mão de obra;


consequentemente, redução da carga orgânica a ser tratada na ETE.
Assim, as ETEs e os sistemas de controle dos efluentes industriais deverão
ser desativados.

Os procedimentos de fechamento da barragem de rejeitos consistirão:

• na verificação da estabilidade física dos maciços ; e

• e na verificação da funcionalidade dos sistemas extravasores


existentes na época do encerramento das atividades.

O sistema de contenção de sedimento instalado não será desativado.

Durante esta fase, poderá ser necessária a correção de algumas áreas,


principalmente aquelas localizadas em terrenos mais frágeis, tais como
em morros e aterros, onde podem ocorrer processos erosivos com
surgimento de rachaduras no solo, devido a ações de implantação /
operação do empreendimento.
26 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Áreas de Influência
Áreas de influência são aquelas que poderão ter alterações
positivas e negativas, ou seja, boas ou ruins, devido às obras e à
operação do empreendimento.

Para avaliar corretamente os impactos ambientais, ou alterações,


que poderão ocorrer no meio ambiente, foram definidas áreas
de influência levando-se em consideração as características do
empreendimento e do local onde será implantado.

Antes de apresentar as áreas de influência vamos esclarecer o


que significa cada uma delas:

Área Diretamente Afetada (ADA): corresponde aos locais onde


ficarão todas as estruturas do empreendimento: a área da mina,
a área de disposição de rejeitos e estéreis, de estocagem de
minério, a área industrial, a área de infraestrutura de apoio e os
acessos internos entre todas essas estruturas. Essas áreas são as
que deverão sentir com mais intensidade as alterações causadas
pelas obras e operação do empreendimento.

Área de Influência Direta (AID): área em volta da ADA, que


pode ter também alterações (ou impactos) diretas, positivas ou
negativas, devido às obras e à operação do empreendimento.

Área de Influência Indireta (AII): esta fica um pouco mais longe


do empreendimento e é a maior delas. É a área que envolve a
AID e que pode sofrer impactos apenas indiretamente.

Agora que já entendemos o que são as áreas de influência iremos


apresentar os limites que foram definidos para o Projeto Santa
Quitéria. Devido às diferenças das possíveis transformações que
poderão ocorrer nas águas, no relevo, no solo, nos animais, na
vegetação e na população, foram definidas duas áreas de influência:
uma para entender a influência que o empreendimento irá causar
nos animais, vegetação, clima, relevo, rochas, terra, córregos e
açudes (Meio Físico e Biótico) e outra para entender a influência no
homem e nas suas construções (Meio Socioeconômico).
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 27
28 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 29

ÁREAS DE INFLUÊNCIA
PARA OS ANIMAIS, VEGE-
TAÇÃO, CLIMA, RELEVO,
ROCHAS, TERRA, CÓRRE-
GOS E AÇUDES
Área de Influência Direta (AID):
compreende a sub-bacia, ou
seja, a região em volta do
riacho Cunha Moti e vai até
a Serra do Céu, que fica no
norte, abrangendo a Serra das
Laranjeiras e a Serra do Quati,
que ficam a leste. Abrange
também os terrenos em volta
da margem direita do riacho
Groaíras, localizado no sul; o
serrote Apapuá e os terrenos
em volta do riacho Cunha-Moti,
margeando a serra do Gavião a
oeste e sudoeste.

Área de Influência Indireta (AII):


abrange as bacias hidrográficas
dos rios Cunha-Moti e Groaíras,
(ou seja, os terrenos em volta
desses rios) compreendendo
também as áreas onde tem
água subterrânea, ou seja, os
aquíferos.
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na infraestrutura. Pensando nessas possíveis
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indiretamente os municípios vizinhos de Santa !
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H Projeção Universal Transversa de Mercator
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Fuso: 24 S - Datum horizontal: SAD 69
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Referências
Escala GráficaLocacionais Sistema Viário Áreas de Influência
!
H Projeção Universal Transversa de Mercator

$
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H8 Sede
4 0 Municipal
8

K Localidades de Abordagem Direta


$
16 24 Km

Rodovia Não Pavimentada AID Meio Socioeconômico


Fuso:
Rodovia
!
(
24 S - Datum horizontal: SAD 69
Pavimentada ADA

Referências Locacionais Sistema Viário Áreas de Influência


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H Sede Municipal - AII Ferrovia AII Meio Socioeconômico
! Sede Municipal Rodovia Pavimentada ADA
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( Outras Localidades
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$ Localidades de Abordagem Direta Rodovia Não Pavimentada
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H AID Meio Socioeconômico
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H Sede Municipal - AII Ferrovia AII Meio Socioeconômico
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( Outras Localidades
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Limite Municipal
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2 - Áreas de
Localidades de!Influência
(Abordagem do
Direta
Outras Localidades Rodovia Não
PARAÍBA
Ferrovia
32
32 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Como é a região?

CARACTERÍSTICAS DA ÁREA ONDE SERÁ INSTALADO


O EMPREENDIMENTO
Os terrenos, riachos, córregos e açudes, a vegetação e animais das Áreas
de Influência do Projeto, assim como as cidades, vilas, assentamentos e
lavouras são descritos neste capítulo, pois é importante conhecer a região
para poder dizer o que poderá mudar com a chegada do empreendimento.

A CAATINGA

A caatinga é um bioma (ou seja, uma região com um conjunto de


ambientes com características próprias) que ocorre apenas no Brasil, na
região nordeste, onde o clima é semiárido. A vegetação é composta por
árvores e arbustos muitas vezes esgalhados, com espinhos e que perdem
as folhas no período de seca. Em seu solo seco e pedregoso predominam
arbustos, cactos e bromélias. Mas nas áreas de montanhas e serras, onde
a umidade é maior, forma-se uma vegetação mais densa e mais vigorosa,
com grande diversidade de animais, principalmente aves.

Para se ter uma ideia dessa diversidade, são conhecidas na Caatinga


510 espécies de aves e 148 de mamíferos, muitas delas exclusivas desse
bioma, ou seja, só são encontradas nessa região.

A imagem da caatinga passada nos livros e filmes é quase sempre um


cenário de desolação, terra de êxodo, seca, com agricultores sem muita
chance de sobrevivência. Estudos recentes, porém, vêm demonstrando
que não é bem assim.

Como a vegetação é resistente à falta d’água existem plantas que podem


auxiliar no combate à fome. Um exemplo são as plantas forrageiras, como
os mais variados tipos de cacto, que conseguem sobreviver sem água por
vários meses e podem servir de alimento para o gado.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 3333

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34 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Clima, relevo, rochas,


terra, córregos e açudes
As características dos terrenos, tais como os tipos de solos, relevo, rochas, rios,
córregos e clima, podem ser alteradas com a implantação do empreendimento
(por exemplo, o relevo muda quando se faz terraplenagem) e por isso precisam
ser estudadas. A partir do conhecimento das características de cada um
desses componentes é possível prevenir e diminuir a intensidade dos impactos
causados.

CLIMA

A região do empreendimento apresenta clima tropical quente semiárido, ou


seja, tem baixas taxas de chuvas anuais e temperaturas elevadas, resultando
em longos períodos de seca (7 a 8 meses secos no ano). Por essa razão, a
região onde se encontra a área de estudo é conhecida como “polígono das
secas”.

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O polígono das secas é um território reconhecido pela
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legislação brasileira como região de secas prolongadas e O


conta com programas e planos de defesa contra a seca.
Nove Estados brasileiros fazem parte desse polígono,
dentre eles o Ceará.

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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 35

GEOMORFOLOGIA, GEOLOGIA E SOLOS

A região de estudo está inserida em uma


área geológica de formação muito antiga,
aproximadamente 3.850 milhões de anos.

As áreas mais altas, onde ficam as Serras do Céu,


das Cacimbas, do Mata Fome, das Laranjeiras e
do Trapiá são denominadas “Planalto Residual
Sertanejo”. O relevo dessas áreas é marcado por
terrenos altos, podendo chegar a 1.083 m de
altitude, e bastante inclinados.

As áreas mais baixas são denominadas


“Depressão Sertaneja”, caracterizada por relevo
bastante plano, e altitudes que não ultrapassam
650 m. Algumas elevações, tais como os Serrotes
da Igreja e do Canudo, sobressaem na paisagem,
caracterizando-se como morros isolados.

Depressão Sertaneja em primeiro plano, exibindo ao fundo o Planalto Residual Sertanejo


36 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Detalhe da Serra do Mata Fome ao fundo, com formato alongado e topo


aplainado pertencente ao Planalto Residual Sertanejo. Relevo plano da
Depressão Sertaneja é representado à frente

Detalhe dos morros isolados da Depressão Sertaneja que


sobressaem na paisagem aplainada
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 37

Planalto Residual Sertanejo ao fundo. Em primeiro plano destaque para os


morros isolados da Depressão Sertaneja

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38 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

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Em se plantando nem tudo dá...

Os solos da região têm limitações para


o uso agrícola. Por isso a irrigação
e fertilização são extremamente
importantes para a produção agrícola
local.

Característica dos solos da região.


Verifica-se a ocorrência de solos
bastante pedregosos que precisam
ser trabalhados para a prática de
agricultura
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 39

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40 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

ESPELEOLOGIA (CAVERNAS E GRUTAS)

Espeleologia é o estudo da formação e das Apesar de a instalação do empreendimento


características de grutas e cavernas naturais. não afetar diretamente nenhuma das cavidades
Algumas rochas existentes na região podem encontradas, já foram feitos estudos de relevância
originar cavernas. Na área de estudo, as cavernas em 10 das 76 cavidades encontradas. O estudo de
podem ocorrer onde tem mármores, ou seja, relevância é exigido por lei e avalia a importância
principalmente no centro e no sul da área de ecológica, ambiental, cênica, científica, cultural e
estudo. socioeconômica das cavidades. De acordo com o
resultado avalia-se se pode ou não haver alteração
No total foram encontradas 76 cavidades perto nas cavidades. Qualquer alteração somente é
da área de influência direta do empreendimento, permitida mediante compensação ambiental.
a noroeste e sudeste da área, perto da Serra da Das dez cavidades analisadas até o momento
Igreja e da Serra do Céu. sete apresentaram alta relevância e três, baixa
relevância.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 41

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Cavidade localizada na porção norte da área de estudo


42 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

OS RIOS E AÇUDES, AS CARACTERÍSTICAS


DA QUALIDADE E USOS DA ÁGUA

A região de estudo está inserida na bacia do r den


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rio Acaraú que tem cursos d’água que secam i q u e po g r á fica
nos períodos de estiagem e que, por isso, tem
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disponibilidade hídrica limitada. Para ter água m o s de r um con o princip
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para consumo é preciso fazer o represamento da Cham ormada p tam um o curso
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indu
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 43

O abastecimento de água nos municípios influenciados pelo


empreendimento é realizado pela Companhia de Água e Esgoto do
Ceará (CAGECE) e também são utilizadas cisternas e cacimbões.

Existe poluição nos rios da Bacia do Acaraú, devido ao processo


de urbanização nas suas margens e do uso dos cursos d’água em
época de seca para agricultura e pastagens de animais. Essas
práticas causam acúmulo de resíduos e esgotos e comprometem
a qualidade da água. Para evitar isso, é preciso ter tratamento de
esgoto, aterro sanitário para lançar o lixo e matas nas margens dos
rios, córregos e açudes.

Açude Morrinhos
44 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Açude da Laís

Açude Edson de Queiroz

Leito seco do Riacho das Guaribas


RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 45

A ÁGUA SUBTERRÂNEA (HIDROGEOLOGIA)


A hidrogeologia é a ciência que estuda as águas subterrâneas, ou seja, que estão
abaixo do solo e que são denominados aquíferos. A região é caracterizada,
essencialmente, pelos aquíferos fraturados, cuja capacidade de acumulação
de água está relacionada à quantidade de fraturas da rocha, suas aberturas
e intercomunicações. Tais aquíferos desenvolvem-se principalmente sobre
a unidade das rochas metacarbonáticas, composta por mármore ou calcário
cristalino e sobre a unidade das rochas metassedimentares, compostas por
gnaisses e quartzitos.

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A água subterrânea coletada nos poços analisados na área de estudo apresenta


alterações de qualidade geradas por atividades humanas, necessitando de
tratamento adequado dependendo do uso desejado.
46 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

A vegetação e os animais
É importante conhecer a vegetação da região, saber onde ocorre, quanto tem,
em que estado se encontra, ou seja, com muito ou pouco desmatamento. É
preciso saber também os tipos de plantas que compõem essa vegetação, pois
muitas espécies ocorrem apenas na Caatinga e é preciso cuidar para que não
desapareçam. Também muitas são importantes para as pessoas, pois fornecem
lenha, madeira, frutos, mel e flores, além de alimento para a criação.

Somente estudando essas características é possível saber os impactos


que ocorrerão com a retirada de vegetação para a implantação do
empreendimento. Estas informações auxiliam ainda o planejamento de
plantios compensatórios, usando mudas de árvores da região para recompor
uma parte do que foi retirado.

CARACTERÍSTICAS DA VEGETAÇÃO DA CAATINGA

A vegetação da área de estudo é formada por Caatinga Arbustiva e Caatinga


Arbórea, está bem conservada e ocupa a maior parte das áreas de influência.
Existem áreas desmatadas e transformadas em lavouras ou núcleos
populacionais (áreas de uso antrópico), mas em pequena escala.

Apesar de ocorrer na maior parte da área, essa vegetação nativa apresenta


sinais de usos, tais como exploração de madeira e retirada de lenha, bem como
pisoteio pelo gado bovino e caprino. Estes usos deixam a caatinga mais aberta
e dificultam o crescimento de mudas e das plantas menores.

Mesmo com essas alterações, foram registradas no estudo 105 espécies de


plantas na região de estudo. Das espécies registradas três são consideradas
ameaçadas de extinção, ou seja, correm o risco de desaparecer. São elas:
Aroeira (Myracrodruon urundeuva), Cumaru (Amburana cearensis) e Palmatória
(Opuntia palmadora).

A VEGETAÇÃO E ÁREAS DE USO (PASTOS, LAVOURAS…)

Para saber quanto tem de vegetação na área de influência e onde está essa
vegetação e as áreas de pasto e de plantação, foi feito um mapa da vegetação
e das áreas de uso (lavouras, pastagens etc).

Veja o mapa a seguir, e observe como ainda tem caatinga na região!


RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 47

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Santa Quitéria

Referências Locacionais Uso e Ocupação do Solo

Limite Municipal Caatinga


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Hidrografia Caatinga Arbustiva
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Massa d'água
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48 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

A caatinga arbórea, mais densa que a arbustiva, recobre principalmente as


serras e terrenos de difícil ocupação, situados a leste da área mapeada. Já
a caatinga arbustiva, menos densa, aparece com mais frequência em áreas
relativamente planas, chamadas de Depressão Sertaneja, que predominam
a oeste do empreendimento.

A paisagem onde predomina caatinga é intercalada por áreas de pastagens


e outras de uso antrópico, ou seja, com modificações provocadas pelo
homem.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 49
50 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

ANIMAIS DA CAATINGA

Foram estudados os mamíferos (tatu, mocó, gato-do-mato ...) as aves (pássaros), os répteis
(calangos, cobras) e os anfíbios (rãs e sapos), além de borboletas, abelhas e formigas, que
podem ser indicadores de qualidade ambiental. Foram estudados também insetos que podem
causar doenças.

MAMÍFEROS VOADORES (MORCEGOS) E NÃO VOADORES

Na área do estudo foram registradas 40 espécies de mamíferos, sendo que 15 deles são
morcegos. Das 25 espécies de mamíferos não-voadores registradas, nove são pequenos
mamíferos (ratos-do-mato, cuícas (Cryptonanus agricolai)) e 16 espécies são de grande e médio
porte (como gatos-do-mato e tamanduás, por exemplo).

Várias espécies de mamíferos de médio e grande porte registradas são ecologicamente


importantes porque já se tornaram raras em outras regiões devido aos desmatamentos e
alterações ambientais. São elas: Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), o Gato-mourisco
(Puma yagouaroundi), a Jaritataca (Conepatus semistriatus), o Veado (Mazama sp.), o Tatu-bola
(Tolypeutes tricinctus), o Gato-do-mato (Leopardus sp.), e a Suçuarana (Puma concolor).

Atenção: o Tatu-bola, Gato-do-mato e Suçuarana são espécies ameaçadas de extinção e


precisam ser protegidas.

Entre os mamíferos de pequeno e médio porte, duas espécies, o Rato-palhaço (Wiedomys cf.
pyrrhorhinos) e o Mocó (Kerodon rupestris), ocorrem somente na Caatinga.

De forma geral, a fauna registrada é tolerante às alterações causadas pelo homem, desde que
não ocorram desmatamentos muito intensos. É o caso do Tamanduá-mirim, do Tatu-verdadeiro
(Dasypus novemcinctus), do Tatu-peba (Euphractus sexcinctus), da Raposa (Cerdocyon thous) e do
Mão-pelada (Procyon cancrivorus). Porém, algumas espécies são muito sensíveis às alterações
ambientais (desmatamento e caça ilegal), como Gato-do-mato e Suçuarana. Também é o caso
do o Tatu-bola, que só foi registrado por meio de relatos dos moradores locais.

Os mamíferos voadores são os Morcegos, animais importantes para a disseminação de várias


espécies de plantas, já que muitos se alimentam de frutos espalhando assim as sementes, e
de néctar, ajudando na polinização. As 15 espécies registradas na área são em grande parte
consideradas comuns.

Mas foi neste estudo que foi registrada pela primeira vez no estado do Ceará um dos três
morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) que existem no Brasil. O nome científico
é Diphylla ecaudata e é o menor deles. Essa espécie apresentou grande abundância na área de
estudo, ficando atrás somente da espécie Artibeus planirostis, um morcego que se alimenta de
frutos.

Na página ao lado, mostram-se alguns exemplos de espécies de morcegos encontradas na área


de estudo. A maior parte deles é conhecida apenas como morcego, embora existam muitas
espécies diferentes:
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 51

Morcego Morcego
(Diphylla ecaudata) (Artibeus fimbriatus)

Morcego Morcego
(Micronycteris megalotis) (Trachops cirrhosus)

Morcego Morcego
(Lonchophylla mordax) (Glossophaga soricina)
52 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

RÉPTEIS (CALANGOS, COBRAS, TARTARUGAS…) E ANFÍBIOS (SAPOS, PERERECAS E RÃS)

Chama-se herpetofauna o grupo de animais composto pelos répteis (lagartos,


cobras, jacarés, tartarugas) e anfíbios (sapos, pererecas e rãs). Os ambientes áridos
são considerados um dos locais que abrigam as maiores diversidades de répteis do
planeta. No entanto a Caatinga ainda é um ambiente pouco conhecido, sendo sua
riqueza biológica muito subestimada. Foram registradas nos estudos realizados 17
espécies de anfíbios e 29 espécies de répteis.

Anfíbios – todas as espécies encontradas apresentam ampla distribuição nos


biomas brasileiros. As espécies mais abundantes foram as rãs e o sapo-de-
chifres. Exemplos de espécies de rãs e pererecas encontradas na área de estudo.

sapo-cachorro rã
(Physalaemus cuvieri) (Leptodactylus troglodytes)

perereca
(Phyllomedusa nordestina)
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 53

Répteis – três espécies de Calango registradas são endêmicas da Caatinga, ou seja, só ocorrem
nesse bioma (Lygodactylus klugei, Gymnodactylus geckoides e Tropidurus semitaeniatus). Destaca-
se como espécie rara de Calango a Anotosaura vanzolinia, e como espécies visadas por caçadores,
o Teiu (Tupinambis merianae), a Iguana ou Sinimbu (Iguana iguana) e a Jibóia (Boa constrictor). Na
região foram encontradas quatro espécies de cobras venenosas: duas Corais verdadeiras (Micrurus
ibibobocap e Micrurus lemniscatus), a Jararaca (Bothropoides erythromelas) e a Cascavel (Caudisona
durissa).

Abaixo, apresentam-se algumas fotos de espécies de cobras e calangos encontradas na área de


estudo.

calango lagartixa lagarto


(Diploglossus lessonae) (Gymnodactylus geckoides) (Lygodactylus klugei)

calango calango verde lagartixa


(Vanzosaura rubricauda) (Ameiva ameiva) (Tropidurus hispidus)

teiu iguana coral verdadeira


(Tupinambis merianaec) (Iguana iguana) (Micrurus ibiboboca)
54 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

AVES

Foram observadas 144 espécies de aves. Desse total, 20% são espécies que dependem do ambiente
de floresta, ou seja, só vivem no interior da mata fechada, 42% são independentes e 38% são semi-
dependentes. Esse é o padrão esperado, já que a vegetação de Caatinga raramente é muito fechada.
Nove espécies são endêmicas da Caatinga, ou seja, só ocorrem nesse bioma.

Uma das espécies observadas na região é considerada ameaçada de extinção na categoria vulnerável:
o arapaçu-do-nordeste (Xiphocolaptes falcirostris). O desmatamento e a destruição das matas secas no
nordeste brasileiro são as principais ameaças para essa espécie.

Outras espécies que merecem destaque, relacionadas à conservação, são os psitacídeos como a
maracanã-verdadeira e o periquito-da-Caatinga, e aves de interesse no comércio ilegal como o cardeal-
do-nordeste (Paroaria dominicana), o golinho (Sporophila albogularis) e o corrupião (Icterus jamacaii).

Apenas uma espécie migratória tipicamente da Caatinga foi registrada: Pomba-de-bando, Avoante ou
Arribaçã (Zenaida auriculata) .

Outras espécies que realizam migrações entre as diferentes regiões tropicais e que ocorrem na
Caatinga no período chuvoso observadas durante os estudos foram: Pararu-azul (Claravis pretiosa),
Papa-lagarta-acanelado (Coccyzus melacoryphus), anu-coroca (Crotophaga major), Guaracava-de-crista-
alaranjada (Myiopagis viridicata),Barulhento (Euscarthmus meloryphus), guaracavuçu (Cnemotriccus
fuscatus), Guaracava-grande (Elaenia spectabilis), Risadinha (Camptostoma obsoletum), Bagageiro
(Phaeomyias murina), Peitica (Empidonomus varius), Bem-te-vi- Rajado (Myiodynastes maculatus),Suiriri
(Tyrannus melancholicus), Caneleiro-preto (Pachyramphus polychopterus), Caneleiro-de-chapéu-preto
(Pachyramphus validus), Sabiá-poca (Turdus amaurochalinus) e Bigodinho (Sporophila lineola).

Arapaçu do nordeste, espécie ameaçada de extinção, capturada em ambientes da ADA


RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 55

maracanã verdadeira peitica


(Primolius maracana) (Empidonomus varius)

cardeal do nordeste guaracava-grande


(Paroaria dominicana) (Elaenia spectabilis)

caneleiro-de-chapéu-preto guaracava-de-crista-alaranjada
(Pachyramphus validus) (Myiopagis viridicata)
56 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

INSETOS CONSIDERADOS INDICADORES BIOLÓGICOS

Se não existirem borboletas, abelhas e formigas, é porque a situação está se


complicando! Isto porque elas representam um importante grupo bio indicador por
serem sensíveis a alterações ambientais.

Borboletas
No caso das borboletas, foram observadas 99 espécies nos estudos de campo.
Dezesseis delas ainda não haviam sido registradas na Caatinga o que se deve à
escassez de estudos desses animais. Uma borboleta coletada pode ser endêmica,
Fountainea halice moretta. Como há poucos estudos sobre borboletas encontradas no
Ceará, grande parte das espécies registradas no EIA não haviam sido anteriormente
encontradas no Ceará. Não foram encontradas espécies de borboletas ameaçadas de
extinção.

borboleta
Borboleta
(Glutophryssa drusilla (Esquerda) e
(Chioides catillus)
Ascia monuste (Direira))

borboleta borboleta
(Phistis simois) (Cogia sp.), nova espécie

borboleta
(Fountainea h. moretta)
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 57

Abelhas
A fauna de abelhas, ou apifauna, da região de estudo tem alta riqueza,
com o registro de espécies endêmicas e raras. Foram registradas 97
espécies de abelhas. Deste total, três são consideradas endêmicas da
Caatinga. São elas: Centris (Centris) hyptidis, Caenonomada unicalcarata
e Melitomella murihirta.

Importante: oito espécies das abelhas registradas coletam pólen de


algumas poucas espécies de plantas, o que as torna mais vulneráveis,
já que sem essas plantas as abelhas não têm fonte de alimento. Uma
destas espécies ainda não é conhecida pela ciência, fazendo parte de
um grupo pouco estudado.

Onze das espécies registradas são de abelhas sociais (que vivem em


grupos grandes). Essas abelhas precisam de uma qualidade ambiental
alta e dependem, não só das espécies de plantas que fornecem flores
com néctar, mas também das plantas onde fazem seus ninhos.

mosquitinho
Plebeia grupo flavocincta

aripuá
(Trigona spinipes)
58 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Formigas e Cupins
No caso das Formigas, foram registradas 37 espécies. Verificou-se a existência de um grupo que
foi introduzido na região (Paratrechina), e outros de importância econômica, como a formiga
carpinteira ou sarará (Camponotus sp.) e as formigas cortadeiras (Atta sp. e Acromyrmex sp.) .
Não há registro de espécies ameaçadas para o local.

No caso dos Cupins (Isoptera), foram registradas 20 espécies, e nenhuma delas endêmica da
Caatinga ou ameaçada de extinção. Os cupins que se alimentam de madeira apodrecida foram
os mais comuns e abundantes.

Fique Atento
!!
Insetos de importância em saúde pública

• Culicídeos (Diptera: Culicidae)

Foram encontradas 11 espécies de mosquitos. O gênero Culex conhecido como pernilongo


ou muriçoca, foi o mais abundante, devido a sua vasta distribuição ecológica e capacidade
de se adaptar aos diversos ambientes. Algumas das espécies encontradas são vetores de
doenças ao homem e/ou a outros animais. Destaca-se a presença de Anopheles albitarsis,
que transmite a malária, e Ochlerotatus scapularis que pode transmitir várias doenças, como
encefalite equina venezuelana e febre-amarela, que acometem o homem e animais. A
presença desses e de alguns outros mosquitos encontrados está associada a lugares que
têm maiores alterações feitas pelo homem. Uma espécie exótica foi registrada, o pernilongo
Aedes albopictus.

• Flebótomos

São pequenos insetos responsáveis pela transmissão de algumas doenças como


leishimaniose aos humanos e animais. Foram registradas duas espécies do gênero Lutzomyia
(Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia sp.). A espécie Lutzomyia longipalpis está amplamente
distribuída no Brasil. Essa espécie é transmissora de leishmaniose visceral e representa um
risco à saúde publica.

• Triatomíneos - Percevejos

Foram registradas três espécies de percevejos (Triatoma brasiliensis, Triatoma


pseudomaculata e Panstrongylus lutzi), conhecidas popularmente como Barbeiros. Os
Triatomíneos são transmissores da Doença de Chagas e podem ser encontrados perto
de domicílios devido à variedade de fontes alimentares que esses locais oferecem. Uma
espécie registrada é nativa do bioma da Caatinga cujo nome científico é Panstrongylus
lutzi. No Estado do Ceará sua ocorrência está associada a altas taxas da doença de Chagas
(Trypanosoma cruzi), sendo considerada uma das mais importantes espécies na manutenção
dessa doença.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 59

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS
Comunidades Planctônicas são aquelas formadas por organismos
microscópicos, chamadas zooplâncton e fitoplâncton.

FITOPLÂNCTON

A comunidade fitoplanctônica é formada por organismos


microscópicos que vivem na superfície das águas, deslocando-se
com a correnteza. Fazem parte dessa comunidade as algas e as
cianobactérias (algas azuis). Esses organismos realizam fotossíntese
exercendo no ambiente aquático papel similar ao das plantas
no ambiente terrestre. O fitoplâncton pode ser utilizado como
indicador ambiental pela rápida resposta a alterações do sistema
aquático.

Na área de estudo foram identificados 102 grupos diferentes de


fitoplâncton.

ZOOPLÂNCTON

Os organismos zooplanctônicos são animais microscópicos


que também vivem nas águas em diferentes profundidades,
deslocando-se com a correnteza. Foram registrados 37 grupos, com
predominância dos rotíferos (Rotifera).

INVERTEBRADOS BENTÔNICOS

São animais microscópicos que vivem no fundo dos rios e açudes.


São larvas de insetos, principalmente dos grupos de percevejos,
efêmeras, besouros, mosquitos e libélulas (ordens Hemiptera,
Ephemeroptera, Coleoptera, Diptera e Odonata, respectivamente).
Um total de 78 desses minúsculos animais foi registrado nos
levantamentos.

Merece destaque a alta abundância de larvas de mosquitos


Chironomus sp. Sua abundância pode estar relacionada à grande
quantidade de restos vegetais observados nos açudes amostrados.
E também ao fato de que esse organismo suporta condições ruins
no ambiente aquático, sendo considerado resistente à poluição.
60 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

PLANTAS AQUÁTICAS

São plantas que vivem no ambiente aquático


podendo ser enraizadas ou flutuantes. Foram
identificadas 38 espécies dessas plantas. Nesse
conjunto, destacam-se as tiriricas, cruz–de- malta,
gramas etc.

As formas anfíbias (que habitam tanto ambientes


aquáticos como terrestres), que ocorrem nas
bordas dos açudes, apresentaram maior domínio
devido à adaptação às alterações nos níveis de água
ao longo do ciclo hidrológico.

PEIXES

Os peixes são um importante grupo, considerados


bons indicadores da ecologia local, por serem bem
sensíveis às alterações no ambiente em que vivem.
Foram registradas 22 espécies, com predomínio
de pacus e tucunarés, acarás e cascudos ou
bodós. Nenhuma dessas espécies é considerada
migratória, rara, endêmica ou ameaçada de
extinção.

Apenas uma espécie de cascudo é considerada


endêmica da Bacia do rio Acaraú, Parotocinclus
cearensis.

Cinco espécies são de interesse por parte da


população, sendo utilizadas na alimentação. Destas
cinco espécies, duas são exóticas: a tilápia-do-nilo
(Oreochromis niloticus), originária da África, e o
tucunaré (Cichla ocellaris), originário da Amazônia.
Outras espécies utilizadas na alimentação são: o
curimatã (Prochilodus brevis), o piau (Leporinus piau)
e a traíra (Hoplias malabaricus).
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 61
62 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

O homem e suas construções


O estudo do homem e das suas construções (cidades, vilas, estradas,
etc) abrange a história da região, a população, as questões econômicas,
paisagísticas, de infraestrutura, sociais e políticas. O conhecimento desses
aspectos, junto com as características do empreendimento, permite identificar
os efeitos ou transformações (impactos) que poderão ocorrer. Sabendo
quais são esses efeitos, que podem ser negativos ou positivos (ou seja, bons
ou ruins), é possível indicar medidas para minimizar os efeitos negativos e
aumentar os positivos.

No caso do Projeto Santa Quitéria, os municípios de Itatira e Santa Quitéria


deverão passar por mudanças importantes com as obras e operação do
empreendimento. Muitas dessas mudanças ocorrerão em suas áreas urbanas.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS DOS MUNICÍPIOS DA AID (ITATIRA E SANTA QUITÉRIA)

Com o passar dos anos, Santa Quitéria


perdeu parte de seu território para criação
Distrito Santa Quitéria, de outros municípios.
pertencia ao Município de Atualmente, o município é constituído pelo
Sobral Distrito Sede e mais sete distritos: Lisieux,
1823 Logradouro, Macaraú, Malhada Grande,
Muribeca, Raimundo Martins e Trapiá. Conta
ainda com o bairro rural Riacho das Pedras e
Elevado à categoria de vila os Assentamentos Rurais de Morrinhos e
com a denominação de Queimadas, situados nas proximidades do
Santa Quitéria, empreendimento.
desmembrado de Sobral, Diretrizes Territoriais incidentes no
com sede no núcleo de município: Plano Diretor Participativo (Lei No
SANTA QUITÉRIA

Santa Quitéria e 653/2010); Lei de Uso e Ocupação do Solo


constituído do distrito (Lei No 653.2/2010); Lei No 653.3/2010, que
sede. Instalado dispõe sobre o sistema viário; Lei No
oficialmente em 1857. 653.1/2010, que dispõe sobre a Organização
1856 Territorial.

Séc. XIX Séc. XX Séc. XXI


ITATIRA

O Distrito Itatira é elevado


à categoria de Município
de Itatira;
1951 Atualmente: Município de Itatira é composto
pelo distrito sede e mais quatro distritos:
Criação do Distrito de Bandeira, Cachoeira, Lagoa do Mato e Morro
Lagoa do Mato Branco.
1953

Distrito Belém que Mudou o nome para


pertencia ao Município de Distrito Belém Quinim,
Quixeramobim Município de Mudou novamente o nome
Quixeramobim para Distrito Itatira,
1873
1938 Município de
Quixeramobim;
1943
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 63

POPULAÇÃO E INFRAESTRUTURA REGIONAL

Os municípios de Santa Quitéria e Itatira juntos têm cerca de 62.000


habitantes, o que representa menos de 1% da população do Estado do Ceará.
Esses municípios são considerados, pela definição do IBGE, como de pequeno
porte, porque a população total não ultrapassa 100 mil habitantes.

O Município de Santa Quitéria possui extensão territorial de 4.260,5 km² e


uma população de 42.763 habitantes. A população urbana representa 52% do
total de habitantes e a rural 48%. Chama atenção o pequeno crescimento de
Santa Quitéria nos últimos dez anos, isto porque o número de pessoas que
deixaram a cidade foi maior do que a quantidade das que aí chegaram.

O Município de Itatira, com extensão territorial de 783,4 km², apresenta


um total de 18.894 habitantes, com 50% deles morando na área urbana.
Estes habitantes estão predominantemente concentrados na sede distrital
de Lagoa do Mato. Desde 1991, Itatira vem apresentando um crescimento
populacional não muito elevado, porém constante.

As principais vias de acesso desses municípios são: a rodovia federal BR-020


e as estaduais CE-366, CE-265, CE-176, CE-178, CE-362, CE-257, CE-341 e
CE-168, com destaque para a CE-366 que interliga a área do Projeto Santa
Quitéria à BR-020.

O QUE É PRODUZIDO NESTES MUNICÍPIOS ?


A base da economia dos municípios de Itatira e Santa Quitéria é a
agropecuária, principalmente o cultivo de milho e feijão e a criação de
animais, geralmente em pequenas propriedades, por meio da agricultura
familiar. Os serviços de administração pública também são importantes.

De modo geral, os municípios têm nível de emprego formal pouco expressivo


e dependem de transferências governamentais para o orçamento municipal.
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mapa onde se localizam.
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As áreas modificadas pelo homem correspondem


principalmente à área da mina Itataia e estradas/
caminhos. As áreas povoadas não estão dentro
do limite da área diretamente afetada (ADA) pelo
empreendimento. As comunidades mais próximas,
Morrinhos e Queimadas, ficam cerca de 4 km e
estão na área de influência direta (AID).

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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 65

O Plano Diretor

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e privados. Santa Quitéria tem o
Plano Diretor Participativo (Lei
No 653.2/2010) que já considera
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66 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

ENERGIA ELÉTRICA

Itatira e Santa Quitéria não têm unidades geradoras de energia em seus territórios. O sistema
de distribuição é operado pela Companhia Energética do Ceará – COELCE e vem da Usina
Hidrelétrica Luiz Gonzaga e da Usina Sobradinho, localizadas no rio São Francisco.

SANEAMENTO BÁSICO

Em Itatira e Santa Quitéria o abastecimento de água nas áreas urbanas é operado pela
Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE). Nas áreas rurais é operado pelo Sistema
Integrado de Saneamento Rural (SISAR).

Nem toda a população é atendida pelo sistema de abastecimento. Em Santa Quitéria, a taxa
de cobertura nas áreas urbanas é de 92% e em Itatira de apenas 46%. A falta de cobertura
é suprida com a utilização de poço comunitário, distribuição por caminhão pipa, cisternas e
poços e/ou nascentes em propriedades particulares.

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RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 67

A água para abastecimento urbano em Itatira é


proveniente em maior parte da captação de água
subterrânea em poços profundos. Também são
utilizadas, mas em menor escala, as águas do açude
João Guerra. Em Santa Quitéria, as principais fontes
de água utilizadas são os açudes Edson Queiroz,
Caio Prado e Araras.

Nas comunidades mais próximas do


empreendimento (Morrinhos, Queimadas e Riacho
das Pedras) não há rede de distribuição de água,
prevalecendo o uso de cisternas e cacimbões. Em
períodos de seca prolongada, os caminhões pipa
ajudam no abastecimento local.

Em relação ao esgotamento sanitário, quase


não tem rede coletora de esgoto nos municípios
de Santa Quitéria e Itatira, e também não tem
Estações de Tratamento de Esgoto.

O esgoto das casas de Santa Quitéria não é tratado,


sendo despejado em fossas sumidouro ou em valas
de águas de chuva situadas ao longo das ruas da
cidade, desaguando nos açudes e cursos d’água.
Na sede municipal há pequena extensão de rede
coletora de esgoto que deságua no rio Jacurutu.

Em Itatira, as casas ligadas à rede de esgoto estão,


em sua maioria, localizadas em áreas urbanas,
mas são poucas em relação ao total de residências
do município. Assim como em Santa Quitéria,
predominam fossas sumidouro e despejo direto em
cursos d’água.

Quanto ao serviço de coleta de lixo, tanto em


Itatira quanto em Santa Quitéria, é realizado pelas
prefeituras e apenas nas áreas urbanas. Os resíduos
coletados têm como destino final os lixões dos
municípios.

Na zona rural não há coleta de lixo e o destino final


dos resíduos sólidos é feito pela população que, em
geral, os despeja em terrenos baldios para serem
queimados depois.
68 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

SAÚDE

Santa Quitéria conta com um hospital público e 13 Unidades


Básicas de Saúde (UBS); Itatira não possui hospital e tem nove
Unidades Básicas de Saúde (UBS).

As comunidades mais próximas ao empreendimento


(assentamentos Queimadas e Morrinhos) não possuem UBS
e utilizam os equipamentos de saúde do Distrito de Lagoa do
Mato, em Itatira.

A UBS mais próxima da área de empreendimento encontra-se


no bairro rural de Riacho das Pedras, em Santa Quitéria.

Os doentes de Santa Quitéria que precisam de tratamento


mais complexo são encaminhados para a cidade de Sobral,
enquanto que os de Itatira são encaminhados para a cidade de
Canindé.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 69

EDUCAÇÃO

Embora mostrem melhoria nas taxas de alfabetização


nos últimos dez anos, Itatira e Santa Quitéria estão
piores, se comparados à média do Estado do Ceará.

Os municípios apresentam nas suas redes de ensino


estabelecimentos públicos e privados que atendem
aos níveis de Ensino Infantil, Fundamental, Médio e
Educação de Jovens e Adultos, não existindo cursos de
nível superior.

Em relação ao ensino técnico, Santa Quitéria conta


com uma unidade do Centro Vocacional Tecnológico
(CVT) que atua na formação inicial e continuada dos
trabalhadores de acordo com a vocação e necessidades
da região.

No que se refere às comunidades mais próximas ao


empreendimento, o bairro rural de Riacho das Pedras
e o Assentamento Queimadas têm, cada um, um
estabelecimento de ensino que oferece educação infantil
e ensino fundamental. O Assentamento Morrinhos não
possui estabelecimentos de ensino. O Distrito Lagoa
do Mato, em Itatira, conta com 12 estabelecimentos
de ensino, oferecendo educação infantil, ensino
fundamental e médio.

PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

Alguns Planos e Programas de governo estão em andamento


na região do Projeto Santa Quitéria, destacando-se o Plano
de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.

Entre os investimentos previstos pelo PAC está a construção


da Adutora Santa Quitéria com extensão de 62,15 km que
levará água do açude Edson Queiroz até a área do Projeto
Santa Quitéria, e também para as comunidades próximas.
Serão beneficiadas cerca de 1.300 pessoas em comunidades
situadas ao longo do percurso, como o bairro rural de Riacho
das Pedras e os assentamentos de Morrinhos e Queimadas.

Prevê-se também a construção de uma linha de transmissão


de 69 kVA com 50 km de extensão para fornecer energia
elétrica ao futuro empreendimento.
70 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

O QUE RESTOU DO PASSADO...

Arqueologia é a ciência que estuda a vida e a


cultura dos povos por meio de objetos deixados
por eles.

Sítios arqueológicos são locais onde o povo


antigo deixou vestígios / marcas de sua
passagem.

No que se refere à arqueologia foi identificado


em Santa Quitéria o Sítio Oiticica, com registros
rupestres (registros em pedras) feitos em blocos
de granitos. Em Itatira não há registros de sítios
arqueológicos.

Também foram identificados em Santa Quitéria


alguns objetos utilizados por povos muito
antigos, tais como, moedor de quartzito e
lâmina de machado polida.

Tem também o estudo do patrimônio histórico,


paisagístico e cultural que procura identificar
edifícios de importância histórica, paisagens
notáveis e manifestações culturais de cada
região.

O estudo realizado na região identificou que


o Município de Santa Quitéria conta com
edificações de importância histórica e cultural,
destacando-se o prédio da câmara municipal,
o largo da igreja, a Igreja Matriz, o mercado
público, o largo do mercado e o cemitério.

Também foram identificados em Santa Quitéria


alguns elementos considerados patrimônio
cultural imaterial, que são definidos como as
técnicas, saberes, conhecimentos e expressões
da comunidade, como por exemplo: confecção
de instrumentos, artesanatos, comidas, entre
outros.

Não foram identificados em Santa Quitéria ou


em Itatira bens protegidos por lei devido à sua
importância histórica (ou seja, bens tombados
por órgãos de patrimônio histórico)
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 71

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72 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Estudo da Radiação
O diagnóstico radiológico foi feito com o objetivo de conhecer a
radiação natural da região. Os valores obtidos servirão como base para o
monitoramento (acompanhamento) das emissões de radiações durante
a operação do empreendimento, para garantir que a população não seja
afetada por radiações em níveis acima do permitido pela Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN), conforme definido nas Diretrizes Básicas de
Proteção Radiológica.

Para elaboração do diagnóstico radiológico foram analisadas as


concentrações de radiação no ar, nas águas superficiais e subterrâneas, nos
solos, na vegetação e nos peixes durante três anos (2011 a 2013).

Desta forma foram analisados:

+ + + + + +
2 Pontos Peixe 12 Pontos 12 Pontos 12 Pontos 4 Pontos 5 Pontos 7 Pontos
Vegetação Sedimentos Solos Material em Qualidade Água Qualidade Água
Suspensão em Açude em Poços

Essas amostras foram distribuídas conforme mapa ao lado.

QUAIS FORAM OS RESULTADOS?


Os valores de radiação encontrados no ar, nos açudes, nos poços, nos
sedimentos, na vegetação e nos peixes estão dentro dos limites estabelecidos
para a saúde humana e não apresentam risco para a população. Esses valores
serão considerados como valores da radiação de fundo do local, ou seja, os
valores da radiação natural da região.

Algumas variações foram encontradas entre as amostras: os valores de


radiação das águas dos poços foram maiores do que a dos açudes; as amostras
de solo localizadas perto da futura mina apresentaram valores altos, mas ainda
dentro dos limites estabelecidos para a saúde humana.

Os valores de radiação encontrados nas amostras ajudarão no


desenvolvimento do Programa de Monitoramento Radiológico Ambiental que
acompanhará e avaliará a exposição das pessoas à radiação devido a ingestão
de água, consumo de alimentos e exposição a partículas presentes no ar.
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Qualidade da água nos açudes  

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74 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

O que vai mudar e o que será feito?


O QUE PODE MUDAR (IMPACTOS)
E O QUE SERÁ FEITO (PROGRAMAS) ?
Agora que já conhecemos as principais características do
empreendimento e a região em que será inserido, podemos antever as
alterações e/ou efeitos, ou seja, os impactos que poderão ser gerados.

E, sabendo quais são essas alterações ou efeitos, podemos também


propor medidas para que essas alterações, quando forem negativas,
sejam minimizadas e, quando forem positivas, sejam potencializadas.

Essas medidas são agrupadas em Programas Ambientais, que têm por


objetivo, portanto, reduzir os efeitos no meio ambiente e o incomodo à
população e aumentar o benefício econômico e social para a região.

O QUE PODE MUDAR NA


POPULAÇÃO E NAS SUAS CONSTRUÇÕES ?
Antes mesmo do início da implantação (ou construção), as notícias de
que poderá ter um empreendimento como esse, causam esperança
de oportunidades na população, mas também podem aumentar a
especulação imobiliária na região. Esse efeito tende a diminuir com o
início das obras e com os trabalhos de comunicação social.

Para as obras do empreendimento serão contratadas


aproximadamente 900 pessoas, aumentando a renda familiar desses
trabalhadores. Mas essa oferta de trabalho poderá atrair pessoas para
os municípios de Itatira e Santa Quitéria. Com isso, poderá aumentar
a procura por moradias e por serviços de educação, saneamento
e saúde. Também podem aumentar os índices de violência desses
municípios.

Por outro lado, há alterações positivas: as obras do empreendimento


proporcionarão aumento da renda dos trabalhadores, a dinamização
da economia local, e o aumento da arrecadação de impostos pelo
município de Santa Quitéria. Tudo isso poderá contribuir para a
melhoria dos serviços públicos e da infraestrutura local.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 75

ent ro !!
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As alterações que acontecem na fase de obras do empreendimento geralmente


são temporárias, tais como a oferta de empregos, aumento de renda, geração
de poeiras e resíduos. Mas algumas podem permanecer tais como as mudanças
no uso das terras. Muitas alterações sentidas nessa fase continuarão durante a
operação.

Durante a operação do empreendimento o aumento da renda dos trabalhadores


também deverá ser sentido e a arrecadação de impostos pelo município de Santa
Quitéria deverá aumentar ainda mais.

No entanto, assim como na fase de obras, na fase de operação do


empreendimento poderá ter mais procura por moradias e por serviços de
educação, saneamento e saúde.

E também a geração de ruídos e a emissão de poeiras e de fumaça ocorrerão na


fase de operação e poderão causar incômodos às pessoas que caso venham a se
aproximar das instalações do Projeto Santa Quitéria.

A paisagem também mudará, já que a retirada do minério irá produzir uma


grande cava (buraco) na área da mina, além das estruturas do empreendimento,
que poderão ser avistadas de diversos locais, tais como as comunidades
Morrinhos e Queimadas. Apesar das alterações causadas na área da mina
permanecer, quando as atividades terminarem, ou seja, quando não tiver mais
o que minerar, será feita uma recomposição das áreas alteradas procurando
reestabelecer na medida do possível a sua condição natural.

Porém, na fase de fechamento da mina, a alteração mais importante que a


população deverá sentir será a retração da economia.

As alterações que ocorrem na fase de operação geralmente são permanentes,


podendo ser sentidas durante toda a vida útil do empreendimento, como é o caso
do aumento de renda, procura por serviços de educação e saúde, entre outras.
76 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

O QUE PODE MUDAR NAS ÁGUAS,


SOLOS, AR, RELEVO, VEGETAÇÃO E ANIMAIS
Durante as obras, as atividades de terraplenagem,
?
retirada da vegetação, abertura e melhoria de acessos
e estruturas poderão causar algumas alterações na
água, no solo, no ar e no relevo. Isso ocorre porque
as obras geram poeiras e sedimentos e o terreno
fica sem a proteção da vegetação. Podem acontecer
escorregamentos e, se os sedimentos forem carregados
para os córregos e açudes, a água ficará turva e o fundo
com lama. O corte de vegetação afetará os animais que

!!
ali vivem, pois terão que escapar para as áreas onde haja
Caatinga. e
ção a séri
Aten á
m u m
conté eduzir
o j
Outras alterações importantes devido às obras são:
o : o projet vitar ou r o solo e
çã e d
impermeabilização de trechos do solo, o desvio de Aten idas para minação es e de
ed ta t
alguns córregos e o aumento do consumo de água. Com de m como con de poluen e mantas
isso, muda o caminho de alguns córregos e pode chegar s o d
efeito a, emissã plo: uso as e
um pouco menos água ao Açude Quixaba. Este açude foi u e m lh
construído para atender o empreendimento na fase das da ág ão. Por ex tes nas pi No caso
ç n s.
obras, mas atualmente, serve para os animais de criação radia eabiliza chaminé muito
rm as
e também para os selvagens. impe filtros em em norm ontrole da
e s t c
uso d iação, exi nça para ivo.
d a at
da ra s de segur rial radio
A impermeabilização também reduz a infiltração da a e
água, podendo afetar um pouco a quantidade de água
rígid ão de mat
ç
subterrânea. libera

Durante a fase de operação o empreendimento terá a


cava, a usina, as barragens de rejeitos e de contenção de
finos e as pilhas de estéril e de fosfogesso. As atividades
nessas áreas também poderão alterar os solos, as águas
e o ar.

Assim como na fase de obras, podem acontecer


escorregamentos. E, como haverá movimentação
de veículos e a usina industrial e nuclear estarão
funcionando, terá poeira e fumaça, que poderão mudar
a qualidade do ar.

Grande parte das alterações nas águas, solos, ar, relevo,


vegetação e animais são temporárias e mais intensas
durante a fase de obras do empreendimento. No
entanto algumas alterações são permanentes. Essas
alterações estão relacionadas a qualidade da água e dos
solos e a perda de espécies vegetais e animais.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 77

E O QUE PODE SER FEITO


?
Veja as medidas que estão sendo propostas para diminuir as alterações negativas que
serão causadas durante as obras, a operação e o fechamento do empreendimento, e
também para potencializar as alterações positivas:

No caso das alterações nas águas, solo, ar, relevo, vegetação e animais:

• reduzir ao máximo as áreas de retirada de vegetação

• manter os terrenos limpos

• cobrir com vegetação as áreas de encostas

• implantar sistema de captação e escoamento das águas da chuva (sistema de


drenagem)

• controlar a geração e o descarte do lixo

• monitorar (acompanhar) a qualidade das águas e dos solos

• monitorar a pilha de fosfogesso e a barragem de rejeitos

• planejar a derrubada de árvores para não desmatar mais que o necessário e para
permitir a fuga dos animais para outras áreas

• promover a educação ambiental dos trabalhadores e da população da região

No caso da população:

• informar e esclarecer a população sobre o que é o empreendimento

• estabelecer comunicação entre a população e o empreendedor

• privilegiar a contratação de mão de obra local

• ajudar na qualificação da mão de obra local

• ajudar no controle e prevenção de endemias

• apoiar projetos de infraestruturas básicas

É importante dizer também que terão programas de monitoramento que têm por
objetivo acompanhar as atividades e as alterações para propor medidas sempre que
necessário. Dessa forma, pode-se aplicar uma medida assim que for identificado algum
problema.
78 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Com ou sem o empreendimeto,


como ficaria?
SEM O COM O APÓS O
EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO

As características Alteração da qualidade Com a recuperação das


atuais são mantidas: a da água devido ao áreas espera-se uma
qualidade da água já aumento de sólidos e melhoria da qualidade
está um pouco alterada nutrientes minerais. das águas e o aumento
ÁGUA
devido a presença de Redução da quantidade da quantidade de animais
matéria orgânica e de animais que vivem nos que vivem nos córregos e
dejetos de animais. córregos e açudes. açudes.

Retirada de 790,97 ha de
vegetação, afastando
Recuperação das áreas de
animais presentes na
mineração, com ganhos
Manutenção da cobertura área . Plantios de árvores
para a população se
vegetal (árvores), com em outros lugares
implantado parque ou
cortes e desmatamentos próximos para reduzir os
área verde pública.
VEGETAÇÃO pequenos efeitos da retirada dessa
vegetação.
Aumento de capacidade
na arrecadação Diminuição da
própria de impostos e arrecadação tributária do
Manutenção dos níveis de município. Manutenção
arrecadação de tributos melhoria nos índices de
participação nas receitas das melhorias alcançadas
municipais e da divisão durante a operação do
dos impostos estaduais. de impostos estaduais
e federais. Possibilidade empreendimento no
de investimentos que diz respeito à saúde,
ARRECADAÇÃO educação, infraestrutura,
TRIBUTÁRIA
em serviços de
saúde, educação e entre outros.
infraestrutura.
Aumento da oferta de Substituição por outras
Encarecimento de insumos para agricultura fontes de insumos
insumos agrícolas, e criação animal, agropecuários. Caso não
dependendo da distância principalmente, para a existentes, aumento
das localidades e Região Nordeste. da dependência de
da necessidade de
INSUMOS outros países para o
AGRÍCOLAS importação dos mesmos
fornecimento
Oportunidade
Baixa capacidade de melhoria dos Potencial manutenção
de melhoria dos equipamentos e serviços do nível de políticas
equipamentos e serviços urbanos, como saúde públicas alcançadas
urbanos existentes. e educação, associado durante a operação do
INFRAESTRUTURA ao aumento de receitas empreendimento
municipais.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 79

SEM O COM O APÓS O


EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO

Aumento de insumos
Dependência da compra Substituição por outras
para geração de energia
em outros países dos fontes de insumos de
nuclear, contribuindo
insumos para a geração energia nuclear. Caso
para a diversificação dos
de energia nuclear. não existentes, aumento
tipos de energia gerada
da dependência de
no Brasil e redução da
ENERGIA outros países para o
compra de insumos de
NUCLEAR fornecimento.
outros países.
Diminuição dos índices
de emprego e renda
da população devido a
desmobilização da mão de
Tendência de aumento da
obra, apesar do potencial de
população e aumento no
Manutenção dos índices desenvolvimento de novas
crescimento do emprego
de emprego e renda da oportunidades de geração
e renda, principalmente
população. de renda e de emprego
nos municípios de Santa
à população, agora com
Quitéria e Itatira.
maior capacitação e melhor
EMPREGO nível de qualificação, dada
E RENDA
a desativação gradual
do empreendimento e
investimentos em educação.

Aumento do número Risco de abandono


de moradias. Risco de casas se não
Manutenção da
de ocupação de áreas forem geradas novas
distribuição de moradia
inadequadas do ponto de oportunidades de
existente.
vista de infraestrutura e emprego.
serviços urbanos.
MORADIA

Consolidação do
Possibilidade de geração
aumento da produção
de conhecimento sobre o
Desconhecimento de conhecimento
patrimônio arqueológico
acerca do patrimônio patrimonial da área onde
e valorização da cultura
arqueológico. o empreendimento foi
relacionada à história
implantado.
ARQUEOLOGIA
pré-colonial.
80 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

RESUMINDO
Para entender a região onde se pretende implantar o Projeto Santa Quitéria
foram feitos estudos das rochas, solos, relevo, vegetação e animais que
ocorrem nas áreas de influência e também das populações humanas e de suas
construções (casas, estradas, vilas e cidades).

A região, onde o empreendimento está previsto, tem uma paisagem


diversificada, com morros, serrotes e áreas planas, cavernas e bastante
vegetação de caatinga.

É uma região de longas estiagens o que faz com que os córregos sequem em
parte do ano e a vegetação perca as folhas. No meio dessa paisagem estão as
cidades de pequeno porte e as propriedades rurais com suas lavouras e pastos.

A falta de água, causada pela estiagem, somada a falta de tratamento de esgoto


e o uso das terras para agricultura e pastagem são fatores que já alteram a
qualidade das águas de alguns córregos e açudes da região. Mas é importante
salientar que tem água nos reservatórios que atendem a população e que pode
ser usada até para irrigação. Nesse caso, o que falta ainda é infraestrutura para
levar a água até as plantações.

As alterações que podem acontecer no começo das obras do empreendimento,


ainda na fase de planejamento, relacionam-se às esperanças das pessoas em
obter emprego e fazer negócios, mas também ao medo de ter interferências
nas suas propriedades, por exemplo. Por isso é importante ter programas
de comunicação, que garantam que informações sobre as obras cheguem à
população, evitando especulações e insegurança.

Na fase das obras, poderão acontecer efeitos negativos (ruins) na caatinga, nas
terras, córregos e açudes, e também na população das áreas de influência. Serão
adotadas medidas e ações de controle para evitar ou reduzir esses efeitos, e às
vezes para compensar.

O maior problema que pode acontecer é o aumento de população das cidades,


por causa da atração de pessoas de fora que virão em busca de emprego,
podendo faltar moradias. Essas pessoas poderão ficar nas cidades, ao longo
das estradas e, principalmente, no Distrito de Lagoa do Mato, no município de
Itatira.
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 81

Mas tem também efeitos positivos, pois vai aumentar a renda das famílias, o
município vai arrecadar mais impostos e o comércio local ficará mais animado.

Quando começar a operação, o movimento de veículos para dentro e para fora


da mina, a operação da mina e da indústria causarão incômodos às pessoas e
afugentamento de animais devido a ruídos. Mas a principal alteração será na
paisagem, que ficará diferente devido as construções das estruturas da mina e da
indústria.

E quando a mina for desativada essa paisagem mudará novamente. Serão


necessárias ações de desativação das estruturas, recuperação dos terrenos e plantios
de vegetação. Terá também uma redução de empregos.

Embora os efeitos negativos, principalmente para a população, sejam importantes, o


empreendimento traz muitos benefícios e pode ser uma oportunidade para melhoria
na infraestrutura da região, nos equipamentos de comércio e serviços, e aumento
de receita dos municípios, o que pode levar a melhores índices de desenvolvimento
social (educação, saúde, segurança, lazer).

A transformação destas oportunidades em vantagens para a economia local


irá depender do comprometimento dos órgãos e das empresas relacionadas ao
empreendimento. E começa pelo próprio empreendedor, que assume o compromisso
de prevenir, mitigar e compensar os impactos negativos por um lado, e contribuir
para a promoção de melhoria dos indicadores socioeconômicos, por outro lado.

É importante salientar que este projeto deverá contribuir para o aumento da oferta
de insumos para a agricultura e pecuária, principalmente no Nordeste, que hoje tem
que importar esses materiais. Terá também mais energia o que é importante para o
país.

Com todos esses elementos e considerando-se que os Programas previstos no


EIA sejam realizados, conclui-se que o empreendimento é viável do ponto de vista
socioambiental.
82 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

Equipe Técnica
Responsável Técnico Formação Registro de Classe Elaboração
Filipe Martinez Biazzi Engenheiro Civil CREA: 5060210270
Direção Técnica
Maria Cláudia Paley Braga Engenheira civil CREA: 5060481211
Gerência Técnica
Denise Tonello Arquiteta e urbanista CAU: 37694-9
Coordenação Temática
Maria Madalena Los Bióloga CRBIo: 04266-01
Coordenação Geral
Annamaria Rizzo da Fonseca Geóloga CREA: 5061221799
Aspectos Jurídicos e Institucionais
João Roberto Cilento Winther Advogado OAB-SP: 79343
Caracterização do Empreendimento
Caracterização unidade
Ricardo Guimarães
Engenheiro de minas CREA: 0601877673 industrial
Engenheiro Ambiental e
Iukio Ogawa
Nuclear CREA/SP: 0600630274 Caracterização unidade nuclear
Meio Físico
Coordenação
Annamaria Rizzo da Fonseca Geóloga CREA: 5061221799
Jehovah Nogueira Geólogo CREA: 0600414954
Especialistas
Augusto Auler Geólogo CREA:72076 Espeleologia
Eduardo Murgel Engenheiro Mecânico CREA: 144.082 Vibração
Geologia, geomorfologia,
pedologia, geotecnia,
Luis Fernando Roldan CREA: 5062130080 sismologia e hidrogeologia
Geólogo (água subterrânea)
Maria Luiza Rocha Belderrain Engenheira civil CREA: 0600901424-SP Avaliação de impactos ruído
Sandra Barana Engenheira química CREA: 5060348460-D Diagnóstico de ruído
Valdemir Ramos Engenheiro químico CREA: 5.062.647.631/D Qualidade do ar
Recursos hidricos superficiais
Vilma Maria Cavinatto Rivero (rios e açudes) e qualidade da
Bióloga CRBio: 06912/01-D água
Meio Biótico
Coordenação
Norberto Lopes Hulle Biólogo CRBio: 051663/D
Especialistas
Bruno Augusto Torres Parahyba Campos Biólogo CRBio: 56779/01-D Mamíferos
Daniel Oliveira Mesquita Biólogo CRBio: 30895/4-D Herpetofauna
Flávia Maria da Silva Moura Biólogo CRBio: 77.746/05D Entomofauna
Geza de Faria Arbocz Engenheiro agrônomo CREA: 0601901571 Flora (Vegetação)
Helder Farias Pereira de Araújo Biólogo CRBio: 36721/5 Aves
Avaliação de impactos e
Maria Carolina Checchia da Inês
Bióloga CRBio: 39779/01-D programas
Rodrigo Gredilha Duarte Veterinário CRMV-RJ: 9204 Entomofauna - vetores
Telton Pedro Anselmo Ramos Biologo CRBio: 67115-05D Peixes
Vilma Maria Cavinatto Rivero Bióloga CRBio: 06912/01-D Biota aquática
Meio Socioeconômico
Coordenação
Cristina Catunda Arquiteta CAU: A20817-5
Solange Sanchez Socióloga DRT: 1182
Coordenação
Norberto Lopes Hulle Biólogo CRBio: 051663/D
Especialistas
RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA 83
Bruno Augusto Torres Parahyba Campos Biólogo CRBio: 56779/01-D Mamíferos
Daniel Oliveira Mesquita Biólogo CRBio: 30895/4-D Herpetofauna
Flávia Maria da Silva Moura Biólogo CRBio: 77.746/05D Entomofauna
Geza de Faria Arbocz Engenheiro agrônomo CREA: 0601901571 Flora (Vegetação)
Helder Farias Pereira de Araújo Biólogo CRBio: 36721/5 Aves
Avaliação de impactos e
Maria Carolina Checchia da Inês
Bióloga CRBio: 39779/01-D programas
Rodrigo Gredilha Duarte Veterinário CRMV-RJ: 9204 Entomofauna - vetores
Telton Pedro Anselmo Ramos Biologo CRBio: 67115-05D Peixes
Vilma Maria Cavinatto
Responsável Técnico Rivero Bióloga Formação CRBio: 06912/01-D
Registro de Classe Biota aquática
Elaboração
Meio Socioeconômico
Filipe Martinez Biazzi Engenheiro Civil CREA: 5060210270
Coordenação
Direção Técnica
Cristina Catunda
Maria Cláudia Paley Braga Arquiteta
Engenheira civil CAU:
CREA:A20817-5
5060481211
Solange
GerênciaSanchez
Técnica Socióloga DRT: 1182
Especialistas
Denise Tonello Arquiteta e urbanista CAU: 37694-9
Ana Beatriz Bonetti
Coordenação Paes Sulzer
Temática Cientista social CTF/IBAMA: 5383930 Aspectos demográficos
Uso e ocupação do solo, usos da
Maria Madalena Los Bióloga CRBIo: 04266-01
água, quadro referencial,
Coordenação Geral
Carla Meneses Arruda infraestrutura básica e
Annamaria Rizzo da Fonseca Geóloga CREA: 5061221799
organização social, cultural e
Aspectos Jurídicos e Institucionais Geógrafa CREA: 5063368243 político-institucional
CarlosRoberto
João Milita Cilento Winther Advogado
Economista OAB-SP: 79343
CORECON: 33116 Aspectos econômicos
Caracterização do Empreendimento CORECON-PR (6ªseção):
Daniel Thá Caracterização unidade
Economista 7311 Estrutura produtiva e serviços
Ricardo Guimarães
Engenheiro de minas CREA: 0601877673 industrial
Engenheiro Ambiental e Estudo de arqueologia
Iukio Ogawa preventiva, saberes populares,
Nuclear CREA/SP: 0600630274 Caracterização unidade nuclear
José Luís de Moraes grupos etno-linguísticos e
Meio Físico
Coordenação patrimônio histórico cultural/
Arqueólogo
Geóloga CTF/IBAMA: 33818
CREA: 5061221799 patrimônio natural e cultural
Annamaria Rizzo da Fonseca
Usos da Água, quadro
Jehovah Nogueira Geólogo CREA: 0600414954
Leonardo Mendonça referencial e infraestrutura
Especialistas Geógrafo CREA: 5063313638 básica.
Augusto Auler Geólogo CREA:72076 Espeleologia
Usos da Água, quadro
Eduardo
Maria Murgel
Cláudia de A. Rodrigues Educadora
Engenheiroambiental
Mecânico em CREA: 144.082 referencial e infraestrutura
Vibração
geociências CTF/IBAMA: 5215989 Geologia,
básica. geomorfologia,
pedologia, geotecnia,
Luis Fernando Roldan CREA: 5062130080 Aspectos
sismologiademográficos,
e hidrogeologiaquadro
Priscilla Paulino referencial, organização social,
Geólogo (água subterrânea)
Maria Luiza Rocha Belderrain Cientista
Engenheirasocial
civil CTF/IBAMA: 3540571
CREA: 0600901424-SP cultural
Avaliaçãoe político-institucional
de impactos ruído
René Mendes
Sandra Barana Médico
Engenheira química CRM: 17410
CREA: 5060348460-D Saúde
Diagnóstico de ruído
Aspectos demográficos uso e
Valdemir Ramos Engenheiro químico CREA: 5.062.647.631/D Qualidade do ar
ocupação do solo,
Recursos hidricos superficiais
Rodrigo Zichelle infraestrutura básica e
Vilma Maria Cavinatto Rivero (rios e açudes) e qualidade da
organização social, cultural e
Bióloga CRBio: 06912/01-D água
Geógrafo CREA: 5062466910 político-institucional
Meio Biótico
Rogério Gayoso Geógrafo CREA: 5063869885 Segurança pública
Coordenação
René Mendes Médico CRM: 17410 Saúde
Norberto Lopes Hulle Biólogo CRBio: 051663/D
Vinicius Correa Cientista social CTF/IBAMA: 5808774 Aspectos demográficos
Especialistas
Diagnóstico Radiológico
Bruno Augusto
Bárbara Torres Parahyba Campos
Paci Mazzilli Química
Biólogo CTF/IBAMA: 5845569
CRBio: 56779/01-D Mamíferos
Apoio Técnico
Daniel Oliveira Mesquita Biólogo CRBio: 30895/4-D Herpetofauna
Especialista
Flávia Maria da Silva Moura Biólogo CRBio: 77.746/05D Entomofauna
Daniela
Geza deLavignatti
Faria Arbocz Geógrafa
Engenheiro agrônomo CTF/IBAMA: 5270097
CREA: 0601901571 Flora (Vegetação)
Cartografia
Helder FariasePereira
Geoprocessamento
de Araújo Biólogo CRBio: 36721/5 Aves
Rodrigo Zichelle Geógrafo CREA: 5062466910 Avaliação de impactos e
Maria Carolina Checchia da Inês
Design Gráfico Bióloga CRBio: 39779/01-D programas
Rodrigo Gredilha
Gustavo Duarte de Faria
Aguiar Marcondes Veterinárioe Urbanista
Arquiteto CRMV-RJ:
CAU: 9204
A69565-3 Entomofauna - vetores
Telton
Fotos Pedro Anselmo Ramos Biologo CRBio: 67115-05D Peixes
Vilma Maria
ARCADIS logos Cavinatto Rivero Bióloga CRBio: 06912/01-D Biota aquática
Meio Socioeconômico
Coordenação
Cristina Catunda Arquiteta CAU: A20817-5
Solange Sanchez Socióloga DRT: 1182
84 RIMA PROJETO SANTA QUITÉRIA

habitantes e o tamanho do
Glossário empreendimento.

B
território onde eles vivem.

Diagnóstico Ambiental –
Resultado da análise das
A Bentos – Pequenos organismos características do clima,
que vivem no fundo da água rochas, relevo, solo, vegetação,
Afluentes - Nome dado aos associados a sedimentos. animais, rios e açudes, aliadas
rios e córregos menores que as características dos homens
deságuam em rios principais. C e das suas construções em uma
determinada área.
Altitude - Altura de um ponto Caatinga - Vegetação
da superfície da Terra, em encontrada na região do Diversidade - Medida do
relação ao do mar. semiárido nordestino. Está número de espécies e de sua
presente também em parte abundância em determinado
dos Estados de Minas Gerais, local.
Antrópico - Relativo à ação do
homem. Maranhão e Piauí. Caracteriza-
se pela presença de pequenas E
árvores com galhos retorcidos
Apifauna - Os diferentes tipos e raízes profundas que perdem
de abelhas de uma região. as folhas em épocas de seca. Ecossistema - Conjunto
São comuns também cactos formado por todas as plantas
(como a palma) e bromélias e animais que vivem em
Aquífero – Reservatório
(macambiras). determinada região e pelos
de água abaixo da terra
fatores não vivos (abióticos)
alimentado pela infiltração
que atuam sobre essas
da água no solo. Fornece Cobertura vegetal - comunidades, tais como clima,
água para poços e nascentes, Compreende todas as espécies solos, etc.
servindo como ótimas fontes de plantas que ocupam uma
de abastecimento. área.
Educação Ambiental -
Processo de aprendizagem e
Aterro – Ato, efeito ou trabalho Conservação – termo comunicação de problemas
de encher de terra um local empregado para a utilização relacionados à interação dos
visando alcançar uma altura de qualquer recurso natural homens com seu ambiente
pré-definida. sem destruí-lo, garantindo sua natural.
renovação ou manutenção.
Avaliação de Impacto
Endêmico - Animal ou planta
Ambiental - Estudo que tem
como objetivo caracterizar
D que é exclusivo de determinada
região.
e identificar alterações que
poderão ocorrer quando um Declividade – refere-se à
empreendimento é instalado inclinação de uma área ou Erosão – Desgaste do solo e das
em uma região, prevendo a terreno. rochas causado pela ação da
importância dessas alterações. água, vento, gelo ou e agentes
O resultado dessa avaliação Densidade demográfica - geológicos.
influencia o processo de relação entre o número de
aprovação de um determinado
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Esgotos - Termo usado para


as águas que, após a utilização
G fenômenos químicos e físicos
que levam ao enfraquecimento
humana, apresentam as e a decomposição das rochas.
suas características naturais Gênero - Grupo de espécies
alteradas. muito próximas e que se
parecem muito. Por exemplo: Íon – Partícula microscópica.
diferentes tipos (ou espécies) de Átomo ou molécula que perdeu
Espécie - Conjunto de lambaris. ou ganhou um ou mais elétrons.
indivíduos apresentando
características comuns, capazes
de se reproduzirem entre si, H J
originando descendentes
férteis. Habitat - É o espaço onde Jazida - Reserva mineral com
os seres vivos vivem e se valor econômico.
F desenvolvem.
L
Família – Grupo de espécies que Hematófagos - Animal que se
se parecem. Por exemplo: todos alimenta de sangue. Lençol freático - Reservatório
os tipos de gatos-do-mato, de água subterrânea (abaixo do
as onças e também os gatos Herbívoro - Animal que solo) gerado pela infiltração da
domésticos são da Família dos se alimenta das folhas dos água da chuva no solo.
Felinos. vegetais.
M
Fauna - Animais que ocorrem Humívoros - Organismos que se
em certa área ou região alimentam de Húmus (material Meio Ambiente - Conjunto
ou todos ou animais que orgânica do solo). de condições, influências e
pertencem a uma certa interações de ordem física,
categoria (exemplos: fauna química e biológica, que
amazônica de aves). Húmus - Matéria orgânica
depositada no solo, que resulta permite, abriga e rege a vida em
da alteração de animais e todas as suas formas.
Fitofisionomia - Diferentes plantas mortas, ou de seus
tipos de vegetação de um lugar. subprodutos. Metodologia - Estudo dos
métodos e etapas a seguir num
Fitoplâncton - Conjunto de I determinado processo.
plantas microscópicas (que
não se enxerga sem uso de
Ictiofauna - Todas as espécies O
aparelhos que aumentam muito
o tamanho) e que vivem na de peixes de uma região ou um
superfície de rios e mares. rio. Oligoléticas - Abelhas que
se alimentam com pólen de
Impacto Ambiental - Qualquer plantas do mesmo gênero ou
Flebotomíneos - Pequenos família.
insetos responsáveis pela alteração significativa no meio
transmissão aos humanos ambiente provocada por uma
e animais de doenças como ação humana.
leishmaniose e Calazar.
Intemperismo – Conjunto de
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P de raios solares, ou de
elementos radioativos naturais.
um corte ou aterro; superfície
inclinada de um aterro.

PAC - Programa de Aceleração


do Crescimento: programa Radionuclídeos - Elemento que Taxonomia - Ciência que
do governo federal brasileiro emite radiação ionizante. classifica os seres vivos.
que engloba um conjunto
de políticas econômicas, Recursos hídricos - A Turbidez - Medida de
planejadas para os quatro anos quantidade de águas superficiais transparência de uma amostra
seguintes e que tem como e subterrâneas de uma de água.
objetivo acelerar o crescimento determinada região.
econômico do Brasil. V
S
Paisagem - Imagem resultante Vertente - Em Geografia,
do conjunto de todos os Saneamento básico - corresponde ao declive de um
elementos presentes em Atividade relacionada com o dos lados de uma montanha,
determinado local. abastecimento de água potável, por onde escoa a água da chuva.
o manejo de água pluvial, a
Patrimônio arqueológico - coleta e tratamento de esgoto, Vetores - Animais transmissores
Conjunto de objetos muito a limpeza urbana, o manejo de de vírus, bactérias, vermes que
antigos encontrado em resíduos sólidos e o controle causam doenças em outros
escavações ou na superfície do de pragas e qualquer tipo de seres vivos.
solo, pertencente a populações agente patogênico, visando à
antigas. saúde das comunidades.

Predadores - Animais que se Sazonal ou Estação do ano -


alimentam de outros animais. Subdivisões do ano baseadas
em padrões de alternâncias
R climáticas (primavera, verão ,
outono, inverno).

Radiação - Energia que se


propaga, por meio de partículas Sítio arqueológico - Lugar
ou ondas, através da matéria ou onde se encontra objetos
do espaço. muito antigos produzidos por
sociedades do passado.

Radiação Ionizante -
Qualquer partícula ou radiação Solo - A camada da superfície
eletromagnética que, ao da crosta terrestre capaz de
interagir com a matéria, abrigar raízes de plantas,
desloca elétrons dos átomos ou representando o substrato para
moléculas produzindo íons . a vegetação terrestre.

Radiação Natural ou Radiação T


de Fundo - Radiação existente
no meio ambiente, proveniente Talude - Face inclinada de
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