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CONDUTOS EQUIVALENTES

1. CONCEITO

Um conduto é equivalente a outro ou a outros quando transporta a mesma vazão, com a mesma perda de
carga total.

2. CASOS A CONSIDERAR

- Condutos em série

- Condutos em paralelo

2.1. CONDUTOS EM SÉRIE

Desprezando-se as perdas de carga acidentais, a linha de carga piezométrica é representada da maneira


acima; quanto menor o diâmetro, maior a perda de carga (para uma mesma Q) e maior também a
inclinação da linha piezométrica. O problema consiste em substituir a tubulação acima por uma
equivalente, de um único diâmetro, ou seja:

Utilizando-se da fórmula universal de perda de carga, pode-se escrever:

Felipe Marques D.Sc. Hidráulica Aplicada


a) Para o conduto em série:

L1 V12 L 16 Q 2 16 Q 2 L L
hf1  f1  f1 1 2 4  2 f1 15  k f1 15
D1 2 g D1  D1 2 g  2 g D1 D1

L2 L3
hf 2  k f 2 5
e hf3  k f3
D2 D35

b) Para o conduto equivalente (de diâmetro único)

L
hf  k f
D5

Tem-se que: hf = hf1 + hf2 + hf3

L L1 L2 L3
k f 5
 k f1  k f2  k f3
D D15 D2 5
D35

Ou generalizando:

L L1 L2 L3 Ln
k f 5
 k f1  k f2  k f3  ... k f n
D D15 D2 5
D35 Dn5

Se em lugar da fórmula universal, fosse usada a de Hazen-Willians, teríamos:

L L L L L
1,85 4,87
 1,85 4,87  1,85 4,87  1,85 4,87  ... 1,85 4,87
C D C1 D1 C2 D2 C3 D3 Cn Dn

2.2. CONDUTOS EM PARALELO

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As vazões se somam para a mesma perda de carga total.

L V2 L 16 Q 2 L Q2
hf  f  f  k1 f
D 2g D  2 D4 2 g D5

hf D5 hf D5
Q2  Q (1)
L K1 f K1 f L

hf D15
Q1  (2)
K1 f1 L1
Q = Q 1 + Q2 (4)

hf D25
Q2  (3)
K1 f 2 L2

(1), (2), (3) em (4):

D5 D15 D25
   ...
f L f1 L1 f 2 L2

Para a fórmula de Hazen-Willians:

D 2,63 D12,63 D22,63


C  C1  C2  ...
L0,54 L10,54 L20,54

3. EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

1. Na figura a seguir PA = 7,4 kgf/cm² e para todos os tubos f = 0,03. Qual a pressão em B, desprezando-se
as perdas locais? Qual é a vazão de cada ramal? Considerando D1 = 300 mm, L1=600 m e D2 = 450 mm, L2
= 475 m?

SOLUÇÃO:

a) As tubulações E e F estão em paralelo. Para se saber a pressão em B, tem-se que conhecer a perda de
carga que ocorre nessas duas tubulações (no caso, tanto faz percorrer AEB ou AFB, que a perda de
carga será a mesma). O problema fica mais simples, se substituirmos as tubulações AEB e AFB por uma
única equivalente. O esquema ficaria assim:

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D5 D15 D25
  f = f1 = f2
f L f1 L1 f 2 L2

D5 0,3005 0,4505
   8,245  103
f L 600 4752

D5 = 6,8 x 10-5 L

Nesse caso devemos admitir um valor ou para L ou para D; admitindo para D = 400 mm (poderia ser outro
valor), vem:

L = 150 m

150 4²  0,500²
hf  0,03  9,08 m
0,400  ²0,4004 2 g

Portanto,

PB PB
  hf ( AB )  74  9,08
 

PB
 64,92 m

Se admitíssemos:

D = 500 mm

L = 460 m

460 4²  0,500²
hf  0,03  9,1m
0,500  ²0,4004 2 g

PB PB
  hf( A B )  64,90m
 

b) A vazão de cada ramal:

hf1 = hf2

Q 1 + Q2 = Q

L1 16Q1 ² L 16Q2 ²
f1  f 2 25
D1  ²2 g
5
D2  ²2 g

Q1 + Q2 = 0,5

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2 5
L1  Q1  D 
    1 
L2  Q2   D2 

Q1 + Q2 = 0,5

2
 Q1 
5
 300  475
    
 2
Q  450  600

Q1 + Q2 = 0,5

Q1
 0,323
Q2

Q1 + Q2 = 0,5

Q1 = 0,122 m³/s

Q2 = 0,378 m³/s

2. Sendo de 1,20 m/s a velocidade no trecho de comprimento L1 do sistema de tubulações da figura a


seguir, determinar a diferença de nível H (C = 120).

* A equação da energia aplicada entre (0) e (1) mostra que H = hf(0 - 1). Vamos desprezar as perdas
acidentais.

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Os comprimentos L1 e L2 estão em paralelo, assim como os comprimentos L4 e L5. Vamos transformá-los em
um comprimento, a ser calculado, de um único diâmetro; o mais simples é transformá-los no diâmetro de
450 mm = D3.

Com efeito:

PARA OS TRECHOS L1 e L2:

0,452,63 0,2002,63 0,3002,63


C  C1  C2
L0,54 3050,54 3050,54

Como: C = C1 = C2

0,452,63 5,67 102 L0,54 3050,54


 ou 
L0,54 3050,54 0,452,63 5,67  10 2

L0,54 = 47,41 → L = 1270 m

D = 0,450 m

PARA OS TRECHOS L4 e L5:

0,452,63 0,32,63 0,32,63 2  0,32,63


  
L0,54 6100,54 6100,54 6100,54

L0,54 6100,54

0,452,63 2  0,32,63

0,54 2,63
 L  1  0,45 
      1,452
 610  2  0,30 

L / 610 = 2 → L = 1220 m

D = 0,450 m

Então o sistema de tubulações da figura anterior, é equivalente ao:

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H = hf = JL

V = 0,355 C D0,63 J0,54

Precisamos conhecer a vazão que circula pela tubulação. No esquema fornecido, observe que a perda de
carga para L1 e L2 é a mesma (as tubulações estão em paralelo).

Então:

D²  0,2²
Q  1,20  1,20  0,038m³ / s
4 4

Para L1:

10,646 L Q1,852
hf1   2,68 m
C1,852 D 4,87

Para L2: hf2 = hf1 = J2 L2

C1,852 D 4,87hf 2
Q1,852   Q  0,109 m³ / s
10,646 L1

Portanto a vazão que circula por todo o sistema é:

Q1+Q2= 0,147 m³/s

Utilizando o conduto equivalente (D = 0,450 m e L = 2795 m).

10,646 L Q1,852
Hf   5,90 m
C1,852 D 4,87

H = 5,90 m

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