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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


Ilha Solteira Câmpus de Ilha Solteira - SP

G ABRIEL S OUSA C ORRÊA

Laboratório de Instrumentação Eletrônica


Experimento 3

Ilha Solteira - SP
25 de novembro de 2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO TEÓRICA 1
1.1 Filtro Passa-baixa 1
1.2 Filtro Passa-alta 3
1.3 Filtro Passa-Faixa 4

2 MATERIAIS E MÉTODOS 6
2.1 Projeto do Circuito Passa-baixa 6
2.2 Projeto do Circuito Passa-Alta 7
2.3 Projeto do Circuito Passa-Faixa 7

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 8
3.1 Dados experimentais 8
3.2 Gráficos Plotados 9
3.3 Simulações 11
3.3.1 Circuito Passa-Baixa 11
3.3.2 Circuito Passa-Alta 12
3.3.3 Circuito Passa-Faixa 14

4 CONCLUSÕES 17
1

1 INTRODUÇÃO TEÓRICA

Nesta introdução, será feita a dedução das Funções de Transferência dos circuitos imple-
mentados neste experimento, a saber, Funções de Transferência de 1ª Ordem para os filtros
ativos passa-baixa, passa-alta e passa-faixa.

1.1 Filtro Passa-baixa

O circuito que implementa o Filtro Passa-baixa de 1ª Ordem foi desenvolvido a partir de


um circuito integrador com Amplificador Operacional, e é ilustrado na Fig. 1.

Figura 1 - Circuito do Filtro Passa-baixa.

Fonte: Roteiro de Laboratório.

Colocando um resistor em paralelo com o capacitor de realimentação, como na Fig. 1,


torna-se o circuito em um Filtro Passa-baixa com ganho K. Seja 1/Z2 = 1/R2 + 1/1(1/sC) =
(R2Cs + 1)/R2 resulta em H(s) = −Z2 /R1 , ou
R2 1
H(s) = − (1)
R1 R2Cs + 1
indicando um polo real em s = −1/R2C. Seja s → jω, podemos expressar H(s) na forma
normalizada:
1.1 Filtro Passa-baixa 2

ωc
H( jω) = −K (2)
jω + ωc

Fisicamente, o circuito opera da seguinte forma: para baixas frequências, com |ZC |  R2 ,
podemos ignorar ZC quando comparado a R2 e assim considerar o circuito como um amplifi-
cador inversor com ganho K. Por razões óbvias, K é chamado de ganho DC. Como mostrado
na Fig. 2 , a assintota de baixa frequência do Diagrama de Bode da magnitude é uma linha
horizontal posicionada em KdB .

Figura 2 - Diagrama Assíntótico do Ganho do Filtro Passa-baixa.

Fonte: Roteiro de Laboratório.

Em uma frequência suficientemente alta, onde |ZC |  R2 , R2 pode ser desprezado quando
comparado com ZC e, desse modo, o circuito passa a funcionar como um integrador. A assíntota
de alta frequência é uma linha com inclinação de −20dB/dec que passa pela frequência de corte
ω1 = R1C. Uma vez que o circuito se aproxima do comportamento de um integrador apenas
sobre uma faixa limitada de frequência, ele também é chamado de integrador com perdas.

O limite entre o comportamento de amplificador e integrador ocorre na frequência que faz


|ZC | = R2 , ou seja, na frequência de corte ωc (no gráfico, ω0 ). Para ω = ωc , a Eq. ?? fornece
|H| = K/(1 + j1) ⇒ |H|dB = −3 dB. Por isso, ωc é conhecida como frequência de −3 dB.
Desse modo, sinais com ω < ωc são transmitidos com ganho DC, enquanto sinais com ω > ωc
são progressivamente atenuados. Para um acréscimo de uma década em ω, |H| cai 20 dB.
1.2 Filtro Passa-alta 3

1.2 Filtro Passa-alta

O circuito que implementa o Filtro Passa-alta foi desenvolvido a partir de um circuito di-
ferenciador com Amplificador Operacional. Acrescentando-se um capacitor em série com o
resistor de entrada em um circuito diferenciador transforma-o em um filtro passa-alta com ga-
nho K. Seja Z1 = R1 + 1/sC = (R1Cs + 1)/sC e H(s) = −R2 /Z1 resulta em

R2 R1Cs
H(s) = − (3)
R1 R1Cs + 1

Figura 3 - Circuito do Filtro Passa-alta.

Fonte: Roteiro de Laboratório.

indicando um zero na origem e um polo real em s = −1/R1C. Seja s → jω, pode-se expressar
a forma normalizada


H( jω) = −K (4)
jω + ωc

onde K é chamado ganho de alta frequência e ωc é o ganho de −3 dB. Como mostrado na Fig.
6, o circuito é assintoticamente próximo de um filtro passa-alta.
1.3 Filtro Passa-Faixa 4

Figura 4 - Diagrama Assíntótico do Ganho do Filtro Passa-alta.

Fonte: Roteiro de Laboratório.

1.3 Filtro Passa-Faixa

Os últimos dois circuitos podem são combinados como na Fig. para fornecer uma resposta
de passa-banda. Seja Z1 = (R1C1 s + 1)/C1 s e Z2 = (R2C2 s + 1), consegue-se H(s) = −Z2 /Z1 ,
ou
R2 R1C1 s 1
H(s) = − (5)
R1 R1C1 s + 1 R2C2 s + 1
indicando que há um zero na origem e dois polos reais em −1/R1C1 e −1/R2C2 , que é um filtro
de 2ª Ordem construído com filtros de 1ª Ordem como blocos de construção. Seja s → jω leva
a
jω/ωL
H( jω) = −K ) (6)
(1 + jω/ωL )(1 + jω/ωH
onde K é chamado ganho de média frequência. O filtro é últil para operar com ωL  ωH , nesse
caso, ωL e ωH são chamados de alta e baixa frequências de −3 dB.
1.3 Filtro Passa-Faixa 5

Figura 5 - Circuito do Filtro Passa-alta.

Fonte: Roteiro de Laboratório.

Figura 6 - Diagrama Assíntótico do Ganho do Filtro Passa-alta.

Fonte: Roteiro de Laboratório.


6

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Devido ao formato de ensino emergencial, este experimento foi realizado tomando-se os


dados previamente coletados por equipes em semestres anteriores, organizados numa planilha
Excel. Os dados foram plotados em um gráfico com auxílio do MATLAB, e os circuitos foram
simulados no Pspice.

O projeto foi realizado como se segue:

2.1 Projeto do Circuito Passa-baixa

De acordo com a Eq. 1, pode-se determinar R1 e R2 para ganho de 20 dB.

R2
K= (i)
R1

20 log10 K = 20 ⇒ log10 K = 1 ⇒ K = 10 (ii)

Assim, substituindo (ii) em (i):

R2 = K R1 = 10 · 10 K = 100 KΩ

Tomando-se a frequência de corte dada por:

1
= 2π × 103 s−1
ωc =
R2C
1 1
C= = 3 5
= 1.59 × 10−9 F
ωc R2 2π × 10 × 10
1
Fazendo C = 1.5nF ⇒ fo = 2πR2C

1
fo = = 1061Hz
2π 105 × 1.5 × 10−9
2.2 Projeto do Circuito Passa-Alta 7

2.2 Projeto do Circuito Passa-Alta

A partir da Eq. 3, pode-se determinar R1 e R2 para ganho de 20 dB.

Seguindo-se o mesmo procedimento descrito na Seção 2.1, encontrou-se R1 = 10 KΩ e


R2 = 100KΩ; o valor do capacitor foi encontrado com:

1 1
C= = = 1.59 × 10−8 F
2πR1 fo 2π × 104 × 103

Fazendo C = 15nF ⇒ fo = 1061Hz

2.3 Projeto do Circuito Passa-Faixa

Baseado na Eq. ??, encontra-se os valores de C1 e C2 para ωL e ωH :

1 1
C1 = = 4
= 7.95 × 10−7 F
2πR1 fL 2π × 10 × 20

1 1
C2 = = = 7.95 × 10−11 F
2πR2 fH 2π × 10 × 20 × 104
5

1
Fazendo C1 = 0.68 µF ⇒ fL = 2πR1C1

1
fL = = 23.405 Hz
2π × 104 × 0.68 × 10−6
1
Fazendo C2 = 82 pF ⇒ fH = 2πR2C2

1
fH = = 19409 Hz
2π × 105 × 82 × 10−12
8

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Dados experimentais

A Tabela 1 apresenta os dados coletados para a alimentação do Filtro Passa-Baixa com


frequência variando de ≈ 50 até ≈ 10 KHz.

Tabela 1 - Alimentação do Filtro Ativo Passa-Baixa.

Freq.(Hz) Vi(V) Vo(V) Defas. (Graus)


51.5 0.24 2.40 182.0
103.1 0.24 2.36 173.0
200.1 0.24 2.36 169.8
498.3 0.24 2.16 159.1
1040.0 0.24 1.74 132.4
2010.0 0.24 1.24 119.8
4950.0 0.24 0.60 99.9
10380.0 0.24 0.30 99.9
Fonte: Elaborado pelos autores.

Pode-se observar diretamente que, concordante com a Função de Transferência de um Filtro


Ativo Passa-Baixa, a tensão de saída varia de 10 vezes a tensão de entrada (ganho DC), até
aproximadamente 0, quando a frequência tende a infinito. Já a defasagem começa negativa
(180°) e avança até aproximadamente 90° (limθ →∞ tan(θ )).

A Tabela 2 apresenta os dados conforme informados para a alimentação do Filtro Passa-Alta


com frequência variando de ≈ 50 até ≈ 10 KHz.

Tabela 2 - Alimentação do Filtro Ativo Passa-Alta.

Freq.(Hz) Vi(V) Vo(V) Defas. (Graus)


50.3 0.24 0.14 262.3
102.3 0.24 0.26 262.8
199.9 0.24 0.49 256.4
1030.0 0.24 1.14 237.6
2010.0 0.24 1.72 223.6
2010.0 0.24 2.12 203.7
5240.0 0.24 2.28 182.7
10250.0 0.24 2.32 179.9
Fonte: Elaborado pelos autores.

Pode-se observar diretamente como a resposta em frequência de um Filtro Ativo Passa-Alta


3.2 Gráficos Plotados 9

é simétrica da resposta em frequência de um Filtro Ativo Passa-Baixa. A tensão de saída cresce


logaritimicamente de 0 para jω ≈ 0 até 10 vezes a tensão de entrada para jω → ∞. Do mesmo
modo, a defasagem parte de -90° e avança assintoticamente até -180°.

A Tabela 3 apresenta os dados conforme informados para a alimentação do Filtro Passa-Alta


com frequência variando de ≈ 20 até ≈ 20 KHz.

Tabela 3 - Alimentação do Filtro Ativo Passa-Faixa.

Freq.(Hz) Vi(V) Vo(V) Defas. (Graus)


19,3 0,24 1,56 229,3
52,8 0,24 2,16 207,9
103,3 0,24 2,24 193,4
199,7 0,24 2,28 184,6
519,9 0,24 2,28 341,7
1030,0 0,24 2,28 173,1
2000,0 0,24 2,28 172,8
5210,0 0,24 2,20 161,2
10260,0 0,24 1,96 145,8
19950,0 0,24 1,48 127,3
Fonte: Elaborado pelos autores.

Aqui pode ser observado como o Filtro Ativo Passa-Faixa combina a resposta em frequên-
cia de ambos os filtros anteriores. A tensão de saída sobe logaritimicamente até encontrar a
frequência baixa de ganho −3 dB, ≈ 23Hz, então se torna constante em 10 × Vi e começa a
decrescer quando encontra a frequência alta de ganho −3 dB, ≈ 19KHz.

3.2 Gráficos Plotados

A Fig. 7 mostra as respostas em frequência de todos os filtros para magnitude e defasagem.


Por meio dela é possível observar a frequência de corte e a queda (ou subida) por década de cada
um dos filtros. O Filtro Passa-Baixa apresenta uma queda de 40 dB/dec, enquanto o Passa-Alta
sobe 40 dB/dec. Ambos possuem frequência de corte 1 KHz. O Filtro de Banda de Passagem
possui frequência de corte inferior de 20 Hz e superior de 20 KHz.
3.2 Gráficos Plotados 10
Figura 7 - Resposta em Frequência dos Filtros Implementados.

Fonte: Elaborado pelos autores.


3.3 Simulações 11

3.3 Simulações

A seguir são apresentadas as simulações para cada um dos circuitos implementados no


Pspice.

3.3.1 Circuito Passa-Baixa

Um circuito passa-baixa foi projetado de acordo com as especificações do roteiro e imple-


mentado no esquemático exibido na Fig. 8.

Figura 8 - Circuito Passa-Baixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A simulação do mesmo circuito forneceu os gráficos de Bode a seguir:

Figura 9 - Simulação do Ganho do Passa-Baixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.


3.3 Simulações 12

Figura 10 - Simulação da Defasagem do Passa-Baixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Como é possível observar na Fig. 9, o circuito possui frequência de corte de 1 kHz e


assíntota de alta frequência com inclinação de -20 dB/dec, o que não condiz com os resultados
práticos. Pode-se notar também que as medidas foram tomadas na faixa de 50 a 10 KHz, onde
o gráfico ainda não se aproximava suficientemente da assíntota de -20 dB/dec, com erro se
tornando desprezível apenas a partir de 10 KHz.

De modo similar ao experimento, pode-se observar na Fig. 10 como a defasagem do circuito


inicia-se em 180° e avança até aproximar-se de 90°. Novamente, a amplitude da faixa de dados
não foi grande o suficiente para se observar a curva aproximar-se o limite assintótico com erro
desprezível.

3.3.2 Circuito Passa-Alta

Um circuito passa-alta foi projetado de acordo com as especificações do roteiro e imple-


mentado no esquemático exibido na Fig. 11.
3.3 Simulações 13

Figura 11 - Circuito Passa-Alta.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A simulação do mesmo circuito forneceu os gráficos de Bode a seguir:

Figura 12 - Simulação do Ganho do Passa-Alta.

Fonte: Elaborado pelos autores.


3.3 Simulações 14

Figura 13 - Simulação da Defasagem do Passa-Alta.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Como é possível observar na Fig. 12, o circuito possui frequência de corte de 1 kHz e
assíntota de alta frequência com inclinação de 20 dB/dec, o que não condiz com os resultados
práticos. Pode-se notar também que as medidas foram tomadas na faixa de 50 a 10 KHz,
onde o gráfico ainda não se aproximava suficientemente da assíntota de 20 dB/dec, com erro se
tornando desprezível apenas a partir de 10 KHz.

De modo similar ao experimento, pode-se observar na Fig. 13 como a defasagem do circuito


inicia-se em -90° e avança até aproximar-se de -180°. Novamente, a amplitude da faixa de dados
não foi grande o suficiente para se observar a curva aproximar-se o limite assintótico com erro
desprezível.

3.3.3 Circuito Passa-Faixa

Um circuito passa-faixa foi projetado de acordo com as especificações do roteiro e imple-


mentado no esquemático exibido na Fig. 14.
3.3 Simulações 15

Figura 14 - Circuito Passa-Alta.

Fonte: Elaborado pelos autores.

A simulação do mesmo circuito forneceu os gráficos de Bode a seguir:

Figura 15 - Simulação do Ganho do Passa-Faixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.


3.3 Simulações 16

Figura 16 - Simulação da Defasagem do Passa-Faixa.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Conforme a Fig. 15 podemos ver que o circuito se comporta de maneira similar ao que foi
experimentado, exceto pelo fato de que na prática, parece haver um offset, ou uma tensão inicial
que levanta o gráfico em torno de 40 dB.

A simulação de defasagem ilustrada na Fig. 16 mostra uma defasagem simétrica a encon-


trada experimentalmente, ao invés de iniciar-se em 240° e decair até 120°, vai de aproximada-
mente -120° até em torno de -240°.
17

4 CONCLUSÕES

Através deste experimento foi possível simular e implementar dois filtros ativos de 1ª Or-
dem com um filtro de banda de passagem formado por dois filtros de 1ª Ordem. Levantou-se a
curva de magnitude e fase das respectivas Funções de Transferência e descobriu-se que haviam
certas discrepâncias entre as simulações realizadas e a prática.

Primeiro, os gráficos plotados das funções de 1ª Ordem estão com inclinações assintóticas,
respectivamente para alta e baixa frequência, de 40 dB/dec, quando teoricamente deveriam
ser 20. O autor não imagina que isso possa ter sido devido ao tratamento dos dados feito no
MATLAB.

Por outro lado, a variação de fase da função do circuito passa-faixa está simétrica ao re-
sultado obtido experimentalmente, e isso é devido a dificuldades na manipulação do MATLAB
realmente.

A simulação de magnitude do circuito passa-faixa também mostrou que o gráfico plotado


com os dados tinha um offset de aproximadamente 40 dB. Isso é bastante curioso, principal-
mente se você imaginar que não há razão para se acreditar que foi possível amplificar um sinal
DC em um passa-faixa.

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