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Escola Superior de Ciências Náuticas

Engenharia Eletrónica e de Telecomunicações


Departamento de Rádio

Disciplina: Eletrónica Aplicada I

Tema: Osciladores
Turma 2R

Discentes:
Gabriel Acácio Guambe

Docente:
Eng. Júlio Ramujane

Maputo, aos 30 de Janeiro de 2023.


Índice
1. Introdução...........................................................................................................................1
2. Oscilador.............................................................................................................................2
2.1. Teoria da Oscilação senoidal.......................................................................................2
2.2. Ganho e fase de malha....................................................................................................2
2.3. Oscilador a ponte de Wien..........................................................................................3
2.4.1. Configuração Emissor - comum...........................................................................5
2.4.2. Configuração base – comum................................................................................7
2.4.3. Oscilador Colpitts a FET......................................................................................7
2.5. Oscilador Hartley.........................................................................................................8
2.6. Outros tipos de oscilador.............................................................................................9
2.6.1. Oscilador Armstrong............................................................................................9
2.6.2. Oscilador Clapp..................................................................................................10
2.6.3. Oscilador Pierce.................................................................................................11
Conclusão.................................................................................................................................12
Referências bibliográficas........................................................................................................13
1. Introdução
Oscilador eletrônico é um circuito amplificador que gera uma determinada forma de onda de
sinal na saída, mesmo sem nenhum sinal aplicado à sua entrada. Esse fato acontece se o
amplificador estiver realimentado com realimentação positiva (regenerativa) e o ganho de
tensão for infinito. Se isso acontecer em uma única frequência, então o oscilador é senoidal,
isto é, gera em sua saída uma forma de onda composta por uma frequência fundamental única
e com uma quantidade irrisória de frequências harmônicas.

1.1. Obectivo geral


 Estudar osciladores eletrônicos
1.2. Obectivos específicos
 Definir o conceito de oscilador;
 Descrever os principais osciladores;
 Apresentar os diagramas esquemáticos dos diferentes osciladores.

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2. Oscilador
2.1. Teoria da Oscilação senoidal
De acordo com Malvino (1987) oscilador é um dispositivo que combina os elementos de
ativo e passivo para produzir uma forma de onda senoidal ou outra forma de onda periódica.
Um oscilador que fornece tensão de saída de uma forma de onda conhecida sem o uso de um
sinal de entrada externo. Um oscilador pode gerar formas de onda em uma frequência na
faixa de vários ciclos por hora até várias centenas de milhões de ciclos por segundo. O
oscilador pode gerar ondas senoidais quase puras com uma frequência fixa ou apenas com
ondas harmônicas. Em outras palavras, um oscilador é um amplificador que foi modificado
pela realimentação positiva para fornecer o seu próprio sinal de entrada.

2.2. Ganho e fase de malha


Abaixo esta ilustrada uma fonte de tensão Vent alimentando os terminais de entrada de um
amplificador. A tensão de saída amplificada é:

Vent= A . Vent

Esta tensão alimenta a malha de realimentação que geralmente é um circuito ressonante. Por
isso, obtemos realimentação máxima numa certa frequência. A tensão de realimentação que
volta ao ponto x é dada por:

Vf = ABVent

Figura 1 - Realimentação ( ABVent "<> Ponto x )

Figura 2 - Ligação entre os pontos x e y

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2.3. Oscilador a ponte de Wien
Segundo Malvino O oscilador a ponte de Wien é o circuito oscilador padrão para frequências
baixas a moderadas, na faixa de 5Hz até cerca de 1MHz. É quase sempre usado em geradores
de áudio comerciais e é geralmente preferido em outras aplicações em baixa frequência.

O oscilador de ponte de Wien é assim chamado porque o circuito é baseado em uma forma
seletiva de frequência do circuito de ponte de Wheatstone. O oscilador Wien Bridge é um
circuito amplificador acoplado RC de dois estágios que possui boa estabilidade em sua
frequência ressonante, baixa distorção e é muito fácil de ajustar, tornando-o um circuito
popular como oscilador de frequência de áudio, mas a mudança de fase do sinal de saída é
consideravelmente diferente do oscilador RC de mudança de fase anterior. O oscilador a
ponte de Wien usa um circuito de realimentação que consiste em um circuito RC em série
conectado a um RC paralelo dos mesmos valores de componentes, produzindo um atraso de
fase ou um circuito de avanço de fase, dependendo da frequência. Na frequência de
ressonância ƒr, o deslocamento de fase é 0o. Considere o circuito abaixo.

Figura 3 - Rede de mudança de fase


Frequência de ressonância do oscilador a ponte de Wien

R/¿(−JXc)
V saida = Vent
R−JXc + R/¿ (−JXc )

Simplificando, obtém-se as seguintes formulas:

1
B=
√ 9+( Xc /R−R/ Xc)2

Xc /R−R / Xc
∅ =arc tg
3

3
1
R=
2 πFrC

1
Fr=
2 πRC

Onde:
ƒr é a frequência de ressonância em Hertz
R é a resistência em Ohms
C é a capacitância em Farads
Dissemos anteriormente que a magnitude da tensão de saída Vout da rede RC está em seu
valor máximo e igual a um terço (1/3) da tensão de entrada Vin para permitir que ocorram
oscilações. Mas por que um terço e não algum outro valor. Para entender por que a saída do
circuito RC acima precisa ser um terço, ou seja, 0,333xVin, temos que considerar a
impedância complexa (Z = R ± jX) dos dois circuitos RC conectados.

Sabemos de nossos tutoriais de Teoria CA que a parte real da impedância complexa é a


resistência, R, enquanto a parte imaginária é a reatância, X. Como estamos lidando com
capacitores aqui, a parte da reatância será a reatância capacitiva, Xc.

Figura 4 - Oscilador a ponte de Wien

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Ganho de saída do oscilador e mudança de fase

2.4. Oscilador Colpitts

Param Malvino (1987)em baixas frequências, o oscilador da ponte de Wien não é adequado
para as altas frequências (bem acima de 1 MHz). O principal problema é o desvio de fase
através do amplificador. Uma alternativa é um oscilador LC, um circuito que pode ser usado
para frequências entre 1 MHz e 500 MHz. Esta faixa de frequência está além da /unitária da
maioria dos amps op. É por isso que é usado geralmente um transistor bipolar ou um FET
para o amplificador. Com um amplificador e um circuito tanque LC, podemos realimentar um
sinal com a amplitude e a fase certas para manter as oscilações. A análise e o projeto de
osciladores de alta frequência é mais uma arte do que uma ciência. Em frequências mais
altas, a capacitância de dispersão e a indutância dos condutores no transistor e na fiação
afetam a frequência de oscilação, a fração de realimentação, a potência de saída, e outras
quantidades ca. Por esta razão, uma análise exata torna-se um pesadelo.

2.4.1. Configuração Emissor - comum


De acordo com Malvino (1987) a polarização por divisor de tensão estabelece um ponto de
operação quiescente. O circuito então tem um ganho de tensão de baixa frequência de rc/re
onde rc é resistência ca vista pelo coletor. Devido às redes de atraso da base e do coletor, o
ganho de tensão de alta frequência é menor que rc/re. Nesta configuração consiste num
circuito ca equivalente simplificado. A corrente de amostra ou de circulação no tanque flui
através de Q em série com Cj. Observe que é igual à tensão ca através de Cj, e que a tensão
de realimentação Vf aparece através de C2. Esta tensão de realimentação alimenta a base e

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mantém as oscilações que se desenvolvem através do circuito tanque, desde que haja ganho
de tensão suficiente na frequência de oscilação. Como o emissor está ligado à terra ca, o
circuito constitui uma ligação EC. Você vai encontrar muitas variações do oscilador Colpitts.
Uma forma de reconhecê-lo é através do divisor de tensão capacitivo formado por Q e C2.
Este desvio de tensão capacitivo produz a tensão de realimentação necessária para as
oscilações. Em outros tipos de osciladores, a tensão de realimentação é produzida por
transformadores, por divisores de tensão indutivos, e assim por diante.

Figura 5 - Oscilador Colpitts

Figura 6 - Circuito equivalente


Frequência de ressonância e capacitância equivalente
A maioria dos osciladores LC utilizam circuitos tanque com um Q maior que 10. Por isso,
podemos calcular a frequência de ressonância aproximada na forma:

1
Fr=
2 π √ LC
E a capacitância equivalente por onde passa a corrente de circulação. No tanque Colpitts, a
corrente de circulação flui através de Cl em série com Cj. Portanto a capacitância equivalente
é:

C1C2
C=
C 1+C 2

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2.4.2. Configuração base – comum
Para Malvino (1987) quando o sinal de realimentação entra na base, aparece uma
capacitância Miller através da entrada. Isto produz uma frequência de corte relativamente
baixa e desenvolve o ganho a uma taxa de 20 dB por década. Para se obter uma frequência de
corte mais alta, o sinal de realimentação pode ser aplicado ao emissor. O capacitor C3 faz a
terra cada base, e assim o transistor se comporta como um amplificador BC. Um circuito
como este pode oscilar em frequências mais altas porque o seu ganho de alta frequência é
maior que o de um oscilador EC comparável. Com o acoplamento indutivo na saída, o tanque
está ligeiramente carregado e a frequência ressonante ainda é dada pela equação abaixo. A
fração de realimentação é ligeiramente diferente. A tensão de saída aparece através de Cl e de
C2 em série, enquanto a tensão de realimentação aparece através de C2. Idealmente, a fração
de realimentação é:

Vf X c2
B= =
Vsaida X c1 + X c2

Figura 7 - Oscilador Colpitts na configuração Base Comum

2.4.3. Oscilador Colpitts a FET


A seguir e ilustrado um oscilador Colpitts a FET, no qual o sinal de realimentação é aplicado
à porta. Como a porta tem uma alta resistência de entrada, o efeito de carregamento no
circuito tanque é muito menor do que com um transistor bipolar. Para Malvino (1987) em
outras palavras, a aproximação é mais precisa com um FET porque a impedância que olha
para a porta é mais alta. A condição inicial para este oscilador FET é

C1
B≅
C2

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Num oscilador FET, o ganho de tensão em baixa frequência é gm.Rc. Tem-se em conta que
acima da frequência de corte do amplificador FET, o ganho de tensão não se inclina mais. O
ganho na frequência de oscilação. Como uma norma, tente manter a frequência de oscilação
mais banca que a frequência de corte do amplificador FET; caso contrário, o desvio de fase
adicional através do amplificador pode impedir o oscilador de partir. Uma forma de se obter
uma frequência de corte mais alta para o amplificador é usando um FET de porta-comum em
vez de um FET de fonte-comum.

Figura 8 - Oscilador Colpitts baseado no transistor JFET


2.5. Oscilador Hartley
De acordo com Verenose (2012) o oscilador Hartley é um circuito oscilador eletrônico no
qual a frequência de oscilação é determinada pelo circuito sintonizado composto por
capacitores e indutores, ou seja, um oscilador LC. O oscilador Hartley foi inventado por
Hartley enquanto ele trabalhava no Laboratório de Pesquisa da Western Electric Company. O
circuito foi inventado em 1915 pelo engenheiro americano Ralph Hartley. A característica
pessoal do oscilador Hartley é que o circuito sintonizado consiste em um único capacitor em
paralelo com dois indutores em série ou um único indutor derivado, e o sinal de feedback
necessário para a oscilação é obtido da conexão central dos dois indutores.

Figura 9 - Oscilador Hartley

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Consequentemente, as quações a seguire determinam a frequência de oscilação e o ganho de
tensão teórico do amplificador, respectivamente. Os amplificadores usados são do tipo
coletor-comum ou dreno-comum. O leitor deve investigar a possibilidade de se usarem, neste
caso, amplificadores base-comum ou porta comum. As capacitâncias parasitas internas do
amplificador e os efeitos de carga causados por RL não estão incluídos nesses cálculos.

Quando o tanque LC está em ressonância, a corrente de circulação flui através de Lj em série


com L2. Portanto o L equivalente a ser usado em:

L=L 1+ L2

Num oscilador Hartley, a tensão de realimentação é desenvolvida pelo divisor de tensão


indutivo, Li e L2. Como a tensão de saída aparece através de Li e a tensão de realimentação
através de Z,2, a fração de realimentação é:

Vf Xl 2
B= =
V saida Xl 1

2.6. Outros tipos de oscilador


2.6.1. Oscilador Armstrong
Para Verenose (2012) oscilador Armstrong usa como sintonia um circuito LC paralelo,
conhecido como circuito tanque. A taxa de realimentação positiva é conseguida por
acoplamento magnético. A Figura abaixo mostra um exemplo desse tipo de oscilador.

Figura 10 - Oscilador Armstrong


Frequência de ressonância do oscilador Armstrong

A frequência de oscilação desse oscilador é igual à frequência de ressonância do tanque e


vale:

9
1
Fr=
2 π √ LC

A bobina L2, que funciona como secundário de um transformador de RF, acopla um sinal na
entrada em contrafase, pois o amplificador EC é inversor. A taxa de realimentação, para que
o critério de Barkhausen seja cumprido, é ajustada pelo valor de L2 e/ou pela taxa de
acoplamento magnético k. O choque de RF e o circuito ressonante apresentam alta
impedância em fo e, por isso, o ganho Aυ do amplificador é alto.

2.6.2. Oscilador Clapp


Como o oscilador Colpitts apresenta certa dificuldade de ajuste por capacitor variável, James
K. Clapp desenvolveu uma variante para o circuito, mostrada na asseguir. Para Verenose
(2012) o circuito é idêntico ao Colpitts a não ser pelo fato de que a indutância L1 do circuito
da Figura 7 foi substituída por um circuito LC série. Se o conjunto LC apresentar uma
reatância total igual à reatância de L1, o circuito oscilará na mesma frequência, isto é, a soma
das reatâncias de L e de C em série é perfeitamente equivalente à reatância de L1 em fo.

Figura 11 - Oscilador Clapp

Frequência de oscilação do Clapp

A frequência de oscilação do circuito da figura anterior passa, então a ser calculada por:

Fr=
1
2π √ 1 1
( +
1
+
1
L C1 C 2 C3
)

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2.6.3. Oscilador Pierce
De acordo com Verenose (2012) os osciladores Pierce são, geralmente, osciladores Colpitts
nos quais o indutor foi substituído por um cristal de quartzo.

Quartzo é um mineral muito abundante na natureza e é composto por sílica (SiO2) no estado
cristalino. Uma propriedade muito importante do quartzo é a piezeletricidade, que é a
capacidade que alguns cristais apresentam de gerarem uma diferença de potencial elétrico
entre pares de faces opostas, em resposta a uma pressão mecânica. O efeito é bilateral, isto é,
quando sujeitos a diferenças de potencial elétrico esses cristais se deformam
proporcionalmente. Assim, devido a esse efeito, o cristal de quartzo é um isolante para todas
as frequências de sinais elétricos exceto para uma determinada frequência fundamental à qual
ele se apresenta essencialmente como um curto-circuito. A figura a seguir apresenta o
símbolo elétrico de um cristal de quartzo e a Figura 13b o seu circuito equivalente. Esse
dispositivo é um capacitor físico Cp, composto por duas placas condutoras isoladas entre si
por uma fina lâmina de quartzo clivado. O circuito equivalente RLCS aparece devido ao
efeito piezelétrico do cristal. A bobina L é originária da inércia da vibração das moléculas do
cristal, a capacitância CS tem origem na rigidez do cristal e a resistência R equivale ao atrito
entre moléculas na vibração. Quando analisado eletricamente, o cristal de quartzo apresenta
duas frequências de ressonância, uma série e uma paralela, dadas a seguir:

Figura 12 - Circuito equivalente

Figura 13 – Símbolo

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Conclusão

Através deste trabalho foi possível concluir que o oscilador é utilizado para converter a
corrente contínua da fonte de alimentação para uma corrente alternada, sendo que isso é
utilizado em muitos dos dispositivos eletrônicos. Os sinais usados nos osciladores são uma
onda senoidal e a onda quadrada. A variação periódica entre as duas coisas é baseada nas
mudanças de energia. As oscilações são usadas nos relógios, rádios, detectores e também em
muitos outros dispositivos.

Referências bibliográficas

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Malvino, A. P. (1987). Eletronica. Sao Paulo: Mc - GrawHill.
Verenose. (2012). Retrieved from
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4873075/mod_resource/content/1/
Osciladores.pdf

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