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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS

Campus Montes Claros

Oscilador de deslocamento de fase

Orientador(a): Sebastião

Orientado(s): Harianne Siqueira Santos, Laura Jenifer Vieira Mendes,


Lucas Lisboa Alves Moreira e Naihani Pereira Rodrigues

Curso: Engenharia Elétrica

Montes Claros
2022
Resumo
Os osciladores são circuitos capazes de produzir correntes elétricas em
frequências que se referem às faixas de áudio frequência e radiofrequências. Um
oscilador também pode ser definido como um amplificador que será ligado de forma
que seu sinal terá amplitude e frequências definidas. Neste artigo, será abordado
conceitos acerca do oscilador de deslocamento de fase, além de equações e definições
que se referem a seu estudo. Esse oscilador é usado com o objetivo de deslocar a fase
de um sinal, e para isso em sua estrutura é usado no circuito de realimentação três
capacitores e três resistores. Os três pares de RC são arranjados de maneira que cada
um deles desloque 60º, assim, o deslocamento total da fase é igual a 180º do sinal.
Como ele é usado para produzir sinais na faixa de áudio sua frequência vai de alguns
hertz a dezenas de quilohertz e seus sinais senoidais tem uma baixa potência de saída.
Sua aplicação é bem útil em instrumentos musicais e metrônomos, sendo três os tipos
de osciladores de deslocamento de fase: oscilador de deslocamento de fase com FET,
com transistor e com CI, onde será abordado individualmente cada um deles.
1. Introdução

A realimentação, criada por Harold Black em 1928, pode ser negativa ou positiva.
Sendo negativa é utilizada para dessensibilizar o ganho, fazendo o ganho menos sensível aos
valores dos componentes do circuito, reduzir a distorção não linear tornando a saída
proporcional à entrada, reduzir o efeito do ruído minimizando a contribuição na saída de
sinais gerados pelos componentes ou por interferências externas, controlar as impedâncias de
entrada e saída aumentando ou diminuindo as impedâncias de entrada e de saída pela seleção
de topologia de realimentação adequada e estender a largura de banda do amplificador. Estas
propriedades são conseguidas com a redução de ganho, com a realimentação negativa pode-
se trocar ganho pelas características desejadas.
A realimentação num amplificador pode ser positiva aumentando o seu ganho
levando-o a oscilar. A realimentação positiva é usada em projetos de osciladores, circuitos
biestáveis e filtros ativos (neste caso sem instabilidade). Qualquer circuito envolvendo
circuitos operacionais é utilizado com realimentação.

Figura 1 - Diagrama de um circuito realimentado

Fonte: Dispositivos eletrônicos e teorias de circuitos (2013)

O sinal de entrada Vs é aplicado a um circuito misturador, onde é combinado com um


sinal de realimentação Vƒ. A diferença entre esses sinais Vi é, portanto, a tensão de entrada
para o amplificador. Uma porção da saída do amplificador, Vo, é conectada ao circuito de
realimentação (β), que fornece uma porção reduzida da saída como sinal de realimentação ao
circuito misturador de entrada.

Na fig.1 temos o Amplificador(A) que possui circuito de amplificação de sinais, ativo,


formado por transistores e/ou amplificadores operacionais. O bloco representado pela letra
beta( β ) é a rede de realimentação com circuito de realimentação, normalmente com
elementos passivos (resistores, capacitores e indutores).

Há quatro maneiras básicas de conectar o sinal de realimentação. Tanto a tensão


quanto a corrente podem ser realimentadas para a entrada em série ou em paralelo.

Especificamente, pode haver: Realimentação-série de tensão ; Realimentação-paralela


de tensão ; Realimentação-série de corrente e a Realimentação-paralela de corrente. Dentre os
termos citados, tensão refere-se à conexão da tensão de saída como entrada para o circuito de
realimentação; corrente refere-se à drenagem de parte da corrente de saída através do circuito
de realimentação; série significa conectar o sinal de realimentação em série com o sinal de
tensão da entrada; e paralelo diz respeito à conexão do sinal de realimentação em paralelo
com uma fonte de corrente na entrada.

Um exemplo de oscilador que segue o desenvolvimento básico de um circuito com


realimentação é o oscilador de deslocamento de fase. Lembramos que os requisitos para a
oscilação são o ganho de malha, βA, ser maior do que a unidade, e o deslocamento de fase no
circuito de realimentação ser igual a 180° (para que ocorra uma realimentação positiva).
Nesse modelo, consideramos que o circuito de realimentação seja alimentado por uma fonte
perfeita (impedância de saída zero) e que sua saída seja aplicada a uma carga ideal
(impedância de carga infinita).

Figura 2 - Oscilador de deslocamento de fase idealizado.

Fonte: Dispositivos eletrônicos e teorias de circuitos (2013)

Este circuito não tem um rendimento muito elevado, servindo mais para a produção
de sinais senoidais de pequena potência na faixa de áudio, entretanto, é bastante atraente
quando precisamos de sinais senoidais de frequências muito baixas, na faixa de 0,1 a 10 Hz,
já que a distorção obtida é pequena e a estabilidade é grande. Dessa forma ,estamos
interessados no valor de atenuação do circuito em uma dada frequência na qual o
deslocamento de fase seja exatamente 180°. Utilizando a análise clássica de circuitos,
percebemos que para encontrar a frequência utilizamos a equação abaixo:

1
f= (1)
2 Π RC √❑

uma vez que R é o valor da resistência e C é a capacitância.

Para que o ganho de malha βA seja maior do que 1, o ganho do estágio amplificador
deve ser maior do que 1/β, ou 29:

1
β= A>29 (2)
29

Quando consideramos a operação do circuito de realimentação, podemos


ingenuamente escolher valores para R e C que produzam (em uma frequência específica) um
deslocamento de fase de 60° por seção, para três seções, resultando em um deslocamento de
fase de 180°, como desejado. Mas esse não é o melhor cenário , pois caso desejássemos obter
um deslocamento de fase por seção exatamente de 60° para cada um dos três estágios, seriam
necessários estágios de seguidor de emissor para cada seção RC a fim de evitar que cada uma
delas representasse uma carga para o circuito seguinte.
A frequência dada pela Equação 1 é aquela na qual o deslocamento de fase total é
180°. Se medíssemos o deslocamento de fase por seção, constataremos que eles não são
iguais, ainda que o deslocamento de fase total do circuito seja 180°.
Portanto , ao decorrer deste artigo falaremos sobre três tipos de osciladores de
deslocamento de fase , que são: Oscilador de deslocamento de fase com FET; Oscilador de
deslocamento de fase com transistor e Oscilador de deslocamento de fase com CI.
2. Metodologia

Dada a configuração de auto polarização do transistor, para alcançarmos a oscilação é


necessário que a alimentação promova uma defasagem de 180°. O sinal presente no gate é
oriundo do dreno e é 180° defasado, o circuito está realimentado com 3 capacitores e 3
resistores, todos equivalentes, e são estes os componentes que irão deslocar a fase. É
necessário também que a realimentação seja positiva, para assim ocorrer a oscilação, além
disso é necessário que o ganho seja de ao menos 29, para que sustente a oscilação. Dando
prosseguimento ao circuito, temos ainda um capacitor que realiza o acoplamento para saída,
ele se encontra ligado em paralelo com o terminal de saída do oscilador, visto que no terminal
do dreno haverá a oscilação ocorrendo com offset somado e para eliminar esse offset, utiliza-
se então o capacitor, e sobre a carga haverá uma tensão em 0 volts com um sinal senoidal de
baixa distorção. De praxe temos um capacitor de desacoplamento presente entre os terminais
da fonte de alimentação. A frequência por sua vez será dada por:

(COLOCAR EQ OFFLINE)

E o resistor:cadastro

1
R= (3)
2 Π √❑

O sinal resultante de saída será um sinal senoidal com baixa distorção, o sinal source, será
quase imperceptível e o sinal de dreno com a presença do offset.
3. Discussão

Os tipos de osciladores de deslocamento de fase são:

➢ Oscilador de deslocamento de fase com FET

A Figura 3 mostra claramente a malha de realimentação e o amplificador. O estágio


amplificador é auto polarizado com um capacitor de desvio sobre o resistor de fonte RS e um
resistor de polarização do dreno RD. Os parâmetros de interesse do FET são gm e rd. Da
teoria sobre o FET, o valor do ganho do amplificador é calculado por:

| A|=gm R L (4)

onde RL, nesse caso, é o equivalente do paralelo entre RD e rd,

R D rd
R L= (5)
R D +r d

Figura 3 - Oscilador de deslocamento de fase com FET

Fonte: Dispositivos eletrônicos e teorias de circuitos (2013)


Em uma aproximação muito boa podemos assumir que a impedância de entrada do estágio
amplificador com FET é infinita. Essa suposição será válida se a frequência de operação do
oscilador for baixa o suficiente para que as impedâncias capacitivas do FET possam ser
desprezadas. A impedância de saída do estágio amplificador, dada por RL, também deve ser
pequena quando comparada à impedância vista do amplificador para o circuito de
realimentação, de modo que não haja atenuação em virtude do efeito de carga. Na prática,
essas considerações nem sempre podem ser levadas em conta, e o ganho do amplificador é
projetado ligeiramente maior do que o fator 29 necessário para garantir a operação do
oscilador.

➢ Oscilador de deslocamento de fase com transistor

Se um transistor TBJ for utilizado como o elemento ativo do estágio amplificador, a saída do
circuito de realimentação sofrerá bastante o efeito de carga em função da impedância de
entrada (hie) relativamente baixa do transistor. Obviamente, poderia ser utilizado um estágio
de entrada seguidor de emissor seguido de um estágio amplificador emissor-comum. No
entanto, caso queiramos um estágio com um único transistor, é mais adequado utilizarmos
uma realimentação-paralela de tensão. Nessa conexão, o sinal de realimentação é acoplado
através do resistor de realimentação R′ em série com a resistência de entrada (Ri ) do estágio
amplificador. A análise CA do circuito fornece a seguinte equação para o cálculo da
frequência do oscilador resultante:

1 1
f= (6)
2 Π RC √ ❑

Para que o ganho de malha seja maior do que 1, o ganho de corrente do transistor deve ser:

R RC
h fe ≥23+29 +4 (7)
RC R

Figura 4 -Oscilador de deslocamento de fase com TBJ


Fonte: Dispositivos eletrônicos e teorias de circuitos (2013)

➢ Oscilador de deslocamento de fase com CI

À medida que se tornaram mais populares, os Cis (circuitos integrados) começaram a ser
adaptados para operar em circuitos osciladores. É necessário apenas um amp-op para se obter
um circuito amplificador com ganho estabilizado e incorporar algum meio de realimentação
de sinal para produzir um circuito oscilador. A saída do amp-op alimenta um circuito RC de
três estágios, que realiza o deslocamento necessário de 180° na fase do sinal (com um fator
de atenuação de 1/29). Se o amp-op produzir um ganho (dado pelos resistores Ri e Rƒ) maior
do que 29, o ganho de malha resultante será maior do que 1, e o circuito atuará como um
oscilador.

Figura 5 - Oscilador de deslocamento de fase com CI

Fonte: Dispositivos eletrônicos e teorias de circuitos (2013)

5. Conclusão
Os amplificadores podem ter sua realimentação como sendo positiva ou negativa, e em
cada caso tem aplicações específicas, com intuito de um objetivo final. As realimentações
podem ser efetuadas tendo tensão ou corrente, ambas realimentadas para entrada em paralelo
ou em série. Dentre alguns tipos de osciladores existentes, tem-se o oscilador de
deslocamento de fase, onde seu circuito com realimentação tem três pares de RC e um de
seus pontos mais importantes é que para haver a oscilação a alimentação tem que fornecer
uma defasagem de 180º. Além disso, a sua realimentação precisa ser positiva, caso contrário
não é possível a oscilação, com um ganho de tensão maior ou igual a 29. Quando trata-se
deste dispositivo, existem três tipos: oscilador de deslocamento de fase com FET, com
transistor e com CI. Os parâmetros que podem ser definidos através do uso desses osciladores
são por exemplo o valor do ganho de tensão, frequência e o ganho de corrente. Sua aplicação
se dá quando é necessário produzir sinais de frequências na faixa de áudio e rádio.

Referências
BOYLESTAD, Roberto L. NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos e teoria de
circuitos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.

Durney, Carl H; Harris, L Dale; Alley, Charles L; Circuitos Elétricos – Teoria e Aplicações
em Engenharia – Edit. Campus Ltda, Rio de Janeiro, 1985

VARGAS, Luiz Antonio P. Osciladores, 2000. Disponível em:


<https://www.vargasp.com/download/livros/Oscilers.pdf >. Acesso em: 19, junho de
2022.

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