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CAPÍTULO 3

Filtros para a Correção do Factor de Potência


Os filtros electrónicos constituem um tipo de circuitos muito
importante em sistemas de comunicação e instrumentação. Estes
constituem uma área da electrónica bastante vasta e por isso vamos
abordar somente os conceitos fundamentais sobre o assunto.
Os filtros são utilizados para desviar correntes de determinadas
frequências para outro local, como a terra, por exemplo, ou simplesmente
confiná-los em um certo ponto. É possível a utilização de filtros para
controlar a qualidade de energia.
Categorias de Filtros Analógicos
Filtros Passivos
São circuitos elétricos (projetados para sintetizar alguma resposta de
filtro) realizados apenas com componentes passivos (em geral, redes de
capacitores, indutores, resistores). Seus elementos não “produzem”
energia.
Filtros Ativos
São circuitos elétricos (projetados para sintetizar alguma resposta de
filtro) realizados com pelo menos algum componente que não seja
passivo, ou seja, que atue como fonte de energia (necessitam de
alimentação externa). Exemplos: filtros com transistores e amplificadores
operacionais.
Ordem de filtros (n)
A ordem do filtro determina a sua taxa de ganho/atenuação em
função da frequência. Está relacionada à “complexidade” do filtro.
A ordem do filtro é um número inteiro que relaciona-se com a taxa de
atenuação (ou ganho) do filtro em função da frequência.
❑ Por exemplo, um filtro de butterworth passa-baixa de ordem 1
apresenta atenuação de 20 dB/década
Cada aumento de unidade na ordem do filtro aumenta 10x a
taxa de atenuação/ganho (na escala decibel, +20 dB/década).
❑ Um filtro butterworth passa-baixa de ordem 5, por
exemplo possui uma atenuação de 100 dB/década
Ordem de filtros (n)
Impacto de diferentes ordens na função de transferência do
filtro(exemplo: filtros butterworth).
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
Diagrama de Bode;
O diagrama de Bode é composto por dois gráficos:
❑ O primeiro representa o ganho (o módulo) do sistema em decibéis
(dB), num plano semilogarítmico, quando a frequência ω (rad/s) varia:

❑ A segunda mostra a fase (o argumento) em grau ou em rad, quando


a frequência ω (rad/s) varia:
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
De modo geral, plotamos os valores de ω diretamente no eixo das
abcissas respeitando a escala logarítmica e colocando a frequência
angular ω = 1 na origem deste eixo, pois corresponde a log10 ω = 0
.Nota:
Para traçar diagramas de Bode:
❑ Cálculo da frequência de corte
Esta é a frequência para a qual o ganho do sistema se anula Gdb= 0

❑ Cálculo de inclinação
1º ponto:
2º ponto: entre ω e 10 ω há uma década
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
A frequência angular está em escala de abcissas logarítmicas (Figura 1). É
comum colocar o traço de fase abaixo do gráfico de amplitude, conforme
mostrado na Figura 2.

Escala logarítmica
Grau ou Rad

Figura 1: Escala logarítmica do diagrama de Bode


Figura 2: Diagrama de Bode
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
Exemplo 1: Considerando uma função de transferência da forma
canônica do seguinte:
: Constante de tempo (em s)
Onde:
: Ganho estático.

Ao supor p = jω, T(p) torna-se:


Com:

❑Módulo (amplitude) de T(jω )


RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
❑ Argumento (mudança de fase) de T(jω )

Comportamento assintótico
Se

Se

Se
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
A representação assintótica de Bode em amplitude é, portanto, composta
por duas assíntotas:
❑ Se tende para 0 o ganho tende para uma assíntota horizontal da
equação
❑ Se for uma multiplicidade de 10, o ganho cai 20 dB, dizemos que
temos uma assíntota de inclinação -20 dB/década anotado (-1).
As duas assíntotas se cruzam para esta frequência é
chamada de frequência de corte.
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
Ganho (dB)
Fase (grau)

Frequência
Figura: representação do sistema no diagrama de Bode
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
Exemplo 2
Considere um sistema de função de transferência:
1) - Determine a função de transferência complexa.
2) - Calcule a amplitude e a fase da função de transferência.
3) - Deduza as frequências dos corte.
4) - Trace o diagrama de Bode
Solução
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
1) A função de transferência complexa é dada por:
2) O módulo é:
A fase é:
3) Considere os equivalentes das três expressões:

Para
Para

Para
RESPOSTA EM FREQUÊNCIA
As diferentes situações podem ser resumidas na seguinte tabela:

Inclinação

Tabela: Cálculo de equivalentes de ganho assintóticos


RESPOSTA EM FREQUÊNCIA

Real

Assíntotas

Figura: Diagrama de Bode do ganho do sistema


3.1 Filtros passivos
Os filtros passivos são constituídos por elementos como resistência,
capacitor e indutor, modelados e projetados para eliminar ou minimizar
as amplitudes harmônicas indesejadas do sistema elétrico,

Arranjos de filtros passivos


Filtro Passa – Baixa
Filtro Passa-Baixa é formado quando a saída de um circuito resistor,
capacitor (RC), é obtida através de um capacitor. circuito elétrico capaz de
deixar passar tensão e corrente somente em baixas freqüências, atenuando
as altas freqüências.
1) Filtro passa-baixas RC

Figura – Filtro Passa Baixa


❑ Função de transferência (ganho e fase)
❑ Freqüência de corte ❑ Fase em fc
❑ Curva característica
2) Filtro passa-baixas RL

❑ Função de transferência (ganho e fase)


❑ Freqüência de corte ❑ Fase em fc
❑Curva característica
Filtro Passa Alta
O filtro Passa - Alta diferente do filtro Passa-Baixa, desvia as menores
frequências e dá passagem as maiores. “Um filtro Passa – Alta é
projetado para passar todas as frequências acima de sua frequência de
corte
1) Filtro passa-altas RC

Figura – Filtro Passa Alta


❑ Função de transferência (ganho e fase)

❑ Frequência de corte
❑ Fase em fc

❑ Curva característica
2) Filtro passa-altas RL

❑ Função de transferência (ganho e fase)


❑ Freqüência de corte

❑ Fase em fc
❑ Curva característica
Filtro Passa-faixa
Um filtro Passa Faixa é projetado para deixar passar todas as faixas acima
de uma faixa estabelecida
1) Filtro passa-faixa LC série

Figura – Filtro Passa Faixa


❑ Função de transferência (ganho e fase)
❑ Freqüência central: na ressonância jXL - jXC = 0, então

❑ Freqüências de corte (fci e fcs)


❑ Curva característica

❖ Largura de banda

❖ Freqüência de ressonância
2) Filtro passa-faixa LC paralelo
3.2 - Filtros Ativos
Filtros Ativos têm como característica principal possuírem
componentes eletrônicos e não serem passivos em relação a tensão
aplicada sobres eles, pode-se diz que ele modifica a forma de onda da
tensão de acordo com a necessidade do componente, são em geral
construídos com “Amplificadores Operacionais”

Amplificadores Operacionais
❑ Configuração inversora
O ganho na faixa de passagem
(Go) é dado:

Amplificadores Operacionais inversora


2.3.2 - Filtros Ativos
Amplificadores Operacionais
❑ Configuração não inversora

O ganho na faixa de passagem (Go) é dado:

Amplificadores Operacionais não inversora


2.3.2 - Filtros Ativos
Amplificadores Operacionais
❑ Seguidor de tensão

O ganho é dado:
Filtro passa-baixo
❑ Passa-baixo não inversor de ganho unitário:

❑ Passa-baixo não inversor com ganho de tensão:


❑ Passa-baixo inversor com ganho de tensão

onde Av é o ganho do circuito a frequências muito abaixo da frequência de corte,


sendo esta definida como sendo a frequência correspondente a uma
atenuação de 3 dB.
Em qualquer caso, o módulo ou amplitude de transmissão é dado por
Filtro passa-alto
As figuras seguintes mostram os diferentes modos de implementar um
filtro ativo passa-alto de 1ª ordem
❑ Passa-alto não inversor de ganho unitário

❑ Passa-alto não inversor com ganho de tensão


❑ Passa-alto inversor com ganho de tensão

Onde Av é o ganho do circuito a frequências muito acima da frequência de corte,


, sendo esta definida como sendo a frequência correspondente a uma
atenuação de 3 dB.
Em qualquer caso, o módulo ou amplitude de transmissão é dado por
3.3 Retificadores de alto fator de potência
A correção do fator de potência (PFC) nas fontes de alimentação é
realizada por circuitos passivos ou ativos. De acordo com, a maioria
dos retificadores de fator de potência elevado é composta por
associações em cascata entre uma ponte retificadora de onda
completa a diodos e um conversor CC-CC

Fig. Circuito ratificador Boost tradicional

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