Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Disciplina: ELE-0583 Laboratório de Comunicações I

Data: 27/10/2016

Aluno: Mariana de Melo Monteiro

Prof.: Ronaldo de Andrade Martins

Filtros
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1. Introdução

Durante as aulas da disciplina de laboratório de comunicações I vimos alguns conceitos

importantes sobre a produção e propagação dos sinais eletromagnéticos. Na ultima experiência,
analisamos agora o que são e como funcionam os filtros de sinais. Estes importantes blocos dos
circuitos de comunicações estão presentes em quase todos os equipamentos, sendo amplamente
utilizados na aquisição e processamento de sinais de áudio, vídeos e de dados, em sistemas de
alimentação, de telecomunicações, de controlo, etc. Por este motivo, devem ser conhecidos dos
profissionais de Engenharia Elétrica.
Os filtros de Sinais são tipos de circuitos cujo ganho depende da frequência do sinal a eles
aplicados, no caso da nossa experiência, para os filtros de Passa-Altas e Passa-Baixas tínhamos a
chamada frequência de corte, já os filtros Passa-Faixas tinha uma faixa de frequências como base.
Essa característica permite que os filtros sejam utilizados para eliminar sinais indesejáveis, tais
como ruídos. Um exemplo cotidiano da utilização dos filtros acontece quando sintonizamos uma
rádio para ouvir. Uma antena de rádio capta todos os sinais que estão presentes naquele local,
naquele instante. Cada um dos sinais carrega sua própria informação ou simplesmente ruído. Se
não tivermos um meio de separar apenas o sinal da estação que desejamos ouvir, o receptor ficará
confuso e não conseguirá captar a informação transmitida. Com isso, para separar o sinal da
estação que desejamos captar, filtros são utilizados no circuito de recepção.
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2. Tipos de filtros

Como foi dito no ítem acima, utilizamos os filtros Passa-baixas, Passa-Faixas e Passa –
Altas em nosso experimento. Eles são todos filtros passivos, ou seja, são aqueles que utilizam
apenas resistores, capacitores ou indutores. Nesses filtros, o sinal selecionado não sofre
amplificações.

2.1 Filtro Passa-Baixas

Permite que os sinais com frequência abaixo de uma frequência determinada, chamada de
frequência de corte, um ponto em que a tensão na saída cai a 70,7% do valor de sua entrada ou 3dB,
passem para a saída, eliminando todos os sinais com frequências superiores a ela. Para obtermos
esse filtro, podemos associar um resistor e um capacitor da forma mostrada na figura 1 e para
determinar a frequência de corte utilizamos a fórmula a seguir:

1
𝑓𝑐 = Equação 1.
2 πRC

Figura 1

Na figura 2 temos a curva de resposta de um filtro passa-baixas. Observe que para o filtro
real, as frequências acima da frequência de corte fc não são rejeitadas imediatamente, mas vão
encontrando uma dificuldade cada vez maior à medida que a frequência se eleva.

Figura 2
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2.2 Filtros Passa-Altas

Funciona de maneira inversa ao passa-baixas. Deixando passar apenas os sinais cujas

frequências estejam acima da frequência de corte. Esse filtro é regido pela mesma fórmula de fc do
filtro Passa-Baixas, apenas a montagem do circuito é diferente, o resistor e o capacitor trocam de
posição, como mostra a figura 3.

Figura 3

De forma semelhante ao primeiro filtro, na figura abaixo, que representa a curva do

comportamento de um filtro passa-altas, o filtro real não atua imediatamente.

Figura 4

2.3 Filtros Passa-Faixas RC

Permite a seleção de um intervalo de frequências. Os sinais cujas frequências forem

selecionadas passaram para a saída do filtro. Utilizando o intervalo entre as frequências F1 e F2,
onde está a frequência de ressonância, na qual o ganho do filtro é o máximo, vamos juntar em um
mesmo circuito os circuitos anteriores. O Fc do filtro passa-baixas será o F2 e o Fc do filtro passa-
altas será o F1. A figura abaixo mostra esse circuito:
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Figura 5

Temos na figura 6 a curva que mostra o comportamento de um filtro passa-faixa. Esse filtro
deixa passar apenas uma certa faixa de frequências entre dois valores fc1 e fc2.

Figura 6

3. Prática
Foram montados filtros de cada tipo citado anteriormente, utilizando de um gerador de
funções, um osciloscópio e resistores, capacitores e indutores conforme o tipo de filtro e os valores
de frequência.

3.1. Filtro Passa-Baixa

Para esse filtro foram utilizados um resistor de 10kΩ e um capacitor de 1.5µF. Esses valores
foram obtidos a partir da equação 1, para um fc de 10kHz.

1
𝑓𝑐 = Equação 1.
2 πRC
1
RC = ≈ 15,92 μ
2 π 10 k

Com um capacitor de valor padrão 1.5µF, isola-se o R e obtém-se, aproximadamente

10.6kΩ, o que levou a utilizar o valor padrão de 10kΩ.
O circuito desse filtro está caracterizado na Figura 1. E foi daquela forma montado em uma
protoboard. Depois de montado, os terminais do gerador de funções foram colocados o fase na
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extremidade do resistor e o terra na extremidade do capacitor gerando o Vin. Já os terminais do
osciloscópio foram colocas nas duas extremidades do capacitor gerando o Vout.

Foi gerada uma onda quadrada no gerador de ondas com uma frequência maior que 10kHz e
osciloscópio mostrou a função da Figura 7, depois foi gerada uma onda quadrada com frequência
muito maior que 10Hz, como na função da Figura 9 e depois uma onda com frequência muito
menor como na Figura 8.

Figura 7

Figura 8
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Figura 9

Dessa forma, conclui-se que o filtro passa-baixa é um integrador.

3.2. Filtro Passa-Alta

Para esse filtro foram utilizados os mesmos elementos de circuitos e seus valores do filtro
anterior, mas o circuito foi montado igual a figura 3. A mesma frequência também foi adotada nesse
filtro e os mesmos procedimentos de geração de onda. Nesse filtro, os terminais do gerador foram
colocados o fase numa extremidade do capacitor e o terra na extremidade do resistor, enquanto os
terminais do osciloscópio foram colocador nas duas extremidades do resistor. Assim, foram geradas
ondas com frequências muito maiores que 10kHz e muito menores como nas figuras abaixo.

Figura 10
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Figura 12

Assim, conclui-se que o filtro passa-alta é um diferenciador.

3.3. Filtro Passa-Faixa RC

Para esse filtro foram adotadas as frequências determinadoras da faixa F1 = 5kHZ e F2 =

10kHz. O circuito montado foi o da figura 5, e para obter os valores dos resistores R1 e R2 foi
aplicada a equação 1 para cada frequência e é fixada a condição C 1<C 2 /10.

1
R 1 C1= ≈15,92 μ
2 π 10 k

1
R2 C 2= ≈ 31,85 μ
2π 5k

Adotando o valor padrão 220nF para C 1, obtém-se R1=72,38 Ω, aproximando para o valor
padrão de 82Ω. Para C 2, segue-se a condição C 1<C 2 /10 e adota-se o valor padrão 22nF, e obtém-se
R2=1447,3 Ω, aproximando para 1,5kΩ.

Com o gerador de ondas, foi gerada uma senoide com uma frequência de 7.5kHz (deve estar
dentro da faixa entre F1 e F2) e depois foi gerada uma onda com frequência muito maior que o
valor máximo da faixa (10kHz) e as respostas estão respectivamente retratadas nas Figuras 14 e 15,
sendo a Figura 13 a resposta para onda quadrada.
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Figura 13

Figura 14

Figura 15
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3.4. Filtro Passa-Faixa RLC

Esse filtro é baseado na Ressonância entre o indutor e o capacitor. Para frequências altas o indutor
tem uma reatância indutiva baixa e comporta-se como um curto-circuito, já o capacitor tem uma reatância
capacitiva alta e comporta-se como um circuito aberto. Para frequências baixas acontece o contrário e para
frequências intermediárias (valores próximos à frequência de ressonância do circuito), a maior parcela da
tensão de entrada se encontra sobre o resistor. Essa frequência de ressonância é dada pela Equação 2.

1
F r= Equação 2.
2 π √ LC

O circuito desse filtro está representado na Figura 16. E adotando a frequência de ressonância como
F r = 7kHz e utilizando um indutor de L = 100µH, utiliza-se a Equação 2 para obter o valor de C.

1
7000=
2 π √ 100 µ C

Dessa forma, obtém-se C≈ 5,17 µF , aproximando para o valor padrão 4,7µF. E para o resistor foi utilizado
o valor de R = 100Ω, pois será somente para obter o sinal da tensão de saída.

Com o gerador de funções, foi gerada uma onda senoidal com frequência igual a frequência de
ressonância e depois o mesmo tipo de onda com frequência bem maior que a frequência de ressonância. As
respostas estão respectivamente representadas nas Figuras 16 e 17.

Figura 16