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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA


LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÕES I
YURI VICTOR LIMA DE MELO

RELATÓRIO DE PRÁTICA 07:


DEMODULADOR AM-DSB

ANTONIO MATEUS ROCHA DA SILVA - 375182


JOÃO VICTOR MARQUES MEDEIROS - 356818

SOBRAL
2023
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 2

2 OBJETIVOS........................................................................................................................... 4

3 LISTA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS .................................................................. 5

4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL .............................................................................. 6

5 QUESTIONÁRIO… ............................................................................................................ 10

6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 14

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 15
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1 INTRODUÇÃO

A modulação em Amplitude abreviada por AM, é uma forma de modular sinais


para que os mesmos possam ser transmitidos através de ondas eletromagnéticas. Foi a primeira
forma de modulação criada e foi utilizada para transmitir som, através das frequências de rádio
AM, as quais estão à beira da extinção hoje em dia. Trata-se de variar a amplitude de um sinal
de alta frequência em função do sinal que se quer transmitir, chamado de sinal modulador. Do
ponto de vista matemático, é uma aplicação direta das propriedades de deslocamento em
frequência e da convolução da transformada de Fourier.

(1)

Sendo 𝐴p a amplitude da portadora e 𝜔p a frequência angular do sinal modulado.


O sinal transmitido resultante é um cosseno na frequência 𝜔p possuidor de uma mensagem
𝑚(𝑡) que está contido na envoltória do mesmo como representada na figura abaixo:

Figura 1 - Transformação de banda

Fonte: Princípios de comunicação (UNIVASF).


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Na Modulação AMD – DSB sabe-se que a modulação por amplitude nada mais é
do que multiplicar um sinal da banda-base por um sinal senoidal de frequência muito maior que
o espectro dele. Tendo isso em vista, através da Transformada de Fourier, podemos verificar
que o espectro do sinal modulador é deslocado para próximo da frequência da portadora e
espelhado em torno dela, conforme mostra a Figura abaixo. Essa forma de modulação AM é
conhecida como Double Side Band, ou DSB, já que se a informação do sinal modulador se
encontra em duas faixas de frequências diferentes.

Na Demodulação AMD – DSB No processo inverso, a demodulação faz o papel de


decifrar o sinal recebido e transformá-lo em algo “legível”. Esse processo consiste no mesmo
procedimento da modulação, realizando uma operação matemática de multiplicação do sinal e
em seguida aplicando um filtro passa baixas que filtra o sinal obtendo apenas o sinal da
envoltória resultante que é a representação do sinal modulante transmitido.

(2)

(3)

Onde, 𝑚(𝑡) é o sinal mensagem que passa pelo processo de modulação e


demodulação até se tornar 𝑒(𝑡), que aplicando propriedades trigonométricas básicas obtém-se
um sinal que pode ser decomposto em dois sinais com frequências distintas.

Em seguida aplicando um filtro passa baixas com frequência de corte suficiente


para que filtre os sinais indesejados, o resultado da operação de modulação é um sinal com
metade da amplitude de 𝑚(𝑡) que é a envoltória que pode ser observado na Figura 1.

Esse relatório consiste na execução de um experimento de laboratório envolvendo


um sinal modulado e sua demodulação, trazendo noções de dimensionamento dos componentes,
características fundamentais e aspectos físicos dos dispositivos. Além disso, traz também
alguns resultados de simulações que servem de comparação com os resultados do experimento
do laboratório, confirmando os mesmos.
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2 OBJETIVOS

Este relatório tem como objetivo observar na prática os conceitos da demodulação


AM-DSB e verificar experimentalmente o funcionamento de um demodulador AM-DSB
síncrono a diodo.
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3 LISTA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Para a prática realizada, tanto para a montagem do circuito, como para o seu
estudo e análise, foram utilizados os seguintes itens:

● Gerador de sinais;
● Osciloscópio digital;
● Resistores de 270Ω e 2,7kΩ;
● Capacitores de 1, 10 e 100nF;
● Diodo 1N4148;
● Jumpers;
● Ponteiras;
● Protoboard.
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4 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O circuito esquemático que foi usado durante a pratica pode ser observado na Figura
2 a seguir, porém, o circuito utilizado durante a pratica foi somente a partir do diodo, utilizando
o capacitor e os resistores de 270Ω e 2,7kΩ, o restante do circuito foi feita pelo modulador de
sinais com 6V de pico a pico. Na Figura 3 é possível observar o circuito feito em laboratório.

Figura 2 - Circuito Esquemático Demodulador AM-DSB

Fonte: Material da prática - Laboratório 7.

Figura 3 - Circuito Demodulador AM-DSB

Fonte: Elaborada pelos autores.


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Fase de resposta com 100nF de capacitância.

Foi aplicado ao sinal mensagem (sinal modulado) uma frequência de 5kHz. Esse
sinal modulado é o mesmo da prática anterior. O primeiro capacitor utilizado foi o de 100nF.
Conectando o osciloscópio digital no ponto 3 (entre os Resistores de 270Ω e 2,7kΩ) da Figura
3, foi obtido o sinal no domínio do tempo nesse ponto. A Figura 4 mostra a forma de onda desse
sinal. Nesse sinal é possível observar a deformação do sinal devido ao valor RC elevado.
Figura 4 - Sinal no Domínio do tempo no ponto 3 para o capacitor de 100nF.

Fonte: Elaborada pelos autores.


Ainda com o osciloscópio conectado ao ponto 3, foi usada a função FFT do
osciloscópio para medir esse mesmo sinal no domínio da frequência. O sinal no domínio da
frequência pode ser observado na Figura 5 a seguir. Na Figura 5 podemos observar as raias
fazendo o uso de cursores.

Figura 5 - Sinal no domínio da frequência no ponto 3 para o capacitor de 100nF.

Fonte: Elaborada pelos autores.


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Fase de resposta com 10nF de capacitância.

Na segunda parte da prática, trocamos o capacitor de 100nF por um capacitor de


10nF, e repetimos o mesmo procedimento. No ponto 3, medimos o sinal no domínio do tempo,
que pode ser observado na Figura 6 a seguir, e usando a função FFT, medimos o sinal no
domínio da frequência, como mostrado na Figura 7 a seguir. Na Figura 7 podemos observar as
raias fazendo o uso de cursores.

Figura 6 - Sinal no Domínio do tempo no ponto 3 para o capacitor de 10nF

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 7 - Sinal no Domínio da frequência no ponto 3 para o capacitor de 10nF

Fonte: Elaborada pelos autores.


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Fase de resposta com 1nF de capacitância.

Trocando agora o capacitor de 10nF por um capacitor de 1nF, encontramos no


ponto 3 o sinal no domínio do tempo, que está representado na Figura 8 a seguir, e usando a
função FFT do osciloscópio encontramos o sinal no domínio da frequência, que está
representado na Figura 9. Na Figura 9 podemos observar as raias fazendo o uso de cursores.

Figura 8 - Sinal no Domínio do tempo no ponto 3 para o capacitor de 1nF

Fonte: Elaborada pelos autores.

Figura 9 - Sinal no Domínio da frequência no ponto 3 para o capacitor de 1nF

Fonte: Elaborada pelos autores.


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5 QUESTIONÁRIO

a. Mostre que os valores de R4 e C1 estão corretos para as frequências de operação do

modulador.

Sejam: 𝑓0 = 100000 𝐻𝑧, 𝑓m = 5000 𝐻𝑧, 𝑅 = 2700 Ω, 𝐶 = 10𝜂𝐹, 𝜔0 = 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑓0, 𝜔m = 2 ∗ 𝜋 ∗ 𝑓m. A


seguinte expressão retirada do guia de prática devia ser satisfeita:

10 1 (4)
< 𝑅𝐶 <
ω0 ω𝑚

Desse modo, com os valores fornecidos do guia de prática e experimento, obteve-se:

( 10 ) < (2700 ∗ 0,00000001) < ( 1 )


2∗π∗100000 2∗π∗5000

= (1,591549 ∗ 10–5) < (2,7 ∗ 10–5) < (3,183098 ∗ 10–5) (5)

Assim, os valores de resistência e capacitância estavam dentro do proposto no intervalo.

Nota: Para um valor ótimo da constante RC poderia ter sido calculado o valor médio
entre o mínimo e o máximo da relação entre portadora e o modulante, o que refletiria num
funcionamento melhor dos componentes.

−5
[(1,591549∗10—5)+(3,183098∗10 )] −5
2
= 2,387323 ∗ 10 (6)

Onde:

2,7 ∗ 10–5 > 2,387323 ∗ 10–5

Assim, foi visto que o praticado se distancia um pouco do ideal, porém era o mais
acessível no momento. Além disso seria necessário haver componentes que multiplicados
(conectados no circuito) garantisse esse valor ótimo, mas não é possível afirmar que garantiriam
uma melhor prática na leitura das ondas, visto que teoricamente melhoraria o encaixe da
envoltória.
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b. Obtenha uma expressão matemática para o sinal do ponto 3.

O gráfico do ponto 2, é um sinal conhecido, sendo ele a modulação AM de um


único ton. Da equação a seguir:

𝑦(𝑡) = [𝐴C + 𝑚(𝑡)] ∗ 𝑐(𝑡) = [𝐴C + 𝐴m 𝑐𝑜𝑠(𝜔m𝑡) ] ∗ cos(𝜔c 𝑡) (7)

𝐴𝑐𝐴𝑚 𝐴𝑐𝐴𝑚
𝐴 𝑐𝑜𝑠𝜔 𝑡 + cos (𝜔 + 𝜔 )t) + cos((𝜔 − 𝜔 )𝑡) (8)
𝑐 𝑐 2 𝑐 𝑚 2 𝑐 𝑚

Ela será passada por um diodo que, assumindo que esse seja ideal, ceifará todas as
faixas negativas. Assim, se pode escrever o sinal como:

𝐷(𝑡) = {𝐴 + 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝜔 m𝑡) ] ∗ cos(𝜔 c 𝑡) 𝑠𝑒 𝑦(𝑡) > 0 (9)


𝑐 𝑚

c. Usando o Matlab ou outro software matemático/científico qualquer, obtenha o gráfico

da função da Questão 2.

A partir da questão passada e os dados usados na parte prática, foi montado o código
abaixo no MATLAB. Com taxa de amostragem de 29 vezes a frequência e período de 0.7ms.

Figura 10 - Código de interação

Fonte: Elaborada pelos autores.


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Com o gráfico abaixo de resultado:

Figura 11 - Simulação dos gráficos de ondas da iteração no MatLab

Fonte: Elaborada pelos autores.

d. Compare o gráfico obtido com o medido no Item 4 da Parte Prática.

Comparando a imagem da questão anterior com a imagem abaixo que mostra o


resultado, em um osciloscópio, da demodulação do sinal.
Figura 12 - Onda modulada após um diodo no osciloscópio

Fonte: Elaborada pelos autores.


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e. Explique a origem do ripple no sinal demodulado.

O ripple tem origem da escolha inadequada dos componentes de resistência e


capacitância resultando em um sinal demodulado de baixa qualidade com excesso de ripple. O
sinal demodulado do circuito montado durante a prática é a tensão cobre o capacitor do filtro
passa-baixas. Esse capacitor se carrega rapidamente e logo em seguida descarrega lentamente
devido ao resistor. O tempo de descarga do capacitor é a constante de tempo RC.
Para se ter um sinal de melhor qualidade a constante de tempo do capacitor deve
ser considerada pequena para frequências do sinal mensagem, e grande para a frequência do
sinal da portadora. A presença de ripple é decorrente ao uma constante de tempo muito pequena,
o que torna a descarga do capacitor muito rápida, fazendo com que a inclinação (em módulo)
da descarga capacitiva seja muito maior do que a inclinação (em módulo) da envoltória em todo
instante de tempo.

f. Explique o que ocorreu quando você usou cada valor diferente para C1 e compare

com a teoria.

No circuito com C1 com valor de 10nF houve uma deformação no sinal bem
pequena em decorrência do uso de uma carga RC inconveniente, a tensão no capacitor não
acompanhou perfeitamente a envoltória do sinal modulante, E no circuito com o C1 de valor de
1nF o sinal não foi filtrado adequadamente, isso ocorre porque o capacitor descarrega rápido
demais durante o semiciclo negativo da portadora.
Já no circuito com o C1 de valor 100nF foi possível perceber uma deformação da
envoltória do sinal modulante, uma distorção diagonal, a descarga de C1 foi lenta demais para
seguir as variações do sinal modulante. As informações notadas durante o procedimento de
simulação coincidem com a teoria, já no procedimento experimental foi possível observar
discrepância na forma de onda devido à ausência de um amplificador operacional.
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6 CONCLUSÃO

Durante o experimento foram realizadas algumas leituras com o osciloscópio em


diversos pontos do circuito. Essas leituras indicam claramente a maneira com que o sinal de
saída do demodulador é modificada na medida em que o valor de capacitância é alterado. Isso
fica evidente quando se realiza a troca de capacitância de 1nF para 100nF.
As resoluções das questões foram realizados estudos das equações que regem o
modelo matemático do dispositivo comprovando de maneira teórica os resultados obtidos
experimentalmente e simulação. Diante dos resultados dos experimentos e das simulações
obtidas durante o desenvolvimento conclui-se que o dispositivo que realiza a demodulação pode
ser melhor dimensionado visando a obtenção de uma envoltória com uma definição mais
apurada, para isso devem ser escolhidos valores de resistência e de capacitância adequados para
que o demodulador forneça fielmente a forma de onda da envoltória do sinal modulante. Isso
pode ser feito em etapas de dimensionamento, projeto e montagem.
O conhecimento de circuitos de modulação e demodulação AM e filtros são de
extrema importância para um engenheiro que pretende trabalhar na área de comunicação.
Conhecer as bases dos dispositivos que já estão sendo usados no sistema é necessário para
realizar ajustes e porventura uma manutenção nos mesmos
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REFERÊNCIAS

Conversão em Frequência e Demodulação – UNESP/FEIS. Optoeletrônica - Propagação de


ondas. Disponível em:
https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/engenhariaeletrica/optoeletronica/capitulo-4--
-secao-4.5-loe.pdf . Acesso em: 09 julho 2023.

Claudino, Alisson. UFRGS. Modulador/Demodulador AM-DSB SC por Controle de


Ganho. Disponível em: http://cta.if.ufrgs.br/boards/83/topics/1254. Acesso em: 09 julho 2023.

A. G., PAULO e S. V., MARCOS. LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO:


EXPERIENCIA 6 – RECEPÇÃO AM. Disponível em:
https://slideplayer.com.br/slide/7303301/. Acesso em: 09 julho 2023.

CAMPOS, Antonio Luiz Pereira Siqueira. PRÁTICA 7 - Laboratório de Princípios de


Telecomunicações. LTC, 08/2015. VitalBook file. Disponibilizado via SIGAA – UFC por
Prof. Yuri Victor. Acesso em: 09 julho 2023.

MATLAB M. The language of technical computing. The MathWorks, Inc, 2022. Disponível
em: http://www mathworks.com. Acesso em: 09 julho 2023.

NASCIMENTO, Edmar José do. UNIVASF. Modulação em Amplitude (Princípios de


Comunicações). Disponível em:
http://www.univasf.edu.br/~edmar.nascimento/pcom/pcom_aula04_08.pdf. Acesso em: 09
julho 2023.

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