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2024
Conteúdo
I Experimentos – Roteiros 4
1 Introdução às medidas elétricas 5
3 Transientes em circuitos RC 38
6 Circuitos RL 65
II Relatórios 103
Introdução
Esta apostila contem o material completo para o curso de Fı́sica Experimental III (FIN 231),
oferecido pelo Instituto de Fı́sica - UFRJ. O material inclui os roteiros para os procedimen-
tos experimentais, os pré-relatórios e os relatórios. O curso pretende ser complementar ao
curso de Fı́sica III, que tem como objeto de estudo os fenômenos elétricos e magnéticos.
Este curso experimental tem um escopo um pouco mais restrito (porém não menos inte-
ressante), tendo por objetivo o estudo de circuitos elétricos simples.
O que se espera ao final desse curso é que os estudantes sejam capazes de montar circui-
tos elétricos simples e realizar medidas sobre eles, e que tenham assimilado os principais
conceitos relacionados ao seu funcionamento, tanto do ponto de vista teórico, como do
ponto de vista experimental.
Este material faz parte de um amplo processo de reformulação das disciplinas básicas
de Fı́sica Experimental, iniciado no final de 2012 pela Coordenadoria do Ciclo Básico. A
responsável por este material é a professora Lúcia Coutinho, a quem correções e sugestões
devem ser enviadas, pelo endereço lucia@if.ufrj.br.
PARTE I
EXPERIMENTOS – ROTEIROS
Introdução às medidas elétricas
1
1.1 Material
• Osciloscópio digital;
• Gerador de funções.
1.3 Introdução
Ao longo desta disciplina utilizaremos diversos componentes eletrônicos, fontes de
tensão constante, geradores de sinais que variam no tempo e o osciloscópio ou multı́metro
para medir as tensões. Nesta aula teremos um breve guia prático de como efetuar medidas
no laboratório.
Utilizaremos o gerador de sinais para gerar tensões variáveis com o tempo. O osci-
loscópio digital é utilizado para observar e medir as tensões como função do tempo.
1.4 Voltagem 6
1.4 Voltagem
A voltagem, tensão ou diferença de potencial entre dois pontos, é o custo em energia, ou
seja, o trabalho necessário para mover uma carga unitária de um ponto com um potencial
elétrico mais baixo a outro de potencial elétrico mais alto.
A voltagem entre dois pontos, portanto, é a diferença de potencial elétrico que existe
entre esses pontos. Fica claro que só há sentido em definir voltagem entre dois pontos.
O trabalho realizado ao se mover uma carga de 1 coulomb através de uma diferença de
potencial de 1 volt é de 1 joule. A unidade de medida de diferença de potencial é o volt,
representado por V, e frequentemente é expressa em múltiplos, tais como o quilovolt (1
kV = 103 V), ou em submúltimplos, como o milivolt (1 mV = 10−3 V) e o microvolt (1 µV =
10−6 V).
A figura 1.1 mostra o gráfico desta forma de onda, com o tempo no eixo horizontal e a
voltagem no eixo vertical. A primeira caracterı́stica que podemos observar é que se trata
de um sinal periódico, isto é, um sinal que se repete após um dado intervalo de tempo. A
segunda caracterı́stica é que a voltagem da onda oscila entre dois valores, simetricamente
dispostos em torno de seu valor médio Vmed = 0. Uma onda quadrada pode ser inteira-
mente definida por 2 parâmetros:
- o perı́odo T : é o intervalo de tempo necessário para que a onda se repita. Sua unidade
SI é o segundo (s) e neste curso serão comuns seus submúltiplos, como o milissegundo (1
ms = 10−3 s) e o microssegundo (1 µs = 10−6 s);
f , o número de oscilações que ocorrem num dado intervalo de tempo. A partir desta
definição, é fácil perceber que a frequência é o inverso do perı́odo:
1
f= . (1.1)
T
Além da amplitude V0 , podemos também definir a tensão pico-a-pico Vpp como sendo
a diferença (em módulo) entre o valor máximo e o valor mı́nimo de voltagem do sinal.
Como os patamares superior e inferior da onda quadrada estão simetricamente dispostos
em torno do valor Vmed = 0 V, a tensão pico-a-pico é o dobro da amplitude da onda:
Na figura 1.1, temos a representação gráfica de uma onda quadrada com perı́odo T = 1
ms e amplitude V0 = 1 V. Alternativamente, esta onda pode ser descrita como possuindo
uma frequência f = 1 kHz e uma tensão pico-a-pico Vpp = 2 V.
• A amplitude do sinal;
Para ajustar a frequência devemos selecionar uma faixa de valores escolhendo o botão
correspondente (botões 2 na figura 1.2), e em seguida ajustar o valor da frequência.
A variação da amplitude do sinal de saı́da é feita através de outro botão de ajuste, que
pode ser chamado “Output level” (botão 4 na figura 1.2) ou “Amplitude”.
Num circuito, representamos o gerador de funções pelo sı́mbolo indicado na figura 1.3. O
sı́mbolo dentro do cı́rculo representa a forma de onda gerada. No exemplo da figura 1.3 a
forma de onda gerada é quadrada. GND na figura 1.3 representa o terra.
Figura 1.3: Representação esquemática de um gerador de funções num circuito elétrico. Neste caso
o sinal gerado é uma onda quadrada.
1.6 Osciloscópio digital 9
A figura 1.4 mostra o esquema do painel frontal de um osciloscópio que usaremos como
exemplo. Este painel está dividido em 4 áreas importantes: a tela, os controles verticais
(voltagem), os controles horizontais (tempo) e o controles de “trigger” (gatilho).
Patamar
de tensão
do trigger
Trigger
Controle
da posição
horizontal
do sinal
Escala
Botão seletor Escala horizontal
Entrada do canal 1: Controle da
do canal 2 vertical (tempo)
Cabo coaxial posição vertical do sinal
(tensão)
Além de exibir as formas de onda, a tela apresenta muitas informações sobre os sinais ob-
servados e sobre as configurações de controle do osciloscópio. Os osciloscópios utilizados
neste curso possuem 2 canais de entrada, o que significa que até 2 sinais elétricos indepen-
dentes podem ser visualizados ao mesmo tempo. Uma imagem tı́pica observada na tela
do osciloscópio está representada na figura 1.5.
Ao conectarmos um sinal periódico qualquer numa das entradas do osciloscópio, sua tela
passará a mostrar um gráfico da voltagem do sinal em função do tempo. Os controles
verticais permitem alterar a maneira como o sinal é mostrado na tela: ele pode ser ampli-
ado ou diminuı́do, ajustando-se a escala. Os controles horizontais definem o intervalo de
tempo medido pelo osciloscópio, que deve ser ajustado conforme a medida a ser realizada.
Caso o nı́vel de trigger esteja mal ajustado, pode ocorrer que a tela mostre várias ondas
simultâneas (que ficam “correndo” pela tela do osciloscópio, impedindo qualquer tipo de
medida) ou que nenhuma forma de onda seja mostrada.
A Figura 1.6 mostra os botões disponı́veis para o controle da escala vertical. Os controles
verticais permitem habilitar ou desabilitar a apresentação das formas de onda na tela e
1.6 Osciloscópio digital 11
- botão de escala: seleciona fatores de escala de voltagem e assim amplia ou reduz a re-
presentação do sinal de entrada do canal. Ao girar o botão o valor em Volts representado
por cada divisão vertical, a escala, aumenta ou diminui sendo mostrada na parte inferior
da tela do osciloscópio (figura 1.5).
- botões “1” e “2” (Menu): a função primordial destes botões é habilitar ou desabilitar a
exibição do respectivo canal (há um menu para cada canal). Quando apertado, se a forma
de onda está sendo exibida, ela desaparece da tela.
iii. Ganho variável: se a opção “Grosso” estiver selecionada, ao girar o botão de escala
só podemos selecionar as escalas 5 V, 2 V, 1 V, 500 mV, 200 mV, 100 mV, 50 mV, 20 mV, 10
mV, 5 mV e 2 mV. Na opção “Fino”, é possı́vel selecionar escalas intermediárias, como 1.02
V, 1.04 V, etc.
iv. Sonda: aplica um fator multiplicativo à voltagem do sinal de entrada. Pode ser
utilizado quando se deseja medir um sinal muito baixo, e é preciso estar atento com as
configurações automáticas (como aquelas obtidas usando o botão “Autoset”), já que todos
os valores de voltagem medidos estarão multiplicados pelo fator escolhido; neste curso
devemos usar sempre a opção “1X Voltagem”.
O sistema de gatilho (“trigger”) determina a condição para que o osciloscópio inicie a var-
redura para exibir uma forma de onda. O objetivo é que cada vez que a forma de onda for
desenhada na tela do osciloscópio, ela o seja da mesma maneira, de modo que as sucessi-
vas formas de ondas mostradas na tela apareçam como uma imagem parada. Para fazer
este sincronismo, utilizamos um sinal elétrico (chamado de sinal de “trigger”), que é con-
tinuamente monitorado pelo osciloscópio: ao finalizar a exibição de uma forma de onda,
a varredura só é reiniciada quando este sinal atinge um certo valor; cada vez que a varre-
dura terminar, ela só será reiniciada quando o sinal de“trigger” atingir este mesmo valor.
Desta maneira, cada varredura desenhará sempre o mesmo gráfico e a forma de onda
aparecerá “parada” na tela. Se quisermos observar um sinal periódico no osciloscópio, a
escolha natural para o sinal de “trigger” é o próprio sinal que queremos observar. Sempre
que desejarmos observar um ou mais sinais no osciloscópio, é preciso escolher um sinal
de “trigger” adequado para disparar a varredura; normalmente será um dos dois sinais de
entrada (canal 1 ou 2).
- botão de nı́vel: este é o botão que define o nı́vel do “trigger”, isto é, o valor do sinal de
“trigger” que uma vez atingido inicia a varredura. Este valor é mostrado no canto inferior
direito da tela e é também indicado por uma seta na lateral direita (figura 1.5). Se utiliza-
mos uma onda quadrada como sinal de “trigger”, o nı́vel deve estar ajustado de maneira
que fique contido entre os patamares superior e inferior da onda. Caso o nı́vel do “trig-
ger” esteja ajustado acima do patamar superior ou abaixo do patamar inferior da onda
1.6 Osciloscópio digital 13
ii. Origem: define qual o sinal que será utilizado como “trigger”; será o canal 1 (“CH1”)
ou o canal 2 (“CH2”). Mesmo quando este menu está desabilitado, o sinal utilizado como
“trigger” é indicado no canto inferior direito da tela (figura 1.5).
iv. Modo: no modo automático, ao fim de cada varredura o osciloscópio espera por
um certo intervalo de tempo (chamado de tempo de espera ou “holdoff”); ao fim deste
perı́odo, mesmo que a condição de “trigger” não tenha sido satisfeita a varredura será
reiniciada. Neste modo, mesmo que o “trigger” esteja mal ajustado, sempre haverá uma
forma de onda sendo exibida (é claro que no caso do “trigger” mal ajustado as formas de
onda estarão “correndo” pela tela...). No modo normal, a varredura só é reiniciada quando
a condição de “trigger” for detetada; enquanto isso não ocorrer, nenhuma forma de onda
será exibida (a tela exibirá somente a última forma de onda adquirida).
1.6 Osciloscópio digital 14
- botão “Force Trig”: caso o sistema esteja aguardando um “trigger” (como no modo
“Normal”) faz a aquisição do sinal, independente de um sinal de “trigger” ter sido rece-
bido.
- botão “Trig View”: enquanto pressionado, exibe o nı́vel do “trigger” como uma linha
tracejada e o sinal utilizado para o “trigger” como uma forma de onda na cor azul escuro.
A figura 1.8 mostra os botões disponı́veis para o controle da escala horizontal. Mesmo
quando 2 formas de onda estão sendo exibidas, a escala horizontal (base de tempo) é a
mesma para ambas; não é possı́vel usar bases de tempo independentes para cada uma
delas. Os controles horizontais permitem ajustar a escala e a posição horizontais, escolher
qual parte da tela será exibida e definir o tempo de espera do “trigger”.
- botão de escala: similar aos botões de escala do controle vertical, este botão seleciona
fatores de escala horizontais. Desta forma, podemos mostrar na tela um intervalo mais
longo ou mais curto da evolução temporal do sinal medido: a forma de onda se “contrairá”
1.6 Osciloscópio digital 15
- botão de posição: este botão seleciona a posição horizontal a partir de onde a forma
de onda será desenhada, ou seja, onde será o inı́cio da contagem do tempo. Tem funciona-
mento bastante intuitivo: quando girado para a direita a forma de onda é deslocada para
direita, e quando girado para a esquerda a forma de onda é deslocada para a esquerda. A
posição do “trigger” é indicada por uma pequena seta vertical no topo da tela e seu valor é
mostrado também acima da tela (figura 1.5): um valor positivo indica que o “trigger” está
à esquerda do centro da tela, enquanto um valor negativo indica que ele está à direita.
- botão de menu horizontal: ao apertar este botão as opções do menu horizontal são
exibidas na lateral direita da tela.
- botão “Set to Zero”: faz com que a posição horizontal do “trigger” volte ao centro da
tela.
Num circuito, representamos o osciloscópio pelo sı́mbolo indicado na figura 1.9. Ao contrário
das medidas de voltagem realizadas com um multı́metro, em que podemos fazer medidas
entre quaisquer dois pontos do circuito, os osciloscópios sempre realizam medidas entre
um ponto e o terra do circuito (que deve estar no mesmo potencial que o terra da rede
elétrica).
Figura 1.9: Representação esquemática de um osciloscópio num circuito elétrico. As setas indicam
onde devem ser conectados os sinais dos canais CH1 e CH2.
régua. Observe que cada retı́culo, ou seja, cada DIV está subdivido em 5 divisões menores.
Assim temos para este caso que a amplitude V0 = (1, 7 ± 0,1) DIV, ou seja, V0 = (8,5 ± 0,5)
V. Também temos que o perı́odo T = (5,1 ± 0,1) DIV, ou seja, T = (5,1 ± 0,1) ms.
1. Monte o circuito da figura 1.11. Observe que esse circuito corresponde a escolher a
forma de onda quadrada e a ligar diretamente a saı́da do gerador de sinais ao canal
CH1 do osciloscópio. Este será o circuito utilizado para a maioria dos procedimentos
experimentais desta aula.
4. Ajuste a frequência do gerador para 1 kHz. Para tanto você deve selecionar o botão
de faixa de frequência para “1K” ou “10K” e em seguida ajustar o valor desejado de
frequência. Se o gerador de sinais utilizado for equipado com um frequencı́metro
e um visor, utilize-o para fazer o ajuste inicial da frequência, mas sempre utilize a
1.7 Procedimentos Experimentais 17
leitura de frequência feita pelo osciloscópio para fazer o ajuste fino do valor desejado.
Se o gerador não possuir um visor, ajuste a frequência diretamente a partir da leitura
de seu valor na tela do osciloscópio.
5. Pressione o botão “Auto Set” do osciloscópio e espere até que a forma de onda esteja
estável na tela. O botão Auto Set é bastante útil quando se deseja visualizar rapida-
mente uma dada forma de onda no osciloscópio. O osciloscópio identifica a forma
de onda e ajusta seus controles para garantir uma exibição útil do(s) sinal (sinais) de
entrada.
6. Ajuste a amplitude do sinal de saı́da para que seu valor esteja próximo de 4 V, ob-
servando a forma de onda na tela do osciloscópio. Utilize os controles verticais de
posição e escala do canal 1 para exibir os patamares superior e inferior da onda qua-
drada na tela. Utilizando a rede de gratı́culas, meça a amplitude da onda quadrada.
Indique também a escala vertical utilizada.
da escala. Neste caso, as incertezas das medidas feitas serão calculadas como metade da
menor divisão das gratı́culas, o que na prática corresponde a 10% do valor da escala.
Tabela 1
1,0 V/DIV
5,0 V/DIV
Altere as escalas de tempo para 0,1 ms e 0,5 ms por divisão e apresente os valores me-
didos do perı́odo na tabela 2. Novamente as medidas devem ser feitas pelo sistema das
gratı́culas, e as incertezas serão metade da menor divisão, ou seja, 10% do valor da escala.
A partir dos valores medidos de perı́odo, calcule a frequência com sua incerteza.
Tabela 2
0,1 ms/DIV
0,5 ms/DIV
Quais escalas de voltagem e de tempo proporcionam uma medida com menor incerteza
relativa?
É importante notar que as medidas são realizadas na forma de onda que aparece na
tela. Assim sendo, para medidas da estrutura temporal do sinal, é preciso que ao menos
um perı́odo da onda esteja sendo mostrado. Para medidas de voltagem, os limites inferior
e superior da forma de onda devem estar visı́veis, e para medidas de valores médios de
voltagem, é preciso ajustar na tela do osciloscópio múltiplos inteiros de um comprimento
de onda.
Tabela 3
Grandeza Valor ± σ
V0
Vpp
Lpos
Os cursores são pares de linhas que podem ser exibidos na tela para facilitar a medição de
grandezas de voltagem (cursores horizontais) ou de tempo (cursores verticais). A figura
1.12 representa os cursores de amplitude e de tempo.
Como exemplo de aplicação dos cursores, vamos medir o meio perı́odo da onda trian-
gular.
Figura 1.12: cursores do tipo “Amplitude” (à esquerda) e do tipo “Tempo” (à direita).
Figura 1.13: Figura que deve ser observada para medida do meio perı́odo de oscilação.
3. Para mover os cursores é necessário selecionar um deles de cada vez. Isso é feito
através dos botões ao lado direito da tela. Use o botão giratório seletor “multi-uso”
(acima e à direita da tela, figura 1.4), para mover cada um dos cursores. Note que o
tempo medido por cada cursor é referente ao instante de trigger.
Tabela 4
5. Selecione agora o tipo “Amplitude” para os cursores. Aparecem duas linhas hori-
zontais na tela.
6. Meça a amplitude pico-a-pico (Vpp ) da onda triangular posicionando o cursor 1 no
topo de um pico e o cursor 2 em um dos vales da onda. Agora no menu “Curso-
res” faça a leitura da grandeza ∆V, a diferença de voltagem entre as duas linhas dos
cursores.
7. Anote todos este valores e preencha a Tabela 5. Não esqueça de estimar as incertezas
como na medida anterior.
Tabela 5
Cursor 1 Cursor 2 ∆V
Os geradores de funções permitem que se some um valor constante (“offset”) às formas de
onda produzidas. Normalmente o operador pode escolher o valor deste “offset”.
1. Conecte com um cabo coaxial a saı́da principal do gerador de funções (pode estar
identificada como “Output” ou “Main”, dependendo do modelo utilizado) ao canal
1 do osciloscópio.
2. Conecte com um outro cabo coaxial a saı́da auxiliar do gerador de funções (pode
estar identificada como “TTL/CMOS” ou “Sync”, dependendo do modelo utilizado)
ao canal 2 do osciloscópio.
6. Varie o valor do nı́vel do “trigger”, sem no entanto levá-lo acima (abaixo) do pata-
mar superior (inferior) da onda quadrada. As formas de onda se deslocam horizon-
talmente na tela?
2.2 Introdução
Além da voltagem, frequentemente é necessário medir a corrente elétrica para com-
pletamente caracterizer os dispositivos eletrônicos. Assim como a voltagem, a corrente
também pode ser constante ou variar no tempo. A relação de proporcionalidade entre
voltagem e corrente é denominada de resistência. Essas quantidades são definidas mais
claramente nas próximas seções.
2.4 Resistência
Para que haja fluxo de cargas elétricas são necessários dois ingredientes básicos: uma
diferença de potencial e um meio por onde as cargas elétricas possam circular. Para uma
dada voltagem, o fluxo de cargas dependerá da resistência do meio por onde essas car-
gas deverão passar. Quanto maior a resistência, menor o fluxo de cargas para uma dada
diferença de potencial.
A B
As diferenças de potencial são produzidas por geradores, que são dispositivos que re-
alizam trabalho de algum tipo sobre as cargas elétricas, levando-as de um potencial mais
baixo para outro mais alto. Isso é o que ocorre em dispositivos como baterias (energia
eletroquı́mica), geradores de usinas hidrelétricas (energia potencial da água armazenada
na represa), células solares (conversão fotovoltaica da energia dos fótons da luz incidente),
etc. A resistência de um material condutor é definida pela razão entre a voltagem V apli-
cada aos seus terminais e a corrente i passando por ele:
V
R= . (2.1)
i
A equação 2.1 é uma das representações da Lei de Ohm, e será muito utilizada nesta
disciplina. Através dela vemos que no SI a unidade de resistência é definida por 1 Ω = 1
V/A.
Elementos de um circuito elétrico (como por exemplo resistores) são ditos ligados em série
se conduzem a mesma corrente.
Na figura 2.2 mostramos uma associação em série dos resistores R1 e R2 . Num circuito
elétrico os dois resistores ligados em série têm o mesmo efeito de um resistor equivalente
de resistência Rs .
i = i1 = i2 . (2.2)
R = R1 + R2 . (2.4)
A B C
a)
R1 R2
A C
b)
Rs
Elementos de um circuito elétrico são ditos ligados em paralelo, se estão ligados entre o
mesmo par de nós, e portanto têm a mesma tensão em seus terminais.
Na figura 2.3 mostramos uma associação em paralelo dos resistores R1 e R2 . Num cir-
cuito elétrico os dois resistores ligados em paralelo têm o mesmo efeito de um resistor
equivalente de resistência Rp . Na associação em paralelo de resistores, a soma da corrente
i1 passando por R1 e da corrente i2 por R2 é a corrente total i passando pela associação:
i = i1 + i2 . (2.5)
2.5 Leis de Kirchhoff 26
VAB = V1 = V2 . (2.6)
1 1 1
= + . (2.7)
Rp R1 R2
A
A
a) b)
R1 R2 Rp
C
B
Figura 2.3: a) Associação em paralelo de resistores. b) Resistor equivalente.
• Elemento de circuito – um componente que tem dois terminais e pode ser descrito em
termos de tensão e corrente. Há cinco elementos básicos ideais de circuitos: resistor,
capacitor, indutor, fonte de tensão, e fonte de corrente.
• Circuito – a ligação entre elementos de circuitos, de modo que formem pelo menos
um caminho fechado para a corrente fluir.
• Ramo – um caminho entre dois nós consecutivos. Segmentos de condutor não con-
tam como elementos ou ramos.
• Laço (loop) – um caminho fechado simples num circuito passando somente uma vez
em cada nó e voltando ao nó de partida.
• Malha (mesh) – um laço que não contém nenhum outro laço dentro.
2.5 Leis de Kirchhoff 27
A primeira lei de Kirchhoff, ou lei das correntes (LCK), afirma que a soma algébrica de
todas as correntes em qualquer nó de um circuito é igual a zero: isaı́da + ientrada = 0.
Essa lei pode ser entendida como uma lei de conservação das cargas, ou que não há
acúmulo de carga numa junção e cargas não são perdidas nem criadas: a carga total en-
trando num nó é exatamente igual à carga deixando o nó.
Vamos ilustrar a LCK usando o exemplo de nó mostrado na Fig. 2.4 a). Aqui, definimos
o sentido de referência para a corrente da seguinte maneira: às correntes que entram no nó
(i1 , i3 e i5 ) são atribuı́dos sinais algébricos positivos e às correntes que saem do nó (i2 e i4 )
são atribuı́dos sinais negativos. Logo,
i1 − i2 + i3 − i4 + i5 = 0 .
Para que a corrente flua dentro ou fora de um nó, um caminho de circuito fechado deve
existir. Nós podemos usar a LCK ao analisar circuitos em paralelo.
Figura 2.4: Exempos das Leis de Kirchhoff: a) Lei das correntes. b) Lei das tensões.
A segunda Lei de Kirchhoff, a lei das tensões (LTK), também chamada de lei das malhas,
afirma que a soma algébrica de todas as tensões ao longo de qualquer caminho fechado
em um circuito é igual a zero. Esta lei de Kirchhoff é baseada na conservação de energia.
Para aplicar a LTK, devemos escolher o sentido em que vamos percorrer o laço (horário
ou anti-horário). Optamos pelo sentido horário e sempre vamos percorrer os caminhos
neste sentido. Definimos o sentido de referência para as tensões: vamos atribuir sinal
positivo às quedas de tensão, e sinal negativo aos aumentos de tensão.
2.6 Uso dos equipamentos 28
No exemplo mostrado na Fig. 2.4 b), percorrendo o laço no sentido horário, a LTK dá
Note que VDA = −VAD , ou seja, invertendo os pontos de medida, a tensão troca de sinal.
Para isso, existem diversos instrumentos, como o voltı́metro e o amperı́metro, que nos
permitem realizar essas medidas. Esses instrumentos indicam o valor medido através
do movimento de uma agulha ou ponteiro em uma escala (mostradores analógicos), ou
por um mostrador digital. Um outro instrumento, mais versátil, que vamos utilizar é o
osciloscópio. Com ele podemos ver voltagens em função do tempo em um ou mais pontos
de um circuito.
Inicialmente vamos nos restringir a correntes e voltagens que não variam no tempo, ou
seja, que possuem um valor constante. Elas são classificadas como contı́nuas. Usamos o
termo genérico corrente contı́nua (CC, ou DC) quando nos referimos a voltagens e correntes
que não variam no tempo. Para as voltagens e correntes que variam no tempo damos o
nome genérico de corrente alternada (AC).
Representamos uma fonte de tensão contı́nua pelo sı́mbolo mostrado na Figura 2.5,
onde a seta inclinada indica que a tensão por ela produzida é variável.
2.6 Uso dos equipamentos 29
VB
Figura 2.5: Representação de uma fonte DC cuja tensão pode ser ajustada.
Num circuito elétrico a fonte DC é um elemento polarizado, isto significa que a corrente
sai de seu terminal positivo (B) e entra em seu terminal negativo (A). Se a polaridade não
for respeitada, alguns componentes do circuito podem ser danificados.
Figura 2.6: Diagrama esquemático da fonte de tensão de bancada. Note que o GND é um potencial
”terra”de referencia. A tensão é fornecida como uma diferença de potencial entre os terminais “+”
e “−”.
2.6 Uso dos equipamentos 30
2.6.2 Voltı́metro
Como sabemos, quando duas resistências são ligadas em paralelo, a diferença de poten-
cial em cada resistência é a mesma da associação e a corrente que passa em cada uma das
resistências dependerá do valor da resistência. Sendo a resistência do voltı́metro muito
alta, a corrente passando por ele será pequena e não afetará o funcionamento do circuito.
Esta corrente poderá ser medida pelo galvanômetro e convertida em tensão usando o valor
conhecido da resistência em série (usando a lei de Ohm).
+
V
-
2.6.3 Amperı́metro
Medidas de correntes elétricas podem ser feitas com o uso de amperı́metros. Os primeiros
amperı́metros construı́dos eram aparelhos analógicos e seu funcionamento se baseava em
um instrumento chamado galvanômetro.
Por questões de segurança, quando vamos efetuar uma medida de uma grandeza des-
conhecida, temos que tomar um certo cuidado para não submeter o aparelho a grandezas
cujas intensidades sejam demasiadamente grandes e que podem danificá-lo. Por isso, uma
2.7 Procedimentos Experimentais 32
boa regra é mantermos o aparelho ligado sempre na MAIOR escala possı́vel e irmos dimi-
nuindo o valor da escala até obtermos a medida com menor incerteza possı́vel.
2.6.5 Protoboard
Um dos equipamentos que vamos utilizar durante todo a disciplina será o protoboard. É
nele que ligamos os componentes eletrônicos e os instrumentos de medição. O protobo-
ard contém alguns pontos que são interligados entre si e outros pontos independentes.
Os pontos independentes servem para inserir um componente de um ponto ao outro do
circuito e desta maneira completar a ligação. Veja a Figura 2.10.
V = Ri (2.8)
2.7 Procedimentos Experimentais 33
Vamos montar um circuito formado por um resistor (R1 = 5 kΩ ), uma fonte de tensão, um
amperı́metro e um voltı́metro (com multı́metros digitais).
3. Vamos variar a voltagem fornecida pela fonte, medir a voltagem VAB no resistor
R1 com o voltı́metro e medir a corrente passando pelo circuito com o amperı́metro.
Ajuste a voltagem da fonte para 1 V. Meça os valores de i e VAB e anote-os na Tabela
1.
4. Caso o amperı́metro tivesse sido conectado ao circuito no ponto A, antes do resistor
R1 , a corrente medida teria sido diferente? Por quê?
5. Utilize a fonte regulável (botão giratório) para variar a voltagem no resistor. Escolha
valores de voltagem entre 1 e 2 V. Anote o valor de VAB medido pelo voltı́metro e
o correspondente valor de corrente i medido pelo amperı́metro. Não se esqueça de
anotar também os valores das incertezas de suas medidas. Complete a Tabela 1 com
outros cinco pares de pontos (i, VAB ).
6. Meça o valor da resistência de R1 e sua incerteza usando um multı́metro digital.
7. Faça um gráfico de VAB (eixo y) contra i (eixo x). Determine graficamente (isto é, sem
o uso de computadores) o coeficiente angular da reta que melhor se ajusta aos seus
pontos experimentais, e a partir dele o valor da resistência R1 . Estime também a sua
incerteza σR .
Figura 2.12: (a) Diagrama do circuito montado para medidas com amperı́metro; (b) diagrama do
circuito para medida indireta da corrente, medindo a voltagem em um resistor RA .
já que a soma de todas as tensões num circuito fechado deve ser nula. Dessa mesma forma,
a corrente que atravessa todos os elementos desse circuito deve ser a mesma. Note que
VCA = −VAC , o que depende do ponto de medida do multimetro. Para comprovar esta
suposição vamos realizar o procedimento abaixo.
3. Meça as correntes nos pontos A e B e as voltagens VAB (entre A e B), VBC (entre B e
C) e VAC (entre A e C). Complete as Tabelas 2 e 3 com estes valores e suas respectivas
incertezas.
Se a sua bancada não contar com um amperı́metro, faça a medida indireta da corrente
usando o mesmo método descrito no Procedimento I. Neste caso, anote na Tabela 2 a vol-
tagem medida no resistor de baixa resistência utilizado para este fim. Anote também o
valor medido desta resistência.
2.7 Procedimentos Experimentais 36
Se a sua bancada não contar com um amperı́metro, faça a medida indireta da corrente
usando o mesmo método descrito no Procedimento I. Neste caso, anote na Tabela 4 a vol-
tagem medida no resistor de baixa resistência utilizado para este fim. Anote também o
valor medido desta resistência.
Figura 2.14: Guia de montagem do procedimento 2.7.2. Nesta montagem será medida a corrente no
ponto B. Note que ao inverter o lugar do amperı́metro com o de R1 , medimos a corrente no ponto
A. Da mesma forma, trocando a posição do amperı́metro com R2 , medimos a corrente no ponto C.
2.7 Procedimentos Experimentais 37
3.1 Material
• capacitores de 10 nF e 1 µF;
3.2 Introdução
O objetivo desta aula é estudar o comportamento de capacitores acoplados a circuitos
resistivos em tensão constante. Serão realizadas medidas das constantes de tempo para o
circuito RC (resistor e capacitor em série).
3.3 Capacitores
Sabemos que podemos armazenar energia sob a forma de energia potencial de diversas
formas. Podemos armazenar em uma mola estendida, comprimindo um gás ou elevando
um objeto com uma determinada massa. Uma outra maneira de armazenar energia na
forma de energia potencial é através de um campo elétrico, e isso se faz utilizando um
dispositivo chamado capacitor.
q = CVC . (3.1)
Essa definição pode ser considerada como uma definição estática ou instantânea, rela-
cionando a voltagem no capacitor em um dado momento e o módulo da carga acumulada
em cada uma de suas placas. Como, em geral, medimos voltagens e correntes, podemos
reescrever a equação acima em função da corrente que passa no circuito do capacitor. Basta
lembrarmos que
dq
i= . (3.2)
dt
dVC
i=C . (3.3)
dt
A equação 3.3 mostra que somente teremos corrente no circuito se houver uma variação
da voltagem no capacitor VC . Dito em outros termos, se o capacitor estiver se carregando
ou descarregando teremos corrente circulando. Num circuito elétrico, usamos dois seg-
mentos de reta paralelos, representando duas placas paralelas condutoras, como sı́mbolo
do capacitor (figura 3.1).
3.4 Circuitos RC
Como foi mencionado anteriormente, se conectarmos uma bateria aos terminais de um
capacitor, aparecerá uma corrente elétrica no circuito enquanto a diferença de potencial
aplicada ao capacitor estiver variando no tempo, ou seja, enquanto o capacitor estiver se
carregando (equação 3.3). Isso ocorrerá durante o breve intervalo de tempo em que a
3.4 Circuitos RC 40
bateria estiver sendo conectada. Esse tempo no jargão da eletrônica consiste de um “tran-
siente”. Após o transiente, a voltagem se torna constante e a corrente será nula.
+ B R
VB C
-
Se conectarmos a chave na posição “A”, o capacitor se carregará. Pela lei das tensões de
Kirchhoff, que é equivalente à lei da conservação da energia no circuito, teremos:
VB = VR + VC . (3.4)
Se a chave ficar ligada na posição “A” por um tempo relativamente longo (o signifi-
cado de “relativamente longo” logo ficará claro), ao final desse tempo o capacitor estará
totalmente carregado e teremos VC = VB , VR = 0 V e a corrente cessará de passar. Se nesse
momento passarmos a chave para a posição “B”, haverá um refluxo das cargas acumula-
das no capacitor, a corrente inverterá o sentido e o capacitor se descarregará. Nesse caso,
como não existe bateria ligada no circuito, VB = 0 V e, pela lei das malhas, VR + VC = 0, ou
VR = − VC . A voltagem no capacitor, no caso, variará de VB até zero.
3.4 Circuitos RC 41
onde VC (∞) é a voltagem no capacitor quando o tempo tende a infinito (capacitor comple-
tamente carregado), VC (0) é a voltagem no capacitor no instante t = 0 e τ = RC. No caso
da equação diferencial descrita pela equação 3.5, VC (∞) = VB . Assumindo que a voltagem
nas placas do capacitor é nula em t = 0, encontramos
t
VC (t) = VB 1 − e− τ , (3.7)
onde novamente
τ = RC . (3.8)
A equação 3.7 mostra que o tempo necessário para o capacitor se carregar dependerá do
produto RC. Quanto maior for esse produto, mais longo será esse tempo. O produto RC é
conhecido como constante de tempo do circuito RC e inclui todas as resistências presentes
no mesmo.
Para o estudo da descarga do capacitor temos que resolver a equação diferencial descrita
na equação 3.5, fazendo VB = 0 e assumindo que o capacitor está completamente carregado
no instante inicial t = 0. Encontramos:
t
VC (t) = VB e− τ (3.10)
e
t
VR (t) = −VB e− τ . (3.11)
VC (τ ) = VB e−1 = 0, 37 VB . (3.13)
Isto significa que na descarga τ é o tempo necessário para o capacitor atingir 37% do valor
inicial da voltagem (isto é, em t = 0).
VB t1/2
VC (t1/2 ) = = VB 1 − exp(− ) (3.14)
2 τ
ou
1 t1/2
= exp(− ). (3.15)
2 τ
t1/2 = τ ln 2 . (3.16)
VB t1/2
VC (t1/2 ) = = VB exp(− ) (3.17)
2 τ
ou
t1/2 = τ ln 2, (3.18)
e a equação 3.16 é novamente obtida, mostrando que tanto na carga como na descarga a
constante de tempo pode ser obtida a partir do tempo de meia-vida a partir da equação
t1/2
τ= . (3.19)
ln 2
Figura 3.4: Imagem semelhante à que você deve obter na tela do osciloscópio.
t1/2
V
0,5 V
0,37 V
Figura 3.5: Voltagem no capacitor mostrando, na descarga do capacitor, como medir a constante de
tempo τ e o tempo de meia-vida t1/2 .
1. Monte o circuito da figura 3.6, ele corresponde ao circuito da figura 3.3 com as posições
do capacitor e do resistor trocadas. Com isto podemos fazer medidas simultâneas da
3.5 Procedimentos experimentais 45
Figura 3.7: Imagem semelhante à que você deve obter na tela do osciloscópio.
2. Para obtermos uma curva de VR em função de t com boa resolução, devemos fazê-la
ocupar a maior região possı́vel da tela do osciloscópio. Para isso devemos ajustar os
controles do osciloscópio e do gerador de sinais para que apareça na tela apenas o
intervalo de tempo correspondente à carga do capacitor.
Para tanto você deve efetuar os seguintes passos:
3.5 Procedimentos experimentais 46
Além dos parâmetros do sinal de saı́da, toda fonte de alimentação (como a fonte de tensão
DC ou o gerador de funções) é também caracterizada por uma grandeza chamada im-
pedância interna. Seu significado ficará claro na segunda parte do curso, mas por en-
quanto basta dizermos que trata-se de uma grandeza complexa cujo valor pode variar
com a frequência do sinal produzido, com a parte real correspondendo a um componente
resistivo, enquanto a parte imaginária representa o efeito de componentes capacitivos e
indutivos.
3.5 Procedimentos experimentais 47
Os geradores de função (como este que utilizamos no curso) normalmente tem uma
impedância interna real e independente da frequência, com valor de 50 Ω. Por estas razões
a impedância interna corresponde a uma resistência interna; o gerador de funcões pode
ser representado como um gerador “ideal” em série com uma resistência RG de 50 Ω.
Vamos agora utilizar um circuito RC para medir a resistência interna do gerador, através
da medida de τ . Monte um circuito RC com um resistor com R = 100 Ω e um capacitor
com C = 1 µF . Calcule qual o valor de τ esperado para este circuito, lembrando que
RG = 50 Ω. Para fazer a medida de τ , desejamos que o tempo de aplicação da tensão (isto
é, T /2) seja aproximadamente igual a 3 vezes o valor de τ . Utilize o valor esperado para τ
para calcular a frequência da onda quadrada.
Alimente agora o circuito com uma onda quadrada com amplitude de 4 V (oscilando
entre Vmin = 0 V e Vmax = 8 V) e com a frequência calculada acima. Utilize um dos métodos
descritos acima (no procedimento I ou II) para medir τ e a partir deste valor calcule o valor
de RG , comparando com o valor esperado.
Circuitos RC com corrente alternada
4
4.1 Material
• resistor de 5 kΩ;
4.2 Introdução
Como vimos na aula sobre capacitores, a equação caracterı́stica do capacitor ideal é
dada por
d
i(t) = C VC (t). (4.1)
dt
d π
i(t) = C [V0 sen(ωt)] = ωCV0 cos(ωt) = ωCV0 sen ωt + . (4.2)
dt 2
i0 ≡ ωCV0 . (4.4)
4.3 Circuitos RC 49
Dessa forma, a relação entre as amplitudes de tensão e corrente pode ser escrita como
1
V0 = i0 = XC i0 . (4.5)
ωC
A equação 4.5 é o equivalente da Lei de Ohm para capacitores com correntes alternadas.
A grandeza definida por
1
XC ≡ (4.6)
ωC
tem dimensão de resistência e é chamada de reatância capacitiva; ela desempenha um
papel semelhante à resistência na Lei de Ohm, com a importante diferença de ser inver-
samente proporcional à frequência. Para frequências muito altas o capacitor se comporta
como um curto-circuito (resistência nula), o que significa que sinais de alta frequência pas-
sam pelo capacitor sem serem atenuados. Já para frequências muito baixas o valor da
reatância aumenta e sinais de baixa frequência serão fortemente atenuados. Esta proprie-
dade dos capacitores é utilizada para a construção de filtros de frequência.
A equação 4.3 mostra que em um capacitor ideal, a corrente e a voltagem estão defasa-
das de π/2 radianos: para uma tensão do gerador dada por
VG = V0 sen(ωt) , (4.7)
4.3 Circuitos RC
Para circuitos RC como o mostrado na figura 4.1, a aplicação da lei das tensões de Kir-
chhoff leva a
Como este circuito é composto apenas de componentes lineares, espera-se que a cor-
rente também varie senoidalmente com o tempo e com a mesma frequência de VG (t), tendo
como forma geral
i(t) = i0 sen (ωt + ϕ) , (4.11)
onde ϕ representa a diferença de fase entre a voltagem do gerador e a corrente no circuito.
Derivando a equação 4.10 em relação ao tempo e fazendo uso da equação 4.11, encontra-
4.3 Circuitos RC 50
Figura 4.1: Circuito RC alimentado por uma fonte de tensão senoidal.
mos que
i0
ωV0 cos(ωt) = sen(ωt + ϕ) + ωRi0 cos(ωt + ϕ) . (4.12)
C
Como a equação 4.13 deve valer para qualquer instante de tempo, os coeficientes dos
termos cos(ωt) e sen(ωt) devem ser individualmente nulos, o que significa que duas equações
devem ser satisfeitas simultaneamente:
i0
(Ri0 ) cos ϕ + sen ϕ = V0 , (4.14)
ωC
e
i0
(Ri0 ) sen ϕ − cos ϕ = 0 . (4.15)
ωC
1 XC
tan ϕ = = . (4.16)
ωCR R
Figura 4.2: Variação da diferença de fase entre corrente e tensão em função da frequência angular
em um circuito RC.
pendência de ϕ. Para valores de ω tendendo a zero, a diferença de fase tende a π/2 radi-
anos; já para valores de ω tendendo a infinito, a diferença de fase tende a zero (corrente e
tensão em fase).
Já a equação 4.14 pode ser resolvida utilizando-se as seguintes relações trigonométricas:
tan ϕ
sen ϕ = p , (4.17)
1 + tan2 ϕ
e
1
cos ϕ = p . (4.18)
1 + tan2 ϕ
Após utilizarmos as equações 4.17 e 4.18 na equação 4.14 e utilizarmos a equação 4.15,
obtemos a relação entre as amplitudes de corrente e de tensão do gerador:
V0
q
= R2 + XC2 . (4.19)
i0
Definimos então uma grandeza chamada impedância do circuito RC (Z) como sendo
esta razão entre amplitudes:
V0
q
Z≡ = R2 + XC2 . (4.20)
i0
Note que Z tem dimensão de resistência e, como V0 = Zi0 , num circuito com corrente
alternada a impedância desempenha um papel análogo ao da resistência em circuitos com
corrente contı́nua. Observe também que a impedância do circuito não é simplesmente a
soma de R e XC , mas sim a raiz quadrada da soma dos quadrados de R e XC .
As equações 4.16 e 4.20 nos permitem imaginar uma representação gráfica na qual a
4.3 Circuitos RC 52
Figura 4.3: Representação da impedância Z de um circuito RC como o módulo de um número
complexo Ze = R − jXC .
impedância do circuito RC é representada por dois eixos ortogonais no plano: o eixo ho-
rizontal representa o valor de R enquanto o eixo vertical representa o valor de XC , como
se fossem as duas componentes de um vetor ou as partes real e imaginária de um número
complexo (veja figura 4.3). Nesse caso a impedância Z definida na equação 4.20 representa
o módulo da impedância complexa Ze ≡ R − jXC . Note que se tivéssemos definido Ze
como R + jXC a analogia permaneceria válida, mas a razão para termos escolhido o sinal
negativo para a parte complexa ficará clara abaixo.
√
Note que utilizamos a letra j para representar o valor −1; isso é feito para que não
haja confusão com a corrente no circuito, representada pela letra i.
Essa analogia com grandezas complexas tem uma boa razão para ser feita, pois circuitos
com correntes alternadas podem ser tratados utilizando o formalismo de números comple-
xos. Considere um circuito composto apenas por um gerador e um capacitor; a tensão do
gerador é dada por
VG (t) = V0 sen(ωt) . (4.21)
De acordo com a fórmula de Euler, qualquer número complexo obedece a relação ejθ =
cos θ + j sen θ, e a tensão do gerador pode ser escrita como
h i
VG (t) = Im VeG (t) , (4.22)
Como vimos na seção 4.2, para este circuito com apenas o gerador e o capacitor a cor-
4.3 Circuitos RC 53
A grande vantagem do uso do formalismo de números complexos é que, uma vez que
as grandezas complexas estejam definidas, basta utilizarmos uma relação análoga à Lei de
Ohm para resolvermos o circuito:
Como já temos as expressões para Ve (t) e ei(t), podemos encontrar a impedância com-
plexa para este circuito puramente capacitivo:
A partir das expressões para a amplitude de tensão no circuito RC, podemos expressar a
diferença de fase ϕ e a amplitude de tensão do gerador em termos dessas grandezas. Pela
Lei de Ohm, sabemos que a amplitude de tensão no resistor é dada por
V0R = R i0 , (4.29)
V0C = XC i0 . (4.30)
e
V0R sen ϕ − V0C cos ϕ = 0 . (4.32)
4.4 Procedimentos experimentais 54
Figura 4.4: Circuito a ser utilizado no procedimento I.
E uma simples manipulação algébrica da equação 4.32 nos permite obter uma expressão
alternativa para a diferença de fase:
V0C
tan ϕ = . (4.34)
V0R
1. O circuito será montado com R = 5kΩ e C = 100 nF. Meça com o multı́metro digi-
tal os valores de R e C e em seguida monte o circuito da figura 4.4; ligue os equi-
pamentos e ajuste o gerador para alimentar o circuito com uma tensão senoidal de
frequência próxima de f = 200 Hz. Com o osciloscópio meça o perı́odo e frequência
do sinal com suas respectivas incertezas.
2. Ajuste o gerador para que a amplitude de tensão sobre o resistor (V0R , medida no
canal 2 do osciloscópio) seja próxima a 1,0 V. Lembre-se de utilizar no osciloscópio a
escala que permita a medida com a maior precisão.
4.4 Procedimentos experimentais 55
Figura 4.5: Ilustração da medida da diferença de fase no circuito RC. A linha contı́nua representa
a voltagem da fonte VG e a linha tracejada representa a voltagem no resistor VR . Nessa figura VR
(que é um sinal proporcional à corrente, pois num resistor tensão e corrente estão em fase) está
adiantada em relação a VG , como deve sempre ser num circuito RC.
3. Observe que existe uma diferença de fase ϕ entre os dois sinais, o que fica claro pela
diferença de tempo entre 2 pontos similares em cada forma de onda (veja a figura 4.5).
A diferença de fase pode ser medida a partir da medida dessa diferença temporal ∆t:
escolha 2 pontos similares em cada forma de onda, meça ∆t e sua incerteza. Como
exemplo, na figura 4.5 ∆t é a diferença de tempo entre 2 pontos onde as formas de
onda passam pelo zero. Em seguida calcule a diferença de fase entre a tensão no
resistor VR e a tensão do gerador VG como ϕ = 2πf ∆t; calcule também sua incerteza.
Não se esqueça de utilizar o valor de f medido no item anterior.
5. Meça agora a amplitude de tensão sobre o resistor V0R e sua incerteza. Calcule a
amplitude de corrente no circuito, utilizando a Lei de Ohm: i0 = V0R /R (lembre-se
de utilizar o valor de R medido com o multı́metro). Sem alterar o ajuste do gerador,
meça a amplitude de tensão do gerador (V0G , medida no canal 1 do osciloscópio).
Com os valoresp de V0R e V0G , calcule o valor da amplitude de tensão no capacitor
como: V0C = V0G − V0R2 . Anote todos os valores na primeira linha da Tabela 1.
2
Tabela 1
V0R ±σV0R i0 ± σi0 (A) V0G ± σV0G (V) V0C (V) σV0C (V)
(V)
7. A partir dos dados da Tabela 1, faça um gráfico de V0C vs. i0 e obtenha o valor da
reatância capacitiva XC para a frequência f . Compare com o valor obtido a partir da
diferença de fase e com o valor nominal.
8. Calcule de maneira alternativa, a partir da equação 4.34 e das amplitudes V0R e V0C
da primeira linha da tabela, a diferença de fase ϕ e sua incerteza. Compare o valor
com o valor obtido na questão 3 deste procedimento. Os valores são compatı́veis?
Circuitos RC e filtros de frequência
5
5.1 Material
• resistor de 2,2 kΩ;
• capacitor de 10 nF.
5.2 Introdução
Vimos que a reatância capacitiva depende da frequência: quanto maior a frequência
do sinal que alimenta um capacitor, menor será a resistência que o componente oferecerá
à passagem da corrente. Essa propriedade pode ser utilizada para a confecção de filtros
de frequência que atenuem sinais com certos valores de frequência num dado circuito
elétrico. Os filtros que cortam os sinais com frequências abaixo de um certo valor são
chamados de “filtros passa-alta”, ao passo que aqueles que cortam sinais com frequências
acima de um dado valor chamam-se “filtros passa-baixa”. A combinação dos dois tipos de
filtros pode resultar num outro tipo de filtro (chamado de passa-banda) que deixa passar
somente sinais com frequências próximas de um certo valor, atenuando todos os sinais com
frequências acima e abaixo deste valor; desta forma o filtro define uma banda passante.
Vemos então que V0C e V0R dependem da frequência ω, mas de maneira oposta. No ca-
pacitor, a amplitude V0C → V0 quando a frequência angular ω → 0. Conforme a frequência
aumenta, a razão V0C /V0 vai diminuindo, e no limite em que ω → ∞, V0C → 0.
Vamos analisar um circuito RC em série atuando como um filtro passa-baixa. Para isto
devemos comparar o sinal de entrada, fornecido pelo gerador de funções, com o sinal de
saı́da, extraı́do do capacitor. Isto é feito montando o circuito mostrado na figura 5.1.
Para este circuito apresentado, a amplitude da voltagem no capacitor V0C é dada pela
equação 5.3. A razão entre as amplitudes V0C e V0 será chamada de APB , representando a
razão entre as amplitudes de tensão de entrada e saı́da, e será expressa como:
V0C 1
APB ≡ =p . (5.5)
V0 1 + (ωRC)2
A equação 5.5 mostra que para frequências próximas de zero, a voltagem no capacitor
tem a mesma amplitude que a voltagem do gerador (APB ∼ = 1), ou seja, o sinal não é
5.3 Filtros usando circuitos RC 59
atenuado. Por sua vez, à medida que a frequência cresce, a voltagem no capacitor diminui,
o que significa que esta voltagem apresenta uma atenuação em relação ao sinal do gerador.
Se tomarmos o limite da frequência tendendo a infinito, a amplitude APB tende a zero e
neste caso a voltagem no capacitor é totalmente atenuada. Portanto, somente sinais com
frequências muito baixas não terão suas amplitudes diminuı́das.
Vamos analisar agora um circuito RC em série atuando como um filtro passa-alta. De-
vemos agora comparar o sinal fornecido pelo gerador de funções com o sinal de saı́da
extraı́do do resistor. Isto será feito montando o circuito mostrado na figura 5.2. Ele é ob-
tido a partir do circuito da figura 5.1 simplesmente invertendo as posições do resistor e do
capacitor.
Para este circuito a amplitude da voltagem no resistor V0R será dada pela equação 5.4.
5.3 Filtros usando circuitos RC 60
Definimos a razão entre as amplitudes V0R e V0 como sendo APA , que pode ser expressa na
forma:
V0R ωRC
APA ≡ =p . (5.6)
V0 1 + (ωRC)2
A equação 5.6 mostra que o filtro passa-alta tem uma dependência com ω oposta àquela
observada no caso do filtro passa-baixa. Sinais com frequências baixas são fortemente
atenuados enquanto os sinais com frequências muito altas são transmitidas com pequena
(ou nenhuma) atenuação.
Nas seções anteriores, falamos de frequências “muito altas” e “muito baixas”, mas ao
utilizarmos este tipo de expressão devemos especificar em relação a qual valor é feita a
comparação. É costume definir para estes filtros uma frequência, chamada de frequência
angular de corte, que especifica a faixa de frequências a ser filtrada. Esta frequência (ωc )
é definida como aquela que torna a reatância capacitiva igual à resistência do circuito, ou
seja, o valor de ω que satisfaz a condição XC = R. Usando esta definição encontramos
1
XC = = R, (5.7)
ωc C
o que nos leva a:
1
ωc = . (5.8)
RC
Figura 5.3: Curvas caracterı́sticas dos filtros passa-alta (APA ) e passa-baixa (APB ) construı́dos com
um circuito RC que utiliza R = 1 kΩ e C = 100 nF. VB representa V0R para o filtro passa-altas e V0C
para o passa-baixas. A frequência angular de corte para este caso é ωc = 104 rad/s. Note que o eixo
x está em escala logarı́timica.
O funcionamento de um filtro pode ser descrito por sua curva caracterı́stica, mas também
pode ser representado por uma grandeza chamada função de transferência. Esta é uma
função complexa, definida como a razão entre a tensão (complexa) de saı́da (a voltagem
sobre o resistor ou sobre o capacitor, dependendo do filtro utilizado) e a tensão (complexa)
de entrada (a voltagem do gerador). Como toda grandeza complexa, há informação tanto
em seu módulo (que será simplesmente a razão entre as amplitudes dos sinais) quanto em
sua fase (que será a diferença de fase entre os sinais).
Muitas das vezes estamos mais interessados nas amplitudes do que na diferença de
fase. A partir da função de transferência definimos então a transmitância de um filtro
T (ω) (também chamada de resposta em potência) como sendo o quadrado da razão entre
as amplitudes de saı́da (V0S ) e de entrada (V0E ):
2
V0S (ω)
T (ω) = . (5.11)
V0E (ω)
Grandezas como a transmitância (que é uma razão entre voltagens ao quadrado) são
comumente expressas em termos de decibéis (dB) da seguinte maneira:
Tomemos como exemplo o filtro passa-baixa; este filtro possui transmitância máxima
Tmax = 1 para ω = 0 e cai para zero como 1/(ωRC)2 na medida em que ω → ∞. Na
frequência de corte, ωc = 1/RC, a transmitância cai à metade do máximo.
Este comportamento é mais fácil de ser visualizado em um gráfico que apresenta a trans-
mitância em decibéis (ver equação 5.12) em função do logaritmo de ωRC, chamado dia-
grama de Bode, como o mostrado na figura 5.4. Há três caracterı́sticas a serem observadas
neste diagrama para um filtro passa-baixas:
Diagramas de Bode para filtros passa-alta terão caracterı́sticas semelhantes, mas inver-
sas em relação à frequência de corte. O filtro passa-altas também apresenta transmitância
de −3 dB em ω = ωc . Para ω ωc a transmitância sobe a uma taxa de 20 dB/dec, e para
ω ωc ela é aproximadamente constante com valor TdB = 0 dB (ver figura 5.5).
Neste procedimento vamos montar um filtro passa-alta, realizar medidas para traçar sua
curva caracterı́stica e a partir dela obter o valor da frequência de corte, comparando com
seu valor nominal.
2. Ligue os equipamentos e ajuste o gerador para que ele alimente o circuito com um si-
nal senoidal com uma frequência de cerca de 1500 Hz e amplitude próxima a V0 = 4 V.
Meça a frequência do sinal do gerador, anotando o valor na Tabela 1. Lembre-se que
o valor de frequência mostrado no gerador é apenas uma indicação, para medı́-lo
deve ser utilizado o osciloscópio.
5. Repita este procedimento para as frequências de 4,5 kHz, 6,5 kHz, 8,5 kHz, 12,5 kHz,
16,5 kHz e 24,5 kHz.
6. No retı́culo milimetrado do seu relatório, faça o gráfico dos valores medidos de APA
vs. log(f /Hz) e obtenha o valor da frequência de corte para este filtro. Inclua no
gráfico também uma outra curva para os valores esperados de APA (modelo). Com-
pare os valores experimentais com os valores esperados.
2. Ligue os equipamentos e ajuste o gerador para que ele alimente o circuito com um
sinal senoidal com uma amplitude próxima a V0 = 4 V.
3. Repita o procedimento utilizado com o filtro passa-alta. Para cada frequência suge-
rida abaixo, meça: a frequência da tensão do gerador (f ), a amplitude de tensão no
capacitor (V0C ) e a amplitude de tensão no gerador (V0 ), e anote os valores na Ta-
bela 2. Calcule o valores de log(f ), log(ωRC), de APB experimental e de TdB (eq. 5.12).
Lembre-se que toda a vez que a frequência for alterada deve-se verificar que a am-
plitude de tensão do gerador continua em 4 V, alterando sua tensão de saı́da se ne-
cessário. Valores sugeridos para a frequência: 1,5 kHz, 2,5 kHz, 4,5 kHz, 6,5 kHz, 8,5
kHz, 12,5 kHz, 16,5 kHz e 24,5 kHz
4. No mesmo retı́culo milimetrado onde foi feito o gráfico de APA , faça o gráfico de APB
vs. log(f /Hz) e obtenha o valor da frequência de corte para este filtro. Compare este
valor com seu valor nominal e com o valor obtido para o filtro passa-alta.
6.2 Introdução
O objetivo desta aula é estudar o comportamento de indutores acoplados a circuitos
resistivos com corrente constante e com corrente alternada. Serão realizadas medidas das
constantes de tempo para os circuitos RL (resistor e indutor em série) com CC e medidas
da diferença de fase e da reatância indutiva com AC.
6.3 Indutores
Um indutor é um solenóide ou bobina, construı́do por várias voltas (ou espiras) de fio
de metal condutor enrolado em uma forma que permite a geração de campos magnéticos
axiais. O uso do indutor em circuitos elétricos está baseado na lei de Faraday-Lenz que diz
que quando ocorre uma variação do fluxo magnético Φ através das espiras do solenóide,
aparece uma voltagem induzida nos seus terminais, de modo a se opor a essa variação de
fluxo. Isto é expresso pela equação caracterı́stica do indutor:
dΦ di
VL (t) = =L . (6.1)
dt dt
Nessa equação VL é a voltagem induzida pela taxa de variação do fluxo Φ(t) = Li(t) no
interior do solenóide. Observe que, neste caso, a taxa de variação do fluxo está associada à
taxa de variação da corrente que passa pelo indutor. A constante de proporcionalidade en-
6.4 Circuitos RL com corrente constante 66
Como pode ser verificado a partir da equação caracterı́stica do indutor (equação 6.1), a
voltagem induzida (também chamada de força eletromotriz) somente estará presente no
circuito enquanto a corrente elétrica estiver variando. No caso de correntes alternadas,
como veremos mais adiante, o indutor está sempre atuando como tal. Já no caso de cor-
rentes contı́nuas, a lei de Faraday atuará apenas durante o transiente correspondente ao
tempo que o sistema gasta para entrar em equilı́brio na nova voltagem aplicada. Como os
indutores são fabricados com fios condutores, após esse transiente o efeito da indutância
desaparece e ele se comporta apenas como um condutor ôhmico, em geral com resistência
bastante baixa, correspondendo à resistência do fio condutor com o qual ele é fabricado.
Num circuito elétrico representamos o indutor pelo sı́mbolo mostrado na figura 6.1.
No caso representado na figura 6.2, quando ligamos a chave na posição “A”, a lei das
malhas nos diz que
VB = VR + VL (6.2)
e, utilizando as expressões para a queda de voltagem no resistor e no indutor, obtemos que
di(t)
VB = Ri(t) + L . (6.3)
dt
6.4 Circuitos RL com corrente constante 67
Esta equação diferencial para a corrente é semelhante à equação diferencial que encon-
tramos para a carga q nas placas do capacitor (equação 3.5). Sua solução, assumindo que
para t = 0 a corrente também é igual a zero (i(0) = 0), é dada por:
VB t
i(t) = 1 − e− τ , (6.4)
R
onde
L
τ= , (6.5)
R
o que nos mostra que a evolução da corrente no circuito depende do valor da razão L/R,
que será a constante de tempo do circuito RL.
e
t
VL (t) = VB − VR (t) = VB e− τ . (6.7)
As equações 6.6 e 6.7 nos mostram que para tempos próximos de zero, a voltagem no
resistor é próxima de zero, enquanto no indutor ela tem valor próximo de VB , a voltagem
da fonte. Após um intervalo de tempo muito maior que τ , VL cai a zero e VR se torna igual
a VB . Se nesse momento, a chave da figura 6.2 for comutada para a posição “B”, uma nova
6.5 Indutores com corrente alternada 68
di(t)
0 = R i(t) + L . (6.8)
dt
A condição inicial neste caso passa a ser i(0) = VB /R e a solução da equação diferencial
descrita na equação 6.8 será dada por:
VB − t
i(t) = e τ . (6.9)
R
Como no caso do circuito RC, utilizaremos elementos de circuito com valores de in-
dutância e resistência que levam a tempos de relaxação muito pequenos, da ordem de
milissegundos. Assim, para observarmos a variação da voltagem será necessário chavear
o circuito da posição “A” para a posição “B”, e vice-versa, com uma frequência muito
grande, da ordem de kilohertz. Isso é possı́vel se utilizarmos um gerador de sinais, esco-
lhendo a forma de onda quadrada para simular o chaveamento do circuito.
Note que estamos deixando aberta a possibilidade de haver uma diferença de fase ϕ
entre a corrente e a tensão. Substituiremos então essa expressão para i(t) na equação 6.1,
lembrando que como só temos esses dois elementos no circuito, VL (t) = VG (t):
A equação 6.14 mostra que ϕ = ± π/2, enquanto que a equação 6.15 indica que ϕ deve
ter o valor − π/2, uma vez que V0 , L, i0 e ω são todas grandezas positivas. Portanto a
corrente num indutor ideal é dada por
com
V0
i0 = . (6.17)
ωL
A partir da equção 6.17 obtemos que a relação entre as amplitudes de tensão e corrente
pode ser escrita como
V0 = ωL i0 = XL i0 . (6.18)
A equação 6.18 é o equivalente da Lei de Ohm para indutores com correntes alternadas.
A grandeza chamada de reatância indutiva é definida por
XL ≡ ωL, (6.19)
Vamos agora aplicar o formalismo de números complexos a este mesmo circuito, com-
6.6 Circuitos RL com corrente alternada 70
de maneira que a tensão que tem sentido fı́sico (ou seja, a grandeza que pode ser medida)
VG (t) pode ser obtida como h i
VG (t) = Im VeG (t) . (6.21)
com i0 = V0 /(ωL). Como no caso da voltagem, podemos definir uma grandeza complexa
associada à corrente. Essa corrente complexa é
Assim como vimos no caso dos circuitos capacitivos, este formalismo de números com-
plexos nos permite escrever uma relação análoga à Lei de Ohm, mas para circuitos alimen-
tados com correntes alternadas:
VeG (t) = Ze ei(t) , (6.25)
onde Ze é a impedância complexa. Como já temos as expressões para Ve (t) e ei(t), podemos
encontrar Ze para este circuito puramente indutivo:
Figura 6.3: Circuito RL com gerador de sinal senoidal.
Como o circuito possui apenas componentes lineares, quando é alimentado por uma
tensão VG (t) = V0 sen(ωt), esperamos que a corrente tenha como forma mais geral
Mas a equação 6.30 pode ser reescrita após aplicarmos identidades trigonométricas sim-
ples, e obtemos
h i h i
sen(ωt) Ri0 cosϕ − ωLi0 senϕ − V0 + cos(ωt) ωLi0 cosϕ + Ri0 senϕ = 0. (6.31)
Para que a equação seja satisfeita, é necessário que os coeficientes dos termos em sen(ωt)
e cos(ωt) sejam nulos, o que nos leva a duas igualdades:
e
(ωLi0 ) cos ϕ + (Ri0 ) sen ϕ = 0 . (6.33)
Resolvendo a equação 6.33, obtemos que a diferença de fase entre a corrente e a volta-
gem é dada por
ωL XL
tan ϕ = − =− . (6.34)
R R
A figura 6.4 mostra a variação da diferença de fase com a frequência angular para um
certo par de valores R e L. Pode-se observar que ϕ pode assumir valores entre − π/2
(frequências mais altas) e 0 (frequências mais baixas), mostrando que num circuito RL a
corrente sempre está atrasada em relação à tensão da fonte.
6.6 Circuitos RL com corrente alternada 72
Figura 6.4: Variação da diferença de fase entre corrente e tensão com a frequência angular, para um
circuito RL com R = 10 Ω e L = 10 mH.
Já a equação 6.32 pode ser simplificada escrevendo sen ϕ e cos ϕ em função de tan ϕ
utilizando as relações
tan ϕ
sen ϕ = p , (6.35)
1 + tan2 ϕ
e
1
cos ϕ = p . (6.36)
1 + tan2 ϕ
V0 p 2
= R + XL 2 . (6.37)
i0
Esta razão entre as amplitudes de tensão e de corrente é o que definimos como a im-
pedância do circuito RL:
V0
q
Z≡ = R2 + XL2 . (6.38)
i0
Isso sugere que postulemos a existência de uma impedância complexa, com a parte real
igual à resistência e a parte imaginária igual à reatância indutiva (veja a figura 6.5):
Ze = R + jXL . (6.39)
6.7 Procedimentos experimentais 73
Figura 6.5: Componentes real e imaginária da impedância complexa Z.
e
As equações 6.34 e 6.38 nos permitem obter uma relação entre as amplitudes de tensão
nos três componentes do circuito (gerador, resistor e indutor)
e uma forma alternativa para calcular a diferença de fase a partir das amplitudes de tensão:
V0L
tan ϕ = − . (6.41)
V0R
2. Faça a medida de t1/2 e τ para o circuito RL montado usando o mesmo método dos
circuitos RC, ou seja, através da medida do tempo necessário para a tensão no indu-
tor, VL , cair à metade e a 37% de seu valor inicial, respectivamente. Anote os valores
obtidos com suas incertezas.
3. A partir do valor medido de t1/2 e usando a expressão 3.19, calcule o valor de τ com
sua incerteza. Compare com o valor obtido através da medida direta da constante de
tempo.
6.7 Procedimentos experimentais 74
Figura 6.6: Montagem a ser realizada para medidas da constante de tempo do circuito RL. Observe
que o sinal da fonte de tensão, VB , será visualizado no canal 1 do osciloscópio e o sinal da tensão
no indutor, VL , será visualizado no canal 2.
1. Utilizando o mesmo circuito utilizado para o Procedimento I, figura 6.6, ajuste nova-
mente o osciloscópio para apresentar na tela uma imagem semelhante à que é mos-
trada na figura 3.8.
2. Utilize um dos métodos de medida, gratı́cula ou cursor, para medir sete pares de
valores de t e VL . Anote os valores obtidos em uma tabela, com suas respectivas
incertezas. Anote também os valores das escalas de tempo e voltagem utilizadas nas
medidas. Meça os valores de R e L usando um multı́metro.
4. Faça o gráfico de ln(VL /Volt) versus t e obtenha o valor de τ fazendo um ajuste linear.
Os valores de VL são divididos por 1 volt para que o argumento do logaritmo seja
uma grandeza adimensional.
5. Compare o valor medido da constante de tempo com seu valor nominal, dado pela
equação 6.5.
6.7 Procedimentos experimentais 75
Vamos caracterizar um circuito RL, verificando a diferença de fase entre a corrente que flui
no circuito e a tensão aplicada pelo gerador. Poderemos então calcular a reatância indutiva
para a frequência escolhida e comparar com seu valor esperado.
2. Ajuste o gerador para que ele alimente o circuito com uma tensão senoidal com
frequência próxima a f = 500 Hz e uma amplitude próxima a 4 V. Com o osciloscópio
meça a frequência do sinal com sua respectiva incerteza.
3. Observe que existe uma diferença de fase ϕ entre o sinal do canal 1 (tensão do ge-
rador) e o sinal do canal 2 (tensão sobre o resistor). Utilizando o mesmo método
empregado no circuito RC, meça a diferença de fase entre a corrente e a tensão do
gerador, com sua incerteza. Não esqueça de utilizar o valor de f medido no item
anterior.
• resistor de 270 Ω;
• potenciômetro.
7.2 Introdução
Nos experimentos anteriores estudamos o comportamento da voltagem em circuitos RC
e RL quando alimentados por uma voltagem constante que muda subitamente de valor.
Vimos que o capacitor e o indutor possuem comportamentos opostos quando um transi-
ente positivo de tensão é aplicado. A voltagem no capacitor (inicialmente descarregado) é
zero e vai aumentando à medida que o tempo passa, enquanto que a voltagem no indu-
tor começa com o valor máximo e vai caindo à medida que o tempo passa. A taxa com
que a voltagem (ou a corrente) varia em cada circuito depende de sua constante de tempo
caracterı́stica.
O que vamos estudar agora é o que se passa quando colocamos um resistor, um capaci-
tor e um indutor em série em um circuito, como o mostrado na figura 7.1 a seguir.
No instante que viramos a chave para a posição “A”, uma voltagem VB é aplicada ao
circuito e quando a chave vai para a posição “B”, a fonte é desconectada. Neste caso, as
cargas se movem usando a energia que foi armazenada no indutor e no capacitor, quando
a fonte estava ligada.
7.2 Introdução 77
Quando a chave é colocada na posição “A”, pela lei das malhas temos que:
di q
VB = L + Ri + . (7.1)
dt C
d2 q dq q
L + R + = VB . (7.2)
dt2 dt C
Como se trata de uma equação diferencial não-homogênea, sua solução geral será a
soma da solução geral qh (t) da equação homogênea associada, com uma solução particular
qp (t) da equação completa:
q(t) = q h (t) + q p (t) . (7.3)
A solução particular da equação 7.2 é q p = aVB , que ao ser substituı́da na equação 7.2
leva a a = C, ou seja:
q p (t) = CVB . (7.4)
d2 q dq q
L + R + = 0. (7.5)
dt2 dt C
Para encontrarmos a solução desta equação diferencial, observemos que ela envolve
funções cujas derivadas primeira e segunda são proporcionais a elas mesmas. As funções
que satisfazem a essas condições são a função exponencial e as funções seno e cosseno.
Como podemos representar as funções seno e cosseno por exponenciais complexas, vamos
supor uma solução geral do tipo:
q h (t) = b ert , (7.6)
7.2 Introdução 78
dq h
= r q h (t) (7.7)
dt
e
d2 q h
= r2 q h (t) . (7.8)
dt2
Assim, para que a equação diferencial descrita na equação 7.5 seja satisfeita devemos
ter
r2 + 2αr + ω02 = 0, (7.9)
onde definimos os parâmetros
R
α≡ (7.10)
2L
e
1
ω0 ≡ √ . (7.11)
LC
e q
r2 = −α + α2 − ω02 . (7.13)
Para o caso sub-crı́tico podemos escrever a solução geral da equação 7.2 como:
0 0
q(t) = CVB + e−αt (c1 ejω t + c2 e−jω t ), (7.14)
7.2 Introdução 79
√
com j = −1 e q
ω0 = ω02 − α2 . (7.15)
A equação 7.16 nos mostra que a carga no capacitor é composta de duas partes. Uma
parte é oscilante, chamada de transiente, cuja frequência f 0 = ω 0 /2π tem um valor próximo
do valor da frequência de ressonância, modulada por uma função exponencial decrescente,
que tende a zero. A outra parte é fixa, que é a carga que o capacitor terá após cessado o
efeito do transiente.
Como no caso dos circuitos RC e RL, para observarmos as oscilações no regime sub-
crı́tico devemos usar um gerador de sinais, que ao invés de gerar uma voltagem no circuito
variando de V = 0 a V = VB , como assumimos em toda a discussão do problema, gera uma
onda quadrada com amplitude variando de − V0 a + V0 . O efeito dessa mudança altera a
condição inicial do problema. A nova condição inicial para a carga do capacitor quando
o circuito é chaveado para a posição “B” passa a ser q(0) = − CV0 e não “zero”, como
assumimos na discussão anterior. Isto faz com que a solução descrita pelas equações 7.14
e 7.15 seja modificada para:
e
VC (t) = V0 [1 − 2e−αt cos(ω 0 t)]. (7.19)
Na figura 7.2 mostramos uma imagem aproximada do que deve ser visto na tela do
osciloscópio quando utilizamos uma onda quadrada alimentando um circuito RLC. Per-
cebemos por essa figura que a voltagem oscilante corresponde aos máximos e mı́nimos
das oscilações em torno da voltagem do gerador de sinais. Esta figura mostra um aspecto
muito interessante, próprio de circuitos RLC operando em regime sub-crı́tico. à medida
que o capacitor se descarrega, parte de sua energia é transferida para o indutor e parte é
dissipada pelo resistor. Depois que o capacitor é completamente descarregado, o indutor
descarrega a energia armazenada no ciclo anterior, carregando novamente o capacitor e
dissipando parte dessa energia através do resistor. Dessa forma, temos uma transferência
7.2 Introdução 80
Figura 7.2: Figura aproximada que deve ser obtida na tela do osciloscópio para um circuito RLC
operando em regime sub-crı́tico com os valores de R, L, C indicados na mesma.
periódica de energia entre o capacitor e o indutor, que é amortecida pelo resistor. Durante
um certo tempo a carga do capacitor mostra um comportamento oscilante que decai ex-
ponencialmente. Após esse tempo, o circuito sai do regime transitório e entra no regime
permanente, com o capacitor carregado com o valor máximo de carga.
A parcela da carga total que oscila no tempo, nos pontos de máximo ou mı́nimo da
função “cosseno”, é dada em módulo por:
onde q0 = 2CV0 e os instantes de tempo tn são aqueles que fazem cos(ω 0 tn ) = ±1, ou seja:
T0
tn = n (n = 0, 1, 2, 3, . . .), (7.21)
2
com
2π
T0 = . (7.22)
ω0
Note que T 0 é o perı́odo das oscilações da voltagem no capacitor. Assim, para os instan-
tes de tempo tn , podemos escrever:
Quanto maior o fator Q, menor a perda fracionária de energia por ciclo. Para o circuito
RLC em série pode ser mostrado que:
L
Q = ω0 (7.25)
R
ou, escrevendo de outra forma,
1
Qα = ω0 (7.26)
2α
e portanto ω’ também pode ser definido em função deste fator:
r
1
q
0
ω = ω02 − α2 = ω0 1 − . (7.27)
4Q2
Se o fator de mérito Q > 1/2 (regime sub-crı́tico) o circuito oscila com a frequência
natural de oscilação ω’. Note que ω’ é sempre menor que a frequência ω0 . As oscilações
são amortecidas exponencialmente com a constante de tempo τ ≡ 1/α.
Se o fator de mérito Q < 1/2 (regime super-crı́tico) então ω’ é imaginário, e não há
oscilações.
A figura 7.4 mostra as voltagens sobre o resistor, capacitor e indutor nos três regimes
7.3 Procedimentos experimentais 82
Figura 7.4: Transientes no circuito RLC em série para os casos de amortecimento sub-crı́tico (es-
querda), amortecimento crı́tico (direita, Q = 0, 5) e super-crı́tico (direita Q = 0, 3). pp é a voltagem
pico a pico da onda quadrada.
Tabela 1
tn ± σtn |VC (tn )| ± σ|VC (tn )| (V) ln(|VC (tn )| /1V ) σln(|VC (tn )|)
• α e ∆V da equação 7.23;
• número de oscilações N dentro de um intervalor τ = 1/α e o fator de mérito Q
(equações 7.24, 7.25, 7.26 e 7.28).
7.3 Procedimentos experimentais 84
Figura 7.6: Circuito RLC com um potenciômetro a ser montado no Procedimento II.
3. Ajuste o potenciômetro de modo que ele tenha resistência nula. Descreva o que acon-
tece com a voltagem no capacitor. O amortecimento persiste? Neste caso não deveria
haver amortecimento e o circuito deveria ser um oscilador hamônico simples. Expli-
que porque isto não ocorre.
Circuitos RLC com corrente alternada: ressonância e
8
filtros passa-banda e rejeita-banda
8.1 Material
• resistores de 560 Ω e 2,2 kΩ;
8.2 Introdução
A ressonância é um fenômeno caracterı́stico de sistemas oscilatórios sujeitos a uma
perturbação periódica. Quando a frequência desta perturbação se aproxima de uma das
frequências preferenciais de oscilação do sistema, observa-se um significativo aumento da
amplitude de oscilação. As frequências para as quais observa-se este aumento na resposta
do sistema são chamadas de frequências de ressonância. Se uma perturbação excita o sis-
tema numa destas frequências, mesmo forças de baixa intensidade são capazes de produzir
oscilações de grande amplitude.
di(t)
VL (t) = L , (8.2)
dt
q(t)
VC (t) = , (8.3)
C
e
VR (t) = R i(t). (8.4)
esperamos que a corrente no circuito seja também uma função senoidal que oscila na
frequência angular ω, tendo como forma geral
• substituir a expressão para i(t) nas equações 8.2, 8.3 e 8.4, e então na equação 8.1, e
resolver a equação diferencial resultante;
• usar o formalismo de números complexos, determinando a impedância do circuito.
8.3 Circuitos RLC em série 87
isto é, ela é a parte imaginária de uma tensão complexa dada por
A corrente i(t) também pode ser escrita como a parte imaginária de uma grandeza com-
plexa: h i
i(t) = Im i(t) ,
e (8.9)
com
ei(t) = i0 ej(ωt+ϕ) . (8.10)
1
Ze = ZeR + ZeC + ZeL = R + j(XL − XC ) = R + j(ωL − ). (8.12)
ωC
Como a corrente i(t) é a parte imaginária de ei(t) (equação 8.9), temos que:
V0
i0 = , (8.16)
Z
e
ϕ = −θ. (8.17)
Ou seja,
V0
i0 = p , (8.18)
R + (XL − XC )2
2
e
(XL − XC ) (XC − XL )
tan ϕ = − = . (8.19)
R R
A equação 8.19 nos dá a diferença de fase entre a voltagem do gerador e a corrente no
circuito.
O fato novo introduzido pelo circuito RLC é que a impedância terá um comportamento
diferente dependendo da frequência:
√
• para baixas frequências (ω < 1/ LC), teremos XC > XL , o circuito terá caracterı́stica
predominantemente capacitiva;
√
• para altas frequências (ω > 1/ LC), teremos XC < XL , e o circuito terá caracterı́sticas
indutivas;
1
ωR = √ . (8.20)
LC
Sabemos que a amplitude da voltagem no resistor está em fase com a corrente. Isto
significa que medir VR (t) é observar o comportamento da corrente no circuito. Assim, para
este circuito temos:
RωC
V0R = s V0 , (8.22)
2 2
ω
(RωC)2 + 1 − 2
ωR
8.3 Circuitos RLC em série 89
e
1 ω2
tan ϕ = 1− 2 . (8.23)
RωC ωR
A potência elétrica transmitida num circuito (isto é, a energia transmitida por unidade de
tempo) é dada por P = V i. No caso de tensões e correntes constantes, este é o número que
nos interessa. Mas no caso de circuitos alimentados por tensões alternadas, teremos P (t) =
V (t) i(t) e a potência será um função que oscila (rapidamente, na maioria das vezes) em
função do tempo. Ao calcular P (t0 ) para um dado instante de tempo teremos a potência
instantânea, que não traz informação sobre o comportamento periódico do sistema.
8.3 Circuitos RLC em série 90
Figura 8.3: Comportamento esperado para a diferença de fase φ em função da frequência angular
do sinal do gerador, para o mesmo circuito da figura 8.2.
É muito mais instrutivo calcular a potência média trasmitida num ciclo de oscilação
hP i. Para tensões e correntes senoidais que oscilam com frequência angular ω, a potência
média transmitida do gerador para o circuito é função de ω e pode ser escrita como
onde Vef e ief são, respectivamente, a tensão eficaz do gerador e a corrente eficaz no circuito,
enquanto ϕ é diferença de fase entre a corrente e a tensão no gerador.
Num circuito RLC, esta potência transmitida pelo gerador deve ser igual à potência
dissipada no resistor (através do efeito Joule), já que não há dissipação no capacitor e no
indutor (se desprezarmos a resistência interna deste último). A potência dissipada pode
ser escrita como V 2 (V )2
ef R 0R
hPR i(ω) = R i2ef = R = , (8.25)
R 2R
onde utilizamos a expressão para a tensão eficaz no resistor
V0R
Vef R = √ . (8.26)
2
A expressão para hPR i(ω) pode ser escrita em função da resistência R e das reatâncias
capacitiva XC e indutiva XL :
R Vef2 1 R V02
hPR i(ω) = R i2ef = = . (8.27)
2
R + (XL − XC )2 2
1 2
R2 + ωL −
ωC
8.3 Circuitos RLC em série 91
É fácil verificar que o gráfico de hPR i(ω), mostrado na figura 8.4, apresenta um máximo
em ω = ωR , ao reescrever esta última expressão em termos da frequência de ressonância:
1 R V02 ω 2
hPR i(ω) = . (8.28)
2 ω 2 R2 + L2 (ω 2 − ωR2 )2
Figura 8.4: Potência média transferida por um gerador de Vef = 1 V para um circuito RLC com
diferentes valores de R.
Z(ωR ) = R; (8.29)
X(ωR ) = 0; (8.30)
V0R
i0 (ωR ) = ; (8.31)
R
• a potência transferida ao circuito é máxima e dada por
V02
hPR imax = . (8.32)
2R
8.3 Circuitos RLC em série 92
A figura 8.5 mostra dois filtros ressonantes em série com as suas respectivas curvas de
transmitância.
Figura 8.5: Curvas de transmitância para circuitos RLC: (a) transmitância quando a saı́da é tomada
no resistor; (b) transmitância quando a saı́da é tomada no capacitor.
Quando a saı́da é no resistor (figura 8.5a) temos um filtro passa-banda. Longe da res-
sonância a transmitância cai a uma taxa de 20 dB por década. Quando a saı́da é no capaci-
tor temos um filtro passa-baixas. Este filtro rejeita as altas frequências melhor que o filtro
RC passa-baixa. Para uma melhor comparação entre os filtros passa-baixas RLC e o RC,
na linha tracejada da curva inferior da figura 8.5 representamos também a transmitância
de um filtro RC com a mesma frequência de corte. No filtro RLC a transmitância cai com
o logaritmo da frequência a uma taxa de −40 dB/dec, enquanto que no RC a queda é de
−20 dB/dec.
8.4 Circuitos RLC em paralelo 93
Um circuito RLC em paralelo está representado na figura 8.6. Para este circuito a im-
pedância complexa da associação LC em paralelo é:
ωL
ZeLC = j( ), (8.35)
1 − ω 2 LC
onde ω é a frequência angular do gerador. A impedância complexa total do circuito resso-
nante RLC paralelo é
L/C ωL
Ze = R + =R+j , (8.36)
1 1 − ω 2 LC
jωL +
jωC
ωL
tan θ = . (8.38)
R(1 − ω 2 LC)
8.4 Circuitos RLC em paralelo 94
1 R V02
hPR i(ω) = Vef ief cos ϕ = R i2ef = i2 . (8.39)
2 2
h ωL
R +
1 − ω 2 LC
1
ωR = √ . (8.40)
LC
V02
hPR imax = . (8.42)
2R
Figura 8.7: Potência normalizada para diferentes valores de Q em um circuito RLC em paralelo.
1
Qparalelo = . (8.45)
Qsérie
A figura 8.7 mostra o gráfico da potência média normalizada em função de ω, para dife-
rentes valores de Q. A partir desse gráfico fica claro que o circuito RLC em paralelo (com
voltagem de saı́da no resistor) corresponde a um filtro rejeita-banda: a potência de saı́da
tem um valor constante para todos os valores de frequência, exceto para valores próximos
de ωR , faixa na qual a potência transmitida decai rapidamente, indo a zero quando ω = ωR .
Vimos que a ressonância ocorre quando as reatâncias capacitiva e indutiva se anulam mu-
tuamente (XC = XL ). Nesta situação, para o circuito em série, a impedância do circuito
é mı́nima e a amplitude de corrente atinge seu valor máximo. Dessa forma, variamos a
frequência do gerador e observamos no osciloscópio para qual valor da mesma a ampli-
tude V0R é máxima (V0R = V0 ). Esse valor de f será a frequência de ressonância do circuito.
Com relação à diferença de fase, vimos que no caso de um circuito capacitivo (RC), a
corrente se adianta em relação à voltagem, enquanto que para um circuito indutivo (RL)
ela se atrasa; já circuitos puramente resistivos não apresentam diferença de fase alguma.
Quando o circuito RLC possui caracterı́sticas capacitivas, XC é maior que XL , enquanto
o contrário ocorre quando o circuito tem caracterı́sticas indutivas. A ressonância ocorre
quando XC = XL , e a diferença de fase ϕR é nula.
8.5 Procedimentos experimentais 96
2π∆t
ϕ= = 2πf ∆t, (8.46)
T
onde T e f são o perı́odo e a frequência do sinal do gerador, respectivamente, e ∆t é o
deslocamento relativo entre os sinais i(t) − proporcional a VR (t) − e V (t). Na figura acima,
∆t é o atraso temporal (diferença de tempo) entre dois máximos.
1. Com o auxı́lio do osciloscópio, ajuste a tensão de saı́da do gerador para uma onda
senoidal com amplitude V0 = 4,0 V e frequência f = 9 kHz.
2. Monte o circuito da figura 1 com R = 560 Ω, C = 5,6 nF e L = 23,2 mH. Meça e anote
os valores de R, L e C utilizados, com suas respectivas incertezas.
Tabela 1
f (Hz) V0R ± σV0R ∆t ± σ∆t
(V) (µs)
5. Para cada linha de dados da tabela 1, calcule os valores de potência média hPR i pela
equação 8.25 e coloque-os na tabela 2. Repita a coluna com os valores de frequencia.
6. Calcule os valores teóricos para a potência média hPR i empregando a equação 8.27
para os três pontos indicados na tabela 2. Utilize para isto os valores medidos de f
pelo osciloscópio, e de C e L medidos pelo multı́metro.
Tabela 2
f (Hz) log [ω/(rad /s)] PR ± σPR (mW) PR (mW) Discr. (%)
experimental equação 8.27
- -
- -
- -
- -
- -
- -
- -
- -
8. A partir dos dados da tabela 2 trace a curva da potência média (dados experimentais)
dissipada no resistor em função do logaritmo da frequência angular ω.
10. Compare os resultados obtidos no item 8 com os valores nominais esperados, considerando-
se os valores de R, L e C usados. Escreva seus resultados na tabela 3.
Tabela 3
Parâmetro Experimental Modelo Discrepância
ωR
∆ωsérie
Q
hPR imax
8.5 Procedimentos experimentais 99
Tabela 4
f (Hz) log(f /Hz) ϕ ± σϕ ϕN
(rad) (rad)
12. Lembre-se que no resistor a corrente está em fase com a voltagem e que para frequências
abaixo da ressonância, 0 < ϕ < +π/2 e para frequências acima da ressonância
−π/2 < ϕ < 0. Todos os resultados experimentais devem ser apresentados com
suas respectivas incertezas.
13. Faça o gráfico da diferença de fase ϕ versus log(f /Hz). Obtenha do gráfico traçado a
frequência de ressonância fR .
1. Com o auxı́lio do osciloscópio, ajuste a tensão de saı́da do gerador para uma onda
senoidal com amplitude V0 = 4 V e frequência f = 1 kHz.
3. Faça uma varredura rápida em frequência abrangendo a faixa entre 5 e 30 kHz, e pela
observação da voltagem no resistor (canal 2 do osciloscópio) determine a frequência
de ressonância para este circuito.
4. Faça um esboço da curva da voltagem no resistor (V0R ) em função da frequência para
este circuito. Para isto faça medidas rápidas de V0R para alguns valores de frequência,
tendo o cuidado de tomar pontos ao redor da ressonância medida no item anterior.
Figura 8.9: Figura de Lissajous (elipse) resultante da composição de 2 sinais senoidais defasados.
e
R
Vy = V0 sen(ωt + ϕ). (8.48)
Z
Para ϕ = 0, a equação 8.49 se reduz à equação de uma reta, com uma inclinação dada
por R/Z:
R
Vy = Vx . (8.50)
Z
Para ϕ = ±π/2, a equação 8.49 se reduz à equação de uma elipse com os eixos maior e
menor ao longo dos eixos x e y, respectivamente:
2 2
ZVy Vx
+ = 1. (8.51)
RV0 V0
Na figura 8.10 mostramos também 2 parâmetros (a e b) que podem ser utilizados para
medir a diferença de fase usando a figura de Lissajous. Usando a equação 8.49, observamos
que quando Vx = V0 temos b = V0 e quando Vy = 0 temos a = V0 |sen(ϕ)|. Assim, podemos
determinar o módulo da diferença de fase entre a voltagem do gerador e a corrente pela
expressão:
a
|sen(ϕ)| = , (8.52)
b
onde a e b são parâmetros representados na figura 8.10. Para a situação mostrada, temos
|sen(ϕ)| = 3, 5/5 = 0, 7 ⇒ ϕ = 0, 8 rad.
1. Com o auxı́lio do osciloscópio, ajuste a tensão de saı́da do gerador para uma onda
senoidal com amplitude V0 = 4 V e frequência f = 1 kHz.
2. Monte o circuito RC em série da figura 8.1 com R = 560 Ω, C = 5, 6 nF e L = 23, 2
mH.
3. Utilizando o método da figura de Lissajous identifique a condição de ressonância do
circuito. No modo de operação X-Y, varie a frequência até que a elipse na tela do os-
ciloscópio se transforme numa reta. A partir dessa condição determine a frequência
de ressonância fR e sua respectiva incerteza.
8.5 Procedimentos experimentais 102
RELATÓRIOS
Relatório: Experimento 1
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
V0 = ( ± )
Escala vertical:
2
T0 = ( ± )
Escala horizontal:
A partir do perı́odo calcule a frequência e sua incerteza. Esse valor é compatı́vel ao
mostrado pelo gerador?
Q4 (1,0 ponto) Pressione o botão que habilita a exibição do Menu de “trigger”. Au-
mente o nı́vel do “trigger” até ele ficar acima do patamar superior da onda quadrada.
O que ocorre? Explique. O que ocorreria se o nı́vel do “trigger” ficasse abaixo do pa-
tamar inferior?
Retorne o nı́vel do “trigger” até o valor médio da forma de onda para prosseguir
com as medidas.
Tabela 1
1,0 V/DIV
5,0 V/DIV
Altere as escalas de tempo para 0.1 ms e 0.5 ms por divisão e apresente os valores do
perı́odo e da incerteza relativa na tabela 2.
3
Tabela 2
0,1 ms/DIV
0,5 ms/DIV
Tabela 3
Grandeza Valor ± σ
V0
Vpp
Lpos
4
Tabela 4
Tipo Tempo
Tabela 5
Tipo Amplitude
Cursor 1 Cursor 2 ∆V
Q10 (1,0 ponto) O que ocorre com a forma de onda (a qual foi adicionado um valor
constante) quando escolhemos a opção “CA” para o acoplamento do canal? Explique.
Q12 Selecione agora o sinal do canal 1 como o sinal do “trigger”. Novamente varie o
valor do nı́vel do “trigger”, sem no entanto levá-lo acima (abaixo) do valor máximo
(mı́nimo) da onda senoidal. Desta vez as formas de onda se deslocam horizontal-
mente na tela? Explique.
Relatório: Experimento 2
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
Q2 (1,5 pontos) Ajuste a voltagem de saı́da da fonte para 1 V. Varie o valor da tensão
entre 1 a 2 V para tomar seis pares de pontos (i,VAB ) e suas incertezas. Complete a
Tabela 1 com seus dados. Se usou a montagem da Figura 2.12 (a), complete apenas
as duas colunas da direita; se usou a montagem da Figura 2.12 (b), complete todas
as colunas, além do valor medido de Ramp . Meça também o valor de R1 usando um
multı́metro digital.
2
Tabela 1
Ramp = ( ± )
R1(multı́metro) = ( ± )
a=( ± ) b=( ± )
R1(gráfico) = ( ± )
3
4
Q4 (1,5 pontos) Meça as correntes nos pontos A e B e as voltagens VAB , VBC e VAC .
Complete as Tabelas 2 e 3 com estes valores e suas respectivas incertezas. A coluna
Vamp na Tabela 2 só deve ser preenchida se a medida da corrente foi feita indireta-
mente, medindo a diferença de potencial em um resistor de 10 Ω. Neste caso, anote
o valor medido da resistência utilizada.
Tabela 2
Tabela 3
AB
BC
AC
Q5 (0,5 ponto) A partir de suas medidas, o que podemos dizer sobre as correntes
e voltagens nos elementos de uma associação em série de resistores? A corrente é
maior ou menor que na situação com apenas 1 resistor do Procedimento I?
5
Q6 (1,0 ponto) A partir dos valores medidos da corrente total que atravessa o cir-
cuito e a tensão aplicada, utilize a lei de Ohm para obter a resistência equivalente do
circuito.
Tabela 4
Tabela 5
AC
BC
DE
Q8 (0,5 ponto) A partir de suas medidas, o que podemos dizer sobre as correntes e
voltagens nos elementos de uma associação em paralelo de resistores?
Q9 (1,0 ponto) A partir dos valores medidos da corrente total que atravessa o circuito
e a voltagem aplicada, utilize a lei de Ohm para obter a resistência equivalente do
circuito.
7
Relatório: Experimento 3
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
Procedimento I
Q1 (1,0 ponto) Apresente os valores experimentais encontrados para τ e t1/2 do cir-
cuito RC, com suas respectivas incertezas:
τ =( ± )
t1/2 = ( ± )
τ =( ± )
Expressão para στ =
Q3 (0,5 ponto) Compare os valores que obteve para a constante de tempo τ , através
da medida direta de seu valor e através da medida de t1/2 .
2
Procedimento II
Q4 (1,0 ponto) Com o auxı́lio de um multı́metro meça os valores de R e C. Calcule o
valor nominal de τ , isto é, o valor calculado a partir dos valores medidos de R e C.
Indique também a expressão utilizada para calcular a incerteza.
R=( ± ) C=( ± )
τ =( ± ) Expressão para στ =
Tabela 1
N t ± σt (µs) VR ± σV (V)
τ =( ± )
Tabela 2
Q1
Q2
Q4 −
Q6
4
Procedimento III
Q8 (1,0 ponto) Anote os valores medidos de R e C usados para montar o circuito.
Calcule o valor de τ esperado para o circuito RC montado e sua incerteza, lembrando
que RG = 50 Ω. Utilize este valor para calcular a frequência da onda quadrada a ser
utilizada.
R=( ± ) C=( ± )
τesperado = ( ± )
f=
5
Q9 (1,5 ponto) Utilize um dos métodos utilizados acima (no procedimento I ou II)
para medir τ e a partir deste valor calcule o valor de RG , comparando com o valor
esperado.
τmedido = ( ± )
RG = ( ± )
Relatório: Experimento 4
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
R=( ± ) C=( ± )
Q2 (1,5 ponto) Anote os valores medidos para o perı́odo, a frequência e para o atraso
temporal, com suas respectivas incertezas. A partir desses valores calcule a diferença
de fase e sua incerteza. Indique a expressão para a incerteza de ϕ:
T =( ± ) f =( ± )
∆t = ( ± ) ϕ=( ± )
Expressão para σϕ :
Q3 (1,0 ponto) A partir do valor obtido para ϕ, calcule o valor da reatância capacitiva
XC para a frequência f .
XC = ( ± )
Tabela 1
Valores V0R ± σV0R (V) i0 ± σi0 (A) V0G ± σV0G (V) V0C (V) σV0C (V)
sugeri-
dos para
V0R
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
a=( ± ) b=( ± )
XC = ( ± )
Q7 (1,0 ponto) Compare os valores de XC obtidos nas questões 3 e 6 com o valor no-
minal, comentando seu resultado. Calcule as discrepâncias relativas e as incertezas
relativas, e anote os valores na Tabela 2. Qual a medida mais precisa? Qual a medida
mais acurada?
3
4
Tabela 2
Q3
Q6
Nominal −
Q8 (1,0 ponto) Calcule das amplitudes V0R e V0C da primeira linha da Tabela 1, a
diferença de fase ϕ e sua incerteza.
ϕ=( ± )
Expressão para σϕ :
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
Tabela 1
σAPA =
2
R=( ± ) C=( ± )
Tabela 2
estimada/calculada a incerteza.
fcPA = ( ± ) fcPB = ( ± )
fcnominal = ( ± )
Tabela 3
fcPA
fcPB
fcnominal −
valores obtidos e uma estimativa das incertezas. Compare os valores obtidos com
os valores esperados, calculando as discrepâncias relativas e apontando as prováveis
causas para possı́veis discrepâncias.
ωcPB = ( ± )
α=( ± )
6
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
Procedimento I
Q1 (1,0 ponto) Apresente os valores experimentais encontrados para τ e t1/2 do cir-
cuito RL, com suas respectivas incertezas, utilizando os cursores.
τ =( ± )
t1/2 = ( ± )
Procedimento II
Q3 (1,0 ponto) Meça sete pares de valores de t e VL e anote-os na Tabela 3, com suas
respectivas incertezas. Calcule os valores de ln(VL /Volt) e suas incertezas, e anote-
os também na tabela. Não se esqueça de anotar os valores das escalas de tempo e
voltagem utilizadas nas medidas.
2
Tabela 3
R=( ± ) L=( ± )
τ =( ± ) Expressão para στ =
Q5 (1,0 ponto) Faça o gráfico de ln(VL /Volt) versus t no retı́culo milimetrado a seguir.
Note que este gráfico corresponde a uma linearização da equação 6.7 do roteiro desta
aula, que tem como resultado
t
ln(VL ) = ln(VB ) − .
τ
a=( ± ) b=( ± )
τ =( ± )
Tabela 4
Q1
Q2
Q4 −
Q6
R=( ± ) L=( ± )
Q9 (1,0 ponto) Anote os valores medidos para o perı́odo, a frequência e para o atraso
temporal, com suas respectivas incertezas. A partir desses valores calcule a diferença
de fase e sua incerteza. Indique a expressão para a incerteza de ϕ:
T =( ± ) f =( ± )
∆t = ( ± ) ϕ=( ± )
Expressão para σϕ :
5
Q10 (1,0 ponto) A partir do valor obtido para ϕ, calcule o valor da reatância indutiva
XL para a frequência f .
XL = ( ± )
Q11 (1,0 ponto) Meça as amplitudes de V0 e V0R . Calcule a partir delas a amplitude
da tensão no indutor, V0L e sua incerteza.
V0 = ( ± ) V0R = ( ± )
V0L = ( ± )
Q12 (0,5 ponto) Calcule das amplitudes na pergunta anterior, a diferença de fase ϕ e
sua incerteza.
ϕ=( ± )
Expressão para σϕ :
Q13 (0,5 pontos) Se esse experimento for realizado a uma frequência diferente de f ,
o valor obtido para XL se alteraria? Caso sim, quantifique a variação deste valor.
6
Relatório: Experimento 7
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
Procedimento I
Q1 (1,0 ponto) Qual foi o valor medido para o perı́odo T 0 das oscilações de voltagem
no capacitor e sua respectiva incerteza? Explique como foi realizada a medida através
de um simples diagrama.
T0 = ( ± )
Diagrama:
R=( ± ) L=( ± )
C=( ± )
Q3 (1,0 ponto) Apresente os dados obtidos para |VC (tn )| e tn na Tabela 1. Anote
também as escalas utilizadas.
Tabela 1
tn ± σtn (µs) |VC (tn )| ± σ[|VC (tn ]| (V) ln(|VC (tn )| /1V ) σ(ln(|VC (tn )|)
Q4 (1,5 ponto) A função que descreve o decaimento das oscilações da tensão no ca-
pacitor num circuito RLC é dada por:
A partir dos dados da Tabela 1, faça um gráfico de ln(|VC (tn )| /Volt) em função de tn .
Q5 (1,0 ponto) Utilizando um programa de regressão linear, faça um ajuste linear do
gráfico da questão 4, determinando seus coeficientes linear e angular, assim como
suas incertezas. Não se esqueça das unidades.
a=( ± ) b=( ± )
α=( ± ) ∆V = ( ± )
este valor nominal com o valor obtido na Questão 6: os valores são compatı́veis?
Calcule a discrepância relativa. Ao calcular αN você considerou a resistência total do
circuito?
αN = ( ± )
τ =( ± )
N=
Tabela 2
ω0 , α
ω0 , L, R -
Procedimento II
Q9 (1,0 ponto) Qual foi o valor medido para a resistência crı́tica e sua respectiva
incerteza? Compare com o valor esperado (lembre que no regime crı́tico α = ω0 ).
Explique o significado fı́sico da resistência crı́tica.
Q10 (0,5 ponto) O quê você observou na tensão do capacitor quando ajustou o po-
tenciômetro para resistência nula? Era isso que você esperava? Explique!
Relatório: Experimento 8
Nome 1: Assinatura 1:
Nome 2: Assinatura 2:
Nome 3: Assinatura 3:
Turma: Horário:
R=( ± ) C=( ± )
L=( ± )
ωR = ( ± )
fR = ( ± )
Tabela 1
Q4 (1,0 ponto) A partir dos dados da tabela 1, complete a tabela 2 (consulte o roteiro,
se necessário)
3
Tabela 2
f (Hz) log (ω/(rad /s)) PR ± σPR (mW) PR (mW) Discr. (%)
experimental equação 8.27
- -
- -
- -
- -
- -
- -
- -
- -
ωR = ( ± )
∆ω = ( ± )
hPR imax = ( ± )
Q=( ± )
Tabela 3
ωR
∆ωsérie
hPR imax
Q8 (1,0 ponto) A partir dos valores de frequência e atraso temporal medidos na tabela
1, calcule os valores de diferença de fase pedidos na tabela 4. Complete a tabela com
os valores nominais da diferença de fase, ϕn , calculados usando os valores de R, C e
L medidos.
Tabela 4
(rad) (rad)
6
Q9 (1,0 ponto) A partir dos dados da tabela 4, faça um gráfico de ϕ versus log(f /Hz)
no retı́culo milimetrado a seguir. Nesse mesmo retı́culo milimetrado, faça também
o gráfico de ϕN em função de log(f /Hz). Não se esqueça de representar o erro na
variável y do gráfico, e de identificar claramente as duas curvas.
fR = ( ± )
7
Q11 (0,4 ponto) O circuito RLC em série corresponde a que tipo de filtro? Justifique.
R=( ± ) C=( ± )
L=( ± ) fR = ( ± )
Q14 (0,3 ponto) - O circuito RLC em paralelo corresponde a que tipo de filtro? Justi-
fique.
8
fR = ( ± )
Q16 (0,5 ponto) - Quais os valores medidos dos parâmetros a e b da figura de Lissa-
jous para a frequência de 10 kHz? A partir desses valores, calcule a diferença de fase
para esta frequência.
a=( ± ) b=( ± )
ϕ=( ± )