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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E INFORMÁTICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Laboratório de Eletrônica

Experimento # 4

FILTROS ELÉTRICOS ATIVOS

Aluna: Thamiles Rodrigues de Melo. (Matrícula: 20821264)


Professor: Gutemberg Lira
Turma: 03

Campina Grande, 25 de Maio de 2011


Experimento 4: Filtros Elétricos Ativos

1. Objetivos

1.1 Objetivos Gerais

Este experimento tem como objetivo a montagem e verificação da


funcionalidade de filtros analógicos. Além disso, pretende-se fazer observações
sobre as principais características dos filtros projetados [freqüência de corte,
atenuação na faixa de rejeição, ganho, faixa de passagem e fator de qualidade].
Para isso, será analisado a partir das funções de transferência, o comportamento
de circuitos no domínio da frequência.

1.2 Objetivos Específicos

Após completar estas atividades de laboratório, pretende-se estar apto a:


1. Projetar um filtro ativo passa-baixa Sallen&Key de segunda ordem.
2. Projetar um filtro ativo passa-alta Sallen&Key de segunda ordem.
3. Projetar um filtro ativo passa-faixa de segunda ordem.
4. Verificar a resposta em frequência de filtros ativos e de um cristal.

2. Introdução Teórica

Um filtro eletrônico pode ser definido como uma malha seletiva de


frequência. Representam uma classe de circuitos cujo ganho depende da frequência
do sinal a eles aplicados. Essa característica permite que eles sejam utilizados para
selecionar uma determinada faixa de frequências, ou para eliminar sinais
indesejáveis, tais como ruídos.
A resposta em frequência de um filtro é determinada pela sua função de
transferência H(jω) = Vo/Vi e caracterizada pela faixa de passagem Δf,
frequência de corte f C, ganho e fator de qualidade Q. Pela função H(jω) é
possível determinar o tipo de filtro como também a quantidade de atenuação para
cada frequência.
Os filtros elétricos podem ser classificados como passivos, quando
apresentam apenas elementos passivos (resistor, indutor ou capacitor) no circuito ou
ativos, quando há a presença de algum elemento ativo no circuito (Amp Op e
transistor), que além de selecionar a faixa de interesse, dá ganho. Além disso,
também são classificados quanto ao tipo de frequência selecionada: passa-baixa
(permite a passagem de baixas frequências), passa-alta (permite a passagem de
altas frequências) ou passa-faixa (permite a passagem de uma faixa de frequências
de interesse). (Observação: Esta última classificação precisa ser analisada quanto a
uma determinada frequência de referência adotada).
Os filtros elétricos também podem ser implementados sob diversas
topologias, no qual pode-se dar destaque a:

- Topologia de SALLEN & KEY: Uma das mais usadas por ser simples e
possuir função de transferência facilmente dedutível.

Figura 1: Topologia de SALLEN & KEY

V0 Z3 Z 4
= (1)
V i Z 1 Z 2+ Z 4 ( Z1 + Z 2 ) +Z 3 Z 4

- Topologia RAUCH (Múltipla Realimentação): Nesta topologia, as


admitâncias Y podem ser representadas por resistores e capacitores, que
dependendo do seu posicionamento no circuito o torna um filtro passa-baixa, passa-
alta ou passa-faixa.
Figura 2: Topologia RAUCH

(2)

Em relação aos circuitos osciladores, tem-se que quando há necessidade de


precisão, se utiliza osciladores a cristal, pois apresentam alta estabilidade em
frequência. Em um circuito com cristal, este pode ser substituído por um equivalente
RLC série.

Figura 3: Análise de um circuito a Cristal

Um cristal possui duas frequências ressonantes caracterizadas por uma mudança


de fase zero. Um cristal de quartzo mais especificamente fornece uma frequência de
ressonância série ωs e uma frequência ressonância paralela ωp.
A frequência de ressonância série é determinada na frequência em que as
reatâncias indutiva e capacitiva são iguais e se cancelam, isto é, XL1 = XC1. Neste caso
o cristal comporta-se como um dispositivo resistivo. Portanto, quando o cristal está
operando na sua frequência de ressonância série Fs, a sua impedância será mínima e a
corrente será máxima.

3. Material utilizado

 CI – TL084;

 Capacitor de 1 e 10 nF;

 Resistores de 100Ω, 220Ω, 4k7Ω, 270Ω, 680kΩ e 10kΩ;

 Fonte de tensão contínua (+ ou – 12V);

 Osciloscópio;

 Multímetro;

 Gerador de Sinais.

4. Desenvolvimento experimental

4.1 Montagem 1: Filtro Passa-Baixa ativo de Segunda Ordem - Topologia


SALLEN & KEY

Montado o circuito da Figura 4 abaixo e aplicado na entrada um sinal


senoidal com amplitude de 10Vpp e frequência menor que a frequência de corte
teórica ( f C = 10,24kHz), ao variar a frequência do sinal, mantendo a amplitude
constante, observou-se que a frequência de corte real do filtro (freqüência na qual
ocorre a atenuação de -3dB) era igual a f C = 10,10kHz, valor este que foi bem
próximo do valor teórico. Além disso, observou-se simultaneamente através do
uso dos dois canais do osciloscópio, o sinal de entrada V i (Canal 1) e o sinal
gerado na saída do amplificador (Canal 2) (Figura 5). Pode-se notar que para
baixas frequências, o sinal de saída é bem próximo do sinal de entrada; já para
altas freqüências, o sinal de saída vai sendo atenuado após a passagem pela
frequência de corte do filtro.

Função de Transferência:

(3)
Valores Substituídos:
10
−10
H ( s )= 2 5 10 (4)
s +2.10 s+10

Figura 4: Filtro Passa-Baixa Ativo – Topologia SALLEN & KEY

a)
b)

c)

Figura 5: a) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída


simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência inferior à frequência de
corte (f = 1kHz); b) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência igual à frequência de
corte (f = 10kHz); c) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência superior à frequência de
corte (f = 100kHz).
4.2 Montagem 2: Filtro Passa-Alta ativo de Segunda Ordem - Topologia
SALLEN & KEY

Montado o circuito da Figura 6 abaixo e aplicado também na entrada um


sinal senoidal com amplitude de 10V pp e frequência menor que a frequência de
corte teórica ( f C = 24,73kHz), ao variar a frequência do sinal, mantendo a
amplitude constante, observou-se que a frequência de corte real do filtro (freqüência
na qual ocorre a atenuação de -3dB) era igual a f C = 24,6kHz, valor este que foi
bem próximo do valor teórico. Além disso, observou-se simultaneamente através
do uso dos dois canais do osciloscópio, o sinal de entrada V i (Canal 1) e o sinal
gerado na saída do amplificador (Canal 2) (Figura 7). Pode-se notar que para
altas frequências, o sinal de saída é bem próximo do sinal de entrada; já para
baixas freqüências, o sinal de saída vai sendo atenuado após a passagem pela
frequência de corte do filtro.
Função de Transferência:

(5)

Valores Substituídos em H(s):


2
−s
H ( s )= 2 5 10 (6)
s +2.10 s+10

Figura 6: Filtro Passa-Alta Ativo – Topologia SALLEN & KEY


a)

b)

c)
Figura 7: a) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência inferior à frequência de
corte (f = 1kHz); b) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência igual à frequência de
corte (f = 24kHz); c) Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência superior à frequência de
corte (f = 100kHz).

4.3 Montagem 3: Filtro Passa-Faixa ativo de Segunda Ordem

Montado o circuito da Figura 8 abaixo e analogamente ao circuito


anterior, aplicou-se na entrada um sinal senoidal com amplitude de 10V pp e
freqüência inferior que a frequência central teórica do filtro ( f 0 = 1,93kHz), ao
variar a frequência do sinal, mantendo a amplitude constante, observou-se que a
frequência central real do filtro (freqüência na qual ocorre a atenuação de -3dB) era
igual a f 0 = 1,88kHz, valor este que foi próximo do valor teórico. Além disso,
obteve-se também as frequências de corte inferior ( f c1 = 1,63kHz e f c2 =
2,22kHz), que também tiveram boa proximidade com que foi deduzido teoricamente
( f c1 = 1,71kHz e f c2 = 2,18kHz).

Quanto ao fator de qualidade do circuito, chegou-se experimentalmente ao


valor de Q = 3,19, enquanto que teoricamente obteve-se Q = 4,12.

Pode-se observar simultaneamente através do uso dos dois canais do


osciloscópio, o sinal de entrada V i (Canal 1) e o sinal gerado na saída do
amplificador (Canal 2) (Figura 9). Na análise do sinal, observou-se que o ganho
máximo corresponde a frequência central do filtro.

Função de Transferência:

(7)

Valores Substituídos em H(s):


3
2 , 94.10 s
H ( s )=−34. 2 3 6 (8)
s + 2, 94. 10 s +1 , 47.10
Figura 8: Filtro Passa-Faixa Ativo de Segunda Ordem

Figura 9: Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída


simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência igual à frequência
central do filtro (f = 1,9kHz).

4.4 Montagem 4: Filtro Passa-Faixa Ativo de Segunda Ordem Topologia


RAUCH (Múltipla Realimentação)

Montado o circuito da Figura 10 abaixo e analogamente ao circuito


anterior, aplicou-se na entrada um sinal senoidal com amplitude de 10V pp e
frequência inferior que a frequência central teórica do filtro ( f 0 = 1,13kHz), ao
variar a frequência do sinal, mantendo a amplitude constante, observou-se que a
frequência central real do filtro (freqüência na qual ocorre a atenuação de -3dB) era
igual a f 0 = 1,208kHz, valor este que foi próximo do valor teórico. Além disso,
obteve-se também as frequências de corte inferior ( f c1 = 1,18kHz e f c2 =
1,23kHz), que também tiveram boa proximidade com que foi deduzido teoricamente
( f c1 = 1,185kHz e f c2 = 1,232kHz).

Quanto ao fator de qualidade do circuito, chegou-se experimentalmente ao


valor de Q = 22,6, enquanto que teoricamente obteve-se Q = 25,8.

Pode-se observar simultaneamente através do uso dos dois canais do


osciloscópio, o sinal de entrada V i (Canal 1) e o sinal gerado na saída do
amplificador (Canal 2) (Figura 11).

Função de Transferência:

(7)

Valores Substituídos em H(s):


294 s
H ( s )=−72 , 3. 2 6 (8)
s +294 s+575 , 95.10

Figura 10: Filtro Passa-Faixa Ativo – Topologia RAUCH


Figura 11: Visualização do sinal de entrada e o sinal de saída
simultaneamente do filtro passa-baixa com frequência igual à frequência
central do filtro (f = 1,1kHz).

4.5 Montagem 5: Resposta em Frequência de um Cristal

Montado o circuito da Figura 12 abaixo, aplicou-se na entrada um sinal


senoidal com amplitude de 10Vpp e variou-se a frequência a partir de 1kHz.
Com essa variação, obteve-se a frequência de ressonância série ωs = 413,2kHz
do cristal. Mediu-se também as tensões Vi pp = 4,32V e V0 pp = 280,0 mV e a partir
disso, pode-se determinar a resistência série do cristal R x, que foi igual a 3,07k
Ω. Como o circuito na frequência de ressonância é puramente resistivo, pode-se
notar que o sinal de saída está em fase com o sinal de emtrada (Figura 13).

Figura 12: Oscilador a cristal


Figura 13: Visualização do sinal de saída no resistor R5

5. Conclusões

A partir da realização destes experimentos, pode-se aprender mais um tipo de


circuito oscilador (oscilador a cristal) como também conhecer mais uma aplicabilidade
com o uso de amplificadores operacionais, que foi projetar filtros elétricos ativos. Esses
circuitos além de permitir selecionar uma faixa de frequência de interesse, dá ganho
devido a presença do elemento ativo Amp Op. Como os circuitos montados apresentam
configurações relativamente simples (filtros de primeira e segunda ordem), é possível
projetar filtros de ordem superior apenas fazendo a justaposição série destes circuitos.

Em âmbito geral, os resultados obtidos para cada experimento foram


satisfatórios, pois além de estarem dentro do que foi previsto teoricamente, permitiram
fixar os assuntos vistos em sala de aula como também ter uma melhor compreensão
sobre o comportamento dos circuitos no domínio da frequência.

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