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Relatório do Projeto de Filtros Passivos RLC
Autora: Maria Edivânia Neres de Sousa
Afiliação: Bacharelado em Engenharia Elétrica - UFPI
E-mail: edneres@ufpi.edu.br
Resumo – O projeto consiste na elaboração e
análises simuladas e práticas de filtros passivos
compostos por resistor, indutor e capacitor, além
de uma fonte de tensão.
Palavras-chave — Circuito RLC, filtro, resistor,
capacitor, indutor e função de transferência.
Abstract - The project consists of the elaboration
and simulated and practical analysis of passive
filters composed of a resistor, inductor and
capacitor, in addition to a voltage source.
Key Words – RLC circuit, filter, resistor,
capacitor, inductor and transfer function.
I. OBJETIVO
● Projetar, montar e analisar - tanto de forma
simulada, quanto de forma prática - filtros
passivos com a topologia RLC;
II. MATERIAL UTILIZADO
● LTspice;
● Kit Básico de Eletrônica Digital;
● Gerador de Função;
● Osciloscópio;
● 1 Resistor de 300 Ω;
● 1 Indutor de 1160 µ𝐻;
● 1 Capacitor de 1 𝑛𝐹.
III. RESUMO
Introdução
Em circuitos elétricos, filtros são circuitos
projetados para modificar a amplitude, a fase ou a
frequência de um sinal elétrico de entrada. São
utilizados para selecionar ou rejeitar determinados
componentes de frequência, permitindo a passagem
das frequências de interesse enquanto atenuam as
outras. Os filtros são essenciais em diversas
aplicações, desde a melhoria da qualidade de áudio
em sistemas de som até a filtragem de sinais em
telecomunicações e a escolha do tipo de filtro
depende das especificações do circuito e das
características desejadas para o sinal resultante.
Existem basicamente quatro tipos de filtros:
Passa Baixa (Low Pass), Passa Alta (High Pass),
Passa Faixa (Band Pass) e Rejeita Faixa (Band
Reject). Que podem ser ainda classificados em
duas categorias: Filtros Passivos - que são
compostos pelos elementos passivos resistor (R),
indutor (L) e capacitor (C), em diferentes
combinações de arranjos em série e paralelo; e
Filtros Ativos - que além dos elementos passivos
possuem elementos ativos, tais como: transistores
e/ou amplificadores operacionais, válvulas
eletrônicas e etc.
É interessante frisar que os Filtros Passivos
não requerem uma fonte de energia externa para
operar, não introduzem distorções significativas no
sinal e ocupam pouco espaço nos circuitos (por
serem simples), sendo comumente utilizados em
circuitos de áudio e radiofrequência. Enquanto que
os Filtros Ativos requerem uma fonte de energia
externa para operar, podem introduzir distorções no
sinal - por conta das características não lineares dos
componentes ativos, além de fornecerem ganho ao
sinal, melhor controle sobre as características de
filtragem e a capacidade de ajustar as propriedades
do filtro de maneira mais flexível, sendo
comumente utilizados em processamento de sinais
de áudio, comunicação, controle e eletrônica em
geral.
No projeto em questão, serão analisados
Filtros Passivos de segunda ordem (aqueles que
possuem dois elementos reativos) no LTspice e na
prática com o auxílio de um técnico do Laboratório
de Circuitos Elétricos II do Centro de Tecnologia
da UFPI.
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E para análises mais eficientes o diagrama ○ Diagrama Elétrico:
de Bode será essencial, pois é uma representação A seguir tem-se o diagrama elétrico do
gráfica da resposta em frequência de um sistema filtro em questão na Figura 1, seguida das Figuras 2
em termos da magnitude e da fase. Ele é e 3 que apresentam os detalhes das especificações
amplamente utilizado na análise de filtros e outros do circuito para as análises a serem realizadas
sistemas dinâmicos lineares. sobre os Diagramas de Bode e de Fase do mesmo.
Tal diagrama geralmente é composto por
duas partes: um gráfico de magnitude (em decibéis) Figura 1 - Diagrama elétrico do Filtro Passivo Passa-Baixa
- que mostra a variação da amplitude do sinal em RLC em Série.
função da frequência, sendo a sua escala vertical
logarítmica, o que facilita a visualização das
mudanças em larga faixa de frequência; e um
gráfico de fase (em graus ou radianos) - que indica
a diferença de fase entre a entrada e a saída do
sistema em função da frequência. Os pontos
medidos para todos os filtros serão apresentados
em tabelas no final do relatório. Fonte: Produzida pela autora no LTspice.

Figura 2 - Detalhes da configuração da fonte senoidal.

Montagens

➢ Montagem 1: Filtro Passivo Passa-Baixa

RLC em Série
○ Descrição do Funcionamento:
Tal filtro deixa passar os sinais abaixo da
frequência de corte (ω𝐶), enquanto atenua os sinais
acima.
Utilizando um resistor de 300 Ω, um indutor
de 1160 µ𝐻 e um capacitor de 1 𝑛𝐹 e considerando
como sinal de saída a tensão sobre o capacitor,
tem-se a seguinte função de transferência:
1 1 Fonte: Produzida pela autora no LTspice.
𝑌(𝑠) 𝑠𝐶 𝐶 1
𝐻(𝑠) = 𝑋(𝑠)
= 1 = 2 1
= 2
𝑅+𝑠𝐿+ 𝑠𝐶 𝑠𝑅+𝑠 𝐿+ 𝐶 𝑠 𝐿𝐶+𝑠𝑅𝐶+1 Figura 3 - Detalhes da configuração do comando “AC
𝐻(𝑠) =
1 Analysis”.
2 −6 −9 −9
𝑠 ·1160·10 ·1·10 +𝑠·300·1·10 +1

1
𝐻(𝑠) = 2 −14 −7
𝑠 ·116·10 +𝑠·3·10 +1

𝑠 = 𝑗ω ; 𝑑𝐵 = 20 · 𝑙𝑜𝑔( |𝐻(𝑗ω )| )
1
𝐻(𝑗ω) = 2
(1−ω 𝐿𝐶)+𝑗ω·𝑅𝐶
2 2
1 +0
|𝐻(𝑗ω)| = 2 2 2
(1−ω 𝐿𝐶) +(−ω·𝑅𝐶)

Fonte: Produzida pela autora no LTspice.


○ Análise da Simulação:
Observam-se a seguir, nas Figuras 4 e 5
respectivamente, os diagramas de Bode e de Fase
do Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série.
Figura 4 - Diagrama de Bode do Filtro Passivo Passa-Baixa
RLC em Série.
3
○ Análise da Prática em Lab.:
Foi observado o comportamento do filtro
em questão em diferentes frequências utilizando
um gerador de função senoidal ajustado para 1 Volt
de Pico, a fim de obter os valores da tensão de
saída.
Figura 7 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à
51,8kHz.

Fonte: Produzida pela autora no LTspice.

Figura 5 - Diagrama de Fase do Filtro Passivo Passa-Baixa

RLC em Série.

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico

supervisor da prática.

Figura 8 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à

95kHz.
Fonte: Produzida pela autora no LTspice.

Com a utilização da ferramenta de zoom no

Gráfico de Bode do circuito, pôde-se chegar à
frequência de corte do filtro em -3dB, que é de
aproximadamente 226,503kHz. Ou seja,
frequências maiores que essa são atenuadas.

Figura 6 - Frequência de corte Filtro Passivo Passa-Baixa

RLC em Série.

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico

supervisor da prática.

Fonte: Produzida pela autora no LTspice.

 4
Figura 9 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à Figura 12 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à
143kHz. 200kHz.

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática. supervisor da prática.

Figura 10 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à Figura 13 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à
143kHz (frequência da amplitude de pico na saída). 209kHz (frequência de corte obtida).

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.
supervisor da prática.
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Figura 14 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à ➢ Montagem 2: Filtro Passivo Passa-Alta
300kHz. RLC em Série
○ Descrição do funcionamento:
Tal filtro deixa passar os sinais acima da
frequência de corte (ω𝐶), enquanto atenua os sinais
abaixo.
Utilizando os mesmos componentes e
valores da montagem anterior e considerando como
sinal de saída a tensão sobre o indutor, tem-se a
seguinte função de transferência:
2
𝑌(𝑠) 𝑠𝐿 𝑠 𝐿𝐶
𝐻(𝑠) = 𝑋(𝑠)
= 1 = 2
𝑅+𝑠𝐿+ 𝑠𝐶 𝑠 𝐿𝐶+𝑠𝑅𝐶+1
2 −6 −9
𝑠 ·1160·10 ·10
𝐻(𝑠) = 2 −6 −9 −9
𝑠 ·1160·10 ·10 + 𝑠·300·10 +1

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico

supervisor da prática. 2
𝑠 ·1,16·10
−12
𝐻(𝑠) = 2 −12 −7
𝑠 ·1,16·10 +𝑠·3·10 +1
Figura 15 - Filtro Passivo Passa-Baixa RLC em Série à
400kHz.
𝑠 = 𝑗ω ; 𝑑𝐵 = 20 · 𝑙𝑜𝑔( |𝐻(𝑗ω )| )
2 2
(−ω ·𝐿𝐶)
𝐻(𝑗ω) = 2 2 2
(1−ω 𝐿𝐶) +(ω𝑅𝐶)

○ Diagrama Elétrico:
A seguir tem-se o diagrama elétrico do
filtro em questão na Figura 16.

Figura 16 - Diagrama elétrico do Filtro Passivo Passa-Alta

RLC em Série.

Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico

supervisor da prática.

Concluiu-se que o circuito se comportou

como o esperado, ao se observar que a saída de
tensão no capacitor (forma de onda azul) diminuiu
à medida que se aumentou a frequência, sobretudo
após a frequência de corte. Além disso, verificou-se
que a frequência de corte experimental é
209kHz, que o valor de pico da tensão de saída é
de 2,75V e que a frequência em que ocorre o pico
da amplitude de saída é 143kHz.
Fonte: Produzida pela autora no LTspice.
○ Análise da Simulação:
Observam-se a seguir, nas Figuras 17 e 18
respectivamente, os diagramas de Bode e de Fase
do Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série.

Figura 17 - Diagrama de Bode do Filtro Passivo Passa-Alta
RLC em Série.
Fonte: Produzida pela autora no LTspice.
Figura 18 - Diagrama de Fase do Filtro Passivo Passa-Alta
RLC em Série.
Fonte: Produzida pela autora no LTspice.
Com a utilização da ferramenta de zoom no
Gráfico de Bode do circuito, pôde-se chegar à
frequência de corte do filtro em -3dB, que é de
aproximadamente 96,3kHz. Ou seja, frequências
menores que essa são atenuadas.
Figura 19 - Frequência de corte Filtro Passivo Passa-Alta
RLC em Série.
Fonte: Produzida pela autora no LTspice.
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○ Análise da Prática em Lab.:
Foi observado o comportamento do filtro
em questão em diferentes frequências utilizando
um gerador de função senoidal ajustado para 1 Volt
de Pico, a fim de obter os valores da tensão de
saída.
Figura 20 - Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série à 51kHz.
Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.
Figura 20 - Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série à
88,6kHz (frequência de corte obtida).
Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.

Figura 21 - Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série à 139kHz
(frequência da amplitude de pico na saída).
Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.
Figura 22 - Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série à
200kHz.
Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.
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Figura 23 - Filtro Passivo Passa-Alta RLC em Série à
400kHz.
Fonte: Gerada em laboratório juntamente com o técnico
supervisor da prática.
Concluiu-se que o circuito se comportou
como o esperado, ao se observar que a saída de
tensão no indutor aumentou à medida que se
aumentou a frequência também, sobretudo após a
frequência de corte. Além disso, verificou-se que a
frequência de corte experimental é 88,6kHz, que
o valor de pico da tensão de saída é de 3,15V e
que a frequência em que ocorre o pico da
amplitude de saída é 139kHz.
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IV. TABELAS COM OS PONTOS COLETADOS
TABELA 1. PONTOS DA MONTAGEM 1.
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TABELA 2. PONTOS DA MONTAGEM 2.
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V. REFERÊNCIAS
[1] JAMES W. NILSSON SUSAN A. RIEDEL
Circuitos Elétricos 10ª edição.
[2] Fundamentos Circuitos Elétricos - Sadiku - 5ª
edição