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Unidade Curricular 2 – Fundamentos da Eletrotécnica

Situação de Aprendizagem 2 – OS1

Filtros RLC

Definições de Filtros:

A ideia de filtragem implica em separação. Algo que passa, ou que desejamos obter;
algo que é retirado, ou que rejeitamos. Na eletrônica e eletrotécnica a definição formal de filtro
é a seguinte, segundo Pertence (1988, p. 189):
“Um filtro elétrico é um quadripolo capaz de atenuar determinadas frequências do
espectro do sinal de entrada e permitir a passagem das demais. ”

Os filtros podem ser classificados sob três aspectos (PERTENCE, 1988):


 Quanto à função executada;
 Quanto à tecnologia empregada;
 Quanto à função resposta (ou aproximação utilizada);

Quanto à função executada, eles podem ser classificados em (Pertence, 1988, p.191):

 Passa-baixa (PB): Permite a passagem de frequências abaixo da frequência de corte (fc).


 Passa-alta (PA): Permite a passagem de frequências acima da frequência de corte (fc)
 Passa-faixa (PF): Permite a passagem de frequências dentro de uma determinada faixa,
que é delimitada pela frequência de corte inferior (fci) e pela frequência de corte superior
(fcs)
 Rejeita-faixa (RF): Permite a passagem de frequências abaixo da frequência de corte
inferior (fci) e acima da frequência de corte superior (fcs).

Comportamento dos FiltrosFONTE: PERTENCE (2007)


O segundo aspecto de classificação dos filtros nos permite considerar três tecnologias
fundamentais (PERTENCE,1988):

 Filtros Passivos: circuitos compostos apenas por elementos passivos (resistores,


capacitores e indutores).
 Filtros Ativos: circuitos compostos por elementos passivos associados a elementos ativos.
 Filtros Digitais: filtros que utilizam elementos digitais em sua constituição.

A terceira maneira de classificar os filtros é através da função resposta ou aproximação para


projetá-los. Os tipos mais comuns de aproximação são os seguintes:

 Butterworth;
 Chebyshev;
 Cauer;
 Bessel.

FILTROS PASSIVOS

Um filtro passivo é simplesmente um filtro que não utiliza nenhum elemento amplificador
(transistores, amplificadores operacionais). Assim, é a mais simples (em termos de componentes
necessários) implementação de função de transferência. Filtros passivos também tem outra
vantagem. Porque eles não têm nenhum componente ativo, os filtros passivos não necessitam de
fonte de alimentação. Eles podem ser usados em aplicações envolvendo maiores níveis de tensão e
corrente do que podem ser manipulados por meio de dispositivos ativos. Filtros passivos também
geram menos ruído quando comparado com circuitos que utilizam componentes ativos. O ruído que
eles produzem é simplesmente o ruído térmico provenientes dos componentes resistivos e, com um
design cuidadoso, a amplitude desse ruído pode ser bem pequena.

Entretanto, filtros passivos possuem algumas importantes desvantagens. Como eles não
utilizam elementos ativos, eles não podem gerar ganho de sinal. A impedância de entrada pode ser
menor do que a desejada, e a impedância de saída pode ser acima do nível ideal para algumas
aplicações, então amplificadores buffers podem ser necessários.

Filtro Passa Baixa

Dentro dos filtros passivos, encontramos o filtro passa-baixa e o filtro passa-alta. Neste
experimento, verificar-se-á o funcionamento destes filtros.

O filtro passa-baixa pode ser constituído por um circuito RC-Série em que a tensão de
saída é a do capacitor. Esse circuito é visto na figura 1.

Circuito – Filtro Passivo – Passa Baixas RC


Para ondas senoidais de frequências baixas, a reatância capacitiva assume valores altos em
comparação ao valor da resistência. Dessa maneira a tensão de saída será praticamente igual à tensão
e entrada. Para frequências altas, a reatância capacitiva assume valores baixos em comparação com
o valor da resistência, atenuando a tensão de saída para um valor praticamente nulo. Dessa maneira,
o filtro permite a passagem de sinais de frequências baixas, sendo por içso denominado filtro passa-
baixa.

Para uma determinada frequência, quando a reatância capacitiva for igual a resistência,
teremos a tensão de salda igual a tensão no resistor, que somadas vetorialmente resultam na tensão
de entrada. Dessa maneira, podemos escrever:

𝑉𝑒 = √𝑉𝑅 ² + 𝑉𝐶 ²

Onde:

VR = VC = Vs → 𝑉𝑒 = √VS² + VS²

𝑉𝑒 = √2𝑉𝑠² , logo:

𝑉𝑒 = 𝑉𝑠√2

Essa frequência, em que temos a situação anterior descrita, é denominada frequência de


corte (fC) e pode ser determinado igualando o valor da reatância com o valor da resistência.

1 1
XC = R ou 𝑅 =  𝑓𝑐 =
2𝜋𝑓𝑐 𝐶 2𝜋𝑅𝐶

Comportamento do Filtro Passa Baixas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capuano, Francisco Gabriel; Marino, Maria Aparecida M. Laboratório de Eletricidade e
Eletrônica - Teoria e Prática. - 23ª edição - São Paulo: Editora Érica, 2005.

Pertence, Antonio Pertence Junior - Amplificadores Operacionais e Filtros Ativos- Makron


Books - 1996 - 5ª edição
Situação de Aprendizagem:

Você já sabe que os filtros são bastante importantes nos sistemas de telecomunicações.
Imagine que você é o técnico em Automação de uma rádio comunitária. Nela existe um
problema com ruídos em altas frequências, como solução, você decide realizar a montagem de
um filtro passivo (por ser mais barato e mais fácil de executar).
Com restrições orçamentárias, essa rádio já dispões de alguns componentes:

 Capacitor de C = 0,1 μF.


 Resistor de R = 2,2KΩ.

Dessa forma, conhecendo o circuito do filtro passa baixas e os valores da resistência e


capacitância mencionados acima:

Calcule:

a) A frequência de corte do filtro passivo Passa Baixas;


b) A reatância capacitiva (para a frequência de corte);
c) O módulo da impedância do circuito;

Circuito – Filtro Passivo – Passa Baixas RC

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Bons estudos!!

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