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Experimentos 7, 8 e 9
6675/03 - Laboratório de Circuitos Eletrônicos 2
Maringá
2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO 1
2 OBJETIVOS 1
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2
3.1 Filtros ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3.1.1 Filtro passa-baixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
3.1.2 Filtro passa-alta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 Ordem do filtro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2.1 Aproximação de Butterworth . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.3 Topologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.3.1 Sallen-Key . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.4 Função de transferência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.4.1 1ª ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.4.2 2ª ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.4.3 Ordens superiores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4 METODOLOGIA 13
4.1 Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.2 Montagem e Realização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 16
6 CONCLUSÕES 29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30
1 INTRODUÇÃO
Os filtros ativos são dispositivos eletrônicos que utilizam componentes ativos, como
transistores e amplificadores operacionais, para filtrar sinais elétricos. Eles são ampla-
mente utilizados em sistemas de comunicação, processamento de sinais, fontes de ali-
mentação, entre outros (PERTENCE JR., 2015).
Os filtros ativos podem ser classificados de acordo com a sua topologia de circuito,
como filtros passa-baixas, passa-altas, passa-faixas e rejeita-faixas. Cada tipo de filtro
tem sua própria função e caracterı́sticas de resposta em frequência (PERTENCE JR.,
2015).
Em resumo, os filtros ativos são dispositivos eletrônicos muito úteis para filtrar sinais
elétricos, oferecendo uma maior flexibilidade e capacidade de amplificação do sinal de
entrada (PERTENCE JR., 2015).
2 OBJETIVOS
1
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Quanto aos tipos de filtro, Malvino e Bates (2016) dizem que existem cinco, sendo
eles: filtro passa-baixa, passa-alta, passa-faixa, rejeita-faixa e passa-todas. Nesse relatório
serão abordados apenas os filtros passa-baixa e passa-alta, detalhados em sequência.
2
Figura 1: Resposta em frequência de um filtro passa-baixa. Fonte: Malvino e Bates, 2016.
Saindo da idealidade, essa configuração de filtro apresenta três regiões ao invés duas.
Além das bandas de passagem e de corte, há região de transição de uma banda para a
outra. Na prática é impossı́vel ter uma atenuação nula na banda de passagem e uma
atenuação infinta na banda de corte (MALVINO; BATES, 2016). A figura 2 apresenta
essas três regiões:
O decaimento de uma banda para outra não é vertical, mas sim dependente de uma
faixa de decaimento. Isso depende de parâmetros como as atenuações Ap e As , sendo
a primeira a máxima variação do ganho permitida na faixa de passagem e a segunda a
atenuação mı́nima necessária para a faixa de corte, e de fc e fs , sendo a última a borda
da faixa de corte. Por fim, quanto maior for a ordem do filtro utilizado, maior será o
decaimento, dado em decibéis por década (dB/dec) (MALVINO; BATES, 2016).
3
A = 20 · log(x) (1)
Um filtro passa-alta ideal impede a passagem de sinais cuja frequência esteja abaixo
da frequência de corte, permitindo a passagem de todas que estejam acima (MALVINO;
BATES, 2016). A figura 3 ilustra a filtragem do sinal:
A ordem de um filtro ativo é dada pelo número de circuitos RC, também chamados
de polos, que compõe o filtro. Se um filtro possui 3 circuitos RC, ele é dito de terceira
ordem (MALVINO; BATES, 2016).
De acordo com Pertence Jr. (2015), quanto maior a ordem do filtro, maior a taxa de
decaimento, seja por década ou por oitava, e maior a sua complexidade. Maior também é
a proximidade do filtro com a idealidade. O tipo de aproximação também determina no
4
valor de decibéis da atenuação - o quão rápido é o decaimento. Existem as aproximações de
Bessel, Chebyshev e outras, sendo a usada nesse experimento a de Butterworth. Abaixo,
na figura 4, o comparativo entre filtros passa-alta de 1ª e 2ª ordens:
Figura 5: Construção dos filtros a partir de primeiras e segundas ordens. Fonte: Sedra e
Smith, 2004.
5
3.2.1 Aproximação de Butterworth
Esta aproximação possui um decaimento de 20n decibéis por década, onde n representa
a ordem do filtro. Quanto maior a ordem, maior a atenuação por década (PERTENCE
JR., 2015). Na tabela 1, a atenuação em função da ordem do filtro.
6
Figura 7: Resposta em função da ordem do filtro na aproximação Butterworth. Fonte:
Sedra e Smith, 2004.
Além disso, a aproximação possui seus coeficientes, ditos necessários para encontrar
as funções de transferência (SEDRA; SMITH, 2004). A figura 8 apresenta os coeficientes.
7
Figura 8: Coeficientes da aproximação Butterworth. Fonte: Sedra e Smith, 2004.
3.3 Topologia
A topologia é a maneira como o circuito do filtro ativo está montado, quais e quantos
componentes existem e como eles estão interligados. Esse fator influencia e determina
também a função de transferência do filtro. Cada forma de montar possui seus
próprios coeficientes de acordo com a aproximação usada (PERTENCE JR., 2015). Este
experimento aborda a topologia Sallen-Key, apresentada na sequência.
3.3.1 Sallen-Key
8
Figura 9: Filtro de segunda ordem utilizando topologia Sallen-Key. Fonte: Bonfim, 2017.
Vout Z3 Z4
= (2)
Vin Z1 Z2 + Z4 (Z1 + Z2 ) + Z3 Z4
Figura 10: Filtro passa-baixa com topologia Sallen-Key. Fonte: Bonfim, 2017.
9
Figura 11: Filtro passa-alta com topologia Sallen-Key. Fonte: Bonfim, 2017.
3.4.1 1ª ordem
Figura 12: FPB de 1ª ordem com topologia Sallen-Key. Fonte: Sedra e Smith, 2004.
A0
A(s) = (3)
1 + a1 s
Onde:
R2
A0 = 1 + (4)
R3
a1 = 2πfc R1 C1 (5)
10
Para um filtro passa-alta na mesma configuração, representado na figura 13, obtemos
(SEDRA; SMITH, 2004):
Figura 13: FPA de 1ª ordem com topologia Sallen-Key. Fonte: Sedra e Smith, 2004.
A0
A(s) = (6)
1 + as1
3.4.2 2ª ordem
Figura 14: FPB de 2ª ordem com topologia Sallen-Key. Fonte: Sedra e Smith, 2004.
A0
A(s) = (7)
1 + ai s + b i s 2
Onde:
R4
A0 = 1 + (8)
R3
11
ai = 2πfc C1 (R1 + R2 ) (9)
bi = (2πfc )2 R1 R2 C1 C2 (10)
Figura 15: Filtro passa-alta de 2ª ordem com topologia Sallen-Key. Fonte: Sedra e Smith,
2004.
A∞
A(s) = ai bi
(11)
1+ s
+ s2
Onde:
A∞ = 1 (12)
1
ai = (13)
πfc R1 C
1
bi = (14)
(2πfc )2 R1 R2 C 2
De acordo com a figura 5, a partir da 3ª ordem, os filtros são formados com associações
em série de filtros de 1ª e 2ª ordens. Da mesma forma, isso é válido para as funções de
12
transferência. Para encontrá-la, basta fazer a análise nodal novamente, deixando o final
em função do sinal de saı́da do último filtro dividido pelo sinal de entrada do primeiro
filtro (SEDRA; SMITH, 2004).
4 METODOLOGIA
Para este relatório foram feitos 3 experimentos, onde, o primeiro se trata de dois
filtros ativos de primeira ordem, um passa-baixa e um passa-alta, o segundo se trata de
dois filtros ativos de segunda ordem, um passa-baixa e um passa-alta e o terceiro um filtro
ativo de quarta ordem do tipo passa-baixa, todos sendo do tipo Sallen-Key.
Experimento 1:
• 2 x Bateria de 12 V;
• 1 x Regulador de tensão;
• Jumpers.
Experimento 2:
13
• 1 x Capacitor de 3.298 nF;
• 2 x Bateria de 12 V;
• 1 x Regulador de tensão;
• Jumpers.
Experimento 3:
14
• 1 x Resistor de 51.1 kΩ;
• 2 x Bateria de 12 V;
• 1 x Regulador de tensão;
• Jumpers.
15
3.26 nF e 0.68 nF em paralelo. Na entrada inversora usamos dois resistores, um de 1003Ω
para a realimentação e outro de 2550Ω indo para o terra. No lado direito utilizamos na
entrada positiva os resistores de 51000Ω e 51100Ω, juntamente com o capacitor de 4.8 nF
na realimentação positiva e o de 2.2 nF indo para o terra. Na entrada inversora usamos
dois resistores, um de 1017Ω na realimentação e outro de 2540Ω indo pro terra.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Experimento 1:
16
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 25 0.9 0.04
60 25 2.54 0.10
100 25 4.2 0.17
400 21.6 13.4 0.62
600 15.4 13.4 0.87
1000 9.92 12.5 1.26
4000 6.16 14 2.27
6000 5.36 12.8 2.39
10000 5.36 12.6 2.35
40000 5.36 12.8 2.39
60000 5.6 14 2.50
100000 5.44 13.8 2.54
400000 5.44 14 2.65
600000 5.44 12.4 2.28
1000000 5.44 6.8 1.25
17
Figura 17: Gráfico do Filtro Passa-Alta.
18
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 5,36 13,42 2,5
60 5,36 13,41 2,5
100 5,40 13,49 2,5
400 5,47 13,34 2,44
600 5,56 13,08 2,35
1000 6,08 13,02 2,14
4000 14 13,36 0,95
6000 19,01 12,61 0,66
10000 25,6 10,44 0,41
40000 25,4 2,62 0,1
60000 25,2 1,74 0,07
100000 25,6 1,05 0,04
400000 25,99 0,26 0,01
600000 25,99 0,16 0,01
1000000 25,99 0,09 0
19
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 25 0.76 0.03
60 25 2.28 0.09
100 25 3.79 0.15
400 21.6 12.74 0.59
600 15.4 13.18 0.86
1000 9.91 12.87 1.3
4000 6.17 14.26 2.31
6000 5.36 12.94 2.41
10000 5.36 13.24 2.47
40000 5.36 13.41 2.5
60000 5.6 14 2.5
100000 5.44 13.59 2.5
400000 5.44 13.08 2.4
600000 5.44 12.49 2.29
1000000 5.44 11.02 2.02
20
Após simular, vemos que os dados foram coletados corretamente, pois ambos, o simu-
lado e o experimental, coincidem.
Experimento 2:
21
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 18.2 0.6 0.03
60 18.2 0.6 0.03
100 18.2 0.8 0.04
600 18.4 4.28 0.23
900 18.4 8.96 0.48
1000 18.2 10.7 0.59
2000 8.08 11.8 1.46
4000 6.24 12.2 1.95
6000 6.08 12.8 2.11
10000 6 12.9 2.15
40000 5.8 12.4 2.14
60000 6.2 13.2 2.13
100000 6.2 13.2 2.13
400000 7.2 13 1.81
600000 12.3 10.1 0.82
22
Figura 19: Gráfico do Filtro Passa-Alta de Segunda Ordem.
23
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 6.4 12.8 2
60 6 12 2
100 5.92 11.8 1.99
600 6.16 11.8 1.92
900 7.28 11.5 1.58
1000 8.24 11.4 1.38
2000 18.4 9.6 0.52
4000 18.4 3.1 0.17
6000 18.4 2 0.11
10000 18.4 1.3 0.07
40000 18.8 1.2 0.06
60000 18.8 1.2 0.06
100000 19.2 1.7 0.08
400000 20.4 1.6 0.07
600000 20.4 1.5 0.07
24
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 18.2 0.4 0.02
60 18.2 0.5 0.02
100 18.2 0.7 0.03
600 18.4 4.1 0.22
900 18.4 9.01 0.49
1000 18.2 10.4 0.57
2000 8.08 11.6 1.43
4000 6.24 12 1.92
6000 6.08 12.5 2.06
10000 6 12.8 2.13
40000 5.8 12.6 2.17
60000 6.2 13.3 2.14
100000 6.2 13.3 2.14
400000 7.2 13 1.80
600000 12.3 10 0.81
25
Assim como no experimento 1, os dados do simulador e da prática se coincidem,
concluindo a exatidão da coleta de dados.
Experimento 3:
Em comparação com o experimento 1, este filtro decai muito rapidamente, e após uma
certa frequência, seu ganho é praticamente nulo, tendo tensão tão baixa que o oscilador não
foi capaz de coletar a tensão de saı́da exata, e por isso também, paramos a coleta de dados
na frequência de 10 kHz. Assim como no filtro de segunda ordem, o filtro de quarta ordem
também possui parâmetros. Por ser dois filtros de segunda ordem butterworth em série
teremos então quatro parâmetros, sendo eles: a1 = 1.8478, a2 = 0.7654 e b1 = b2 = 1.0000,
sendo os de subı́ndice 1 os parâmetros do primeiro filtro de segunda ordem e os de subı́ndice
2 os do segundo filtro.
26
Figura 20: Gráfico do Filtro Passa-Baixa de Quarta Ordem.
27
f(Hz) Vin (V ) Vout (V ) A(Ganho)
20 6 12 2
50 6 12 2
100 6 12 2
200 6 11.6 1.93
500 6 9.4 1.57
600 6 8.9 1.48
700 6 8.08 1.34
800 6 6.1 1.02
900 6 5.03 0.83
1000 6 4.94 0.82
2000 11 1 0.09
3000 11 0.2 0.02
5000 11 0.04 0.00
6000 25.2 0.051 0.00
7000 25.2 0.03 0.00
8000 25.2 0.03 0.00
9000 25.2 0.02 0.00
10000 25.2 0.02 0.00
28
6 CONCLUSÕES
Pode ser visto que. ao ultrapassar a frequência de corte, o ganho não se manterá,
perdendo a caracterı́stica do filtro, seja ele passa-baixa ou passa-alta. Também perdemos a
caracterı́stica do filtro ao chegar em frequências muito altas pois o amplificador operacional
não abrange todas as frequências, onde por exemplo no passa-alta, ao ultrapassar os 400
kHz, começa-se a ter uma queda no ganho. No caso do filtro de quarta ordem, percebe-se
que se não tivermos um aparelho mais sofisticado e preciso, em frequências acima de 10
kHz, só será medido o nı́vel do ruı́do.
Ao analisar os dados, vê-se que tem uma tendência da frequência de corte abaixar
conforme aumentamos o nı́vel do filtro. Isso se deve à seus parâmetros de ordem e à relação
dos componentes em relação ao ganho, mas pode ser ajustada conforme a necessidade.
Após estes experimentos também podemos ver que os filtros de ordens superiores
são muito bons para mudanças de estado instantâneas ou quase instantâneas, pois seus
decibéis caem muito rapidamente, porém, quanto maior a ordem, maior a necessidade
de um filtro com componentes mais precisos. Nos experimentos nossos componentes são
muito desbalanceados, então para aplicações precisas que não sejam apenas para estudo, se
é necessário uma construção de uma placa com componentes fixos nela, sem interferências
externas, para melhor aproveitamento do sistema. Se necessário o uso de filtros de ordens
inferiores, também é recomendado a construção da placa pronta, todo e qualquer sistema
montado peça a peça haverá diversos erros, então recomenda-se utilizar este tipo peça a
peça somente para estudo de bancada.
29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MALVINO, A.; BATES, D. Eletrônica - Volume II. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
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