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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ANDRÉ LUIZ BENDER SARTORETTO


RAFAEL GUIMARÃES VIEIRA DA SILVA

FILTROS ATIVOS DE PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM

JOINVILLE
2021
ANDRÉ LUIZ BENDER SARTORETTO
RAFAEL GUIMARÃES

FILTROS ATIVOS DE PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM

Relatório desenvolvido para a


Disciplina de Eletrônica Aplicada no
Bacharelado em Engenharia Elétrica
do Centro de Ciências Tecnológicas
da Universidade do Estado de Santa
Catarina.

Orientador: Sergio Vidal Garcia


Oliveira

JOINVILLE – SC
2021
RESUMO
Este relatório visa demonstrar alguns tipos de filtros ativos e suas especificidades quanto
a sua ordem e tipo de faixa de atuação. Para isso, foram efetuados testes de bancada,
simulações e cálculos de filtros ativos do tipo Passa-Alta, Passa-Baixa, Passa-Faixa e
Passa-Banda, de primeira ordem, além de um filtro Passa-Baixa de segunda ordem. Com
isso, pode-se constatar as coincidências entre os modelos teóricos e suas variações
práticas.
Palavras-chave: Filtros Ativos. Filtros de Primeira Ordem. Filtro Passa-Baixa. Filtro
Passa-Alta. Filtro Passa-Faixa. Filtro Rejeita-Faixa.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Banda passante de um passa-baixa ideal. ...................................... 11


Figura 2 - Banda passante de um passa-baixa real. ........................................ 12
Figura 3 - Esquemático do passa-baixa de primeira ordem. ............................ 12
Figura 4 - Diagrama de bode assintótico de um passa-baixa de primeira ordem.
....................................................................................................... 13
Figura 5 - Banda passante de um passa-alta ideal. ......................................... 14
Figura 6 - Esquemático de um passa-alta de primeira ordem. ......................... 14
Figura 7 - Diagrama de Bode assintótico de um filtro passa-alta de primeira
ordem............................................................................................. 15
Figura 8 - Banda passante do filtro passa-faixa. .............................................. 16
Figura 9 - Filtro ativo passa-faixa de primeira ordem. ...................................... 16
Figura 10 - Diagrama de Bode assintótico para o ganho(dB) e fase(°). ........... 18
Figura 11 - Banda rejeitada pelo filtro rejeita-faixa. .......................................... 18
Figura 12 - Arranjo de um filtro ativo rejeita-faixa. ............................................ 19
Figura 13 - Comportamento do ganho de um circuito rejeita-faixa. ................. 19
Figura 14 - Comportamento do diagrama de Bode assintótico para o ganho(dB)
e fase(°). ........................................................................................ 21
Figura 15 - Esquemático de um filtro passa-baixa de segunda ordem............. 22
Figura 16 - Diagrama de Bode assintótico para o filtro passa-baixa de segunda
ordem............................................................................................. 23
Figura 17 - Passa-baixa de primeira ordem no Ltspice. ................................... 25
Figura 18 - Comportamento da fase e do ganho do passa-baixa no Ltspice ... 25
Figura 19 - Passa-alta de primeira ordem no Ltspice ....................................... 26
Figura 20 - Comportamento da fase e do ganho do passa-alta no Ltspice ...... 26
Figura 21 - Passa-faixa de primeira ordem no Ltspice. .................................... 27
Figura 22 - Comportamento do ganho e fase do passa faixa no Ltspice. ........ 27
Figura 23 - Esquemático rejeita-faixa no Ltspice.............................................. 28
Figura 24 - Comportamento do ganho e fase do rejeita-faixa no Ltspice. ........ 29
Figura 25 - Esquemático do filtro passa-baixa de segunda ordem filtrando um
sinal PWM senidal proveniente da senoide do Ponte de Wien e
triangular do gerador. .................................................................... 30
Figura 26 - Comportamento do filtro passa-baixa de segunda ordem. ............. 30
Figura 27 - Comparação do sinal triangular e senoidal modulados pelo PWM. 31
Figura 28 - Varredura de frequência aplicado a um filtro passa-baixa. ............ 32
Figura 29 - Varredura em frequência de um filtro passa-alta. .......................... 33
Figura 30 - Varredura em frequência de um filtro passa-banda. ...................... 34
Figura 31 - Varredura em frequência de um filtro rejeita-banda. ...................... 35
Figura 32 - Sinal triangular proveniente do gerador de onda triangular. .......... 36
Figura 33 - Sinal senoidal proveniente do circuito Ponte de Wien. .................. 36
Figura 34 - Comparação do sinal de saída do filtro com o sinal de sauração do
Amplificador operacional................................................................ 37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina


CC Corrente contínua
PWM Pulse Width Modulation
AmpOps Amplificador Operacional
CIs Circuito Integrado
LISTA DE SÍMBOLOS

C Capacitor
R Resistor
βR Associação de Resistores
f Frequência
T Período
V Tensão
I Corrente
t Instante
Sumário
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS........................................................................................................ 10
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 10
1.2.2 Objetivos específicos .................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 11
2.1 FILTROS ATIVOS DE PRIMEIRA ORDEM ................................................ 11
2.1.1 Filtro Passa-Baixo ............................................................................................ 11
2.1.2 Filtro Passa-Alta ........................................................................................... 14
2.1.3 Filtro Passa-Faixa ......................................................................................... 16
2.1.4 Filtro Rejeita-Faixa ...................................................................................... 18
2.2 FILTRO PASSA-BAIXO DE SEGUNDA ORDEM........................................ 21
3 EXPERIMENTO E RESULTADOS ....................................................................... 24
3.1 RESULTADOS SIMULADOS .......................................................................... 24
3.1.1Passa-Baixa de Primeira Ordem .................................................................. 24
3.1.2 Passa-Alta de Primeira Ordem ................................................................... 25
3.1.3 Passa-Faixa de Primeira Ordem ................................................................. 27
3.1.4 Rejeita-Faixa de Primeira Ordem .............................................................. 28
3.1.5 Filtro Passa-Baixo de Segunda Ordem....................................................... 29
3.2 RESULTADOS PRÁTICOS .............................................................................. 31
3.2.1 Filtro Passa-Baixo de Primeira Ordem ...................................................... 31
3.2.3 Filtro Passa-Alto de Primeira Ordem ........................................................ 32
3.2.3 Filtro Passa-Faixa de Primeira Ordem ...................................................... 33
3.2.4 Filtro Rejeita-Faixa de Primeira Ordem ................................................... 34
3.2.5 Filtro Passa-Baixo de Segunda Ordem....................................................... 35
4 CONCLUSÃO............................................................................................................ 38
5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 39
9

1 INTRODUÇÃO

Os filtros ativos são caracterizados por, não só utilizar elementos passivos como
resistores, indutores e capacitores, mas também elementos ativos como os AmpOps.
Esses são bastante compatíveis com as técnicas de fabricação de CIs e têm uma faixa de
atuação bastante maior que a observada em filtros passivos.
Ainda na comparação com os filtros passivos observa-se uma maior facilidade na
sintonização e possuem um ganho de potência. Posto isto, pode-se, ainda, especificar um
filtro quanto a sua ordem, desde primeira ordem até um filtro de n-ésima ordem, isto é,
um filtro de ordem baixa possui uma curva de atenuação bastante suave distanciando-o,
assim, do comportamento imaginado idealmente.
No entanto, por mais que o aumento na ordem do filtro aproxime-o de um
comportamento ideal este aumento torna-o mais complexo e sensível à variação dos
valores dos componentes. Portanto, a comparação entre filtro passa-baixa, passa-alta,
passa-faixa e rejeita-faixa de primeira e segunda ordem apresentam comportamentos
bastante característicos em experimentações práticas.
10

1.1 JUSTIFICATIVA

Tendo em vista a ampla utilização de filtros em eletrônica e a necessidade de


excluir uma determinada faixa de frequência e não idealidades dos sinais faz-se
necessário o estudo de filtros ativos. Esses filtros são mais aplicáveis na prática e possuem
especificidades que os fazem preferíveis na hora de montar um circuito eletrônico, dessa
forma, o entendimento da montagem e não idealidades intrínsecas aos seus componentes
são de extrema importância para a formação acadêmica.

1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral

Compreender o comportamento de diversos filtros ativos de primeira e segunda


ordem analisando suas não idealidades e previsões teóricas.

1.2.2 Objetivos específicos

• Verificar as não idealidades de filtros ativos;


• Fazer a comparação entre filtros ativos de menor e maior ordem quanto a sua
atenuação;
• Revisitar a teoria para fazer cálculos teóricos coerentes com os circuitos
propostos;
• Fazer montagens em protoboards e aperfeiçoar o manejo dos diversos
equipamentos de medição.
11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os filtros ativos têm como principal característica a mistura entre componentes


passivos e ativos. Essa nova topologia implementada para filtros traz consigo algumas
praticidades como uma mais fácil implementação com os circuitos integrados comerciais,
uma mais fácil sintonização, a possibilidade do ganho de potência, anão utilização de
indutores que introduzem efeitos eletromagnéticos indesejados, a possibilidade de
cascatear circuitos mais simples para formar um mais complexo além de poder escolher
a curva de atenuação de um filtro de acordo com a ordem.

2.1 FILTROS ATIVOS DE PRIMEIRA ORDEM

A característica central que distingue os filtros ativos quanto a sua ordem é quão
abrupta é a queda do ganho a partir da sua frequência de corte. Isto é, quantos polos o
circuito possui em dada frequência, no caso de filtros de primeira ordem existe apenas
um polo fazendo com que a queda ocorra em 20db/dec. Tal fato, distância bastante esse
tipo de filtro do esperado idealmente que, por sua vez, propõe uma queda imediata com
derivada infinita até o ganho nulo.
2.1.1 Filtro Passa-Baixa

O filtro Passa-Baixo de primeira ordem, assim como o nome sugere, é responsável


por selecionar uma faixa de frequências abaixo de uma dada frequência de corte. O
comportamento ideal esperado de um filtro Passa-Baixa pode ser observado na seguinte
figura:
Figura 1 - Banda passante de um passa-baixa ideal.

Fonte: (SEDRA, 2015).


12

No entanto, o comportamento encontrado em filtros reais possui uma região


conhecida como faixa de transição, essa faixa dependerá da ordem do filtro tendo em vista
a quantidade de polos, assim como visto a seguir:
Figura 2 - Banda passante de um passa-baixa real.

Fonte: (SEDRA, 2015).

Figura 3 - Esquemático do passa-baixa de primeira ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

Levando em conta o circuito acima podemos fazer a seguinte dedução:


Equacionando o nó 1 e aplicando Laplace chegamos em:
𝑉𝑖 (1)
𝑉𝑜 =
𝑠𝑅𝐶 + 1

E, portanto:
13

𝑉𝑜 1 (2)
=
𝑉𝑖 𝑠𝑅𝐶 + 1

0,1 × 𝑉𝐵𝐸 (3)


𝑅𝑀Á𝑋 =
𝐼𝐵𝑀Á𝑋

E sabendo que: j𝑠 = 𝑗𝜔 = 𝑗2𝜋𝑓

1 (4)
𝐶=
2𝜋𝑓𝑐 𝑅

E para encontrar a frequência de corte:


1 (5)
𝑓𝑐 =
2𝜋𝐶𝑅

E assim, esperamos um diagrama de bode a seguir:


Figura 4 - Diagrama de bode assintótico de um passa-baixa de primeira ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

O ganho começa nulo até chegar a uma dada frequência de corte na qual uma
queda de 20dB/dec reduz o ganho de tal forma que o sinal é quase que completamente
14

atenuado. Além disso, ao analisar a fase, vemos que essa inicia em 0º e vai diminuindo
passando por 45º na frequência de corte e chegando a 90º onde se estabiliza.

2.1.2 Filtro Passa-Alta

Assim como o Passa-Baixo estudado anteriormente, este filtro é pensado atenuar


um extremo da faixa de sinais. Neste caso, os sinais atenuados são os de menor
frequência. Dessa forma, o comportamento esperado idealmente para esse filtro é:
Figura 5 - Banda passante de um passa-alta ideal.

Fonte: (SEDRA, 2015).

E seguindo o exemplo anterior também haverá uma região de transição,


entretanto, neste caso haverá uma transição crescente com os mesmos 20dB/dec.
Figura 6 - Esquemático de um passa-alta de primeira ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

Equacionando o nó 1 e aplicando Laplace chegamos em:


15

𝑉𝑖 𝑠𝑅𝐶 (6)
𝑉𝑜 =
𝑠𝑅𝐶 + 1

E, portanto:
𝑉𝑜 𝑠𝑅𝐶 (7)
=
𝑉𝑖 𝑠𝑅𝐶 + 1

0,1 × 𝑉𝐵𝐸 (8)


𝑅𝑀Á𝑋 =
𝐼𝐵𝑀Á𝑋

E sabendo que: j𝑠 = 𝑗𝜔 = 𝑗2𝜋𝑓


1 (9)
𝐶=
2𝜋𝑓𝑐 𝑅

E para encontrar a frequência de corte:


1 (10)
𝑓𝑐 =
2𝜋𝐶𝑅

E assim, esperamos um diagrama de bode a seguir:


Figura 7 - Diagrama de Bode assintótico de um filtro passa-alta de primeira ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).


16

Para este caso temos um sinal altamente atenuado até chegar a frequência de corte
onde inicia-se um crescimento de 20dB/dec até chegar ao ganho unitário. Já a fase inicia-
se em 90º e decai passando por 45º na frequência de corte e segue caindo ainda até 0º.

2.1.3 Filtro Passa-Faixa

O filtro ativo conhecido como passa-faixa é projetado para portar-se dando um


aval de passagem de uma certa frequência projetada e atenuar todas as frequências fora
dessa banda de passagem, possuindo assim uma frequência de corte inferior e uma
frequência de corte superior, como mostra a figura a seguir.
Figura 8 - Banda passante do filtro passa-faixa.

Fonte: Lambda Geeks, 2014.

Podemos obter esse comportamento citado anteriormente, fazendo um arranjo em


série entre um filtro passa-baixa e um passa-alta, onde logicamente, para obter um
funcionamento correto do circuito, a frequência de corte do filtro passa-baixa deve ser
maior que a frequência de corte do passa-alta, respectivamente mostrado na figura acima
como 𝑓2 e 𝑓1 . Assim sendo eles atuariam em conjunto, permitindo somente a passagem
de sinais que respeitarem ter uma frequência menor que a de corte do passa-baixa e maior
que a de corte do passa-alta.
Figura 9 - Filtro ativo passa-faixa de primeira ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).


17

Sabendo que a configuração desse passa-faixa é um arranjo em série entre um


passa-baixa e um passa-alta, podemos utilizar de suas devidas funções de transferência
para chegarmos na função de transferência do passa-faixa.
𝑉𝑖 𝑠𝑅1 𝐶1 (11)
𝑉= (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐵𝑎𝑖𝑥𝑎)
𝑠𝑅1 𝐶1 + 1

𝑉 (12)
𝑉0 = (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐴𝑙𝑡𝑎)
𝑠𝑅2 𝐶2 + 1

Substituindo 𝑉 em 𝑉0, temos:


𝑉𝑖 𝑠𝑅1 𝐶1
𝑠𝑅1 𝐶1 + 1 𝑉𝑖 𝑠𝑅1 𝐶1 (13)
𝑉0 = = 2
𝑠𝑅2 𝐶2 + 1 𝑠 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠(𝑅1 𝐶1 + 𝑅2 𝐶2 ) + 1

Encontrando a função de transferência,


𝑉0 𝑠𝑅1 𝐶1 (14)
= 2
𝑉𝑖 𝑠 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠(𝑅1 𝐶1 + 𝑅2 𝐶2 ) + 1

Como citado anteriormente, o filtro passa-faixa possui uma frequência de corte


inferior e outra superior, equacionadas respectivamente como:
1 (15)
𝑓𝑐1 =
2𝜋𝑅1 𝐶1

1 (16)
𝑓𝑐2 =
2𝜋𝑅2 𝐶2

A partir da função de transferência encontrada, é possível obter o diagrama de


Bode. Sabendo disso, sinais que possuem uma frequência de onda abaixo da frequência
de corte inferior e acima da frequência de corte superior, terão sua amplitude atenuada
em 20 dB/dec, já que se trata de um filtro ativo de primeira ordem. Referindo-se a fase,
ela tem seu início em 90° até encontrar a frequência de corte inferior, onde decai até
chegar em 0°, ao encontrar a frequência de corte superior ela transita para -90°.
18

Figura 10 - Diagrama de Bode assintótico para o ganho(dB) e fase(°).

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

2.1.4 Filtro Rejeita-Faixa

Ao contrário do filtro Passa-Faixa, o filtro rejeita-faixa é projetado para se


comportar dando aval de passagem somente para frequências fora da banda projetada,
atenuando assim, todos os sinais que possuam frequências dentro da banda rejeitada,
também possuindo frequência de corte superior e inferior, como mostra a figura a seguir.
Figura 11 - Banda rejeitada pelo filtro rejeita-faixa.

Fonte: Lambda Geeks.

Esse comportamento de rejeição de uma banda de frequência projetada pode ser


obtido através da associação em paralelo dos filtros passa-baixa e passa-alta, logicamente,
para um correto funcionamento do circuito, devemos ter uma frequência de corte do
passa-alta maior do que a frequência de corte do passa-baixa, ou, para um rejeita-faixa de
banda larga, uma frequência de corte do passa-baixa muito menor do que a frequência de
19

corte do passa-alta. Após fazer o arranjo em paralelo dos dois filtros ativos, ainda
precisamos de um amplificador somador no terminal de saída, para fazer a soma dos sinais
dos dois filtros. A figura abaixo detalha o comportamento do ganho do circuito a partir
dessa associação entre os filtros, tendo 𝜔𝑐1 como a frequência de corte do passa-baixa e
𝜔𝑐2 como frequência de corte do passa-alta.
Figura 12 - Arranjo de um filtro ativo rejeita-faixa.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

Figura 13 - Comportamento do ganho de um circuito rejeita-faixa.

Fonte: MELGES, danilo (UFMG, 2018).

Assim como para o filtro passa-faixa, também podemos utilizar do


equacionamento dos filtros passa-baixa e passa-alta de primeira ordem para chegarmos
na função de transferência do filtro rejeita-faixa. Nisso temos que:
20

𝑉𝑖 (17)
𝑉1 = (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐵𝑎𝑖𝑥𝑎)
𝑠𝑅1 𝐶1 + 1

𝑠𝑉𝑖 𝑅2 𝐶2 (18)
𝑉2 = (𝑃𝑎𝑠𝑠𝑎 𝐴𝑙𝑡𝑎)
𝑠𝑅2 𝐶2 + 1

Sabemos que 𝑅3 = 𝑅4 = 𝑅5 = 𝑅6, e realizando a soma das tensões através do


amplificador somador, temos que:
𝑉0 = 𝑉1 + 𝑉2 (19)

𝑉𝑖 𝑠𝑉𝑖 𝑅2 𝐶2 (20)
𝑉0 = +
𝑠𝑅1 𝐶1 + 1 𝑠𝑅2 𝐶2 + 1

𝑉𝑖 (𝑠 2 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 2𝑠𝑅2 𝐶2 + 1) (21)
𝑉0 =
𝑠 2 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠(𝑅1 𝐶1 + 𝑅2 𝐶2 ) + 1

𝑉0 (𝑠 2 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 2𝑠𝑅2 𝐶2 + 1) (22)
= 2
𝑉𝐼 𝑠 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠(𝑅1 𝐶1 + 𝑅2 𝐶2 ) + 1

Tendo suas duas frequências de corte dadas como:


1 (23)
𝑓𝑐1 =
2𝜋𝑅1 𝐶1

1 (24)
𝑓𝑐2 =
2𝜋𝑅2 𝐶2

Assim, a partir da função de transferência do circuito podemos obter o diagrama


de Bode assintótico. Sabendo disso, sinais que possuam frequências maior que a
frequência de corte do passa-baixa e menor que a frequência de corte do passa-baixa,
terão suas amplitudes atenuadas em 20 dB/dec. Para o comportamento da fase, temos seu
início em 0°, chegando na frequência inferior ela transita para -90°, no momento que
temos uma frequência similar a 𝑓𝑇 , a fase passa de -90° para 90°, ao se aproximar da
frequência de corte superior, sua fase volta para 0°. O centro da banda rejeitada,
informada como 𝑓𝑇 será a frequência onde existirá a maior rejeição do filtro.
21

Figura 14 - Comportamento do diagrama de Bode assintótico para o ganho(dB) e fase(°).

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

2.2 FILTRO PASSA-BAIXO DE SEGUNDA ORDEM

Assim como dito anteriormente, o motivo central da implementação de filtros


ativos de ordens superiores é a busca por um comportamento mais próximo ao ideal. Esse
comportamento é esperado na assíntota de atenuação de um sinal, isto é, para este
relatório essa melhora na atenuação foi feita incrementando um polo na função de
transferência de um filtro passa baixa, tornando-o, assim, um filtro Passa-Baixa de
segunda ordem com 40dB/dec. No entanto, filtros de maior ordem também possuem
algumas desvantagens como: maior complexidade de projeto e maior sensibilidade a
variações dos valores dos componentes.
Dessa forma, traçando um paralelo com o filtro Passa-Baixo de primeira ordem,
manteve-se o comportamento ideal esperado, contudo, a faixa de transição tende a ser
menor.
22

Figura 15 - Esquemático de um filtro passa-baixa de segunda ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

Equacionando o nó 1 e aplicando Laplace:


𝑉𝑖 (25)
𝑉𝑜 =
𝑠 2 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠𝐶2 (𝑅1 + 𝑅2 ) + 1

Função de transferência:

𝑉𝑜 1 (26)
= 2
𝑉𝑖 𝑠 𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2 + 𝑠𝐶2 (𝑅1 + 𝑅2 ) + 1

1
𝜔𝑛 = √ (27)
𝑅1 𝑅2 𝐶1 𝐶2

𝜔𝑛 (28)
𝑓𝑐 =
2𝜋
23

Figura 16 - Diagrama de Bode assintótico para o filtro passa-baixa de segunda ordem.

Fonte: Material do professor Almir (FURB).

O diagrama de Bode encontrado para este caso é bastante semelhante ao de


primeira ordem com a exceção de que a atenuação se da em 40dB/dec.
24

3 EXPERIMENTO E RESULTADOS

O experimento consistiu no dimensionamento de quatro filtros ativos de primeira


ordem, sendo eles o passa-alta, passa-baixa, passa-faixa e rejeita-faixa e o projeto de um
filtro passa-baixa de segundo ordem com o objetivo de filtrar um sinal PWM.

3.1 RESULTADOS SIMULADOS

Todas as simulações utilizadas para este relatório foram feitas utilizando o


software livre LTspice e os cálculos para dimensionamento dos componentes foram
feitos no SMath.

3.1.1Passa-Baixa de Primeira Ordem

Dessa forma, utilizando o dimensionamento do Passa-Baixa apresentado


anteriormente obtemos os seguintes parâmetros:
𝑓𝑐 = 75𝐻𝑧 ; 𝐼𝑏𝑚𝑎𝑥 = 300𝑛𝐴 ; 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉

𝑉𝐵𝐸 (29)
𝑅𝑚á𝑥 = 0,1 = 233,33 𝑘Ω
𝐼𝑏𝑚𝑎𝑥

Escolhendo um valor comercial de 220kΩ. Para o capacitor temos que:


1 (30)
𝐶= = 9,65𝑛𝐹
2𝜋. 𝑅𝑚á𝑥. 𝑓

Escolhendo um valor comercial de 10nF.


25

Figura 17 - Passa-baixa de primeira ordem no Ltspice.

Fonte: Autores.

O circuito apresentado acima foi o utilizado para a simulação, nela obteve-se uma
frequência de corte bastante similar a prevista em cálculos, algo bastante próximo de
75Hz. Isto é, por se tratar de um filtro ativo de primeira ordem, observou-se um
decaimento de aproximadamente 20dB/dec após a frequência citada anteriormente.
Figura 18 - Comportamento da fase e do ganho do passa-baixa no Ltspice

Fonte: Autores.

Outro aspecto que deve ser levado em conta é o comportamento da fase, essa
inicia-se em 0° e começa sua queda passando por 45° próximo a frequência de corte e
segue decaindo até alcançar um platô próximo da frequência de -90°. Dessa forma, essa
simulação manteve-se bastante coerente com o esperado teoricamente.

3.1.2 Passa-Alta de Primeira Ordem

Dessa forma, utilizando o dimensionamento do Passa-Alta apresentado


anteriormente obtemos os seguintes parâmetros:
𝑓𝑐 = 7; 5𝐾𝐻𝑧 ; 𝐼𝑏𝑚𝑎𝑥 = 300𝑛𝐴 ; 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉
Para o capacitor temos:
26

1 (31)
𝐶= = 91𝑝𝐹
2𝜋. 𝑅𝑚á𝑥 . 𝑓𝑐

Recalculando a frequência,
1 (32)
𝑓𝑐 = = 7,95𝐾𝐻𝑧
2𝜋. 𝑅𝑚á𝑥 . 𝐶

Figura 19 - Passa-alta de primeira ordem no Ltspice

Fonte: Autores.

Assim, como no caso anterior a simulação manteve-se bastante próxima dos


valores esperados pela teoria, isto é, no caso simulado a frequência de corte esteve
bastante próxima de 7,5KHz e até chegar nesse valor houve um crescimento quase
constante de 20dB/dec.
Figura 20 - Comportamento da fase e do ganho do passa-alta no Ltspice

Fonte: Autores.
27

Analisando a frequência encontra-se um valor inicial de 90° que perdura até um


dado momento que se inicia uma queda passando por 45º perto da frequência de corte e
segue caindo até encontrar estabilidade em 0°.

3.1.3 Passa-Faixa de Primeira Ordem

Para o dimensionamento do filtro Passa-Faixa lançou-se mão da propriedade, já


citada anteriormente, do cascateamento, isto é, colocou-se os dois filtros já analisados
(Passa-Baixo e Passa-Alto) em série para que uma dada faixa seja selecionada enquanto
as demais frequências são atenuadas.
A faixa selecionada está compreendida entre a frequência de corte imposta pelo
filtro Passa-Alto e a frequência de corte do filtro Passa-Baixo.
Figura 21 - Passa-faixa de primeira ordem no Ltspice.

Fonte: Autores.

Analisando o ganho exposto no diagrama de Bode a seguir nota-se que tanto o


aumento do ganho quanto a atenuação deste seguem a proporção de 20dB/dec como
previsto para um filtro ativo de primeira ordem.
Figura 22 - Comportamento do ganho e fase do passa faixa no Ltspice.

Fonte: Autores.
28

O comportamento da fase, assim como o do ganho, comporta-se como a junção


dos comportamentos dos filtros individuais. Dessa forma, a primeira metade da fase
comporta-se como a fase do filtro Passa-Alto e a segunda como a de um filtro Passa-
Baixo. Vale ressaltar a fase mantem a característica de passar por |45º| nas frequências de
corte.

3.1.4 Rejeita-Faixa de Primeira Ordem

Por fim, o último Filtro Ativo de Primeira Ordem simulado foi o filtro Rejeita-
Faixa, assim como no caso anterior, este filtro utiliza a propriedade do cascateamento
para obter o comportamento desejado. Entretanto, ao invés de colocar os filtros Passa-
Baixo e Passa-Alto em série, como no Passa-Faixa, o Rejeita-Faixa faz a associação
destes em paralelo com o auxílio de um terceiro AmpOp. Com isso, as frequências de
corte para selecionar a região de corte desejada seguem as mesmas.
Figura 23 - Esquemático rejeita-faixa no Ltspice.

Fonte: Autores.

A análise para está simulação é levemente distinta, por mais que este seja um filtro
de primeira ordem, o que denotaria uma queda de 20dB/dec, o comportamento encontrado
possuía queda e subida bastante abruptas nos valores de ganho.
29

Figura 24 - Comportamento do ganho e fase do rejeita-faixa no Ltspice.

Fonte: Autores.

Já o comportamento da fase para este circuito também é bastante peculiar, quando


comparado com os demais filtros de primeira ordem, a fase parte e retorna a um valor
nulo de fase, mas no trajeto possui picos próximos a |80°|. Vale ressaltar que a
característica de alcançar |45°| na frequência de corte manteve-se aqui.

3.1.5 Filtro Passa-Baixo de Segunda Ordem

Após termos estudados e entendi como se comporta a família de filtros de primeira


ordem, podemos ir diretamente para o resultado principal desse experimento, agora
estamos tratando de um filtro passa-baixa de segunda ordem. A característica mais
importante de um filtro de segunda ordem é que a atenuação dele acontece em uma ordem
de 40dB/dec, fazendo com que seu comportamento se aproxime cada vez mais de um
filtro real, ou, do diagrama assintótico de Bode. Sabemos que quanto maior for a ordem
do filtro, seu comportamento tende a se parecer mais com o comportamento ideal.
Utilizando um filtro de segunda ordem, aumentamos a eficácia do nosso filtro, porém
também utilizamos de mais componentes. Para o nosso projeto de filtro passa-baixa de
segunda ordem, utilizamos um modulante PWM fazendo a modulação de dois sinais, o
circuito Ponte de Wien, montado no primeiro relatório, e sinal triangular disponível na
fonte do laboratório, nisso temos que:
𝑓𝑐 = 7.50𝑘𝐻𝑧 ; 𝐼𝑏𝑚𝑎𝑥 = 300𝑛𝐴 ; 𝑉𝐵𝐸 = 0,7𝑉

𝑉𝐵𝐸 (33)
𝑅𝑚á𝑥 = 0,1 × = 233,33𝑘Ω
𝐼𝑏𝑚𝑎𝑥

Utilizamos um 𝑅𝑚á𝑥 comercial de 220kΩ.


𝑅3 = 𝑅1 + 𝑅2 (34)

𝑅1 = 𝑅2 (35)
30

Então temos que:


𝑅1 = 𝑅2 = 120𝑘Ω (36)

Para o cálculo dos capacitores:


1 (37)
𝐶1 = = 250𝑝𝐹
𝛿. 𝜔𝑛 . 𝑅1

𝐶2 = 𝛿 2 . 𝐶1 = 150𝑝𝐹 (38)

Figura 25 - Esquemático do filtro passa-baixa de segunda ordem filtrando um sinal PWM senidal
proveniente da senoide do Ponte de Wien e triangular do gerador.

Fonte: Autores.

Figura 26 - Comportamento do filtro passa-baixa de segunda ordem.

Fonte: Autores.
31

Figura 27 - Comparação do sinal triangular e senoidal modulados pelo PWM.

Fonte: Autores.

3.2 RESULTADOS PRÁTICOS

O experimento foi realizado em dois dias distintos em laboratórios do


Departamento de Engenharia Elétrica da UDESC Joinville, os circuitos estudados foram
montados em protoboards e a implementação contou com: geradores de sinal DC,
osciloscópios e multímetros.

3.2.1 Filtro Passa-Baixa de Primeira Ordem

As análises de bancada realizadas para o filtro Passa-Baixa de primeira ordem tem


um resultado bastante coerente tanto em análises quantitativas, vendo os valores
esperados para as frequências de corte, quanto qualitativa quando utilizou-se um
osciloscópio com a opção de varredura em frequência.
32

Figura 28 - Varredura de frequência aplicado a um filtro passa-baixa.

Fonte: Autores.

Nesta imagem nota-se com bastante clareza o comportamento de um filtro passa


baixa, isto é, quando as frequências ainda são menores que a frequência de corte observa-
se um ganho quase que unitário, onda azul quase igual a onda amarela. No entanto,
quando a varredura chega a valores mais altos de frequência, acima da frequência de
corte, vemos uma discrepância bastante acentuada entre a onda azul em relação a amarela.

3.2.2 Filtro Passa-Alta de Primeira Ordem

Para o Filtro Passa-Alta adotou-se o mesmo procedimento, o resultado obtido está


exposto a seguir. Neste caso, assim como esperado, obteve-se o caso oposto ao anterior,
em baixas frequências (abaixo da frequência de corte) o sinal de saída é quase que
completamente atenuado, deixando o espectro quase completamente amarelo, enquanto
as amplitudes quase se equiparam para altas frequências.
33

Figura 29 - Varredura em frequência de um filtro passa-alta.

Fonte: Autores.

3.2.3 Filtro Passa-Faixa de Primeira Ordem

Seguindo o mesmo procedimento dos casos anteriores, obteve-se um resultado


bastante coerente com o esperado, em baixas frequências o sinal de saída é quase que
completamente atenuado. Conforme a frequência vai aumentando o valor de saída
também cresce chegando a um valor bastante semelhante ao da entrada. Por fim, ao passar
pela segunda frequência de corte, o sinal de saída volta a decrescer de forma que se obtém
um espectro ovalado ao final de uma varredura completa.
É importante ressaltar que o crescimento encontrado para frequências bastante
altas é consequência de não idealidades dos componentes utilizados e, por esse circuito
possuir mais componentes que os já estudados, é mais suscetível a esse tipo de erro.
34

Figura 30 - Varredura em frequência de um filtro passa-banda.

Fonte: Autores.

3.2.4 Filtro Rejeita-Faixa de Primeira Ordem

Por fim, chegando ao último filtro de primeira ordem estudado, utilizou-se o


mesmo método de varredura e os resultados seguem coerentes com a teoria. Para Baixas
frequências o sinal de saída observado é bastante intenso chegando, até mesmo, a passar
o valor de entrada. Chegando a frequências medianas, dentro do intervalo das duas
frequências de corte, encontrou-se um sinal de saída bastante atenuado. Já para as altas
frequências volta-se a encontrar sinais de saída próximos aos de entrada com ruídos
provenientes da complexidade e não idealidades dos componentes utilizados.
35

Figura 31 - Varredura em frequência de um filtro rejeita-banda.

Fonte: Autores.

3.2.5 Filtro Passa-Baixo de Segunda Ordem

Como mencionado anteriormente, para o projeto do filtro passa-baixa de segunda


ordem tivemos a comparação do sinal de saída circuito Ponte de Wien com o sinal de uma
fonte triangular disponível no laboratório, com a finalidade de comparar os dois sinais e
assim geral o PWM senoidal. É importante destacar que para que o sinal do PWM
senoidal seja moldado corretamente, a amplitude do sinal senoidal proveniente do circuito
Ponte de Wien deve ser menor que a amplitude do sinal triangular do gerador, para sempre
termos uma intersecção uniforme.
36

Figura 32 - Sinal triangular proveniente do gerador de onda triangular.

Fonte: Autores.

Figura 33 - Sinal senoidal proveniente do circuito Ponte de Wien.

Fonte: Autores.

Seguindo como pede a teoria, a amplitude da onda senoidal utilizada foi de 6.55V,
por outro lado a amplitude do sinal triangular foi de 11.3V. A frequência da onda senoidal
37

e triangular é respectivamente 755Hz e 75kHz. A frequência de corte do filtro de segunda


ordem projetado foi de 7.5kHz, como resultado obtemos:
Figura 34 - Comparação do sinal de saída do filtro com o sinal de sauração do Amplificador operacional.

Fonte: Autores.

Pode-se observar que para uma frequência de 755Hz, o filtro passa-baixa de


segunda ordem, com uma frequência de corte de 7.5kHz deveria estar apresentando um
sinal com ganho unitário em sua saída (representada pela cor azul no gráfico), porém não
é isso que acontece na prática, já que na prática devemos levar em conta o índice de
modulação, que faz a relação da amplitude da onda senoidal com a amplitude da onda
triangular e a tensão de alimentação do amplificador operacional, nisso temos que:
𝑉𝑠𝑒𝑛 (39)
𝑀= × 𝑉𝑐𝑐
𝑉𝑡𝑟𝑖

6.55 (40)
𝑀= × 15 = 8.69
11.3

Então o sinal de saída do nosso passa-baixa de segunda ordem, deveria ter uma
amplitude de 8.69V ou uma tensão pico a pico de 17.39V. A tensão pico a pico encontrada
no terminal de saída do filtro foi de 17.2V.
38

4 CONCLUSÃO

Como observado, foi possível projetar um filtro ativo passa-baixa de segunda


ordem utilizando como entrada um sinal PWM senoidal, oriundo da comparação da
diferença de um sinal senoidal, originário de um circuito Oscilador Ponte de Wien,
projetado no laboratório anterior, juntamente com um sinal triangular proveniente de um
gerador disponível no laboratório. Durante o projeto foi dado a opção de escolher em
gerar a onda triangular com o gerador ou a onda senoidal, escolhemos utilizar a fonte para
gerar um sinal triangular, enquanto utilizamos do Ponte de Wien projetado para fazer
gerar o sinal senoidal, já que se utilizássemos do circuito Oscilador de Relaxação em série
com um integrador para gerar a triangular, teríamos ainda que ajustar os alguns fatores
para tentar anular o offset gerado. O filtro passa-baixa de segunda ordem respondeu de
maneira factual e legítima às relações deduzidas e a teoria que relaciona a ordem do filtro
com a atenuação em dB/Dec.
Com esse laboratório foi possível também entender as principais características e
comportamentos dos filtros ativos em geral, observando as frequências atenuadas de cada
um e sua ordem de atenuação relacionada a ordem do filtro. Vimos a importância de se
utilizar filtros ativos tanto na eletrônica analógica, como na eletrônica de potência, onde
podemos filtrar ruídos desnecessário e nocivos para os circuitos projetados. Além disso,
observou-se que se pode criar filtros ativos relacionando os filtros passa-baixa e passa-
alta, como é o caso estudado dos filtros passa-faixa (arranjo em série) e o rejeita-faixa
(arranjo em paralelo).
Outro fator muito importante que deve ser levado em consideração nesse
laboratório, é o índice de modulação, observa-se que nem tudo que planejado e projetado
na teoria, tende-se válido para a parte prática. Levou-se um tempo até descobrirmos por
que o ganho do filtro passa-baixa não se mantem unitário para frequências menores que
a de corte. E é claro que não estávamos levando em conta a relação das amplitudes dos
sinais modulados juntamente com a tensão de saturação do amplificador operacional, já
que o índice de modulação determina a amplitude de variação da frequência do sinal
modulado.
Por fim conclui-se que o experimento com filtros ativos se mostrou válido, já que
os valores obtidos teoricamente se aproximaram bastante dos vistos na prática no
laboratório, algumas pequenas não lealdades de valores encontrados, pode ser explicado
pela utilização de componentes que tendem a ter uma porcentagem de erro em seu valor
real, e por algumas aproximações feitas para sempre obter componentes comerciais
disponíveis no laboratório.
39

5 REFERÊNCIAS
BERNARDO, Almir. Polarização de Amplificadores Operacionais: AO-E: Capítulo
ii. Blumenau, SC: [s.n.], s.n. Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2021. Citado na página
11.
BOYLESTAD, Robert L. Dispositivos Eletrônicos. 11. ed. São Paulo, SP: Pearson
Education, 2013. Citado 2 vezes nas páginas 7 e 16.
SEDRA, Adel S. Microeletronic Circuits. 7. ed. New York, NY: Oxford University
Press, 2015. Citado 5 vezes nas páginas 8, 11, 14, 18 e 19.
BERNARDO, Almir. AO-I. Disponível em: <https://moodle.joinville.udesc.br
/pluginfile.php/10797/mod_folder/content/0/Materiais%20Prof.%20Almir%20%28FUR
B%29/AO-I.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 8 2 Dezembro 2021.
BERNARDO, Almir. AO-J. Disponível em: <https://moodle.joinville.udesc.br
/pluginfile.php/10797/mod_folder/content/0/Materiais%20Prof.%20Almir%20%28FUR
B%29/AO-J.pdf?forcedownload=1>. Acesso em: 2 Dezembro 2021.

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