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ÉTICA AMBIENTAL

Forma de agir do ser humano

Biosfera é objeto da responsabilidade


humana e a técnica não é mais passível
de ser considerada eticamente neutra,
nem em relação ao meio ambiente, nem
em relação a natureza humana.

Natureza também torna-se


objeto da responsabilidade
humana.
As conseqüências das ações
humanas ampliam-se no
espaço, introduzindo na Ética
uma dimensão autenticamente
planetária, e no tempo,
projetando a responsabilidade
humana sobre o próprio
destino e sobre a qualidade de
vida das gerações futuras.
ALGUNS CASOS:
COMPLEXO PETROQUÍMICO DO RJ

A Petrobras apresentou em 28/03 os resultados dos


estudos técnicos para a implementação do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro, com capacidade para
processar 150 mil barris por dia de petróleo e produzir
matéria-prima petroquímica e derivados.

Unidade Petroquímica Básica  investimentos totais em US$ 3,5 bilhões

Unidade será a base para o desenvolvimento de um


extraordinário parque industrial.
Escolha da Localização:

São Gonçalo e Itaboraí

Em relação ao número
Disponibilidade de
de habitantes na zona
infra-estrutura
de influência que é de
portuária, dutoviária
1,3 milhão, que serão
e rodo-ferroviária
fornecedores de mão
para recebimento de
de obra e beneficiados
matéria-prima e
pela implantação do
escoamento de
projeto.
produção.
O projeto prevê a construção, em São Gonçalo, do Centro
de Inteligência do Complexo Petroquímico e de uma central
de Escoamento de Produtos Líquidos.

O Centro de Inteligência é resultado de uma parceria entre


a Petrobras e o município de São Gonçalo e se destina a
formar e capacitar as empresas locais para prestação de
serviços para o empreendimento e preparar recursos
humanos para a fase de construção, montagem, operação
e manutenção do Complexo Petroquímico.
Itaboraí destacou-se por dispor de infra-estrutura logística,
como a proximidade do porto de Itaguaí, dos terminais de
Angra dos Reis, Ilha da água e Ilha Redonda.
Em função destas facilidades, a escolha foi a que indiciou
menor investimento total.

Outro aspecto positivo está relacionado


com a atividade industrial local que não
compromete a qualidade do ar e ainda
permite expansões futuras.
Investimentos e Empregos:

O investimento total no complexo será de US$ 6,5 bilhões.

Viabilizará a implementação de
empresas de terceira geração
que utilizam os petroquímicos
para produzir itens desde de
utensílios de plástico até
componentes para veículos,
aviões e navio.
A área escolhida precisa dispor de espaço para a instalação do
parque, o que elevará ainda mais os investimentos, a abertura
de empregos e arrecadação de impostos na região.

A existência de espaço para expansão futura também foi


uma das condicionantes para a escolha do local, pois o
Complexo deverá começar a produzir em 2012, com
possibilidade de ampliação em dez anos.

Durante as obras de construção do Complexo, as estimativas


são de abertura de cerca de 212 mil empregos.
Impacto Ambiental:

Os pescadores dos rios que ficam na região em que será


instalado o Complexo Petroquímico estão apreensivos com as
conseqüências ambientais e sociais da obra.

“Tem que haver um sistema de tratamento adequado para o


material que vai ser descartado, se não vai trazer impactos
ambientais que podem prejudicar 20 mil chefes de família que
dependem da pesca na Baía de Guanabara.”

“Eu sei que vai gerar emprego, mas é um perigo muito


grande para nós.”

(Presidente da colônia de
Os possíveis riscos sociais causados pela instalação do
Complexo preocupam mais que os impactos ambientais.

“Com a necessidade de manter a imagem de uma empresa


limpa, a Petrobras vai construir o que há de mais moderno e
mais cuidadoso que pode existir. A minha preocupação é que
aquela região tem pouca água. Cerca de 70% dos domicílios
não têm água encanada e nem saneamento.
É uma situação muito precária em termos
urbanos e isso pode piorar porque o
empreendimento vai atrair muita gente em
busca de emprego”.
(Presidente da ONG Instituto Baía de
Guanabara)
Áreas de proteção ambiental

Existem riscos ambientais que devem ser avaliados

Despejo de efluentes líquidos tóxicos, resultado do


processamento do petróleo;

Emissão atmosférica de gases que resultam da


combustão do petróleo e de seus derivados.

Baía do Guanabara: houve recentemente dois


acidentes que resultaram no despejo de óleo.
Questões éticas...

O parque industrial pode ser muito favorável em relação à


geração de empregos e à tecnologia que isso vai
proporcionar, mas será que isso compensa todo o impacto
ambiental que provavelmente vai causar?

Será que a Petrobras vai cumprir sua palavra oferecendo


tantos empregos assim para as pessoas daquela região, ou a
maioria deles vão ser destinados a pessoas de outros
estados?
RIO MADEIRA - GRILAGEM E DESMATAMENTO
Jaci-Paraná, distrito de Porto Velho - Rondônia

O complexo do Rio Madeira envolve a construção de pelo


menos duas grandes hidrelétricas e a implantação de uma
hidrovia para o transporte de cargas de soja e outros
produtos, é o maior projeto de infra-estrutura considerado no
Brasil nas últimas décadas.

Seus impactos sobre o meio


ambiente e sobre o modo de vida
das populações afetadas tem
também enormes proporções.
“O pessoal ouve falar que vai ter uma usina
hidrelétrica aqui, que vai ter emprego e vão se
instalando, invadindo as áreas.

O pessoal que já é da região se aproveita, derruba a


mata e abre terreninho e de repente um terreno que
valia R$1.000 passou a valer R$5.000.

Nós não temos estrutura para atender a todas


essas pessoas. Pode até ser que essas usinas
tragam benefícios, mas por enquanto nós só
estamos tendo prejuízos”.
(Administrador local)
Há dois anos haviam entre 600 e 700 domicílios. Hoje
são mais de 1500.

O posto de saúde costumava realizar cerca de 20 atendimentos


por semana. Nos últimos
meses, são mais de cem pacientes a procura de consultas
semanalmente.

Todos os moradores consultados não têm escritura e dizem


não conhecer os supostos donos das terras.
Propositores das obras declaram, no Estudo de Impacto
Ambiental apresentado ao Ibama, a criação de cerca de 20
mil empregos diretos em cada usina.

Porém a grande dificuldade em cumprir essa promessa


seria a qualificação profissional dos moradores da região,
onde a mão de obra local, são a coleta de castanhas, a
extração de látex e madeira, trabalho em serrarias e a
pesca.

Os empregos gerados serão, em sua maioria,


temporários e as melhores posições ocupadas por
trabalhadores de fora do estado.
Com investimentos previstos de R$ 10 bilhões, as duas
hidrelétricas do Complexo gerariam energia para ajudar
a abastecer a Amazônia e o país todo durante a próxima
década.
Questões éticas...

Que liberdade possuem os grileiros em desmatar terras


alheias? Será que os mesmos possuem autorização para
vender terras que pertencem à União?

As pessoas que compram as terras... será que não se


preocupam em morar num terreno o qual não os pertence a
escritura do mesmo? Ou são tão ingênuas a ponto de não
darem importância a isto?

A empresa estaria agindo de má fé sabendo que os


empregos gerados para a população local seriam de
baixa qualificação e temporários?
SOJA DESTRÓI AMAZÔNIA
A Cargill é fornecedora
internacional de produtos e
O Greenpeace bloqueou o serviços nos setores de
porto da Cargill, em alimentação, agricultura e
Santarém (PA) e impediu o gestão de riscos. De março
descarregamento de soja de 2005 a fevereiro de 2006
ela exportou 220 mil ton de
amazônica.
soja brasileira.

A soja, que é exportada


para a Europa como
alimento animal, é cultivada
em áreas desmatadas da
Floresta Amazônica
A soja é agora uma das causas principais do
desmatamento da Amazônia Brasileira.

No total, uma área estimada


em 1,2 milhões de hectares
do que costumava ser
floresta já foi - em sua
maioria - ilegalmente
destruída para o cultivo de
grãos de soja.
O desmatamento nesta região é feito de forma ilegal e
muitas vezes apropriando-se de trabalho escravo.

“Estamos destruindo a maior floresta tropical do planeta


para dar lugar à soja – uma espécie exótica, que será
transformada em ração para alimentar gado e frango na
Europa.”

“Depois, este gado e este frango será vendido no


McDonald´s mais próximo e você pode estar
comendo um pedaço da Amazônia.”
(Coordenador da campanha da Amazônia do
Greenpeace)
Se a fronteira agrícola continuar se expandindo no
mesmo ritmo, até 2050 será perdido 40% da
Amazônia, o que representa uma ameaça à
biodiversidade e agrava o quadro de mudanças
climáticas.

Em comunicado oficial, a rede mundial de lanchonetes


McDonald´s informa que vai iniciar “imediatamente” uma
investigação sobre as denúncias de que contribui,
indiretamente, para o desmatamento da Amazônia.
Este estudo na Amazônia é resultado de uma
investigação sigilosa feita durante dois anos
nas regiões de produção e consumo de
soja. Foram feitas análises de imagens de
satélite, investigações de campo,
sobrevôos, entrevistas com políticos,
representantes de comunidades afetadas e
indústrias, além do monitoramento de
navios cujo destino era o mercado
internacional.
Questões éticas...

Que direitos possuem as multinacionais norte-americanas em


se ocupar de terras brasileiras para produzir soja para seu
próprio consumo, sendo que isto provoca o desmatamento da
Floresta?

Que autorização possuiu a Cargill ao construir ilegalmente seu


porto em Pará, onde exporta soja para seu terminal em
Liverpool, na Inglaterra?

Estas empresas não se preocupam em preservar a


maior floresta tropical que ainda sobreviveu ao ataque
humano?
Será que o Brasil está tão dominado a ponto de não poder
fazer nada em relação à ocupação ilegal?

Ou será que é medo de se opor aos estrangeiros?

Ou será que tem conhecimento do fato, porém esconde


da população por receber algo em troca?
AQUECIMENTO GLOBAL
O protocolo de Kyoto, acordado em
1997, entrou em vigor apenas em
fevereiro deste ano, graças em grande
parte à oposição dos Estados Unidos,
que alega que as metas de redução de
emissão de gases poluentes teriam um
efeito prejudicial à economia do país.

Os EUA lançaram uma campanha a favor


do aquecimento global, considerando
que este pode ser benéfico.
Os autores da propaganda hostil aos
ecologistas defendem, ao contrário,
os benefícios econômicos dos
combustíveis fósseis insistindo nos
benefícios freqüentemente
esquecidos da produção de energia
que origina CO2, como:
- os transportes,
- aquecimento,
- iluminação,
- uma melhora geral da qualidade de
vida.
A campanha foi lançada pelo
Competitive Enterprise Institute, um
instituto de pesquisa e grupo de
pressão ultra conservador ligado à
administração Bush.

Numa contabilidade máxima os EUA


representariam mais de 50 % da redução do
efeito estufa, respeitando assim, sua cota
até 2010.
Questões éticas...

O Governo Bush não deveria parar e pensar se o "benefício",


certamente lucro financeiro, que os EUA vão ter com a emissão
de gases poluentes vale mesmo a pena?

Será que a tecnologia de hoje já não é avançada o suficiente para


ter soluções inovadoras e menos agressivas ao meio ambiente?

Questionamento da seriedade do Protocolo entre os países


já que o maior emissor de gases poluentes (EUA) não
concorda em assinar o protocolo e os demais países pouco
fazem para mudar essa situação.
REFERÊNCIAS
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=209187
http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?
id=209147
http://www.reporterbrasil.com.br/imprimir.php?id=572&escravo=0

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/nota.2006-05-
08.1961992777
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=22601

http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=24769

www.jornaldomeioambiente.com.br

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