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1 – DA BARRAGEM.
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O empreendimento foi classificado pela Agência Nacional de
Águas como de “Dano Potencial Associado – Alto”.
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opera na maior parte longe de sua capacidade máxima, com regularização de vazão de toda a bacia
hidrográfica à jusante, e a custo zero, sem sujeitar a população de uma cidade inteira à risco
permanente de morte.
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Afora tudo isso, há vários outros fatores ignorados pelo DAEE que
colocam em grande risco à população de Pedreira. Vejamos
Obra sobre a placa tectônica que poderá gerar abalo sísmico com
o próprio preso da barragem, ou, no futuro, em razão de ser área
sísmica.
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Obra em Zona de Cisalhamento - Obras sobre rochas porosas
(que se movimentam com o peso), o que já se mostrou uma
temeridade, tal como alertado pelo ETM de Campinas e pelo
CONGEAPA:
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Risco de erosão reversa (piping).
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(ETM – Campinas – pág. 46/107)
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(ETM – Campinas – pág. 53/107)
Isso, por si só, já seria motivo suficiente a obra não fosse sequer
cogitada de construção, eis que localizado a jusante do Município Pedreira, em área com alta
densidade populacional, frequentado por turistas, com presença de escolas, creches, hospitais etc. e
sem vias de trânsito suficientes para locomoção de pessoas em caso de acidente com a barragem a ser
construída a apenas 700 metros do perímetro urbano.
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É obra que, a grosso modo, ameaça a própria existência do Ente
Federativo Municipal, conforme constata-se pela classificação como de alto risco em função do
potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e ambientais, na forma do
Art. 7º, § 2º da Lei 12.334/2010.
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- LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012 (Institui a Política
Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; dispõe sobre o
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC e o
Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil - CONPDEC; autoriza
a criação de sistema de informações e monitoramento de
desastres)
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Note-se que a redação anterior objetivava evitar a exposição da população a riscos naturais, o que sofreu expressa
alteração legislativa para que a população seja preservada de riscos pela ação humana também, como no caso concreto.
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por equiparação, merecendo a devida proteção, inclusive em caráter preventivo. Neste sentido,
prudente a transcrição do seguinte artigo:
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coletividade de usuários pode entrar com uma ação coletiva na
busca da melhoria de um determinado serviço.
Vítimas de evento danoso
O artigo 17 do CDC fala sobre o consumidor como vítima de um
evento danoso:
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
consumidores todas as vítimas do evento.
“Basta pensarmos em uma vítima de acidente envolvendo
transporte coletivo para trazer a figura do usuário do serviço
público como consumidor por equiparação”, explica Bolzan.
Terceiro não usuário e a responsabilidade objetiva
Em 2005, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o terceiro não
usuário não poderia invocar a responsabilidade objetiva, mas em
2008 muda sua posição e consolida, pelo regime de repercussão
geral, que tanto o usuário do serviço público como o terceiro não
usuário do serviço público podem invocar a responsabilidade
objetiva.
“Na nossa visão, e defendemos isso desde 2005, o não usuário do
serviço público também pode se enquadrar na vítima do evento
danoso. E nós sabemos que o Código de Defesa do Consumidor
traz como regra a responsabilidade objetiva do fornecedor”, conta
o professor.
Por fim, um último conceito de consumidor por equiparação está
no artigo 29 do CDC, que fala sob um aspecto coletivo envolvendo
as pessoas expostas às práticas comerciais e contratuais
abusivas:
Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se
aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não,
expostas às práticas nele previstas.
Em resumo, caso haja uma prática comercial ou contratual
abusiva envolvendo o serviço público, o professor encontra
nesse artigo a figura do usuário enquadrado como consumidor.
O serviço público como fornecedor
Com base no artigo terceiro do Código de Defesa do Consumidor,
o professor Fabrício Bolzan enquadra a figura dos concessionários
ou permissionários de serviços públicos no conceito de
fornecedor.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
Ainda com base no artigo terceiro, inciso segundo do CDC, é
possível enquadrar o serviço público no conceito de serviço:
Art. 3º § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes
das relações de caráter trabalhista.
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Basicamente, exige ser um serviço remunerado, tal como é o
serviço público.
Partindo do artigo quarto do Código de Defesa do Consumidor,
temos menções expressas da incidência do CDC aos serviços
públicos:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus
interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo
[...]
Já o artigo sexto fala sobre os direitos básicos do consumidor:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;2
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Interação entre o Código de Defesa do Consumidor e a Lei 9.897
Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos.
(...)
(Fonte: Fabrício Bolzan - Conteúdo produzido pela LFG, referência
nacional em cursos preparatórios para concursos públicos e
Exames da OAB, além de oferecer cursos de pós-graduação
jurídica e MBA. In
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/codigo-de-
defesa-do-consumidor-aplicado-aos-servicos-publicos)
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Avaliação da Barragem de Pedreira é de ALTO RISCO, a denotar PERIGO.
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ESSA É UMA ALEGAÇÃO MENTIROSA E FRAUDULENTA, CAPAZ DE
RESPONSABILIZAÇÃO CRIMINAL DOS RESPONSÁVEIS!
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Diante da CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA BARRAGEM, fato é que a
área a jusante do barramento será INTEGRALMENTE CONSIDERADA ÁREA DE RISCO, trazendo diversos
e severos prejuízos ao Município, à população e ao comércio local.
- COMÉRCIO LOCAL .
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Tal omissão decorre de duas considerações de impacto financeiro
sobre o empreendimento: a) risco de indenização em caso de rompimento do barramento; e b)
desapropriação indireta, decorrente da limitação de uso e ocupação do solo de significativa e
atualmente valorizada área urbana do Município de Pedreira.
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E, ainda sobre a questão financeira, cumpre notar que o projeto
não contemplou adutoras, que, por exigência do Ministério Público, foram, agora, estudadas, sem,
entretanto, definição, onde se destacam custos elevadíssimos, aptos a inviabilizar o aproveitamento
do próprio empreendimento, que, portanto, pode se revelar “OBRA FARÔNICA”, represando águas
que jamais serão distribuídas a outros Municípios, com ganhos ínfimos diante de tantos riscos e
consequências.
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CAEX - MPSP – pág 20/37:
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E, na Conclusão (CAEX- pág. 33 e 34/37):
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CAEX- pág. 36/37:
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RESPOSTA DO DAEE EM CUMPRIMENTO AO OFÍCIO DO GAEMA SOBRE ESTUDO DE VIABILIDADE DO
SISTEMA ADUTOR:
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Outros laudos também mencionam isso, como v.g. o Relatório do
CONDEMA e também do ETM de Campinas (em suas considerações finais).
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depende desta represa. Ele negou risco à população, ressaltando
haver um plano de segurança.
Paulo Tinel, consultor da diretoria técnica da Sanasa, também
rebateu as afirmações de Andreu, de que a obra vai impactar na
conta de água de Campinas, apontando a possibilidade de
subsídios estaduais.
A Prefeitura de Pedreira chegou a revogar a licença municipal de
construção, que já tinha sido emitida e aprovada antes mesmo do
início da licitação, mas o projeto já está com 5% da obra em
andamento.
(fonte:
https://www.portalcbncampinas.com.br/2019/04/barragem-de-
pedreira-e-inutil-e-vai-impactar-na-conta-de-agua-de-campinas-
afirma-ex-presidente-da-ana/)
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bombeamento. Construir uma obra desse porte, com tamanho impacto, sobretudo ao Município de
Pedreira, sem ter sequer a certeza acerca do aproveitamento hídrico, é uma verdadeira aventura com
o dinheiro público, é a violação dos direitos fundamentais da população à jusante e a agressão
desnecessária ao meio ambiente, já que a área contém a mata mais preservada de Campinas e região.
Uma temeridade dessas, por óbvio, não tem como ser aceita, muito menos vindo de um órgão que
deveria zelar pela segurança, bem estar da população, mas que fragmenta projetos, manipula
informações e exclui a participação popular, como forma de levar adiante seu projeto, custe o que
custar, doa a quem doer.
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Estudo Campinas:
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OCASIONAR CONTAMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO E QUE NÃO FOI OBJETO DE ESTUDOS,
CONFORME ABAIXO:
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PARECER TÉCNICO CETESB
(...)
(CETESB – pág. 98/99/119)
(...)
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7) IMPOSSIBILIDADE FÍSICA DE UM PLANO DE AÇÃO
EMERGENCIA – PAE – SEGURO.
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TENTATIVA DE EVACUÇÃO em caso de ruptura. Ocorre que o PAE não garante, e segundo dicção legal,
não teria obrigação de garantir a vida da população a jusante.
8) ESTUDOS VENCIDOS.
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CERTIDÃO – Pedreira:
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9) AUSÊNCIA DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS – ESPECIALMENTE
EM PEDREIRA.
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Segundo o RIMA (pág. 78):
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a ser discutida na Audiência. É responsável também por definir
como será a dinâmica da Audiência, em que ordem os temas serão
discutidos, quanto tempo será reservado para cada intervenção
dos participantes, qual será a duração da Audiência, e garantir que
os participantes tenham o direito de se manifestar sobre o tema,
expondo seus pontos de vista de maneira justa e adequada. É
importante lembrar que, para que seja pública, a Audiência deve
se caracterizar pela manifestação dos participantes. Estes não vão
à Audiência apenas para ouvir, mas para questionar, dar opiniões,
buscar informações sobre o tema e pressionar o Estado para que
este seja mais democrático na tomada de decisões, realizando
assim o controle social. Além disso, durante a realização da
Audiência, as discussões devem ser obrigatoriamente registradas
em uma ata. Também precisa ser elaborada uma lista de
presença. Em alguns casos, a Audiência é gravada em áudio. Estas
informações devem tornar-se públicas em páginas oficiais na
Internet, no Diário Oficial ou em outros meios.
Quando uma Audiência Pública não é válida?
A Audiência Pública e, conseqüentemente, a decisão que foi
tomada ou lei aprovada com base em sua realização, poderão ser
anuladas quando não forem garantidas as condições para a
efetiva participação popular. Elas podem ser anuladas quando:
• A falta de divulgação prévia e em tempo razoável das
informações sobre o tema a ser discutido;
• A escolha de um local inadequado para a realização da
Audiência;
• A falta de acessibilidade, por exemplo, se a Audiência for
realizada em um local em que não haja circulação de transporte
público ou que não seja acessível para pessoas com deficiência;
• A restrição do número de participantes ou do direito de voz dos
participantes de forma a impossibilitar um debate amplo sobre o
tema discutido.
O Ministério Público pode ser acionado para invalidar uma
Audiência Pública que tiver algum desses problemas, antes ou
depois de sua realização.
(FONTE: http://www.polis.org.br/uploads/1042/1042.pdf).
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Art. 9o O acesso a informações públicas será assegurado
mediante:
(...)
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à
participação popular ou a outras formas de divulgação.
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Igualmente, o ETM – de Campinas, traz igual indicação, apontando a IMEDIATA
necessidade de que a comunicação se dê de forma clara para compreensão do público leigo:
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10) AUSÊNCIA DE ALVARÁS MUNICIPAIS PARA OBRAS
Conforme dispõe a Lei Municipal de Pedreira n. 1.150/85 (Código
de Obras do Município):
3.18 – Represas e Comportas 3.18.1 – Dependerá sempre de
autorização da Prefeitura a construção de represas, tanques,
comportas ou quaisquer dispositivos que venham a interferir
com o livre escoamento de águas pluviais e fluviais.
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Por sua vez, confira-se CERTIDÃO da PREFEITURA MUNICIPAL DE
PEDREIRA, que consigna, com fé-pública, que não consta em tramitação nenhum requerimento de
Alvará para o empreendimento perante o Município:
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11) INFRAÇÃO A EMBARGO MUNICIPAL e CRIME DE
DESOBEDIÊNCIA e IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
Termos em que,
Pedem Deferimento.
RICARDO FERRARETO
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