Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
vulcânica, queimadas, decomposição de matéria orgânica. De um modo geral, admite-se que, por meio da
fotossíntese e da respiração, a produção de oxigênio e o consumo de CO2, pelas plantas, e o consumo de
O2 e produção de CO2 nos outros seres vivos, por serem processos antagônicos, estejam equilibrados. O
que põe em risco este balanceamento é a queima intensa dos combustíveis fósseis, bem como da própria
madeira e da vegetação em geral. A combustão substitui a decomposição ou a respiração orgânica: produz
calor com consumo de oxigênio e combustíveis (composto orgânico) com a liberação de gás carbônico. A
devastação das florestas (para queimada de madeira, bem como para outras aplicações) e a poluição das
águas podem comprometer a produção e a reserva de oxigênio na Terra. A energia perdida na queima de 1
Km² de floresta equivale à energia solar que pode ser aproveitada neste mesmo Km² (1 Km² de floresta
queimada corresponde a 1 Mega Cal). Os componentes mais importantes do sistema climático são, além
da atmosfera, os oceanos e as calotas de gelo com as usa enormes capacidades caloríficas, as quais
direcionam o comportamento da atmosfera, e também da vegetação, que pode armazenar a umidade do
solo e determinar a reflexão da luz solar. Em mais de 50%, as emissões de monóxido de carbono
representam, atualmente, a principal causa com efeitos sobre o clima. Devido à elevada concentração de
oligogases na atmosfera, a irradiação térmica procedente da Terra é absorvida, sendo assim deslocado o
equilíbrio radioativo com o solo no sentido de um aquecimento da troposfera, esfriando-se, ao mesmo
tempo, a estratosfera.” ROCHA, José Sales Mariano da. Educação Ambiental Técnica para os ensinos
Fundamental, Médio e Superior, 2º ed. Santa Maria: Imprensa Universitária. 1999. p. 24-5.
Também as questões sociais são intimamente ligadas às questões
ambientais, para tanto, a defesa do meio ambiente passa a ser um desfio a
sociedade global. Estes desafios e estas mudanças só poderão ocorrer com a
participação popular, através do exercício da cidadania ambiental.
A gestão dos bens ambientais clama pela participação social, mas isto
só ocorrerá se for proporcionado ao cidadão à informação, à participação e o
acesso à justiça, bem como os instrumentos condizentes ao Estado
Democrático e Ambiental de Direito.
5
Em recente livro, Octávio Ianni relaciona oito teorias de globalização. Dado a ausência de um consenso
terminológico em discussões sobre o tema, é oportuna uma rápida revisão das teorias apresentadas pelo
autor:
““economia-mundo” - as economias-mundo se submetem a um pólo dominante, que pode mudar de
acordo com os movimentos econômicos; os autores dessa vertente enfatizam os ciclos econômicos,
épocas e tendências das economias-mundo, que não deixam de ser Estados-nação com características
nacionais definidas;
“internacionalização do capital produtivo” - um incremento da internacionalização do capital produtivo
com a dispersão geográfica da produção leva a uma nova divisão internacional do trabalho; o mundo
transforma-se em uma “fábrica global” e as pessoas compram coisas de vários lugares como se
estivessem em um “shopping center global”; empresas e governos se “modernizam”, no sentido de
desregulamentar, privatizar, abrir as fronteiras, etc;
“interdependência das nações” - devido à maior ligação com empresas, conglomerados internacionais,
instituições mundiais (ONU, FMI, OMC10 e outras) e formação de blocos de países, os estados nacionais
são considerados atores importantes e, aparentemente, não perdem a autonomia; a interdependência é
considerada benefício mútuo; essa interpretação vê o mundo como um sistema;
“ocidentalização” - vista como modernização do mundo, é o emblema do desenvolvimento e do
progresso; a meta seria a modernização nos moldes ocidentais, a ser obtida através da desestatização,
desregulação, liberalização, consumismo, automação, informatização e das telecomunicações; a
modernização também se imporia na forma de organização social da vida e do trabalho e seria como uma
ante-sala para o paraíso;
“aldeia global” - no sentido cultural surge da, unificação aquilo que as pessoas pensam, seus símbolos e
idéias; o modo de ser das pessoas passaria a ser guiado pelos símbolos da globalização, como se as idéias
se transfigurassem pela magia da eletrônica; nos meios de comunicação de massa, igrejas e músicas, tudo
se transforma eletronicamente pela informática e levam os signos da cultura da mundialização;
predominam os estereótipos e os cidadãos transformam-se em consumidores;
“racionalidade capitalista” - o capitalismo caracteriza a “racionalidade” do mundo; as mais diversas
esferas da vida social e intelectual são organizados em termos de calculabilidade, eficiência e
lucratividade; o consumismo é outra esfera de dinamização das ações, tendo-se a confusão de liberdade e
igualdade de consumidores com os direitos dos cidadãos; há, também, um evidente incremento da
racionalidade individualista;
“dialética da globalização” - o capitalismo seria um modo de produção internacional que, ao longo da
história, já teve movimentos como o mercantilismo, colonialismo, imperialismo, multilateralismo e
globalismo; o capitalismo seria um processo complexo e contraditório, que estaria sempre em
movimento, se expandindo, entrando em crise e, depois, retomando a expansão; multiplicar-se-iam
empresas, conglomerados, monopólios, trustes, cartéis e multinacionais, com contínua concentração; aos
poucos, os princípios de mercado, produtividade, lucratividade, dinamismo das transnacionais passariam
a influenciar as mentes e corações das pessoas;
“modernidade-mundo” - tem a capacidade de modificar as pessoas de maneira filosófica, científica e
artística; desenvolve-se a sociedade global e as estruturas de poder econômico e político características da
globalização; a ruptura dos quadros sociais e mentais de referência logo provoca a onda da pós-
modernidade;
há um vasto mercado de coisas, gente e idéias, além de ilusões, homogeneidades e diversidades,
obsolescência e novidades; modificam-se modos de ser, pensar, agir e sentir.” IANNI, Octávio. Teorias
do Globalização. 1995.
6
Estado – Do latim statu, do verbo stare, estar de pé, manter-se. O vocábulo apresenta o radical st, de
origem indo-européia, que significa permanência, duração. No direito romano, status personarum
política monetária, bem como também reduziu a margem de manobra das
políticas macroeconômicas.
A globalização também, elimina a parcela geográfica do espaço
econômico, ou seja, distribui e deslocaliza a atividade produtiva, tanto dos
centros produtores de insumos quanto dos mercados consumidores, devido às
novas técnicas de organização e distribuição da produção.
(civitatis, lebertatis e familiae) eram estados que as pessoas podiam encarnar na sociedade romana,
conforme o ponto de vista dos direitos políticos, de sua liberdade ou de sua condição conjugal e
sucessória. No direito político, é a sociedade dotada de poder soberano e voltada para o bem comum.
Estado (Origens sociológicas) – No estudo do homem pré-histórico destacam-se duas ciências: a
Arqueologia, que se ocupa de vestígios humanos de qualquer natureza, como utensílios e pinturas
rupestres, e a Etnologia, que estuda a vida social dos chamados “primitivos atuais”, vale dizer, aqueles
que ainda hoje vivem nas mesmas condições dos mais remotos antepassados do homem contemporâneo.
Tais ciências, apoiadas pela Antropologia, conseguem lançar alguma luz sobre os obscuros primórdios das
sociedades primitivas e de seus organismos diferentes. Todas as sociedades humanas, incluídas as
selvagens, sempre se apresentaram dotadas de poder de mando rudimentar e, por mais que recuemos no
tempo, até onde alcancem os mais antigos vestígios deixados pelo homem, encontraremos, sempre, o
elemento humano vivendo em sociedade e uma autoridade dirigindo o grupo. Para situarmos-nos
naquelas épocas remotíssimas do passado humano, faremos um bosquejo referente à periodização de tais
fases da Pré-História. Se levarmos em conta a teoria que afirma ter o homem surgido na Terra por volta de
600.000 anos atrás, poderemos dividir a Pré-História em duas idades: a Idade da Pedra (600.000 a 3.500
a.C) e a Idade dos Metais (3.500 a 50 a.C), sendo a primeira subdividida em períodos – Paleolítica
Inferior (mais antigo), Paleolítico Médio e Paleolítico Superior (mais recente), Mesolítico e Neolítico – e,
a segunda, em duas idades: a do bronze e a do ferro. Que fazia o homem do Paleolítico Inferior para se
manter? Evidentemente não poderia viver sozinho; a obtenção de carne, mediante a matança de grandes e
perigos animais, a luta contra as adversidades impostas pelo meio ambiente, além da natural sociabilidade
humana (aquele apetite social que se referia Thomas Hobbes), determinaram a vida em sociedade. [...] Foi
a fixação do homem ao solo que ensejou a consolidação do Estado. [...], duas importantes teorias buscam
elucidar, definitivamente, o problema da origem da autoridade entre os antigos: a teoria patriarcal e a
teoria matriarcal. [...] A origem do próprio Estado encontrar-se-ia na união de famílias diversas, após
fases sucessivas de transformação: gens – tribo – nação – Estado. Nesta longa evolução, a família
patriarcal jamais deixou de persistir como núcleo interno e básico, afirmam Summer Maine, Mommesen e
Robert Filmer, alguns de seus principais expoentes. [...] Os principais seguidores da teoria matriarcalista
são Bachofen, Lewis Morgan, Friedrich Engels e Giraud Telon. Quanto à origem de cada Estado, de cada
sociedade política tomada individualmente, é problema dos mais sérios e intrincados.
Entre as teorias que buscam esclarecer a formação do Estado destacam-se algumas que, ainda hoje,
usufruem de grande prestigio. [...] Quando Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) desenvolveu a teoria do
contrato social em obra clássica, não estava sendo o primeiro a afirmar que o Estado surge de um acordo
de vontades. Antes dele, Thomas Hobbes (1588 – 1679) já desenvolvera teoria semelhante. Existe, porém,
um foco de divergência entre esses autores: se ambos consideram o homem primitivo vivendo num estado
selvagem, passando a vida em sociedade mediante um pacto comum a todos, exatamente como se cria
uma sociedade civil ou comercial, vale frisar que Rousseau imagina uma convivência individualista, mas
cordial, vivendo os homens pacificamente, sem atrito com seus semelhantes, ao contrario de Hobbes, para
quem, em celebre tirada, “o homem é o lobo do próprio homem” (homo homini lupus). Considera Hobbes
que o homem é um ser anti-social por natureza, e seu “apetite social” seria o fruto da necessidade da vida
comunitária, fiscalizada por um aparato gigantesco destinado a impor a ordem, o Estado, enfim. A esse
aparato Hobbes denomina “Leviatã”. [...].
Para Karl Marx (1818 – 1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820 – 1895), o surgimento do poder
político e do Estado nada mais é que o fruto da dominação econômica do homem pelo homem. O Estado
vem a ser uma ordem coativa, instrumento de dominação de uma classe sobre outra. Em seu celebre
manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels afirmam que a Historia da humanidade sempre foi a
historia da luta de classes: homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e
artesãos, numa palavra, exploradores e explorados sempre mantiveram uma luta, às vezes oculta, às vezes
A globalização torna o território cada vez menos importante como
elemento fundamental da produção de bens, por causa das novas técnicas de
produção, deixando para o espaço geográfico apenas questões voltadas à
ordem interna e a função preservacionista do meio ambiente.
Significa desta forma, dizer que o Estado e o território perdem a
importância que até aqui mantiveram. O Estado, desta forma, modificou-se
profundamente para responder às exigências que a nova divisão internacional
do trabalho e, a nova organização do processo produtivo reclama.
Neste caminho acentua Pessoa7:
patente. Marx afirma que todos os fenômenos históricos são produtos das relações econômicas entre os
homens, e que o marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do
desenvolvimento econômico da sociedade, em oposição aos ideais metafísicos. Segundo Engels, o Estado
vem a ser terrível maquina de coerção destinada à exploração econômica e, consequentemente, política,
de uma classe sobre outra.
Para alguns pensadores a origem do poder político e do Estado reside nas qualidades militares superiores
a media nos grupamentos primitivos. [...] O princípio de autoridade militar de base religiosa consolidar-
se-ia como princípio de autoridade civil de caráter permanente. O chefe de guerra converte-se em chefe
político, autoridade administrativa, juiz e legislador. Afirma o célebre Voltaire que “le premier qui fut roy
fut um soldat heureux!”.
A denominada teoria da força ou da violência na gênese do poder político é desenvolvida por
Gumplowicz. Diz ele que o poder político vem a ser, pura e simplesmente, o resultado da força bruta, da
violência imposta por alguns à maioria débil da sociedade. [...].
O pensamento de Miguel Elias Reclus não discrepa de Gumplowicz e de Marx e Engels, pois ele vê na
imposição violenta e espoliativa de impostos a verdadeira origem do Estado. [...]
Se, como pretende Émile Durkheim, o processo de centralização do poder político se desenvolve
paralelamente ao processo de centralização do poder religioso até então difuso no grupamento, a
imposição de tributos surge, nesse estagio, como uma instituição de caráter mágico, religioso. Ao clero
soa feitos donativos in natura, o qual, em contrapartida, deve proteger a comunidade contra os vizinhos
inimigos e os maus espíritos. [...] segundo Durkheim e seus seguidores, a divisão dos homens primitivos
em clãs é a primeira organização social conhecida. Mais que a família ou a consangüinidade, o que une os
seres humanos é a sua natureza mística religiosa. ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário jurídico
brasileiro Acquaviva. 11º ed. Ampl. Ver. e atual. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira. 2000. p. 601-6.
7
PESSOA, Geórgia Patrício. Economia e Meio Ambiente – Quanto vale a Biodiversidade? Congresso
Internacional de Direito Ambiental - Paisagem Natureza e Direito. 9º. 2v. São Paulo. 2005. p. 132-3.
Assim, o Estado tem que lidar com as mudanças ocorridas em nível
ambiental, a economia também sofre transformações. RIFKIN8 faz uma análise
da transformação das características do Estado-nação frente ao novo
paradigma:
13
“[…] entre a defesa do meio ambiente e o desenvolvimento econômico, há uma dicotomia, na verdade,
um antagonismo; criou-se, na Conferência de Estocolmo/72, nos princípios 5 e 8, a noção de
“desenvolvimento sustentável” (ou “sustentado”, ou ainda “ecodesenvolvimento”), que prosperou,
ecoando mais tarde em pólo menos onze dos vinte e sete Princípios da Declaração da Rio/92, em especial
nos princípios 3 e 4, assim como no setor privado, mediante a sua implementação nos modelos de
gerenciamento empresarial – a gestão ambiental.” D’LSEP, Clarissa Ferreira Macedo. Direito Ambiental
Econômico e a ISO 14000: Análise jurídica do modelo de gestão ambiental e certificação ISO 14001.
p. 35-6.
14
PESSOA, Geórgia Patrício. Economia e Meio Ambiente – Quanto vale a Biodiversidade? Congresso
Internacional de Direito Ambiental - Paisagem Natureza e Direito. p. 128-9.
ambiente, porém ele se tornou importante, na medida em que foi se
degradando, ficando escasso, e assim sendo, se convertendo num bem
econômico.
É desta feita, que o meio ambiente torna-se alvo da economia, e para
tal, gera oportunidades de novos empreendimentos. As atividades no meio rural
têm aumentado em grande escala, e o meio ambiente torna-se lucrativo aos
olhos dos investidores, sendo desta forma importante para a sociedade.
18
BULLARD, Robert. Enfrentando o racismo ambiental. In: ACSELRAD, Henri. HERCULANO,
Selene. PÁDUA, José Augusto (orgs). Justiça ambiental e cidadania. Rio de Janeiro: Relume Dumará.
2004. p. 44.
19
SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 1992, p.719.
20
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. p.47-9.
privá-la do gozo de seu domicilio, prejudicando sua vida privada e
familiar”.
21
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela Mão de Alice - O social e o político na pós-modernidade. p.
296.
22
STERN, Paul L., YOUNG Oraw R, DRUCKMAN, Daniel. Mudanças e Agressões ao Meio Ambiente.
(tradução de José Carlos B. Santos). São Paulo: Makron, 1993, p.11.
escala nos sistemas ambientais e resultantes de forças superiores
ao seu controle. Ao contrário, é o próprio comportamento humano
que deve ser controlado se é que pretendemos ter sucesso no
melhoramento ou no redirecionamento da mudança global.”
25
“Assim, a mundialização em curso no século XX, em especial depois da Segunda Guerra Mundial e
mais ainda em seguida ao término da Guerra Fria, pode ser vista como um novo surto de mundialização
da racionalidade própria da civilização capitalista ocidental. Mas com uma peculiaridade: nesta época a
racionalidade própria desse processo civilizatório já adquire categoria global.” IANNI, Octávio. Teorias
da Globalização. p. 119.
26
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2004. p.754.
está permeado por elementos de natureza subjetiva que se
modificam a cada etapa concreta da vida em sociedade.”
27
Lista da fauna Silvestre brasileira ameaçada de extinção que foi publicada pelo Ministério do Meio
Ambiente no dia 22 de maio de 2003. Disponível em: www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/index.cfm Acesso
em 15.12.2005.
28
FRANCO, José Gustavo de Oliveira. Direito Ambiental Matas Ciliares. p.133.
29
“Desde a década de 70 diversas conferências foram proferidas no mundo inteiro e várias “cartas”foram
elaboradas, fazendo intenso chamamento à Educação Ambiental [...] A Conferencia de Estocolmo marcou
o início da Educação Ambiental no Mundo e a Carta de Belgrado consagrou-se como o marco da
Educação Ambiental. [...] As jornadas de Vezélay, que reuniram todos os países de língua francesa, a
Carta de Viena, o acordo de Montreal (PNUE: Programme dês Nations Unies pour I’Énvironnement), os
relatórios do “Center for Latin American Studies”(USA) e do “Center for Amazonian Studies” (Reino
Unido) e o famoso Relatório de Marcel Blanc, todos concluíram sobre os 4 (quatro) perigos básicos que
poderão destruir o planeta nas próximas décadas: a energia atômica, o efeito estufa, a camada de
ozônio e os produtos provenientes da biotecnologia [...]. Relatam esses relatórios que a Educação
Ambiental maciça e pratica, (Educação Ambiental Técnica) atingindo os grandes centros, poderia
ser uma esperança para evitar a destruição do planeta.” ROCHA, José Sales Mariano da. Educação
Ambiental Técnica para os ensinos Fundamental, Médio e Superior. p. 3-4.
MOTA30 em seu livro cita VARELLA e BORGES, apontando a
necessidade da Cidadania como elemento fundamental para uma sociedade
ética e mais justa, livre e feliz ressalta que:
30
MOTTA, Maude Nancy Joslin. O exercício da cidadania do direito ambiental. In: VARELLA,
Marcelo Dias, BORGES, Roxana Cardoso B. O novo em direito ambienta. Belo Horizonte: Del Rey,
1998. p.102.
31
Segundo ROCHA, “Educação Ambiental – É um processo de tomada de consciência política,
institucional e comunitária da realidade ambiental, do homem e da sociedade, para analisar, em conjunto
com a comunidade (através de mecanismos formais e não formais), as melhores alternativas de proteção
da natureza e do desenvolvimento sócio-econômico do homem e da sociedade.” ROCHA, José Sales
Mariano da. Educação Ambiental Técnica para os ensinos Fundamental, Médio e Superior. p. 7.
A natureza está a nossa disposição, porém devemos fomentar novas
formas de utilizá-la, de modo à sua preservação e conservação32, visando
assim, uma harmonia entre o homem e a natureza.
A Comunidade mundial deve buscar e almejar cada vez mais rápidas
ações em defesa do meio ambiente, fortalecendo os laços entre os países,
impondo-se responsabilidades mútuas, gerando assim, uma gestão duradoura
dos recursos naturais, bem como à criação de áreas protegidas que permitam
a preservação da biodiversidade33.
Os fenômenos ambientais de que falamos hoje não conhecem fronteiras,
desta forma é preciso abordá-los em escala mundial, privilegiando o diálogo
interno e internacional. Devemos também identificar ações precisas e
prioritárias. Assim, lutar contra a degradação ambiental, contribui,
simultaneamente para a melhoria dos meios de subsistência do homem e para
a redução de seus efeitos negativos.
Santos34 afirma que:
32
ROCHA simplificadamente nos explica a diferença entre Preservação e Conservação: “O conceito de
Preservação caracteriza deixar a Ambiência como ela se encontra. Se poluída, devera permanecer como
tal. Já o conceito de Conservação atende ao Eco-Desenvolvimento. Usa-se a Ambiência visando a sua
melhoria constante e a sua perpetuidade.” ROCHA, José Sales Mariano da. Educação Ambiental
Técnica para os ensinos Fundamental, Médio e Superior. p. 9.
33
FRANCO em seu livro Direito Ambiental Matas Ciliares nos aponta o conceito de Biodiversidade:
“...através do Decreto 2.519/98 – conceitua, em seu art. 2º biodiversidade, ou diversidade biológica, como
“a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de quem fazem parte;
compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”.” FRANCO,
José Gustavo de Oliveira. Direito Ambiental Matas Ciliares. p.30.
34
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela Mão de Alice - O social e o político na pós-modernidade. p.
319.
Estas ações devem constituir, em primeiro lugar, uma responsabilidade
nacional, mas ela é também uma questão de âmbito internacional, e deve para
tanto ser discutida em foros internacionais.
Neste sentido Giddens35 ensina que:
37
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela Mão de Alice - O social e o político na pós-modernidade. p.
235-63.
princípio de mercado (Locke) e o princípio da comunidade
(Rousseau). [...] Apesar de estar ele próprio muito colonizado pelo
princípio do Estado e pelo princípio do mercado, o princípio da
comunidade rousseauiana é o que tem mais virtualidades para fundar
as novas energias emancipatórias. A idéia da obrigação política
horizontal, entre cidadãos, e a idéia da participação e da
solidariedade concretas na formulação da vontade geral são as
únicas susceptíveis de fundar uma nova cultura política e, em última
instância, uma nova qualidade de vida pessoal e colectiva assentes
na autonomia e no autogoverno, na descentralização e na
democracia participativa, no cooperativismo e na produção
socialmente útil.”
45
LEITE, J.R.M, AYALA, P.A. Direito ambiental na sociedade de risco. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2002.
sistema de responsabilidades compartilhadas entre todos, em uma
orientação inclusiva, que inclui não só aqueles que não possam
exercer regularmente os direito políticos, mas também as futuras
gerações.”
Conclusão
REF ER ÊNC IA S
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário jurídico brasileiro Acquaviva. 11º
ed. Ampl. Ver. e atual. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira. 2000.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 12º ed. rev.
atual. ampl. São Paulo: Malheiros. 2004.2004.