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INFRAESTRUTURA E SANEAMENTO BÁSICO DA GRANDE ÁREA DE

OCUPAÇÃO DO JUÁ

INFRASTRUCTURE AND BASIC SANITATION OF THE LARGE OCCUPATION


AREA OF JUÁ

Acadêmico: Nome do aluno


Orientador: Nome do orientador (com titulação)
Área de concentração: Conforme áreas presentes no PPC

RESUMO
Este trabalho aborda a importância da infraestrutura e saneamento básico para a qualidade de vida
da população. A falta de tais serviços pode prejudicar a saúde pública e a competitividade
econômica de uma região. A pesquisa foca na situação da invasão conhecida como "Vista Alegre
do Juá" na cidade de Santarém-PA, onde residem cerca de 5.000 famílias sem acesso a serviços
básicos e sem possibilidade de investimentos públicos devido residirem em uma área não
legalizada. O objetivo é analisar os desafios existentes na infraestrutura e saneamento básico dessa
comunidade. O método utilizado foi a pesquisa bibliográfica, a pesquisa de campo exploratória e
entrevista com profissionais e moradores.

PALAVRAS-CHAVE: Infraestrutura, saneamento básico, invasão.

ABSTRACT
This paper addresses the importance of infrastructure and basic sanitation for the quality of life of
the population. The lack of such services can undermine public health and the economic
competitiveness of a region. The research focuses on the situation of the invasion known as "Vista
Alegre do Juá" in the city of Santarém, state of Pará, where approximately 5,000 families reside
without access to basic services and without the possibility of public investments due to their
residency in an unauthorized area. The objective is to analyze the challenges existing in the
infrastructure and basic sanitation of this community. The methodology used was bibliographic
research, exploratory field research, and interviews with professionals and residents.

KEYWORDS: Infrastructure, basic sanitation, invasion.

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1 INTRODUÇÃO

A infraestrutura e o saneamento básico são fundamentais para garantir uma boa qualidade
de vida para a população. De acordo com Oliveira et al. (2016, p. 2),

"A infraestrutura é essencial para o desenvolvimento econômico e social de um país. Ela


é responsável por garantir o acesso à água, ao saneamento básico, à energia elétrica, à
mobilidade urbana, à comunicação e à habitação. Além disso, ela também é fundamental
para a competitividade de empresas e para a geração de emprego e renda. A falta de
infraestrutura adequada pode limitar o desenvolvimento de uma região e prejudicar a
qualidade de vida da população."

Já o saneamento básico inclui a coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotos, a


coleta e disposição adequada do lixo, além do abastecimento de água potável. A falta de
infraestrutura e saneamento básico pode levar a diversos problemas de saúde pública, de acordo
com Silva et al. (2017, p. 2),

"a falta de infraestrutura e saneamento básico pode acarretar diversos problemas de saúde
pública. A ausência ou precariedade desses serviços pode favorecer a propagação de
doenças transmitidas por água e por vetores, como a dengue, febre amarela, leptospirose,
cólera, entre outras. Além disso, a falta de saneamento básico e infraestrutura adequada
pode afetar a qualidade de vida das pessoas, comprometer o meio ambiente e agravar a
situação de vulnerabilidade social e econômica de uma comunidade."

Diante do exposto, este trabalho terá como abordagem a investigação de infraestrutura e


saneamento básico na grande área de ocupação do Juá, também conhecida como "Vista Alegre do
Juá". Uma invasão espontânea em terras que faziam parte dos limites de um imóvel particular,
localizada na cidade de Santarém, no oeste do estado do Pará. A invasão teve início em 2016 por
pessoas que eventualmente não possuíam moradia e, ao longo dos anos, cresceu de tal forma que
o proprietário legal já não conseguiu retirar as pessoas daquela área. De acordo com um artigo da
Universidade Federal do Oeste do Pará (SANTOS, et al, 2018, p.08), em média, residem
aproximadamente 5.000 (cinco mil) famílias nos limites da área, que corresponde a
aproximadamente 235 (duzentos e trinta e cinco) hectares. Contudo, devido a um processo judicial
movido pelo proprietário, a área ainda não está legalizada e, portanto, não pode recolher impostos
e receber investimentos do poder público municipal ou estadual.
O objetivo desta pesquisa é analisar os desafios existentes na infraestrutura e a ausência de
saneamento básico para a comunidade local residente na área de ocupação do Juá em Santarém-
Pará.

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Os questionamentos que este trabalho busca solucionar são: quais são os problemas de
infraestrutura existentes na área do Juá? Qual é a possibilidade de regularização desta área para
que o poder público possa intervir e resolver as questões de infraestrutura e saneamento?
Dessa forma, para se obter as informações sobre a área estudada, foi feita uma pesquisa de
análise descritiva, utilizando como método a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo de
caráter exploratório e entrevistas.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Conceitos e definições de infraestrutura e saneamento básico

Infraestrutura é um termo que engloba todas as facilidades e serviços necessários para o


benfeitor ação de uma comunidade, tais quão: água, esgoto, movimento elétrica, transporte,
telecomunicações, entre outros. Segundo Oliveira (2019), a infraestrutura é primário para a
produção parcimonioso e sociável de um país, sendo um dos principais fatores determinantes para
o avanço e rivalidade de uma região.
Já o saneamento básico compreende um conjunto de ações que visam garantir a salubridade
ambiental, prevenir doenças e promover a saúde pública, por meio do abastecimento de água
potável, coleta e tratamento de esgoto, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana. De acordo
com a Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, o acesso
aos serviços de saneamento é um direito humano essencial e deve ser assegurado de forma
universal e igualitária.

2.2 Legislação relacionada ao tema

A Constituição Federal de 1988, no artigo 225, estabelece que "todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações". A partir deste dispositivo, outras leis foram criadas para garantir a
preservação e a qualidade do meio ambiente.
A Lei nº 11.445/2007, conhecida como Lei do Saneamento Básico, estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico e define as responsabilidades dos prestadores de serviços
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públicos de saneamento básico, além de estabelecer as condições para a prestação desses serviços.
Já a Lei nº 9.433/1997, conhecida como Lei das Águas, institui a Política Nacional de Recursos
Hídricos e estabelece que a gestão dos recursos hídricos deve ser realizada de forma descentralizada
e participativa, envolvendo todos os usuários e a sociedade civil.
Além dessas leis, há outras normas e regulamentos relacionados ao tema, como:
• Lei nº 11.107/2005: dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e
estabelece regras para a gestão associada de serviços públicos, incluindo o saneamento
básico.
• Lei nº 13.529/2017: institui o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e cria o Fundo
de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de Concessão e Parcerias
Público-Privadas (FEP), com o objetivo de fomentar a participação da iniciativa privada na
infraestrutura do país.
• Lei nº 14.026/2020: estabelece o novo marco regulatório do saneamento básico, com o
objetivo de universalizar o acesso aos serviços de água e esgoto até 2033, por meio da
abertura do mercado para a concorrência entre empresas públicas e privadas.

2.3 Ocupações desordenadas no Brasil

As ocupações desordenadas no Brasil têm sido um problema recorrente em diversas regiões


do país, principalmente nas grandes cidades. Essas ocupações são caracterizadas pela ocupação
irregular de áreas públicas ou privadas, sem a devida autorização e sem que haja planejamento
adequado para a instalação de infraestrutura e serviços básicos.
Segundo dados do IBGE (2020), aproximadamente 11,4 milhões de pessoas vivem em
favelas no Brasil, o que representa mais de 6% da gente brasileira. Essa realidade é resolução de
uma série de fatores, quão a falta de políticas habitacionais adequadas, o avanço desarrumado das
cidades, a inconstância sociável e a eliminação econômica.
As ocupações desordenadas geram diversos problemas sociais e ambientais, como a falta de
acesso a serviços básicos de infraestrutura, como água, saneamento, coleta de lixo e energia
elétrica. Além disso, a falta de planejamento na ocupação dessas áreas pode levar a problemas de
segurança, já que muitas vezes essas áreas não possuem vias de acesso adequadas, dificultando o
acesso dos serviços de emergência.

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De acordo com Lefevre e Lefevre (2017), as ocupações desordenadas também geram
impactos ambientais significativos, como a degradação de áreas verdes, o desmatamento, a
poluição dos corpos d’água e o acúmulo de resíduos sólidos. Esses impactos ambientais podem
afetar a qualidade de vida dos moradores da região e podem comprometer a biodiversidade local.
Além disso, as ocupações desordenadas geram conflitos fundiários, já que muitas vezes
essas áreas são objeto de disputas entre proprietários privados e órgãos públicos. Segundo Silva
(2016), os conflitos fundiários relacionados a ocupações desordenadas são um problema recorrente
no país e podem levar a situações de violência e exclusão social.
Diante desses problemas, é fundamental que haja uma política habitacional adequada por
parte do Estado, que leve em consideração as necessidades das populações mais vulneráveis e que
promova a regularização fundiária das áreas ocupadas. Além disso, é necessário que haja um
planejamento adequado para a ocupação dessas áreas, levando em consideração a instalação de
serviços básicos de infraestrutura e a preservação ambiental.
Diversos estudos e pesquisas têm sido realizados para analisar a situação da infraestrutura e
do saneamento básico em áreas urbanas, incluindo aquelas de ocupação irregular. Uma pesquisa
realizada por Carvalho e Santos (2018) em uma área de ocupação irregular em Belo Horizonte
identificou a falta de infraestrutura básica como uma das principais dificuldades enfrentadas pela
comunidade.
Outro estudo realizado por Fonseca (2016) em um bairro de ocupação irregular em
Campinas mostrou que a falta de saneamento básico, em especial a ausência de rede de esgoto, tem
impactos negativos na saúde dos moradores e no meio ambiente local. Já um estudo de Souza e
Fernandes (2017) em uma área de ocupação irregular em Fortaleza evidenciou a necessidade de
políticas públicas efetivas para garantir o acesso à infraestrutura básica e ao saneamento.

3 CARACTERIZAÇÃO DA GRANDE ÁREA DE OCUPAÇÃO DO JUÁ

3.1 A cidade de Santarém no Oeste do Pará

A cidade de Santarém, localizada na região Norte do Brasil, apresenta uma população de


cerca de 300.000 habitantes, sendo mais de 80% residindo na área urbana (REVISÃO DO PLANO
MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE SANTARÉM – PA 2020 – 2023). Entretanto,
esse crescimento populacional ocorreu de maneira desordenada e não planejada, resultando no
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surgimento de "invasões" irregulares, em que casas e bairros surgem onde anteriormente havia
vegetação nativa (GLOBO, 2022).
Segundo o estudo do Instituto Trata Brasil, que analisou as condições de saneamento das
100 cidades mais populosas do Brasil, a cidade de Santarém ocupa a terceira posição entre as 20
piores cidades no Ranking do Saneamento Básico (GLOBO, 2022). De acordo com dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), apenas cerca de 30% da população
da cidade tem acesso à coleta de esgoto, e parte desse esgoto coletado não recebe tratamento
adequado antes de ser lançado nos rios e córregos da região. Além disso, muitos moradores ainda
recorrem a poços artesianos e outras fontes de água sem tratamento para obter água potável, o que
representa um risco para a saúde pública.
Diante dessa situação, torna-se evidente a necessidade de ações e políticas públicas que
visem o planejamento e a melhoria das condições de saneamento básico na cidade de Santarém, a
fim de garantir melhores condições de vida e saúde para a população.

3.2 Histórico de ocupação do Juá

A área do Juá, conhecida também como Vista Alegre do Juá, localizada em Santarém, no
oeste do Pará, é uma região próxima ao lago e à praia do Juá, que foi ocupada através de invasões
de terras. Segundo Rego e Cavalcante (2021), trata-se de uma das maiores ocupações urbanas de
Santarém, com uma área média de 235 hectares e aproximadamente 5.000 famílias residindo na
região até 2021.
A Ocupação Vista Alegre do Juá localiza-se na área urbana de Santarém, entre as
coordenadas geográficas de -2º 26’ 19,01" Latitude sul e -54º 45’ 44,6" de Longitude Oeste (Figura
1).

Figura 1. Mapa de localização da ocupação Vista Alegre do Juá.

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Fonte: (Melo, 2022)

As invasões ocorreram devido à falta de políticas habitacionais adequadas, incapazes de


atender à demanda crescente por moradias, especialmente para famílias de baixa renda. A ocupação
foi feita de maneira desordenada, sem planejamento urbano adequado e muitas vezes sem
considerar a segurança e as necessidades básicas dos moradores.
Essas invasões levaram a disputas judiciais e a ações de despejo, resultando frequentemente
em violência e conflitos entre os moradores e as autoridades. Apesar de algumas medidas terem
sido tomadas para regularizar a situação fundiária na região, a questão ainda está longe de ser
resolvida, e muitas pessoas ainda vivem em condições precárias na área de ocupação do Juá.
Um movimento surgiu para projetar a área e dividi-la em lotes, fazendo uma ocupação
ordenada e organizada. O projeto incluía áreas destinadas a fins comunitários e proteção ambiental,
bem como espaços destinados a utilidade pública, como escolas, creches e campos de futebol
(Santos et al., 2018).
No entanto, visitas in loco revelaram que as ocupações saíram completamente do projeto, o
que resultou na falta de proteção ambiental ou áreas de utilidade pública. Essas ocupações
irregulares dificultam o acesso dos moradores a serviços básicos, como saúde, educação e lazer,
além de dificultar o acesso ao trabalho e à escola, exigindo deslocamentos consideráveis.

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Outro problema causado pela forma irregular de ocupação foi a grande incidência de "gatos"
na área, o que causou prejuízos para a empresa de energia elétrica e para os moradores vizinhos,
que relataram aumento exagerado em suas contas de energia (Globo, 2018). Em 2018, a CELPA
entrou na justiça e ganhou o direito de cobrar energia elétrica da área, instalando postes.
De acordo com Rego e Conceição (2020), a divisão da ocupação em ruas com seus
respectivos nomes é realizada pelos próprios moradores, que são predominantemente de baixa
renda e vivem em condições precárias, sem serviços sanitários básicos. Esse processo de ocupação
teve início em 2013, com algumas poucas residências, além dos moradores ribeirinhos que já
viviam nas margens do lago (Figura 2). Até 2016, a área já apresentava uma ocupação intensa nos
setores leste e central. Em 2018, a ocupação já estava consolidada de forma irreversível (Melo,
2022).

Figura 2. Transformações da paisagem da ocupação com registro temporal de 2013 a 2020.

Fonte: (Melo, 2022)

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4 METODOLOGIA

A metodologia proposta consiste em uma pesquisa de análise descritiva, utilizando como


método a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo de caráter exploratório.
A pesquisa bibliográfica é fundamental para embasar o relatório fotográfico, fornecendo
referências de autores e especialistas na área.
Já a pesquisa de campo tem como objetivo realizar um reconhecimento e caracterização da
área em estudo, utilizando técnicas como a observação direta, entrevistas e levantamento in loco.
De acordo com Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é um procedimento que visa buscar
informações já publicadas sobre o assunto em estudo. Já a pesquisa de campo, segundo Minayo
(2008), tem como objetivo coletar dados inéditos sobre o objeto de estudo, utilizando técnicas de
observação direta, entrevistas e questionários.
Neste contexto, o presente artigo utiliza como método a pesquisa bibliográfica para embasar
teoricamente a área estudada, abordando alguns históricos de ocupações de áreas do país e da
cidade de Santarém, Pa.
Além disso, foi realizada pesquisa de campo, na qual foram capturadas fotografias da área
atualmente, foram feitas entrevistas com moradores, presidente da associação dos moradores,
advogado da área ambiental e imobiliária, além de ser realizado um levantamento fotográfico.
Segundo Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa de campo é uma técnica que consiste em
observar, registrar e analisar fenômenos que ocorrem na vida social. Assim, a pesquisa de campo
é fundamental para se obter informações precisas e confiáveis sobre a área em estudo.
No total, foram 7 entrevistados, onde 2 (dois) são moradores da área, e 5 (cinco) são
profissionais “representantes” do bairro.
A fim de preservar a privacidade dos participantes da pesquisa, foram utilizados nomes
fictícios (Códigos) de acordo com o quadro 1, de forma que as pessoas não foram expostas em
nenhum momento. Dessa forma, irá se usar as letras (M) para os moradores entrevistados e para os
profissionais da área advocacia, imobiliária e engenharia (P).

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Quadro 1: Nome fictícios dos entrevistados em ordem de entrevista.
SIGLA CÓDIGO DESCRIÇÃO DO ENTREVISTADO
P P1.ADVOGADO Advogado
M M1.MORADORA Morador da rua 22 do bairro do Juá
M M2.MORADORA Morador da rua São Lazareno do bairro
P P2.CORRETOR Corretor de imóveis
P P3ENGENHEIRO Engenheiro civil
P P4.ENGENHEIRO Engenheiro civil representante da SEMMA
P P5.REPRESENTANTE Representante dos moradores da ocupação
Fonte. Acervo próprio do autor

Vale ressaltar que a pesquisa de campo permitiu a obtenção de informações precisas e


confiáveis sobre a área em estudo, contribuindo para uma análise aprofundada e abrangente do
tema.
Desta forma, a metodologia adotada permitiu um estudo mais abrangente e aprofundado
sobre a área em estudo, possibilitando a coleta de dados qualitativos e quantitativos relevantes para
a compreensão do tema.

5 RESULTADOS

Os resultados da pesquisa estão em consonância com diversos estudos e pesquisas que


abordam a temática da infraestrutura e saneamento básico em regiões periféricas e de baixa renda.
Segundo Oliveira et al. (2019), a precariedade na infraestrutura urbana e na prestação de serviços
públicos básicos é um dos principais desafios enfrentados pelas comunidades periféricas. Já Araújo
e Oliveira (2018) destacam que o acesso à infraestrutura básica de saneamento é um direito humano
fundamental e sua ausência pode gerar impactos negativos na saúde e no meio ambiente.

5.1 O início da invasão do Juá

A ocupação Vista Alegre do Juá teve início em 2014 com a construção de edificações às
margens do rio Tapajós, em uma área que atualmente abrange 2,46 km². Segundo (P5.
Representante), durante a luta por moradia, a ferramenta utilizada foi o Movimento dos
Trabalhadores em Luta por Moradia (MTLM), desempenhando um papel fundamental na defesa
dos direitos e interesses dos participantes. Foi desenvolvida uma estratégia eficaz para buscar uma
causa justa, embasada nos princípios constitucionais. Essa estratégia baseou-se na formação de
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associações, que concederam aos envolvidos o poder de posse. Por meio do engajamento dos
moradores, as associações fortaleceram a voz coletiva e geraram benefícios para toda a
comunidade.
Ao perguntar sobre como foi feita a organização da invasão, (P5. Representante) relata que,

“Nós tínhamos deixado uma boa área para todos esses órgãos, ou seja, os equipamentos
públicos. Porém, alguns invasores entraram de forma desordena e ficamos sem os espaços,
porém na reunião que tivemos com o governo do município, ele nos garantiu está
verificando uma área, para que nós possamos realmente ter o nossos equipamos públicos,
para destino do Juá como colégio, creche, quadro esportiva, posto médico”.

5.2 Distribuição de água potável

As entrevistas com os moradores indicam que o abastecimento de água é feito, em sua


maioria, por meio de poços construídos pelos próprios moradores, mas a qualidade da água não é
garantida. Para (M1. Moradora), a irmã que mora ao lado construiu um poço, e assim disponibilizou
a água para ela. Segundo (M2. Moradora), relata que a vizinha do lado construiu um poço, e assim
vende a água para ela. Porém, ao questioná-la sobre o consumo da água, a resposta foi a seguinte:
“Utilizávamos água do poço, mas a alguns meses percebemos que a água já não estava vindo de
qualidade e então começamos a comprar água natural” (M2. Moradora). Ao perguntar se a
moradora sentia algum gosto diferente na água de poço, a moradora respondeu que: “Sabor
diferente não, mas o cheiro ruim, sim” (M2. Moradora).

5.3 Sistema de esgoto

Sobre a rede de esgoto, a (M1. Moradora) relata que que não utiliza nenhum tipo de esgoto,
as águas de torneiras e chuveiro é jogado direto na rua. Informou também que utiliza latrina e não
tem fossa.
(M2. Moradora) afirma que, utiliza fossa para o banheiro, mas para os demais joga a água
para caixa de passagem e desagua no buraco no fundo da residência. Para (P3. Engenheiro): “Não
tem nenhum tipo de saneamento, a água que os moradores utilizam é proveniente de poços rasos.
Eu fiz uma investigação recentemente em três poços rasos deles tem os relatórios, eles reclamam
muito de dores intestinais, em determinadas épocas do ano é mais forte”, relata ainda que,

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“Hoje nós temos em média 25 mil habitantes na área de ocupação, consumindo lá na faixa
de 150L de água por dia, o que deveria ir parar na estação de tratamento de esgoto vai
diretamente para o solo. Então se você pensar aí são vinte e cinco mil pessoas consumindo
cento e cinquenta litros com uma taxa de retorno por solo de 0,8%, são três milhões de
litros por dia, equivalente a um milhão e oitenta milhões de litros de esgoto por ano que
vão para a terra. Essa quantidade de água de esgoto no solo afeta o lençol freático, afetando
também a própria água que eles utilizam.” (P3. Engenheiro)

Figura 3. Tubos de encanação expostos.

Fonte: Acervo próprio do autor

Diante desse cenário, para Oliveira et al. (2019), a falta de saneamento básico adequado
pode gerar diversos problemas de saúde pública, além de comprometer a qualidade de vida da
população. Segundo a Lei nº 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento
básico, é dever dos municípios garantir o acesso da população aos serviços de saneamento básico.

5.4 Coleta de lixo

Apesar de muitos não possuírem saneamento básico adequado, há muitas dificuldades na


coleta de lixo, que é feita em pontos específicos da região, distantes das residências, é o que relatam
os moradores: “Nós precisamos levar o lixo até a rua principal, em média 2 mil metros de distância
ou pagar o carroceiro para estar levando até a coleta” (M1. Moradora). O mesmo relata (M2.
Moradora) “Nós precisamos levar o lixo até a rua principal, em média 1 mil metros de distância
ou pagar o carroceiro para estar levando até a coleta”. Em alguns casos esse lixo chega ao ponto
de não ser eliminado da maneira correta, como podemos observar na (figura 4) e (figura 5).

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Figura 4. Lixo despejado em local inapropriado.

Fonte: Acervo próprio do autor

Figura 5. Lixo despejado em local inapropriado.

Fonte: Acervo próprio do autor

De acordo com (P5. Representante),

“[...] a coleta de lixo ela não entra nas ruas, ela simplesmente entra apenas nas principais.
Assim mesmo com o ônibus. Nós não estamos ainda com uma linha de ônibus, e sim com
uma extensão. Nós não estamos ainda com a coleta de lixo também é fazendo todo coletivo
ainda estamos com uma extensão. Pelo problema da luta judicial como expliquei, para
você tem uma ação judicial e tudo isso só destrava depois do acordo com a empresa, com
município, com o governo para que seja resolvido”.

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Bizzo et al. (2018) destacam a importância da adoção de práticas sustentáveis para o
descarte adequado do lixo, visando reduzir os impactos ambientais e promover a saúde pública.

5.5 Serviço de entrega

Em relação aos serviços de entrega, seria importante buscar formas de melhorar a


comunicação e a entrega de serviços na área, como a implementação de um sistema de
endereçamento com CEP, para facilitar a entrega de correspondências e serviços de delivery.
Ao questionar esse serviço, ambos os moradores entrevistados relatam que não recebem
pedidos em suas casas, devido ao fato de as ruas não terem CEP. (M1. Moradora) e (M2.
Moradora): “Não recebemos nenhum pedido nas casas, pelo fato de as ruas não terem cep”.

5.6 Segurança e iluminação pública

A iluminação pública é um elemento importante para garantir a segurança pública nas


cidades. A falta de iluminação adequada pode contribuir para a ocorrência de crimes e aumentar a
sensação de insegurança dos cidadãos.
De acordo com a pesquisa realizada por Azevedo e Souza (2016), a iluminação pública pode
ser considerada um fator de prevenção de crimes, pois dificulta a atuação de criminosos, além de
aumentar a visibilidade das áreas urbanas. Outro estudo, realizado por Nascimento et al. (2020),
também comprova a relação entre a iluminação pública e a segurança, indicando que áreas com
baixa luminosidade apresentam maior incidência de crimes.
Na área do Juá a iluminação pública só foi possível depois de a empresa responsável por
distribuir energia na cidade perceber que havia uma grade quantidade de “roubo de energia”
naquela área. De acordo com (P2. Corretor),

“A CELPA decidiu no ano de 2014, uma vez que já não havia nenhuma solução a não ser
fazer a instalação elétrica no bairro, pois existiam muitos roubos de energia, e para a
empresa não continuar no prejuízo ou ter que desligar a energia dos moradores, eles assim
fizeram a instalação dos portes por esse motivo quase que todos os moradores já possuem
energia elétrica”.

Em relação a segurança pública, observou-se que não há nenhum posto policial na área,
porém algumas viaturas fazem a rota pela ocupação, nas entrevistas nenhum dos moradores ou
profissionais relataram sobre a possível instalação de um ponto policial na área.

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5.7 Regularização fundiária

Os moradores também relataram a falta de regularização fundiária, o que impede que


recebam serviços públicos básicos e investimentos em infraestrutura. Para (P1. Advogado),

“até o momento ou até os próximos 5 anos é improvável a regularização da área pelo


motivo de que os donos estão judicialmente requerendo a área, pela lei, então quando
existe processo movido requerendo não pode fazer usucapião para regularizar a área, pois
só é possível se eles já tiverem lá a mais de 5 anos sem que haja processo
movido judicialmente.”

Um dos profissionais indicam que uma possível solução seria a regularização fundiária da
área, o que permitiria a obtenção do IPTU e, consequentemente, o investimento do Estado na
região.

“o primeiro passo para documentar uma área legalizada, é a obtenção do IPTU do terreno,
se caso for vendido deve-se apresentar contrato de compra e venda para fazer a
transferência. Se for uma área legal, mas ainda sem documento, deve contratar um
profissional de topografia e fazer o levantamento topográfico da área e levar no setor de
cadastro prefeitura, para cadastrar a área e assim gerar o IPTU. O imóvel ter o IPTU é de
grande importância, pois, é através dessa contribuição que o estado pode estar investindo
nos bairros da cidade. Atualmente, com a criação da taxa de lixo, esse valor cobrado
também é relevante pois é através dele que conseguimos a coleta de lixo de qualidade. No
caso da área invadida do Juá, essa contribuição ainda não existe, por esse motivo não tem
como o estado investir na área com dinheiro público.” (P2. Corretor)

É fundamental que sejam elaborados planos e programas específicos para a melhoria da


infraestrutura básica e saneamento na grande área de ocupação do Juá, em conformidade com a
legislação e as diretrizes nacionais vigentes. Uma possível solução,

“É o governo comprar o terreno da empresa Buriti e assim repassar para os moradores o


título da área. É uma forma dos moradores fazerem o cadastro de cada lote e iniciar a
contribuição para que assim o estado intervenha para adaptação e melhoria do bairro.”
(P2. Corretor)

Para (P5. Representante), embora a lei REURB tenha sido adotada como um passo
importante para a regularização fundiária na área do juá, a sua efetivação enfrenta desafios no
âmbito judicial. No entanto, a recente reunião entre os representantes municipais e os atores
envolvidos demonstra um esforço em retomar o processo de regularização e buscar soluções para
superar as questões jurídicas pendentes. Segundo (P5. Representante),

“Nós temos já um documento protocolado desde 2017 então o que estava travando esse
processo era a falta de comunicação de negociação com a empresa buriti, município,

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estado e hoje nós já estamos juntos. O passo a passo que eu falo é que depois de termos é
feito. A colocação do povo, a posse do povo. Aí nós viemos fazendo alguns processos
dentro da comunidade para que pudesse chegar o passo de regularização. E esse é o passo
que eu falei antes e voltou a colocar. Esse é um passo que já está em negociação estado
município, a empresa e a ocupação do juá”.

Em resumo, as entrevistas apontam que a região do Juá enfrenta diversos problemas


relacionados à falta de infraestrutura e serviços públicos, principalmente de abastecimento de água,
saneamento básico e coleta de lixo. Além disso, a falta de regularização fundiária impede que os
moradores tenham acesso a serviços básicos e investimentos em infraestrutura por parte do Estado,
para (P3. Engenheiro),

“A falta de moradia é uma coisa crítica, nós temos um déficit habitacional aqui, eu acho
que de pelo menos umas cinquenta mil pessoas sem habitação, porém, uma ocupação
totalmente desordenada não é a solução. Esse crescimento desordenado, vivendo em local
com falta de saneamento, trazem muitas pessoas ao hospital com problemas causados pela
ausência de saneamento. A criminalidade também é crescente nessas áreas. “

5.8 Discussões sobre o meio ambiente

Segundo Corrêa (1989), os sujeitos que se valem desse tipo de ocupação para adquirir um
espaço para efetivação de moradia digna, são grupos sociais excluídos de uma parcela da
população.
No entanto, ao analisar esse processo, são gerados grandes passivos ambientais devido à
falta de atenção do poder público nos processos de ocupação. Isso é semelhante ao que aconteceu
na APA do Urumarí, onde a população ocupou áreas próximas ao igarapé do Urumarí, resultando
em alterações na qualidade da água e do solo. Além disso, essa ocupação teve um impacto social
significativo na população local, como mencionado por Sousa et al. (2021). Para (P3. Engenheiro),

“A questão de reduzir o desmatamento é muita mais complexa do que se pensa, quando


se trata de ocupações urbanas, pois as pessoas que ali estão buscam de imediato se
estabelecer e demarcar “seus territórios”. Sendo assim, a forma mais efetiva de combate
aos impactos ambientais em decorrência de ocupações irregulares, é a retirada dos
ocupantes, e isso exige aparato do Estado, considerando que na maioria dos casos é
necessário o uso de força policial”.

Ainda aborda que,

“As medidas de controle ambiental passam pelo licenciamento ambiental, e portanto,


aplicaram-se mais ao empreendimento ao lado, considerando que a ocupação em si não
respeita estes critérios, nem tampouco age de maneira ordenada. Para mitigar os danos
16
ambientais é necessário resolver a questão judicial, bem como futuramente, desocupar as
áreas de proteção ambiental, para que assim possa realizar ações de recuperação daquela
área. As demais questões ao entorno da ocupação são tratadas dentro Plano de
Recuperação de Áreas Degradadas elaborado pela empresa Sisa Salvação como objeto do
acordo judicial” (P4. Engenheiro).

A área de ocupação ao longo do local conhecido por “Talvegue”, oriundo da formação bacia
de águas pluviais, e que é uma linha de fronteira entre o empreendimento “Cidade Jardim” e a
Ocupação Bela Vista do Juá, historicamente, era o caminho o natural nas águas da grande área do
Salvação e Espírito Santo, bem como tinha contribuição dos bairros do Santarenzinho e Alvorada.
Com a edificação do conjunto MCMV – Residencial Salvação, a contribuição de drenagem
aumentou drasticamente, com isso, as águas direcionadas àquele ponto de drenagem, tem grande
energia hidráulica, causando erosão, carreamento de material e com potencial para causar danos
aos imóveis em zona de risco, considerando a formação do solo (arenoso), onde o mesmo encontra-
se sem cobertura vegetal, estando suscetível a criar grandes problemas de patologia nos imóveis.
Sobre os moradores que moram nessas áreas de perigo, foi perguntado se ouve alguma notificação
para que eles se retirassem de lá, em resposta, (P4. Engenheiro) relata que,

“Foi realizado um trabalho social, visando identificar os moradores, para que os mesmos
fossem redirecionados a moradias populares, bem como fora realizado um trabalho de
educação ambiental, salientando os riscos de estarem naquele local, bem como o impacto
ambiental gerado em decorrência da geral de lixo e efluentes dos imóveis. Mas até então,
a questão não foi pacificada, e tampouco resolvida”.

Em decorrência disso, a área já faz parte de alguns estudos ambientas.

“Os estudos ambientais realizados foram em consequência do licenciamento ambiental do


empreendimento “Cidade Jardim”, bem como também, para subsidiar a elaboração do
Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. O restante das ações são voltadas para
monitoramento do avanço da ocupação e consequente a diminuição da cobertura vegetal,
proteção às nascentes e corpos hídricos, bem como o controle de processos erosivos que
podem aumentar a questão do assoreamento do lago do Juá” (P4. Engenheiro).

5.9 Áreas em risco iminente

Nas proximidades das residências localizadas na rua São Lazareno, foi constatada a presença
de uma vala, cuja extensão coincide com a área de proteção pertencente à empresa Burite (Figura
6). Essa vala apresenta considerável profundidade e, durante os períodos de chuva, é afetada por
um fluxo intenso de enxurradas. Ao longo dos anos, observou-se um aumento gradual no tamanho
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dessa vala, que, em dias normais, recebe o escoamento das águas provenientes das residências
vizinhas. Durante a visita, constatou-se a existência de um odor forte proveniente da vala, o qual
afeta negativamente os moradores da região. Além disso, foi observado que os próprios residentes
descartam lixo nessa vala.

Figura 6. Casas em área de risco de desmoronamento.

Fonte: Acervo próprio do autor.

5.10 Transporte público

No que diz respeito ao transporte público, constatou-se que os ônibus circulam somente pela
rua principal do Juá, o que obriga os moradores das redondezas a percorrer longas distâncias até o
ponto de ônibus mais próximo. Esse problema afeta especialmente os moradores mais distantes,
que precisam caminhar vários quilômetros para ter acesso ao transporte público. Sem falar ainda
dos moradores atípicos, que são aqueles que possuem alguma deficiência intelectual ou física.

5.11 Impactos ambientais

Além dos impactos na saúde e na economia, a ausência de saneamento básico também afeta
o setor turístico. O Juá é reconhecido por suas belas paisagens, porém, a falta de tratamento
adequado da água e do esgoto, bem como o problema do lixo, tornam vários destinos menos
atrativos. Um exemplo disso é o lago do Juá, que anteriormente proporcionava sustento aos

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pescadores locais, mas hoje não apresenta mais a mesma viabilidade devido à poluição causada
pela invasão do bairro. O mesmo ocorre com a praia do Juá, situada na fronteira da invasão, que
não é mais recomendada para banho devido à poluição e à falta de segurança pública. Relatos de
mortes na praia já foram registrados, além do alto índice de criminalidade na área do Juá.

Figura7. Acesso do lago e praia do Juá

Fonte: Acervo próprio do autor.

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6 CONCLUSÃO

Com base nos resultados da pesquisa, podemos concluir que a região do Juá apresenta uma
situação precária em termos de infraestrutura e serviços públicos. Os moradores enfrentam
problemas relacionados ao abastecimento de água, coleta de lixo, saneamento básico e
regularização fundiária. Essas questões têm impactos significativos na saúde pública, no meio
ambiente e na qualidade de vida da população local.
A falta de acesso à água potável de qualidade e a ausência de rede de esgoto adequada
expõem os moradores a riscos à saúde, como doenças intestinais. Além disso, a grande quantidade
de esgoto despejada diretamente no solo afeta o lençol freático e compromete a qualidade da água
utilizada pelos moradores. A coleta de lixo também é um desafio, pois os pontos de coleta estão
distantes das residências, levando os moradores a ter que percorrer longas distâncias ou contratar
serviços particulares para o descarte adequado.
A falta de regularização fundiária impede que os moradores recolham impostos e tenham
acesso a serviços básicos e investimentos em infraestrutura por parte do Estado. A falta de
iluminação pública adequada contribui para a sensação de insegurança e aumenta o risco de
ocorrência de crimes na região. Além disso, a ocupação desordenada e irregular traz impactos
ambientais significativos, como desmatamento e alterações na qualidade da água e do solo.
Diante dessas constatações, é essencial que sejam adotadas medidas urgentes para melhorar
a infraestrutura e os serviços públicos na região do Juá. Isso inclui a implementação de sistemas
adequados de abastecimento de água, rede de esgoto, coleta de lixo e iluminação pública, bem
como a regularização fundiária. Além disso, é fundamental promover a conscientização ambiental
e adotar práticas sustentáveis de descarte de lixo para minimizar os impactos no meio ambiente.
Essas ações devem ser respaldadas por políticas públicas efetivas e em conformidade com
as diretrizes nacionais de saneamento básico. O envolvimento do governo, das autoridades locais,
da comunidade e de profissionais especializados é fundamental para superar os desafios e melhorar
a qualidade de vida dos moradores do Juá. Somente por meio de um esforço conjunto será possível
promover mudanças significativas e proporcionar um ambiente mais saudável e digno para a
população dessa região periférica e de baixa renda.

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