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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 SANEAMENTO BÁSICO
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O serviço de abastecimento de água consiste, portanto, em toda a
infraestrutura necessária ao suprimento público de água, desde a captação da água
bruta na natureza até o fornecimento de água potável às ligações prediais. Esse
serviço prevê as seguintes atividades (BRASIL, 2007):
Fique atento!
A água bruta é o termo que se usa para água encontrada in natura e pode ser a água de um rio,
fonte, poço, barragem, etc. A água pura não existe na natureza. Devido à enorme capacidade de
dissolução da água, ela sempre contém substâncias diversas dissolvidas. Mesmo a água da chuva
e a água destilada dos laboratórios apresentam gases (oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono, etc)
e íons dissolvidos (carbonatos, bicarbonatos, cloretos, entre outros) que foram absorvidos da
atmosfera.
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Portanto, consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário aqueles
constituídos obrigatoriamente por uma ou mais das seguintes atividades:
Saiba mais!
Segundo dados do relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (ABRELPE, 2020), o Brasil despeja 40,5% (29,5 milhões de toneladas, de cerca de 3.001
municípios) dos seus resíduos sólidos urbanos em locais inadequados. A falta de recursos
financeiros e de mão de obra especializada tem impedido avanços mais acelerados nessa área. A
construção e a operação de um aterro sanitário têm um custo muito elevado. Dessa forma, a solução
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que muitos municípios estão implementando é o investimento em soluções regionais, nas quais um
conjunto de municípios formam consórcios intermunicipais para o tratamento de seus resíduos,
dividindo os custos da operação do aterro sanitário.
Por fim, o eixo de drenagem urbana, responsável pelo manejo das águas
pluviais urbanas do saneamento básico, é toda a infraestrutura e instalação
operacional responsável pela drenagem das águas da chuva. Sempre que ocorre a
precipitação pluviométrica em cidades intensamente urbanizadas e
impermeabilizadas, a tendência é que as águas da chuva procurem um meio de
escoar. Se a cidade não possui um bom sistema de drenagem, a água da chuva
acumulará nas ruas e certamente causará grandes transtornos. Dentre os elementos
que compõem um sistema de drenagem urbana podemos citar o tipo de pavimento
das ruas, guias e sarjetas, bocas de lobo, galerias de drenagem, sistemas de detenção
e infiltração nos lotes e pavimentos, trincheiras e valas de infiltração (LUIZ, 2021).
Dessa forma, de acordo com a principal lei diretriz do saneamento (BRASIL,
2007), consideram-se serviços públicos de manejo das águas pluviais urbanas
aqueles constituídos obrigatoriamente por uma ou mais das seguintes atividades:
drenagem urbana;
transporte de águas pluviais urbanas;
detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de
vazões de cheias;
tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.
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2.1 A poluição dos recursos hídricos
Saiba mais!
De acordo com Von Sperling (1996), a poluição das águas se dá pela adição
de substâncias ou de alguma forma de energia que, direta ou indiretamente, altera a
natureza dos mananciais de modo a prejudicar o seu uso ou suas funções no
ecossistema. De acordo com o autor, as diversas impurezas presentes na água e que
alteram sua qualidade e pureza podem ser simplificadas em termos de suas
características físicas, químicas e biológicas. Observe o esquema da Figura 3.
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Figura 2. Principais impurezas contidas na água. Fonte: Adaptada de Von Sperling (1996).
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individualizados (e facilmente identificáveis), como o que ocorre em alguns esgotos
sanitários ou efluentes industriais (LUIZ, 2021).
Por outro lado, as fontes difusas de contaminação são aquelas em que a origem
não pode ser identificada com facilidade (não tem um ponto de lançamento
específico). Como exemplos de cargas difusas podemos citar a infiltração de
agrotóxicos no solo provenientes de atividades agrícolas, o aporte de nutrientes em
córregos e rios por meio da drenagem urbana, entre outros. Contaminações difusas
ocorrem em grandes áreas, podendo chegar aos cursos e reservatórios de água após
a ocorrência de chuvas (SODRÉ, 2012).
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Após o pré-tratamento, dando prosseguimento ao tratamento de águas para
consumo humano, a água passa por tratamentos físico-químicos, como coagulação
ou floculação, sedimentação, filtração e desinfecção.
Dissolução:
Precipitação:
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59) destaca que uma “[...] necessidade é substituída pela seguinte mais forte da sua
hierarquia, na medida em que começa a ser satisfeita”.
O estudo de Maslow (1954) deu origem a uma pirâmide de necessidades
(Figura 1), as quais estão classificadas como: fisiológicas, de segurança, de afiliação,
de autoestima e de autorrealização. Dentro do primeiro nível, ou seja, do nível mais
essencial de necessidades humanas, denominado fisiológico, estão problemas como
a fadiga, a fome, a sede, as más condições de moradia, a falta de ar, a falta de conforto
pessoal, as más condições de saúde, entre outros (SCOPELL, 2021).
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o abastecimento da água, que deve ocorrer sem intermitências, por meio de
uma rede de distribuição, nascente ou poço, com canalizações internas;
o esgotamento sanitário, que se refere à coleta do esgoto e ao seu tratamento
adequado, por meio de fossa séptica, juntamente com sua disposição final, a
qual deve ser projetada e construída dentro das leis e de forma adequada;
o manejo dos resíduos sólidos, envolvendo a coleta desses resíduos e a sua
destinação correta;
a drenagem das águas pluviais urbanas, por meio de estruturas físicas para
prevenir inundações e enchentes (SCOPELL, 2021).
Saiba mais!
O Plansab consiste no planejamento integrado do saneamento básico. Esse
planejamento se refere a um período de 20 anos, de 2014 a 2033. Esse Plano foi
elaborado pelo Governo Federal por meio de um processo participativo amplo,
coordenado pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Grupo de Trabalho
Interinstitucional, o Conselho Nacional da Saúde, o Conselho Nacional de Recursos
Hídricos, o Conselho Nacional do Meio Ambiente e o Conselho das Cidades.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional (BRASIL, [2020],
p. 1), “O Plansab traz um levantamento e uma análise das bases legais e
competências institucionais relacionadas ao saneamento básico e
determina princípios fundamentais que orientaram a sua elaboração”. O Plano, por
meio de análises e avaliações e da elaboração de cenários, criou metas a longo,
médio e curto prazo. Dentre elas, pode-se citar a intenção de que, ao fim do período
previsto no Plano, 99% das residências brasileiras tenham acesso a alguma rede
de distribuição de água e 100% tenham coleta direta de resíduos sólidos.
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de saneamento reflete na educação. Há ainda barreiras ambientais, fatores
sociais e medo de violência sexual que podem contribuir para o estresse
psicossocial relacionado à falta de saneamento (CARCARÁ; SILVA; MOITA
NETTO, 2019, p. 1).
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políticas dentro de seu âmbito e também regular esses sistemas. Já os municípios
ficam responsáveis pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento (SCOPELL,
2021).
Sendo assim, é evidente que, mais do que um sistema de tratamento de água,
resíduos e esgoto, o saneamento básico é uma política pública. Nos últimos anos,
conforme pesquisas e análises do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2010), houve melhoras significativas, mesmo que ainda exista muita desigualdade
referente a esses sistemas. Segundo Sousa (2017), há 50 anos, no Brasil, só havia
rede de esgoto em uma a cada três residências. Ainda, o tratamento desse esgoto era
realizado em apenas 5% dos casos. Nos últimos anos, conforme dados do censo de
2010, havia aproximadamente 31,5 milhões de domicílios com banheiros ligados à
rede de coleta. Conforme dados do IBGE, no ano de 2010, 79% da população
brasileira era abastecida por meio de companhia estaduais. O restante da população
era atendido por meio de alguns sistemas operados pelas prefeituras dos municípios
ou pelos convênios do governo federal (SCOPELL, 2021).
Em se tratando de dados mais específicos, conforme as análises do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da OMS realizadas no ano de 2015,
e levando em consideração o período desde 1995, o Brasil se encontra em uma boa
posição no que se refere ao acesso à água potável. É importante ressaltar, para esse
dado, conforme destaca Sousa (2017), que as águas consideradas minimamente
adequadas para o consumo humano são águas advindas de poços, torneiras ou
sistemas de água da chuva, além das provenientes de redes de canalização.
No ano de 2015, o Brasil apresentava 98,1% da população com acesso ao
abastecimento da água, sendo maior que a média mundial, que era de 91%. O gráfico
do IBGE apresentado na Figura 2 demonstra uma porcentagem um pouco mais baixa,
de aproximadamente 84,3%, pois considera a água proveniente de rede de
distribuição. Os outros 13,7% se referem ao acesso à água por meio de poços,
nascentes ou de outra procedência (SCOPELL, 2021).
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Figura 2. Gráfico de saneamento básico dos municípios brasileiros, entre 2014 e 2015.
Fonte: IBGE (c2017, documento on-line)
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Carcará, Silva e Moita Neto (2019) ainda acrescentam que, se for considerado
o esgoto efetivamente tratado por meio de todas as etapas indicadas, esse índice cai,
considerando-se dados do ano de 2017, para 42,6%. Ainda de acordo com a pesquisa
da UNICEF e da OMS, no ano de 2015, 2,1% da população não tinha acesso a
nenhuma forma de esgotamento sanitário. Se for analisar apenas a porcentagem, ela
até parece baixa, mas isso corresponde a 4,4 milhões de brasileiros em estado de
defecação aberta — ou seja, uma situação muito triste e perigosa para o país.
Os dados e, principalmente, as suas análises e comparações em número de
habitantes demonstram que os princípios fundamentais da Lei de Saneamento Básico,
os quais se referem ao acesso, à equidade, à integralidade e à disponibilidade do
saneamento, aos serviços de drenagem e ao manejo da água pluvial, à coleta de
resíduos, à limpeza e fiscalização, dentre outros aspectos, ainda precisam de muito
trabalho para serem implantados, efetivados e garantidos à população. O Plansab
(BRASIL, 2013), prevê a universalização desse sistema até o ano de 2033. Para que
isso aconteça, é imprescindível melhorar alguns aspectos, como os descritos a seguir.
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também sobre o aproveitamento dos recursos naturais, para que todos sempre
tenham água potável disponível.
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Quadro 1, apresentamos uma síntese das legislações federais com maior relevância
na temática do saneamento e suas principais disposições legais (LUIZ, 2021).
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Institui a logística reversa e a
responsabilidade compartilhada.
Institui o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos.
Lei nº 14.026/2020 Novo marco legal do saneamento
básico, que regulamenta os contratos de
concessão e torna obrigatória a abertura
de licitação, podendo, então, concorrer à
vaga prestadores de serviço públicos e
privados.
Cria a possibilidade para que grupos ou
blocos de municípios contratem os
serviços de forma coletiva.
A Agência Nacional de Águas, vinculada
ao Ministério do Desenvolvimento
Regional, passa a ser reguladora do
setor.
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a manutenção de um meio ambiente equilibrado. De acordo com essa lei, todas as
prefeituras têm obrigação de elaborar um Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB) por profissionais habilitados e com o apoio da sociedade, ficando impedidas
de receber recursos federais para projetos de saneamento sem este documento
(LUIZ, 2021).
Dessa forma, o PMSB é um plano norteador que deve abranger as quatro áreas
do saneamento básico: os serviços de fornecimento de água, coleta e tratamento do
esgoto, coleta e destinação adequada dos resíduos sólidos e drenagem urbana. O
documento deve ser elaborado pela prefeitura e aprovado em audiência pública com
fóruns de discussão para apresentação de sugestões e reivindicações da
comunidade. Posteriormente, o PMSB deve ser apreciado pelos vereadores e
aprovado pela Câmara Municipal, tornando-se instrumento estratégico de
planejamento e a referência para o desenvolvimento do saneamento de cada
município (LUIZ, 2021).
Saiba Mais!
A Lei nº 14.026 atualizou o marco legal do saneamento básico em julho de 2020. Entre as principais
alterações está a seleção do prestador dos serviços, que passa a ser definida por meio de processo
de licitação. A atualização estabeleceu que cabe à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
(ANA) definir normas de referência para os titulares e as entidades reguladoras e fiscalizadoras que
fazem a prestação desses serviços públicos (BRASIL, 2020a)
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Fique Atento!
Resíduo versus rejeito. Os termos resíduo e rejeito muitas vezes são utilizadas como sinônimos,
mas têm significados distintos. Basicamente, a distinção entre resíduo e rejeito está relacionada à
questão do seu aproveitamento, ou seja, o que pode ser reutilizado ou reciclado. O resíduo é tudo
aquilo que sobra de determinado produto, seja sua embalagem, casca ou outra parte do processo,
que pode ser reutilizado ou reciclado. O rejeito é um tipo específico de descarte, quando não existe
nenhuma possibilidade de reaproveitamento ou reciclagem. Um exemplo de rejeito é o lixo do
banheiro, para o qual ainda não existem opções de reciclagem economicamente viáveis e de amplo
alcance. De acordo com a PNRS, rejeitos são resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e
economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada (BRASIL, 2010).
Principais NBRs
NBR Comentários
ABNT NBR 9649:1986 — Projeto de Esta Norma fixa as condições exigíveis na
redes coletoras de esgoto sanitário elaboração de projeto hidráulico-sanitário de
redes coletoras de esgoto sanitário.
ABNT NBR 8419:1992 — Apresentação de Esta Norma fixa as condições mínimas exigíveis
projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos para a apresentação de projetos de aterros
urbanos — Procedimento sanitários de resíduos sólidos urbanos.
ABNT NBR 12216:1992 — Projeto de estação de Esta Norma fixa as condições exigíveis na
tratamento de água para abastecimento público elaboração de projeto de estação de tratamento
— Procedimento de água destinado à produção de água potável
para abastecimento público.
ABNT NBR 12211:1992 — Estudos de Esta Norma fixa as condições exigíveis para
concepção de sistemas públicos de estudos de concepção de sistemas públicos de
abastecimento de água — Procedimento abastecimento de água.
ABNT NBR 12213:1992 — Projeto de captação Esta Norma fixa as condições exigíveis para a
de água de superfície para abastecimento elaboração de projeto de captação de água de
público — Procedimento superfície para abastecimento público.
ABNT NBR 12266:1992 — Projeto e execução Esta Norma fixa as condições exigíveis para
de valas para assentamento de tubulação de projeto e execução de valas para assentamentos
água, esgoto ou drenagem urbana — de tubulações de água, esgoto ou drenagem
Procedimento urbana.
ABNT NBR 12217:1994 — Projeto de Esta Norma fixa as condições exigíveis na
reservatório de distribuição de água para elaboração de projeto de reservatório de
abastecimento público — Procedimento distribuição de água para abastecimento público.
ABNT NBR 13969:1997 — Tanques sépticos — Esta Norma tem por objetivo oferecer
Unidades de tratamento complementar e alternativas de procedimentos técnicos para o
disposição final dos efluentes líquidos — Projeto, projeto, a construção e a operação de unidades
construção e operação de tratamento complementar e disposição final
dos efluentes líquidos de tanque séptico, dentro
do sistema de tanque séptico.
ABNT NBR 8160:1999 — Sistemas prediais de Esta Norma estabelece as exigências e
esgoto sanitário — Projeto e execução recomendações relativas a projeto, execução,
ensaio e manutenção dos sistemas prediais de
esgoto sanitário.
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ABNT NBR 10004:2004 — Resíduos sólidos — Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto
Classificação aos seus potenciais ao meio ambiente e à saúde
pública, para que possam ser gerenciados
adequadamente.
ABNT NBR 15536:2007 — Sistemas para Esta parte da ABNT NBR 15536:2007 estabelece
adução de água, coletores-tronco, emissários de sistemas de classificação para os tubos de
esgoto sanitário e águas pluviais — Tubos e plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV) e
conexões de plástico reforçado de fibra de vidro seus sistemas de junta para uso em sistemas
(PRFV) — Parte 1: Tubos e juntas para adução para adução de água, com diâmetros nominais
de água entre 100 mm e 3.600 mm.
ABNT NBR 12209:2011 — Elaboração de Esta Norma apresenta as condições
projetos hidráulico-sanitários de estações de recomendadas para a elaboração de projeto
tratamento de esgotos sanitários hidráulico e de processo de estações de
tratamento de esgoto sanitário (ETE), observada
a regulamentação específica das entidades
responsáveis.
ABNT NBR 12218:2017 — Projeto de rede de Esta Norma estabelece os requisitos para a
distribuição de água para abastecimento público elaboração de projeto de rede de distribuição de
— Procedimento água para abastecimento público.
Saiba mais!
A ABNT NBR 10004:2004 faz a seguinte classificação dos resíduos:
a) resíduos classe I — perigosos: aqueles que apresentam alguma dessas características:
toxicidade, corrosividade, inflamabilidade, reatividade ou patogenicidade.
b) resíduos classe II — não perigosos: podem ser classificados em classe II A (não inertes) ou
classe II B (inertes).
Ressalta-se que existem diversas NBRs que podem ser utilizadas na área do
saneamento. Além das normas apresentadas, a ABNT está constantemente lançando
novas NBRs e corrigindo as existentes, de forma a melhorar e padronizar os
procedimentos técnicos e os projetos de engenharia. Cabe ao profissional estar atento
aos novos lançamentos e orientações da ABNT, a fim de estar atualizado com as
especificidades constantes do mercado (LUIZ, 2021).
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elementos e as estruturas necessárias para o esgotamento sanitário. Além disso, vai
verificar como estimar as vazões a que o sistema escolhido deverá atender (SANTOS,
2020).
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Quadro 1. Características dos efluentes domésticos
Característica Parâmetro Descrição
Física Temperatura - Ligeiramente superior à da
água de abastecimento.
- Influência na atividade
microbiana, na solubilidade
dos gases, na velocidade
das reações químicas e na
viscosidade do líquido.
Física Cor - Esgoto fresco: ligeiramente
cinza.
- Esgoto séptico: cinza escuro
ou preto.
Física Odor - Esgoto fresco: odor oleoso,
relativamente desagradável.
- Esgoto séptico: odor fétido
(desagradável), devido ao gás
sulfídrico e a outros produtos da
decomposição.
Física Turbidez - Causada pela grande
variedade de sólidos
suspensos.
- Em esgotos mais frescos ou
mais concentrados, há
geralmente maior turbidez.
Química Sólidos totais - Em suspensão: fração de
sólidos orgânicos e inorgânicos
que são retidos em filtros de
papel de 0,45 a 2,0 μm.
- Dissolvidos: fração de sólidos
orgânicos e inorgânicos que
não são retidos em filtros de
papel de 0,45 a 2,0 μm. Os
sólidos fixos são os
componentes minerais, e os
voláteis, os componentes
orgânicos.
- Sedimentáveis: fração de
sólidos orgânicos e inorgânicos
que decanta em 1 hora no
cone Imhoff.
Química Matéria orgânica - Demanda Bioquímica de
Oxigênio (DBO): fração
biodegradável dos
componentes orgânicos
carbonáceos.
- Demanda Química de
Oxigênio (DQO): quantidade
de oxigênio requerida para
estabilizar quimicamente a
matéria orgânica carbonácea.
Química pH - Indicador das características
ácidas ou básicas do esgoto.
- Uma solução é neutra em pH
7.
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- Os processos de oxidação
biológica normalmente tendem
a reduzir o pH.
Química Nitrogênio total - Inclui nitrogênio orgânico e
amônia (NTK), nitrito e nitrato.
- Nitrogênio na forma de
proteínas, aminoácidos e ureia.
- Produzido como primeiro
estágio da decomposição do N
orgânico.
- Estágio intermediário da
oxidação da amônia.
- Produto final da oxidação da
amônia.
Química Fósforo - Forma orgânica e inorgânica.
- Combinado à matéria
orgânica.
- Ortofosfato e polifosfatos.
Química Alcalinidade - Indicadora da capacidade
tampão do meio (resistência às
variações do pH).
- Devida à presença de
bicarbonatos, carbonatos e íon
hidroxila.
Química Cloretos - Proveniente da água de
abastecimento e dos dejetos
humanos.
Química Óleos e graxas - Fração da matéria orgânica
solúvel em hexanos.
Biológica Organismos patogênicos - Os principais organismos
encontrados nos esgotos são
as bactérias, os vírus, os
fungos, os protozoários e os
helmintos. Desse grupo, as
bactérias são os organismos
mais importantes, pois são
responsáveis pela
decomposição e pela
estabilização da matéria
orgânica, tanto na natureza
como nas estações de
tratamento.
Biológica Indicadores de - Para indicar a poluição de
origem humana, adotam-se
descontaminação fecal
como indicadores os
organismos do grupo coliforme.
As bactérias coliformes são
típicas do intestino do homem e
de outros animais (mamíferos).
Por estarem presentes nas
fezes humanas e serem de
simples determinação, esses
microrganismos são adotados
como referência para indicar e
medir a grandeza da poluição.
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Um dos principais indicadores para a análise tanto da água como dos esgotos
é o oxigênio dissolvido. Com ele, é possível avaliar a concentração de matéria
orgânica presente no líquido. Nesse sentido, a análise da DBO ou da DQO contribui
para a análise do oxigênio presente em uma amostra de esgoto. A seguir, veja uma
definição, em linhas gerais, da DBO e da DQO (MENESES, 2006).
32
Saiba Mais!
33
Classe 2: águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, após
menos exigentes.
35
na reunião de mais de dois trechos ao coletor;
de manutenção;
em profundidades de até 3 m (SANTOS, 2020).
36
Figura 3. Exemplo de terminal de limpeza. Fonte: TBN2NET ([20--?],
documento on-line).
37
4.3 Tipos de sistema de esgotamento sanitário
38
Fique Atento!
O conhecimento dos sistemas de esgoto sanitário e dos seus elementos é fundamental para a vida
profissional do engenheiro. A escolha adequada do sistema, considerando as recomendações
normativas do País, é parte do projeto de dimensionamento das redes de esgoto.
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Figura 5. Traçados da rede de esgotos. Fonte: Adaptada de Tsutiya e Sobrinho (2011).
Cada trecho deve ser verificado pelo critério da tensão trativa média de valor
mínimo de 1,0 Pa.
A máxima declividade admissível é aquela para a qual se tenha a velocidade
estação do ano;
temperatura;
precipitações atmosféricas.
A vazão doméstica média de esgotos (Qmed) é calculada por meio desta equação:
Já a vazão máxima diária (Qmax dia) é calculada por meio da seguinte equação:
Em geral, a vazão máxima diária é 80% superior à vazão média (Qmax dia = 1,8
Qmed), e a vazão mínima corresponde à metade da vazão média (Qmin = 0,5 Qmed)
(SANTOS, 2020).
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Exemplo: Considere uma cidade com uma população de 10 mil habitantes cuja
quota per capita é de 160 L/hab.dia. Estime as vazões média, diária, máxima e
mínima. Para tal, considere os valores listados a seguir (SANTOS, 2020).
A vazão mínima é:
43
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12218:2017.
Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público – Procedimento.
Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
BAIRD, C.; CANN, M. Química ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência
da República, 1988. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.
htm. Acesso em: 28 jan. 2021.
45
de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais do saneamento
básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para
a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de
janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às
microrregiões, e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017, para autorizar a União a
participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos
especializados. Brasília: Presidência da República, 2020a. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- 2022/2020/lei/l14026.htm. Acesso em:
28 jan. 2021.
46
CITY OF ALEXANDRIA. Two types of sewer systems. 2017. Disponível em:
https://www. alexandriava.gov/tes/stormwater/info/default.aspx?id=100183. Acesso
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COMO o Brasil Pode Avançar no Saneamento Básico. Juntos pela água, 2016.
Disponível em: https://www.juntospelaagua.com.br/2016/09/26/cidades-saneadas-
brasil/. Acesso em: 8 jan. 2021.
47
MENESES, C. G. R. Evolução da biodegradabilidade da matéria orgânica em um
sistema de lagoas de estabilização. 2006. 127 f. Tese (Doutorado em Engenharia
Química) — Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal. 2006. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/15938/1/CarlaGracyRM. pdf.
Acesso em: 28 dez. 2020.
SAMPAIO, F. S. Para Viver Juntos. 4 ed. São Paulo: Edições SM, 2015.
48