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TÍTULO DA DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

EDIÇÃO Nº 1 – 2017

JEFERSON SANTOS SANTANA

1
APRESENTAÇÃO

Prezado aluno,

Nesta obra apresentaremos os aspectos mais usuais referentes à


tratabilidade das águas de abastecimento envolvendo a compreensão dos
principais parâmetros, equipamentos e processos utilizados na mesma. O livro
é dividido em quatro capítulos que estão distribuídos através dos aspectos de
tratabilidade das águas de abastecimento e seus devidos controles e
parâmetros fundamentais. Na Unidade 01 há uma introdução sobre os
principais fatos, contextualizações históricas, conceitos e aspectos envolvendo
o sistema de abastecimento de água. A Unidade 02 apresentará os aspectos
físicos, químicos e biológicos pertencentes às águas de abastecimento sob o
aspecto da coagulação e floculação, como seus tipos e processamentos
envolvidos. Na Unidade 03 há uma apresentação sobre os processos de
decantação e filtração das águas. Há também uma abordagem dos principais
tipos de equipamentos e processos envolvidos. No âmbito da filtração introduz-
se também os principais conceitos de inovação na tratabilidade das águas. Na
última unidade (Unidade 04) há uma finalização do assunto, mencionando os
processos biológicos envolvidos na desinfecção das águas de abastecimento,
seus mecanismos de estabilização e o controle de qualidade envolvido. Para
melhor localização no estudo, os capítulos do livro são apresentados de forma
sequencial, para melhor aprendizagem.

2
SUMÁRIO

UNIDADE 01................................................................................................................... 4
ABASTECIMENTO DE ÁGUA ..............................................................................................4
INTRODUÇÃO ÀS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO..................................................................5
INTRODUÇÃO...................................................................................................................5
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – ASPECTOS GERAIS ............................................9
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................................................................... 13
CONCEITOS E FUNCIONAMENTO .................................................................................... 13
QUESTÕES ..................................................................................................................... 29
UNIDADE 02................................................................................................................. 32
ASPECTOS FÍSICO, QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS – PARTE 1 (COAGULAÇÃO E
FLOCULAÇÃO) ................................................................................................................ 32
COAGULAÇÃO................................................................................................................ 33
INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE TRATAMENTO .............................................................. 33
COAGULAÇÃO................................................................................................................ 33
FLOCULAÇÃO ................................................................................................................. 45
QUESTÕES ..................................................................................................................... 53
UNIDADE 03................................................................................................................. 56
ASPECTOS FÍSICO, QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS – PARTE 2 (DECANTAÇÃO E FILTRAÇÃO)
...................................................................................................................................... 56
DECANTAÇÃO ................................................................................................................ 57
TIPOS DE DECANTADORES .............................................................................................. 59
EFICIÊNCIA DOS DECANTADORES.................................................................................... 62
FILTRAÇÃO..................................................................................................................... 65
INOVAÇÃO EM SISTEMAS DE FILTRAÇÃO ........................................................................ 70
QUESTÕES ..................................................................................................................... 77
UNIDADE 04................................................................................................................. 81
ASPECTOS BIOLÓGICOS DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO (DESINFECÇÃO) E CONTROLE DE
QUALIDADE ................................................................................................................... 81
DESINFECÇÃO DA ÁGUA................................................................................................. 82
TIPOS DE DESINFETANTES .............................................................................................. 86
FLUORETAÇÃO ............................................................................................................... 92
CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA.............................................................................. 97
QUESTÕES ................................................................................................................... 100

3
UNIDADE 01

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta primeira unidade verificaremos os principais aspectos
e conceitos fundamentais sobre o abastecimento de água.

Conteúdos da Unidade
A unidade contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 01 e 02). No capítulo
01 verificaremos os principais aspectos históricos para a formação da rede de
abastecimento atual, o estado da arte envolvendo o abastecimento público e os
principais aspectos envolvendo o abastecimento público. No capítulo 02
verificaremos os principais conceitos e sistema de funcionamento na rede de
abastecimento público, considerando-se seus aspectos desde sua captação no
manancial até a sua distribuição à comunidade.

Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os


assuntos, à medida que for estudando.

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1. CAPÍTULO 01

INTRODUÇÃO ÀS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO

INTRODUÇÃO

As civilizações antigas, desde os tempos remotos, através de


experiências, construíram suas formas de organização em torno das bacias
hidrográficas e costas marítimas. A água era um elemento vital para todas as
culturas, sendo objeto de veneração e temor. Assim, criaram seus mitos e
símbolos para explicar as forças da natureza. O domínio deste elemento
sempre foi um alvo a ser atingido, pois disto dependia sua sobrevivência. Com
o tempo, adquiriam técnicas de irrigação, de canalizações, construção de
diques e outros.
A história da humanidade pode ser escrita por meio das formas pelas
quais o homem vem usando as águas do planeta. A civilização humana foi, ao
longo dos séculos, dominando diferentes formas de uso das águas. No
decorrer dos séculos, o homem aprendeu a encontrar, armazenar, tratar e
distribuir a água para seu consumo próprio. O primeiro sistema de distribuição
de água surgiu há cerca de 4.500 anos. No entanto, o homem, bem antes,
aprendeu a armazenar a água para benefício próprio. Potes de barro não
cozidos surgem por volta de 9.000 a.C. A cerâmica, propriamente dita, aparece
em 7.000 a.C., e passa a ser fundamental para o incremento da capacidade de
armazenamento de água.
Por volta de 1700-1450 a.C., a cidade de Knossos, na ilha de Creta,
estava em seu apogeu e desenvolveu um sistema de transporte de água que
utilizava condutos circulares e distribuía água para a cidade e para o palácio
em tubulações pressurizadas. Estes, possivelmente, foram os primeiros tubos
utilizados, já que outras civilizações apenas se utilizavam de canais
superficiais.
Os antigos romanos construíram numerosos aquedutos para fornecer
água para as suas cidades e indústrias. Estes aquedutos estavam entre as
maiores obras de engenharia do mundo antigo, e definiram um padrão não
igualado até 1000 anos após a queda do império. Muitas cidades ainda

5
mantém e usam os antigos aquedutos para o suprimento de água ainda hoje. A
cidade de Roma, sendo a maior cidade do mundo na época, tinha a maior
concentração de aquedutos, num sistema de 11 aquedutos construídos num
período de 500 anos. A soma das extensões dos mesmos, em Roma, era de
aproximadamente 416 km. Destes, somente 47 km eram elevados. A maioria
dos aquedutos romanos eram subterrâneos, o que mantinha a água livre de
doenças (como as contidas em carcaças de animais) e ajudava a mantê-los
seguros de ataques inimigos. A Figura 1 apresenta a imagem de um aqueduto
romano.

(COLOCAR A FOTO DE UM AQUEDUTO ROMANO QUALQUER)

Figura 1 – Aqueduto romano. (Fonte: COLOCAR AQUI A FONTE EM


FORMATO ABNT DE ONDE A FOTO FOI ESCOLHIDA)

Na Idade Média, sob o contexto do abastecimento, destaca-se a


construção de aquedutos pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em
1235, a construção de aqueduto de Londres com o emprego de alvenaria e
chumbo e, em 1183 o abastecimento inicial de água em Paris.
No desenrolar do processo histórico, importantes obras hidráulicas foram
realizadas para a “Conquista da Água”. Da passagem da Idade Média ao
Renascimento, novos conhecimentos e técnicas hidráulicas surgiram a partir do
advento da ciência e de seus métodos, marcando uma transformação radical
no mundo e nos paradigmas que orientavam a sociedade até então. O
problema das epidemias impulsionou a busca por medidas técnicas sanitárias
possibilitadas pela revolução científica, evidenciando a decadência da visão
naturalista e a mudança no conceito do processo saúde-doença, o qual se
consolidou somente no século XIX, com o surgimento da chamada medicina
científica1.

1
é um movimento médico que se baseia na aplicação do método científico a toda a prática médica,
especialmente àquelas tradicionalmente estabelecidas que ainda não foram submetidas ao escrutínio
sistemático científico. Também conhecida como Medicina Baseada em Evidências ela adota técnicas
oriundas da ciência, engenharia e estatística tais como: meta -revisões da literatura existente (também
conhecidas como meta-análises), Análise de risco-benefício, Experimentos clínicos aleatorizados e
controlados, Estudos naturalísticos populacionais, dentre outras.

6
O abastecimento de água potável e saneamento básico constituem os
objetivos prioritários das Políticas Hídricas. Estima-se que 80% de todas as
moléstias e mais de 1/3 dos óbitos nos países em desenvolvimento sejam
causados pelo consumo de água contaminada. São jogados 2 milhões de
toneladas de lixo por ano nas águas do planeta.
O abastecimento de água e a disponibilidade de saneamento para cada
pessoa devem ser contínuos e suficientes para usos pessoais e domésticos.
Estes usos incluem, habitualmente, beber, saneamento pessoal, lavagem de
roupa, preparação de refeições e higiene pessoal e do lar. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), são necessários entre 50 a 100 litros
de água por pessoa, por dia, para assegurar a satisfação das necessidades
mais básicas e a minimização dos problemas de saúde.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da
Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que quase metade da
população mundial (2,6 bilhões de pessoas) não conta com serviço de
saneamento básico e que uma em cada seis pessoas (cerca de 1,1 bilhão de
pessoas) ainda não possui sistema de abastecimento de água adequado. As
projeções da Organização das Nações Unidas indicam que, se a tendência
continuar, em 2050 mais de 45% da população mundial estará vivendo em
países que não poderão garantir a cota diária mínima de 50 litros de água por
pessoa. Com base nestes dados, em 2000, os 189 países membros da ONU
assumiram como uma das metas de desenvolvimento do milênio reduzir à
metade a quantidade de pessoas que não têm acesso à água potável e
saneamento básico até 2015. A meta para a redução de pessoas que não têm
acesso à água tratada foi atingida em 2010, cinco anos antes do previsto pela
ONU. Desta forma, mais de 2,6 bilhões de pessoas passaram a ter acesso à
água tratada desde 1990, o que representa uma redução de mais da metade
deste total. Desde 1990, o número de países com cobertura de menos de 50%
de acesso à água potável diminuiu 23 para 3.
Entretanto, em estudos realizados pela UNICEF (2014) constatou-se que
existem 750 milhões de pessoas no mundo sem acesso a fontes de água
melhoradas, principalmente nos países em desenvolvimento. Existe a real
necessidade de se combater a exclusão sanitária de grupos minoritários,
representados pelos habitantes rurais e pela população pobre, em geral. A

7
situação de desigualdade que se expressa de maneira profunda nos países da
África Subsaariana é emblemática neste sentido, haja vista que duas em cada
cinco pessoas sem acesso à água ali vivem.
Em âmbito nacional, a falta de acesso ou o acesso precário à água é
uma situação ainda bastante presente na realidade brasileira, e particularmente
crítica para a população localizada na zona rural, em especial para aquela em
situação de vulnerabilidade social. Variações climáticas que afetam a
disponibilidade de água, a poluição de fontes hídricas disponíveis, conjugadas
com uma reduzida oferta da rede pública de abastecimento de água, afetam
severamente as condições de sobrevivência dessa população, que muitas
vezes não dispõe de meios suficientes para suprir demandas mínimas de água.
No semiárido, a falta de acesso à água produz efeitos ainda mais graves, uma
vez que associa a mais elevada proporção da população localizada na zona
rural (quase 40% da população) com os mais baixos índices de
desenvolvimento humano local. De acordo com dados do Censo Demográfico
de 2010 (IBGE), dos cerca de 16 milhões de extremamente pobres no Brasil,
considerados como aqueles com renda até R$ 70,00, quase 20% reside na
zona rural do semiárido brasileiro, representando mais de 3 milhões de
pessoas.
Nas regiões Sul e Sudeste, o impacto maior sobre as obras hidráulicas
tem origem nas cargas difusas agrícolas e pontuais de despejos de esgotos
domésticos, industriais e pluviais. Na bacia do rio Paraná, concentra-se o maior
número de aproveitamentos dos recursos hídricos, principalmente hidrelétricos.
Essa é uma bacia que tenderá a apresentar conflitos dos usos dos recursos
hídricos, além de demandar um urgente programa de conservação ambiental.
A bacia tem uma sucessão de reservatórios em cascata e em paralelo para
aproveitamento energético, sendo que, praticamente, esgotou o seu potencial
hidrelétrico em nível de grandes bacias. Como as principais metrópoles
encontram-se na cabeceira de rios dessa bacia, como São Paulo, no Tietê, e
Curitiba, no Iguaçu, a diminuição da disponibilidade hídrica para abastecimento
e a deterioração da qualidade da água dos rios compõem um quadro que
consumirá, cada vez mais, uma parcela significativa dos orçamentos estaduais
e mesmo federal.

8
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – ASPECTOS GERAIS

A água que está nos mares e oceanos evapora com o aumento da


temperatura, subindo para a atmosfera; encontrando camadas de ar frio,
condensa-se e forma as nuvens. Do céu, ela cai em forma de chuva, granizo
ou neve, indo para os mares ou terra. Ao cair, uma parte escorre pelos
terrenos, formando riachos e rios, que podem atravessar cidades, estados ou
países. Corre das partes mais altas para as mais baixas, até encontrar um
lago, um mar ou um oceano. Outra parte da água infiltra-se no solo, até
encontrar uma rocha que não a deixa passar, preenchendo todos os poros ou
aberturas que encontra, alimentando as reservas de água subterrâneas
chamadas lençóis freáticos e aquíferos. As águas subterrâneas representam a
maior reserva de água doce do globo. Os aquíferos, onde ficam os
reservatórios, podem ser confinados (com pressão superior à atmosférica) ou
não (a água não está sob pressão). A Figura 02 caracteriza-se por um
esquema de um aquífero.
(COLOCAR A FIGURA 02 AQUI, COMO ESTA FIGURA ESTÁ MEIO
SEM COR, GOSTARIA DE QUE MELHORASSEM ELA OU COLOCASSEM
ALGUMA OUTRA COM AS MESMAS EXPLICAÇÕES, EU RETIREI ESSA
FIGURA DO SITE
http://www.notapositiva.com/old/pt/trbestbs/geologia/11_aguas_subterran
eas_d.htm )

9
Figura 02 – Representação esquemática de um aquífero.

Embora, teoricamente, a água subterrânea esteja presente em qualquer


lugar, isso não significa que um poço possa ser localizado em qualquer lugar. A
captação de água subterrânea tem um custo por vezes elevado e, portanto,
não deve ser feita sem critérios. Existem fatores naturais que condicionam a
distribuição e concentração da água subterrânea em certos locais, de maneira
a melhorar o rendimento e a vazão do poço, tornando o empreendimento mais
proveitoso e evitando ou diminuindo a taxa de insucessos.
Um sistema de abastecimento de água (SAA) é composto por diversas
estruturas e equipamentos que se interligam e operam de forma conjunta para
transportar água dentro de padrões de qualidade, do manancial até o usuário
(compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo
doméstico, serviços públicos, consumo industrial e outros usos). Captações,
adutoras, estações elevatórias, estações de tratamento, reservatórios e redes
de distribuição devem funcionar de maneira integrada para que a população
receba água de qualidade, com continuidade e dentro de limites de pressão
admissíveis. A Figura 03 apresenta um esquema do sistema de abastecimento
para consumo humano.
O SAA pode ser concebido e projetado para atender a pequenos
povoados ou a grandes cidades, variando nas características e no porte de
suas instalações.
(COLOCAR A FIGURA 03 AQUI)

Figura 03 – Esquema conceitual de um sistema de água para


abastecimento humano. (Fonte: MARTINS, 2014)

O lençol freático caracteriza-se por estar assentado sobre uma camada


impermeável de subsolo, como rochas, e submetido à pressão atmosférica
local. O lençol cativo caracteriza-se por estar confinado entre duas camadas

10
impermeáveis de crosta terrestre e submetido à uma pressão superior a
pressão atmosférica local.
Para o gerenciamento da pressão em sistemas de distribuição de água,
é necessário que a rede esteja dividida em setores, com o devido controle de
pressão, parte do zoneamento piezométrico onde se controlam todas as
entradas de alimentação, que são chamados de Zonas de Medição e Controle
(ZMC). A setorização é proveniente da escola de engenharia anglo-saxônica e
vem sendo progressivamente preconizada internacionalmente. As ZMC podem
ter dimensões muito variadas dependendo da topologia da rede, densidade
populacional e densidade de ramais, podendo conter entre 500 a 5000
ligações. Estes fatores também influenciam no número de pontos de entrada
de alimentação, que por razões de economia e simplicidade de operação se
procura uma configuração com um menor número possível. No Brasil é
incomum a adoção de setores com mais de uma entrada de alimentação. A
setorização possibilita a administração da pressão em cada distrito ou grupo de
distritos de forma que a rede é operada no nível ótimo de pressão, além de
facilitar o monitoramento das perdas de água.
A Figura 04 apresenta um desenho esquemático mostrando a
setorização, com a utilização de reservatórios, booster e válvulas.

Figura 04 – Esquema de um sistema de distribuição de água setorizado.


(Fonte: GOMES, 2010)

11
É considerado um sistema em "alta" se é constituído por um conjunto de
componentes a montante da rede de distribuição de água, fazendo a ligação do
meio hídrico ao sistema em "baixa". O sistema de abastecimento de água é
um sistema em "baixa" se é constituído por um conjunto de componentes que
ligam o sistema em "alta" ao usuário final. O sistema de abastecimento de água
presta um serviço em "alta" e em "baixa" sempre que vincula o meio hídrico ao
usuário final.

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2. CAPÍTULO 02

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

CONCEITOS E FUNCIONAMENTO

Um SAA é composto pelas seguintes partes:


 Manancial: fontes de água superficiais ou subterrâneas que são
usadas para abastecimento humano.
 Captação: é a primeira unidade do sistema de abastecimento de
água responsável por coletar de modo adequado a água do
manancial, também chamada de água bruta.
 Adutora: é a tubulação de grande diâmetro usada para a
condução da água do ponto de captação no manancial até a
Estação de Tratamento de Água (adutora de água bruta), e da
Estação de Tratamento de Água até os reservatórios de
distribuição (adutora de água tratada).
 Estação Elevatória: é o conjunto das instalações e equipamentos
de bombeamento, destinados a transportar a água a pontos mais
distantes ou mais elevados, ou para aumentar a vazão de linhas
adutoras.
 Estação Elevatória de Água Bruta (EEAB): transporta
água bruta do manancial até a Estação de Tratamento
de Água
 Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT):
transporta água tratada da Estação de Tratamento de
Água até os reservatórios ou pontos mais elevados da
rede de distribuição.
 Estação de tratamento: unidade industrial responsável pela
purificação da água bruta coletada no manancial, seguindo
critérios de qualidade especificados na legislação.
 Reservatório: grandes caixas de concreto onde fica reservada a
água após tratamento.

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 Rede de distribuição: adutoras, tubulações e encanamentos por
onde se distribui a água tratada para a população.

2.1.1. Manancial
Manancial de abastecimento é qualquer corpo d’água superficial ou
subterrâneo utilizado para fins humanos, industriais, animais ou de irrigação,
sendo também uma conceituação de fonte de abastecimento de água que pode
ser, por exemplo, um rio um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol
freático ou do lençol profundo. O Brasil está incluído entre os países de maior
reserva de água doce, ou seja, 13,8% do deflúvio médio mundial, com uma
disponibilidade hídrica per capita variando de 1.835 m³/hab./ano, na bacia
hidrográfica do Atlântico Leste, a 628.938 m³/hab./ano, na bacia Amazônica.
Porém, devido às suas dimensões geográficas e diversidade climática,
algumas regiões sofrem graves problemas de escassez de água, como o
Semiárido nordestino.
A boa qualidade das águas do manancial de abastecimento é
fundamental para a efetividade do tratamento convencional quanto à sua
capacidade de tornar a água bruta em potável. Segundo a Resolução
CONAMA 357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências, as
águas de Classe 2 (os padrões de qualidade desta classe são definidos no art.
15 da mesma resolução), dentre os demais usos a que se destinam, podem
destinar-se ao abastecimento doméstico após tratamento convencional. À
medida que a qualidade das águas do manancial tende a se deteriorar, novas
etapas devem ser implementadas ao processo de tratamento para alcançar os
padrões de potabilidade determinados pela portaria do Ministério da Saúde.
Portanto, é fundamental proteger o manancial de abastecimento para garantir a
manutenção da qualidade das águas superficiais e evitar o acréscimo nos
custos de tratamento.
A revitalização de rios, lagos e represas em muitas regiões do Brasil,
especialmente no Sudeste, pode também promover estímulos econômicos e
recuperar o ciclo hidrossocial. Nessas regiões impactadas do Sudeste, com um
passivo ambiental muito alto, a revitalização pode promover geração de

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emprego e renda, novas oportunidades de usos múltiplos e gerar uma indústria
de novas e promissoras tecnologias para gestão (monitoramento avançado,
consultorias, formação de recursos humanos). É fundamental, entretanto,
promover, em âmbito nacional no Brasil, um conjunto de estudos estratégicos
sobre recursos hídricos e energia, recursos hídricos e economia, água e saúde
humana, água e mudanças globais, com a finalidade de promover visões e
cenários de longo prazo que estimulem políticas públicas consolidadas.
A importância da preservação do manancial de captação é lembrada na
Declaração Universal dos Direitos da Água, promulgada pela ONU em 1992,
em seu artigo 3º. Ela lembra que: “Os mecanismos naturais de transformação
da água bruta em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim
sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e
parcimônia.” Deve-se usar as ferramentas da legislação ambiental para garantir
a proteção dos mananciais.

2.1.2. Captação de água


Os cursos d’água são um espelho de tudo o que se passa na bacia
hidrográfica, que constitui um ente sistêmico de interação das águas com os
elementos dos meios físico, biótico, socioeconômico e cultural, incluindo,
portanto, tanto os elementos naturais quanto às atividades humanas ali
existentes. Fisicamente, a bacia hidrográfica é uma área de captação natural
da água de precipitação que faz convergir o escoamento hídrico, em geral,
para um único ponto de saída. Assim, ela se compõe de um conjunto de
superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos d’água
que confluem até resultar num leito único. Considerando-se este fato, tudo o
que neste ocorre é consequência das características naturais da bacia, das
formas de ocupação do território e da utilização das águas que para ali
convergem.
Entende-se captação de água bruta as estruturas e dispositivos
construídos ou montados junto ao local onde pode-se retirar a água bruta
destinada ao sistema de abastecimento. Em relação à captação das águas,
alguns pontos devem ser observados:
 Na captação de águas superficiais (extração das águas nos rios,
córregos, represas ou lagos) – Garantia de suprimento e funcionamento

15
contínuos, inclusive em épocas de estiagem; Localizar-se em ponto de maior
proteção sanitária contra eventual poluição e acidente com produtos químicos,
a fim de garantir a melhor qualidade da água bruta.
 Na captação de águas subterrâneas 2 (lençol freático e lençol
confinado) – como via preventiva em águas presentes em áreas urbanas,
sugere-se a implantação de redes de coleta de esgotos e de lixo urbano para
que não comprometa a qualidade de tais águas.
As captações de água de superfície destinada ao abastecimento
humano, mesmo que cercadas de cuidados com a qualidade do manancial,
estão sujeitas a fatores que comprometem a qualidade das águas captadas,
tais como: lançamento de esgoto sanitário, despejos de resíduos industriais,
destinação inadequada de lixo, atividade mineradora e presença de resíduos
de agrotóxicos. Num processo de captação de água, algumas condições
devem ser analisadas, tais como:
 Quantidade de água – suficiência da vazão em processos de
(não) estiagem, quantidade suficiente para o consumo previsto;
 Qualidade da água – livre de poluentes ou contaminantes
atendendo as proteções sanitárias adequadas;
 Garantia de funcionamento – evitando-se interrupções imprevistas
no sistema e garantia do nível mínimo e máximo, evitando-se
escassez e inundações.
 Economia das instalações – menor curso e maior funcionalidade
possível.
 Localização – aquela que possibilite o menor percurso possível de
adução e menores alturas de transposição para caminhamento.

2.1.3. Adutoras

2
Como regra geral, a água subterrânea não necessita ser tratada para ser consumida, como acontece com
as águas dos rios, tendo em vista ser naturalmente filtrada e purificada, muito além do qu e se poderia
obter por meio do processo usual de tratamento. Como resultado, a utilização do manancial subterrâneo é
relativamente muito mais barata, sobretudo quando 90% dos esgotos e 70% dos efluentes industriais são
lançados sem tratamento nos rios. Portanto, as exigências de qualidade das empresas, que estão sendo
feitas pelo "Mercado Global" (ISO 9000, ISO 14000), inclusive das empresas de saneamento, e a Lei
Federal N o. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, representam boas perspectivas de incremento no uso do
manancial subterrâneo para abastecimento urbano no Brasil.

16
Adução é a etapa onde a água é transportada de uma unidade do
sistema à outra. Esse transporte é feito nas adutoras. O transporte da água
pode dar-se de duas formas: utilizando energia elétrica ou energia potencial
(gravidade). A utilização de uma ou de outra forma está intrinsecamente ligada
ao relevo da região onde se encontra a captação, a ETA e os reservatórios.
Sempre que possível irá se optar pelo transporte pela gravidade. Assim, caso a
captação ou a ETA estejam em uma cota superior aos reservatórios, far-se-á
uso da gravidade para o transporte. Já, nos casos em que a ETA ou os
reservatórios encontrem-se em uma cota acima da captação ou da ETA, é
necessário o emprego de equipamento de recalque (conjunto motor-bomba e
acessórios). Ainda existe a possibilidade, devido ao relevo, da necessidade de
utilização de adutoras mistas, ou seja, até determinado ponto se utiliza a força
da gravidade e, daí em diante, emprega-se equipamentos de recalque.
As adutoras podem ainda ser classificadas como:
 Adutora por gravidade em conduto livre: nesse tipo de adutora, a
água escoa sempre em declive, mantendo uma superfície livre
sob o efeito da pressão atmosférica. Os condutos não funcionam
com seção plena (totalmente cheios).
 Adutora por gravidade em conduto forçado: nesse tipo de adutora,
a pressão interna permanentemente superior à pressão
atmosférica permite à água mover-se, quer em sentido
descendente, quer em sentido ascendente.
 Adutora de recalque: quando, por exemplo, o local da captação
estiver em um nível inferior, que não possibilite a adução por
gravidade, é necessário o emprego de equipamento de recalque
(conjunto moto-bomba e acessórios). Nesse caso, diz-se que a
adução é feita em condutos forçados por recalque.

A Figura 05 apresenta os tipos de adução aplicados à água baseados na


linha piezométrica.
(COLOCAR NA SEQUENCIA FIGURA 05a, 05b, 05c)

17
a

c
Figura 05 – Sistemas de adução por: (a) gravidade por conduto livre, (b)
gravidade por conduto forçado e (c) por recalque. (FONTE: VERAS, 2017)

2.1.4. Estações Elevatórias


As estações elevatórias são partes essenciais dos sistemas públicos de
abastecimento de água, sendo utilizadas durante todo o processo de captação,
tratamento, reservação e distribuição de água. Elas compreendem o conjunto
de edifícios, máquinas, equipamentos e aparelhos necessários para elevação
de água, bruta ou tratada, de um ponto para outro, com pressão e em
quantidade adequada, a qualquer momento.
Para a escolha do local adequado à construção de uma estação
elevatória, devem ser considerados vários aspectos, a exemplo dos seguintes:
 As dimensões do terreno deverão satisfazer às necessidades
presentes e à expansão futura
 Baixo custo e facilidade de desapropriação do terreno
 Disponibilidade de energia elétrica
 Facilidade de extravasão do esgoto em condições de eventuais
paralisações dos conjuntos elevatórios

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 Facilidades de acesso
 Menor desnível geométrico
 Trajeto mais curto da tubulação de recalque
 Influências nas condições ambientais
 Harmonização da obra com o ambiente circunvizinho

As estações fornecem energia ao fluído, através das bombas


hidráulicas, e permitem que ocorra o escoamento de um ponto ao outro, sendo
possível, assim, vencer distâncias e desníveis. Todavia, estas estações estão
sujeitas ao desperdício de água e de energia, por razões como falhas de
projeto, formas de operar inadequadas, manutenção precária, formas
contratuais indevidas ou ainda fazendo uso de equipamentos que não otimizam
sua operação.
As estações elevatórias são mais utilizadas em sistemas em baixa
devido às exigências topográficas. Porém, esta situação é pouco comum, já
que se beneficia da elevação da água pela componente em alta, de modo a
conseguir um sistema em baixa do tipo gravítico. Assim, são minimizados
custos relacionados ao projeto, concepção e exploração. Nos subcapítulos
seguintes são descritos os principais constituintes de um SAA.

2.1.5. Estações de Tratamento


As Estações de Tratamento de Água (ETA’s) têm a finalidade de
transformar a água denominada bruta (sem tratamento e imprópria ao consumo
humano) em água denominada potável (tratada e adequada ao consumo
humano). Nesse processo, a qualidade da água do manancial abastecedor
exerce influência direta no tipo de tratamento a ser adotado pelas ETA’s, a fim
de que a mesma, ao final do processo, esteja dentro dos padrões de
potabilidade adequados ao consumo humano, conforme legislação específica.
A NBR 12216:1992 fornece diretrizes e estabelece valores para o
dimensionamento de estações de tratamento de água potável para
abastecimento público. Ela faz referência aos seguintes processos hidráulicos:
mistura rápida, mistura lenta, decantação, filtração rápida e filtração lenta. Para
cada um desses processos hidráulicos, a norma define diversos valores de

19
parâmetros e de dimensões que devem ser respeitados, como forma de
otimizar a operação da ETA. Porém, caso sejam realizados testes em
laboratórios que comprovem que os resultados encontrados experimentalmente
são mais eficientes, é possível a não utilização dos parâmetros definidos na
norma. Além disso, a mesma NBR define e fornece diretrizes de outros
processos do tratamento convencional, como a desinfecção, coagulação e
correção de pH.
Para realizar o tratamento completo da água, a mesma deve passar por
diversos procedimentos nos quais eventuais falhas podem ocorrer, resultando
em custos operacionais. Assim, o tratamento de água é dividido nas seguintes
etapas: Antes do tratamento: comprometimento dos mananciais, necessidade
de busca de mananciais mais distantes exigindo maior consumo de energia,
infraestrutura para adução, bombeamento, entre outros. Durante o tratamento:
consumo de produtos químicos, controle operacional, perda de água, consumo
de energia elétrica e geração de resíduos. Após o tratamento: qualidade da
água tratada, análise de resíduos gerados e seu destino final. O controle de
qualidade em cada etapa possibilita à estação de tratamento de água (ETA)
atender a critérios de qualidade e legislações pertinentes.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo –
SABESP (Figura 06) é uma sociedade anônima de economia mista fundada em
1973 e atualmente é responsável pelo fornecimento de água, coleta e
tratamento de esgotos de 367 municípios do Estado de São Paulo. Ela é
considerada uma das maiores empresas de saneamento do mundo em
população atendida. São 27,7 milhões de pessoas abastecidas com água e
21,4 milhões de pessoas com coleta de esgotos.

(COLOCAR A FIGURA 06 AQUI)

20
Figura 06 – Foto da Sabesp (Fonte: www.sabesp.com.br)

No Brasil, a legislação que regulamenta o padrão de potabilidade de


água para consumo humano é a Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de
2011, do Ministério da Saúde. Esta Portaria “estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências”.
Adicionalmente, tem-se o Decreto nº 5440, de 04 de maio de 2005, da
Presidência da República. Este decreto “estabelece as definições e
procedimentos sobre o controle de qualidade da água de sistemas de
abastecimento e institui mecanismos e instrumentos para divulgação de
informação ao consumidor sobre a qualidade da água para consumo humano”.
Por meio deste Decreto, os dados relativos à qualidade da água tratada e
distribuída são disponibilizados à população sob a forma de um relatório anual
denominado “Relatório Anual da Qualidade da Água”.

2.1.6. Reservatórios
São unidades destinadas a compensar as variações horárias de vazão.
Os reservatórios de distribuição nas redes de água potável (Figura 07)
destinam-se a garantir a quantidade de água necessária para atender as
variações de consumo. Eles evitam interrupções do fornecimento de água, no
caso de acidentes no sistema da adução, na estação de tratamento e em
certos trechos do sistema de distribuição, além de oferecerem maior segurança
ao abastecimento, quando a demanda de emergência se destina a combate de
incêndio.
(COLOCAR UMA FOTO OU IMAGEM DE UM RESERVATÓRIO DE
DISTRIBUIÇÃO NAS REDES DE ÁGUA POTÁVEL)

Figura 07 – Foto de um reservatório de distribuição nas redes de água


potável (Fonte: COLOCAR A FONTE AQUI DA FOTO QUE ESCOLHEREM,
SE NECESSÁRIO)

Segundo a Fundação Nacional de Saúde (2001), os reservatórios são


sempre um ponto fraco no sistema de distribuição de água. Para evitar sua

21
contaminação, é necessário que sejam protegidos com estrutura adequada,
tubo de ventilação, impermeabilização, cobertura, sistema de drenagem,
abertura para limpeza, registro de descarga, ladrão e indicador de nível.
Reservatórios não produzem água, portanto é importante entender o
momento de sua construção para não gerar falsas expectativas e desperdício
de recursos erroneamente. Dependendo da sua configuração em relação à
rede de distribuição, podem ser classificados como enterrados,
semienterrados, apoiados, elevados, de montante e/ou de jusante. Em relação
ao seu dimensionamento, devem respeitar as seguintes condições:
 Funcionar como volantes de distribuição, atendendo à variação
horária do consumo;
 Assegurar uma reserva de água para combate a incêndios;
 Manter uma reserva para atender a condições de emergência
(acidentes, reparo nas instalações, interrupções da adução e
outras);
 Manutenção de pressão na rede de distribuição.

O Quadro 01 apresenta as especificações mais importantes de um


reservatório em relação às suas cotas de níveis característicos:

22
Quadro 01 - Especificações mais importantes de um reservatório em relação às suas cotas de níveis característicos
Tipo de Nível Características
Nível d’água mínimo operacional É o nível mínimo necessário para a operação adequada do reservatório.
Normalmente este nível é definido acima do limite superior da estrutura de tomada
d’água (tomada d’água para casa de força, por exemplo) de modo a evitar a
formação de vórtices nesta entrada e evitar o ingresso de ar no conduto forçado
Volume morto Corresponde à parcela do volume total do reservatório inativa ou indisponível para
fins de captação de água. Corresponde ao volume do reservatório compreendido
abaixo nível mínimo operacional.
Nível d’água máximo operacional Corresponde ao nível máximo permitido para operação normal do reservatório (sem
vertimento). Este nível normalmente corresponde à cota da crista do vertedor ou à
borda superior das comportas vertedor. Este nível define o limite máximo do volume
útil do reservatório.
Volume útil É o volume disponível para operação do reservatório, ou seja, ao atendimento das
diversas demandas de água, sendo este volume compreendido entre os níveis
máximo e mínimo de operação do reservatório.
Volume de espera É o volume para controle de cheias. Corresponde à parcela do volume útil do
reservatório destinada ao amortecimento de ondas de cheia, visando ao atendimento
das restrições de vazão à jusante do barramento. Estas restrições são, em geral,
adotadas em função da capacidade de escoamento do canal à jusante e pelo não

23
comprometimento de infraestruturas existentes, como pontes, rodovias ou áreas
urbanas em zonas de inundação. O volume de espera pode ser variável de acordo
com a época do ano, uma vez que a probabilidade de ocorrência de vazões intensas
varia ao longo do ano.

Nível d’água máximo maximorum Corresponde à sobrelevação máxima do nível d’água, medida a partir do máximo
operacional, disponível para a passagem de cheias. Esta sobrelevação consiste em
um free-board definido entre o nível da crista do vertedor e da crista do barramento
que garante que as ondas formadas pela ação dos ventos não passem por sobre o
barramento, fato este que poderia ser danoso à estrutura.

24
2.1.7. Redes de Distribuição
Diferente das unidades localizadas, as redes de distribuição de água são
compostas por tubulações, conexões, válvulas e hidrantes, que abrangem toda
a área do sistema de abastecimento e funcionam como elemento logístico do
sistema encarregado da distribuição em escala ininterrupta. Sua função é a
distribuição de água potável para cada usuário do sistema, geralmente por
conduto forçado. Ou seja, onde a água é conduzida à seção plena e sob
pressão maior que a atmosfera e considerando-se que todos os seus
componentes devem ter resistência suficiente para suportar as pressões
internas estáticas, dinâmicas e ocasionadas por transitórios hidráulicos
operacionais, além dos esforços externos devido ao peso do solo sobre a
tubulação e carga de veículos na superfície.
A partir desta rede geral, são alimentados, por meio de ramais de
ligação (define-se ramal de ligação como a tubulação que assegura o
abastecimento predial de água, desde a rede pública até ao limite da
propriedade a servir), os diversos edifícios ou instalações.
Em relação à rede de distribuição, distinguem-se dois tipos de condutos:
 Os condutos principais, também chamados troncos ou mestres,
são as canalizações de maior diâmetro responsáveis pela
alimentação dos condutos secundários. A eles interessa, portanto,
o abastecimento de extensas áreas.
 Os condutos secundários, de menor diâmetro, são os que estão
imediatamente em contato com os prédios a abastecer e cuja
alimentação depende diretamente deles.

A área servida por um conduto deste tipo é restrito e está nas suas
vizinhanças. O traçado dos condutos principais deve tomar em consideração,
de preferência:
 Ruas sem pavimentação;
 Ruas com pavimentação menos onerosa;
 Ruas de menor intensidade de trânsito;
 Proximidade de grandes consumidores;

25
 Proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos
contra incêndio.

As redes de distribuição são formadas por dois tipos de canalizações:


 Principal: São as canalizações de maior diâmetro que tem a
finalidade de levar água às canalizações secundárias. Estas
canalizações também são conhecidas como canalização mestra
ou conduto tronco.
 Secundária: São as canalizações de menor diâmetro e tem a
finalidade de abastecer os pontos de consumo no sistema de
distribuição.
Com característica do tipo de traçado destes condutos, classifica-os
como:
 Rede ramificada: Esta configuração é característica de áreas que
possuem um desenvolvimento linear em que as ruas não se
conectam entre si devido a problemas na topografia local ou de
traçados urbanos. Estas redes podem ter traçados do tipo
“espinha de peixe” ou “em grelha”. A Figura 08 apresenta esses
tipos de traçados.
 Rede malhada: Esta configuração de rede é típica de áreas com
ruas formando malhas viárias. As tubulações principais formam
blocos ou anéis, permitindo o abastecimento do sistema por mais
de um caminho, favorecendo a manutenção na rede com o
mínimo possível de interrupção no abastecimento de água.
 Rede mista: a rede mista nada mais é do que a combinação da
rede ramificada com a rede malhada.

(COLOCAR A FIGURA 08 AQUI)

26
Figura 08 – Tipos de traçados aplicados às redes de distribuição. (Fonte:
http://slideplayer.com.br/slide/1317351/, 2007)
(ESSA FIGURA DE CIMA SÓ CONSEGUI DESTE SITE, SE PUDEREM
FAZER UMA EM FORMATO LINEAR, SERÁ MELHOR. ASSIM MUDAMOS
ESSA FONTE UTILIZADA )

A Figura 09 apresenta os tipos de redes aplicados ao processo de


distribuição de água.
(COLOCAR A FIGURA 09 AQUI)

Figura 09 – Tipos de redes aplicados ao processo de distribuição de


água (Fonte: http://www.eosconsultores.com.br, 2017)

Sob o ponto de vista hidráulico, nas redes de distribuição de água


malhadas, o escoamento é bidirecional, enquanto que nas redes ramificadas é,
normalmente, unidirecional, salvo se existir mais do que um ponto de
alimentação do sistema (reservatório ou estação elevatória). Nas redes mistas,
o escoamento é, simultaneamente, bidirecional e unidirecional.
Os volumes de água perdidos em um determinado espaço de tempo, ou
seja, a Vazão (Q) no sistema de distribuição de água é uma função da raiz

quadrada da carga hidráulica (H), ou seja, ) (Equação 01), no caso de

27
tubulações rígidas. No caso de tubulações plásticas, a função é praticamente
linear.
As perdas de água se configuram também como um grave problema
ambiental, onde medidas urgentes devem ser tomadas no sentido de minimizar
tais perdas, na tentativa de evitar problemas futuros de disponibilidade hídrica.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS
(2015), atualmente, o Brasil tem, em média, perda de 37% a 42% de água
tratada em seus sistemas de abastecimento, um índice consideravelmente
acima do adequado. Ciente disso, o Plano Nacional de Saneamento, em junho
de 2013, definiu que o país diminua esse índice de perdas na distribuição de
água para 31% até 2033.
Se forem comparados a outros países, como a Alemanha e o Japão, que
tem este índice de apenas 11%, ou a Austrália, que passou por um período
histórico de secas e atualmente apresenta 16% de perda, o objetivo do Brasil é
muito modesto. A manutenção correta do sistema de distribuição de água é um
investimento alto e de longo prazo que interfere de forma direta em uma conta
de água menos custosa para o consumidor e benefícios futuros imensos.

28
QUESTÕES

1. (ITAIPU BIONACIONAL – 2017) A concepção de um sistema de


abastecimento de água (SAA) tem como objetivo a identificação e a
quantificação de todos os fatores intervenientes, o diagnóstico do sistema
existente, a alternativa para o sistema e o pré-dimensionamento das unidades,
bem como o estabelecimento de diretrizes gerais para o projeto. Porém, a
concepção do SAA é constituída por diversos componentes que se integram
com a finalidade de fornecer água de boa qualidade, em quantidade adequada
e com pressão suficiente (Tsutiya, 2005). Um SAA é formado por:

a. Mananciais superficiais e subterrâneos, adução de água


bruta e tratada, estação de tratamento de água, reservatórios e
redes de distribuição.
b. Captação direta ou indireta, estação de tratamento, adução
de água bruta e tratada, reservatório e rede de distribuição e
ligação de água.
c. Mananciais superficiais e subterrâneos e captação, adução
de água bruta e tratada, estação de tratamento de água,
reservatórios e redes de distribuição.
d. Mananciais superficiais e subterrâneos, adução de água
bruta e tratada, estações elevatórias, estação de tratamento de
água, redes de distribuição e instalações prediais.
e. Mananciais superficiais e subterrâneos e captação,
estações elevatórias, adução de água bruta, estação de
tratamento de água, adução de água tratada, reservatórios e
redes de distribuição.

2. Uma adutora é uma estrutura que faz parte da rede de abastecimento de


água e tem como objetivo transportar água de um reservatório inferior até um
reservatório superior. Em relação à classificação de adutoras, descreva seu
sistema de classificação numa ETA.

29
3. (ENEM-2009) Técnicos concluem mapeamento do aquífero Guarani:
O aquífero Guarani localiza-se no subterrâneo dos territórios da Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai, com extensão total de 1.200.000 quilômetros
quadrados, dos quais 840.000 quilômetros quadrados estão no Brasil. O
aquífero armazena cerca de 30 mil quilômetros cúbicos de água e é
considerado um dos maiores do mundo. Na maioria das vezes em que são
feitas referências à água, são usadas as unidades metro cúbico e litro, e não as
unidades já descritas. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo (SABESP) divulgou, por exemplo, um novo reservatório cuja capacidade
de armazenagem é de 20 milhões de litros. (Disponível em:
http://noticias.terra.com.br. Acesso em: 10 jul. 2009 (adaptado)).

Comparando as capacidades do aquífero Guarani e desse novo reservatório da


SABESP, a capacidade do aquífero Guarani é
a. 1,5 x 102 vezes a capacidade do reservatório novo.
b. 1,5 x 103 vezes a capacidade do reservatório novo.
c. 1,5 x 106 vezes a capacidade do reservatório novo.
d. 1,5 x 108 vezes a capacidade do reservatório novo.
e. 1,5 x 109 vezes a capacidade do reservatório novo.

30
GABARITO
1. E
2. As adutoras podem ainda ser classificadas como:
Adutora por gravidade em conduto livre: nesse tipo de adutora, a água escoa
sempre em declive, mantendo uma superfície livre sob o efeito da pressão
atmosférica. Os condutos não funcionam com seção plena (totalmente cheios).
Adutora por gravidade em conduto forçado: nesse tipo de adutora, a pressão
interna permanentemente superior à pressão atmosférica permite à água
mover-se, quer em sentido descendente, quer em sentido ascendente.
Adutora de recalque: quando, por exemplo, o local da captação estiver em um
nível inferior, que não possibilite a adução por gravidade, é necessário o
emprego de equipamento de recalque (conjunto moto-bomba e acessórios).
Nesse caso, diz-se que a adução é feita em condutos forçados por recalque.
3. E

31
UNIDADE 02

ASPECTOS FÍSICO, QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS – PARTE 1


(COAGULAÇÃO E FLOCULAÇÃO)

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta unidade verificaremos os principais aspectos
envolvidos na coagulação e floculação das águas de
abastecimento.

Conteúdos da Unidade
A unidade 02 contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 03 e 04). No
capítulo 03 verificaremos os principais pontos, conceitos e mecanismos
envolvidos na coagulação química nas águas de abastecimento, tipos de
coagulantes e equipamentos envolvidos no processo de tratamento. O capítulo
04 abordará os principais aspectos envolvidos na floculação, os processos de
sedimentação/flotação e os auxiliares de floculação.

Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os


assuntos à medida que for estudando.

32
3. CAPÍTULO 03

COAGULAÇÃO

INTRODUÇÃO AO PROCESSO DE TRATAMENTO

O tratamento de água compreende-se pelo conjunto de processos


físicos e químicos destinados a transformar água bruta, in natura, em água
potável, adequando-a ao consumo humano e atendendo aos padrões legais de
potabilidade. O tratamento é dito como do tipo convencional quando é aplicado
ao tratamento de águas de captações superficiais, geralmente turvas e/ou
coloridas. Neste tipo de tratamento, destacam-se:
 Coagulação;
 Floculação;
 Decantação;
 Filtração;
 Desinfecção;
 Fluoretação.
A análise de alguns parâmetros físicos, químicos e físico-químicos são
necessários para se definir o tipo de tratamento a ser empregado na
tratabilidade da água, baseando-se no seu estado atual pré-analítico.
A água pode ser representada através de diversos parâmetros, que
traduzem suas principais características físicas, químicas e biológicas. Esses
parâmetros são utilizados na definição de distintos Padrões, que fixam
diferentes valores para, por exemplo, águas de abastecimento, águas para
balneabilidade, águas residuárias, entre outras. No caso de água para o
consumo humano, os parâmetros físicos, químicos e biológicos devem seguir
um padrão predeterminado chamado de Padrão de Potabilidade, definido pela
Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde.

COAGULAÇÃO
O conceito de coagulação surgiu em 1844, com a finalidade de melhorar
o aspecto visual da água para o consumo humano. Em meados do século XIX,
foi dado uma maior importância a esse processo, pois descobriu-se que a

33
relação entre a concentração de partículas e a presença de patógenos era
diretamente proporcional, o que acarretou na diminuição da transmissão de
doenças causadas pelo contato com a água contaminada.
A coagulação é empregada para a remoção de material em suspensão
ou coloidal. Os colóides são misturas heterogêneas de pelo menos duas fases
diferentes, com a matéria de uma das fases na forma finamente dividida
(sólido, líquido ou gás), denominada fase dispersa, misturada com a fase
contínua (sólido, líquido ou gás), denominada meio de dispersão. A ciência dos
colóides está relacionada com o estudo dos sistemas nos quais pelo menos um
dos componentes da mistura apresenta uma dimensão no intervalo de 1 a 1000
nanômetros (1 nm = 10-9 m) e sua presença pode ocasionar alterações na cor e
turbidez da água. As partículas coloidais não sedimentam e não podem ser
removidas por processos de tratamento físicos convencionais.

3.1.1. Comportamento e propriedades dos colóides


O comportamento e as propriedades dos colóides são regidos pelas
interações entre tais fases, que podem ser: Forças de repulsão eletrostáticas
(coulombianas), forças de atração de Van der Waals (dipolos permanentes ou
induzidos), repulsão estérica (tamanho da partícula), solvatação e forças
hidrodinâmicas (difusão). Descrita a seguir:
 As forças de repulsão eletrostáticas entre as gotículas que ajudam
a mantê-las afastadas uma das outras, evitando assim a
probabilidade de agregação e a quebra da nanoemulsão, e o
reduzido tamanho de partícula que garante propriedades físicas
especiais às nanoemulsões, pois, em escala atômica, as forças
como a gravidade se tornam menos efetivas sobre elas,
dificultando assim a sedimentação;
 A força de atração de Van der Waals é responsável pela coesão
dos pós ligeiramente úmidos quando a umidade é absorvida pelas
partículas. Se há líquido suficiente em um pó para formar uma
camada muito fina, imóvel, haverá uma efetiva diminuição na
distância entre as partículas e um aumento de área de contato
entre elas. Tal força é proporcional ao diâmetro da partícula e
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre tais.
34
 A repulsão eletrostática é mais efetiva em água do que em
líquidos não aquosos, por causa da baixa constante dielétrica
destes. A repulsão estérica, por sua vez, é efetiva tanto em meios
aquosos quanto em não aquosos. Partículas estabilizadas
estericamente podem ser termodinamicamente estáveis,
enquanto que partículas estabilizadas eletrostaticamente são
apenas metaestáveis.
 As interações entre moléculas de soluto e solvente são
conhecidas como solvatação. Quando o solvente é a água, as
interações são conhecidas como hidratação.
 As forças hidrodinâmicas (difusão) atuam no sistema de
multipartículas dispersas simultaneamente às interações de
superfície. Portanto, esses sistemas de partículas coloidais
precisam de um modelo sistematizado para explicar a influência
das interações na estabilidade cinética e termodinâmica do
colóide.

Como a área de superfície da fase dispersa é elevada devido ao


pequeno tamanho das partículas, as propriedades da interface entre as duas
fases — dispersa e de dispersão — determinam o comportamento dos
diferentes sistemas coloidais. Em soluções verdadeiras de macromoléculas ou
em dispersões coloidais de partículas finas, o solvente pode ser retido pela
configuração da cadeia macromolecular ou das partículas. Esse modelo do
sistema coloidal pressupõe muitos equilíbrios químicos nas fases, ocorrendo
processos dependentes do tempo e que resultam na agregação de partículas
de uma dispersão sólido-líquido ou na coalescência de gotas de uma emulsão.
Colóides presentes no processo de coagulação podem ser classificados
como hidrofóbicos (aqueles cuja molécula tem pouca atração por moléculas de
água) ou hidrofílicos (aqueles que são atraídos pelas moléculas de água).
Essas unidades cinéticas (partículas/gotas) podem permanecer estáveis
e constantes com o tempo devido à afinidade entre a superfície da partícula e o
solvente. As dispersões coloidais aquosas são também sensíveis à presença
de eletrólitos e de polieletrólitos (polímeros carregados de alta massa
molecular). As partículas coloidais podem agregar-se irreversivelmente na
35
presença de eletrólitos e resultar em agregados grandes e compactos
(coágulos) por um processo denominado coagulação, enquanto que na
presença de polieletrólitos pode haver a formação de agregados menos densos
(flóculos), os quais podem ser facilmente rompidos e redispersos por agitação
vigorosa (cisalhamento).

3.1.2. Coagulação química e tratamento de água


Um dos primeiros passos no processo de tratamento de água do
manancial, na entrada de água bruta de uma ETA é a coagulação química.
Dada à importância da coagulação na ETA, tornam-se imprescindíveis estudos
mais aprofundados sobre os diversos tipos de coagulantes. Caso esta etapa de
coagulação não tenha êxito, todas as demais estarão prejudicadas, a ponto de,
em certas situações, obrigar o descarte de toda a água da ETA, por estar fora
dos padrões de potabilidade.
O pH deve ser um dos parâmetros observados com maior frequência em
uma rotina operacional de tratamento, pois sua variação interfere em
determinados processos unitários de tratamento, como por exemplo, a
coagulação química. A alta alcalinidade pode exigir a adição de um acidulante
para o ajuste do pH, deve-se atentar para a quantidade de acidulante
adicionado, pois caso a alcalinidade ou a acidez forem altos, provavelmente
haverá problemas de coagulação na solução.
Os coagulantes podem ser classificados em polieletrólitos ou auxiliares
de coagulação e coagulantes metálicos. Os sais de alumínio e ferro são os
agentes mais utilizados no tratamento de água, por serem de baixo custo e
terem capacidade coagulante já comprovada.

3.1.2.1. Coagulantes polieletrólitos


Os polieletrólitos são polímeros sintéticos ou naturais, de cadeia longa e
geralmente de alto peso molecular, que apresentam grupamentos ionizáveis
em sua cadeia. São classificados como catiônicos, aniônicos ou não iônicos,
dependendo da carga predominante – positiva, negativa ou neutra,
respectivamente. Mesmo em dosagens reduzidas podem elevar a eficiência da
coagulação/floculação, ao mesmo tempo em que reduzem as dosagens
requeridas dos coagulantes convencionais. Outra vantagem é que podem ser

36
utilizados em uma ampla faixa de valores de pHs e temperaturas ao contrário
dos coagulantes que apresentam faixas ideais de aplicação, geralmente
restritas.
São exemplos de coagulantes químicos a base de polímeros sintéticos:
aminometil policrilamida, polialquileno, poliamina, polietilenimina e cloreto de
polidialildimetil amônio (poli-DADMAC).
Há também polieletrólitos naturais que foram utilizados desde 2000 a.C.,
onde Strychno potatorium Linn extraído de sementes era usado como
clarificador de água. Após a crise do petróleo em 1970-1980, a substituição dos
polieletrólitos sintéticos pelos produtos naturais tem recebido considerável
atenção. Várias fontes de polieletrólitos naturais foram pesquisadas tais como o
Floccotan, extraído do quebracho Schinopsis lorentziu e quimicamente
modificado, sendo bastante utilizado como clarificador de águas na América do
Sul. O cactus Cereus peruvianus natural da Argentina e Brasil fornece um
polieletrólito bastante viscoso que é utilizado em tratamento de águas como
auxiliares de floculação e coagulação.

3.1.2.2. Coagulantes metálicos


A utilização de sais metálicos é convencionalmente empregada devido a
sua desestabilização química das partículas e caracterizada como agente
inorgânico não biodegradável.
São exemplos de coagulantes químicos a base de sais metálicos:
 Hidrolisados: cloreto férrico, sulfato férrico, cloreto de magnésio e
alumínio.
 Pré-hidrolisados: cloreto de polialumínio (PAC), cloreto poliférrico
(PFCI), sulfato poliferroso (PFS) e sulfato polialumínio (PAS)

O sulfato de alumínio é um coagulante químico com grande


disponibilidade, sendo o mais empregado em estações de tratamento de água
brasileiras, e apresenta baixo custo. Ao ser adicionado a água, quase
instantaneamente e de modo complexo, ocorrem reações de polimerização e
hidrólise, que se combinam e formam espécies polinucleares de alumínio,
como Al6(OH)153+, Al7(OH)174+, e sucessivamente até Al13(OH)345+. Essas
espécies são responsáveis por promover a desestabilização dos coloides.
37
Uma diferença importante entre os coagulantes polieletrolitos e os
coagulantes metálicos é que, nos primeiros, as cadeias poliméricas já estão
formadas quando estes são agregados à água, enquanto, nos coagulantes
metálicos, a polimerização se inicia quando se põe o coagulante na água.
O coagulante misturado à água a ser tratada deve ser disperso da
maneira mais uniforme possível, de forma a garantir seu contato com as
impurezas presentes na água e, portanto, um tratamento mais eficaz. A NBR
12.216 recomenda que a dispersão de coagulantes metálicos hidrolisáveis (que
podem ser alterados/decompostos pela água) seja feita a gradientes de
velocidade compreendidos entre 700 s -1 e 1.100 s-1, em um tempo de mistura
não superior a 5s. Vale ressaltar que os ensaios de tratabilidade são a melhor
opção para definir os valores do gradiente de velocidade, tempo de mistura
rápida e também da dosagem de produtos químicos para a água que será
tratada.
O uso de polímeros sem a adição de coagulantes metálicos pode
aumentar, em alguns casos, a duração das carreiras de filtração. Contudo, o
uso de polímero pode ocasionar aglutinamento do leito filtrante e,
consequentemente sua deterioração.
Na escolha do coagulante deve-se levar em consideração suas
características e a qualidade da água bruta. Coagulantes fornecidos por
empresas distintas podem dar resultados diferentes no tratamento da água.
Isso se deve ao fato de que as concentrações de impurezas nos coagulantes
podem variar muito, devido à qualidade do material que foi utilizado para
produzi-los. O sulfato de alumínio, por exemplo, pode ser extraído de materiais
que são ricos em alumínio, tais como bauxita, alumina, argilas e outros
minerais de silicato de alumínio. O alumínio pode ser extraído pela dissolução
na fase sólida, em ácido sulfúrico, seguido de filtração. A bauxita é um solo
formado há milhões de anos em condições quentes e úmidas, enquanto a
alumina é um produto artificial, purificado, geralmente oriundo da bauxita. O
sulfato de alumínio produzido da bauxita geralmente contém concentrações
mais altas de impurezas (traços de metais, ânions, e carbono orgânico) do que
o sulfato de alumínio extraído da alumina, o qual, por sua vez, tende a conter

38
concentrações mais altas de sódio e zinco, o qual o lodo gerado será
direcionado para as Estações de Tratamento.
A carga de alumínio contida nestes lodos, acumulados nos
decantadores, pelo uso do sulfato de alumínio como coagulante retorna ao
curso d'água utilizado na captação da água bruta. São necessários estudos
aprofundados do lodo das Estações de Tratamento de água, o que possibilitará
a escolha da melhor técnica para a sua disposição final, com a segurança de
que os padrões de missão estabelecidos pela legislação sejam atingidos
minimizando os efeitos provocados pelo seu descarte in natura.
Um dos fatores mais relevantes o qual influencia o mecanismo de
coagulação que predomina no sistema é a dosagem de coagulante aplicada no
tratamento da água, e, uma ferramenta criada para auxiliar e facilitar o
entendimento de como o coagulante atua na remoção das partículas é o
diagrama de coagulação. O diagrama de coagulação é criado a partir de
ensaios de bancada, geralmente testes de jarros (Jar test). Busca-se variar o
pH e a dosagem de coagulante, seguido de sucessivas análises de turbidez
remanescente para analisar a remoção e atingir condições ótimas de
coagulação da água de cada manancial a ser tratado.
Em 1982 os pesquisadores Amirtharajh e Mills (1982) desenvolveram o
diagrama de coagulação para o sulfato de alumínio, Figura 10, considerando
dosagens de Al2(SO4)3.14,3 H2O versus pH da mistura. Pode-se notar regiões
distintas para diferentes mecanismos de coagulação, seja na adsorção e
neutralização de cargas, na varredura, ou na combinação de ambas. Na região
de coagulação por varredura ocorre excessiva formação de precipitados de
hidróxido de alumínio, cujas partículas coloidais estão aprisionadas. Esta
região é recomendada para ETA com tratamento completo, pois os flocos são
densos e ficam retidos no decantador.
(COLOCAR A FIGURA 10 AQUI)

39
Figura 10 – Diagrama de coagulação (típico) com o sulfato de alumínio
para remoção da turbidez. (Fonte: PAVANELLI, 2001)

O diagrama de coagulação demonstra-se indispensável para determinar


o melhor coagulante e sua dosagem em relação ao pH, sendo necessário para
cada água de estudo, levando em conta o uso de alcalinizantes, custo dos
produtos químicos para a qualidade que se deseja obter. A otimização das
etapas descritas anteriormente, com auxílio de ensaios em equipamento Jar
test, além de resultar em maior eficiência global da ETA, pode levar a
minimização da dosagem de coagulante aplicada à água bruta e melhoria do
sistema de tratamento.

3.1.3. Misturadores
Segundo a NBR 12216, mistura rápida é a operação destinada a
dispersar produtos químicos na água a ser tratada, em particular no processo
40
de coagulação, no qual as condições ideais em termos de gradiente de
velocidade, tempo de mistura e concentração da solução de coagulante devem
ser determinadas preferencialmente através de ensaios de laboratório. Quando
estes ensaios não podem ser realizados, a dispersão de coagulantes metálicos
hidrolisáveis deve ser feita a gradientes de velocidade compreendidos entre
700 s-1 e 1100 s-1, em tempo de mistura não superior a 5s.
A aplicação da solução de coagulante deve ser sempre feita
imediatamente antes do ponto de maior dissipação de energia e através de
jatos separados de no máximo 10 cm.
Para misturar o coagulante com a água a ser tratada, podem-se utilizar
misturadores hidráulicos ou mecanizados.

3.1.3.1. Misturadores hidráulicos


Os misturadores hidráulicos podem ser de diversos tipos, sendo os mais
utilizados, o medidor Parshall, a queda d'água originária de vertedouros e a
malha difusora.
O medidor Parshall (Figura 11) é um dos mais utilizados no âmbito de
mistura rápida, pois ele une as condições de medidor de vazão à de
misturador. É possível conhecer a vazão que atravessa o medidor Parshall
através da realização da leitura da altura da lâmina de água numa seção a
montante de sua garganta. Em situações ideais para melhor eficiência, deve-
se:
 Aplicar o composto químico na garganta do medidor.
 Assegurar a formação de um ressalto hidráulico imediatamente à
jusante da garganta para ocasionar a dissipação de energia num tempo muito
curto.

(COLOCAR A FIGURA 11 AQUI)

41
Figura 11 – Esquema de uma calha Parshall convencional (Fonte:
www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/PARSHALL.html, 2017)

A queda d'água originária de vertedouros (Figura 12) aproveita a queda


d'água resultante para efetuar a mistura rápida, entretanto, deve-se distribuir,
de forma mais uniforme possível, o coagulante (ou floculante, dependendo do
processo) ao longo de toda a queda d'água. Apesar de sua boa eficiência, são
avaliados segundo seu custo e difícil manutenção.

COLOCAR A FIGURA 12 AQUI, SE POSSÍVEL TROCAR A PALAVRA


FLOCULANTE DENTRO DA FIGURA PELA PALAVRA COAGULANTE)

42
Figura 12 – Esquema de uma queda d'água de vertedouros
convencional com malha difusora. (Fonte: TRATAMENTO DE ÁGUA DE
ABASTECIMENTO, 2017)

As malhas difusoras (Figura 13) sob o ponto de vista de resultados


obtidos em laboratório, podem ser classificadas como um dos misturadores
mais rápidos mais eficientes. Porém, caracterizam-se por seu alto custo e difícil
manutenção.

(COLOCAR A FIGURA 13 AQUI)

Figura 13 – Esquema de uma malha difusora. (Fonte: SANEAGO, 2006)

3.1.3.2. Misturadores mecanizados


Muito especificados pelos projetistas até alguns anos atrás, os
misturadores mecanizados vêm caindo em desuso. Isto porque os
misturadores hidráulicos produzem resultados tão bons, ou mesmo superiores,
e apresentam uma grande vantagem: não possuem equipamentos que devido
ao uso, manutenção inadequada, ou ambos, possam ficar fora de serviço,
ainda que temporariamente. Não obstante, algumas estações de tratamento de
água tratamento de água ainda os utilizam com sucesso. Os mais comuns são
os misturados do tipo turbinas, hélices e os rotores de bombas.
Para que as turbinas (ou hélices) funcionem bem, é recomendável que
estejam instaladas em tanques que propiciem tempos de detenção pequenos
(pois a desestabilização do coágulo pode ocorrer em fração de segundos)

43
Os misturadores mecanizados do tipo hélice e turbina são apresentados
na Figura 14.

(COLOCAR A FIGURA 14 AQUI)

Figura 14 – Esquema de misturadores mecanizados tipo turbina (a) e


tipo hélice (b). (Fonte: SANEAGO, 2006)

44
4. CAPÍTULO 04

FLOCULAÇÃO

INTRODUÇÃO

A floculação continua o processo de aglutinação das impurezas feita na


coagulação.
Os termos coagulação e floculação são utilizados como sinônimos, uma
vez que ambos significam o processo integral de aglomeração das partículas.
Mas pode-se dizer que a coagulação é o processo pelo qual o agente
coagulante é adicionado à água, reduzindo as forças que tendem a manter
separadas as partículas em suspensão, e a floculação é a aglomeração dessas
partículas por meio de transporte de fluido, de modo a formar partículas
maiores que possam sedimentar. A Figura 15 apresenta o processo de
coagulação-floculação aplicados à uma água turva.

(COLOCAR A FIGURA 15 AQUI)

Figura 15 – Exemplo do processo de coagulação-floculação aplicados à


uma água turva. (Fonte: www.kurita.com)

As partículas se agregam e se transformam em flocos mais pesados que


se sedimentam a uma velocidade mais amena. A agitação suave facilita o
contato dos flocos, sem quebrá-los. Ela tem como objetivo agregar o maior
número de partículas primárias desestabilizadas/precipitadas em flocos para
que sejam separados por sedimentação ou flotação. Na floculação a agitação
na água deve ser tal que crie gradientes de velocidade que causem turbulência
capaz de provocar choques ou colisões entre as partículas coaguladas e as

45
existentes em suspensão e no estado coloidal da água. Estes gradientes são
limitados para que não ultrapassem a capacidade de resistência do
cisalhamento destas partículas. Dependendo do tamanho da partícula
envolvida o processo de floculação ,pode ser classificado em microfloculação
(ou floculação pericinética) e macrofloculação (ou floculação ortocinética).
 Na floculação pericinética o processo se desenvolve para
partículas pequenas (<1 µm), predominando o movimento
browniano3, pois as moléculas de água envolvidas no processo
proporcionam movimentos erráticos das partículas favorecendo a
colisão entre as mesmas.
 A floculação ortocinética é aplicada às moléculas com tamanhos
superiores a 1 µm. O processo se desenvolve pelas diferenças de
velocidades dentro do líquido, tanto em regime laminar como em
regime turbulento, ressaltando-se pela distribuição do tamanho
das partículas primárias na otimização do floco.
Em geral, todas as partículas estão submetidas a esses dois tipos de
floculação. A relação do tamanho e densidade do floco em função do gradiente
de velocidade de floculação mais alta acarretaria flocos mais densos e de
melhores dimensões e vice-versa.
A introdução de ácidos fracos e sais hidrolisados, como o sulfato de
alumínio e cloreto férrico, influenciam diretamente nos índices de acidez e
alcalinidade, de forma que a aplicação de alcalinizantes se faz necessária, a
fim de restaurar o equilíbrio dos parâmetros fora dos padrões.
Para que a floculação tenha um bom desempenho, é primordial que a
água em questão não apresente valores extremos de alcalinidade. Uma vez
detectados valores excessivamente altos ou baixos, deve-se aplicar produtos
que corrijam artificialmente a alcalinidade. Cal hidratada (Ca(OH) 2) e carbonato
de sódio (Na2CO3) são aplicados em situações de baixa alcalinidade. Para
alcalinidades elevadas, a acidificação é o procedimento padrão. Somente
assim os mecanismos de coagulação poderão ser ativados, possibilitando a
efetivação da floculação.

3
O movimento browniano pode ser defi nido como movimento aleatório de partículas microscópicas
imersas em fluido. Este movimento provém dos choques das moléculas do fluido nessas partículas
microscópicas e é muito importante pois comprova a teoria corpuscular da matéria.

46
Não existe uma regra geral para a escolha do auxiliar de floculação. O
auxiliar de floculação mais eficaz, a faixa de pH, o tipo de polímero (catiônico,
aniônico e não-iônico) e a dosagem ideal do polieletrólito só podem ser
efetuadas por meio do teste de jarros. A Figura 16 apresenta um modelo
esquemático dos processos.

(COLOCAR A FIGURA 16 AQUI)

Figura 16 – Modelo esquemático dos processos de coagulação e


floculação com a utilização de um polieletrólito (Fonte: ROSA, 2008)

A separação dos flocos formados nos ensaios de coagulação-floculação


pode ser realizada por processos de sedimentação e flotação. Para
determinadas taxas de escoamento, a utilização da sedimentação pode
apresentar custos de implantação mais baixos em relação à flotação e com
eficiências bem próximas, por isso são geralmente utilizadas. Porém,
dependendo da qualidade exigida para o efluente, a utilização da flotação, além
de apresentar uma eficiência alta na remoção de sólidos suspensos
aumentando a qualidade da água, apresenta ainda as vantagens de produção
de um lodo com teor de umidade baixo. Requer menores dosagens de
coagulante e auxiliares de floculação (formação de flocos menos densos),
apresenta partida rápida, proporciona o arraste de parcela de gases e
compostos voláteis e a elevação na concentração de oxigênio dissolvido ao
final.

47
Estudos demonstram que a coagulação e a floculação são as etapas
mais delicadas do tratamento de água para abastecimento, sendo que a
correta operação influi de modo decisivo na preparação da decantação e
indiretamente para que se processe uma boa filtração.

4.1.1. Floculação por Sedimentação


A sedimentação é uma operação física em que partículas suspensas
com densidade superior ao meio líquido apresentam movimento descendente
devido à ação da gravidade. O principal objetivo da sedimentação é produzir
um efluente clarificado, mas também é necessário produzir um lodo adensado,
apresentando concentrações de sólidos que possam ser facilmente
manuseadas e tratadas. A teoria da sedimentação baseia-se no fato de que
qualquer partícula não coloidal suspensa em um meio líquido em repouso, de
menor massa específica, será acelerada pela ação da gravidade até que as
forças de resistência viscosa e de deformação do líquido sejam iguais à
resultante do peso efetivo da partícula.

4.1.2. Floculação por Flotação


A flotação é uma técnica de separação de misturas que consiste na
introdução de bolhas de ar a uma suspensão de partículas.
As bolhas de ar, ao se aderirem às partículas sólidas no processo de
flotação, reduzem sua densidade específica, tornando-as menos densas que a
água. O mesmo ocorre no caso da existência de flocos. O ar fica retido nos
intervalos existentes entra as partículas que formam o floco, diminuindo
também sua densidade. Essa ação do ar faz com que as partículas sólidas
sejam carregadas para a superfície do líquido em decorrência da força de
empuxo, permitindo, assim, que o material suspenso seja removido.
Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando uma
espuma que pode ser removida da solução e separando seus componentes de
maneira efetiva. O importante nesse processo é que ele representa exatamente
o inverso daquele que deveria ocorrer espontaneamente à sedimentação das
partículas. A ocorrência do fenômeno se deve à tensão superficial do meio de
dispersão e ao ângulo de contato formado entre as bolhas e as partículas.
Dentre os principais processos utilizados para flotação. o FAD é o mais

48
utilizado para águas de abastecimento, porém existem diversos processos. O
Quadro 02 apresenta as características principais dos processos de flotação
aplicados ao tratamento de água (tanto de abastecimento quando para águas
residuais).

49
Quadro 02 – Principais características e processos aplicados à flotação
Tamanhos de
partículas
Técnica Características
resultantes
(µm)
Flotação por ar Produção de bolhas de ar pela despressurização de uma corrente aquosa saturada
20 – 100
dissolvido – FAD com ar em uma pressão acima da pressão atmosféricas
Geração de microbolhas pela eletrólise de soluções aquosas com a produção de gás
Eletro-Flotação 10 – 40
nos dois eletrodos
Ar induzido Produção de bolhas pela agitação mecânica de um disco rotador em baixa rotação 50 – 1500
Condicionamento em Injeção de microbolhas diretamente na água via aeração, pela extração do ar
10 – 100
alta intensidade – CAI ambiente, para um meio de injeção de microbolhas
Extração do ar da água reciclada via aspirador de gás, que em seguida é
Aspersão ou Nozzle descarregado em um recipiente de flotação para o desenvolvimento de uma mistura 400 – 800
de ar e água de duas fases
Geração de bolhas pela sucção de ar em um tubo descendente (downcomer) por
Jameson ou a Jato 100 – 800
contrição tipo Venturi
Operação em regime contracorrente, bolhas ascendentes e alimentação da mistura
Flotação em coluna 50 – 1000
descente, mas também pode operar em regime concorrente.

50
4.1.3. Auxiliares de floculação
Quando a floculação não ocorre, há demora na sedimentação. Por isso,
é necessário o uso de floculantes, que melhoram a clarificação, a filtração e as
operações de centrifugação. Atuam também no processo: velocidade de
escoamento (m/s), tempo de detenção (min) e gradiente de velocidade (s -1).
Dependendo da água a ser tratada, verifica-se que os flocos formados
necessitam de maior densidade para poderem sedimentar em decantadores.
Recorre-se então aos auxiliares de floculação, como os polieletrólitos, que
aumentam a velocidade de sedimentação dos flocos e a resistência às forças
de cisalhamento.
Polímeros sintéticos e naturais (amidos em geral) têm sido utilizados
como auxiliares de coagulação, floculação e filtração. O emprego de pequenas
quantidades desses auxiliares reduzem consideravelmente as dosagens de
coagulantes primários, quando estes são sais de alumínio ou ferro. Dentre os
diversos polímeros naturais usados como auxiliares em tratamento de água de
abastecimento, o mais comumente utilizado é o amido. Além do amido, podem
ser citados a quitosana, o tanino o emprego de algumas plantas, tais como:
quiabo (Abelmoschus esculentus), mutamba (Guazuma ulmifolia), além do
cacau (Theobroma cacau) e a goma xantana.

4.1.4. Floculadores
Os sistemas de floculação hidráulicos apresentam alguns
inconvenientes, como a pouca flexibilidade em relação à variação da vazão,
impossibilidade de variar ou ajustar a gradiente de velocidade e podem
apresentar perda de carga relativamente alta, quando comparado com os
floculadores mecanizados. Apresentam como vantagens menores custos de
implantação, operação e manutenção, e não exigir pessoal qualificado para
operação e manutenção.
Os sistemas mecanizados apresentam diversas vantagens sobre os
hidráulicos como a baixa perda de carga, facilidade de instalação em estações
existentes e maior flexibilidade de operação em função das variações das
características da água bruta. As limitações referem-se ao consumo de
energia, à maior probabilidade de curtos-circuitos e à necessidade de
manutenção dos equipamentos. A NBR 12216/92, norma técnica que

51
regulamenta os projetos de estações de tratamento de água para fins de
abastecimento, recomenda. para floculadores mecanizados. tempo de
residência teórico de 30 a 40 min, em média 40 % maior que para projetos de
floculadores hidráulicos (20 a 30 min).
A floculação pode ser executada através de:
 Floculadores hidráulicos:
 Floculadores hidráulicos de fluxo horizontal
 Floculadores hidráulicos de fluxo vertical
 Floculador Alabama
 Floculadores em meio poroso
 Floculadores mecânicos:
 Agitadores de fluxo radial
 Agitadores de fluxo axial
 Agitadores de fluxo radial e axial

O dimensionamento de um floculador é caracterizado por diversas


etapas (a depender do tipo de floculador que será aplicado), dentre as quais
pode-se destacar:
 Definição do sistema de vazão;
 Definição do número de câmaras de floculação;
 Definição do tempo de detenção nas câmaras;
 Cálculo do volume total de água;
 Cálculo da área superficial;
 Cálculo da velocidade do escoamento nas câmaras;
 Cálculo do número de agitadores ou chicanas nas câmaras;
 Cálculo do percurso do escoamento;
 Cálculo das perdas de carga nas câmaras;
 Cálculo do gradiente de velocidade nas câmaras;
 Cálculo do número de Camp (gradiente de velocidade x tempo de
detenção na câmara) das câmaras.

52
QUESTÕES

1. (ITAIPU BIONACIONAL – 2017) Enquanto na câmara de mistura rápida


o fator químico é o mais importante e afeta a eficiência da coagulação, na
floculação o fator físico se torna o mais importante, podendo afetar a formação
dos flocos e diminuir a eficiência da sedimentação. Em ambos os casos, são
necessários mecanismos de mistura, cujo gradiente de velocidade e tempo de
mistura no tanque podem interferir tanto na formação dos coágulos como na
formação e estabilidade dos flocos. O gradiente de velocidade é o limite da
relação entre a diferença de velocidade com que se movem duas camadas de
fluído muito próximas e a distância entre si, e normalmente é designado pela
letra G, sendo a unidade s -1 .
Com relação às unidades destinadas à coagulação e floculação, considere as
seguintes afirmativas:
I. Os processos de coagulação e floculação são aplicados não só no
tratamento de água, mas também no tratamento de esgoto doméstico ou
industrial.
II. Na câmara de mistura rápida, os gradientes de velocidade são
alcançados por ressaltos hidráulicos ou por mecanismos mecânicos de
agitação. O tempo de mistura normalmente fica entre 0,05 s e 100 s,
sendo usual tempo de agitação em torno de 1 s.
III. Os floculadores são divididos em compartimentos, por estruturas físicas
ou não. Os gradientes diminuem em cada compartimento e são
alcançados por meio de chicanas, quando são utilizados floculadores
hidráulicos, ou por agitadores mecânicos com paletas paralelas ou
perpendiculares ao eixo. O tempo de agitação é de 20 a 40 minutos.
IV. Tanto o mecanismo de coagulação como o de floculação ocorrem por
reações químicas, e o tipo de agitação e a intensidade não interferem
diretamente na condição de funcionamento dos sistemas de tratamento
e na formação dos flocos.
Assinale a alternativa correta.
a. Somente a afirmativa II é verdadeira.
b. Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c. Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

53
d. Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
e. As afirmativas I, II, III, e IV são verdadeiras.

2. (IBFC – 2017) Considerando os cuidados no tratamento da água,


assinale a alternativa que apresenta os produtos químicos utilizados no
processo de coagulação.
a. Hipoclorito de sódio e hidróxido de sódio
b. Cloreto férrico e hidróxido de sódio
c. Hidróxido de sódio e sulfato de alumínio
d. Sulfato de alumínio e cloreto férrico

3. (IBFC – 2017) A Calha Parshall é um dispositivo tradicionalmente usado


para medição de vazão em canais abertos de líquidos fluindo por gravidade,
muito utilizado nas estações de tratamento de água para a realização de
importantes funções. Considere as ações abaixo.
I. Medir com relativa facilidade e de forma contínua as vazões de entrada
e saída de água.
II. Atuar como misturador rápido, facilitando a dispersão dos coagulantes
na água, durante o processo de coagulação.
Estão corretas as afirmativas:
a. Apenas a II
b. Nenhuma das afirmativas
c. Apenas a I
d. I e II

4. (FGV – 2017) No tratamento de água para abastecimento público, a


coagulação pode se dar com a formação de pontes entre partículas coloidais,
que se juntam, formando partículas maiores.
Esse processo resulta da adição de auxiliares de coagulação, como os:
a. nitratos;
b. polímeros;
c. cloretos;
d. criptosporídios;
e. toluenos.

54
GABARITO
1. C
2. D
3. D
4. B

55
UNIDADE 03

ASPECTOS FÍSICO, QUÍMICOS E FÍSICO-QUÍMICOS – PARTE 2


(DECANTAÇÃO E FILTRAÇÃO)

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta unidade verificaremos os principais aspectos
envolvidos na decantação e filtração das águas de
abastecimento.

Conteúdos da Unidade
A unidade 03 contará com 2 capítulos (nomeados Capítulo 05 e 06). No
capítulo 05 verificaremos os mecanismos de funcionamento da decantação, os
principais tipos de decantadores e os principais aspectos de mensuração da
eficiência dos mesmos. No capítulo 06 abordaremos os principais processos de
filtração das águas e seus processos de inovação (microfiltração, ultrafiltração,
nanofiltração e osmose reversa)
.
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os
assuntos, à medida que for estudando.

56
5. CAPÍTULO 05

DECANTAÇÃO

A sedimentação ou decantação é um processo dinâmico de separação


de partículas sólidas suspensas nas águas e efluentes. Estas partículas, sendo
mais pesadas que o líquido, tendem a sedimentar com determinada
velocidade. Os objetivos e aplicações da sedimentação são a retirada de
partículas finas como areia, sólidos suspensos totais (SST) e flocos formados
por coagulação química de materiais e organismos de difícil sedimentação. A
sedimentação também é usada para gerar um lodo mais concentrado em
sólidos, com possibilidade de ser manuseado e tratado mais facilmente.
Haverá a formação de duas fases, uma líquida (efluente tratado) e uma
sólida (impurezas) que se depositará no fundo do tanque de sedimentação por
possuir densidade superior à da água. Neste processo, o fluido gerado é claro
e o lodo formado possui alto teor de sólidos. A Figura 17 apresenta um
esquema de funcionamento do processo de decantação.

(COLOCAR UMA FIGURA SIMPLES QUE REPRESENTE UM


ESQUEMA DE DECANTAÇÃO (OU SEDIMENTAÇÃO) EM ÁGUA, PODE
SER ALGO PARECIDO COMO O SLIDE 19 DESTE LINK
https://pt.slideshare.net/NaiMariano/aula-murialdo-2 OU ALGO MAIS
ELABORADO DE MESMA TEMÁTICA)

Figura 17 – Esquema de decantação

Fisicamente, toda partícula suspensa em um meio liquido em repouso


será acelerada pela força da gravidade. Esse processo ocorrerá até que a força
de resistência viscosa e deformação do líquido sejam iguais as resultantes do
peso específico da partícula.
Em geral, a separação entre as unidades de floculação e decantação é
feita por cortinas difusoras. As mesmas possuem a finalidade de eliminar a
turbulência na água gerada pelos floculadores, não permitindo assim sua
propagação para os decantadores.
O processo de sedimentação nos decantadores é dividido em zonas:
57
 Zona de Turbilhonamento – É a zona situada na entrada da água,
onde as partículas estão em turbilhonamento. Esta zona é
caracterizada por certa agitação. A localização das partículas é
variável e as nuvens de flocos mudam de lugar constantemente
(fenômeno de entrada).

 Zona de Sedimentação – É uma zona onde as nuvens de flocos


mantêm-se aparentemente imóveis (estacionárias). Nesta zona,
não há agitação e as partículas avançam e descem lentamente,
caminhando para zona de repouso.

 Zona de Ascensão – Esta zona, é relativamente tranquila, como a


segunda. Mas na saída, os flocos que não alcançaram a zona de
repouso seguem o movimento ascensional de água e aumentam
a velocidade, esta se torna máxima na passagem pelo vertedor ou
calha da saída.

 Zona de repouso – É onde o lodo se acumula. Esta zona não


sofre influência da corrente de água do decantador, a não ser que
ocorram anormalidades, como inversão das camadas de água
pela brusca mudança de temperatura, fermentação do lodo.

A Figura 18 apresenta um esquema contendo cada zona:


(COLOCAR A FIGURA 18 AQUI)

Figura 18 – Esquema de separação das zonas num decantador do tipo


horizontal. (Fonte: http://www.wmed.com.br, 2017)
58
A velocidade da água nos decantadores deve ser reduzida ou limitada,
para evitar o arrastamento de flocos, impedindo sua deposição. Segundo a
NBR 12216 a velocidade de escoamento deve ser 0,5 cm/s em ETA com
capacidade para 10.000 m³/dia e em ETA com capacidades acima destas,
entre 0,75 e 1,00 cm/s, dependendo do controle operacional na estação.

TIPOS DE DECANTADORES

A função do decantador é reduzir a velocidade com que a água passa.


Com isso e através da ação gravidade, os flocos que se encontrarem em
suspensão tenderão a decantar para o fundo. Os flocos que já estiverem
depositados no fundo ajudarão no processo, pois funcionarão como imãs,
atraindo o material que ainda estiver em suspensão.
Os decantadores podem apresentar formato retangular ou circular,
devendo apresentar dispositivos de alimentação, de coleta de água decantada
e de acúmulo e descarga de lodo, devendo os mesmos ser projetados de forma
a evitar a quebra dos flocos formados no processo de floculação, bem como
correntes preferenciais, as quais poderiam conduzir ao arraste de partículas
para a água efluente do decantador, reduzindo, assim, a eficiência do
processo.
Os decantadores podem ser classificados:
 Quanto à sua operação
 Convencionais
 De contato de sólidos ou flocodecantador
 Quanto ao escoamento
 Horizontal
 Vertical
 Quanto à velocidade com que processam a sedimentação
 Altas taxas
 Baixas taxas
 Quanto à sua forma
 Circulares
 Retangulares

59
 Quanto ao fundo
 Fundo pouco inclinado
 Fundo inclinado
 Fundo com poços de lodo
 Quanto ao sistema de remoção de lodos
 Mecanizado
 Limpeza manual
 Quanto ao acionamento nos decantadores circulares
 Tração central
 Tração periférica

Na escolha do decantador a ser utilizado em uma estação de


tratamento, deve-se atentar para o fato de que a sedimentação será tão mais
eficiente quanto maior for a capacidade do tanque de permitir que os sólidos
sedimentem em seu interior, evitando o arraste de partículas indesejáveis para
o líquido que prosseguirá para as etapas subsequentes. Portanto, deve-se
garantir a manutenção de condições favoráveis à sedimentação, regulando os
parâmetros de taxa de escoamento superficial e tempo de detenção no
decantador. Além das condições de sedimentação, os decantadores devem
possuir velocidades horizontais de escoamento que não promovam o arraste
ou ascensão do material sedimentado, garantindo também as condições
adequadas para a retenção.
A seguir serão descritos os aspectos principais dos decantadores
quando à sua operação, escoamento e velocidade de sedimentação.

5.1.1. Decantadores quanto à operação


Os decantadores convencionais, também conhecidos como
decantadores clássicos, são decantadores que consistem em grandes tanques
longos com escoamento horizontal, nos quais a água entra em uma
extremidade, move-se na direção longitudinal e sai pelo extremo oposto. A
Figura 19 apresenta a imagem de um decantador convencional.
(COLOCAR A FIGURA 19 AQUI)

60
Figura 19 – Decantador convencional (Fonte:
http://www.dec.ufcg.edu.br, 2017)

Já nos decantadores do tipo flocodecantador, a água passa pelo


processo de floculação e decantação de modo contínuo e uniforme, criando um
colchão de lodo para o melhor rendimento do processo. A água clarificada é
recolhida na parte superior do flocodecantador e se dirige ao filtro. A Figura 20
apresenta a imagem de um flocodecantador.
(COLOCAR A FIGURA 20 AQUI)

Figura 20 – Esquema de um Flocodecantador (Fonte:


http://www.elaguapotable.com/decantacion.htm)

5.1.2. Decantadores quanto ao seu escoamento


Em relação ao escoamento, existem os decantadores de escoamento
horizontal, esses são geralmente com profundidade relativamente pequena e
com comprimento muito grande em relação à largura. Já nos de escoamento

61
vertical, a aplicação é feita por baixo, cujo líquido efetua o movimento
ascendente. Nos decantadores compactos, o processo de floculação e
decantação são feitos ao mesmo tempo. A Figura 21 apresenta um esquema
de um decantador vertical.
(COLOCAR A FIGURA 21 AQUI)

Figura 21 – Esquema de decantador vertical (Fonte:


www.aquastore.com.br, 2017)

5.1.3. Decantadores quanto à velocidade de sedimentação


Os decantadores podem ser classificados como de baixa taxa de
aplicação, ou de alta taxa de aplicação superficial. Enquadram-se nos de baixa
taxa os decantadores de fluxo horizontal e de fluxo vertical ou manto de lodo,
cujo regime de escoamento é turbulento, com número de Reynolds da ordem
de 2 000 a 200 000. Os de alta taxa são os de placas paralelas ou módulos
tubulares inclinados, nos quais o número de Reynolds está abaixo de 500 e o
escoamento é laminar.
A taxa de escoamento superficial antes limitada a 30 m3/m2 dia,
atualmente, desde que seja assegurada uma boa operação, poderá elevar-se
até 45 m3/m2 dia nos decantadores convencionais de fluxo horizontal e até 60
m3/m2 dia, no caso de escoamento vertical. O período de detenção em
decantadores com escoamento turbulento geralmente fica compreendido entre
2,5 e 4,0 horas.

EFICIÊNCIA DOS DECANTADORES

62
Geralmente, para a determinação da eficiência dos decantadores, é
adotada a relação entre a concentração de partículas no afluente e efluente
dos decantadores, ou seja:

Em que Nt = turbidez no efluente; N0 = turbidez no afluente.


Alguns pesquisadores indicam que essa relação tem o inconveniente de
ser influenciada pelo valor da turbidez no afluente. Por exemplo, se o valor da
turbidez no efluente do decantador for 5 uT e no afluente 50 uT, a eficiência
será de 90%; porém se a turbidez no afluente fosse 500 uT, a eficiência seria
de 99%. Nos dois casos, o efluente do decantador apresentou a mesma
qualidade (5 uT). Dessa forma, se deve ter cuidado ao comparar a eficiência de
um decantador com outro por esse sistema, devendo se levar em conta o valor
da turbidez no afluente.
Outro aspecto importante no contexto hidráulico foi a observação da
performance dos decantadores convencionais em uso em diversas estações de
tratamento de água. Foram feitas algumas considerações sobre o processo de
decantação das partículas sólidas, cujo raciocínio é o seguinte.
No início da decantação da partícula, sua trajetória é aproximadamente
linear, sendo a taxa de decaimento função da relação entre u e vs , onde u é a
velocidade horizontal do escoamento da água e vs a velocidade de queda da
partícula. Supondo que o tanque tivesse um comprimento tão grande quanto se
desejasse, a decantação da partícula seria um fato definitivo. Isto só não ocorre
pelo fato do decantador ter comprimento finito, obrigando que a água
transborde pela parte superior da extremidade final do tanque. No trecho final
do decantador, por esse motivo, as linhas de corrente se deformarão em
relação ao escoamento quase uniforme que existia na parte inicial. Com isso,
acentuam-se cada vez mais os gradientes de velocidade na direção vertical
que eventualmente (dependendo das características da partícula e da sua
posição atual) poderão carregar a partícula, não permitindo que esta decante.
Conclui-se, então, que esse gradiente é fundamental no processo de
decantação. E de imediato, pensou-se no seguinte: conseguindo-se diminuir a
intensidade desse gradiente, a vazão do decantador poderia ser aumentada
sem que a partícula fosse carregada. E este é o princípio no qual se basearam

63
aqueles que tomaram a iniciativa de instalar as canaletas de transbordamento
em diversos decantadores.
A decantação tem sido empregada principalmente quando se têm
mananciais superficiais cujas nascentes são próximas a montanhas, como no
caso dos países andinos. Nas épocas chuvosas, os picos de sólidos suspensos
e de turbidez são bem elevados, tornando impraticável o funcionamento da
estação de tratamento sem a existência de unidades de pré-tratamento. Na
decantação plena, a água captada no rio é conduzida a um lago com tempo de
detenção geralmente superior a 2 meses. No lago, ocorre remoção
considerável, não apenas de sólidos suspensos, mas também de bactérias,
protozoários, fungos, vírus e outros organismos, fato relacionado ao tempo
médio de detenção. Há pesquisadores que defendem que com a clarificação da
água e, com a maior penetração da luz solar, podem surgir florescimentos de
algas, caso a água contenha os nutrientes necessários e dificultar a operação
da estação de tratamento, caso que também deve ser analisado.

64
6. CAPÍTULO 06

FILTRAÇÃO

O tratamento da água, com o emprego de materiais granulares, ou por


algum tipo de coador de pano está registrado na história antiga da Índia, China
e Grécia. Vários sistemas de filtro foram conhecidos, como clarificadores de
águas. Na história moderna, o uso dessa técnica começou na primeira metade
do século 19, quando elas, particularmente a filtração lenta em leito de areia,
eram as únicas etapas do tratamento. Obviamente, podiam ser conseguidos os
requisitos higiênicos, embora a teoria da desinfecção só tenha se desenvolvido
no fim do último século. A aplicação de filtros em tratamento de água potável
tem uma longa tradição, e sua operação está baseada em experiências
práticas de longa data. Embora na filtração de águas residuárias faça uso de
tecnologia similar, consideráveis diferenças, especialmente com relação às
características da água, levou o desenvolvimento dos projetos a seguirem
diferentes critérios.
Cinquenta a sessenta por cento das impurezas ficam retidas no
decantador. A água com o restante das impurezas, flocos mais leves e
partículas não floculadas sai dos decantadores e segue para o processo de
filtragem, para retirada desse restante das impurezas. Nesta fase, os filtros
rápidos tornam-se unidades essenciais em uma estação convencional, e por
isso exigem cuidadosa operação. Eles constituem uma "barreira sanitária"
importante, podendo reter microrganismos patogênicos que resistem a outros
processos de tratamento.
A filtração é um processo que remove as impurezas presentes na água
bruta (filtração lenta); impurezas presentes na água coagulada ou floculada
(filtração rápida direta); ação que ocorre pela percolação da massa liquida em
meio granular poroso constituído normalmente por uma camada de pedregulho,
(camada suporte) seguido de uma camada de areia, uma camada de antracito
ou de manta acrílica.
É na camada filtrante que ocorre, de fato, a filtração. A camada mais
inferior, formada geralmente por pedregulhos, é denominada camada suporte e
tem por finalidade a prevenção da obstrução do sistema pela penetração da
areia fina e esta deve ser fixa, ou seja, indeformável sob ação de cargas.
65
Normalmente são utilizados pedregulhos como camada suporte e a camada
filtrante geralmente é de areia. A areia deve ser isenta de argila, matéria
orgânica e outras impurezas como carbonato de sódio, magnésio, exceto em
quantidades pequenas, alumínio ou material calcário. A presença de sais de
sódio e magnésio tornam a água dura e material calcário ou alumínio
aumentam a resistência do atrito da areia ao escoamento da água. As
principais características para a seleção do material componente da camada
filtrante são o tamanho efetivo, coeficiente de uniformidade, coeficiente de
esfericidade e os diâmetros máximos e mínimos dos grãos. Como exemplo, a
Figura 22 apresenta um sistema padrão de tratamento de água, incluindo-se a
sequência de filtração aplicado na SANASA (Sociedade de abastecimento de
água e saneamento S/A).

(COLOCAR A FIGURA 22 AQUI)

Figura 22 – Sistema de tratamento de água padrão da SANASA (Fonte:


www.sanasa.com.br)

As águas contêm sais, sólidos em suspensão, microrganismos e detritos


que podem ser filtrados. Em geral, os filtros removem partículas, melhoram cor,
odor e sabor. Um meio filtrante ideal possui diâmetro suficientemente grande
para formar poros de dimensão capazes de reter grandes quantidades de
flocos e diâmetro suficientemente pequeno para evitar a passagem de sólidos
em suspensão. Possui também profundidade adequada para permitir corridas
de filtração suficientemente longas.

66
A filtração pode ser feita também para redução de dureza ou
abrandamento ou retirada de cálcio e magnésio; filtração de ferro e manganês,
filtração de gases como o sulfídrico (H2S), amônia (NH4), cloretos (Cl-),
resíduos de óleo, micro-organismos (algas, vírus, bactérias, etc..), argilas e
outros colóides, metais pesados, etc.. Na filtração é importante saber o
tamanho das partículas e se a contaminação é de particulados, gás ou oleosa.
Um filtro de areia, por exemplo, funciona bem para partículas de 5 a 25 micra,
mas não vai filtrar bactérias nem vírus com tamanho entre 0,1 e 10 micra.
Neste caso, em geral, pode-se aplicar a ultrafiltração ou osmose reversa. A
Tabela 01 apresenta as dimensões aproximadas de alguns tipos de partículas:

Tabela 01 – Dimensões aproximadas de alguns tipos de partículas


(Fonte: SNATURAL, 2017).
Tipo de partícula Tamanho (µm)
Açúcar 0,001
Clorofila 0,005 – 0,01
Asbestos 0,05 – 1
Negro de fumo 0,01 – 0,3
Vírus 0,1
Bactérias 0,2 – 10
Pó fino 0,4 – 100
Talco 0,5 – 55
Argila < 2,5
Silte 2 – 19
Carvão pulverizado 4 – 500
Glóbulo vermelho 5
Algas unicelulares 10
Cabelo 30 – 175
Partículas visíveis > 55
Areia de Praia > 95
Pó de cimento 3 – 100
Areia fina 19 – 225
Areia grossa > 225

67
Carvão ativado granular > 225

Os filtros são classificados e referenciados de várias formas. Talvez a


forma mais comum de classificação seja aquela baseada na taxa de filtração,
ou seja, na vazão de água que é tratada por unidade de área e planta do filtro.
A taxa de filtração é também denominada “velocidade de filtração” ou
“velocidade de aproximação”, uma vez que se caracteriza em uma grandeza de
velocidade. Nesse caso os filtros são classificados como filtros rápidos (taxa de
filtração usualmente de 120 a 600 m/d 4) ou filtros lentos (taxa de filtração
usualmente de 2 a 6 m/d).
É importante ressaltar que a filtração rápida e a filtração lenta não
diferem apenas na taxa de filtração. Esses dois tipos de filtração diferenciam-se
também no mecanismo de remoção de impurezas, nas necessidades de pré-
tratamento ou no condicionamento da água bruta, nas características do
material granular e nos métodos de limpeza e operação.
Para eficiente uso da filtração rápida, é necessário o pré-tratamento da
água bruta com coagulação química, podendo ou não haver floculação e
decantação ou flotação, dependendo da água a ser tratada (processos
obrigatórios em águas de abastecimento!). No caso da filtração lenta em areia,
não são necessários produtos químicos e é utilizado apenas um leito contendo
areia fina, através do qual a água vagarosamente percola. A remoção de
impurezas acontece pela combinação de diferentes processos, tais como
sedimentação, adsorção, filtração e - mais importante - atividade microbiana e
bioquímica. A purificação pode ocorrer na camada sobrenadante, mas se
processa majoritariamente na camada superior do leito filtrante.
Cabe ressaltar que, pelo fato de na filtração lenta não ser utilizada a
coagulação química, a água a ser filtrada deve possuir características
apropriadas, caso contrário o processo é ineficaz. Em geral, esse processo de
filtração lenta só é aplicado em ambientes rurais onde há impossibilidade ou
não viabilidade de fornecimento de água tratada, a depender da companhia de
saneamento local.

4 3 2
m /m .dia

68
Os filtros são lavados quando a qualidade da água não mais atende ao
padrão de potabilidade ou quando o nível de água no filtro atinge o limite
máximo estabelecido. A frequência da lavagem dos filtros lentos é bem menor
em comparação à dos filtros rápidos. Um filtro lento pode chegar a ficar três ou
mais meses sem lavar, enquanto o filtro rápido é lavado, normalmente, todo dia
ou a cada dois dias, dependendo do processo.

 Limpeza do filtro lento: para limpar o filtro lento, deve-se deixar a


água escoar e depois raspar a camada superior, onde o lodo se
formou. A raspagem é uma remoção delicada onde se retira de 1
a 2 centímetros de areia. Após a retirada dessa camada de areia,
a areia que ficou deve ser nivelada novamente após a limpeza.
 Lavagem do filtro rápido: a lavagem do filtro rápido é realizada
injetando-se água de baixo para cima, com uma velocidade tal
que o meio filtrante se expanda. Também pode-se injetar ar e
água. Há ainda situação em que se utiliza primeiro o dispositivo
de lavagem superficial, para depois injetar a água no sentido de
baixo para cima. A expansão do meio filtrante é importante para
que a sujeira seja retirada. Contudo, deve-se ter cuidado para não
perder o leito filtrante.

O número de filtros em uma estação depende da magnitude da


instalação, do número de etapas de construção, do arranjo geral e tamanho
das tubulações e de fatores econômicos. Os tipos comuns de materiais usados
em filtros são areia, carvão antracito, e garnet ou ilmenita. Estes podem ser
usados sozinhos ou em combinações de dupla ou tripla camada. As
propriedades do material filtrante são importantes, pois afetam a eficiência de
filtração.
Estas propriedades incluem: tamanho, formato, densidade e dureza. A
porosidade do leito granular formado pelos grãos também merece atenção.
Deve-se ressaltar que, para qualquer material filtrante, a solubilidade em ácido
clorídrico deve ser a menor possível. No caso do antracito, menor ou igual a
1%. O teste de solubilidade determina as impurezas e os compostos solúveis

69
em ácido presentes no material filtrante, os quais podem ser lixiviados para a
água, prejudicando com isso a qualidade final da água tratada.
O monitoramento da água pós-filtrada pode também ser avaliado pelo
cumprimento da Portaria MS no 2.914/2011 quanto ao parâmetro turbidez ser
feito mediante a construção de tabelas de distribuição frequência, dada a
natureza do dado (valores de turbidez constituem variáveis de natureza
quantitativa) e ao fato da legislação definir um valor máximo permitido (VMP)
de 0,5 uT para 95% das amostras.

INOVAÇÃO EM SISTEMAS DE FILTRAÇÃO

O processo de membranas é uma técnica que permite concentrar e


separar compostos de uma solução sem o uso de calor. As partículas são
separadas de acordo com o seu tamanho molecular e formato através da
aplicação de pressões e o uso de membranas especiais semipermeáveis. O
emprego da tecnologia de membranas no tratamento de água é relativamente
recente. As primeiras unidades comerciais de osmose reversa foram
construídas no início da década de 60 do século passado, enquanto que os
primeiros sistemas de ultra e microfiltração entraram em operação no final da
década de 80 e os primeiros reatores de membrana para tratamento de águas
residuárias em meados da década de 90.
Os processos de separação por membranas são conhecidos,
basicamente, por microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa e
são tecnologias emergentes no tratamento de águas pela possibilidade de
obtenção de águas com melhor qualidade em estações de tratamento mais
compactas, mais fáceis de serem automatizadas, com menor geração de lodo
e custo competitivo em relação aos sistemas convencionais de tratamento.
Desse modo, constituem-se em alternativas potenciais para o tratamento de
água de mananciais degradados, localizados em regiões com pouca
disponibilidade de terreno, como no caso das áreas densamente urbanizadas
das grandes metrópoles.
As membranas podem ser classificadas em densas e porosas. A
membrana é considerada densa quando o transporte dos componentes
envolve uma etapa de dissolução e difusão através do material que constitui a
70
membrana. A capacidade seletiva depende da afinidade das diferentes
espécies presentes no fluído com material da membrana e da difusão das
mesmas através do filme polimérico, como é o caso da osmose inversa. Já na
membrana porosa, o transporte através da mesma ocorre devido às diferenças
de tamanhos entre as substâncias e os poros da membrana, como ocorre na
microfiltração e ultrafiltração. Membranas de osmose reversa são densas e são
comumente disponíveis em módulos em espiral onde as folhas de membrana
são enroladas em torno de um tubo através do qual é recolhido o permeado.

6.1.1. Microfiltração
A microfiltração é um processo de separação, a pressões entre 0,5 e 3
Bar (pressões baixas), de componentes em suspensão com alto peso
molecular, tais como microrganismos (bactérias e alguns tipos de vírus) e de
compostos coloidais, com tamanhos de 0,1 a 10 μm. As principais aplicações
da microfiltração são:
 Separação de bactérias da água em processos industriais;
 Clareamento de bebidas;
 Esterilização parcial da água em processos farmacêuticos;
 Tratamento de efluentes;
 Separação de emulsões água/óleo;
 Pré-tratamento para sistemas de nanofiltração e Osmose
Reversa.

Na microfiltração, o solvente e todo o material solúvel permeia a


membrana. Apenas o material em suspensão é retido. A Figura 23 apresenta
alguns detalhes de uma membrana de microfiltração e seu processo de
lavagem reversa.

(COLOQUE A FIGURA 23 AQUI)

71
Figura 23 – Esquema da membrana de microfiltração e seu processo de
lavagem reversa. (Fonte: FERRARO, 2008)

6.1.2. Ultrafiltração
Uma membrana de ultrafiltração é um filtro molecular que realiza
separações baseadas no tamanho; água e pequenos solutos podem passar
através da membrana, enquanto que maiores gotículas de óleo e sólidos em
suspensão são retidos (filtração em escalas moleculares). Os tamanhos de
poro típicos variam de até 0,02 µm de diâmetro. A água e as partículas com
baixa massa molecular penetram pela membrana enquanto partículas, coloides
e macromoléculas são rejeitadas, cujo processo de purificação se efetua
através de uma pressão hidrostática entre 0,5 e 5 bar.
O processo de ultrafiltração pode ser operado em modo contínuo ou em
modo descontínuo. Na operação em contínuo, parte da corrente do retido é
reaproveitada para o tanque de alimentação ao módulo. Este modo de
operação é normalmente empregue em processos de ultrafiltração à escala
industrial, com áreas de membrana superiores a 100 m 2. Já a operação em
descontínuo, constitui o modo de operação mais comum em instalações
laboratoriais e à escala piloto. Nesta operação, o permeado é recolhido
continuamente e a corrente de retido é reintroduzida no tanque de alimentação.

6.1.3. Nanofiltração
A nanofiltração é um processo especial de membranas que remove
partículas de diâmetros até a ordem de 1 nanômetro (10 Angstroms). A
nanofiltração é um processo situado entre a osmose reversa e a ultrafiltração.
Matéria orgânica e sais com ânions divalentes são eficientemente removidos. A

72
Nanofiltração é utilizada, principalmente, para a remoção de cor, carbono
orgânico total e sólidos dissolvidos em águas residuárias.
Tal como na osmose reversa, o mecanismo de transferência de massa
na nanofiltração é por difusão-sorção5. A Nanofiltração permite, assim,
permeabilidades mais elevadas que a osmose reversa com rejeições
aceitáveis, dependendo das aplicações e das espécies químicas consideradas.
Por exemplo, as membranas de nanofiltração têm normalmente rejeições muito
elevadas de íons multivalentes, e rejeições moderadas de íons monovalentes.
Frente a isso, foram descobertas novas possibilidades para a produção
de água potável, dando respostas a novos desafios, tais como a remoção de
arsênico, remoção de pesticidas, disruptores endócrinos, produtos químicos e
dessalinização parcial.

6.1.4. Osmose Reversa


O primeiro sistema de osmose reversa (OR) foi originalmente
apresentado por Reid, em 1953, e a primeira membrana de osmose reversa
utilizada a nível industrial era composta a base de acetato de celulose, criada
por Loeb e Sourirajan, em 1960. É caracterizada como um processo de
separação por membrana utilizado quando se deseja reter solutos de baixa
massa molecular. As membranas para esse processo são mais “fechadas”
(poros menores), apresentando, portanto, uma maior resistência à permeação
e, consequentemente, pressões de operação mais elevadas do que as
utilizadas na microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração.
Devido à pressão aplicada, as moléculas de água passam pela
membrana, separando a solução em duas partes distintas: permeado e rejeito.
Este último percorre a membrana, sem atravessá-la, para formar o que deve
ser desprezado. Já o permeado é a parte da solução que atravessa a
membrana, contendo alto grau de pureza.

5
Sorção refere-se à ação do efeito de absorção e adsorção ocorrendo simultaneamente. Como tal, é o
efeito de gases ou líquidos a ser incorporados num material de um estado diferente e aderente à
superfície de uma outra molécula. A absorção é a incorporação de uma substância em um estado para
outro de um estado diferente (por exemplo, líquidos de serem absorvidos por um sólido ou gases de ser
absorvidos por um líquido). Já a difusão é migração de átomos ou moléculas num sistema físico (sólido,
líquido ou gás), ger. devido a sua própria agitação térmica, ou causada pela influência de um gradiente
de temperatura, pressão, ou por um potencial químico ou elétrico.

73
É posicionada como o nível mais elevado de filtração disponível. A
membrana age como uma barreira a todos os sais e moléculas inorgânicas
dissolvidas, como também moléculas orgânicas com um peso molecular maior
que aproximadamente 100 u. Por outro lado, moléculas de água atravessam a
membrana, criando um fluxo de produto purificado livremente. Rejeição de sais
dissolvidos é tipicamente 95% para maior que 99%.
O fenômeno de osmose ocorre quando água pura flui de uma solução
salina de baixa concentração para uma solução salina de maior concentração,
separadas por uma membrana. Consequentemente, o sistema vai tentar entrar
em equilíbrio, (atingir a mesma concentração em ambos os lados da
membrana). A única maneira de se alcançar o equilíbrio é com água passando
do compartimento da solução pura para o compartimento da solução salina,
diluindo esta solução. Caso uma força seja aplicada nesta coluna de água, o
fluxo de água que passa através da membrana pode ser invertido, sendo este o
principio base da osmose reversa. A Figura 24 apresenta este esquema de
funcionamento.

(COLOCAR A FIGURA 24, A MINHA FIGURA ESTÁ EM INGLÊS POIS


NÃO CONSEGUI ENCONTRÁ-LA EM PORTUGUÊS, SE TIVEREM ALGUMA
PARECIDA MOSTRANDO NUM ESQUEMA A OSMOSE E A OSMOSE
REVERSA OU SE VCS TRADUZIREM A MESMA FICARIA MELHOR. CASO
VOCÊS TROQUEM A FIGURA NÃO ESQUEÇAM DE MUDAR A MINHA
FONTE NA LEGENDA)

74
Figura 24 – Mecanismos de funcionamento da osmose e osmose
reversa. (Fonte: https://pt.dreamstime.com/fotos-de-stock-osmose-e-osmose-
reversa-image36770523)

Nota-se que este fluxo reverso através da membrana produz água pura
proveniente da solução salina. Isto porque a membrana não permite a
passagem de sal ou íons.
A membrana de OR é um fino filme, enrolado várias vezes, composto
por três camadas. Uma camada suporte de poliéster, uma camada
intermediária de polisulfona microporosa e uma terceira camada ultrafina de
poliamida na superfície. A Figura 25 apresenta o esquema de uma membrana
de OR.

(COLOCAR A FIGURA 25 AQUI, SE POSSÍVEL TRADUZÍ-LA PARA


PORTUGUES OU ESCOLHER UMA OUTRA FIGURA SIMILAR CONTENDO
AS CAMADAS FILTRANTES DE OSMOSE REVERSA)

Figura 25 – Esquema do filtro de osmose reversa

Para tal funcionalidade, a mesma vem sendo empregada em sistemas


de tratamento de água na remoção de contaminantes dissolvidos específicos,
como agrotóxicos, arsênicos, nitratos e radionuclídeos, atingindo bons
resultados.

75
6.1.5. Limpeza das Membranas
Todos os processos de membranas possuem um sistema que permite a
limpeza química periódica das mesmas. Assim, é possível utilizá-la para
minimizar os efeitos da colmatação e realizar a manutenção do fluxo de
permeação sem elevar o consumo de energia nos processos de separação. Tal
limpeza é utilizada para remoção de material remanescente aos processos de
retrolavagem, tais como: óxidos de ferro, sedimentos, carvão, sílica, sais, géis
de matéria orgânica e biofilmes microbianos. Do mesmo modo, os ciclos de
limpeza química podem ocorrer em intervalos variados, dependendo da
intensidade de colmatação 6, ao qual os parâmetros de operação, fluxo e
pressão podem ser combinados.

6
Preenchimento de poros, buracos, falhas, irregularidades.

76
QUESTÕES

1. (CESGRANRIO – 2012) Países com recursos hídricos limitados, como,


por exemplo, a Austrália, obtêm água potável a partir de água do mar mediante
o emprego do processo de:
a. osmose reversa
b. ultracentrifugação
c. filtração centrífuga
d. filtração auxiliada, seguida de precipitação química
e. decantação, seguida de filtração auxiliada

2. (FCC – 2016) De acordo com as tabelas de padrão de turbidez para


água pós-filtração ou pré-desinfecção, que constam nos ANEXOS II e III da
Portaria n° 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde, o valor máximo permitido
para turbidez em uT (Unidade de Turbidez) no tratamento de água, utilizando
filtração rápida (tratamento direto ou filtração direta), vigente no ano de 2016, é
de:
a. 0,5 uT em 25 % das amostras.
b. 0,5 uT em 95 % das amostras.
c. 1,0 uT em 25 % das amostras.
d. 1,0 uT em 50 % das amostras.
e. 1,0 uT em 95 % das amostras.

3. (FIO CRUZ – 2010) Na purificação de água, a osmose reversa é a


passagem da mesma por membrana permeável. Nesse processo:
a. aplica-se uma pressão positiva no lado da solução mais salina ou
concentrada, revertendo-se à tendência natural.
b. aumenta-se o volume da solução mais salina ou concentrada,
revertendo-se à tendência natural.
c. diminui-se o volume da solução mais salina ou concentrada,
revertendo-se à tendência natural.
d. aplica-se uma pressão negativa no lado da solução mais salina ou
concentrada, revertendo-se à tendência natural.
e. a osmose reversa é um processo natural.

77
4. (IDECAN -2015) A água utilizada em processos industriais requer um
grau de pureza diferente da alcançada durante o tratamento de água potável.
Isso porque alguns sais causam problemas na indústria, tais como depósitos
nas tubulações, contaminação de produto e corrosão. Existem diversos
métodos empregados no tratamento de água para fins industriais para remoção
de impurezas inconvenientes. Sobre tais métodos, marque V para as
afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
(XXX) Um sistema de abrandamento serve para diminuir/remover a dureza
presente na água.
(XXX) O processo de micro/nanofiltração utilizado para remover íons
responsáveis pela dureza utiliza produtos químicos.
(XXX) Na desmineralização por osmose reversa, toda a água alimentada sai no
permeado, de modo que não existe taxa de rejeição.
(XXX) O processo de desmineralização por troca iônica pode ser efetuado
fazendo-se passar a água através de leitos de resinas catiônicas do grupo de
hidrogênio e leitos de resinas aniônicas carregadas com hidroxilas.
A sequência está correta em:
a. F, F, V, V.
b. V, F, F, V.
c. F, V, F, V.
d. F, F, V, F.
e. V, V, F, F.

5. (VUNESP – 2009) O desenvolvimento de técnicas de separação, por


membranas, representa um grande avanço no campo de tratamento de água. É
correto afirmar que:
a. por meio de nanofiltração não é possível separar proteínas de
uma solução aquosa.
b. com o processo de osmose reversa é possível dessalinizar a água
do mar.
c. a pressão aplicada é maior no processo da ultrafiltração
comparado com a osmose reversa.

78
d. o diâmetro de poros de uma membrana de nanoflitração é maior
do que de microfiltração.
e. não é possível recuperar os filtros usados, por isso eles devem
ser trocados e descartados frequentemente.

6. (CESGRANRIO – 2012) O uso de processos de separação por


membranas tem se intensificado, uma vez que a separação ocorre em
temperaturas baixas, diminuindo a demanda energética. A escolha do processo
de separação é função das características da membrana e do tipo de
separação desejada.
Os processos de filtração por membrana se relacionam às características do
soluto e do permeado em:
a. Processo - microfiltração
Características do soluto - partículas e moléculas orgânicas de
alto peso molecular
Características do permeado - solutos dissolvidos

b. Processo - ultrafiltração
Características do soluto - moléculas orgânicas de baixo e alto
peso molecular
Características do permeado - sais dissolvidos

c. Processo- nanofiltração
Características do soluto - moléculas orgânicas de baixo peso
molecular e íons bivalentes
Características do permeado - íons monovalentes

d. Processo - osmose reversa


Características do soluto - solutos iônicos
Características do permeado - solutos não iônicos

e. Processo - eletrodiálise
Características do soluto - todos os solutos
Características do permeado - praticamente água

79
GABARITO
1. A
2. B
3. A
4. B
5. B
6. C

80
UNIDADE 04

ASPECTOS BIOLÓGICOS DAS ÁGUAS DE ABASTECIMENTO


(DESINFECÇÃO) E CONTROLE DE QUALIDADE

Caro (a) Aluno (a)


Seja bem-vindo (a)!
Nesta unidade verificaremos os principais aspectos
envolvidos na desinfecção das águas de abastecimento e
os principais controles de qualidade envolvidos na garantia
da potabilidade.

Conteúdos da Unidade
A unidade 04 contará com 3 capítulos (nomeados Capítulo 07, 08 e 09). No
capítulo 07 abordaremos os principais processos de desinfecção aplicados às
águas e os tipos de desinfetantes mais utilizados. No capítulo 08 verificamos o
funcionamento do processo de Fluoretação das águas e estabilização das
águas. No capítulo 09 finalizaremos com uma abordagem introdutória sobre os
processos de controle de qualidade das águas de abastecimento.

Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assinalando os


assuntos à medida que for estudando.

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7. CAPÍTULO 07

DESINFECÇÃO DA ÁGUA

A desinfecção constitui-se uma etapa do tratamento da água cuja função


básica consiste na inativação dos microorganismos patogênicos, realizada por
intermédio de agentes físicos e ou químicos. Ainda que nas demais etapas do
tratamento haja redução do número de micro-organismos presentes na água, a
desinfecção é operação unitária obrigatória, pois somente ela inativa qualquer
tipo existente e previne o crescimento microbiológico nas redes de distribuição.
O tratamento da água para consumo humano, dependendo do tipo de
água captada, requer conhecimento técnico e pessoal qualificado. Em relação
às águas superficiais, por exemplo, o tratamento mínimo requerido envolve a
filtração e a desinfecção.
O processo de desinfecção mais aplicado nos sistemas de
abastecimento de água, em todo o mundo, é o que emprega o cloro ou
produtos à base de cloro como agentes desinfetantes. Foi introduzido
massivamente no último século, no tratamento da água como complemento do
processo de filtração que já era conhecido e utilizado, constituindo, assim, uma
revolução tecnológica no tratamento da água.
O uso do cloro na desinfecção da água é feita de acordo com os
padrões da portaria nº 2914/11 7 do Ministério da Saúde (MS), assegurando a
eficiência e segurança à população. Contudo, os derivados clorados de origem
inorgânica, como o gás cloro, hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio e os
derivados clorados de origem orgânica, cujo principal representante é o dicloro
isocianurato de sódio, tem contribuído para o controle das doenças de origem
hídrica e alimentar, do processo de desinfecção de pisos, equipamentos e
utensílios em áreas de industriais e de residências.
A Portaria de Potabilidade do Ministério é um avanço nacional e
internacional, até mesmo por induzir a atuação harmônica e integrada entre os
responsáveis pelo controle e pela vigilância da qualidade da água, sempre sob
a perspectiva da avaliação de riscos à saúde humana, desde o manancial até o
consumidor. O Quadro 03 apresenta a estrutura da Portaria MS nº 2914/11.

7
Essa portaria dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para
consumo humano e seu padrão de potabilidade.

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Quadro 03 – Estrutura básica da Portaria MS nº 2914/11. (Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014)

Capítulo I Trata da abrangência do objeto de aplicação do setor saúde (vigilância) e responsável pelo
Das disposições gerais (Art. 2°, 3° e 4°) abastecimento coletivo da água (controle).
Capítulo II
Esse capítulo apresenta todas as definições adotadas nesta Portaria.
Das definições (Art. 5°)
Contempla as competências atribuídas à União, Estados, Municípios. No âmbito do
Ministério da Saúde (MS), as competências foram atribuídas às entidades a ele vinculadas,
Capítulo III tais como: Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), Secretaria Especial de Saúde
Das competências e responsabilidades Indígena (SESAI/MS), Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Agência Nacional de
(Art. 6° até 22) Vigilância Sanitária (Anvisa). Cabe ainda destacar uma seção específica de atribuições aos
Laboratórios de Controle e Vigilância. Competências do Responsável pelo Sistema ou
Solução Alternativa Coletiva de Abastecimento de Água para consumo humano.
Capítulo IV
Das exigências aplicáveis aos sistemas e
Traz as exigências de operação dos sistemas e as soluções alternativas coletivas de
soluções alternativas coletivas de
abastecimento de água para consumo humano.
abastecimento de água para consumo
humano (Art. 23 até 26)
Capítulo V Estabelece o conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para
Do padrão de potabilidade (Art. 27 até 39) consumo humano.

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Capítulo VI Define o plano de amostragem para os responsáveis pelo controle da qualidade da água
Dos planos de amostragem (Art. 27 até de sistemas ou soluções alternativas coletivas de abastecimento de água para consumo
39) humano, supridos por manancial superficial e subterrâneo.
Trata das sanções administrativas previstas na Lei Nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, aos
Capítulo VII
responsáveis pela operação dos sistemas ou soluções alternativas de abastecimento de
Das penalidades (Art. 42 e 43)
água que não observarem as determinações constantes da Portaria.
Capítulo VIII
E por final, as disposições finais e transitórias que estabelece e disciplina a forma de
Das disposições finais e transitórias (Art.
transição da entre a Portaria MS n.° 518/2004 e a Portaria atual.
44 até 53)

84
A identificação dos microrganismos patogênicos na água é, quase
sempre, morosa, complexa e onerosa. Por tal razão, tradicionalmente recorre-
se à identificação dos organismos indicadores de contaminação, na
interpretação de que sua presença indicaria a introdução de matéria de origem
fecal (humana ou animal) na água e, portanto, o risco potencial da presença de
organismos patogênicos. Um organismo indicador “ideal” deveria preencher os
seguintes requisitos:
 ser de origem exclusivamente fecal;
 apresentar maior resistência que os patogênicos aos efeitos
adversos do meio ambiente e processos de tratamento;
 ser removido e/ou inativado por meio do tratamento da água,
pelos mesmos mecanismos e na mesma proporção que os
patogênicos;
 apresentar-se em maior número que os patogênicos;
 ser de fácil identificação;
 não se reproduzir no meio ambiente.

A rigor, não há um único organismo que satisfaça simultaneamente


todas essas condições. Na ausência de um indicador ideal, deve-se trabalhar
com o melhor indicador: aquele que apresente a melhor associação com os
riscos à saúde implícitos na contaminação da água. Os indicadores de
utilização tradicional e quase universal são as bactérias do grupo coliforme.
No desenvolvimento do conceito de organismos indicadores de
contaminação, por muito tempo prevaleceu o emprego da E. coli, isolada e
inicialmente denominada de Bacterium coli por Theodor Escherichi em 1955.
Entretanto, a busca por agilidade e simplicidade deu lugar à utilização
disseminada dos “coliformes” e, mais tarde dos “coliformes fecais”,
determinados pelo teste da termotolerância, introduzidos por Eijkman em 1904.
Reconhecidamente, o grupo dos coliformes fecais totais inclui espécies de
origem não-exclusivamente fecal, podendo ocorrer naturalmente no solo, na
água e em plantas segundo a Organização Mundial da Saúde. Apesar da
denominação, o grupo dos coliformes fecais também inclui bactérias de origem
não-exclusivamente fecal e, principalmente em países de clima tropical como o

85
Brasil, mesmo que originalmente introduzidas na água por poluição fecal,
podem adaptar-se ao meio aquático.
A presença de microrganismos patogênicos na água, na maioria das
vezes, é decorrente da poluição por fezes de humanos e de animais e, devido
ao fato de que os microrganismos patogênicos usualmente aparecem de forma
intermitente e em baixo número na água, podem-se pesquisar outros grupos de
microrganismos que coexistem com os patogênicos nas fezes. Desse modo, a
presença desses microrganismos na água constitui indicador de poluição fecal,
principalmente originária do homem e de animais de sangue quente.
Os parâmetros microbiológicos exigidos na mesma Portaria do Ministério
da Saúde contém níveis de coliformes totais, coliformes termotolerantes ou
Escherichia coli. Numericamente, as amostras de água de fontes alternativas
destinadas ao consumo humano podem ter a presença de coliformes totais,
desde que haja a ausência de E.coli/100 mL, devendo ser monitorada a origem
da ocorrência da provável contaminação e providenciar as medidas corretivas e
preventivas, como a cloração.
Nas ETA’s geralmente há dois pontos de dosagens de cloro,
classificados com pré-cloração e cloração final. A pré-cloração ocorre no início
do tratamento e tem por objetivo principal auxiliar a eficiência da coagulação,
realizar o controle de algas e micro-organismo e reduzir a produção de certos
gostos e odores. A cloração final visa garantir total desinfecção e qualidade
biológica da água a ser distribuída. Ocorre após os processos de filtração.

TIPOS DE DESINFETANTES

7.1.1. Cloro
O cloro, substância largamente utilizada para desinfecção da água de
abastecimento em todo o mundo, apesar da indiscutível eficiência, tem
contribuído significativamente para o aparecimento de subprodutos tóxicos na
malha hídrica global. Entre os subprodutos, destacam-se os ácidos
haloacéticos (HAA) e os trihalometanos (THMs). Em vários países, como
França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, entre outros, desde que o
problema da formação de THMs foi detectado na água potável, observa-se a

86
preocupação com as consequências da utilização do cloro também nas plantas
de esgotos.
Os THMs mais comumente encontrados nas águas de abastecimento e
residuárias são: clorofórmio (CHCl3), bromodiclorometano (CHBrCl2),
dibromoclorometano (CHBr2Cl) e bromofórmio (CHBr3). Esses subprodutos são
carcinogênicos e foram classificados como possíveis carcinogênicos em
humanos, pela Agência Internacional de Pesquisa ao Câncer. O THM com
mais facilidade de ser detectado é o clorofórmio.
Na água, o cloro age de duas formas principais: a) como desinfetante,
destruindo ou inativando os micro-organismos patogênicos, algas e bactérias
de vida livre; e b) como oxidante de compostos orgânicos e inorgânicos
presentes. Quando o cloro é adicionado a uma água isenta de impurezas,
ocorre a seguinte reação:

Dependendo do pH da água, o ácido hipocloroso (HClO) se ioniza,


formando o íon hipoclorito (ClO–), que tem ação desinfetante. A reação pode
ser conferida a seguir:

Estudos realizados demonstraram que, para valores de pH superiores a


6, a quantidade de HClO é menor e a do íon ClO– é maior, mantendo-se,
assim, o efeito desinfetante. O pH das águas naturais encontra-se
normalmente na faixa em que há presença tanto do ácido hipocloroso, quanto
do íon hipoclorito.

7.1.2. Ozônio
Desde 1837, o Ozônio é conhecido como substancia química. Ele é uma
forma alotrópica do oxigênio, é muito volátil e pouco estável, com propriedades
altamente oxidantes, sendo muito eficaz em oxidar compostos orgânicos e
inorgânicos presentes na água. Apesar de essas propriedades garantirem uma

87
alta eficácia do ozônio como agente desinfetante, o mesmo só teve seu
potencial desinfetante explorado a partir do final do século XIX. Em 1893, em
Oudshoorm, Holanda, registrou-se a primeira utilização industrial do ozônio
como insumo de purificação no tratamento de água e, a partir de então, a
utilização do ozônio nesse processo começou a aumentar. Em 1914, já havia
na Europa 49 estações de tratamento de água que utilizavam o ozônio como
insumo de limpeza principal. Até a década de 70, cloro e ozônio coexistiam
como compostos de tratamento em diversas estações de tratamento de água.
Porém, em 1975, o cloro sofre grande revés ao se descobrir sua relação com a
formação de compostos cancerígenos.
A utilização de ozônio como desinfetante (ozonização) passou a ser
utilizada no Brasil como alternativa aos métodos convencionais de pré-cloração
e pré-aeração no tratamento de águas superficiais a partir de 1983. Em solução
aquosa, o ozônio pode reagir com os compostos orgânicos através de reações
diretas, as quais envolvem o ozônio molecular ou através de reações indiretas
que envolvem reações com os radicais hidroxila (OH•) formados a partir da
decomposição do ozônio. Ambos os mecanismos de ação do ozônio competem
pelo substrato8. As reações diretas do ozônio molecular com os compostos
dissolvidos são bastante lentas e seletivas. Devido a este caráter seletivo,
pequenas doses de ozônio produzem grande efeito sobre determinadas etapas
em sistema de tratamento de águas e efluentes. Já as reações indiretas são
muito rápidas, porém não seletivas. A hidroxilação geralmente é seguida da
abertura do ciclo aromático, levando à formação de aldeídos, acetonas e
ácidos.
A ozonização tem sido uma das técnicas mais empregadas em diversas
ETAs devido ao seu alto potencial de oxidação que tem se mostrado eficiente
na desinfecção, remoção de cor, controle de sabor e odor, decréscimo na
formação de subprodutos de processos de desinfecção, aumento da
biodegradabilidade e também para a degradação de contaminantes orgânicos.

7.1.3. Dióxido de cloro

8
Composto à ser oxidado

88
Outra técnica de desinfecção química consiste na utilização de dióxido
de cloro (ClO2), a qual poderá ser encarada como uma potencial alternativa à
cloração e à ozonização. O dióxido de cloro é um composto neutro que
desinfeta por oxidação. Em concentrações elevadas reage violentamente com
os agentes redutores. Porém, é um composto relativamente estável em
soluções diluídas, ao abrigo da luz. O dióxido de cloro possui um poder
desinfetante superior ao do cloro, contudo inferior ao do ozono, tendo-lhe sido
reconhecida capacidade bactericida, virucida e para inativação de protozoários.
Embora seja um derivado do cloro, ele gera quantidade insignificante de
subprodutos (trihalometanos) não se obtendo a formação de cloraminas, e
sendo os fenóis oxidados a formas mais simples, caracterizando-se assim
como um produto de baixo potencial carcinogênico. Além disso, o dióxido de
cloro é um agente oxidante forte, que na maioria das vezes reage por meio do
mecanismo de transferência de elétrons atacando a membrana celular,
penetrando, desidratando e, por último, oxidando os componentes internos da
célula microbiana sem, no entanto, causar ação tóxica como a maioria dos
compostos de cloro.

7.1.4. Radiação Ultravioleta


Ao contrário de outros desinfetantes, que têm ação química, a radiação
ultravioleta (UV) atua por meio físico, atingindo, principalmente, os ácidos
nucléicos dos micro-organismos promovendo reações fotoquímicas que
inativam os vírus e as bactérias, isso ocorre por meio de exposição dos micro-
organismos à radiação emitida por lâmpadas UV de vapor de mercúrio (baixa e
média pressão) efetuadas em canais ou dutos denominados reatores
fotoquímicos, fotorreatores ou simplesmente reatores UV.
A desinfecção com UV é mais efetiva em águas com cor, turbidez e
sólidos em suspensão de pequeno valor, isto porque existe a necessidade de
penetração da luz no meio líquido. A dose de UV é o principal parâmetro de
projeto e controle operacional neste processo de desinfecção, sendo definida
como o produto da intensidade de radiação (I) e do tempo de exposição (t),
como descrito na Equação 05. A intensidade é medida em unidades do sistema
internacional (SI) em W.m-2, mas também é comum o uso de mW.cm-2.

89
I = intensidade de radiação que passa pelo meio líquido (mW/cm 2); t =
tempo de exposição à radiação UV (s)

Assim, parte da energia emitida pela fonte de radiação é absorvida pelas


substâncias presentes na água como matérias dissolvidas e em suspensão.
Esta absorção segue a Lei de Lambert-Beer, descrita pela Equação 06.

I = intensidade de radiação emitida pela fonte (mW/cm 2); x = espessura


da camada de líquido exposta à radiação (cm); a = coeficiente de absorção
(cm-1).
Nas lâmpadas de baixa pressão, a emissão é essencialmente de luz
monocromática, com comprimento de onda de 253,7 nm e trabalham com
temperaturas que variam de 40 a 110 °C e são muito usadas como fonte de
radiação UV. A quantidade de energia emitida depende da temperatura, idade
da lâmpada e da tensão da rede de alimentação e tem um tempo de duração
de aproximadamente 5000 h. As lâmpadas de média pressão são de potência
mais elevada (1 a 5 KW), emitem radiação em uma escala larga de
comprimento de onda na faixa germicida de 200 a 300 nm. Estas trabalham
com a temperatura entre 600 a 1000 °C. Por esta razão, sua vida útil é menor
que as de baixa pressão e consomem uma quantidade maior de energia para
gerar a mesma quantidade de radiação UV que as lâmpadas de baixa pressão,
mas apresentam como vantagem a possibilidade de tornarem os sistemas de
desinfecção mais compactos.
As lâmpadas de baixa pressão e de média pressão de vapor de mercúrio
são as principais fontes de radiação ultravioleta utilizadas na desinfecção de
água e tem crescente aplicação como alternativa aos agentes químicos
tradicionais no processo de desinfecção de águas de abastecimento e,
também, de águas residuárias.

7.1.5. Carvão ativado


O carvão ativado granulado é um meio filtrante poroso usado há
décadas no tratamento de água para abastecimento. Com elevada área
superficial, adsorve compostos de várias naturezas e propicia condições ideais
para a degradação biológica de diversas substâncias orgânicas. O carvão

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ativado é o adsorvente mais utilizado para a remoção de cor verdadeira, sabor
e odor causados por substâncias orgânicas e inorgânicas, naturais ou
sintéticas, entre elas as cianotoxinas; qualquer composto orgânico com massa
molecular superior a 45 g é considerado bom adsorvato em carvão ativado.
A maior importância tecnológica dos carvões ativados é devido às suas
propriedades de adsorção superficial. Em especial, no tratamento de águas se
dá pela capacidade da superfície do carvão ativado em reduzir o hipoclorito
para cloreto. Em contato com a superfície sólida do carvão ativado, o
hipoclorito é reduzido para cloreto através da Equação 07.

Utilizando-se esta reação, o hipoclorito pode ser eliminado, resultando


em água purificada sem sabor.

91
8. CAPÍTULO 08

FLUORETAÇÃO

A fluoretação é a adição controlada de um composto de flúor à águas de


abastecimento público com a finalidade de elevar a concentração do mesmo a
um teor pré-determinado e, desta forma, atuar na prevenção da cárie dentária.
A fluoretação da água de abastecimento público representa uma das principais
e mais importantes medidas de saúde pública, podendo ser considerada como
o método de prevenção da cárie dentária mais efetivo quando considerada a
abrangência coletiva. Como medida de saúde pública, sua maior vantagem é o
fato de alcançar a todos em uma população.
Como muitos países, o Brasil tem, também, uma legislação bem
estruturada sobre fluoretação de águas que legitimam a imposição do método.
O primeiro movimento de fluoretar água de abastecimento público se deu no
Rio Grande do Sul, no ano de 1944. Este movimento pioneiro resultou na
aprovação da Lei Estadual nº 3125, de 18 de junho de 1957, obrigando a
fluoretação das águas de abastecimento em todas as localidades operadas
pelo Estado e que possuíssem estação de tratamento. A expansão se deu na
década de 60. Por razões conjunturais, este programa pioneiro foi interrompido
no início dos anos 70. Além do Rio Grande do Sul, poucos estados da
Federação, por iniciativa independente dos seus governos, tiveram suas
experiências de fluoretação das águas de abastecimento público.
O Congresso Nacional, em 24 de maio de 1974, aprovou a Lei nº 6.050,
sancionada posteriormente pelo Presidente da República, General Ernesto
Geisel, que determina em seu Artigo 1º que os projetos destinados à
construção ou ampliação de sistemas públicos de abastecimento de água,
onde haja estação de tratamento, devem incluir previsões e planos relativos à
fluoretação de água. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 76.872, da
Presidência da República, em 22 de dezembro de 1975, que estabelece que
nos sistemas onde não existam Estações de Tratamento de Água (ETA) deve-
se utilizar métodos e processos de fluoretação apropriados, ficando o Ministério
da Saúde responsável por estabelecer normas e padrões para a fluoretação
das águas em todo o território nacional.

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O monitoramento da qualidade da água oferecida à população e a
verificação da sua conformidade com os padrões estabelecidos em legislações
específicas é de competência das vigilâncias sanitárias municipais, mediante
ações de fiscalização e adoção de medidas para evitar que a população
atendida pelo sistema público de abastecimento seja exposta a riscos em sua
saúde.
O heterocontrole, que consiste no controle e análises periódicas do
processo de fluoretação das águas por uma instituição pública ou privada
distinta daquela que realiza a distribuição e tratamento da água, é realizado
pela vigilâncias sanitárias municipais. O heterocontrole é imprescindível para
avaliar se os resultados obtidos no controle interno, realizado pelos operadores
dos sistemas de abastecimento, estão adequados, como também para detectar
possíveis problemas técnicos ou de metodologias empregadas nessa
vigilância, auxiliando os municípios com dificuldades no controle e/ou
adequação das concentrações de flúor em suas águas de abastecimento.
O Programa Brasil Sorridente, maior programa público de saúde bucal
do mundo, está vigente desde 2004 e apresenta avanços consideráveis na
saúde dos brasileiros, que dentre as medidas do programa, destacam-se as
ações de promoção e prevenção, com viabilização da adição de flúor nas
estações de tratamento de águas de abastecimento público entre outras ações.
A concentração ideal de fluoreto na água destinada ao consumo humano
varia de acordo com a média das temperaturas máximas diárias do ar de cada
região, pois isso afeta o consumo de água dos indivíduos. Para avaliar os
teores de flúor nas águas em função de temperatura do local, firmou-se um
documento para orientar a classificação dos teores de flúor nas águas
(Visando a ampliação da participação pública, a Portaria nº 518 foi
disponibilizada à consulta pública, com o objetivo de receber contribuições de
profissionais, entidades e de instituições de todo o Brasil), pelos órgãos de
vigilância em Saúde, levando-se em conta, simultaneamente, o benefício e o
risco. Desse modo, foi estabelecido que a concentração de fluoreto nas águas
que oferece o benefício máximo e risco baixo, para localidades em que as
médias das temperaturas máximas diárias do ar se situem entre 26,3°C e
32,5°C, deve estar entre 0,55 – 0,84 mgF/L.

93
94
8.1. ESTABILIZAÇÃO DA ÁGUA
Quanto mais pura for a água, tanto mais corrosiva é aos materiais com
que estiver em contato, sendo estes basicamente as tubulações e as paredes
de tanques e reservatórios. Os problemas causados pela corrosividade da
água são de ordem sanitária, estética e econômica.
 Os problemas sanitários são de dupla natureza: (i) incorporação à
água (por dissolução) de metais indesejáveis constituintes das
tubulações (inclusive materiais de juntas, como as soldas
metálicas). (ii) formação de incrustações na superfície interna dos
tubos por esses metais dissolvidos. Por exemplo, o ferro, as quais
favorecem desenvolvimento de biofilmes na rede de distribuição,
os quais, por sua vez, podem abrigar bactérias patogênicas ou
patogênicos oportunistas.
 Os problemas estéticos dizem respeito à coloração e aos resíduos
sólidos incorporados à água pelos produtos da corrosão, que
dificultam a aceitação da água pelos consumidores.
 Os problemas econômicos estão associados à redução da
capacidade de escoamento e ao rompimento de tubulações; ao
desenvolvimento de perfurações que causam vazamentos em
tubos, conexões, peças especiais, aparelhos e equipamentos
condutores de água; ao comprometimento de estruturas metálicas
e de concreto retentoras de água, como tanques e reservatórios,
pelo desgaste de suas paredes; e ao desenvolvimento de
manchas em louças sanitárias e em roupas lavadas com água
colorida por produtos de corrosão.

Para não ser corrosiva, a água deve possuir determinadas


características, como:
 Para não agredir superfícies de concreto, de argamassa de
cimento ou de cimento amianto (lixiviação):
o a água deve estar saturada de carbonato de cálcio, ou
seja, seu pH deve ser igual ao pH de saturação de
carbonato de cálcio;

95
o a concentração de sulfato na água deve ser inferior a 250
mg/L.

 Para não corroer metais:


o a água deve estar ligeiramente supersaturada de carbonato
de cálcio (CaCO3);
o suas concentrações de cálcio e alcalinidade devem ser
preferivelmente iguais ou superiores a 50mg/L de CaCO 3
(ou 35 mg/L de CaCO3 para águas dotadas de baixos
teores de alcalinidade e cálcio);
o seus teores de cloreto e sulfato não devem resultar em
valor superior a 0,2 para a relação
“(cloreto+sulfato)/alcalinidade”, calculada em equivalentes-
gramas.

Das duas condições anteriores, a mais difícil de conseguir, quando se


utiliza água de baixa alcalinidade e reduzida dureza, é a segunda, que visa a
proteção de metais. Isso porque, com esse tipo de água, o tratamento usual, à
base simplesmente da adição de um alcalinizante como a cal, resultando num
pH acima do limite especificado. Quando isso ocorre, a linha de tratamento
teria de ser acrescida de um novo processo, a adição de gás carbônico, que é
o único produto químico capaz de reduzir o pH sem alterar a dureza de cálcio e
a alcalinidade da água.

96
9. CAPÍTULO 09

CONTROLE DE QUALIDADE DA ÁGUA

A água que sai de uma Estação de Tratamento de água normalmente é


utilizada para o consumo doméstico das comunidades, por isso há a
necessidade de considerar as características físico químicas e microbiológicas,
tais como quantidade de cloro residual livre (CLR), pH, turbidez, sólidos em
suspensão, cor aparente, temperatura, coliformes totais e Escherichia coli. A
Resolução Conama 357/2005, alterada pela Resolução 410/2009 e pela
430/2011, é um dos instrumentos de controle da qualidade das águas, em nível
federal, e dispõe sobre a classificação dos corpos de águas superficiais. A
Tabela 02, referenciada na Portaria MS nº 2914/11, apresenta o resultado do
ensaio de qualidade da água, realizado segundo esse instrumento legal em um
corpo hídrico.

Tabela 02 – Tipos de ensaios aplicados à água tratada e suas


respectivas especificações. (Fonte: Portaria MS nº 2914/11)
Ensaios Especificação
Cor aparente No máximo 15,0 UH
pH 6,0 – 9,5 (recomendação)
Cloro residual livre No mínimo 0,2 (obrigatório)
No máximo 2,0 ppm (recomendação)
Sólidos totais dissolvidos Máximo 1000 ppm
Turbidez No máximo 5,0 UT
Contagem total de bactérias Máximo 500 UFC
Coliformes termorresistentes Ausência em 100 mL
Presença de E. coli Ausência em 100 mL
Coliformes totais Ausência em 100 mL

Os ensaios de tratabilidade podem servir ainda como ferramenta para a


otimização de condições operacionais, para a reforma ou para a ampliação de
estações existentes. Os estudos de tratabilidade devem considerar a
possibilidade de ocorrerem mudanças de qualidade na água do manancial,

97
bem como variações de vazões afluentes à ETA decorrentes de alternativas de
operação e de aumento de demanda de consumo ao longo do período de
projeto.
Dentre esses, segue uma introdução sobre os principais parâmetros
físico-químicos:
 Cor aparente
A cor aparente de uma amostra de água está associada ao grau de
redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se
por absorção de parte da radiação eletromagnética), devido a presença de
sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e
inorgânico. É importante ressaltar que a coloração realizada na rede de
monitoramento consiste basicamente na observação visual no instante de
amostragem.

 pH
É a medida da concentração hidrogeniônica da água ou solução, sendo
controlado por reações químicas e por equilíbrio entre os íons presentes. O pH
é essencialmente função do gás carbônico dissolvido e da alcalinidade da
água.

 Turbidez
A turbidez é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma
certa quantidade de água, conferindo uma aparência turva à mesma. Essa
medição é feita com o turbidímetro ou nefelômetro, que compara o
espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra, com o de um feixe
de igual intensidade, ao passar por uma suspensão padrão. Quanto maior o
espalhamento, maior será a turbidez. A Cor da água e as partículas de carbono
interferem na medida da turbidez devido às suas propriedades de absorverem
a luz. As amostras devem ser analisadas logo após a coleta (que deve ser feita
em recipiente de vidro ou de PVC bem limpos), pois a turbidez pode mudar se
a amostra for armazenada por um certo tempo.

 Cloro residual livre

98
Em pH ácido há maior formação de ácido hipocloroso e em pH alcalino
acima de 7,5 há maior formação de íon hipoclorito. O cloro presente na água
na forma de ácido hipocloroso e de íon hipoclorito é denominado de cloro
residual livre.

 Sólidos totais e dissolvidos


Sólidos totais é um parâmetro definido como toda a matéria que
permanece como resíduo após evaporação à temperatura de 103 a 105ºC. Os
sólidos totais podem ser classificados, segundo suas dimensões, em sólidos
em suspensão ou sólidos dissolvidos. Estes ainda podem ser classificados de
acordo com a sua volatilidade a 600ºC. A fração orgânica (sólidos voláteis)
oxida-se e é eliminada como gás, enquanto a fração inorgânica permanece
como cinza (sólidos fixos).

99
QUESTÕES

1. (FCC – 2014) O tratamento de água é formado por um conjunto de


processos físicos e químicos destinados a transformar água bruta, in natura,
em água potável, adequando-a ao consumo humano e atendendo aos padrões
legais de potabilidade. O tratamento do tipo convencional aplicado ao
tratamento de águas de captações superficiais é subdividido nas seguintes
etapas, respectivamente,
a. filtração, floculação, desinfecção, coagulação, decantação e
fluoretação.
b. floculação, decantação, concentração, desinfecção, filtração e
fluoretação.
c. coagulação, floculação, decantação, aeração, desinfecção e
fluoretação.
d. decantação, filtração, estabilização, coagulação, floculação e
fluoretação.
e. desinfecção, decantação, filtração, coagulação, coesão e
fluoretação.

2. (CEPERJ – 2012) O processo de desinfecção da água para o consumo


humano através da utilização do cloro tem a finalidade de destruição de micro-
organismos patogênicos. A eficiência desse processo químico depende de
diversas variáveis, sendo correto afirmar que:
a. o efeito do potencial hidrogeniônico (pH) somente interfere no
processo que utiliza cloro livre, não interferindo quando da
aplicação de cloraminas
b. quanto mais alto o pH, menores são as concentrações
necessárias de cloro para a destruição de micro-organismos
c. quanto mais alto o pH, maiores são as concentrações necessárias
de cloro para a destruição de micro-organismos
d. a taxa de destruição de micro-organismos cresce com a
diminuição da temperatura cerca de duas a três vezes a cada
diminuição de 10°C

100
e. a temperatura e o pH não interferem no processo de desinfecção
realizado com ácido hipocloroso.

3. (FCC – 2011) Quanto à característica do processo de tratamento de


água, é INCORRETO afirmar:
a. Aeração: remove gases dissolvidos em excesso na água.
b. Sedimentação ou decantação: separa as partículas sólidas
suspensas na água.
c. Coagulação: forma coágulos, de modo a promover um estado
geral de equilíbrio eletrostaticamente instável das partículas, no
seio da massa líquida.
d. Redução de dureza: tratamento especial que consiste na remoção
dos compostos de cálcio e de magnésio.
e. Floculação: processo de tratamento que visa eliminar os germes
patogênicos, eventualmente presentes na água

4. (FCC – 2013) Nas estruturas de concreto, o processo de perda de cálcio


da massa de concreto, em virtude da percolação de água através de seu
interior, é chamado de:
a. fragilização
b. fissuração
c. corrosão
d. lixiviação

101
GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. D

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