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PLANO DIRETOR DE DRENAGEM

URBANA DE CAMPO GRANDE

SUMÁRIO EXECUTIVO

Junho de 2009

CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

Consultoria Ambiental
CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE

PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA


DE CAMPO GRANDE

Sumário Executivo

CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

Consultoria Ambiental

Junho de 2009

Súmario Executivo 2
CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

APRESENTAÇÃO
O Plano Diretor de Drenagem Urbana de Campo Grande foi contratado pela
Prefeitura Municipal de Campo Grande com fundos do Ministério das Cidades,
desembolsados e fiscalizados pela Caixa Econômica Federal.
Este Plano foi elaborado pelo consórcio RES - Planejamento em Drenagem
Urbana, formado pelas empresas Rhama Consultora Ambiental Ltda., com sede
em Porto Alegre/RS, e Ecoprime - Engenharia em Meio Ambiente Ltda. e Schettini
Engenharia Ltda., ambas com sede em Campo Grande, MS.
Os resultados do Plano estão organizados em volumes de acordo conforme
segue:
R1 - Dados e Informações Coletadas e Definição da Base Cartográfica
R2 - Formulação de Cenários, Diagnóstico e Prognóstico das Inundações
R3 - Estudo de Alternativas e Medidas de Controle Estruturais
R4 - Medidas de Controle Não-Estruturais
R5 - Diagnóstico Ambiental Analítico das Bacias hidrográficas
R6 - Levantamentos Complementares de Campo
R7 - Anteprojeto das Medidas de Controle Estruturais
R8 - Análises Benefício-Custo
R9 - Programa Municipal de Drenagem
R 10 - Manual de Drenagem Urbana
R 11 - Banco de Dados Georreferenciados
R 12 - Síntese das atividades de divulgação do plano
Este volume não estava previsto no contrato e termo de referência, mas foi
identificado a sua necessidade para permitir uma visão de conjunto dos produtos
gerados e introduzir as recomendações do estudo. O volume foi construído de
forma a obter um texto sintético visando permitir aos decisores um bom
entendimento do Plano sem que necessitem se aprofundar sobre todos os
aspectos técnicos.
No primeiro capítulo deste volume são apresentados os conceitos que nortearam
o desenvolvimento do Plano Diretor de Drenagem Urbana, onde são identificados
os impactos, estrutura do plano, princípios e objetivos, medidas e programas.
No segundo capítulo é apresentado um resumo do diagnóstico das condições da
cidade quanto a inundações. No terceiro capítulo são destacadas as medidas
estruturais de controle dos impactos. No quarto capítulo são apresentadas as
medidas não-estruturais e No quinto capítulo são apresentadas as conclusões e
recomendações.
Campo Grande, Junho de 2009
Consórcio RES Planejamento em Drenagem Urbana

Rhama Consultoria Ambiental Ltda.


Ecoprime - Engenharia em Meio Ambiente Ltda.
Schettini Engenharia Ltda.

Súmario Executivo 3
CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 3

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................. 6

LISTA DE QUADRO .............................................................................................. 7

LISTA DE TABELA ............................................................................................... 7

1 CONCEPÇÃO DO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA DE


CAMPO GRANDE ................................................................................................. 8

1.1 Impactos do desenvolvimento urbano ....................................................... 8

1.2 Inundações urbanas .................................................................................. 9

1.3 Plano Diretor de Drenagem Urbana ........................................................ 10

1.3.1 Estrutura ........................................................................................... 10

1.3.2 Política do Plano Diretor de Drenagem Urbana ................................ 11

2 DIAGNÓSTICO ............................................................................................. 14

2.1 Características ........................................................................................ 14

2.2 Impacto das Inundações em Campo Grande .......................................... 15

2.2.1 Avaliação com base no levantamento de locais críticos ................... 15

2.2.2 Cenários de Avaliação planejamento ............................................... 16

2.2.3 Hidrograma de inundação para os cenários ..................................... 17

2.3 Conclusão do Diagnóstico....................................................................... 22

3 MEDIDAS ESTRUTURAIS: PLANO DA BACIA DO PROSA ...................... 24

3.1 Metodologia das medidas estruturais ...................................................... 24

3.2 Metodologia do estudo de alternativas .................................................... 24

3.3 Estudo de Alternativas ............................................................................ 26

3.3.1 Volumes excedentes dos cenários ................................................... 26

3.3.2 Alternativas ....................................................................................... 26

3.4 Análise Benefício - Custo ........................................................................ 29

3.5 Conclusões ............................................................................................. 31

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CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

4 MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS .................................................................. 32

4.1 Legislação ............................................................................................... 32

4.2 Gestão Institucional ................................................................................. 32

4.3 Programas............................................................................................... 35

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 37

5.1 Conclusões ............................................................................................. 37

5.2 Recomendações ..................................................................................... 37

ELABORAÇÃO .................................................................................................... 39

Súmario Executivo 5
CONSÓRCIO RES Planejamento em Drenagem Urbana

LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana............................. 11
Figura 2.1 – Bacias Hidrográficas em Campo Grande e ocupação em 2005. ...... 15
Figura 2.2 – Localização dos pontos principais de alagamento na cidade.
(legenda: vermelho: é local de inundação grave; amarelo: local de inundação
moderada; verde: local de inundação moderada). ............................................... 16
Figura 2.3 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Atual de urbanização. ............................................................... 17
Figura 2.4 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Futuro de Urbanização: Máximo. .............................................. 18
Figura 2.5 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Futuro de Urbanização: Tendencial. ......................................... 19
Figura 2.6 – Caracterização do córrego Anhanduí e identificação de locais críticos
durante o evento de diagnóstico – TR = 10 anos. ................................................ 20
Figura 2.7 – Perfil longitudinal da linha da água no córrego Anhanduí para TR= 10
anos. .................................................................................................................... 20
Figura 2.8 – Perfil longitudinal da linha da água no córrego Segredo para TR= 10
anos. .................................................................................................................... 21
Figura 3.1 – Etapas das Medidas Estruturais ....................................................... 25
Figura 3.2 – Estrutura metodológica do estudo de alternativas............................ 25
Figura 3.3 – Trechos críticos destacados em vermelho no dianóstico. ............... 27
Figura 3.4 – Locais finalmente utilizados para a análise da Alternativa II. ........... 29
Figura 3.5 – Comparação dos hidrogramas no exutório do sistema para as
Alternativas I e II................................................................................................... 30
Figura 4.1 – Estrutura de Gestão. ........................................................................ 34

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LISTA DE QUADRO
Quadro 1.1 – Princípios do Plano de Drenagem Urbana de Campo Grande. ...... 12

LISTA DE TABELA
Tabela 2.1 – Características das macro-bacias da área urbana de Campo Grande.
............................................................................................................................. 14
Tabela 3.1 – Volumes excedentes para o risco de 10 anos de tempo de
recorrência e os cenários de ocupação urbana atual e tendencial....................... 26
Tabela 3.2 – Características dos reservatórios dimensionados para o controle do
escoamento na bacia do córrego Prosa. .............................................................. 29
Tabela 3.3 – Custos da altertnativa selecionada consideando diferentes riscos de
inundação. ............................................................................................................ 30
Tabela 3.4 – Indicadores econômicos de cada alternativa de dimensionamento. 31

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1 CONCEPÇÃO DO PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA


DE CAMPO GRANDE

1.1 Impactos do desenvolvimento urbano

As inundações em áreas urbanas têm ocorrido com uma freqüência muito grande,
aumentando os prejuízos econômicos e sociais nas cidades brasileiras. Somente
em janeiro de 2004 morreram 84 pessoas em função de eventos chuvosos no
Brasil.
O crescimento urbano ocorrido nas últimas décadas transformou o Brasil num
país essencialmente urbano (83 % da população é urbana). Esse processo se
deu principalmente nas regiões metropolitanas (RM) e nas cidades que se
transformaram em pólos regionais. Essas regiões metropolitanas (RM) possuem
um núcleo principal com várias cidades circunvizinhas. A taxa de crescimento na
cidade núcleo da RM é pequena enquanto que o crescimento da periferia é muito
alto. Cidades acima de 1 milhão crescem a uma taxa média de 0,9 % anual,
enquanto os pólos regionais de população entre 100 e 500 mil (cidades médias
segundo IPEA/IBGE, MMA, 2000), crescem a taxa de 4,8% (IBGE, 1998). Todos
os processos inadequados de urbanização e impacto ambiental que se
observaram nas RMs estão se reproduzindo nessas cidades de médio porte.
Cidades com população entre 50 mil e 800 mil habitantes têm aumentado a sua
participação no total da população urbana brasileira, chegando a 29%, enquanto
que as RM representam 34,8% do conjunto da população, em 1996 (MMA,2000).
O crescimento urbano tem sido caracterizado por expansão irregular da periferia
com pouca obediência da regulamentação urbana relacionada com o Plano
Diretor e normas específicas de loteamentos, além da ocupação irregular de
áreas públicas por população de baixa renda. Em algumas cidades a população
em área irregular ou informal chega a 50% (MMA,2000). O crescimento da
população favelada tem sido significativo e mesmo o seu adensamento é
preocupante. O crescimento populacional ocorre principalmente na população de
baixa renda e a população favela deve dobrar nos próximos dez anos, chegando
a 13,5 milhões de pessoas (Veja, 2004). Isto reflete o déficit habitacional resultado
da situação econômica, já que a participação do Estado no aumento da moradia
foi da ordem de 27% (MMA,2000). Nas regiões mais pobres toda a infra-estrutura
urbana (transporte, água, saneamento, coleta de lixo e drenagem) é mais
deficiente, com conseqüências evidentes para os próximos moradores.
Os principais problemas relacionados com a ocupação do espaço podem ser
resumidos no seguinte:
• A expansão irregular mencionada acima ocorre sobre as áreas de
mananciais de abastecimento humano, comprometendo a sustentabilidade
hídrica das cidades;
• A população de baixa renda tende a ocupar de áreas de risco de encostas
e de áreas de inundações ribeirinhas devido à falta de planejamento e
fiscalização;
• Aumento da densidade habitacional, com conseqüente aumento demanda
de água e do aumento da carga de poluentes sem tratamento lançados nos
rios próximos às cidades (veja item seguinte);

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• A infeliz política pública acelerada impermeabilização, rios urbanos


canalizados ou desaparecem debaixo das avenidas de fundo de vale e
outras, produzindo inundações em diferentes locais da drenagem.
Os Planos que deveriam definir os padrões do desenvolvimento em face dos
limites físicos da infra-estrutura, geralmente não consideram toda a infra-estrutura
no planejamento. O que se observa, de forma geral que os planos contemplam o
arruamento e tráfego, sombreamento e alguns aspectos ambientais.
A infra-estrutura de água, relacionada com saneamento, abastecimento e
drenagem urbana não é considera neste planejamento. Na busca do
adensamento urbano ficam comprometidos: (a) a melhoria sanitária, já que é
necessário transportar o esgoto à longa distância para buscar espaço para o
tratamento; (b) o controle das inundações urbanas das áreas ribeirinhas e
principalmente na drenagem, na medida em que acelera a impermeabilização e a
redução de espaço para amortecimento; e (c) a conservação do ambiente urbano,
já que não existe tratamento dos esgotos e das águas pluviais que transportam
significativa carga.
Os principais problemas relacionados com a infra-estrutura de água no ambiente
urbano são os seguintes:
• Falta de tratamento de esgoto e contaminação de mananciais;
• Ocupação das áreas de risco, inundações na drenagem urbana;
• Áreas degradadas e qualidade da água inadequada perto das cidades.

1.2 Inundações urbanas

As águas urbanas englobam o sistema de abastecimento de água e esgotos


sanitários, a drenagem urbana e as inundações ribeirinhas, a gestão dos sólidos
totais, tendo como metas a saúde e conservação ambiental.
O escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos nas áreas urbanas
devido a:
Inundações de áreas ribeirinhas: são inundações naturais que ocorrem no leito
maior dos rios; e
Inundações devido à urbanização (drenagem Urbana): são as inundações que
ocorrem na drenagem urbana devido ao efeito da impermeabilização do solo,
canalização do escoamento ou obstruções ao escoamento. Este é o tipo de
inundação principal que ocorre em Campo Grande.
As inundações que ocorrem na drenagem urbana são devido principalmente ao
aumento das áreas impermeáveis e a canalização dos sistemas de drenagem,
que produzem os seguintes impactos:
• Aumento da frequência das inundações e sua magnitude no tempo e no
espaço na cidade;
• Aumento da produção de erosão e sedimentação na cidade devido ao
aumento da velocidade do escoamento e ao desmatamento das superfícies
urbanas para as construções. Este processo gera as áreas degradadas;
• Aumento de resíduos sólidos e contaminação dos rios urbanos por falta de
qualidade dos serviços de limpeza, coleta e educação da população;

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• Contaminação da qualidade da água pela lavagem das superfícies urbanas


contaminadas da cidade;
• Escorregamento das encostas com impacto sobre população que ocupa
estas áreas de risco.
Para o controle dos impactos citados a gestão das cidades brasileiras tem sido
insustentável, na medida que atua sobre trechos isolados, aumentando a
capacidade de escoamento com canalização e transferindo os impactos dentro da
cidade a custos muito superiores a uma solução sustentável de amortecimento do
escoamento ou infiltração, recuperando as funções naturais do ciclo hidrológico.

1.3 Plano Diretor de Drenagem Urbana

1.3.1 Estrutura

A gestão das águas pluviais é realizada através do Plano de Águas Pluviais, cuja
estrutura é apresentada na Figura 1.1, onde se destacam os seguintes
componentes básicos:
Política de Águas Pluviais: trata dos Princípios e objetivos do controle das
águas pluviais; Estratégias de desenvolvimento do plano; Definição de cenários
de desenvolvimento urbano e riscos para as inundações.
Diagnóstico: No diagnóstico foram avaliados os impactos distribuídos no
tempo e espaço dentro da cidade para o cenário atual e examinado as
conseqüências para os cenários futuros da cidade.
Medidas: são estruturais e não-estruturais. As medidas não-estruturais atuam
na prevenção e na gestão da drenagem. As principais medidas não-estruturais
são as seguintes: legislação e regulamentação sobre o aumento da vazão
devido a urbanização para futuros desenvolvimentos e gestão dos serviços
urbanos relacionados com as águas pluviais como: fiscalização dos serviços,
avaliação e fiscalização da implementação de loteamentos e obras
relacionadas com a legislação e regulamentação além da implementação dos
programas previstos.
As medidas estruturais atuam no controle dos impactos existentes de cada
sub-bacia. O planejamento é realizado para que as intervenções controlem o
escoamento dentro da bacia. O Plano de cada sub-bacia deve resultar num
plano de obras, com esboço das intervenções e custos relacionados, além das
ações de prevenções.
Produtos: Os produtos do Plano são: Regulamentação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano e Ambiental nos artigos relacionados com a
drenagem urbana; Plano de Ação: controle das bacias hidrográficas urbanas da
cidade; Proposta de gestão para a cidade; Manual de Drenagem.
O manual de drenagem orienta as atividades de planejadores e projetistas na
cidade quanto ao desenvolvimento da drenagem e inundações ribeirinhas.
Os programas são os estudos complementares de médio e longo prazo que
são recomendados no Plano visando melhorar as deficiências encontradas na
elaboração do Plano desenvolvido

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e Drenagem Urbana

Informações: As informações levantadas para o desenvolvimento do Plano


são: cadastro da rede pluvial; bacias hidrográficas e suas características
físicas; dados hidrológicos: precipitação, vazão e sedimentos; Plano Diretor
Urbano, Plano Municipal de Esgoto Sanitário, Resíduos Sólidos
Sólid e sistema de
Gestão Urbana.

Figura 1.1 – Estrutura do Plano Diretor de Drenagem Urbana.


Urbana

1.3.2 Política do Plano Diretor de Drenagem Urbana

A política do Plano se baseia no seguinte:


• Princípios e objetivos do controle das águas pluviais;
• Estratégias de desenvolvimento do plano como a compatibilidade entre os
Planos preparados para a cidade;
• Definição
ão de cenários de desenvolvimento urbano e riscos para as
inundações.

Princípios
Os princípios do plano são a base conceitual que orienta as ações do Plano
dentro de sua estrutura principal. Estes princípios são destacados no Quadro 1.1
e caracterizam principalmente a visão integrada espacial e metodológica das
atividades desenvolvidas no Plano de Drenagem de Campo Grande, baseados
nos conceitos de gestão integrada e desenvolvimento
desenvolvimento sustentável urbano.

Objetivos
O Plano Diretor de Drenagem Urbana tem o objetivo de criar os mecanismos de
gestão da infra-estrutura
estrutura urbana relacionado com o escoamento das águas
pluviais e dos rios na área urbana. Este planejamento visa evitar perdas
pe
econômicas, e melhorar as condições de saúde e meio ambiente da cidade,

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dentro de princípios econômicos, sociais e ambientais definidos pelo Plano Diretor


de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade.

Cenários
Os seguintes cenários foram estabelecidos para o Plano de Desenvolvimento
Urbano da cidade:
Atual: Condições de urbanização atual, obtida de acordo com estimativas
demográficas e imagens de satélite. Para efeito do Plano de Drenagem as
variáveis fundamentais para o Plano são a impermeabilização das superfícies
urbanas e a alteração do sistema de drenagem por meio de condutos e canais.
Futuro: Cenário atual acrescido do Plano de Desenvolvimento urbano: Este
cenário representa a ocupação urbana atual acrescida da previsão existente no
Plano de Desenvolvimento Urbano da cidade
Quadro 1.1 – Princípios do Plano de Drenagem Urbana de Campo Grande.
1. O Plano Diretor de Drenagem Urbana se baseia no Plano de
Desenvolvimento Urbano da cidade para considerar os cenários de
ocupação e fornece subsídios a aprimoramento;
2. As medidas de controle das águas pluviais devem priorizar os mecanismos
naturais do escoamento por meio da infiltração, armazenamento
temporário e diminuição da velocidade e erosão e melhoria da qualidade
da água;
3. Todas as medidas de controle previstas na cidade em nível de macro ou
microdrenagem não podem transferir impactos sem a sua devida
mitigação;
4. O plano de controle de quaisquer medidas estruturais deve ser realizado
por bacias hidrográficas urbanas, evitando ou mitigando qualquer impacto
para jusante;
5. O Plano de drenagem prevê a compatibilização com o planejamento do
saneamento ambiental, controle da erosão, dos sedimentos e do material
sólido e a redução da carga poluente nas águas pluviais que escoam para
o sistema fluvial interno e externo à cidade;
6. O Plano Diretor de Drenagem urbana, na sua regulamentação contempla o
planejamento das áreas a serem desenvolvidas e a densificação das áreas
atualmente loteadas para os cenários futuros de desenvolvimento urbano
da cidade previsto no seu Plano Diretor de Uso do Solo;

Estratégias
O Plano Diretor de Drenagem Urbana foi desenvolvido segundo duas estratégias
básicas:
Para as áreas não-ocupadas: desenvolvimento de medidas não-estruturais
relacionadas com a regulamentação da drenagem urbana e ocupação dos
espaços de risco, visando conter os impactos de futuros desenvolvimentos. Estas
medidas buscam transferir o ônus do controle das alterações hidrológicas devido
à urbanização para quem efetivamente produz as alterações;
Para as áreas que estão ocupadas o Plano desenvolve estudos específicos por
macro-bacias urbanas visando planejar as medidas necessárias para o controle
dos impactos dentro destas bacias, sem que as mesmas transfiram para jusante

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os impactos já existentes. Neste planejamento são priorizados os usos de


armazenamento temporário através de detenções.

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2 DIAGNÓSTICO

2.1 Características

O município de Campo Grande, capital do Estado do Mato Grosso do Sul, está


localizado no centro do Estado e no divisor de água da bacia do rio Paraná com a
Bacia do rio Paraguai, em altitude de 542 m. O município possui uma área total de
8.096 km2, sendo que desse total, 334 km2 correspondem à área urbana da
cidade de Campo Grande, totalizando 7.332 logradouros.
Campo Grande possuía em julho de 2008 747.189 habitantes, segundo o IBGE,
sendo quase a totalidade em área urbana (98,8%). Em 2005 a renda total do
muinicípio era de R$ 6,9 bilhões e a renda per capita de R$ 9.207. O setor de
comércio e serviços representa da ordem de 85%, enquanto que indústria e
Pecuária totalizam o restante 15% da arrecadação do ICMS.
Na Figura 2.1 é apresentada a área urbana com a rede de drenagem do
município, com indicação das áreas urbanizadas em 2005. Observa-se nesse
mapa que a maior densificação ocorre ao longo do rio Anhanduí e seus afluentes.
O centro da cidade localiza-se entre os córregos Segredo e Prosa, expandindo-se
nas várias direções.
Na área urbana da cidade, observam-se quatro principais bacias hidrográficas,
correspondentes aos córregos ou rios (Figura 2.1): Imbirussú, Lagoa, Anhanduí e
Botas. Além dessas bacias hidrográficas, as bacias dos córregos Gameleiro (ao
sudeste), Coqueiro (leste) e Pontal (sudeste), também têm uma pequena área
inserida no limite urbano do município de Campo Grande.
A bacia do Anhanduí, pelas suas características de ocupação urbana e tamanho,
foi sub-dividida em bacias menores. Para efeitos do desenvolvimento deste Plano
Diretor de Drenagem Urbana, foram definidas as macro-bacias urbanas de
planejamento que cobrem a área urbana da cidade. Na Tabela 2.1 são
apresentadas as características físicas principais das bacias.
Tabela 2.1 – Características das macro-bacias da área urbana de Campo Grande.
Área da bacia
Comprimento
Código Bacia no município
(Km)
(km2)
A Anhanduí 216,88 21,60
A.1 Segredo 45,80 10,25
A.2 Prosa 30,93 8,10
A.3 Bandeira 20,08 7,40
A.4 Lajeado 72,88 17,60
A.5 Balsamo 12,38 7,90
Contribuição do Anhanduí
A.6 da confluência do Prosa e 34,73 11,35
Segredo até a saída da cidade
Ga Gameleira 17,69 3,75
Bo Botas 49,90 4,56*
Im Imbirussu 62,30 13,94
Pl Pontal 19,28 1,79
Lg Lagoa 35,72 9,90

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Figura 2.1 – Bacias Hidrográficas em Campo Grande e ocupação em 2005.

2.2 Impacto das Inundações em Campo Grande

2.2.1 Avaliação com base no levantamento de locais críticos

Baseado em levantamentos da Prefeitura, foram identificados os locais de


inundações frequentes, onde foram aplicados questionários para coleta de
informações junto a população destes locais.
Na Figura 2.2 é apresentada uma síntese dos locais de inundação na cidade
obtidas com base neste levantamento. Estes resultados mostram que no Prosa
existem vários locais de inundações, da mesma forma que no Bandeira.
A tendência de impactos de inundação é de se agravarem principalmente no
Segredo e a jusante no Anhanduizinho em função do acelerado processo de
urbanização de jusante para montante que deve aumentar os hidrogramas para a
mesma chuva. Desta forma, este tipo de impacto, se não for controlado deverá
agravar o problema de inundação na cidade de Campo Grande.

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Figura 2.2 – Localização dos pontos principais de alagamento na cidade.


(legenda: vermelho: é local de inundação grave; amarelo: local de inundação
moderada; verde: local de inundação moderada).

2.2.2 Cenários de Avaliação planejamento

A análise da capacidade hidráulica das redes de drenagem instalada e dos


futuros projetos de controle das inundações é realizado para cenários de uso e
ocupação do solo, ou seja, de acordo com o Planejamento Urbano.
Assim, nesse Plano Diretor de Drenagem Urbana de Campo Grande, são
avaliadas as condições das redes de drenagem para o Cenário Atual de
Ocupação do solo e o Cenário Futuro de Ocupação.
Para fins de elaboração do Cenário Atual de Ocupação do solo, foram utilizados
os dados do censo de 2000, combinados com processamento de imagem de
satélite Ikonos do município de Campo Grande. Na Figura 2.3 são apresentadas
as condições de uso do solo da cidade com base nas áreas impermeáveis atuais.
A figura mostra claramente as regiões de altas áreas impermeáveis e, portanto de
escoamento maior na cidade, para a situação atual.
O Cenário de Ocupação Futuro foi estimado segundo duas alternativas: (a) PDU:
Ocupação seguindo o Plano Diretor Urbano nas suas normas que estabelecem
limites máximos para a densificação urbana e/ou grau de impermeabilização do
solo; (b) Tendencial: não haveria controle sobre o uso e ocupação do solo,
representando uma situação de ausência de disciplinamento do uso e

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fiscalização. Na Figura 2.4 é apresenta as áreas impermeáveis prevista para o


cenário PDU e na Figura 2.5 para o cenário Tendencial.
Pode-se observar claramente nas figuras citadas o avanço da área impermeável
do cenário atual para o cenário futuro e depois se não houver controle na
ocupação do solo, sem obediência do Plano Diretor Urbano o aumento acelerado
das áreas impermeáveis para o cenário tendencial. Estas condições se refletem
diretamente no aumento da vazão para jusante e na necessidade de maior infra-
estrutura de drenagem e controle de inundações para a cidade.

Figura 2.3 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Atual de urbanização.

2.2.3 Hidrograma de inundação para os cenários

Com base nas chuvas de projeto de 10 anos de tempo de recorrência e cenário


atual e tendencial foram simuladas as condições de inundações nas bacias e
trechos de rios da cidade. A seguir são destacados alguns dos principais trechos
da cidade. No relatório R2 são apresentadas os resultados de todas as bacias de
Campo Grande para os cenários atual, PDU (chamado de máximo no relatório
R2) e Tendencial.

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Figura 2.4 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Futuro de Urbanização: Máximo.
Anhanduí

Nas Figura 2.6 é a apresentada as áreas que são alagadas para o cenário atual
no rio Anhanduí para o cenário, entre a confluência do Prosa com o Segredo e o
Rodoanel. Nas Figura 2.7 é apresentado o perfil da linha de d’água dos dois
cenários: atual e tendencial do rio Anhanduí para o mesmo trecho. Pode-se
observar o comprometimento destes trechos a inundação deste risco. Nas Figura
2.7, quando o nível de escoamento é superior as duas margens, o rio está
inundando as áreas marginais para este risco de inundação. Os resultados do
cenário tendencial mostraram que os níveis de inundações aumentam com
pequeno aumento do trechos das áreas já inundadas.
O detalhamento de cada um trechos com suas condições nos cenários é
destacado no volume R2, capítulos 8 e 9.

Prosa
Os resultados da simulação de diagnóstico do córrego Prosa corroboram os locais
de inundação, conforme informação coletada em campo e no relatório de
“Avaliação das medidas de controle de inundações emergenciais em Campo
Grande” do ano de 2007. Mesmo com a obra de canalização, atualmente em
construção, existem pontos críticos à passagem do escoamento para as cheias
de diagnóstico avaliadas. Colaboram para isso, o grande número de
estrangulamentos causados pelas pontes e mudanças de direção dos condutos,
além da falta de capacidade hidráulica de alguns segmentos do córrego.

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Dentre as três barragens, a localizada próxima da rua Giocondo foi a que


apresentou condições mais criticas, existindo excedentes para o evento de
diagnóstico com 24 horas de duração e 10 anos de período de recorrência.
A zona de confluência dos córregos Sóter e Prosa se mostra como uma região
extremamente delicada para o escoamento, sendo identificada como crítica para
ambas as chuvas de diagnóstico utilizadas. O agravante nessa região é o
estrangulamento de seção, provocado pela canalização do córrego, que passa
sob o Shopping chegando até a Av. Afonso Pena.
As passagens do córrego Prosa junto às ruas Ferreira, Bahia e Joaquim Murtinho
também foram identificadas como locais sujeitos a inundações provocadas pela
falta de capacidade do conduto, perdas de carga devido à mudança brusca de
direção do escoamento e estrangulamento de seção provocado pelo tabuleiro da
ponte dessas ruas. Junto à rua Padre João Crippa também foram identificados
trechos críticos que tiveram sua máxima capacidade superada.

Figura 2.5 – Área impermeável média (%) em cada bairro da cidade de Campo
Grande: Cenário Futuro de Urbanização: Tendencial.

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Figura 2.6 – Caracterização do córrego Anhanduí e identificação de locais críticos


durante o evento de diagnóstico – TR = 10 anos.

Confluência córregos Prosa e Segredo

Ponte na Rua do Aquário


Ponte na Av. Costa Lima
Confluência córrego Bandeira
Ponte na Rua Ferreira Lima
Ponte na Rua Artigas
Ponte na Av. Rachel Queiroz
Ponte na Av. Soares
Ponte na Av. Campestre

Confluência córrego Lajeado

Rodo Anel Rodoviário

Figura 2.7 – Perfil longitudinal da linha da água no córrego Anhanduí para TR= 10
anos.

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Segredo

Na Figura 2.8 é apresentado o perfil de linha d’água para a cheia de 10 anos e


cenário atual, indicando os locais de inundação.
Trecho 1: Córrego Segredo trecho não canalizado
Nos primeiros 300m da cabeceira do córrego Segredo não apresenta
alagamentos e o escoamento se mantém dentro da calha do córrego, para o
evento de risco de 10 anos e cenário atual. Contudo, no cenário futuro tendencial
para o mesmo risco todo os trecho fica inundado.
A jusante, pela diminuição das cotas das margens existem áreas de alagamento
que se estendem, preferencialmente sobre a margem esquerda até a confluência
com o tributário pela margem esquerda. A largura média das áreas de
alagamento é 70m no cenário atual, aumentando para 200 m no cenário futuro
tendencial.
A jusante da confluência com o tributário pela margem esquerda e até o inicio do
trecho canalizado existem outros locais onde o nível da água supera as cotas das
margens do córrego Segredo. O local onde existem as maiores áreas de
alagamento é na confluência com o tributário pela margem direita. No cenário
atual as larguras de inundação são de 130 m, aumentando para 280 m.
O local onde se apresentam as maiores áreas de alagamento é na confluência
com o tributário pela margem direita, local imediatamente a montante de um
aumento da declividade de fundo do córrego Segredo. A largura média das áreas
alagadas é igual a 280 m.

Confluência tributário
margem esquerda

Confluência tributário margem direita

Ponte na Rua Queiroz


Ponte na Rua América
Ponte na Av. Mato Grosso
Ponte na Rua Coelho
Ponte na Av. Afonso Pena

Confluencia córrego Anhanduí

Figura 2.8 – Perfil longitudinal da linha da água no córrego Segredo para TR= 10
anos.

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Trecho 2: Córrego Segredo trecho canalizado


Para o cenário atual, o trecho localizado no extremo Sul do sistema do córrego
Segredo e com uma extensão de 4 km, aproximadamente, não apresenta
alagamentos e o escoamento canalizado se mantém dentro da calha do córrego.
Para o cenário futuro tendencial, esse trecho, apresenta alagamentos ao longo de
2 km, para o evento de prognóstico Tendencial. O trecho canalizado do córrego
Segredo trabalha com folga a jusante da Rua Coelho, devido ao aumento da
largura do canal que acontece nesse ponto. A montante da Rua Coelho o nível
máximo da água supera os das margens do canal com alagamentos nas ruas
próximas do córrego Segredo. As pontes localizadas a montante da rua Coelho se
encontram submersas durante os eventos de prognóstico.

2.3 Conclusão do Diagnóstico

Este diagnóstico apresentou os principais impactos relacionados com as águas


pluviais urbanas, caracterizando inicialmente os condicionamentos da cidade de
Campo Grande. Foram identificadas a bacias hidrográficas as suas características
físicas naturais e as antrópicas devido a urbanização.
Foram identificados os locais de alagamento da cidade com base num
levantamento de informações e entrevista das pessoas e técnicos da Prefeitura.
Isto permitiu um mapeamento desta informação, considerando principalmente os
últimos anos. Já a memória das pessoas não permite uma extrapolação temporal
significativa.
Foi utilizado um modelo hidrológico para gerar as vazões com base na
distribuição de precipitações e no tipo de ocupação do solo nas bacias
hidrográficas e depois um modelo para representar o escoamento na macro-
drenagem, determinando os locais de alagamento. Esta análise foi realizada para
o cenário atual de ocupação e risco de 10 anos de tempo de recorrência e depois
para dois cenários: tendencial e máximo de ocupação urbana (Plano Diretor
Urbano).
Os resultados mostraram que em praticamente toda a macrodrenagem se
observam insuficiência de capacidade de escoamento, considerando a acelerada
urbanização. O capítulo 9 destaca os locais de alagamento nos principais rios da
cidade de acordo com seu condicionamento.
Os principais aspectos relacionados a gestão da drenagem urbana observados
são os seguintes:
• A cidade continua crescendo de montante para jusante nos afluentes do
Anhanduí, como o Prosa e o Segredo. Isto já é grave no Prosa e tende a se
agravar e no Segredo ainda é possível melhor controlar o processo. O
impacto é de aumento das vazões a medida que a bacia se urbaniza,
criando novas condições de cheia para jusante, tanto nestes afluentes
como no próprio de Anhanduí que recebe o somatório dos aumentos.
• Existem poucas áreas a reservação do controle das inundações. As
mesmas devem ser preservadas para evitar que o custo final dos futuros
controle das enchentes aumente muito. Na alternativa de reservação em
áreas fechadas o custo aumenta da ordem de 7 vezes;

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• A cidade se encontra na cabeceira do rio Anhanduí e nas outras bacias


também. Mesmo com a cobertura de esgoto ampliando e cobrindo toda a
cidade, ainda resultarão a poluição devido as águas pluviais contaminando
a bacia. Neste sentido, considerando a classificação da bacia é necessário
prever o controle futuro da qualidade das águas pluviais juntamente com o
controle das inundações.
• O Plano Diretor de cada sub-bacia urbana deve ser implementado e evitar
que qualquer obra futura seja planejada, projetada e implantada
transferindo impacto para jusante, como se observou em obras reccentes e
do passado na cidade. O prejuízo para a cidade é significativo e deve ser
evitado.

Súmario Executivo 23
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3 MEDIDAS ESTRUTURAIS: PLANO DA BACIA DO PROSA


No Plano Direto de Campo Grande, foi previsto nesta fase, dentro das medidas
estruturais o Plano da bacia do Prosa, identificada com uma das principais bacias
hidrográficas da cidade. Neste capítulo são apresentados a seguir a metodologia
das medidas não estruturais e do estudo de alternativa, o estudo de alternativas e
a análise benefício x custo da alternativa escolhida.
Para as demais bacias da cidade posteriormente serão elaborados os estudos de
alternativas correspondentes, dentro das medidas estruturais previstas para
controle dos impactos já existentes na cidade.

3.1 Metodologia das medidas estruturais

A metodologia geral abrange as etapas descritas na Figura 3.1, onde existem as


seguintes etapas globais:

1. Diagnóstico e Prognóstico (volume R2) das cheias para identificação dos


locais de alagamento e das condições críticas;
2. Estudo de alternativas (volume R3) visando a identificação da solução
mais adequada considerando os custos e os espaços urbanos e as
definições políticas;
3. Análise Benefício x Custo (volume R8) análise dos custos, já introduzidos
no estudo de alternativas e a comparação com os benefícios.
4. Ante-projeto da alternativa: detalhamento da alternativa escolhida quanto
aos aspectos físicos (R7).

3.2 Metodologia do estudo de alternativas

Na Figura 3.2 é apresentada a configuração metodológica do Estudo de


Alternativas onde existem as seguintes etapas principais:
A. Identificação dos Locais: Envolvem as seguintes atividades:
A.1 Verificação dos potenciais locais de armazenamento com base nas
imagens da cidade e da bacia.
A.2 Identificados os locais nas imagens, verifica-se em campo se é viável a
sua utilização em função da rede e topografia, acessos e mesmo
modificações recentes.
A.3 Para o grupo de áreas restantes é verificado da viabilidade junto a
Prefeitura, em função dos custos e das condições político – sociais.
B. Preparação dos Dados do Modelo: Para simulação e otimização das
alternativas é necessário a preparação das informações que envolvem as
seguintes etapas:
B.1 Seleção dos locais de armazenamento: escolha locais que entram na
simulação;

Súmario Executivo 24
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DIAGNÓSTICO e
PROGNÓSTICO

ESTUDO DE ANÁLISE
ALTERNATIVAS ECONÔMICA

ANTE-PROJETO

Figura 3.1 – Etapas das Medidas Estruturais

Verificação de Verificação da Consulta a


A. Identificação
Locais nas viabilidade em cadastro da dos locais
imagens campo Prefeitura

Preparar “lay- Desenvolvimento Seleção dos


potenciais B. Preparação
out”da drenagem das funções de dos dados do
da bacia para o custo unitárias locais de
modelo
modelo armazenamento

Modelo de Avaliação da Verificação


alternativa C. Simulação e
otimização da seleção da
das selecionada alternativa alternativa
alternativas

Figura 3.2 – Estrutura metodológica do estudo de alternativas.

B.2 Preparação das funções de custo das obras de controle de inundações


para uso na otimização e simulação;
B.3 Preparação do Lay-out de discretização da bacia e dos trechos de
macrodrenagem para simulação e otimização.

C. Simulação da Seleção de Alternativas: A otimização e simulação passa


pelas seguintes etapas:
C.1 Otimização das Alternativas de controle: modelo de otimização que utiliza
um modelo de simulação interno. O modelo pesquisa por um algoritmo

Súmario Executivo 25
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genético a melhor combinação de armazenamento e condução para a bacia


como um todo.
C.2 Avaliação da Alternativa: Nesta fase é analisada a alternativa obtida do
modelo de otimização quanto a sua viabilidade;
C.3 Verificação da alternativa: Na fase de otimização o modelo utilizado é
simplificado e nesta fase é verificada a solução e também verificado os
resultados para condições superiores a de projeto.

3.3 Estudo de Alternativas

3.3.1 Volumes excedentes dos cenários

Na análise dos cenários de inundações identificaram-se na bacia seis locais de


alagamento com volumes excedentes que variam com o cenário de estudo. Os
valores são apresentados na Tabela 3.1 e Figura 3.3. Observa-se que no cenário
atual, como era de se esperar, os volumes são menores que para o cenário
tendencial. Estes volumes representam a quantidade de água que deverá inundar
as áreas limítrofes dos canais. A medida que a cidade se impermeabiliza,
aumentam estes volumes e exigem maior capacidade de amortecimento e
maiores custos de intervenções.
Tabela 3.1 – Volumes excedentes para o risco de 10 anos de tempo de
recorrência e os cenários de ocupação urbana atual e tendencial.
Local Atual Tendencial Aumento
1000 m3 1000 m3 %
Córrego Soter
Rua Gioconda (R1) - 7,913 -
Rua Sta Bárbara (R2) 21,357 54,246 154
Shopping 9,487 71,735 656
Córrego Prosa
Rua Ferreira 23,312 62,673 169
Rua Bahia 34,542 44,639 29
R. Joaquim Murtinho 50,812 60,790 20

3.3.2 Alternativas

As alternativas para a solução dos problemas de macrodrenagem da bacia


hidrográfica do córrego Prosa foram divididas em duas:
• Alternativa I: ampliação da capacidade de condução da rede de
macrodrenagem, até que consiga escoar toda a vazão gerada pela chuva
de projeto;
• Alternativa II: utilização de reservatórios de detenção, sempre que há
disponibilidade de área e condições hidráulicas e ampliação da capacidade
de escoamento das redes de macrodrenagem nos outros casos.

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Figura 3.3 – Trechos críticos destacados em vermelho no dianóstico.

Alternativa I
A adoção dessa Alternativa I tem implicações particularmente importantes para a
cidade de Campo Grande, pois o Córrego Prosa localiza-se na bacia hidrográfica
do Rio Anhanduí, que também atravessa a mancha urbana.
Assim, o aumento da eficiência hidráulica nas redes de drenagem da bacia do
Córrego Prosa fará com que a vazão e um maior volume de água atinjam a calha
principal do Rio Anhanduí, devido à eliminação dos pontos de alagamento. Assim,
regiões do Rio Anhanduí que não se caracterizavam como locais críticos ao
escoamento podem passar a sofrer os impactos das obras realizadas na bacia do
Córrego Prosa. Portanto, a aplicação da Alternativa I à bacia hidrográfica do
córrego Prosa deve ser seguida de uma análise de seus impactos à bacia do rio
Anhanduí, à jusante.
Sob o ponto de vista econômico, a Alternativa I normalmente é a mais onerosa,
pois o aumento de uma canalização à montante deve ser seguido de posteriores
ampliações à jusante. Ambientalmente essa alternativa também é a menos
sustentável, pois ela transfere o impacto gerado em uma área para outra.

Súmario Executivo 27
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Nesta Alternativa foram calculados todos os custos de intervenções de aumento


de capacidade e transferência das vazões para jusante. Neste cálculo não foi
considerado o custo de aumento de vazões no rio Anhaduí. O custo final foi de
R$ 53 milhões de reais.

Alternativa II
A Alternativa II utiliza o conceito de controle do escoamento, com reservatórios,
buscando a não transferência de impactos para jusante, sendo, portanto, mais
sustentável. O uso de reservatórios visa amortecer os hidrogramas afluentes e
absorver os volumes excedentes em diferentes trechos de canais ou galerias.
Nessa segunda alternativa, a ampliação das redes de macrodrenagem é
contemplada, somente quando técnica, ou economicamente, não é viável o uso
de reservatórios.
Os reservatórios de detenção são uma medida estrutural, utilizados para
controlarem o pico das enchentes através do armazenamento de volumes em
áreas devidamente projetadas. Embora com a utilização dos reservatórios, deve-
se considerar que, principalmente os trechos das redes de microdrenagem,
localizados nas regiões de cabeceira das bacias, deverão estar funcionando
adequadamente, de forma a garantir que a água consiga atingir os reservatórios.
Além destes trechos mencionados, trechos à jusante ou à montante dos
reservatórios também foram ampliados, quando necessário.
A Alternativa II, quando comparada à Alternativa I apresenta a grande vantagem
de não transferência de impacto à jusante e, normalmente, menor custo de
implantação associada.
Nesta alternativa foram identificados todos os locais potenciais para controle das
inundações, apresentados a Prefeitura que selecionou os locais que poderiam ser
utilizados e com base nos selecionados foi realizada a otimização de custos desta
alternativa. Na Figura 3.4 são apresentados os locais identificados e os volumes
identificados para o cenário tendencial são apresentados na Tabela 3.2. O custo
total desta alternativa, sem transferência de impacto para jusante é de R$ 42
milhões de reais, menor que o da Alternativa I e não transfere impactos para
jusante.
Na Figura 3.5 pode-se observar os hidrogramas simulados para as duas
alternativas, mostrando que esta segunda alternativa amortece o escoamento,
mantendo dentro das capacidade existentes dos canais atualmente existentes. As
intervenções são essencialmente sobre espaços e volumes ao longo dos locais
de extravazamento.

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1
2
3

4
5
6

Figura 3.4 – Locais finalmente utilizados para a análise da Alternativa II.

Tabela 3.2 – Características dos reservatórios dimensionados para o controle do


escoamento na bacia do córrego Prosa.
Volume Área da seção
Vazão de
necessário transversal do Comprimento
Reservatório by-pass
(x 1000 descarregador de 3 do vertedor (m)
(m /s)
m3) fundo (m2)
1 117,21 4,5 0
2 96,05 4,5 0
3 131,60 4,5 0
4 101,60* 1 0
5 58,31 0,01 165
6 98,28 11,34 0
*no cenário de uso do solo Máximo, o volume de armazenamento necessário é de 169,7
x 1000 m3

3.4 Análise Benefício - Custo

A análise das relações benefícios-custos foi efetuada para as obras da alternativa


com a configuração selecionada no item anterior. Nesse sentido, o
dimensionamento dessa alternativa foi feito para quatro riscos com base no
período de recorrência do evento de precipitação. Assim, foram dimensionadas as
alternativas para recorrências de 5, 10, 25, 50 anos. Para cada alternativa foi
estimado o valor dos custos totais das obras e das atividades de manutenção
conforme apresentado na Tabela 3.3.
Observa-se atualmente que o prejuízo anual médio das inundações na bacia do
Prosa são de aproximadamente R$ 5 milhões anuais.

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Figura 3.5 – Comparação dos hidrogramas no exutório do sistema para as


Alternativas I e II.

Tabela 3.3 – Custos da altertnativa selecionada consideando diferentes riscos de


inundação.
Alternativa Custo Total (x 1000 R$) Manutenção e Operação (x 1000 R$)
TR = 5 anos 29.720,00 297,20
TR = 10 anos 41.810,00 418,10
TR = 25 anos 68.790,00 687,90
TR = 50 anos 89.740,00 897,40

Para a identificação da alternativa de dimensionamento das obras do córrego


Prosa e Sóter com a configuração mais conveniente do sistema foram calculados
três indicadores econômicos. O horizonte de análise adotado nesse estudo foi de
30 anos. Os valores presentes foram calculados a uma taxa anual de 7,2 %. Foi
considerado ainda que os investimentos são feitos no primeiro ano (custos da
obras) e que os custos de operação e manutenção, são agregados anualmente,
juntamente com os benefícios anuais esperados, começam a partir do segundo
ano. Os indicadores econômicos estimados foram: (1) taxa interna de retorno
(TIR); (2) relação custo/benefício (C/B) e (3) valor presente líquido (VPL).
Os valores dos indicadores econômicos obtidos para cada uma das alternativas
de dimensionamento são apresentados na Tabela 3.4.
Observa-se nessas figuras que a única alternativa economicamente viável é
aquela onde o evento de projeto tem dez anos de recorrência. A alternativa com
obras TR=10anos apresenta uma relação Custo-Benefício (C/B) igual a 0,90 e é
ainda a única alternativa com C/B menor que um.

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Tabela 3.4 – Indicadores econômicos de cada alternativa de dimensionamento.


Alternativa TIR (7,2%) C/B VPL (7,2%) (x 1000R$)
TR = 5 anos 5,89 1,14 -3.686,00
TR = 10 anos 8,29 0,90 4.508,00
TR = 25 anos 3,89 1,43 -20.643,00
TR = 50 anos 1,86 1,85 -41.196,00

3.5 Conclusões

Os resultados dos indicadores econômicos estimados nesse estudo mostraram a


viabilidade econômica da alternativa de dimensionamento que considera a
utilização de reservatórios de detenção, para o evento do projeto com recorrência
de dez anos.
Os resultados obtidos nesse estudo indicam que a obra dimensionada para TR de
10 anos apresenta a menor relação custo-benefício (0,90); a maior taxa interna de
retorno (8,29%) e o maior valor presente líquido (~4,50 milhões de reais),
mostrando ser a alternativa mais favorável em termos financeiros.
Os resultados obtidos na Alternativa II do Estudo de Alternativas e Medidas de
Controle Estruturais (R3), composto da implantação de seis (6) áreas de
amortecimento, mostrou-se suficiente para remediar as inundações no horizonte
de estudo para abacia do Prosa. Dessas seis (6) áreas, quatro (4) já existem
(barragens no córrego Sóter e Lago do Parque das Nações Indígenas),
necessitando de obras para adequar seus volumes aos necessários para o
armazenamento.
Frente às dificuldades de adequação desses volumes, outras áreas de
amortecimento estão sendo selecionadas para as simulações, resultando em uma
nova alternativa para o amortecimento no Córrego Prosa. Este procedimento está
sendo adotado para garantir a exeqüibilidade das soluções estruturais propostas,
dando a Prefeitura Municipal de Campo Grande um maior número de opções para
sua tomada de decisão.

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4 MEDIDAS NÃO-ESTRUTURAIS
As medidas não – estruturais objetivam controlar os potenciais impactos futuros
devido a urbanização e melhorar a gestão da drenagem urbana para atender o
conjunto de medidas estruturais e não-estruturais. Os componentes das medidas
não estruturais são as seguintes:
• Legislação municipal para controle dos impactos devido ao
desenvolvimento sobre o sistema de rios urbanos;
• Gestão municipal para gerenciamento da drenagem urbana e controle dos
impactos
• Programas: estudos e projetos complementares ao plano para
sustentabilidade a gestão da drenagem urbana na cidade.
• Manual de drenagem urbana: O manual tem a finalidade de orientar os
projetistas e a própria Prefeitura dos projetos dentro da cidade.

4.1 Legislação

No controle dos impactos devido à drenagem urbana devem ser utilizadaas


regulação por meio de decreto ou legislação específica para os novos
empreendimentos da cidade. podem ser utilizados critérios mínimos de controle
implementados por meio da legislação e caracterizado em manuais para um
dimensionamento adequado.
A legislação tem como objetivo controlar de forma preventiva os impactos dos
futuros desenvolvimentos na cidade. Os principais elementos de controle são
sobre os seguintes:
1. Qualidade da água: aumento da carga de poluente devido a sólidos e
lavagem das ruas;
2. Proteção dos leitos contra erosão: a erosão aumenta com a velocidade da
água devido ao aumento das vazões provenientes das superfícies
impermeáveis;
3. Inundação na Drenagem urbana: aumento das vazões devido a
impermeabilização

No Plano foram apresentados elementos técnicos que permitiram definir os


critérios de aprovação das novas construções, evitando que os impactos citados
acima sejam transferidos para o poder público. Para tanto foi preparado uma
minuta de projeto de lei a ser encaminhado pela Prefeitura a Câmara de
Vereadores para sua avaliação.

4.2 Gestão Institucional

A Prefeitura de Campo Grande não possui serviços de drenagem urbana. Os


aspectos ambientais são examinados pela SEMADES e o projeto de drenagem
em parte é examinado no PLANURB e a Secretaria de Obras atua principalmente
sobre obras de seu interesse, com uma equipe muito reduzida. A manutenção é
realizada somente após uma emergência.

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Observa-se assim, que existe uma fragmentação e falta de serviços de operação


e manutenção. Este Plano de Drenagem somente terá algum sucesso se houver
uma gestão adequada para implementá-la.
Os serviços necessários em drenagem urbana são os seguintes:

1. Análise dos projetos propostos e licença dos empreendimentos: trata de


analisar os projetos propostos pela iniciativa privada e pelo governo
municipal;
2. Fiscalização dos projetos: fiscalização a implementação dos projetos
propostos no item anterior;
3. Revisão e atualização das normativas: atualizar as práticas de gestão do
controle dos impactos na cidade. Desenvolver programas de verificação da
ação da normatização na cidade.
4. Desenvolvimento de projetos: implementação do Plano Diretor de
Drenagem Urbana, contratação e desenvolvimento de projetos de interesse
público;
5. Manutenção: desenvolvimento dos serviços de manutenção da drenagem
urbana em conjunto com o sistema de limpeza urbana da cidade e controle
da erosão do solo.

Para desenvolver estes serviços existem as seguintes alternativas:

A. Criar uma instituição de prestação de serviço de drenagem urbana


regulada pela Agência AGREG, como previsto recentemente para o Distrito
Federal. Nesta alternativa a AGREG deve estabelecer uma licitação para a
prestação de serviços e definir o contrato de concessão. Esta prestação de
serviço pode ser realizada por uma entidade pública ou privada.
Para financiar estes serviços seria cobrada uma taxa. A justificativa desta taxa
é que cada propriedade ao aumentar o volume de escoamento superficial
está onerando o ente público em manutenção. O valor estimado é de R$ 1/m2
por ano de cada propriedade. Este valor permitiria um orçamento anual de R$
27 milhões para os serviços.
Esta cobrança pode ser realizada de forma a dar redução de impostos para
quem mantém baixa área impermeável (por exemplo, um desvio padrão
abaixo da média da cidade) e maiores valores para que possui sua com
grande área impermeável (acima da média).

B. Utilizar as instituições existentes: Mantendo as mesmas instituições e não


efetuando nenhuma cobrança adicional pelos impactos. Neste cenário
sugerimos a estrutura de serviços da Figura 4.1 Esta estrutura é problemática
porque mantém a fragmentação de serviços. Neste cenário se faz necessário
a contratação de uma equipe e seu treinamento adequado.

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Instituições
Agência Reguladora

PLANURB SESOP
SEMADES

Avaliação e Fiscalização Revisão das Plano Diretor Emergenciais Específicos Manutenção


licenciamento normas

Atividades

Figura 4.1 – Estrutura de Gestão.

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Investimentos

Existem dois tipos de investimentos a serem realizados na drenagem urbana:


• Serviços: gestão e manutenção: Foi destacado acima os valores que
poderiam ser financiados pela cobrança de taxa de drenagem. O custo de
manutenção da drenagem poderia ser coberto por estes valores, além de
investimentos em recuperação de redes e serviços.
• Investimentos: envolve os valores necessários ao controle das
inundações existentes, que na bacia do Prosa foi estimado em R$ 43
milhões. Estes valores seriam distribuídos aos proprietários de acordo com
sua área impermeável.
Em estudo realizado para o Distrito Federal foi estimada a disposição a média da
população em R$ 24,73/família/mês. No caso de drenagem a análise é realizada
por propriedade, já que o efeito é realizado de acordo com a área impermeável.
Na bacia do Prosa, com 21 km2, estima-se que existam 32.000 propriedades.
Distribuindo o custo total das obras pelas propriedades o valor médio seria de R$
1.343, correspondendo ao item investimento total para amortização das obras.
Distribuindo este investimento em 10 anos a uma taxa de 6% ao ano corresponde
a uma contribuição mensal de R$ 14,77.
No caso de operação e manutenção estimou-se em R$ 10/propriedade/mês.
Desta forma a contribuição total por propriedade para investimento e operação e
manutenção é de R$ 24,77. Estimou-se nesta bacia que existam 1,33 famílias por
propriedade (densidade de 65 habitantes/ha). Portanto, o custo por família ficaria
em média R$ 18,62/mês/família considerando os custos de investimentos e
manutenção.

4.3 Programas

Os programas são os estudos complementares de médio e longo prazo que são


recomendados no Plano visando melhorar as deficiências encontradas na
elaboração do Plano desenvolvido.
Os programas identificados no Plano Diretor de Drenagem urbana são os
seguintes:
• Capacitação: Este programa busca a melhoria do conhecimento em todos
os níveis da gestão das águas pluviais na cidade de Campo Grande de
princípios sustentáveis;
• Programa de monitoramento – Este programa tem a finalidade de
aumentar a informação na cidade visando melhorar os projetos de
drenagem trazendo maior segurança e menor custo dos investimentos;
• Gestão: Fiscalização e Manutenção – Este programa visa melhorar a
gestão das entidades municipais para atendimento do Planejamento
previsto;
• Estudos Complementares – Estas são atividades complementares
identificadas no Plano que necessitam ser revisadas e ampliadas com o
objetivo de melhorar o planejamento e permitir na revisão futura do Plano
Diretor de Drenagem, introduzindo maiores informações para a redução

Súmario Executivo 35
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dos riscos dos projetos de drenagem urbana. Estes estudos utilizam dos
dados obtidos no programa de monitoramento.
• Recuperação de áreas degradadas – Este programa deve buscar a
recuperação das áreas degradadas na cidade através do planejamento de
ações de mitigação visando a sua eliminação;
• Redução da Contaminação de aqüíferos – identificação das principais
fontes de contaminação dos aqüíferos e desenvolver ações para mitigação
destes impactos.
Os programas dentro deste Plano foram previstos como atividades de médio e
longo prazo necessárias para a melhoria do planejamento da drenagem urbana
cada cidade. A programação destas atividades dependerá da definição da
Prefeitura, mas os programas de Capacitação e Gestão devem ser programados
para iniciar primeiro, seguido do programa de monitoramento, e dos demais. Os
dois últimos programas devem apresentar uma longevidade maior e devem
necessitar de mais recursos.

Súmario Executivo 36
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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

A cidade de Campo Grande atualmente sofre freqüentes inundações em função


da urbanização, com aumento de áreas impermeáveis e da inadequada gestão de
drenagem urbana que tende a transferir e aumentar os impactos por meio de
canalização.
O Plano de Drenagem Urbana da cidade apresentou um diagnóstico mostrando
que os impactos são em toda a cidade, principalmente nas áreas mais
urbanizadas e a tendência deste processo se agravar, pois a cidade se
desenvolve de jusante para montante. Desta forma, as construções que estão
ocorrendo nas cabeceiras de córregos como o do Segredo, Sóter e Prosa estão
impactando a macrodrenagem e populações a jusante. O prejuízo médio anual
estimado para a bacia do Prosa é de R$ 5 milhões e para a toda a cidade de R$
28,2 milhões.
O Plano previu medidas estruturais para corrigir os problemas hoje existentes nas
bacias e apresentou o estudo de alternativas para o Prosa, mostrando que o
custo de controle para esta bacia para 10 anos de tempo de recorrência é de R$
43 milhões e para toda a cidade estimado em R$ 243 milhões.
Para conter os impactos de futuros desenvolvimentos foi prevista uma legislação
para novas construções que evite a transferência de inundações das áreas
privadas para a pública. Para a cidade já construída foi prevista a cobrança de
uma taxa de compensação pelos impactos que são transferidos para as áreas
públicas e exigindo investimentos do poder público. Estes recursos permitirão a
gestão da drenagem urbana quanto a manutenção dos serviços de drenagem e
os investimentos nas obras estruturais.
Em estudos anteriores em Brasília, verificou-se que a disposição a pagar para
evitar os problemas de drenagem urbana é, em média R$24,77/ família mês. O
Plano previu que com R$ 18,62/família/mês é possível implementar um prestador
de serviço e atuar sobre os impactos. Este valor seria cobrado nos primeiros 10
anos e depois poderia cair para R$ 10/família/mês quando os investimentos
estiverem amortizados.
A gestão recomendada para a cidade envolve a implementação de um prestador
de serviço público ou privado, sob contrato de concessão por meio da Agência
reguladora municipal.

5.2 Recomendações

As principais recomendações deste estudo são as seguintes:

1. Institucional: Os principais aspectos institucionais são:


(a) aprovação da legislação que controla os impactos futuros na aprovação
dos novos empreendimentos;
(b) implementar o mecanismo de avaliação e acompanhamento dos
projetos de drenagem na sua avaliação e fiscalização e o

Súmario Executivo 37
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acompanhamento efetivo das implantação das obras e as outras etapas do


Plano;
(c) Para que seja possível a gestão é necessário criar o prestador de
serviço de drenagem urbana para permitir a gestão adequada da drenagem
urbana na cidade. Para isto é necessário uma legislação que dê os
poderes a Agência Reguladora para regular este serviço e estabeleça os
critérios para licitar a prestação serviços e o desenvolvimento do contrato
de concessão.
2. Base de dados: Atualizar a base de dados de cadastro e instituir o
monitoramento de acordo com o previsto no programa correspondente.
Estas informações são essenciais para complementar, atualizar e revisar o
Plano.
3. Programas: implementar os programas previstos de capacitação,
monitoramento, gestão, recuperação de áreas degradadas e de aqüíferos.
4. Complementação: Prever os planos de alternativas e ante-projetos das
outras sub-bacias da cidade, tendo como prioridade as bacias do Segredo,
Bandeira e Anhanduí, neste sequência, pois para estudar o Anhanduí é
necessário analisar seus tributários.
5. Obras de controle: Com base no ante-projeto é possível desde já
contratar o projeto executivo e as obras para a bacia do Prosa. O resultado
desta etapa permitirá o fator exemplo nos resultados do Plano.

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ELABORAÇÃO

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Consultoria Ambiental
EcoPrime - Engenharia em Meio
Rhama Consultoria Ambiental Ltda.
Ambiente Ltda; Schettini Engenharia Ltda
CNPJ 05.093.565/0001-84;
CNPJ 08.345.907/0001-02; CNPJ: 37.534.039/0001-07
CREA 132508-RS
CREA 6661-MS CREA: 3865-MS
Rua Lavradio, 150/1
Rua Caixeta, 244 Rua Dr. Paulo Machado, 1092
Bairro Petrópolis- CEP 90.690-370
Vila Carandá Bosque II - CEP 79032-180 Jardim Autonomista - CEP: 79021-300
Porto Alegre-RS
Campo Grande-MS Campo Grande-MS
Fones: (51) 8146-7659 / 8112-7749
Fones: (67) 8146-3770 / (67) 3042-1096 Fone: (67) 3042-0681

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