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A presente Avaliação

de Impactos
Ambientais - AIA tem
por objetivo subsidiar
a elaboração dos
projetos de Requa-
lificação Urbana da
Orla Lagunar de
Maceió, gerando
subsídios técnicos,
do ponto de vista
ambiental, neces-
sários para as
tomadas de decisões
por parte dos
projetistas e dos
PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA DA ORLA órgãos de análise.
LAGUNAR DE MACEIÓ (BR – L1430).
Avaliação de Impactos Ambientais - AIA

1
Identificação do Executor
Prefeitura Municipal de Maceió
R. Desembargador Almeida Guimarães, 87, Pajuçara, Maceió/AL CEP: 57030-160
Telefones: 3315-5070/3315-5072
Prefeito Rui Soares Palmeira
Profissão: Advogado

2
CONTROLE DE REVISÕES

5 JUNHO/2017 ADEQUAÇÕES AOS COMENTÁRIOS SR.


DENIS/BID
4 MAIO/2017 AJUSTES AO PGAS E PRI
3 ABRIL/2017 AJUSTES DE EDITORAÇÃO
2 MARÇO/2017 INSERIR SOLICITAÇÕES DO BID
1 DEZEMBRO/2016 CORREÇÃO DO TÍTULO DA SEÇÃO 1.3
0 ABRIL/2016 EDIÇÃO INICIAL
Revisão Data Descrição
Nº Documento Título
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar
598H-P-00-RT-AMB-001-4
de Maceió – Tomo II Estudos Socioambientais –
Volume III Análise de Impacto Ambiental – AIA

3
SUMÁRIO
Sumário ..................................................................................................................................... 4

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 9

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 12

CAPÍTULO 1 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................... 13


CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .......................................................................................... 13
EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS ......................................................................................... 15
Escolas .........................................................................................................................................15
Creches ........................................................................................................................................16
Centro Comunitário ....................................................................................................................18
Campo de Futebol .......................................................................................................................21
Edifício de Apoio da Prefeitura ...................................................................................................24
Parque Lagunar ...........................................................................................................................25
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 1 ................................................................................ 28
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 2 ................................................................................ 32
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 3 ................................................................................ 35
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 4 ................................................................................ 38
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 5 ................................................................................ 43
PROJETO DA VIA LAGUNAR .................................................................................................. 45
Situação do Projeto no Bairro do Bom Parto ..............................................................................48
Situação do Projeto Após o Bairro do Parto ...............................................................................48
Situação do Projeto Desenvolvido sob Estrutura .......................................................................49
ÁREA DE EMPRÉSTIMO ......................................................................................................... 51
PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .............................................................................. 53
Sistema de Esgotamento Existente.............................................................................................60
Sistema de Esgotamento Proposto pela Casal..............................................................................7
Adequação do Projeto de Esgotamento .......................................................................................8
Concepção Adotada – Isolamento do bairro do Bom Parto .........................................................9

4
Projeto de Abastecimento de Água ....................................................................................... 10
População Estimada no Projeto ..................................................................................................24
Consumo e Vazões Estimadas no Projeto ...................................................................................24
PROJETO DE MACRODRENAGEM .......................................................................................... 26
Concepção Geral do Projeto .......................................................................................................26
Dados, Critérios e Metodologia Adota .......................................................................................27
Dimencionamento e Caracterização do Reservatório de Detenção e Equipamentos
Eletromecânicos ..........................................................................................................................32
PROJETO DE MICRODRENAGEM ........................................................................................... 40
Concepção do Sistema de Microdrenagem ................................................................................40
Microdrenagem das Áreas que Permanecerão Nas Quotas no Bairro do Bom Parto ...............41
Microdrenagem das Áreas dos Conjuntos Habitacionais (1 a 5) ................................................45
Microdrenagem da Via Lagunar..................................................................................................50
PAISAGISMO DAS ÁREAS URBANIZADAS ............................................................................... 55

CAPITULO 2 – ALTERANATIVAS LOCACIONAIS .......................................................................... 58


Análise da Alternativa 1........................................................................................................ 60
Pontos Fortes da Alternativa ......................................................................................................61
Pontos Fracos da Alternativa ......................................................................................................61
Análise da Alternativa 2........................................................................................................ 62
Pontos Fortes da Alternativa ......................................................................................................62
Pontos Fracos da Alternativa ......................................................................................................62
Análise da Alternativa 3........................................................................................................ 63
Pontos Fortes da Alternativa ......................................................................................................63
Pontos Fracos da Alternativa ......................................................................................................64
Análise da Alternativa 4........................................................................................................ 65
Pontos Fortes da Alternativa ......................................................................................................66
Pontos Fracos da Alternativa ......................................................................................................66

Capítulo 3 – ASPECTOS LEGAIS E Legislação Ambiental ............................................................. 68

5
CONSTITUIÇÃO FEDERAL ...................................................................................................... 69
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE ............................................................................. 71
AVALIAÇÃO DE INTACTOS AMBIENTAIS ................................................................................ 72
LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................................................... 75
REGULAÇÃO AMBIENTAL NO ENTORNO DAS ÁGUAS............................................................. 78
LEGISLAÇÃO SOBRE A FAUNA SILVESTRE............................................................................... 83
LIMITAÇÕES AADMINISTRATIVAS AO DIREITO DE PROPRIEDADE E DESAPROPRIAÇÕES ......... 83
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................ 87
ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................ 88
Breve Histórico ............................................................................................................................89
Proteção ao Patrimônio Arqueológico .......................................................................................93
Proteção às Comunidades Indíginas e Quilombolas ...................................................................96
Investigação de Passivos Ambientais..........................................................................................97
Regulação de Uso do Solo ...........................................................................................................98
PARECER DA VIABILIDADE JURÍDICA ..................................................................................... 98

CAPITULO 4 – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ............................................................................... 100


CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ............................................... 100
Meios Físico e Biótico................................................................................................................101
Meio Socioeconômico ...............................................................................................................102
CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ............................................. 103
Meio Socioeconômico ...............................................................................................................104
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO ....................................................................... 104
Aspectos Climáticos ..................................................................................................................107
Análise Hidrológica da Região de Estudo..................................................................................111
Estudos Hidrológicos .................................................................................................................114
Análise da Geologia...................................................................................................................156
Geomorfologia e Relevo ...........................................................................................................163
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO .................................................................... 184
Área de Influência Indireta (AII) ................................................................................................184

6
Área de Influência Direta e Diretamente Afetada (AID e ADA) ................................................212
Fauna .........................................................................................................................................250
Diagnóstico Ambiental do Meio Socioeconômico (Meio Antrópico)..................................... 284
Apresentação ............................................................................................................................284
Contextualização .......................................................................................................................284
Principais Características Sociais e Econômicas do Município .................................................291
Características Socioeconômicas da População Afetada..........................................................313
Plano de Reassentamento Involuntário (PRI) – Documento Completo Incluso no TOMO II –
Volume 2 ...................................................................................................................................325

CAPÍTULO 5 – PROGNÓSTICO AMBIENTAL .............................................................................. 326


Introdução ......................................................................................................................... 326
Metodologia Aplicada para Avaliação de Impactos Ambientais ........................................... 327
Procedimentos para a Ponderação dos Impactos ....................................................................328
Procedimentos para a identificação e Avaliação dos Impactos ...............................................334
Algumas Medidas Relativas aos Impactos Ambientais Sobre o Meio Biótico ..........................345
Impactos sobre o meio físico, biótico e socioeconômico - medidas mitigadoras propostas ...346
Descrição dos impactos Identificados para a Implantação da Via Lagunar .............................350
Descrição dos Impactos Identificados com a Implantação das Obras das Unidades
Residenciais, Comerciais, Cras/Creas, Creches, Galpão Comunitário, Posto da Guarda Civil,
Parque Lagunar e Reservatório de Detenção da Macro Drenagem .........................................414
Impactos Cumulativos...............................................................................................................468

CAPITULO 6 – PROGRAMAS, PLANOS DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL .......... 479


DESENVOLVIMENTO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS ESPECÍFICOS ...................................... 487
Programa de Gestão dos Resíduos da Demolição das Habitações Precárias ...........................487
Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Cívil - PGRCC .................................490
Programa de Educação Ambiental............................................................................................529
Programa de Comunicação Social.............................................................................................542
Programa de Treinamento e Capacitação de Colaboradores ...................................................546

7
Programa de Saúde dos Colaboradores e Comunidades Envolvidas .......................................548
Programa de Controle de Ruídos e Emissões Atmósféricas .....................................................552
Programa de Monitoramento de Supressão Vegetal ...............................................................557
Programa de Monitoramento das Águas Superficiais ..............................................................561
Programa de Recuperação de Área Degradada........................................................................567
QUADRO RESUMO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS ............................................................ 652

CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE IMPÁCTO AMBIENTAL DO PROGRAMA DE


REQUALIFICAÇÃO URBANA DA ORLA LAGUNAR DE MACEIÓ ................................................... 653

8
APRESENTAÇÃO

Entre as décadas 1960 e 1980, o Brasil se deparou com o inchamento das suas cidades
com a intensificação do êxodo rural e a consequente queda na qualidade de vida dos
indivíduos que residiam nesses locais. Segundo estudos publicados pela Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o êxodo rural, nas duas primeiras
décadas citadas, contribuiu com quase 20% de toda a urbanização do país, passando
para 3,5% entre os anos 2000 e 2010. Nesse contexto, formaram-se os maiores
problemas vivenciados pelas grandes metrópoles brasileiras. A invasão de áreas
protegidas, a ausência de planejamento e a precariedade das habitações - retratos da
realidade dos municípios populosos do Brasil.

Uma das motivações desta situação é a crise do modelo de desenvolvimento brasileiro,


cruel e excludente, que é marcado, especialmente, pela concentração de renda. As
consequências mais marcantes são observadas por alguns problemas caóticos, entre
eles: violência urbana – gastos infinitos com a segurança pública; tráfico de drogas; caos
no trânsito; vias saturadas e mal planejadas; transportes urbanos ineficientes e
insuficientes; discriminação e preconceitos; poluição hídrica – córregos, lagoas, lagos,
rios; moradias desconfortáveis em suas margens; aglomerados urbanos sem
infraestrutura; poluição atmosféricaestrutura e poluição visual.

A ocupação urbana promove o crescente desmatamento e a impermeabilização do solo.


O resultado disso se demonstra no assoreamento de rios e córregos com a assiduidade
ainda maior de cheias e inundações, que atingem justamente os estratos mais pobres da
população. O desajuste entre o aumento da população humana e os espaços destinados
à sua ocupação resultou em uma significativa pressão sobre o meio físico urbano, tendo
resultados variados, tais como: poluição do ar, do solo, das águas, ocasionando
enchentes, deslizamentos, etc.

9
A ocupação irregular das APPs é resultante do crescimento acelerado e desordenado das
cidades. No que diz respeito ao manguezal, que existia outrora na área ocupada, é
importante observar que, no Brasil, essa ocupação danosa é mais flagrante por suas
consequências. Como a previsão das ocorrências é muito complexa, elas são atribuídas,
na maioria das vezes, a desastres naturais, num cômodo alinhamento com as enchentes,
chuvas, e etc., não associando a relação que esses processos têm com as condições de
vidas humanas que se estabelecem nesses espaços.

Nesta conjuntura, a acelerada urbanização, associada à inexistência de planejamentos e


crises econômicas, provoca total desorganização no uso do solo, o que dá origem a
ocupações desordenadas dos bairros das periferias das grandes cidades, como o de
objeto de atuação deste programa, o Bom Parto, sem nenhuma infraestrutura provocando
a destruição de áreas verdes e de recursos naturais, como também provoca a saturação
dos serviços públicos.

Uma das características marcantes da ocupação desordenada da região do programa são


as favelas ocupando a planície fluvial (margens de córregos, lagoas e rios) em área
periférica. Já os processos de violência e degradação ambiental, indicadores importantes
de má qualidade de vida urbana, são gerados principalmente a partir de assentamentos
irregulares, como loteamentos clandestinos e ocupação de áreas de risco.

Diante dos problemas identificados na área do programa, medidas deverão ser adotadas
para mitigá-los, tais como a atuação do Estado nas áreas de segurança pública,
saneamento básico, habitação, planejamento urbano, planejamento social e ambiental.
Algumas das ações são: transferência dos moradores que vivem em condições sub-
humanas para unidades multifamiliares; planejamento de vias locais; construção de áreas
de lazer, centro de saúde, comércio e rede de tratamento do esgoto, além de drenagem,
transporte público eficiente e desenvolvimento de políticas que contribuam para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem na comunidade da área do
programa.

10
A correção de erros cometidos no passado pelo não planejamento do uso e ocupação do
solo é uma tarefa difícil e de longo prazo, mas deve ser o primeiro objetivo do Estado em
todas as esferas, seja Federal, Municipal ou Estadual, independentemente da corrente
política que esteja no poder. Para isso, é necessário que haja integração entre as
dimensões econômicas e sociais na criação de novas estratégias, visando a um melhor
planejamento das cidades. Dentro dessas considerações, precisamos buscar com esse
programa a melhor qualidade de vida de todos os cidadãos que fazem parte da
comunidade do Bom Parto e que não estão vivendo hoje em condições que lhe tragam
dignidade, saúde e bem-estar.

11
INTRODUÇÃO

Desde a década de 1980 já existia uma forte discussão a respeito da Avaliação de


Impacto Ambiental (AIA), crescendo ainda mais em 1986, com a edição da Resolução
CONAMA n° 01/86. Com o tempo, estabeleceu-se o vínculo do processo de AIA com o de
licenciamento ambiental.

A delimitação das áreas de influência, que são as áreas onde são esperados os impactos
(positivos e negativos), mediante a instalação de um determinado empreendimento, é o
ponto de partida para a elaboração do Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA).

Segundo IAP (1999) a definição da área de influência de um empreendimento pode ser


considerada uma das tarefas mais difíceis e complexas dentro da AIA. Ainda mais quando
vislumbramos a complexidade do CELMM, onde qualquer alteração pode gerar impactos
ainda pouco estudados, em razão da vastidão da região.

Segundo o Ministério Público Federal (2004 e 2007), a área de influência deverá ser
delimitada para cada fator do ambiente natural e para os componentes culturais,
econômicos, sociais e políticos, devendo ser apresentados e justificados os critérios
utilizados em sua definição.

Vale ressaltar que o AIA também integra as políticas e diretrizes ambientais do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (OP-703/79 e GN-2208-4). Buscando adequação,
utilizamos o Termo de Referência do PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA DA
ORLA LAGUNAR DE MACEIÓ (BR – L1430).

12
CAPÍTULO 1 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió foi elaborado dentro


de uma visão de planejamento multidisciplinar, que requereu perfeita integração entre os
setores urbanísticos, como socioeconômico, uso e ocupação do solo, mobilidade,
arquitetura, paisagismo e ambientais, e será implantado na cidade de Maceió
especificamente no território que abrange os Bairros do Bom Parto, Mutange e
Bebedouro.

Além da construção de unidades habitacionais, o Programa terá ações de urbanização,


implantação de uma Via Lagunar e recuperação da Área de Preservação Permanente –
APP no local onde ocorrerá a remoção das residências irregulares, implantação de rede
de esgotamento sanitário, macro e micro drenagem em todo o território do Programa,
melhorias no abatecimento de água tratada e mais: construção de creches e escola de
nível fundamental, reforma e implantação de áreas de lazer, recuperação paisagística,
implementação dos programas sociais e ambientais e outras ações de melhoria da
qualidade de vida da população.

A previsão de prazo para a execução total do Programa é de 42 meses; a primeira e a


segunda etapa serão executadas em 18 meses cada uma e a terceira, que já não
envolverá a produção de unidades habitacionais ou comerciais, consumirá os derradeiros
seis meses.
Não haverá necessidade de fazer dragagem na área de influência do Programa, no trecho
da Lagoa Mundaú localizado no perímetro do bairro do Bom Parto.

O fato de ocorrer ou não a dragagem não influência tecnicamente, de forma alguma, o


bom funcionamento da drenagem projetada para o bairro do Bom Parto.

Em função de racionalização do cronograma, serão atendidas as limitações espaciais e


de tempo, tanto para a urbanização, quanto para as fases de execução da Via Lagunar e
da restauração paisagística da antiga faixa de manguezal.

13
No tocante ao reassentamento necessário para a abertura de frentes para a implantação
do Programa, o censo realizado em 2017 nas áreas de remoções, identificou um total
2.487 imóveis diretamente atingidos, onde residem 2.272 famílias, sendo 429 famílias
ocupando esses imóveis na condição de inquilinas.

Identificou também 38 estabelecimentos comerciais funcionando na área de intervenção


direta e a existência de 177 terrenos baldios ou com construções inacabadas, conforme
apresentado na tabela abaixo:

Áreas de remoção, quantidade de imóveis por uso

USO QTD %
RESIDENCIAL 2220 90
COMERCIAL 38 1
MISTO (Res/Com) 52 2
TERRENO 177 7
TOTAL 2487 100

Com relação a situação de ocupação desses imóveis, o que é utilizado como


orientaçãode elegibilidade às diferentes alternativas de reassentamento, 1.871 famílias
são proprietárias de suas benfeitorias habitacionais e/ou comerciais, independentemente
da situação legal de ocupação do terreno, como mostra a tabela apresentada a seguir.

Áreas de remoção, situação de ocupação dos imóveis

SITUAÇÃO QTD %
PROPRIETÁRIO 1871 79
ALUGADO 429 15
CEDIDO 10 0
TERRENO SEM MORADOS 177 6
TOTAL 2487 100

14
EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS

Escolas

A proposta para o atendimento da população situada na faixa etária correspondente ao


ensino fundamental passou pela eventual reforma da antiga escola que atendia na
Avenida Marechal Hermes, interditada em razão de deslizamentos da encosta ao fundo
da edificação.

Verificou-se, porém, que o comprometimento estrutural decorrente desses deslizamentos


implicaria na irracionalidade da proposta, no prazo de implantação do Programa de
Requalificação.

Para solucionar a questão do equipamento escolar, a Secretaria de Educação da


Prefeitura de Maceió indicou a área apresentada na figura, no baricentro demográfico do
bairro, para uma futura nova edificação.

Será construído um edifício de educação infantil que estrategicamente foi locado no


centro do terreno, longe dos ruídos e perigos associados à circulação de automóveis.
Este equipamento está localizado na área 1 do Programa.

15
Creches

As pesquisas socioeconômicas evidenciaram o grande anseio da população por ter a


creche à sua disposição. Para chegar-se à quantificação de vagas, em período integral,
foram considerados o número potencial de crianças, quantidade de mães empregadas,
tipo de emprego (mensalista, diarista...) e coabitação com parentes mulheres que
contribuem com a assistência às crianças.

 Creche atual no bairro: particular

Creches futuras: públicas

16
Os edifícios de educação infantil projetados são térreos com cerca de 4,40m de altura,
29,00 m de largura e 43,40m de comprimento, que estão inseridos nos miolos de quadra
das áreas reurbanizadas em posições estratégicas em relação aos edifícios habitacionais
e arruamentos do entorno.

O projeto é constituído por: sala dos professores, sala multiuso, salas de aula, berçário,
fraldário, lactários, higienização, rouparia, vestiários, lavanderia, despensa copa cozinha,
almoxarifado, sanitários, solário, pátios (coberto e descoberto), refeitório, área para
secagem de roupas e acesso principal e de serviços.

17
Centro Comunitário

Desde os primeiros contatos com a comunidade, evidenciou-se a importância desse


equipamento, já manifestada pelos órgãos afins da Prefeitura de Maceió, resultando
incorporarem-se ao projeto espaços para cursos de artesanato, danças folclóricas,
pequenas apresentações e outras atividades comunitárias. Um dimensionamento mais
adequado é apresentado sinteticamente no texto inserido a seguir.

18
O edifício do Centro Comunitário foi concebido com o objetivo de prover infraestrutura e
de abrigar atividades e reuniões promovidas pela comunidade local. Trata-se de um
pequeno edifício térreo com 1 auditório, 2 salas multiuso, 1 escritório/sala de reunião,
refeitório, cozinha, sanitários e um pátio coberto.

O centro comunitário foi estrategicamente localizado no centro da nova área a ser


urbanizada, próximo à nova via lagunar e ao campo de futebol.

a) Programa de Espaços e Atividades

b) Perspectivas do Projeto Básico

19
20
Campo de Futebol

Em área pouco superior a 6.000 m², o campo já existente, espaço idolatrado, como de
praxe, em todo o país, situado à margem da futura Via Lagunar, aproximadamente a meia
distância do eixo longitudinal do bairro.
O campo de futebol será reconstruído acima da laje do piscinão semienterrado e, com
isso, não poderá ser considerado como área permeável. Sendo assim, decidiu-se que tal
equipamento de lazer seria pavimentado com grama sintética, garantindo assim um
menor custo-benefício na sua manutenção ao longo do tempo.

Ilustram-se, a seguir, as situações atual e futura do campo, em imagens com ângulos de


perspectiva próximos.

21
Situação Atual

22
Situação Projetada

Situação Projetada

23
Situação Projetada

Edifício de Apoio da Prefeitura

O Edifício de Apoio foi concebido com o objetivo de abrigar as seguintes estruturas: sala
de controle da sala de bombas do piscinão, bebedouros de apoio ao campo de futebol,
posto policial, sala multiuso e sanitários. Ele foi estrategicamente locado junto ao campo
e ao piscinão uma vez que suas funções estão diretamente ligadas.

Situação Projetada

24
Situação Projetada

Situação Projetada

Parque Lagunar

O Parque Lagunar, com 9.000m2e cerca de 1.000m de extensão, terá duas áreas de
recreação e lazer com equipamentos de exercícios físicos, deck e solarium (Figura No 3).

25
Ao longo do Parque Lagunar, para caminhadas, contemplação da paisagem e acesso aos
Parques de Recreação e Lazer será implantada uma passarela suspensa de 2,5m de
largura

Sítio do Parque Lagunar.

Parque Lagunar, detalhe da passarela suspensa.

26
27
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 1

A chamada “Área 1” foi alocada em um grande terreno industrial (de cerca de 17.700 m²)
ocupado predominantemente pela Salgema Industrias Químicas S/A e habitado apenas
por 2 famílias. Um grande número de unidades habitacionais será alocado nesta área,
minimizando assim os impactos sociais da realocação de famílias para fora do bairro
nesta fase inicial.

O terreno é cortado por uma importante linha de drenagem que concentra e organiza o
escoamento de águas tanto da parte baixa quanto da alta de trechos da cidade no
entorno. Dentro da “Área 1” esta linha de drenagem é materializada como um canal a
céu aberto com generosas margens de vegetação. Assim, esta linha de infraestrutura
passa a ser incorporada urbanisticamente como um qualificador positivo do espaço
urbano, ao invés de passar despercebido ou até impactar negativamente no entorno
onde foi inserido sem o devido cuidado.

28
No terreno serão implantados 18 dos edifícios habitacionais (com ou sem térreos
comerciais) totalizando 340 novas moradias, 1 escola de educação infantil além de
pequenas construções de apoio, tais como reservatórios de água e gás.

Os edifícios habitacionais organizam o terreno e, implantados de forma perpendicular


entre si, delimitam praças, alamedas e eixos de circulação de pedestres. O canal de
drenagem e suas arborizadas margens reforçam um importante eixo que liga a Rua
General Hermes até a nova Via Lagunar.

As 20 unidades comerciais propostas na “Área 1” concentram-se nos térreos dos


edifícios junto às 2 vias carroçáveis que margeiam o terreno. Algumas dessas unidades
infiltram-se no miolo da quadra justamente ao longo das alamedas junto ao canal de
drenagem.

A tabela abaixo resume o número de edifícios residenciais por tipo na “área 1”:

QUANTIDADE DE EDIFÍCIO RESIDENCIAIS

TIPO DE EDIFÍCIO
CÓDIGO DO TIPO D
TIPO C
EDIFÍCIO TIPO A TIPO B (Habitação
(Habitação +
(Habitação) (Comércio) Acessível +
Comércio)
Comércio)
1.1 X
1.2 X
1.3 X
1.4 X
1.5 X
1.6 X
1.7 X
1.8 X

29
1.9 X
1.10 X
1.11 X
1.12 X
1.13 X
1.14 X
1.15 X
1.16 X
1.17 X
1.18 X

TOTAL POR
10 2 6
TIPO

TOTAL 18

Será construído um edifício de educação infantil que estrategicamente foi locado no


centro do terreno, longe dos ruídos e perigos associados à circulação de automóveis.
Foram criadas duas praças justapostas a este edifício escolar: 1 pequena praça
triangular de onde se acessa este equipamento público; e outra mais generosa, que
enquadra a empena lateral da escola e faz uma importante transição de níveis do terreno
através de uma suave escada-rampa de generosas dimensões.

Um bolsão de estacionamento linear para 43 vagas foi criado ao longo da lateral


sudoeste do terreno. Seguindo as diretrizes do estudo de tráfego de veículos, ele é
acessado apenas pela Rua General Hermes, não se conectando à nova Via Lagunar.
Bicicletários foram também concentrados em 3 pontos: junto às vias carroçáveis (nova
Via Lagunar, à Rua General Hermes) e num ponto próximo ao centro do terreno. No total
foram criadas 104 vagas de bicicletas.

A tabela abaixo resume os números de unidades implantadas na “área 1”:

30
TOTAL DE HABITAÇÕES
TOTAL DE
NOVAS NOVAS COMÉRCIOS
HABITAÇÕES
HABITAÇÕES ACESSÍVEIS

328 12 340 20

Foram criados generosos canteiros para plantio de vegetação junto aos edifícios de
habitação fazendo com que 23% do terreno seja 100% permeável. Tais canteiros
distanciam a circulação de pedestres das janelas e elementos vazados da fachada dos
edifícios, dando assim privacidade às unidades localizadas nos pavimentos mais baixos.

Os abrigos para cilindros de gás foram estrategicamente locados junto às vias por onde
os caminhões abastecedores pudessem acessá-los. São pequenas construções de
alvenaria e concreto (de aproximadamente 4 metros de largura, 3 metros de
comprimento e 3 de altura) fechadas com portas em gradis, mantendo assim uma
ventilação permanente. Com isso, 3 abrigos com suas respectivas baias de
estacionamento foram locados em 3 dos 4 vértices do terreno. Maiores informações
sobre o sistema e sua distribuição estão descritas no memorial específico.

Os reservatórios de água foram projetados em anéis pré-moldados de concreto


sobreposto até uma altura de aproximadamente 10 m. Eles foram distribuídos junto às
partes mais altas do terreno, visando mitigar o esforço das bombas de distribuição. Além
disso, buscou-se locá-las de forma a não obstruir ou interferir significativamente nas
aberturas e janelas dos apartamentos.

Todos os pavimentos das calçadas e passeios de pedestres nas bordas e miolos das
quadras serão executados com blocos de concreto intertravado 20x10x10 cm rejuntados
com areia. Com isso, mesmo fora dos canteiros, algum grau de permeabilidade estará
garantido.

Com o objetivo de assegurar a estrutura das vias por onde circulam veículos leves e,
eventualmente, veículos pesados, o bolsão de estacionamento será pavimentado com
paralelepípedos rejuntados com cimento.

31
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 2

Com cerca de 15.000 m² a chamada “Área 2” foi projetada próxima à estação Bom Parto
e junto à Avenida Francisco de Meneses. É composta de um quarteirão de
aproximadamente 100m x 100m junto à avenida, um terreno de aproximadamente 700
m² junto à nova Via Lagunar e uma ligação entre esses 2 terrenos.

O quarteirão de 100m x 100m é definido pela Rua do Campo a sudoeste, pela Avenida
Francisco de Meneses a noroeste e pela Rua Francisco no sudeste. A face sudoeste
atualmente é definida apenas parcialmente por uma viela sem nome. Assim, tal viela foi
alargada e continuada até se unir à Rua Francisco. O ponto mais alto deste terreno se
localiza na esquina norte e será mantido na cota + 3,77 m.

Este terreno é circundado por ruas existentes que serão mantidas e, portanto, as
calçadas deste novo quarteirão acompanharão o relevo original. O ponto mais baixo está
na esquina sul, localizada na cota + 1,58 m. Neste ponto, o lote foi alteado cerca de 1
metro, ficando na cota + 2,60 m. A mesma ação foi adotada na esquina leste do lote que,
com o alteamento de cerca de 0,60 m, foi elevado à cota 2,37 m. Com isso, as águas
pluviais superficiais e enterradas podem ser naturalmente direcionadas para a esquina
sul do terreno e, posteriormente, para o canal novo de drenagem, sem passar portanto
pelo sistema de bombeamento do reservatório de detenção de águas (“piscinão”). Além
disso, o local fica totalmente protegido das cheias e marés.

Os edifícios habitacionais organizam o terreno e, implantados de forma perpendicular


entre si, delimitam praças, alamedas e eixos de circulação de pedestres. Neste novo
quarteirão foram implantados 12 edifícios de habitação (com e sem térreos comerciais), 1
quadra poliesportiva, além de pequenas construções de apoio, tais como reservatórios
de água e gás.

As unidades comerciais propostas concentram-se nos térreos dos edifícios junto a 2 vias
carroçáveis mais movimentadas: a Av. Francisco de Meneses e a Rua São Francisco. A

32
quadra poliesportiva foi alocada estrategicamente no centro do terreno, longe do
movimento dos automóveis.

A tabela abaixo resume o número de edifícios residenciais por tipo na “área 2”.

QUANTIDADE DE EDIFÍCIO RESIDENCIAIS

TIPO DE EDIFÍCIO

CÓDIGO DO EDIFÍCIO TIPO D


TIPO C
TIPO A TIPO B (Habitação
(Habitação +
(Habitação) (Comércio) Acessível +
Comércio)
Comércio)

2.1 X
2.2 X
2.3 X
2.4 X
2.5 X
2.6 X
2.7 X

33
2.8 X
2.9 X
2.10 X
2.11 X
2.12 X

TOTAL POR TIPO 7 1 4

TOTAL 12

Um bolsão de estacionamento linear para 16 vagas foi criado permeando o terreno e


fazendo a ligação entre a nova via criada e a rua São Francisco. Bicicletários foram
também concentrados no miolo do quarteirão, junto à quadra poliesportiva. No total
foram criadas 48 vagas para bicicletas.

Os abrigos para cilindros de gás foram estrategicamente locados junto às vias por onde
os caminhões abastecedores pudessem acessá-los. São pequenas construções de
alvenaria e concreto (de aproximadamente 4 metros de largura, 3 metros de
comprimento e 3 de altura) fechadas com portas em gradis, mantendo assim uma
ventilação permanente. Com isso, 3 abrigos com suas respectivas baias de
estacionamento de caminhões foram locados em 3 pontos do terreno. Maiores
informações sobre o sistema e sua distribuição estão descritas no memorial específico.

Os reservatórios de água foram projetados em anéis pré-moldados de concreto


sobrepostos até uma altura de aproximadamente 10 m. Foram distribuídas junto às
partes mais altas do terreno, visando mitigar o esforço das bombas de distribuição. Além
disso, buscou-se locá-las de forma a não obstruir ou interferir significativamente nas
aberturas e janelas dos apartamentos.

A ligação entre as 2 áreas foi projetada a partir do alargamento da calha da Rua São
Francisco desde a Av. Francisco de Meneses até a nova Via Lagunar e da criação de
uma importante linha de drenagem que concentra e organiza o escoamento de águas
34
tanto da parte baixa quanto da alta de trechos da cidade no entorno até a Lagoa do
Mundaú. Dentro da “Área 2” esta linha de drenagem é materializada como um canal a
céu aberto com generosas margens de vegetação. Assim esta infraestrutura passa a ser
incorporada urbanisticamente como um qualificador positivo do espaço urbano, ao invés
de passar despercebido ou até impactar negativamente no entorno onde inserido sem o
devido cuidado.

A Rua Francisco de Meneses não se conecta à nova Via Lagunar já que uma rotatória de
retorno foi inserida antes do cruzamento dessas vias. Tal atitude atende às diretrizes do
estudo de tráfego de veículos.

No trecho final da nova via alargada foi criado um pequeno terreno delimitado pelas ruas
Vilela, Via Lagunar e uma via sem nome. Ele foi alocado na cota + 2,10 m, em nível com
a nova Via Lagunar. Com isso, o sistema de drenagem direciona as águas para a Lagoa
Mundaú sem passar pelo sistema do piscinão e fica totalmente protegido das cheias e
marés. Neste terreno, foi implantado um edifício de habitação com térreo comercial.

Foram criados canteiros para plantio de vegetação junto aos edifícios de habitação
fazendo com que, na totalidade dos lotes da “Área 2”, 20% do terreno sejam 100%
permeáveis. Tais canteiros distanciam a circulação de pedestres das janelas e elementos
vazados da fachada dos edifícios, dando assim privacidade às unidades localizadas nos
pavimentos mais baixos.

A tabela abaixo resume os números de unidades implantadas na “área 2”:

HABITAÇÕES
HABITAÇÕES TOTAL DE
NOVAS COMÉRCIOS
NOVAS HABITAÇÕES
ACESSÍVEIS

220 8 228 12

PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 3

Com cerca de 14.500 m² a chamada “Área 3” foi projetada próxima à estação Bom Parto
e junto à Avenida Francisco de Meneses. Ela ocupa o miolo de um grande quarteirão
35
entremeado por vielas e construções precárias que fica entre a Rua Dr. Luís Eugênio e
Rua São Sebastião. A chamada “área 4” faz parte da intervenção neste mesmo
quarteirão, mas, por uma questão de faseamento das obras e desapropriações, foi
separada da “área 3”.

A nova área a ser urbanizada nesta fase é definida pelo fundo dos lotes localizados nas
ruas Dr. Luiz Eugênio e São Sebastião. Esta faixa irregular se estende desde a Av.
Francisco de Meneses até o alinhamento aproximado da rua dr. Leite Jr.

O terreno tem uma suave declividade que desce cerca de 70 centímetros desde sua face
mais elevada junto à avenida (na cota + 3,50 m) até o miolo da quadra no alinhamento
da rua Dr. Leite Jr. Não foram necessários aterros significativos nesta área a fim de
garantir que as águas pluviais superficiais e enterradas fossem naturalmente
direcionadas para a Lagoa do Mundaú e sem passar, portanto, pelo sistema de
bombeamento do reservatório de detenção de águas (“piscinão”). Além disso, o local
naturalmente já estava protegido das cheias e marés.

Os edifícios habitacionais organizam o terreno e, implantados de forma perpendicular


entre si, delimitam praças, alamedas e eixos de circulação de pedestres. Um grande
boulevard marca o eixo principal de circulação de pedestres no terreno: ele se inicia na
Av. Francisco de Meneses e cruza toda a “área 3” margeando o fundo dos lotes da rua
Dr. Luís Eugênio. Este boulevard tem continuidade na “área 4” e, assim, faz a ligação
com a nova Via Lagunar.

Neste novo quarteirão foram implantados 14 edifícios de habitação (com e sem térreos
comerciais), além de pequenas construções de apoio, tais como reservatórios de água e
gás. As unidades comerciais propostas concentram-se nos térreos dos edifícios
implantados ao longo do boulevard.

A tabela abaixo resume o número de edifícios residenciais por tipo na “área 3”:

QUANTIDADE DE EDIFÍCIO RESIDENCIAIS


CÓDIGO
TIPO DE EDIFÍCIO
DO EDIFÍCIO

36
TIPO D
TIPO C
TIPO A TIPO B (Habitação
(Habitação +
(Habitação) (Comércio) Acessível +
Comércio)
Comércio)
3.1 X
3.2 X
3.3 X
3.4 X
3.5 X
3.6 X
3.7 X
3.8 X
3.9 X
3.10 X
3.11 X
3.12 X
3.13 X
3.14 X

TOTAL POR TIPO 9 5

TOTAL 14

Um grande bolsão de estacionamento foi criado permeando o terreno. Com suas 86


vagas, ele serve tanto à “área 3” quanto à “área 4” e é acessado pela Rua São Sebastião
em 2 pontos. Bicicletários foram também concentrados junto às vias de leito carroçável
em 3 pontos. No total, foram criadas 72 vagas para bicicletas.

Os abrigos para cilindros de gás foram estrategicamente locados junto às vias por onde
os caminhões abastecedores pudessem acessá-los. São pequenas construções de
alvenaria e concreto (de aproximadamente 4 metros de largura, 3 metros de
comprimento e 3 de altura) fechadas com portas em gradis, mantendo assim uma

37
ventilação permanente. Com isso, 3 abrigos com suas respectivas baias de
estacionamento de caminhões foram locados em 3 pontos do terreno. Maiores
informações sobre o sistema e sua distribuição estão descritas no memorial específico.

Os reservatórios de água foram projetados em anéis pré-moldados de concreto


sobrepostos até uma altura de aproximadamente 10 m. Foram distribuídas junto às
partes mais altas do terreno, visando mitigar o esforço das bombas de distribuição. Além
disso, buscou-se locá-las de forma a não obstruir ou interferir significativamente nas
aberturas e janelas dos apartamentos.

Foram criados grandes canteiros para plantio de vegetação junto aos edifícios de
habitação fazendo com que 23% do terreno sejam 100% permeável. Tais canteiros
distanciam a circulação de pedestres das janelas e elementos vazados da fachada dos
edifícios, dando assim privacidade às unidades localizadas nos pavimentos mais baixos.

A tabela abaixo resume os números de unidades implantadas na “área 3”:

HABITAÇÕES
HABITAÇÕES TOTAL DE
NOVAS COMÉRCIOS
NOVAS HABITAÇÕES
ACESSÍVEIS

260 10 270 10

PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 4

Com cerca de 36.500 m² a chamada “Área 4” é a maior área do projeto de reurbanização.


Foi projetada preponderantemente ao longo da nova Via Lagunar num trecho que vai
desde a Rua São Francisco até a Rua São Sebastião. Trata-se também da continuidade
da “área 3”, que se inicia junto à Av. Francisco de Meneses, ligando-a à Lagoa do
Mundaú. Este trecho reorganiza o miolo de um grande quarteirão entremeado por vielas e
construções precárias.

O terreno tem uma suave declividade que desce cerca de 70 centímetros desde sua face
mais elevada junto à área 3 (na cota + 2,70 m) até o grande calçadão da nova Via
Lagunar na cota + 2,00 m. Para atingir a cota desta via um grande trecho da área foi
38
aterrada de 1,70 m a 1,00 m e, com isso, foi possível garantir que as águas pluviais
superficiais e enterradas fossem naturalmente direcionadas para a Lagoa do Mundaú e
sem passar, portanto, pelo sistema de bombeamento do reservatório de detenção de
águas (“piscinão”). Além disso, o local passou a ser protegido das cheias e marés.

Na extremidade sudoeste da área, num quarteirão formado pelas ruas Dr. Luís Zagalo,
Dr. Leite Jr e Travessa Dr. Leite Jr., atualmente existe um campo de futebol de terra
batida. Este local foi escolhido para a construção de um grande reservatório de detenção
de águas pluviais (“piscinão). O campo de futebol será reconstruído acima da laje do
piscinão semienterrado e, com isso, não poderá ser considerado como área permeável.
Sendo assim, decidiu-se que tal equipamento de lazer seria pavimentado com grama
sintética, garantindo assim um menor custo-benefício na sua manutenção ao longo do
tempo.

Próximo ao campo/piscinão foi implantado um edifício de apoio com sanitários,


bebedouros, posto policial, sala de controle das bombas do piscinão e salas multiuso.
Este edifício é descrito com mais detalhes em um memorial específico.

Ainda próximo a esta área central do bairro, junto a uma nova praça rebaixada, foi
implantado um centro comunitário. Este pequeno edifício térreo provê infraestrutura para
atividades de interesse da comunidade do bairro.

Foi também implantado nesta área um edifício de educação infantil. Ele foi
estrategicamente locado numa parte central do terreno, no miolo desta grande quadra,
longe dos ruídos e perigos associados à circulação de automóveis.

Os edifícios habitacionais organizam o terreno e, implantados de forma perpendicular


entre si, delimitam praças, alamedas e eixos de circulação de pedestres. Um grande
boulevard marca o eixo principal de circulação de pedestres no terreno: ele se inicia na
Via Lagunar e cruza toda a “área 4” perpendicularmente até encontrar a ”área 3”. Com
isso, o boulevard estabelece uma importante rota de pedestres entre as 2 grandes vias
do novo bairro: A via Lagunar e a Av. Francisco de Meneses.

39
Assim, nesta nova área foram implantados 35 edifícios de habitação (com e sem térreos
comerciais),1 escola de educação infantil, 1 centro comunitário, 1 edifício de apoio, 3
quadras poliesportivas, além de pequenas construções de apoio, tais como reservatórios
de água e gás. As unidades comerciais propostas concentram-se nos térreos dos
edifícios implantados ao longo do boulevard, da Via Lagunar e da Rua São Sebastião.

A tabela abaixo resume o número de edifícios residenciais por tipo na “área 4”:

QUANTIDADE DE EDIFÍCIO RESIDENCIAIS

TIPO DE EDIFÍCIO
CÓDIGO DO TIPO D
TIPO C
EDIFÍCIO TIPO A TIPO B (Habitação
(Habitação +
(Habitação) (Comércio) Acessível +
Comércio)
Comércio)
4.1 X
4.2 X
4.3 X
4.4 X
4.5 X
4.6 X
4.7 X
4.8 X

40
4.9 X
4.10 X
4.11 X
4.12 X
4.13 X
4.14 X
4.15 X
4.16 X
4.17 X
4.18 X
4.19 X
4.20 X
4.21 X
4.22 X
4.23 X
4.24 X
4.25 X
4.26 X
4.27 X
4.28 X
4.29 X
4.30 X
4.31 X
4.32 X
4.33 X
4.34 X
4.35 X

TOTAL POR
16 4 5 10
TIPO

TOTAL 35

41
Dois grandes bolsões de estacionamento foram criados permeando o terreno. O bolsão
mais a leste possui 30 vagas e é contínuo ao bolsão localizado na “área 3” e, portanto, é
acessado pela Rua São Sebastião em 2 pontos. O segundo bolsão fica a oeste do
terreno, com 54 vagas, e pode ser acessado pela Rua Vilela e pela Rua Dr. Leite
Jr.Bicicletários foram também dispersados ao longo do terreno criando 182 vagas para
bicicletas.
Os abrigos para cilindros de gás foram estrategicamente locados junto às vias por onde
os caminhões abastecedores pudessem acessá-los. São pequenas construções de
alvenaria e concreto (de aproximadamente 4 metros de largura, 3 metros de
comprimento e 3 de altura) fechadas com portas em gradis, mantendo assim uma
ventilação permanente. Com isso, 3 abrigos com suas respectivas baias de
estacionamento de caminhões foram locados em 3 pontos do terreno. Maiores
informações sobre o sistema e sua distribuição estão descritas no memorial específico.
Os reservatórios de água foram projetados em anéis pré-moldados de concreto
sobrepostos até uma altura de aproximadamente 10 m. Foram distribuídos de forma a
não obstruir ou interferir significativamente nas aberturas e janelas dos apartamentos.
Foram criados grandes canteiros para plantio de vegetação junto aos edifícios de
habitação fazendo com que 15% do terreno sejam 100% permeáveis. Tais canteiros
distanciam a circulação de pedestres das janelas e elementos vazados da fachada dos
edifícios, dando assim privacidade às unidades localizadas nos pavimentos mais baixos.
A tabela abaixo resume os números de unidades implantadas na “área 4”:

HABITAÇÕES
HABITAÇÕES TOTAL DE
NOVAS COMÉRCIOS
NOVAS HABITAÇÕES
ACESSÍVEIS

634 20 654 46

42
PROJETO DE URBANIZAÇÃO DA ÁREA 5

Com cerca de 15.700 m² a chamada “Área 5” será a última área a ser implantada no
projeto de reurbanização. Foi projetada preponderantemente ao longo da nova Via
Lagunar num trecho que vai desde a Rua São Sebastião até a Rua Nova.

O terreno original foi aterrado cerca de 1,00 m a fim de elevá-lo até próximo à cota +2,00
m da nova Via Lagunar. A nova configuração é praticamente plana com pequenas
variações que visam principalmente ao escoamento das águas pluviais de superfície em
direção à Lagoa. Assim foi possível garantir que as águas pluviais não passassem pelo
sistema de bombeamento do reservatório de detenção de águas (“piscinão”). Além disso,
o local passou a ser protegido das cheias e marés.

Os edifícios habitacionais organizam o terreno e, implantados de forma perpendicular


entre si, delimitam praças, alamedas e eixos de circulação de pedestres. A perspectiva
vista a partir do eixo da Rua Brejal em direção à Lagoa foi mantida já que nenhum
edifício foi ali implantado.

Um edifício de educação infantil foi estrategicamente locado numa parte central do


terreno, longe dos ruídos e perigos associados à circulação de automóveis. Duas
generosas praças arborizadas complementam este miolo de quadra e qualificam o
entorno e acesso da escola.

Nesta nova área foram implantados 16 edifícios de habitação (com e sem térreos
comerciais), 1 escola de educação infantil, além de pequenas construções de apoio, tais
como reservatórios de água e gás. As unidades comerciais propostas concentram-se nos
térreos dos edifícios implantados ao longo da Via Lagunar, Rua São Sebastião e Rua
Nova.

A tabela abaixo resume o número de edifícios residenciais por tipo na “área 4”:

QUANTIDADE DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

43
TIPO DE EDIFÍCIO
CÓDIGO DO TIPO D
TIPO C
EDIFÍCIO TIPO A TIPO B (Habitação
(Habitação +
(Habitação) (Comércio) Acessível +
Comércio)
Comércio)
5.1 X
5.2 X
5.3 X
5.4 X
5.5 X
5.6 X
5.7 X
5.8 X
5.9 X
5.10 X
5.11 X
5.12 X
5.13 X
5.14 X
5.15 X
5.16 X

TOTAL POR
3 1 6 6
TIPO

TOTAL 16

Um bolsão de estacionamento foi criado junto ao limite leste do terreno, ligando as ruas
São Sebastião e Nova. Juntamente com outro pequeno bolsão próximo à Rua Brejal, a
“área 5” conta com 49 vagas para automóveis. Bicicletários foram também dispersados
ao longo do terreno, criando 102 vagas para bicicletas.

44
Os abrigos para cilindros de gás foram estrategicamente locados junto aos acessos dos
bolsões de estacionamento, onde os caminhões abastecedores pudessem acessá-los.
São pequenas construções de alvenaria e concreto fechadas com portas em gradis,
mantendo assim uma ventilação permanente. Com isso, abrigos com suas respectivas
baias de estacionamento de caminhões foram locados em 3 pontos do terreno. Maiores
informações sobre o sistema e sua distribuição estão descritas no memorial específico.

Os reservatórios de água foram projetados em anéis pré-moldados de concreto


sobrepostos até uma altura de aproximadamente 10 m. Foram distribuídos de forma a
não obstruir ou interferir significativamente nas aberturas e janelas dos apartamentos.

Foram criados grandes canteiros para plantio de vegetação junto aos edifícios de
habitação fazendo com que 15% do terreno sejam 100% permeáveis. Tais canteiros
distanciam a circulação de pedestres das janelas e elementos vazados da fachada dos
edifícios, dando assim privacidade às unidades localizadas nos pavimentos mais baixos.

A tabela abaixo resume os números de unidades implantadas na “área 5”:

HABITAÇÕES
HABITAÇÕES TOTAL DE
NOVAS COMÉRCIOS
NOVAS HABITAÇÕES
ACESSÍVEIS

280 12 292 28

PROJETO DA VIA LAGUNAR

O Projeto Básico Geométrico da Via Lagunar que considerou como referência de


segurança o nível máximo maximorum da Lagoa Mundaú (+1,50m) e a média dos níveis
máximos (+1,00), localizada na Cidade de Maceió - AL.

O Projeto inicia próximo ao canal da Levada e concorda com a Av. Major Cícero de Góes
Monteiro, no bairro do Pinheiro. O percurso projetado traz melhorias à população dos
bairros próximos à Lagoa Mundaú (Bom Parto, Pinheiro, Chã de Bebedouro, Chã da
Jaqueira).

45
A Via Lagunar foi concebida em duas etapas, sendo a primeira com extensão aproximada
de 1.700m, construída sob aterro, com uma faixa de rolamento por sentido, e na segunda
etapa será implantada mais uma faixa de rolamento por sentido no trecho acima e será
ampliada a extensão total da via com a implantação de duas faixas por sentido em
continuação à primeira etapa, adicionando mais de 290m de extensão sobaterro e
1.425,00m sobestrutura. O trecho concebido com solução em estrutura são aqueles a
serem implantados sobre mangue e têm por objetivo permitir o fluxo de água em ambos
os lados da estrutura, mantendo desta forma as condições atuais do mangue, não
interferindo no seu desenvolvimento e na hidrodinâmica da laguna.

É objeto do Programa desenvolvido pela Prefeitura de Maceió em parceria com o


BID apenas a primeira etapa, entretanto para efeito da presente Análise de Impacto
Ambiental considerou-se as duas etapas.

46
Imagem Satélite do Trecho estudado

Fonte: Google Earth

O trecho projetado denomina-se Via Lagunar, inicia-se a altura do Canal da Levada, e se


estende ao bairro do Pinheiro, sendo o a sua concordância próxima ao Colégio Estadual
Nossa Senhora do Bom Conselho, na Av. Major Cícero de Góes Monteiro.

A necessidade de projetar uma nova via na Cidade de Maceió é devido ao alto volume de
veículos, que circula pelas avenidas Major Cícero de Góes Monteiro e General Hermes
indo em direção ao centro da cidade no período matinal e retornando no final do dia,
gerando demorados congestionamentos nos períodos de pico, período da manhã e
período da tarde.

Devido ao grande transtorno, a Prefeitura estudou e concluiu que a melhor solução para a
região é a construção de uma via (Via Lagunar), entre a Lagoa Mundaú e o bairro do Bom
Parto, possibilitando a requalificação do bairro do Bom Parto e a redução das invasões na
47
área da Lagoa. Este bairro se desenvolveu de forma irregular, sem saneamento básico e
com um grande número de pessoas morando em palafitas.

A Via Lagunar trará melhor viabilidade ao tráfego, e tem característica de uma “via
expressa”, seguindo as premissas da Prefeitura. Esta via foi projetada com curvas e
traçado vertical, que permite velocidade operacional de 50 Km/h.

Segue abaixo as seguintes seções típicas do projeto.

Situação do Projeto no Bairro do Bom Parto

Fonte: Seção Típica da Via Lagunar

A seção tipo da pista apresenta passeio de 2,00 m, guia de 0,45 m, pistas duplas, sendo
duas faixas de 3,50 m sentido Bairro x Centro, um canteiro central de 2,00 m, duas faixas
de 3,50 m sentido Centro x Bairro, guia de 0,45 m, passeio de 2,50 m, refúgio de 1,00 m,
ciclovia de 2,50 m e passeio de 4,00 m.

Situação do Projeto Após o Bairro do Parto

48
Fonte: Seção Típica da Via Lagunar

A seção tipo da pista apresenta passeio de 2,00 m, guia de 0,45 m, pistas duplas, sendo
duas faixas de 3,50 m sentido Bairro x Centro, um canteiro central de 2,00 m, duas faixas
de 3,50 m sentido Centro x Bairro, guia de 0,45 m, passeio de 2,50 m, refúgio de 1,00 m e
ciclovia de 2,50 m.

Situação do Projeto Desenvolvido sob Estrutura

Fonte: Seção Típica da Via Lagunar

A seção tipo da Ponte apresenta guarda-corpo de 0,15 m, passeio de 2,00 m, barreira


rígida de 0,45 m, pistas duplas, sendo duas faixas de 3,50 m sentido Bairro x Centro,
barreira rígida de 0,45 m, um vão central de 1,10 m, barreira rígida de 0,45 m, duas faixas
de 3,50 m sentido Centro x Bairro, barreira rígida de 0,45 m, passeio de 2,00 m, refúgio
de 0,50 m, ciclovia de 2,50 m e guarda-corpo de 0,15 m.

A figura abaixo descreve as etapas de implantação do Projeto da Via Lagunar:

49
50
ÁREA DE EMPRÉSTIMO

A área de empréstimo está localizada no bairro do Guaxuma no município de Maceió


(Coordenadas: E=205094,05/ N=8938239,78) com uma área de 548.100,00m² (Erro!
Fonte de referência não encontrada.) e está inserida na unidade pedológica LAd11
(Latossolo amarelo em relevo plano, e Argissolo amarelo em relevo ondulado e Argissolo
vermelho-amarelo em relevo suave a ondulado). Geologicamente, está inserido na
formação Barreiras, que é composta por um argilito arenoso e um arenito conglomerático.

O acesso à área é feito por dentro da cidade de Maceió, pelas ruas Dr. Passos de
Miranda; Av. Fernandes de Lima; Av. Rotary; Av. Márcio Canuto; Av. Josefa de Melo; e
Av. Comendador Gustavo Paiva com uma distância média de transporte (DMT) de 10,1
km.

A declividade máxima observada na área é de 25% e a classificação tátil visual da textura


do solo da área proposta se apresenta bastante favorável. O local não está inserido em
uma Área de Proteção Ambiental (APA) e nem em áreas de risco e não foram
identificadas interferências ou necessidade de supressão vegetal.

51
Acesso à área de empréstimo

O volume necessário para constituição dos aterros é de 67.714,41m³.

A estimativa do volume de empréstimo foi feita a partir da área do local, prevendo uma
escavação de até 5m de altura.

VDISPONÍVEL  548.100,0m² x5,0m  2.740.500,0m³

67.714,41m³
ANECESSÁRIA   13.542,88m²
5,0m

52
Vista aérea do local

PROJETO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A Orla Lagunar de Maceió situa-se na baixada litorânea lagunar, no extremo sul da área
urbana da cidade, em estreita faixa de terra entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mundaú.
Possui cerca de 24 km de extensão, percorrendo dez dos cinquenta bairros da cidade,
indo do Bairro do Pontal da Barra até o Bairro de Rio Novo. A área de intervenção,
portanto, está situada nas proximidades de um dos ecossistemas mais importantes de
Alagoas, que por sua vez vem sofrendo grandes impactos decorrentes da ação antrópica.

A Lagoa Mundaú possui cerca de 27 km² e profundidade que varia de 2 a 7 metros, sendo
receptora do Rio Mundaú. A bacia de drenagem é de 4.126km² e o clima predominante é

53
o semiárido quente, com chuvas no inverno. A temperatura média anual é superior aos
18°.

A bacia do Rio Mundaú vem sofrendo, desde o início do desenvolvimento da região, uma
intensiva ação antrópica que tem implicado em importantes mudanças no meio ambiente:
as florestas que ocupavam a área foram sendo substituídas pelas plantações de cana-de-
açúcar e pastagens, mesmo em áreas onde a preservação da floresta nativa seria
fundamental, como também nas encostas que margeiam os rios. Nas áreas urbanas, a
cobertura vegetal deu lugar às construções e os corpos d´água passaram a ser
receptores dos efluentes urbanos.

Ao recortar o Mapa abaixo elaborado pela ANA (2006), podemos identificar questões
ambientais e de infraestrutura bastante importantes para compreensão da situação na
área que sofrerá a primeira etapa de intervenção. Através do mapa podemos identificar
num primeiro momento alguns elementos que compõem a infraestrutura urbana do lugar,
como a malha urbana, a ferrovia que corta o trecho, a subestação de energia localizada
no bairro do Mutange e os hospitais localizados entre os bairros do Bebedouro e do
Mutange. Podemos notar ainda que nos bairros do Bebedouro e Mutange há uma área de
manguezal e que nos bairros do Bom Parto e Levada a rede de drenagem urbana é
compartilhada com a rede de esgoto. Há na região do Bebedouro uma área sujeita à
erosão, que corresponde à Encosta do Tabuleiro. Por fim, é importante atentar também
para o fato de que praticamente toda a Orla Lagunar está sujeita a riscos de inundações e
enchentes.

54
Recorte do Mapa de Áreas de Risco em Maceió com influência na Lagoa Mundaú, para
detalhamento da situação na área de intervenção (Fonte: ANA, 2006, p. 18).

Com relação ao esgotamento sanitário, temos que apenas 20% dos domicílios da Orla
Lagunar declararam estar ligados à rede. Segundo Melo (2010) o sistema coletor de
Maceió atende apenas à área central (Centro, Jaraguá, Farol, Trapiche da Barra, Levada,

55
Bom Parto e Ponta Grossa), a planície costeira (Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca) e
pequena parcela do Tabuleiro (Benedito Bentes). Sendo assim, o mais provável é que os
outros bairros utilizem as ligações de drenagem pluvial para conectar as ligações de
esgotamento sanitário, o que significa uma sobrecarga na rede de drenagem pluvial, que
pode trazer grandes prejuízos ambientais e econômicos, além de prejudicar a
infraestrutura urbana existente no município, onerando futuramente os cofres públicos.

É importante salientar também que, de acordo com o Gráfico a seguir elaborado por Melo
(2010), a maior parte das residências presentes nos 10 bairros da Orla Lagunar utiliza
soluções individuais de esgotamento sanitário, como a fossa rudimentar ou negra
(35,7%), que conduz os resíduos para o lençol freático, e a fossa séptica (27,8%), que
quando adequada utiliza um filtro anaeróbio capaz de depurar o efluente e reduzir o
impacto ambiental. Porém, é importante salientar que, quando não há manutenção
adequada da fossa séptica, seu funcionamento pode se assemelhar muito a uma fossa
negra.

Destino do esgoto nos bairros às margens da Lagoa Mundaú (% dos domicílios)

Fonte: IBGE – Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

As formas de esgotamento sanitário da maioria dos domicílios situados às margens da


Lagoa Mundaú se caracterizam como um vetor de poluição do corpo d'água. No Gráfico a

56
seguir podemos notar que o bairro do Bom Parto é responsável por 41% dos despejos de
esgoto em local inapropriado, o que pode ser devido a este bairro ter uma das maiores
densidades demográficas da região. Em seguida aparece o bairro de Fernão Velho com
15% e o bairro do Bebedouro, que faz parte do primeiro trecho de intervenção aqui
proposto, com 13%. Ainda destacando os bairros da área de intervenção, temos que 2%
dos domicílios do bairro da Levada e nenhum domicílio do bairro do Mutange realizam
despejo no corpo d‟água.

Onde se localizam os bairros que despejam esgoto diretamente nos canais e na Lagoa
Mundaú

Fonte: IBGE – Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

É importante destacar também que 17% dos domicílios sem banheiro ou sanitário
localizam-se no bairro do Bom Parto, 7% no bairro da Levada, 3% no bairro do Bebedouro
e nenhum no bairro do Mutange, conforme pode ser observado no Gráfico a seguir.
Somados os percentuais, temos que 27% dos domicílios situados na área de intervenção
não possuem banheiro ou sanitário.

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Onde se localizam os domicílios sem banheiro e/ou sanitário:

Fonte: IBGE – Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

As Principais unidades propostas a serem implantadas no Bairro do Bom Parto são:

1) Área 1

a. Unidades Comerciais 20;

b. Unidades Habitacionais 328;

c. Unidades Habitacionais Acessíveis 12;

d. Vagas para automóveis 43;

e. Unidades a serem desapropriadas 2;

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2) Área 2

a. Unidades Comerciais 12;

b. Unidades Habitacionais 220;

c. Unidades Habitacionais Acessíveis 8;

d. Vagas para automóveis 16;

e. Unidades a serem desapropriadas 148;

3) Área 3

a. Creche

b. Unidades Comerciais 10;

c. Unidades Habitacionais 260;

d. Unidades Habitacionais Acessíveis 10;

e. Vagas para automóveis 86;

f. Unidades a serem desapropriadas 110;

4) Área 4

a. CRAS/CREAS+Creche;

b. Galpão comunitário;

c. Posto da Guarda Civil;

d. Unidades Comerciais 46;

e. Unidades Habitacionais 634;

f. Unidades Habitacionais Acessíveis 20;

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g. Vagas para automóveis 84;

h. Unidades a serem desapropriadas 327;

5) Área 5

a. Museu Lagunar;

b. Unidades Comerciais 28;

c. Unidades Habitacionais 280;

d. Unidades Habitacionais Acessíveis 12;

e. Vagas para automóveis 49;

f. Unidades a serem desapropriadas 327;

6) Piscinão;

7) Estação Elevatória de Esgoto;

8) Implantação de uma Via Lagunar que irá fazer a conexão da Av. Senador Rui
Palmeira até a Av. Marechal Hermes

Sistema de Esgotamento Existente

O serviço de saneamento demonstra uma realidade dos assentamentos urbanos no


Brasil, sendo um dos serviços menos presentenas regiões mais precárias. Na área de
intervenção ele está presente em menos de 16% dos domicílios, sendo a lagoa o principal
destino dos dejetos, como já dito anteriormente.

60
61
7

Sistema de Esgotamento Proposto pela Casal

O Sistema de Esgoto Sanitário é operado pela Companhia de Saneamento do Estado de


Alagoas – CASAL – e possui concepção para expansão de sua cobertura com foco na
universalização do atendimento.

A área de intervenção está compreendida na Bacia Sudoeste, situada entre a Av.


Fernandes Lima e a margem da Lagoa do Mundaú. Sendo que esta bacia foi subdividida
em 21 sub-bacias:

ÁREA ÁREA
SUB-BACIA ESTÁGIO SUB-BACIA ESTÁGIO
(ha) (ha)

SBSO - 1 CONCLUÍDA 63,4 SBSO - 8 CONCLUÍDA 10,8

SBSO - 2 CONCLUÍDA 25,9 SBSO - 9 CONCLUÍDA 59,8

SBSO - 3 CONCLUÍDA 20,1 SBSO - 10 CONCLUÍDA 11,2

SBSO - 4 CONCLUÍDA 78,7 SBSO - 11 A EXECUTAR 92,1

SBSO - 5 CONCLUÍDA 36,5 SBSO - 12 A EXECUTAR 12,7


A EXECUTAR
SBSO - 5A A EXECUTAR 23,9 SBSO - 13 35,6
EE
SBSO - 5B A EXECUTAR 30,6 SBSO - 14 A EXECUTAR 86,9

SBSO - 6 CONCLUÍDA 73,3 SBSO - 15 A EXECUTAR 121,8


VIRGEM
SBSO - 7 CONCLUÍDA 22,4 POBRES-II e CONCLUÍDA 32,6
III
VIRGEM
SBSO - 7A A EXECUTAR 26,8 A EXECUTAR 16,3
POBRES-I
SBSO - 7B A EXECUTAR 33,0 TOTAL 914,4

7
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Ao se sobrepor a concepção da CASAL com o projeto da Via Lagunar de Mundaú, pode-


se ver que a via atravessa as seguintes Sub-Bacias:

SBSO-15 – Parte de Bebedouro e parte do Mutange;

SBSO-14 – Parte do Mutange;

SBSO-12 – Bom Parto;

SBSO-11 – Um trecho de Levada

Conforme analisado na planta geral com a concepção do sistema, é verificado que a EEE-
12, localizado no bairro do Bom Parto, recebe contribuições das Sub-Bacias SBSO-15C,
SBSO-15B, SBSO-15A, SBSO-14 e SBSO13, assim como recebe contribuições de parte
de sua própria bacia (SBSO-12). Desta elevatória parte uma linha de recalque com
lançamento na EEE-C, sendo que há indícios desta já ser existente.

Também é verificado que parte do esgotamento do bairro de Bom Parto e lançado em um


Coletor Tronco a ser implantado na Rua Nova, sendo que esta tubulação também tem seu
lançamento na EEE-C.

A SBSO-11 já possui projeto executivo da rede de esgoto a ser executado, sendo que só
as propriedades entre a Av. Senador Rui Palmeira e a Lagoa Mundaú não possuem rede
de esgotamento sanitário.

Adequação do Projeto de Esgotamento

Conforme citado anteriormente, a Via Lagunar segue por trechos das Sub-Bacias SBSO-
15, SBSO-14, SBSO-12 e SBSO-11, porém só há grandes alterações do cenário atual na
SBSO-12, que corresponde ao bairro de Bom Parto.

Nos outros bairros as intervenções são mínimas na reurbanização e não alteram o quadro
em que foi desenvolvida a concepção anterior do projeto. Sendo assim, este projeto tem
como foco a adequação do Sistema de Esgotamento do bairro do Bom Parto.

8
9

Na região no bairro da Levada, no trecho situado entre a Av. Senador Rui Palmeira e a
Lagoa Mundaú, onde será estabelecida uma rotatória para ligação entre as vias
existentes, deverá ser promovido o esgotamento das edificações que não forem
desapropriadas. Neste trecho, não foi considerado no projeto elaborado pela CASAL a
rede de esgotamento sanitário.

Concepção Adotada – Isolamento do bairro do Bom Parto

Nesta alternativa propõem-se isolar o bairro do Bom Parto de maneira que seu
esgotamento possa ser feito de forma independente da expansão da CASAL.

Devido à reurbanização do local, será necessário alterar o local da EEE-12, pois a mesma
se encontra em local destinado a implantação dos equipamentos urbanos do parque
linear. Sendo assim, propõe-se que esta elevatória seja realocada em terreno vago na
esquina da Av. Francisco de Menezes e Travessa Senador Herner, contudo a EEE-12
deixará de fazer o esgotamento do bairro do Bom Parto e se tornará apenas um ponto de
passagem para recalque e esgotamento das Sub-Bacias SBSO-15C, SBSO-15B, SBSO-
15A, SBSO-14 e SBSO13, a ser executado conforme plano de expansão da CASAL.

O esgotamento do bairro do Bom Parto será feito a partir da execução de um Coletor-


Tronco na Via Lagunar e receberá contribuições de toda a SBSO-12, também estarão
contribuindo para este coletor todos os Edifícios Habitacionais executados para o
assentamento da população enquadrada neste programa, assim como as edificações do
Bairro de Levada confinadas entre a Via Lagunar, Av. Senador Rui Palmeira,
desemboque do Canal do Brejão e a Rotatória de Conexão da Via Lagunar com o Dique
Estrada.

Para continuidade do fluxo será implantada uma Estação Elevatória de Esgoto em terreno
próximo à margem direita do Canal do Brejão, onde irão convergir as contribuições do
bairro do Bom Parto e da área remanescente, descrita anteriormente, do bairro da
Levada.

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A jusante da elevatória será executada uma Linha de Recalque com lançamento na EEE-
C, em conformidade com a proposta original da CASAL, que já considerava o
esgotamento destas áreas nesta elevatória.

Projeto de Abastecimento de Água

O Sistema de Abastecimento de Água é operado pela Companhia de Saneamento do


Estado de Alagoas – CASAL.

Quando o tema é abastecimento de água, os números do censo 2010 apontam que esse
serviço não é universalizado, atendendo 69% dos domicílios da área de intervenção,
sendo o bairro da Levada o que tem pior índice de atendimento - somente 37% da
população.

Situação do Abastecimento de Água

Com abastecimento
Bairro Domicílios %(atendimento)
de água

Levada 1931 710 37

Bom Parto 3300 2900 88

Mutange 187 184 98

Bebedouro 392 291 74

Total 5910 4085 69

Mapa 01: Água

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Fonte: Prefeitura 2015

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População Estimada no Projeto

O Projeto foi elaborado somente para abastecimento das novas unidades


habitacionais.As moradias existentes e que serão mantidas na área do Projeto já
possuem abastecimento, entretanto sofrerão melhorias, caso necessário, como a
adequação das ligações domiciliares e instalação de medidores de consumo.

 População residente futura a ser abastecida ................................................. 6.244 hab.;

 Domicílios projetados ....................................................................................... 1.784 un.;

 Relação de habitantes/domicílio ................................................................ 3,5 hab./dom.

Consumo e Vazões Estimadas no Projeto

A implantação do empreendimento será por etapas. Entretanto, para efeito de


dimensionamento, será considerada a configuração final procedendo a verificação por
etapas.

 Unidades novas .............................................................................................. 1.784unid;

 População a ser atendida................................................................................. 6.244hab;

 consumo per capta ................................................................................. 150 l/hab x dia;*

 consumo per capta com perda de 25% = (150/0,75)........................... 200l/hab x dia

 coeficiente dia de maior consumo ...................................................................... k1 = 1,2;

 coeficiente hora de maior consumo ................................................................... k2 = 1,5;

Para efeito do presente trabalho, optou-se por admitir perda física de 25%, como indicado,
o que leva às seguintes vazões totais a serem captadas no ponto de interligação com a
rede da CASAL.

As vazões finais consumidas do sistema a ser implantado são indicadas a seguir:


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 Vazão média ..................................................................................................... 14,45 l/s;

 Vazão máxima diária ......................................................................................... 17,34 l/s;

 Vazão máxima horária ...................................................................................... 26,02 l/s.

Tabela de Vazões por Área de Projeto

Qmax Qmax
Área Habitações População Qmédia
diária horária

1 340 1190 2,75 3,31 4,96

2 228 798 1,85 2,21 3,32

3 270 945 2,19 2,62 3,94

4 654 2289 5,30 6,36 9,54

5 292 1022 2,36 2,84 4,26

Total 1784 6244 14,45 17,34 26,02

Vale observar ainda que durante a fase de implantação das obras o sistema existente de
abastecimento de água deverá continuar em operação, de forma que a vazão consumida
durante este período deverá manter-se aproximadamente nos níveis atuais, alterando-se
gradativamente para a configuração de projeto.

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PROJETO DE MACRODRENAGEM

Concepção Geral do Projeto

Face às características locais da área do projeto, em que parcela grande encontra-se


atualmente ocupada por moradias irregulares assentadas em terrenos baixos, sujeitos a
inundações por entrada de marés e agravadas por ocorrência de chuvas intensas nas
bacias de drenagem, poucas opções de adequação do sistema de drenagem podem
haver.

Não se podendo desocupar extensas áreas de moradias, com posterior aterro dos
terrenos e nova implantação das moradias, a solução que remanesce é a implantação de
sistema de polders em torno das áreas baixas afetadas e a implantação de sistema de
drenagem com recalque forçado de suas águas pluviais.

Assim, o projeto de drenagem concebido para a solução dos problemas na região


constitui-se do isolamento (polderização) das áreas baixas do bairro através o
redirecionamento das águas pluviais geradas fora e que adentrariam as áreas objeto de
polderização, através uma canalização de circunvalação, e a implantação de um sistema
de coleta, adução, detenção (amortecimento) e bombeamento das águas pluviais geradas
internamente, para fora da área polderizada.

O sistema de drenagem proposto se constitui dos seguintes componentes principais:

 Canaletas e galerias de circunvalação A-B; B-C; D-C e D-E, previstas na Avenida


Francisco de Menezes, com finalidade de interceptar as águas pluviais geradas
nos terrenos mais elevados das bacias de drenagem contribuintes;

 Canal aberto e galeria emissária C-F, que descarregará as descargas


interceptadas pelas galerias de circunvalação, diretamente na Lagoa de Mundaú;

 Canal aberto na área do terreno pertencente à Salgema Ind. Químicas;

 Diques ou paredes de contenção das águas do córrego do Brejal, junto à Av.


Senador Rui Palmeira;

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 Galerias coletoras de águas pluviais G-R e H-R, ao longo da Via Lagunar, que
coletarão e parcialmente acumularão as águas pluviais geradas na área interna de
polderização, descarregando-as no Reservatório de Detenção;

 Reservatório de Detenção, com capacidade de 10.000 m 3, a ser implantado sob


campo de futebol atualmente existente na região central do bairro, e

 Poço de Bombas equipado com quatro conjuntos moto-bombas submersíveis, com


capacidade de bombeamento de 4 x 250 = 1000 l/s, que recalcarão as águas em
direção à Lagoa Mundaú.

As áreas de implantação dos conjuntos habitacionais, que ficarão dentro da área a ser
polderizada, deverão apresentar cotas de elevação compatíveis para que as respectivas
drenagens se façam convencionalmente (por gravidade), sem sobrecarregar o sistema de
detenção e bombeamento previsto.

Os terrenos e imóveis situados na margem direita do córrego do Brejal deverão ter


tratamento especial. Na parte mais baixa, algumas desocupações deverão ocorrer para a
implantação de uma via lateral ao córrego e rede de coleta das águas pluviais.

Em praticamente todo o trecho da Av. Senador Palmeira situado entre a Via Lagunar e a
travessia da Av. Francisco de Menezes, o canal deverá receber um muro de contenção de
concreto, com o fim de impedir os frequentes extravasamentos e os alagamentos da pista
da avenida.

Dados, Critérios e Metodologia Adota

Marés

Os níveis de maré na região da Lagoa Mundaú, fixados a partir da análise de vários


documentos existentes, foram os seguintes:

- Nível máximo das marés de sizígia = 1,50 m;

- N.A. médio das marés de sizígia = 0,50 m;

27
28

- Nível mínimo das marés de sizígia = -0,50 m.

Isto posto, e levando-se em consideração o nível dos terrenos adjacentes e a cota de


implantação da Av. Dique Estrada, optou-se por estabelecer que os terrenos do limite do
perímetro da área a ser polderizada (Via Lagunar), assim como os terrenos objeto de
implantação dos conjuntos habitacionais, deverão se posicionar acima da cota de
elevação 2,00 m.

Precipitações Intensas

Para o dimensionamento do sistema de drenagem foram utilizados dados de chuvas


intensas obtidos a partir da curva IDF da cidade de Maceió determinada nos estudos de
“Chuvas Intensas no Brasil”, de Otto Pfafstetter, de 1957.

Critério Geral de dimensionamento do Sistema Hidráulico

Os componentes do sistema de drenagem (canais e galerias e sistema de reservatório e


bombeamento) foram dimensionados com descargas máximas correspondentes a chuvas
intensas de tempo de recorrência (TR) igual a 25 anos.

Cálculo das Descargas Máximas e Dimensionamento das


Galerias/Canalizações

Para o cálculo das descargas máximas de cheia afluentes foi utilizado o método Racional,
método amplamente recomendado para pequenas bacias urbanas contribuintes.

Q = C .i . A, onde, C é coeficiente de escoamento superficial, adotado como igual a 0,90;


i, a intensidade da chuva, correspondente ao tempo de concentração a bacia; e, A, a área
da bacia de contribuição; devendo-se compatibilizar dimensionalmente todas estas
grandezas físicas.

Os tempos de concentração das bacias, necessários no cálculo das descargas, foram


estimados com a utilização da equação de Kirpich,

28
29

tc = 57 . (L3 / H)-0,385, onde: L é o comprimento (km) e H, o desnível geométrico do


talvegue principal (m).

As áreas das sub-bacias de contribuição das canalizações e do reservatório de detenção


foram delimitadas a partir de planta topográfica da região, com curvas de nível de um
metro.

Na figura a seguir apresenta-se planta geral da região com sub-bacias de contribuição


referentes às principais canalizações e ao reservatório de detenção, a saber:

- Área 1 ( córrego da área da Salgema Ind. Químicas) = 27,0 ha;

- Área 2 (córrego de contribuição do canal/galeria emissária) = 19,9 ha;

- Área 3A (área polderizada A) = 10,9 ha;

- Área 3B (área polderizada B) = 13,5 ha;

- Área 4 (área de conjuntos habitacionais) = 6,0 ha.

As dimensões das canalizações (canais abertos ou galerias) foram estabelecidas a partir


de cálculos de escoamento uniforme em canais, efetuados com a utilização da equação
de Chezí-Manning, associada à equação da continuidade:

Q = (A . Rh 2/3. i1 /2 ) / n , onde

A é a área molhada da seção; Rh, o raio hidráulico; i, a declividade longitudinal da linha


d‟água; e n, a rugosidade de Manning referente ao revestimento da seção.

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Planta geral com sub bacias de contribuição

30
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31
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Planta geral com sub-bacias de contribuição da área a ser requalificada

Dimencionamento e Caracterização do Reservatório de Detenção e


Equipamentos Eletromecânicos

Inicialmente há de se ressaltar que no dimensionamento hidráulico do reservatório de


detenção, isto é, do seu volume útil máximo, os resultados ficarão sempre relacionados à
capacidade de bombeamento estabelecida ou selecionada para o conjunto de
bombeamento a ser instalado no sistema.

Ademais, considerando que o sistema de drenagem em estudo é um sistema fechado,


com as descargas sendo efetuadas exclusiva ou majoritariamente através um sistema de
bombeamento, então, o dimensionamento deste sistema teve de ser feito com a
consideração de ocorrência de chuvas com variadas durações, definindo-se assim a
chuva mais crítica.

Para este propósito, foi utilizado o método de massas, ou de diferenças acumuladas, em


que, inicialmente, se calcularam os volumes de cheia afluentes ao local do reservatório,
para variados tempos de duração de chuva, utilizando-se conceito do mesmo método
racional anteriormente mencionado.

Em seguida, estimaram-se, para determinadas capacidades de bombeamento, os


correspondentes volumes de água que seriam bombeados ao longo do tempo.

À máxima diferença resultante entre os dois volumes acumulados (afluente e bombeado)


atribuiu-se como o necessário volume de detenção para o sistema.

Dados e Parâmetros Adotados

- Área polderizada = 24,4 hectares (exclusive área reurbanizada com drenagem direta);
- Cálculo do Volume Afluente, V1 = Coef. Runoff x Precipitação x Área polderizada;
- Coef. Runoff, C = 0,90;
- Precipitação intensa correspondente a duração determinada (t) e com TR = 25 anos;

32
33

- Volume Bombeado, desde o inicio da precipitação, V2 = t . Qb

33
Capac.
34
Precipitação Volume Acuml. Bombea/ Volume bomb. Diferença de Vol. Útil Necess
Duração (mIn)
P (mm) (m3) Selecionada (m3) volumes (m3) (m3)
(l/s)
10 18,6 4.085 800 480 3.605

20 30,4 6.676 800 960 5.716

30 39,9 8.762 800 1.440 7.322

60 67,6 14.845 800 2.880 11.965

90 78,55 17.250 800 4.320 12.930


13.894
120 89,5 19.654 800 5.760 13.894

180 101,7 22.333 800 8.640 13.693

240 113,9 25.012 800 11.520 13.492

300 121,1 26.594 800 14.400 12.194

360 128,3 28.175 800 17.280 10.895

10 18,6 4.085 960 576 3.509

20 30,4 6.676 960 1.152 5.524

30 39,9 8.762 960 1.728 7.034

60 67,6 14.845 960 3.456 11.389

90 78,55 17.250 960 5.184 12.066


12.742
120 89,5 19.654 960 6.912 12.742

180 101,7 22.333 960 10.368 11.965

240 113,9 25.012 960 13.824 11.188

300 121,1 26.594 960 17.280 9.314

360 128,3 28.175 960 20.736 7.439

34
35

10 18,6 4.085 1.500 900 3.185

20 30,4 6.676 1.500 1.800 4.876

30 39,9 8.762 1.500 2.700 6.062

60 67,6 14.845 1.500 5.400 9.445

90 78,55 17.250 1.500 8.100 9.150


9.445
120 89,5 19.654 1.500 10.800 8.854

180 101,7 22.333 1.500 16.200 6.133

240 113,9 25.012 1.500 21.600 3.412

300 121,1 26.594 1.500 27.000 -406

360 128,3 28.175 1.500 32.400 -4.225

- Volume Detenção necessário = Valor máximo ( Vafluente – Vbombeado )

Resultados Obtidos

De acordo com os resultados obtidos, correspondentes a simulações com chuvas de TR =


25 anos, optou-se por adotar no sistema um volume útil de detenção correspondente a
14.000 m3 e a capacidade de bombeamento nominal equivalente a 960 l/s para o conjunto
de bombas a ser instalado em estrutura ou poço de bombas. Para esta escolha
consideraram-se aspectos de segurança hidrológica para o sistema, pois quanto maior o
volume de detenção e menor capacidade de bombeamento, maior a flexibilidade
operacional que pode ser oferecida ao sistema, frente a eventos hidrológicos extremos.

35
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Na figura a seguir apresenta-se graficamente os resultados dos cálculos apresentados no


quadro anterior, para o caso de capacidade de bombeamento de 960 l/s.

Arranjo Físico do Reservatório de Detenção e Poço de Bombas

A seguir apresentam-se as principais características geométricas resultantes do arranjo


físico concebido para o reservatório de detenção e poço de bombas, que deverá ser
implantado sob o campo de futebol já existente na região.

a) Reservatório de Detenção

- Volume útil = 10.000 m3;

- Dimensões aproximadas: 75,00 m (L) x 50,00 (B) x 3,50 (H);

- N.A.‟s operacionais: -3,00 m (mínimo); 0,00 (máximo normal, TR = 25 anos);

- Características estruturais:

O reservatório será implantado sob o campo de futebol, em estrutura de concreto armado,


devendo ser quase que totalmente estanque a infiltrações oriundas do lençol freático.
Ademais, deverá apresentar lajes de fundo e de cobertura com espessuras e pesos
próprios suficientes para estabilizar a estrutura quanto à flutuação devida às elevadas
subpressões atuantes.

36
37

A laje de cobertura será sustentada por um conjunto de pilares intermediários


equidistantes entre sí em 10 metros, aproximadamente.

O fundo do reservatório foi concebido com ligeira inclinação, para orientar o escoamento e
esvaziamento do mesmo, além de facilitar os trabalhos de limpeza da sua superfície
interna.

Para a restauração do campo de futebol existente previu-se a cobertura da laje superior


do reservatório com camada de solo e transição granular, com espessura da ordem de
0,50m.

Para a manutenção e limpeza do reservatório foi prevista a implantação de uma rampa de


acesso para veículos de tamanho e características especiais.

b) Galeria de detenção na Via Lagunar

De forma a se completar o volume útil de detenção de 14.000 m 3 requerido anteriormente


mencionado, optou-se por conceber um trecho de galeria com finalidade de detenção,
com 400 metros de extensão e seção transversal com 10 m 2 de área, ao longo da Via
Lagunar.

Analogamente ao reservatório de detenção, também esta galeria deverá ser o mais


estanque possível, devendo ser equipada com juntas elásticas entre os seus diversos
tramos de concreto armado de que será executada.

c)Poço de Bombas e Equipamentos Eletromecânicos

De acordo com o dimensionamento efetuado, a estrutura de recalque deverá apresentar


capacidade nominal de bombeamento equivalente a 960 litros/segundo.

Conforme estudo de arranjo físico efetuado, a estrutura constituinte do Poço de Bombas


foi concebida para receber um conjunto de quatro moto-bombas submerssíveis, com 240
l/s de capacidade nominal unitária e potência elétrica nominal de 18,6 kW cada uma.

As características eletro-mecânicas bem como a Especificação Técnica para o


fornecimento deste conjunto de motobombas e painel de controle e acionamento elétrico
encontram-se apresentadas no ANEXO 1, a seguir.
37
38

O tempo estimado para o completo esvaziamento do reservatório através da utilização


das quatro bombas resultou em aproximadamente 4:00 horas, iniciando-se a partir do
início de ocorrência das chuvas intensas.

A operação manual e/ou automática dos equipamentos eletro-mecânicos deverá ser


efetuada a partir de uma Casa de Comando que se situará próximo ao Poço de Bombas,
conforme apresentado nos desenhos de projeto.

Outros equipamentos e instalações fazem parte do sistema projetado concebido, a


destacar:

 Tubulações de recalque, uma para cada bomba, a serem instaladas no Poço de


Bombas;

 Pórtico e talha de içamento de equipamentos sobre o Poço de Bombas;

 Grelhas de cobertura do Poço de Bombas;

 Grades de retenção de detritos a ser instalada entre o reservatório e a entrada do


Poço de Bombas, em aço, com as dimensões de 2 x 3,00 x 1,50 m;

d) Comporta de Descarga de Emergência

Apesar de se ter concebido todo o esvaziamento do reservatório através de sistema de


recalque, optou-se por acrescentar ao sistema uma estrutura equipada com duas
comportas para operação emergencial, no caso de problemas operacionais ou mesmo
necessidade de manutenção no Poço das Bombas. Assim, previu-se a instalação de duas
comportas planas deslizantes, com dimensões de 1,50 x 1,50 metros, junto a uma
canalização concebida para descarregar na Lagoa Mundaú.

38
39

Manutenção e Limpeza do Reservatório

De maneira a se proporcionar condições de efetuar limpeza e manutenção adequadas do


reservatório e dos equipamentos mecânicos instalados no seu interior, foi prevista uma
abertura e uma rampa para permitir o acesso de pessoas e veículos motorizados
(“Bobcat”, caminhonete, etc).

Baseados em reservatórios de detenção congêneres existentes em varias cidades


brasileiras, normalmente ocorrem deposições de sedimentos, lixo e detritos que além de
comprometer o desempenho dos reservatórios, também podem oferecer condições para o
desenvolvimento e proliferação de insetos e vetores de doenças contagiosas para a
população residente nas proximidades.

O fato de o reservatório ser fechado confina e reduz em parte o impacto visual destes
problemas.

Por outro lado, no caso do reservatório em foco, convém salientar alguns aspectos que
devem reduzir sobremaneira os problemas apontados:

 a área de drenagem de contribuição ao reservatório é bastante reduzida (24,4 ha),


bastante já ocupada e plana, o que enseja a previsão de que a produção de material
sedimentar deverá ser bastante reduzida;

 o sistema de drenagem a ser implantado será bastante superficial, com reduzida


possibilidade de lançamentos de detritos e lixo por parte da população que, por sua
vez, deverá receber orientação e educação ambiental adequada quanto a este fim.

A operação do sistema de bombeamento deverá ser automatizada de forma a que ao


ocorrer chuvas intensas na área, e à medida que ocorrer o enchimento do reservatório,
linígrafos instalados no poço de bombas acionarão o funcionamento das unidades.

Apesar de haver sistema automático de operação, prevê-se a necessidade de supervisão


do reservatório por um funcionário designado para a função.

Todos os trabalhos de operação, limpeza e manutenção do sistema (reservatório e


equipamentos) deverão ser efetuados por equipe oficialmente constituída, subordinada e
39
40

mantida pelo poder público local (Prefeitura de Maceió – Secretaria Municipal de


Infraestrutura e Urbanização).

PROJETO DE MICRODRENAGEM

Concepção do Sistema de Microdrenagem

De acordo com a concepção adotada para o sistema de macrodrenagem da área do


Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, referida nesse relatório
em epígrafe, parcela mais baixa das areas do bairro do Bom Parto deverá ser drenada
através de sistema coleta e adução das águas até um reservatório de detenção e de
recalque, a partir daí, até a Lagoa Mundaú. Outras parcelas de terrenos mais altos, entre
eles os que receberão conjuntos habitacionais, serão drenados de forma convencional,
por gravidade, até a mesma Lagoa Mundaú.

Também a Via Lagunar deverá ser drenada com as descargas encaminhadas diretamente
para a lagoa.

Para efeito de descrição dos projetos de microdrenagem referentes às diversas áreas


constituintes do presente Programa de Requalificação Urbana, optou-se por distingui-las
em três partes principais:

a) Áreas do Bairro que permanecerão baixas, cujas águas pluviais serão


encaminhadas ao reservatório de detenção e depois recalcadas;

b) Áreas dos conjuntos habitacionais 1, 2, 3, 4 e 5, cujas águas pluviais serão


coletadas e diretamente encaminhadas à lagoa;

c) Áreas do limite da Via Lagunar, inclusive áreas adjacentes de calçadas e ciclovias,


que também serão coletadas e diretamente encaminhadas à lagoa.

40
41

Microdrenagem das Áreas que Permanecerão Nas Quotas no Bairro do


Bom Parto

Concepção Geral do Sistema

O sistema de microdrenagem nestas áreas será composto majoritariamente pelo conjunto


de vias públicas, com suas sarjetas, as quais deverão ser providas de declividades
longitundinais mínimas suficientes para a veiculação das descargas de projeto.

Nos pontos baixos destas vias serão inseridas caixas de bocas de lobo ou caixas de
grelhas horizontais para a captação das águas e o encaminhamento através de galerias
circulares de concreto premoldado até o destino final: as galerias coletoras e/ou
armazenadoras implantadas junto à Via Lagunar. Em alguns casos, estas captações e
galerias de pequeno diâmetro descarregarão diretamente no Reservatorio de Detenção a
ser localizado sob o campo de futebol existente no bairro.

Critério Geral de Dimensionamento

Os componentes do sistema de microdrenagem foram dimensionados com descargas


máximas correspondentes a chuvas intensas de tempo de recorrência (TR) igual a 10
anos.

Cálculo das Descargas Máximas e Dimensionamento das


Galerias/Canalizações

As descargas máximas de projeto foram calculadas utilizando-se o método Racional:

Q = C .i . A, onde:

C é coeficiente de escoamento superficial, adotado como igual a 0,70 (áreas dos


conjuntos habitacionais) ou 0,90 (áreas da Via Lagunar); i, a intensidade da chuva,
correspondente ao tempo de concentração a bacia; e, A, a área da bacia de contribuição;
devendo-se compatibilizar dimensionalmente todas estas grandezas físicas.

41
42

Os tempos de concentração das bacias, necessários no cálculo das descargas, foram


estimados com a utilização da equação de Kirpich,

tc = 57 . (L3 / H)-0,385, onde:

L é o comprimento (km) e H, o desnível geométrico do talvegue principal (m).

A intensidade de chuva, i, para a duração correspondente ao tempo de concentração da


bacia, foi obtida a partir da curva IDF da cidade de Maceió definida nos estudos de
“Chuvas Intensas no Brasil”, de Otto Pfafstetter, de 1957.

As dimensões das canalizações (canais abertos ou galerias) foram estabelecidas a partir


de cálculos de escoamento uniforme em canais, efetuados com a utilização da equação
de Chezí-Manning, associada à equação da continuidade:

Q = (A . Rh2/3. i1 /2 ) / n , onde:

A é a área molhada da seção; Rh, o raio hidráulico da seção hidráulica; i, a declividade


longitudinal da linha d‟água; e n, a rugosidade de Manning referente ao revestimento da
seção.

Resultados do Dimensionamento

tc Q 10
P 10anos i 10 anos
CANAL AD (ha) L (m) adotado C anos
(mm) (mm/min)
(min) (m³/s)

Sarjeta central
3 300 10 16,6 1,66 0,7 0,581
Via Local

Sarjeta lateral
3 300 10 16,6 1,66 0,7 0,581
Via Local

Bueiro de 3 300 10 16,6 1,66 0,7 0,581


conexão c/ Gal.

42
43

Coletora.

Desenhos e Detalhes Esquemáticos

43
44

Detalhe Típico das Áreas que Permanecerão na Quota Atual

44
45

Microdrenagem das Áreas dos Conjuntos Habitacionais (1 a 5)

Concepção Geral do Sistema

O sistema de microdrenagem nestas áreas será composto pelo conjunto de sarjetões


localizado no meio das calçadas internas dos conjuntos e também canaletas de concreto
retangulares localizadas nos canteiros vegetados.

As calçadas internas dos conjuntos deverão ser revestidas com bloquetes ou


paralelepípedos, devendo apresentar declividade transversal de 5 % e longitudinal mínima
de 0,25%. Os sarjetões centrais também apresentarão as mesmas inclinações, devendo
ser revestidos com concreto moldado in loco ou premoldado.

As canaletas retangulares de concreto nos canteiros e sob trechos de calçadas e/ou vias
transitáveis por veículos, apresentarão seção transversal medindo 0,60 x 0,50 m e
declividade longitudinal mínima de 0,25%.

Nas extremidades inferiores dos trechos de canaletas, ou mesmo sarjetões centrais das
vias ou calçadas, serão introduzidas caixas ou bocas de lobo conectando com trechos de
galerias em tubos de concreto, que encaminharão as águas pluviais em direção à lagoa
Mundaú.

Para travessia da Via Lagunar, as galerias oriundas das áreas dos conjuntos
habitacionais deverão se compor com as galerias ou bueiros de travessia específicos dos
sistemas de drenagem da via.

Critério Geral de Dimensionamento

Os componentes do sistema de microdrenagem foram dimensionados com descargas


máximas correspondentes a chuvas intensas de tempo de recorrência (TR) igual a 10
anos.

45
46

Cálculo das Descargas Máximas e Dimensionamento das


Galerias/Canalizações

As descargas máximas de projeto foram calculadas utilizando-se o método Racional:

Q = C .i . A, onde:

C é coeficiente de escoamento superficial, adotado como igual a 0,70 (áreas dos


conjuntos habitacionais) ou 0,90 (áreas da Via Lagunar); i, a intensidade da chuva,
correspondente ao tempo de concentração a bacia; e, A, a área da bacia de contribuição;
devendo-se compatibilizar dimensionalmente todas estas grandezas físicas.

Os tempos de concentração das bacias, necessários no cálculo das descargas, foram


estimados com a utilização da equação de Kirpich,

tc = 57 . (L3 / H)-0,385, onde:

L é o comprimento (km) e H, o desnível geométrico do talvegue principal (m).

A intensidade de chuva, i, para a duração correspondente ao tempo de concentração da


bacia, foi obtida a partir da curva IDF da cidade de Maceió definida nos estudos de
“Chuvas Intensas no Brasil”, de Otto Pfafstetter, de 1957.

As dimensões das canalizações ( canais abertos ou galerias) foram estabelecidas a partir


de cálculos de escoamento uniforme em canais, efetuados com a utilização da equação
de Chezí-Manning, associada à equação da continuidade:

Q = (A . Rh2/3. i1 /2 ) / n , onde

A é a área molhada da seção; Rh, o raio hidráulico da seção hidráulica; i, a declividade


longitudinal da linha d‟água; e n, a rugosidade de Manning referente ao revestimento da
seção.

46
47

Resultados do Dimensionamento

tc P 10anos i 10 anos Q 10 anos


CANAL AD (ha) L (m) C
(min) (mm) (mm/min) (m³/s)

Sarjeta Via Conj.


2 200 10 16,6 1,66 0,7 0,387
Habit.

Canaleta central
2 200 10 16,6 1,66 0,7 0,387
Conj. Habit.

Bueiro Conj.Habit. 3 300 10 16,6 1,66 0,7 0,581

47
48

Desenhos e

Detalhes Esquemáticos

Detalhes esquemáticos dos componentes do sistema são apresentados a


seguir.

48
49

Detalhe Típico – Canaleta em Canteiro

Detalhe Típico – Drenagens nas Vias

49
50

Detalhe Típico – Drenagem nas Vias

Microdrenagem da Via Lagunar

Concepção Geral do Sistema

O sistema de microdrenagem das pistas e áreas contíguas da Via Lagunar será


composto pelo conjunto sarjetas ou canaletas localizadas longitudinalmente a
via, junto ao meio fio e à ciclovia que será implantada lateralmente. A
declividade longitudinal destas canaletas será de 0,5% e o comprimento de 40
metros. A forma da seção será triangular, com largura de boca igual a 0,45 m e
profundidade inciando-se com 0,15 m e finalizando com 0,35 m.

50
51

Ao final de cada trecho de 40 metros será executada caixa de boca de lobo


padrão DNIT, para captação das águas coletadas pelas canaletas.

Os bueiros de travessias serão localizados a cada 80 metros de distância um


do outro, devendo apresentar diâmetros de 0,60 m e declividade longitudinal de
0,5%.

Em muitos casos estes bueiros de travessia deverão receber as contribuições


das áreas dos conjuntos habitacionais, o que implicará em aumentos das suas
seções de escoamentos (diâmetros).

Critério geral de dimensionamento

Os componentes do sistema de microdrenagem foram dimensionados com


descargas máximas correspondentes a chuvas intensas de tempo de
recorrência (TR) igual a 10 anos.

Cálculo das descargas máximas e dimensionamento das


galerias/canalizações

As descargas máximas de projeto foram calculadas utilizando-se o método


Racional:

Q = C .i . A, onde:

C é coeficiente de escoamento superficial, adotado como igual a 0,70 (áreas


dos conjuntos habitacionais) ou 0,90 (áreas da Via Lagunar); i, a intensidade
da chuva, correspondente ao tempo de concentração a bacia; e, A, a área da
bacia de contribuição; devendo-se compatibilizar dimensionalmente todas estas
grandezas físicas.

Os tempos de concentração das bacias, necessários no cálculo das descargas,


foram estimados com a utilização da equação de Kirpich,

tc = 57 . (L3 / H)-0,385, onde:

51
52

L é o comprimento (km) e H, o desnível geométrico do talvegue principal (m).

A intensidade de chuva, i, para a duração correspondente ao tempo de


concentração da bacia, foi obtida a partir da curva IDF da cidade de Maceió
definida nos estudos de “Chuvas Intensas no Brasil”, de Otto Pfafstetter, de
1957.

As dimensões das canalizações (canais abertos ou galerias) foram


estabelecidas a partir de cálculos de escoamento uniforme em canais,
efetuados com a utilização da equação de Chezí-Manning, associada à
equação da continuidade:

Q = (A . Rh2/3. i1 /2 ) / n , onde

A é a área molhada da seção; Rh, o raio hidráulico da seção hidráulica; i, a


declividade longitudinal da linha d‟água; e n, a rugosidade de Manning
referente ao revestimento da seção.

Resultados do Dimensionamento

Q 10
tc P 10anos i 10 anos
CANAL AD (ha) L (m) C anos
(min) (mm) (mm/min)
(m³/s)

Canaleta/sarjet
a lateral Via 0,078 40 5 9,8 1,96 0,9 0,023
Lagunar

Bueiro
travessia Via 0,156 25 5 9,8 1,96 0,9 0,046
Lagunar

Seção Trapez/Retang/Triangular (aberta) Tubo Circular

52
53

n yn Diâm.Cal Diâm.Co
CANAL B (m) m i (m/m) V(m/s) F yc Vel.(m/s)
(m) c. (m) ml. (m)

Canaleta/sarjeta
0,00 0,78 0,016 0,0025 0,222 0,60 0,57 0,18
lateral Via Lagunar
Bueiro travessia
0,016 0,0050 0,26 0,60 0,19
Via Lagunar

Desenhos e Detalhes Esquemáticos

No desenho a seguir, detalhes esquemáticos dos componentes do sistema.

53
54

54
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DETALHE TÍPICO – DRENAGENS VIA LAGUNAR

PAISAGISMO DAS ÁREAS URBANIZADAS

O projeto paisagístico teve como base os seguintes princípios:

 Utilização de vegetação regional;


 Ordenação dos maciços vegetais em sintonia com o desenho urbano;
 Utilização de agrupamentos homogêneas para favorecer o
reconhecimento das espécies;
 Tratamento diferenciado das áreas de acordo com os usos (maior ou
menor permanência, visão de conjunto, etc.);
 Escolha de espécies de grande porte a linha do canal – referência
paisagística fundamental no contexto;
 Escolha de espécies de dimensões menores no miolo da quadra, junto
as habitações;
 Evitar o uso de gramado, utilizando-se em substituição, espécies de
cobertura rústica, de fácil manutenção;
 A qualificação da vegetação de porte leva em consideração o porte
adulto das plantas;

Com isso as seguintes espécies foram alocadas nas “áreas 1, 2, 3, 4 e 5 ” e


seu o detalhamento estão em seus respectivos TOMO:

RAIO DA
COD. NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
COPA

ÁRVORES
A1 INGA EDULIS INGÁ R=5m
A2 HIBISCUS ARRUDA R=3m

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FERNAMBUCENSIS
A3 INGA LAURINA INGÁ BRANCO R=5m
ERITHRINA CRISTA-
A4 CORTICEIRA R=2,5m
GALLI
SCHINUS
A5 AROEIRA R=4m
TEREBINTHIFOLIUS
PAU D'ARCO
A6 TABEBUIA ELLIPTICA R=3,5m
BRANCO
HIMANTHUS JANAÚBA -
A7 R=2m
DRASTICUS TIBORNA
A8 COCCOLOBA ROSEA CABAÇU R=2,5m
A9 CASSIA GRANDIS CANAFÍSTULA R=5m
A10 BIXA ORELANA URUCUM R=2m

PALMEIRAS
P1 ATTALEA OLEIFERA PINDOBA -
SYAGRUS
P2 OURICURI -
CORONATA

ARBUSTOS
CLUSIA DA PEDRA
B1 CLÚSIA -
AZUL
B2 CLUSIA LANCEOLATA CLÚSIA -
B3 LANTANA ONDULATA CLÚSIA -

56
57

57
58

CAPITULO 2 – ALTERANATIVAS LOCACIONAIS

O território objeto dos estudos é aquele formado ao sul pela Lagoa Mundaú, ao
norte pela Av. General Hermes e Av. Cícero de Góes Monteiro, a leste pelo
Canal do Brejão (ou Canal da Brejal) e a oeste pelo Riacho do Silva,
abrangendo os bairros do Bom Parto, Mutange e Bebedouro.

Com os estudos necessários ao desenvolvimento de projetos de


reurbanização, especialmente no caso concreto, onde combina-se
readequação urbana e viária com o restabelecimento de área de proteção
lagunar, fez-se necessário os estudos de concepção de alternativas visando
escolher aquela que melhor atendesse aos critérios de seleção estabelecidos.

Definiu-se como critério para selecionar a alternativa mais vantajosa os


parâmetros estabelecidosabaixo e, após a análise individualizada, a equipe
técnica multidisciplinar definiu por aquela que pareceu trazer maiores ganhos
ao empreendimento.

Considerando que as componentes: implantação/ampliação de saneamento


básico, implantação/ampliação de macro e microdrenagem, ampliação da
iluminação pública, implantação/ampliação de pavimentação pública e
calçadas, implantação/reforma de prédios públicos, entre outros, são comuns a
todas as alternativas sob exame, temos que os aspectos mutantes assentam-
se sobre a locação da Via Lagunar e dela seus reflexos no reassentamento das
populações e nos custos.

Foram quatro as alternativas estudadas:

58
59

a) Via Lagunar com final na Av. Sen. Rui Palmeira e início na Av. General
Hermes na altura do IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, composta
de duas pistas com uma mão de direção, em Sistema Binário com a Av.
General Hermes. O trecho da Av. Major Cícero de Góes Monteiro, desde o
Bairro do Bebedouro até o encontro com a Via Lagunar seria duplicado; a qual
designamos Alternativa 1;

b) Via Lagunar com final na Av. Sen. Rui Palmeira e início na Av. General
Hermes na altura do IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, composta
de três pistas com uma mão de direção, sendo uma faixa exclusiva para
transporte público que se conecta com a Rua Francisco de Menezes, em
Sistema Binário com a Av. General Hermes. O trecho da Av. Major Cícero de
Góes Monteiro, desde o Bairro do Bebedouro até o encontro com a Via
Lagunar seria duplicado; a qual designamos Alternativa 2;

c) Via Lagunar com final na Av. Sen. Rui Palmeira e início na Av. General
Hermes na altura do IMA – Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, composta
de quatro pistas com duas mãos de direção, reservando a Av. General Hermes
preferencialmente para o transporte público. O trecho da Av. Major Cícero de
Góes Monteiro, desde o Bairro do Bebedouro até o encontro com a Via
Lagunar seria duplicado; a qual designamos Alternativa 3;

d) Via Lagunar com final interligando-se ao Dique Estrada na altura do


estacionamento de caminhões e início na Av. Cícero de Góes Monteiro,
composta de quatro pistas com duas mãos de direção, reservando a Av.
General Hermes e parte da Av. Cícero de Góes Monteiro preferencialmente
para o transporte público, a qual designamos Alternativa 4;

59
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Análise da Alternativa 1

Como descrito anteriormente, nessa alternativa a Via Lagunar tem seu final na
Av. Sen. Rui Palmeira e início na Av. General Hermes na altura do IMA –
Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, sendo composta de duas pistas com
uma mão de direção, fazendo Binário com a Av. General Hermes.

Para atendimento das normas de raios de curvatura e outras questões da


engenharia rodoviária, seria necessário um distanciamento de cerca de 150
metros da via em relação à margem da Lagoa para a concordância do traçado
com a Av. Sen. Rui Palmeira.

A geometria da Via para o cumprimento das normas e baseando-se numa


velocidade diretriz de 60 km/h, criaria uma faixa entre a Lagoa e a Via com
área total aproximada de 17.000 m2.

Nessa área propôs-se a criação de um parque para utilização pela comunidade


da Cidade de Maceió, voltado às práticas esportivas, eventos de educação e
preservação ambiental e contemplação da natureza e reunião da comunidade.

60
61

Pontos Fortes da Alternativa

a) Recompõe 17.000 m2 de área hoje ocupada com habitações precárias


que exercem grande pressão sobre a Lagoa em razão do sistemático aterro de
suas margens para a implantação de novas habitações precárias;
b) Cria uma barreira física entre o Bairro do Bom Parto e a Área de
Proteção Permanente – APP;
c) Mantem as áreas das margens da Lagoa no Bairro do Mutange
desocupadas de qualquer interferência antrópica.

Pontos Fracos da Alternativa

a) Gera cerca de 4.000 reassentamentos das populações que hoje ocupam


a faixa de 17.000 m2 descrita acima;
b) Permite a implantação de apenas 1.100 novas moradias no território do
programa, gerando a necessidade de atendimento de cerca de 2.900 famílias
fora do território;
c) Gera 84 desapropriações de imóveis nas margens de Av. General
Hermes/Major Cícero de Góes Monteiro, provocando impacto sobre a
população residente nesses imóveis e elevados custos de desapropriação;

61
62

Análise da Alternativa 2

A caracterização dessa alternativa segue a mesma descrição da Alternativa 1,


diferenciando-se com a implantação mais uma pista na Via Lagunar entre o seu
início na Av. General Hermes na altura do IMA e Rua Francisco de Menezes.
Essa terceira faixa seria exclusiva para o transporte público que seguiria pela
mencionada Rua Francisco de Menezes.

Pontos Fortes da Alternativa

a) Recompõe 17.000 m2 de área hoje ocupada com habitações precárias


que exercem grande pressão sobre a Lagoa em razão do sistemático aterro de
suas margens para a implantação de novas habitações precárias;
b) Cria uma barreira física entre o Bairro do Bom Parto e a Área de
Proteção Permanente – APP;
c) Mantem as áreas das margens da Lagoa no Bairro do Mutange
desocupadas de qualquer interferência antrópica.

Pontos Fracos da Alternativa

a) Gera cerca de 4.000 reassentamentos das populações que hoje ocupam


a faixa de 17.000 m2 descrita acima;

62
63

b) Permite a implantação de apenas 1.100 novas moradias no território do


programa, gerando a necessidade de atendimento de cerca de 2.900 famílias
fora do território;
c) Gera 12 desapropriações de imóveis em área consolidada para
executar-se a conexão da terceira faixa com a Rua Francisco de Menezes;
d) Gera 84 desapropriações de imóveis nas margens de Av. General
Hermes/Major Cícero de Góes Monteiro, provocando impacto sobre a
população residente nesses imóveis e elevados custos de desapropriação.

Análise da Alternativa 3

A caracterização dessa alternativa segue a mesma descrição da Alternativa 1,


diferenciando-se com a implantação de quatro faixas de rolamento, sendo duas
num sentido e duas no outro. Não seria formado sistema binário com a Av.
General Hermes, destinando-se a essa Avenida o uso preferencial para o
transporte público.

Pontos Fortes da Alternativa

a) Recompõe 17.000 m2 de área hoje ocupada com habitações precárias


que exercem grande pressão sobre a Lagoa em razão do sistemático aterro de
suas margens para a implantação de novas habitações precárias;
b) Cria uma barreira física entre o Bairro do Bom Parto e a Área de
Proteção Permanente – APP;
c) Mantem as áreas das margens da Lagoa no Bairro do Mutange
desocupadas de qualquer interferência antrópica.

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64

Pontos Fracos da Alternativa

a) Gera cerca de 4.100 reassentamentos das populações que hoje ocupam


a faixa de 17.000 m2 descrita acima;
b) Permite a implantação de apenas 1.050 novas moradias no território do
programa, gerando a necessidade de atendimento de cerca de 2.900 famílias
fora do território;
c) Gera 84 desapropriações de imóveis às margens da Av. General
Hermes/Major Cícero de Góes Monteiro, provocando impacto sobre a
população residente nesses imóveis e elevados custos de desapropriação.

64
65

Análise da Alternativa 4

Diferentemente das alternativas anteriores, a Via Lagunar nessa Alternativa 4


conecta-se ao Sul diretamente com o Dique Estrada nas imediações do
estacionamento de caminhões. Isso permite que o traçado da via aproxime-se
da orla lagunar, estabelecendo-se uma faixa cuja largura situe-se na casa de
30 metros durante a maior parte da extensão da via sob aterro.

Com essa nova geometria da Via e cumpridas as normas e baseando-se na


mesma velocidade diretriz de 60 km/h, criaríamos uma faixa entre a Lagoa e a
Via com área total aproximada de 9.000 m2.

Nessa área propôs-se a consolidação de Área de Proteção Permanente – APP


e nas áreas cuja largura da faixa suplanta os 30 metros, será propõe-se a
implantação de um museu que conte a história daquela região da cidade (o
Bebedouro foi um dos primeiros bairros da cidade) e uma área de encontro e
lazer da comunidade.

65
66

Pontos Fortes da Alternativa

a) Recompõe 9.000 m2 de área hoje ocupada com habitações precárias


que exercem grande pressão sobre a Lagoa em razão do sistemático aterro de
suas margens para a implantação de novas habitações precárias;
b) Cria uma barreira física entre o Bairro do Bom Parto e a Área de
Proteção Permanente – APP;
c) Gera cerca de 2.000 reassentamentos das populações que hoje ocupam
a faixa de 9.000 m2;
d) Permite a implantação de cerca de 1.900 unidades habitacionais,
proporcionando que majoritariamente as famílias atingidas pelo
reassentamento sejam atendidas no próprio bairro onde moram;

Pontos Fracos da Alternativa

a) Parte da Via é implantada nas margens da Lagoa no Bairro do Mutange,


exercendo interferência antrópica. Esse impacto será atenuado na medida em
que a via será implantada sob estrutura e elevada visando a manutenção da
hidrodinâmica da Lagoa, abastecendo-se os remanescentes de manguezais
com água e nutrientes provenientes da laguna;

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67
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Capítulo 3 –ASPECTOS LEGAIS E Legislação


Ambiental

Legislações Ambientais Federais e Estaduais que têm influência direta com o


Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Dispositivos Legais
Constituição Federal
Leis
Novo Código Florestal - LEI Nº 12.651/2012
Lei Estadual 6787/2006 – Licenciamento Ambiental
Lei 6938 de 31.08.1981 - Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA
Lei 5197/67 – Fauna silvestre
Lei 9.433/97 - Política Nacional de Recursos Hídricos
Lei 4132/62 - Desapropriação por interesse social
Decretos
Decreto 95733/88- Compensação Ambiental
Decreto 3365/41 – Desapropriação por utilidade pública
Decreto 24.643/34 - Código das águas
Resoluções
Resolução nº 307/2002 – Geração de Resíduos da Construção Civil
Resolução Nº 448, DE 18 de janeiro de 2012 - Altera os arts. 2º, 4º, 5º, 6º,
8º, 9º, 10 e 11 da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
Resolução CONAMA 01/86 – Estudo de Impacto Ambiental
Resolução CONAMA 09/87 - Audiência Pública
Resolução CONAMA 237/97 – Licenciamento Ambiental
Resolução CONAMA 20/86 - Classificação da água

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Ao tratar do Meio Ambiente, a Constituição Federal, no Art. 225, assevera que:


“Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.

Para assegurar a efetividade desse direito, diz o § 1º, que incumbe ao poder
público, dentre outras atribuições: preservar e restaurar os processos
ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e
ecossistemas;

(I) exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente


causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
(IV) controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
(V) proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade.

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Ao tratar da organização político-administrativa do Estado, diz no Art. 23, que é


competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dentre outras:

Competências
Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas; (VI)
Preservar as florestas, a fauna e a fauna; (VII)
Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os
sítios arqueológicos; (III)
Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; (V)
Quanto aos poderes para legislar, o Art. 24 estabelece que compete
tanto à, como aos Estados e ao Distrito Federal, legislar
concorrentemente sobre:
Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição; (VI)
Proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico; (VII)
Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
(VIII)

Na legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer


normas gerais, que na sua falta, deixa para os Estados a competência plena,
isto é, cada Estado poderá editar normas próprias visando atender aos seus
interesses e às suas peculiaridades. Havendo superveniência de norma
federal, a estadual perde a eficácia naquilo que lhe for contrária.

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No âmbito municipal, além da competência comum antes mencionada, consta


no Art. 30, que compete aos municípios:

Competências
Legislar sobre assuntos de interesse local (I);
Suplementar a legislação federal e a estadual no que couber (II);
Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano (VIII);
Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual (IX).

POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

A Lei 6938 de 31.08.1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio


Ambiente - PNMA, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências, diz que a PNMA tem por objetivo a preservação, melhoria
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no
País, condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos,
dentre outros.

Princípios e objetivos
Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo;
Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas
representativas;
Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente

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poluidoras;
Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.

AVALIAÇÃO DE INTACTOS AMBIENTAIS

A Lei 6938/81, diz que a Avaliação de Impactos Ambientais – AIA, destina-se a


subsidiar a decisão sobre o licenciamento de obra ou atividade capaz de
causar significativa degradação do meio ambiente. O AIA é um dos
instrumentos da PNMA.

A Resolução 01/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, que


dispõe sobre o Estudo de Impacto Ambiental (denominado Estudo Prévio de
Impacto Ambiental - EPIA, pela Constituição Federal), exige o EIA para
licenciamento de construção de estradas de rodagem com duas ou mais faixas
de rolamento (Art. 2º, I). Nesse mesmo sentido, a Resolução 237/97 inclui as
rodovias dentre os empreendimentos que dependem de licenciamento
ambiental.

Diretrizes Gerais
Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do
projeto, confrontando-as com a hipótese de sua não execução;
Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados
nas fases de implantação e operação da atividade;
Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente
afetada pelos impactos;
Denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os
casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza;
Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em
implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade.

Atividades Técnicas
Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, o que inclui uma
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas

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interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação


ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando:
O meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos
d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes
atmosféricas;
O meio biológico e os ecossistemas naturais, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico,
raras e ameaçadas de extinção, e as áreas de preservação permanente;
O meio socioeconômico, incluindo o uso e ocupação do solo, os usos
da água e demais aspectos relacionados com o tema, destacando os
sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os
recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos;
Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas,
através da identificação dos impactos, previsão da magnitude e
interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes,
discriminando-se os impactos positivos e negativos (benéficos e
adversos), diretos e indiretos, imediatos e de médio e longo prazos,
temporários e permanentes, seu grau de reversibilidade, suas
propriedades cumulativas e sinérgicas, assim como a distribuição dos
ônus e benefícios sociais;
Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas
os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos,
avaliando a eficiência de cada uma delas;
Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a
serem considerados.

O Estudo de Impacto Ambiental - EIA deverá ser apresentado de forma objetiva


e adequada à sua fácil compreensão, de modo que se possa entender as
vantagens e desvantagens do empreendimento, bem como todas as
consequências ambientais de sua implementação, e conterá no mínimo:

Conteúdo
Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade
com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;

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A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais,


especificando para cada uma delas, nas fases de construção e
operação, a área de influência, as matérias primas e mão de obra, as
fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis
efluentes, emissões, resíduos e perdas de energia, os empregos diretos
e indiretos a serem gerados;
A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da
área de influência do projeto;
A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e
operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando métodos,
técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e
interpretação;
A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência,
comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas
alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização;
A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em
relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que puderem ser
evitados, e o grau de alteração esperado; • programa de
acompanhamento e monitoramento dos impactos;
Recomendação quanto a alternativa mais favorável (conclusões e
comentários de ordem geral), e quanto a unidade de conservação a ser
criada para compensar os danos causados pelo empreendimento.

Finalmente, observa-se que o CONAMA poderá determinar, quando julgar


necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis
consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos
órgãos federais, estaduais e municipais, bem como a entidades privadas, as
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto
ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de
significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas
patrimônio nacional. (Art. 8º, II, com redação determinada pela Lei 8028, de 12
de abril de 1990).

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LICENCIAMENTO AMBIENTA L

Licenciamento Ambiental é o procedimento pelo qual o órgão ambiental


competente licencia a localização, instalação, ampliação e operação de
empreendimentos ou atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
(Art. 1º, I, da Resolução CONAMA 237/97).

Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis - IBAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos e
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional,
localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados. (Art. 4º. II, da
Resolução 237/97)

Nesse licenciamento, o IBAMA considerará o exame técnico procedido pelos


órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar o
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos
competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
envolvidos no processo de licenciamento.

Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental


competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle
ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou
jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou
atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma possam causar
degradação ambiental. (Art. 1º, II, da Resolução CONAMA 237/97)

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Conforme o Art. 19 do regulamento da Lei 6.938/81 combinado com os Arts. 8º


e 18 da Resolução CONAMA 237/97 e o Art. 5 da Lei Estadual 6787/2006, o
Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as
seguintes licenças:

Licenças
Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento do
empreendimento ou da atividade, contendo requisitos básicos a serem
atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados
os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. O prazo de
validade da LP deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma
de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao
empreendimento, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos;
Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, de
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação. O prazo de validade da
LI deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação
do empreendimento, não podendo ser superior a 6 (seis) anos;
Licença de Operação (LO) autorizando, após as verificações
necessárias, a operação e o funcionamento de seus equipamentos de
controle da poluição, de acordo com o previsto nas Licenças Prévia e
de Instalação. O prazo de validade da LO deverá considerar os planos
de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no
máximo de 10 (dez) anos, podendo ser renovada.

A Resolução CONAMA 237, de 19.12.97, promoveu profundas mudanças nas


normas para licenciamento ambiental, cujo procedimento, conforme o Art. 10,
deverá obedecer às seguintes etapas:

Etapas
Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do
empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais,
necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à
licença requerida;
Requerimento de licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado
76
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dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a


devida publicidade;
Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas,
quando necessárias;
Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão
ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em
decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais
apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma
solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham
sido satisfatórios;
Audiência pública de acordo com a regulamentação pertinente
(Resolução CONAMA 09/87);
Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão
ambiental competente, decorrente de audiências públicas, quando
couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os
esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios;
Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer
jurídico;
Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida
publicidade.

No procedimento deverá constar, obrigatoriamente, certidão da Prefeitura


Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade
estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo
e, quando for o caso, autorização para supressão de vegetação e outorga para
o uso da água, emitida pelos órgãos competentes.

O órgão pertencente ao SISNAMA encarregado do licenciamento definirá, se


necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais,
observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou
empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento

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com as etapas de planejamento, implantação e operação. (Art. 9 Lei Estadual


6787/2006)

REGULAÇÃO AMBIENTAL NO ENTORNO DAS


ÁGUAS

A Constituição Federal estabelece que são bens da União, dentre outros: “os
lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um estado, sirvam de limites com outros países ou se
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais” (Art. 20, III).

Nesse sistema, os rios e lagos públicos pertencem à União ou ao estado-


membro, conforme o território em que se localizem. Aos municípios nada
pertence, seja fluvial ou lacustre.

O regime jurídico das águas é estabelecido pelo Decreto 24.643/34


denominado “Código de Águas”, e sua classificação é feita pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

A Resolução CONAMA 20/86 (Art. 1º, VII) enquadrou as águas doces, salobras
e salinas em nove classes, obedecendo não necessariamente o seu estado
atual, mas os níveis de qualidade que deveriam possuir para atender as
necessidades humanas e o equilíbrio ecológico aquático.

Com esse objetivo foram fixados parâmetros e limites de contaminação,


permitindo aos órgãos de controle ambiental a fixação de outros mais
restritivos, a fim de atender as condições locais.

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As águas contaminadas por ação humana são denominadas nocivas. A


ninguém é lícito conspurcar ou contaminar águas em território nacional. Os
infratores responderão por perdas e danos e pelas multas que lhes forem
impostas, sem prejuízo da responsabilidade criminal (Arts. 109 e 110 do
Código de Águas).

Aos órgãos de controle ambiental cabe a fiscalização do cumprimento da


legislação, bem como a aplicação das penalidades. A Política Nacional de
Recursos Hídricos é definida pela Lei 9.433 de 08.01.97 (Art. 1º), baseada nos
seguintes fundamentos:

Fundamentos
A água é um bem de domínio público;
A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo
humano e a dessedentação de animais;
A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos;
A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Flora Terrestre

Pela Constituição é dever da União, dos estados, do Distrito Federal e dos


municípios preservarem as florestas, fauna e flora existentes em seus
territórios (Art. 23, VII).

Pelo Código Civil, as florestas são bens imóveis (Art. 43, I) e seguem a sorte
das terras que aderem.

O Código Florestal, instituído pela Lei 12651, de 25/05/2012, considera as


florestas e demais formas de vegetação, bens de interesse comum a todos os

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habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações


que a legislação em geral e especialmente o Código estabelecem.

Considera-se uso nocivo da propriedade as ações ou omissões contrárias às


disposições do Código Florestal, no tocante à utilização e exploração das
florestas.

Com relação às florestas e demais formas de vegetação natural de


preservação permanente, o Código Florestal estabelece:

“Art. 4° Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou


urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d‟água natural perene e intermitente,
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura
mínima de
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d‟água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d‟água que tenham de 10 (dez) a 50
(cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d‟água que tenham de 50 (cinquenta) a
200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d‟água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d‟água que tenham largura superior
a 600 (seiscentos) metros;

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura


mínima de:

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a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d‟água com até
20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50
(cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d‟água artificiais, decorrentes de


barramento ou represamento de cursos d‟água naturais, na faixa definida na
licença ambiental do empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d‟água perenes, qualquer
que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a
100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo,
em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100
(cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir
da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da
elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d‟água adjacente ou, nos relevos
ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer
que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima
de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e
encharcado.

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No caso do empreendimento em foco, apenas um trecho da rodovia


estará inserido em área de APP (30 metros das margens da lagoa e em
área de manguezal).

Quanto às florestas e demais formas de vegetação natural situadas ao redor


das lagoas, lagos, reservatórios naturais ou artificiais, no topo dos morros,
montes, montanhas e serras, nas encostas ou partes destas,nas restingas
como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues, aplica-se o disposto
na Resolução CONAMA 04/85, que dispõe sobre as Reservas Ecológicas.

Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando assim declaradas


por ato do Poder Público (Federal, Estadual ou Municipal), as florestas e
demais formas de vegetação natural destinadas a atenuar a erosão das terras,
fixar dunas, formar faixas de proteção ao longo das rodovias e ferrovias,
auxiliar a defesa do território nacional, proteger sítios de excepcional beleza ou
valor científico ou histórico, asilar exemplares da fauna e da flora ameaçados
de extinção, manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas, e
a assegurar condições de bem-estar público (Art. 3º do Novo Código Florestal).

Quanto à supressão destas, o Código Florestal silencia, prevendo tão somente


a possibilidade de isso ocorrer em relação àquelas assim declaradas por ato do
Poder Público, quando “as obras de infraestrutura destinadas às concessões e
aos serviços públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário
aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento,
gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações
necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou
internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho”, conforme dispõe o Art. 3º, VII.

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LEGISLAÇÃO SOBRE A FAUNA SILVESTRE

A Lei 5197, de 03.01.67, apresenta-se hoje como uma das mais importantes na
legislação federal, pois especifica e estabelece normas de proteção à fauna
silvestre, dando premissas básicas de defesa à vida animal.

São considerados silvestres os animais de quaisquer espécies e em quaisquer


fases do seu desenvolvimento, que vivem naturalmente fora de cativeiro, bem
como os seus ninhos, abrigos e criadouros naturais (Art. 1º).

Uma grande inovação que se apresentou nesta Lei foi à determinação de que
tais animais passaram à propriedade do Estado. Tendo a fauna silvestre se
incorporado ao patrimônio do Estado, resulta que, a proibição da caça e a
regulamentação da pesca deixaram de constituir limitação administrativa ao
direito de propriedade consubstanciado na apanha das coisas.

II-14 que, segundo o Código Civil eram sem dono, sujeitas à apropriação
dentro dos limites territoriais da propriedade imóvel para se tornarem atividades
sujeitas à permissão e fiscalização do Poder Público.

A competência para legislar sobre fauna é concorrente entre a União, os


Estados e o Distrito Federal (Art. 24, VI da Constituição Federal).

LIMITAÇÕES AADMINISTRATIVAS AO DIREITO


DE PROPRIEDADE E DES APROPRIAÇÕES

Limitação administrativa é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem


pública, condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às
exigências do bem-estar social. Derivam, comumente, do poder de polícia
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inerente e indissociável da Administração, e se exteriorizam em imposições


unilaterais e imperativas, sob tríplice modalidade positiva (fazer), negativa (não
fazer) ou permissiva (deixar de fazer).

Essas limitações não são absolutas, nem arbitrárias. Encontram seus lindes
nos direitos individuais assegurados pela Constituição e devem expressar-se
em forma legal. Só são legítimas quando representem razoáveis medidas de
condicionamento do uso da propriedade, em benefício do bem-estar social
(Const. da Rep., Art. 170, III), e não impedem sua utilização segundo a sua
destinação natural.

“Além disso, para que sejam admissíveis as limitações administrativas sem


indenização, como é de sua índole, hão de ser gerais, isto é, dirigidas a
propriedades indeterminadas, mas determináveis no momento de sua
aplicação” (in Direito Administrativo Brasileiro – Hely Lopes Meirelles, 16 ª ed.,
1991, RT, SP, p. 530).

Ao tratar dos direitos e deveres individuais e coletivos, a Constituição Federal


prescreve no Art. 5º que todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade.

O Código Civil explicita no Art. 530 que a propriedade imóvel é adquirida pela
transcrição do título de transferência no Registro de Imóveis, pela acessão,
pelo usucapião e pelo direito II-16 hereditário. Da mesma forma, enuncia a
perda da propriedade imóvel pela alienação, pela renúncia, pelo abandono,
pelo perecimento do imóvel (Art. 589) e mediante desapropriação por
necessidade ou utilidade pública.

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A desapropriação por utilidade pública é regulada pelo Decreto-lei 3365, de


21/06/41 e, a por interesse social, pela Lei 4132, de 10.09.1962.

Mediante declaração, todos os bens poderão ser desapropriados pela União,


Estados, Distrito Federal e Municípios. Os concessionários de serviços públicos
e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções delegadas
de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização
expressa, constante de lei ou contrato. Pode também o Poder Legislativo tomar
a iniciativa da desapropriação, cumprindo ao Executivo, neste caso, praticar os
atos necessários à sua efetivação.

A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou ser intentada


judicialmente dentro de cinco anos no caso de utilidade pública, e de dois anos
no caso de interesse social, contados da data da expedição do respectivo
decreto, e findo os quais, este caducará. Neste caso, somente decorrido um
ano, poderá o mesmo bem ser objeto de nova declaração.

Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação, decidir se estão


presentes ou não casos de utilidade pública ou interesse social. Se o
expropriante alegar urgência e depositar a quantia arbitrada, o juiz mandará
imiti-lo na posse do bem, desde que a requeira no prazo máximo de cento e
vinte dias.

A imissão de posse poderá ocorrer independentemente da citação do réu,


mediante depósito do valor cadastral do imóvel rural, caso esse valor tenha
sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior. Não tendo havido a
atualização, o juiz fixará, independentemente de avaliação, a importância do
depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originariamente o
valor cadastral, e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel.

85
86

A sentença que fixar o valor da indenização quando este for superior ao preço
oferecido, condenará o expropriante a pagar honorários de advogado sobre o
valor da diferença.

Decorrido o prazo superior a um ano a partir da avaliação, o juiz ou tribunal,


antes da decisão final, determinará a correção monetária do valor apurado,
conforme índice fixado pelo Poder Público. “Em desapropriação, é devida a
correção monetária até a data do efetivo pagamento da indenização, devendo
proceder-se à atualização do cálculo ainda que por mais de uma vez” (Súmula
561, do STF).

Os juros de mora serão devidos na base de seis por cento ao ano, calculados a
partir do trânsito em julgado da sentença que fixa a indenização (Súmula 70, do
TFR), e os juros compensatórios correrão desde a antecipada imissão de
posse ordenada pelo Juiz por motivo de urgência (Súmula 164 do STF), na
base de doze por cento ao ano, (Súmula 618, do STF), calculados até a data
do laudo, sobre o valor simples da indenização, desde então, sobre referido
valor corrigido monetariamente (Súmula 74, do TFR).

Finalmente, merece registro a Súmula 142, do Tribunal Federal de Recursos -


TFR, que isenta de desapropriação as faixas “non aedificandi” existentes ao
longo das estradas de rodagem:

“A limitação administrativa “non aedificandi” imposta aos terrenos marginais


das estradas de rodagem, em zona rural, não afeta o domínio do proprietário,
nem obriga a qualquer indenização”.

86
87

COMPENSAÇÃO AMBIENTAL

Destinação de 1% do Valor de Projetos e Obras Federais para Mitigação de


Impactos

O Decreto nº 95.733, de 12.02.88, impõe que no planejamento de projetos e


obras, de médio e grande porte, executados total ou parcialmente com
recursos federais, serão considerados os efeitos de caráter ambiental, cultural
e social, que esses empreendimentos possam causar ao meio considerado.
(Art. 1º).

Identificados efeitos negativos de natureza ambiental, cultural e social, os


órgãos e entidades federais incluirão, no orçamento de cada projeto ou obra,
dotações correspondentes, no mínimo, a 1% (um por cento) do mesmo
orçamento destinadas à prevenção ou à correção desses efeitos. (Parágrafo
primeiro).

Os projetos e obras já em execução ou em planejamento, deverão ser revistos


a fim de dar atendimento à determinação (Art. 2º). Tais recursos deverão ser
repassados aos órgãos ou entidades públicas responsáveis pela execução das
medidas preventivas ou corretivas, quando não afeta ao responsável pela obra
ou projeto. (Art. 3º).

Vale observar que essas imposições legais justificam-se pelo fato de que a
execução de alguns projetos e a construção de obras federais, podem causar
impactos de natureza ambiental, cultural e social que exijam medidas corretivas
por parte do Poder Público, envolvendo, em muitos casos, os Estados e
Municípios onde se situam esses empreendimentos, considerando que nem
sempre as Administrações Estaduais e Municipais dispõem de recursos e
infraestrutura necessários para agir prontamente no sentido de evitar esses
87
88

impactos, e que a execução desses empreendimentos visa ao


desenvolvimento, à melhoria das condições do meio e à elevação do nível de
vida das comunidades envolvidas, não sendo justo que os reflexos negativos
deles decorrentes causem efeitos contrários ao objetivado pelo Governo, bem
como, que a execução de projetos e a construção de obras federais devem
procurar manter o equilíbrio entre o avanço que imprimem ao meio e o bem-
estar da população local, para que esta se beneficie dos resultados a serem
alcançados.

ANÁLISE E CONSIDERAÇÕES SOBRE A


LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As legislações incidentes federais, estaduais e, sobretudo, as do Município de


Maceió serão citadas e analisadas para nortear a avaliação ambiental por parte
do órgão ambiental municipal licenciador – SEMPMA, do IPHAN, além de
outros órgãos transversais, indicando a possibilidade jurídica do pedido de
instalação e funcionamento do objeto de estudo aqui compreendido. Este
objetivo emerge da necessidade de acesso ao entendimento legal sobre o que
se dispõem a analisar.

Assim, vemos abaixo os tópicos que serão discutidos nesta análise, os quais
não se exaurem por se tratar de matéria difusa e controversa, mas se
coadunam com o ordenamento pátrio atual e agem na defesa de um
desenvolvimento sustentável, na garantia do patrimônio ecológico, histórico,
cultural e arqueológico que se deve buscar.

Pontos a serem discutidos enquanto complementares às informações


anteriormente prestadas:

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Proteção ao Patrimônio Arqueológico;


Proteção às comunidades indígenas e quilombolas;
Investigação de passivos ambientais;
Competência Administrativa (Executiva) Municipal;
Uso do Solo (Plano Diretor)

Breve Histórico

Antes, porém, de atacarmos os pontos acima levantados, um breve histórico


sobre a legislação em matéria ambiental, cultural, histórica e arqueológica
servirá de sustentação dos diversos argumentos que surgirão.

O EIA/RIMA – Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio


Ambiente é uma AIA - Avaliação de Impacto Ambiental, dentre muitas outras
como o RAA – Relatório de Avaliação Ambiental, o RAS – Relatório Ambiental
Simplificado, o DAS – Diagnóstico Ambiental Simplificado, dentre outros.

Como o AIA, o EIA/RIMA é um instrumento da Política Nacional de Meio


Ambiente (Lei Federal 6.938/81), o qual foi assimilado pela CRFB 88.

Outros instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, de acordo com a


Lei Federal citada, são:

I – Padrões de Qualidade Ambiental;


II – o zoneamento ambiental;
III – incentivos à produção e instalação de equipamentos e à criação ou
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

89
90

IV – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos;


V – Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA;
VI – Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental;
VII – penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das
medidas necessárias à preservação do meio ambiente ou à correção da
degradação ambiental;
VIII – Relatório de Qualidade Ambiental do Meio Ambiente – RQMA;
IX – garantia de acesso a informações relativas ao meio ambiente;
X – Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras e/ou
Utilizadoras dos Recursos Ambientais;
XI – instrumentos econômicos; e
XII – licenciamento ambiental.

Como não seria nenhuma surpresa, o licenciamento ambiental acaba sendo o


mais discutido e conhecido dos instrumentos ao lado da AIA.

Na citada Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, em seu artigo 10, temos
que são passíveis de licenciamento ambiental: “a construção, instalação,
ampliação, funcionamento de estabelecimentos e as atividades utilizadoras de
recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem
como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental,
dependerão de prévio licenciamento ambiental por órgão Estadual
competente, integrante do SISNAMA”. (grifos nossos)

Ressaltamos que os grifos se devem a necessidade de atentar-nos ao fato da


Constituição vigente à época não ter ainda considerado os municípios
enquanto ente autônomo da Federação, situação apenas visualizada em 1988
e, posteriormente disposta com mais exatidão na Lei Complementar 140/11.

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91

Em conjunto com o licenciamento ambiental, a Lei 6.938/81 e, posteriormente a


CRFB 88, obrigam a elaboração de estudo de impacto ambiental para
empreendimentos que potencialmente possam causar danos ao meio
ambiente.

A Resolução CONAMA 01/86 prevê a obrigatoriedade de EIA/RIMA apenas


nos casos previstos no artigo 2º:

“Art. 2º Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo


relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do
órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento
de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;

Mas, percebam: conforme entendimento constitucional, o impacto ambiental


deve sempre ser entendido como significativa degradação ambiental. A melhor
lição para o entendimento do que é impacto ambiental e sua relação com a
necessidade de um EIA/RIMA, encontra-se abaixo:

“Impacto ambiental não é qualquer alteração do meio ambiente, mas uma


degradação significativa do ambiente. Por outras palavras, considera-se
impacto ambiental a alteração drástica e de natureza negativa da qualidade
ambiental”. (Álvaro Luiz Valery Mirra. Limites e Controle dos Autos do Poder
Público em Matéria Ambiental, Ação Civil Pública – Lei n. 7.347/85 –
Reminiscências e Reflexões Após Dez Anos de Aplicação. Coord. Édis Milaré.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 1995, pp 43 e s.).

O que temos é que nem todo impacto tem a característica necessária à sua
vinculação ao EIA/RIMA. Ou está presente em norma (RC, por exemplo) ou
91
92

possui a relação de possibilidade de degradação significativa ao meio ambiente


com alterações drásticas de natureza negativa.

Devido a tal fato, é possível verificarmos o encorpamento da tese de a lista


presente no artigo 2º da Resolução acima é meramente indicativa, sendo
condição que está subjugada à regra do impacto ambiental.

O que temos, então é a construção de um silogismo em que a premissa legal


deve ser interpretada como a do impacto negativo ao meio e não a tipificação
impositiva do legislador delegado (no caso, o CONAMA).

Assim, sendo o impacto ambiental positivo, a conclusão do problema


construída seria a da necessidade de apresentação de um diagnóstico
ambiental em forma de relatório, com planos e projetos de controle ambiental,
análise de compatibilidade com o Plano de Manejo da UC vizinha, pela regra
da influência, plano de recuperação de áreas degradadas baseado em uma
investigação de passivo ambiental e, finalmente, face a existência de uma
indústria química, uma análise preliminar de risco.

Embora este fosse o cenário ideal, a constituição formal de um EIA/RIMA, é o


mais usual para tais casos.

Assim, embora deixando evidenciada a tese anterior, passamos à questão da


publicidade que circunvizinha o procedimento do EIA.

Os procedimentos para a realização de audiência pública, exigida nos projetos


que contenham EIA/RIMA, são estabelecidos na Resolução CONAMA 09/87. A
Audiência Pública referida desde a CONAMA 01/86, tem por finalidade expor
aos interessados o objeto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas

92
93

e ouvindo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. Ou seja, esta


audiência tem natureza consultiva, sendo obrigatória, porém nãovinculante.

O Município de Maceió, através de sua Secretaria de Proteção ao Meio


Ambiente, entendendo pelo EIA/RIMA, obrigatoriamente haverá a vinculação
de todos os procedimentos das Resoluções citadas, além da 428/10 e Lei do
SNUC.

À equipe técnica do EIA caberá atestar a viabilidade técnica e ambiental,


expondo ao analista os problemas encontrados e quais as soluções que
entende.

Passamos a detalhar os tópicos anteriormente descritos.

Proteção ao Patrimônio Arqueológico

A Resolução CONAMA 01/86 com fins de preservação do patrimônio cultural


dos sítios e monumentos arqueológicos (art. 6º, Inciso I, alínea C), obrigou aos
empreendedores a cumprir procedimentos arqueológicos nos estudos
ambientais:

Art. 6º - o estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes


atividades técnicas:

I - Diagnóstico ambiental de influência do projeto, completa descrição e análise


dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a
caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto,
considerando:

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O meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio


economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e
culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local,
os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos.

Em 01 de dezembro de 1988, por meio da Portaria SPHAN nº 007, fixou-se os


procedimentos com fins de permissões e autorizações para as pesquisas
arqueológicas.

Mas, foi em 17 de dezembro de 2002, que o IPHAN resolveu, por meio da


Portaria 230, que a compatibilização do licenciamento ambiental e os
procedimentos arqueológicos era necessária.

Considerando esta necessidade de compatibilização das fases do


licenciamento e os estudos preventivos de arqueologia, fixou-se a seguinte
regra:

1. Para obtenção da licença prévia ambiental:


O empreendimento deve proceder, quando obrigatório o EIA/RIMA, à
contextualização arqueológica da sua área de influência por meio de
levantamento de dados secundários e levantamento arqueológico de campo.
Nada mais se trata do que o diagnóstico arqueológico da área (artigo 1º da
Portaria 230).

2. Para a obtenção da Licença de Implantação ambiental:


Será necessária a prospecção intensiva com o objetivo de estimar a
quantidade de sítios arqueológicos existentes nas áreas e na sua influência
direta ou indireta. Será finalizado o trabalho de prospecção com um Programa
de Resgate Arqueológico – PRA.

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3. Para a obtenção da Licença de Operação ambiental:


Com base no programa de resgate arqueológico, caso necessário, serão feitos
os resgates (salvamento arqueológico) nos sítios selecionados.

Finalmente, em março 2015, por meio da Instrução Normativa 001, o IPHAN


estabeleceu procedimentos administrativos a serem seguidos pelo Instituto nos
licenciamentos ambientais nas três esferas de competência executiva
(Município, Estado e União).

Tornou obrigatória a apresentação de informações mediante o preenchimento


de uma Ficha de Caracterização da Atividade – FCA, com fins de
enquadramento de acordo com a tipologia e área do empreendimento para
posterior manifesto do IPHAN.

Como o empreendimento aqui estudado abriga mais de uma tipologia (estrada


de rolamento, urbanização, edificação, etc.), a mais rígida irá vincular as
demais.

Conforme a IN 01 citada, a classificação será como de “média e alta


interferência sobre as condições vigentes do solo, grandes áreas de
intervenção, com limitada ou inexistente flexibilidade para alterações de
localização e traçado”.

Desta forma, de acordo com o anexos da IN 01, faz-se necessário a


elaboração do Projeto de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico a
ser previamente autorizado por Portaria do IPHAN.

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Proteção às Comunidades Indíginas e Quilombolas

Utilizamos como norte para o desenvolvimento do tópico, além da CRFB 88, a


Convenção 169/OIT, a Portaria IPHAN 230/02, a IN 01/05 IPHAN e a IN 184/08
IBAMA.

Enquanto licenciamento ambiental, o procedimento de outorga envolve mais


que a interdisciplinaridade: envolve a sociedade e difunde-se pelos seus
representantes diversos.

Como convidada, a IN 184/08 do IBAMA, traduzindo o que já havia ensinado a


CONAMA 01/86, envolve todos os interessados no resultado do processo de
licenciamento ao exigir sua ciência e, quando, necessário sua anuência.

A tese é a de legitimação dos atos praticados. Para haver interesse direto ou


indireto, basta apenas o risco de afetação. Por dispositivo legal, havendo
Unidades de Conservação ou enquadramento na IN 01 do IPHAN, aqui já
citada, obrigatória a interveniência por anuência. E, quando se tratar de
comunidades indígenas ou quilombolas, procedimentos especiais de consulta
quando eventualmente presentes na área de influência.

Cabe a identificação. Se identificado, conforme a própria disposição da


Convenção 169/OIT, arts. 6º e 7º, consulta aos povos interessados ou suas
instituições representativas, com livre participação, no mínimo, na mesma
medida que os demais setores da sociedade, inclusive, com direito a discussão
das decisões institucionais (caráter consultivo pleno).

Sendo certa a disposição presente na CONAMA 09/87 que trata da audiência


pública, a FUNAI e a Fundação Cultural Palmares deverão, mesmo que não

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identificadas a presente de elementos na área de influência, convidadas a


participar da consulta.

Como dissemos, caso existente os elementos, a consulta estará atrelada ao


pleno exercício dos direitos universalizados a vida, crença, instituições e bem-
estar espiritual, já que a eles é concedido o direito de controle sobre o seu
desenvolvimento econômico, social e cultural (OIT 169).

Devemos, finalmente, ressaltar que não há obrigação legal de promoção de


oitivas específicas para a população tradicional, indígena ou quilombola, ainda
que existente na área de influência. Suficiente é a sua presença e sua voz.

Investigação de Passivos Ambientais

Uma análise quantitativa e qualitativa das áreas potencialmente degradadas,


por meio de um diagnóstico é condição prévia para a intervenção proposta.

O diagnóstico de Investigação do Passivo Ambiental ergue-se diante da


premissa do princípio da precaução, sendo vedada qualquer possibilidade de
intervir em locais degradados sem um Plano de Recuperação do local.

Em suma, temos que duas fases teóricas são obrigatórias: o diagnóstico, na


qual se identifica o passivo; e, o PRAD, quando se propõe a recuperação total
ou parcial do local escolhido.Não há do que se falar em compensação do
passivo existente, já que a intervenção já visa à contraposição dos impactos.

Ressaltamos que a compensação dar-se-á sempre nos locais afetados por


possíveis impactos negativos ou por força de dispositivo legal (Lei do SNUC).

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Regulação de Uso do Solo

Para as questões relacionadas ao uso do solo, utilizamos a regra geral da Lei


do Parcelamento do Solo e as definidas em nosso Plano Diretor.

Por sugestão, entendemos que os pareceres da SMCCU e da Secretaria


Municipal de Planejamento para o caso deverão ser partes integrante do
processo de licenciamento, suprimindo as dúvidas de controle e planejamento
urbano que por ventura sejam levantadas.

De qualquer forma, verifica-se que o partido urbanístico proposto está baseado


nos ditames ora preceituados pela legislação municipal de ordenamento
urbano.

PARECER DA VIABILIDADE JURÍDICA

Na área de influência do projeto em análise, o desenvolvimento urbano


simplesmente desconsiderou o meio ambiente. As ocupações se deram de
forma desorganizada, sem qualquer planejamento. Causando diversos
transtornos em todos os aspectos analisados (socioeconomia, meio biótico e
meio físico).

O processo de ocupação desordenado da região, deixou a os moradores as


margens do que se precisa para viver com dignidade. A natureza, pela falta da
consciência ecológica, sofreu consequências tão graves que em alguns pontos
poderá ocorrer de nunca mais se regenerar.

Com o Projeto de Requalificação da Orla Lagunar, as questões ambientais


passaram a ser uma realidade, onde a recuperação ambiental passou a ser um
dos grandes objetivos do projeto.
98
99

Como ponto crítico, podemos destacar a ocupação de áreas de APP - recuo


inferior a 30m da lagoa e ocupação de área de manguezal. Todavia, se trata de
um equipamento urbano de Utilidade Pública, conforme previsto no inciso VIII
do Art. 3º do Código Florestal - Lei 12.651/2012.
b) as obras de infraestrutura destinadas às
concessões e aos serviços públicos de transporte,
sistema viário, inclusive aquele necessário aos
parcelamentos de solo urbano aprovados pelos
Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia,
telecomunicações, radiodifusão, instalações
necessárias à realização de competições esportivas
estaduais, nacionais ou internacionais, bem como
mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho;
No art. 8º prevê que a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em
Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade
pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
Cabe ressaltar que o projeto prevê a recuperação de áreas de APPs nas
margens da lagoa, em proporções superiores as áreas de APPs ocupadas pela
intervenção.

Observando todo o arcabouço jurídico em vigência apresentado,


evidencia-se que o empreendimento proposto atende legalmente a todos
os dispositivos da legislação ambiental. Portanto, não há evidências de
óbice que inviabilize a implantação do Programa de Requalificação
Urbana da Orla Lagunar de Maceió no que diz respeito ao uso do solo e
meio biótico.

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100

CAPITULO 4–DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA


DIRETA (AID)

Em relação ao meio físico e biótico considerou-se como Área Diretamente


Afetada pelo empreendimento a área prevista para a implantação do Projeto
Urbanístico, conforme apresentado na Figura 3.

Corresponde ao terreno que será efetivamente ocupado pelo empreendimento


com intervenções diretas sobre o solo e vegetação. Além da instalação da via,
das unidades multifamiliares provenientes do projeto de reassentamento e de
toda a requalificação da orla lagunar, contempla ainda o canteiro de obras,
caminhos de serviços, acessos, infraestrutura viária, áreas verdes, etc.

100
101

Figura 1: Área Diretamente Afetada para os Meios Físico (Geologia, Geomorfologia e Solos) e
Biótico (Fauna e Flora).

Meios Físico e Biótico

Para os aspectos do meio físico e biótico, considerou-se como Área de


Influência Direta um raio de 500m ao redor da gleba prevista para a
implantação das obras do Programa (Figura 4).

101
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Figura 2: Área de Influência Direta para os Meios Físico (Geologia, Geomorfologia e Solos) e
Biótico (Fauna e Flora).

Meio Socioeconômico

A Área de Influência Direta do presente estudo foi definida como sendo o os


bairros afetados diretamente pelas intervenções. Já a Área Diretamente
Afetada para o meio socioeconômico foi definida como sendo as áreas alvo das
intervenções, com destaque para as famílias que ocupam habitações precárias
e que deverão ser relocadas.

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103

CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA


INDIRETA (AII)

Para os aspectos do meio físico e biótico, considerou-se como Área de


Influência Indireta um raio de 2000m ao redor da gleba prevista para a
implantação do Programa (Figura 5).

Figura 3: Área de Influência Indireta para os Meios Físico (Geologia, Geomorfologia e Solos) e
Biótico (Fauna e Flora).

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Meio Socioeconômico

Para o meio socioeconômico a AII do empreendimento, foi definida no presente


estudo como sendo o município de Maceió, abordando o histórico da cidade,
sua organização social e a infraestrutura .

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO FÍSICO

Conforme o IBGE (2010) e o estudo de BARROS et. al. (2012) o estado de


Alagoas possui três mesorregiões: o Leste, o Agreste e o Sertão Alagoano. O
Leste é a maior região abrangendo o Litoral e a Zona da Mata está, por sua
vez, dividida em Mata Norte e Mata Sul (figura 01).

A Mesorregião do Leste Alagoano é a maior e mais populosa, nela está


inserida a cidade de Maceió, capital do estado. O clima característico é o
tropical quente e úmido ou tropical litorâneo, devido à alta influência do oceano.

104
105

Figura 4: Zoneamento Agroecológico do Estado de Alagoas mostrando as mesorregiões.


Observar que o Complexo Estuarino Laguna Mundaú/Manguaba (círculo amarelo) está
encravado completamente na mesorregião do Leste Alagoano. Fonte: BARROS et. al. (2012).
Modificado por Borba, 2015.

O Complexo Estuarino Lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM) é o mais


importante do nordeste brasileiro. O CELMM é formado por duas lagunas, a
Mundaú ou laguna do norte e a Manguaba ou laguna do sul, sendo interligadas
por uma série de canais, várias ilhas e uma região estuarina comum a ambas
as lagunas.

Localizado no litoral médio do estado de Alagoas, entre as coordenadas


geográficas: 9°37‟46.85”S e 35°46‟36.05”O (laguna Mundaú); 9°40‟36.15” S e
35°53‟51.97”O (laguna Manguaba). Possuindo uma área total de 54,0 km² e
apenas uma única ligação com o mar (boca da barra). É essa ligação com o
mar e sua formação geológica que torna mais adequado o emprego do termo
“laguna”.

Além do mais, esse complexo se enquadra como estuarino-lagunar, pois,


constitui uma estrutura geológica com três subsistemas principais: o
subsistema flúviolagunar e suas interações rio-laguna; a laguna central; e o
subsistema de canais e suas interações estuário-mar (figura 02).

105
106

Figura 5: Complexo Estuarino Lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM) e seus principais


subsistemas. Subsistema flúviolagunar (em verde) e suas interações rio-laguna têm como
principais rios tributários a esse subsistema: Mundaú, Satuba, Paraíba do Meio e Sumaúma e
Remédios. Laguna Central (em azul escuro) e o subsistema de canais com suas interações
estuário-mar. Com uma área total de 54 km² o CELMM banha os municípios de Maceió, Rio
Largo, Satuba, Santa Luzia do Norte, Pilar Coqueiro Seco e Marechal Deodoro. Imagem
Google Earth Pro.

Sendo, desta forma, um importante ecossistema, o mais representativo do


litoral médio alagoano, fonte de alimento e de renda para várias famílias,
influenciando diretamente na ocupação da cidade de Maceió e outros
municípios localizados em seu entorno.

A ocupação da região teve início na época do ciclo da cana-de-açúcar,


sofrendo uma intensa pressão antrópica, que resultou em relevantes mudanças
no ecossistema, sendo a mais significativa a substituição de grandes áreas de
vegetação nativa pela monocultura da cana e pastagens.

Soma-se ainda à ocupação urbana desordenada da cidade de Maceió a


supressão da vegetação e o lançamento in natura de esgoto, tal situação que
veio gradativamente se agravando.
106
107

Neste contexto, neste capítulo sobre o meio físico, estaremos dando ênfase às
áreas de influência que envolvem o Complexo Estuarino Lagunar, mais
precisamente sobre sua porção que referente à cidade de Maceió e às
principais microbacias hidrográficas que se inserem diretamente na área do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Aspectos Climáticos

De modo geral, as precipitações se estendem por quase todo o ano,


apresentando uma curta estação seca no verão e uma longa estação chuvosa
no outono-inverno.

Em função de sua localização nas baixas latitudes tropicais, esta área recebe
alta taxa de insolação, fazendo com que a temperatura seja alta durante todo o
ano, com média anual de 24°C.

A ação do fluxo dos alísios no litoral, carregados de umidade e calor recebidos


pela sua passagem sobre as águas de correntes marítimas quentes, mantém a
regularidade da temperatura na faixa de influência oceânica.

O regime pluviométrico desta região não apresenta uma homogeneidade


espacial. Os totais pluviométricos decrescem do litoral para o interior,
elevando-se novamente nas áreas de maiores altitudes. Seja qual for o volume
de água precipitado ao longo do ano, sua divisão sazonal é marcadamente
tropical, onde há um período muito chuvoso, no inverno, e outro seco, com
pouca ou nenhuma chuva, no verão.

A estação meteorológica de Maceió apresenta mais de 30 anos de registros


confiáveis, sendo operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Por este

107
108

motivo e pelo fato de que a área de intervenção e a estação se localizam em


região litorânea, os registros desta foram utilizados como base para análise, no
presente estudo.

Normais climatológicas anuais para um período de 30 anos (1961-1990).

Parâmetros Período (1961-1990)


Pressão Atmosférica Anual 1006,6
Temperatura Média Anual 24,8°C
Temperatura Média das Máximas Anual 28,9°C
Temperatura Média das Mínimas Anual 21,8°C
Temperatura Máxima Absoluta 35°C
Temperatura Mínima Absoluta 11,3°C
Precipitação Média Anual 2.070,5 mm
Precipitação Máxima 24 horas 149,7 mm
Insolação Anual 2.627,2
Umidade Relativa do Ar 78,5
Evaporação 1.177,5 mm
Intensidade do Vento 3,69 m/s

Temperatura e Pluviometria

A temperatura média de longo período é 24,8° C, sendo os meses de janeiro e


fevereiro os que apresentaram maiores médias mensais, ambas 26,5°C,
enquanto que os meses de julho e agosto apresentaram a menor média
mensal, ambas 23,6°C.

108
109

Temperaturas médias, máximas e mínimas mensais (°C) – Estação Meteorológica de Maceió.


Mês Temp. Mín. (°C) Temp. Máx. (°C) Temp. Média (°C)
Janeiro 22,4 30,2 26,5
Fevereiro 22,6 30,4 26,5
Março 22,7 30,2 26,4
Abril 22,5 29,6 26,0
Maio 21,0 28,5 25,2
Junho 21,3 27,6 24,3
Julho 20,5 27.0 23,6
Agosto 20,2 27,1 23,6
Setembro 20,7 27,8 24,3
Outubro 21,2 29,0 25,3
Novembro 21,6 29,9 25,9
Dezembro 22,0 30,0 26,2
Ano 21,8 28,9 24,8

A precipitação anual média de longo período (período de 1961/1990) foi 2070,5


mm, ocorrendo a maior média mensal no mês de maio (382,2 mm) e a menor
média mensal no mês de novembro (31,7 mm).

Precipitações pluviométricas mensais (mm) – Estação Meteorológica de Maceió.


Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano

1961-1990 78,1 88,3 194,5 268,8 382,2 331,9 273,7 155,2 130,3 73,5 31,7 62,5 2070,5

A máxima precipitação de 24 horas para o período de 1961 a 1990 foi 149,7


mm, tendo ocorrido em um mês de maio.

Precipitações máximas de 24 horas (mm) – Estação Meteorológica de Maceió.

109
110

Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1961/1990 100,1 89,6 109,4 121,4 149,7 137,4 104,2 91,3 109,3 90,0 48,1 54,8 149,7

Ano 1966 1978 1970 1979 1977 1977 1967 1968 1978 1977 1976 1976 1977

Figura 6: Gráfico ombrotérmico da cidade de Maceió representando uma média do período de


1961-1990. Fonte: SOMAR Meteorologia.

Umidade Relativa do Ar

A média de umidade relativa corresponde a 78,5%, com os máximos valores


mensais, equivalentes a 82,6%, ocorrendo no mês de maio.

Umidade Relativa do ar (%) – Estação Meteorológica de Maceió.

Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1961/1990 75,4 76,6 78,3 81,5 82,6 82,4 82,1 79,5 77,2 76,0 74,7 75,8 78,5

Ventos

A intensidade média do vento corresponde a 3,69 m/s, sendo que o mês


apresentando maior média é novembro, com 4,48 m/s.
110
111

Intensidade do vento (m/s) – Estação Meteorológica de Maceió.

Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1961/1990 3,84 3,28 3,01 2,96 3,09 3,78 3,76 3,71 3,93 4,32 4,48 4,10 3,69

A predominância dos ventos apresenta-se na direção Sudeste nos meses de


Abril a Setembro, e Leste nos meses de Outubro a Março.

Direção predominante do vento – Estação Meteorológica de Maceió.


Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1961/1990 E E E SE SE SE SE SE SE E E E

Análise Hidrológica da Região de Estudo

As enchentes na bacia do Riacho Bebedouro são provocadas pela ocorrência


de precipitação de alta intensidade na sua cabeceira, alcançando grande
velocidade sob a forma de enxurrada devido a topografia íngreme das partes
altas, estando a área em estudo fortemente devastada de sua cobertura
original. Desta maneira, com as fortes precipitações, o nível d‟água do rio se
eleva muito rapidamente, provocando inundações em determinadas áreas,
situadas nas proximidades de sua foz, decorrente, também, e principalmente,
do estrangulamento da seção de escoamento, situada na via.

Na região de interesse existe a formação, periodicamente, de áreas alagadas


de várzeas, devido as suas condições topográficas. Não existe nenhum posto
fluviométrico, tampouco leituras de variação de nível de água. Porém os relatos
indicam que a enchente começa a ocorrer, com a conjunção de maré (nível
elevado), cerca de 1 hora após o início das chuvas. Porém o escoamento
desta, é mais lenta, podendo levar de um dia ou dois, para que a área seja
totalmente drenada. Existem regiões em que, devido ao impedimento do
111
112

escoamento do fluxo, esta está permanentemente retida, causando as várzeas


já citadas.

Apesar dos elevados volumes e velocidades relatadas não há registros de


mortes humanas. Porém, os prejuízos não são considerados desprezíveis. São
diagnosticados mortes de alguns animais presos nas áreas mais úmidas,
pontes da região já foram carregadas pelas águas. As inundações geralmente
ocorrem no período de maio a agosto, época em que ocorrem as chuvas na
região.

Uso e Ocupação do Solo das Bacias de I nteresse

Uma das características marcantes da área de interesse, assim como em toda


a área urbana de Maceió, em relação ao uso e ocupação do solo, é a
impermeabilização sem controle de todos os tipos de ocupação (públicos e
privados). Na bacia, a região foi ocupada decorrente de aterro, que,
gradativamente, foi sendo implantado, desordenadamente, ampliando a
ocupação irregular. Ressalta-se que, apesar do impacto no escoamento
promovido pela impermeabilização dessas áreas, não há qualquer forma de
mitigação ou compensação para estes impactos.

A área de interesse tem, praticamente, a total impermeabilização devido a


implantação de todas essas edificações, por meios de ruas calçadas e outras
ocupações. Em relação ao poder aquisitivo da população residente na bacia,
existe população de baixa renda, em sua maioria. A figura abaixo representa o
estudo das bacias de contribuição para a área, notadamente aquelas situadas
diretamente na área de intervenção da via lagunar, com pequena, ou reduzida,
área de contribuição.

112
113

Região de estudo, com verificação da delimitação das bacias afluentes à área onde atualmente
se pretende implantar a via lagunar.

Do ponto de vista de declividade, as bacias contribuintes são, basicamente, 4


principais: Riacho do Silva, Grota da Alexandria, Riacho da Levada e Riacho do
Bolão.
A área, estimada, de contribuição das bacias está indicado, abaixo.

Bacia Área (ha)


1 152.294,863
2 258.149,109
3 242.180,710
4 165.848,468
5 99.783,67
6 1.289.679,554
7 855.431,87

113
114

Caracterização Hidrológica da Bacia

A região estudada caracteriza-se por possuir pequenas áreas de drenagem,


visto que estão situadas nas proximidades da área de encostas, com regime,
em todas elas, efêmeras. Na região de interesse não existe nenhum posto
fluviométrico, tampouco leituras de variação de nível de água, até pela não
existência de escoamento constante. Apenas nas bacias 6 e 7 têm
escoamento, que, basicamente, funcionam com escoamento, em grande parte,
de efluentes oriundos de descarte ilegal pela ocupação irregular. Como a bacia
tem uma área considerada reduzida, nos volumes decorrentes dos fenômenos
críticos, não há registros de mortes humanas. Porém, justamente pelo
escoamento destas águas se darem muito rapidamente, toda a precipitação
concentrada tem seu escoamento quase que instantâneo.
A bacia hidráulica integrante dessa região é menor que de 5 km². As maiores
precipitações geralmente ocorrem no período de maio a agosto, época em que
ocorrem as chuvas na região.

Estudos Hidrológicos

Caracterização e Aná lise do Regime Pluviométrico

Para a determinação da precipitação média numa superfície qualquer, é


necessário utilizar as observações dentro dessa bacia e nas suas vizinhanças.
Aceita-se como a precipitação média somo sendo uma lâmina de água de
altura uniforme sobre toda a área considerada, associada a um período de
tempo dado.

Os dados da região em estudo estão representados pelas precipitações


indicadas no Posto da SEMARH localizado no bairro de Jacarecica, da cidade
114
115

de Maceió (a cerca de 10 km da área em estudo). Na tabela abaixo são


apresentadas as precipitações médias mensais da bacia.

Precipitações Totais no posto 00936041

Precipitações Totais
Meses
(mm)

Janeiro 56
Fevereiro 83
Março 136
Abril 230
Maio 286
Junho 275
Julho 264
Agosto 151
Setembro 110
Outubro 55
Novembro 39
Dezembro 41

Totais 1726

A determinação dos índices de concentração pluviométrica permite o


conhecimento da distribuição temporal da precipitação em um determinado
intervalo de tempo. A figura a seguir apresenta o hidrograma para o posto
pluviométrico indicado. Nestas figuras, o valor do índice de concentração
pluviométrica é plotado no mês que inicia o período, seja este período o próprio
mês, ou o bimestre, trimestre, quadrimestre ou semestre correspondente. A
representação gráfica visa proporcionar um maior entendimento qualitativo da
distribuição temporal da precipitação.

115
116

Distribuição das Precipitações Média em Maceió

As bacias do riacho do Bolão e Riacho da Levada não têm nenhuma


participação ou influência no projeto, pois a sua contribuição se dá lateralmente
ao empreendimento proposto. Inclusive, no caso do Canal do Riacho do Bolão,
a pretensão é o alteamento das laterais do canal, igualando com o greide da
rua, ao menos, onde hoje já existe o trecho que interliga o „dique estrada‟ até a
via Francisco de Menezes, ou seja, até a linha férrea.

Nessa região está localizada o bairro do „Bolão‟, que possui uma forma de
ocupação desordenada e sem controle nenhum do poder público.
Este bairro possui, também, uma atividade comercial intrínseca, com realização
de feiras livres em diversos dias da semana.

Com relação à rede coletora de esgoto, esta região não apresenta rede
implantada.

116
117

Em toda essa área, situada na planície da região do “Brejal”, onde se localizam


as bacias do Riacho da Levada e Riacho do Bolão, há a predominância de
áreas construídas com pouca vegetação. A figura a seguir ilustra a ocupação
atual.

Imagem da região de estudo, onde evidencia-se a quase ausência da presença de área verde
ou vegetação, ocorrendo uma maior quantidade de residências de baixa renda

A base de dados obtidas para o desenvolvimento do presente trabalho foi


aquele realizado por PEDROSA (2008), que aplicou parâmetros da área de
estudo (Bacia do Reginaldo, em Maceió) que pudessem auxiliar em estudos
para transformação de chuva em vazão, definindo o parâmetro CN (Curva
Número), associado às condições do solo, de seu uso e ocupação utilizado
pelo método do Soil Conservation Service - SCS. O trabalho de PEDROSA foi
elaborado com base em cartas topográficas, imagens de satélite com alta
resolução e conhecimento de campo.

117
118

Valores de CN nas áreas simuladas com o modelo matemático de PEDROSA (2008).

CORPO HÍDRICO VALOR DE CN


Gulandim 84,08
Sapo 83,85
Pau D‟Arco 90,16
Reginaldo (trecho modelado) 84,19
Fonte: Pedrosa (2008)

Naquele trabalho, por ser uma bacia de características urbanas, mas que
abrange boa parte da cidade de Maceió, uma característica evidente no
mapeamento do CN das sub-bacias do Riacho Reginaldo mostra valores mais
baixos na parte mais alta da bacia. Tal resultado já era esperado,
considerando-se que sua ocupação é reconhecidamente menos intensa nesta
região, onde ainda pode ser observada a presença de sítios e de grandes
condomínios fechados, com extensas áreas verdes e, ainda, em áreas mais
restritas, alguns remanescentes da vegetação natural. Diferente da parte média
e baixa da bacia, onde o CN tem valores mais elevados devido à intensa
urbanização (apud Holz, 2010). A aplicação dessa metodologia para a região
de intervenção da via lagunar, segue os mesmos parâmetros do terço médio e
inferior do Riacho Reginaldo, tendo sido considerado os valores de
precipitação, também, como referência para as bacias de intervenção.

118
119

No trabalho supracitado, a bacia do riacho Reginaldo foi subdividida em 16


sub-bacias e a determinação do parâmetro CN foi definido para cada uma
delas. Os valores de CN para as sub-bacias variaram entre 77,66 e 90,16.

Estudos Hidrológicos e E studos de Zonas de Inundação

A área de drenagem das bacias hidrográficas de interesse do projeto da via


lagunar tem 4 bacias consideradas principais. A bacia do Riacho Bebedouro,
ou do Silva, é a principal delas e está situada na parte superior (extremo norte)
da intervenção prevista e, com isso, pode vir a influenciar, e ser influenciada,
não só com a intervenção bem como com a perspectiva de não implantação da
via. A área da bacia (total) é de 9,72 km².

No caso da bacia hidrográfica do riacho da Levada, a sua contribuição é


reduzida, da ordem de 0,73 km², ou 73 ha.
No caso das outras duas bacias, a do riacho Bolão (65 ha) e da Grota da
Alexandria, (129 ha), as dimensões são consideradas reduzidas e, com isso,
não ocasionam inundações na região decorrente de cheias urbanas desses
pequenos contribuintes.

A inundação ocorre exatamente devido à uma conjunção de maré alta e


escoamento superficial, o que representa a ocorrência de áreas de inundação.
Percebe-se que boa parte das informações contidas no presente texto foram
obtidas de referências bibliográficas contidas, principalmente, na UFAL, a
exemplo das dissertações de PEDROSA (2008) e VIDAL (2012). A seguir, tem-
se informações obtidas desses trabalhos.

A representação dos processos hidrológicos em bacias urbanas pode ser


realizada através de modelos matemáticos, que são ferramentas extremamente
úteis, pois permitem, através de equacionamentos, representar, entender e

119
120

simular o comportamento de um determinado sistema. A forma de transformar


as características encontradas, na realidade, com os modelos, por vezes, pode
ser considerada bastante complexa. Tal complexidade pode incluir
comportamentos não lineares e componentes estocásticos sobre múltiplas
escalas de tempo e espaço. Pode haver um entendimento qualitativo de um
processo particular, mas o entendimento quantitativo pode ser limitado. A
possibilidade de expressar os processos físicos como um conjunto de
equações matemáticas detalhadas pode não existir, ou as equações podem ser
muito complicadas, exigindo simplificações para seu uso (GOODCHILD apud
TASSI, 2002). O estudo dos sistemas de drenagem pode ser desenvolvido a
partir de modelos capazes de representar as condições de funcionamento
desses sistemas. Como exemplo destes modelos, pode-se citar o IPH-S1
(VILLANUEVA et al., 2004), que foi usado no trabalho de PEDROSA (2008)
para representar o processo de transformação chuva-vazão. Vale ressaltar que
os modelos hidrológicos são, nos melhores casos, apenas representação dos
processos do mundo real. Logo, os modelos não substituem a realidade dos
processos, só os representam.

Conforme citado por PEDROSA (2008), a estrutura dos modelos Hidrológicos


Chuva-Vazão se baseia nos seguintes elementos (TUCCI, 1998):
 Discretização da bacia hidrográfica: utilizando critério de
subdivisões espaciais para representar a bacia;
 Variáveis de entrada: as variáveis de entrada geralmente
utilizadas pelos modelos são as precipitações e a características
físicas da bacia em estudo;
 Estrutura básica da integração dos processos: apresenta
um fluxograma da estrutura no qual os processos são integrados
para representar esta parte do ciclo hidrológico (Chuva-Vazão);

120
121

 Aquisição dos dados físicos das bacias: a grande


variabilidade das características naturais e do uso do solo, para
serem usados como informações a serem transferidas para o
modelo.

Os principais usos deste tipo de metodologia são:


• Melhor entender o comportamento dos fenômenos hidrológicos na bacia;
• Análise de consistência e preenchimento de falhas; • Previsão de vazão em
tempo atual; • Dimensionamento e previsão de cenários de planejamento; •
Avaliar os efeitos resultantes da modificação do uso do solo.
Segundo Garcia (2005), as bacias hidrográficas urbanas caracterizam-se pela
sua grande heterogeneidade e variabilidade temporal. O acompanhamento das
variações ocorridas na bacia é essencial para conduzir esta a um
desenvolvimento sustentável, prevendo os impactos futuros. Para
representação dos processos hidrológicos urbanos se fazem necessárias as
seguintes análises:
 Análise de chuva,
 Tempo de retorno
 Tempo de concentração;
 Separação do escoamento;
 Propagação do escoamento na bacia.

Análise de Chuvas I ntensas

A análise de chuvas intensas, através das curvas de Intensidade x Duração x


Frequência (IDF), é de fundamental importância para projetos de obras
hidráulicas, tais como vertedouros de barragens, sistemas de drenagem,
galerias pluviais, dimensionamento de bueiros, entre outros. Para a cidade de
Maceió, existem duas curvas IDF disponíveis: Pfafstetter (1982) e Denardin e
Freitas (apud PRUSKI et al., 2006). Para este trabalho será analisada apenas a
121
122

equação de Pfafstetter (equação 1) visto que ela é a equação mais utilizada


nos projetos de drenagem na cidade de Maceió.

(1)

Onde:
P= a precipitação máxima em mm;
t = duração da precipitação em horas;
a, b e c são constantes para cada posto onde a equação foi ajustada;
R= fator de probabilidade definido como:

⎟⎠⎞ (2)
Sendo,
Tr = tempo de retorno em anos, que para este caso foram adotados os tempos
de 2, 4, 5, 10, 20, 50 anos;
γ uma constante adotada para todos os postos igual a 0,25;
α e β são valores que dependem da duração da precipitação que são
apresentados na seguinte Tabela a seguir:
Tabela Valores de α e β (Pfafstetter).

Esses foram os dados que geraram a curva intensidade-duração-frequência,


observado na figura abaixo.

122
123

Curvas intensidade - duração - frequência da cidade de Maceió, AL

Tempo de Retorno

O tempo de retorno (Tr) da precipitação é um dos principais parâmetros de


dimensionamento de obras de drenagem, pois ele está associado à
probabilidade de falha da estrutura em um ano qualquer. O valor adotado para
Tr varia em função das dimensões da estrutura hidráulica, de sua importância e
dos riscos associados à sua falha (apud Tucci, 1993). Para a definição deste
valor, o DAEE/CETESB (1980) recomenda a análise do tipo de sistema onde a
estrutura será construída, assim como a característica da ocupação no seu
entorno, conforme Tabela a seguir.

123
124

Períodos de retorno para diferentes ocupações da área (DAEE/CETESB, 1980)

Tempo de Concentração

O tempo de concentração é o tempo necessário para que toda a água


proveniente da precipitação na bacia hidrográfica passe a contribuir na seção.
Logo, este parâmetro é de fundamental importância para a modelagem, na
determinação da posição do pico de vazão no tempo; nele estão contidas as
informações do efeito da forma da bacia.

Nos casos de pequenas bacias urbanas, o tempo de concentração é um


parâmetro importante para a estimativa de vazões de cheia, seu valor pode ser
determinado por várias fórmulas, a maioria empírica. Um dos métodos é o de
Kirpich, apresentado na equação 3:

(3)

Sendo:
 tc: tempo de concentração [min];
 L: comprimento total da bacia, medido ao longo do
talvegue principal até o divisor de águas [km];
 Δ H: diferença de nível entre o ponto mais a montante da
bacia e seu exutório, em [m].

124
125

De acordo com o citado no trabalho de PEDROSA, tal como descrito,


largamente, por TUCCI (1993), embora as informações que a fórmula necessita
(L e S) seja uma indicação de que ela reflete o escoamento em canais, o fato
de ter sido desenvolvida para bacias pequenas é uma indicação que os
parâmetros devem representar o escoamento em superfícies. Apesar de a
fórmula de Kirpich ter sido obtida em pequenas bacias rurais com canais bem
definidos e declividades altas, é bastante usada em bacias urbanas, apesar de
possui algumas limitações, visto que a formulação não possui parâmetros para
caracterizar o efeito da urbanização. O tipo do solo e sua ocupação, que
representam o efeito da urbanização, são fatores que influenciam na
velocidade da partícula de água, variando assim o tempo de concentração da
bacia. O efeito da urbanização pode ser que não seja considerado em
equações desenvolvidas para meios rurais, logo para aplicação em bacias
urbanas o Soil Conservation Service (SCS) sugere procedimentos para ajuste
em função da área impermeabilizada e da parcela dos canais que sofreram
modificações. O SCS propõe uma fórmula para ajuste de tempo de
concentração, empregando um fator de ajuste.

Propagação do Escoamento na Bacia do Riacho Bebedouro


e Canal da Levada

O escoamento superficial é a parcela de água precipitada que não é infiltrada


ou evaporada e permanece na superfície do terreno, sujeita à ação da
gravidade que a conduz para os níveis mais baixos da bacia hidrográfica. De
acordo com a característica de seu deslocamento, as águas superficiais podem
provocar a erosão dos solos, inundações de várzeas, etc.
Segundo Tucci (1993), a propagação do escoamento superficial através da
bacia pode ser realizada através do volume gerado pela separação do
escoamento, propagado até o rio através de um Hidrograma Unitário (HU). O

125
126

hidrograma unitário sintético do SCS foi desenvolvido baseado na análise de


um grande número de bacias de diferentes tamanhos e localidades
geográficas, tendo sido aplicado em muitos países em bacias de tamanho
médio (PEDROSA, 1996).

Este hidrograma determinado para uma chuva unitária equivalente a 1 cm possui forma
triangular (figura a seguir).

Hidrograma Triangular SCS

Onde temos as variáveis da equação e figura supracitada:


 qp = vazão unitária de pico (m3/s);
 A = área da bacia (km²);
 tr=duração da precipitação (h);
 tc = tempo de concentração da bacia (h);
 Tb = t‟p+te = tempo de base do HU (h);
 Tp = tempo ao pico do HU (h);
 t‟p = tr/2 + 0,6
126
127

 tc = tempo de ascensão do hidrograma;


 te= tempo de recessão do hidrograma.

Estudo de Chuvas Intensas para as Bacias C onsideradas

Converteremos as chuvas máximas de um dia para diversos tempos de


ocorrência citadas anteriormente.Uma vez definida as precipitações máximas
para área de drenagem de interesse, foi preciso utilizar técnicas de modelagem
hidrológicas para simular a transformação das precipitações em escoamento
superficial. Assim, foram estimados os hidrogramas correspondentes as
precipitações máximas apresentadas abaixo.

Bacia 1


CN= 86

Comprimento do talvegue de 0,56 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,15 km2

Vazão de Pico: 0,15 m³/s

Nas figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

127
128

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

128
129

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

129
130

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos

Bacia 2


CN= 86

Comprimento do talvegue de 0,86 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,26 km2

Vazão de Pico: 0,16 m³/s

As figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

130
131

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

131
132

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

132
133

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos

Bacia 3


CN= 86

Comprimento do talvegue de 0,84 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,24 km2

Vazão de Pico: 0,15 m³/s

133
134

Nas figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

134
135

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

135
136

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos –


Bacia 3

Bacia 4


CN= 86

Comprimento do talvegue de 0,51 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,17 km2

Vazão de Pico: 0,16 m³/s

136
137

Nas figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

137
138

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

138
139

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos –


Bacia 4

Bacia 5


CN= 92

Comprimento do talvegue de 0,70 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,10 km2

Vazão de Pico: 0,06 m³/s

139
140

Nas figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

140
141

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

141
142

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos –


Bacia 5

Bacia 6


CN= 80

Comprimento do talvegue de 2,17 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 1,29 km2

Vazão de Pico: 0,64 m³/s

As figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

142
143

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

143
144

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

144
145

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos –


Bacia 6

Bacia 7


CN= 92

Comprimento do talvegue de 1,78 km

Duração da chuva de 24 horas

Área de drenagem de 0,86 km2

Vazão de Pico: 0,64 m³/s

145
146

Nas figuras a seguir são apresentados os hidrogramas de cheia para estas


simulações.

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 5 anos

146
147

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 10 anos

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 25 anos

147
148

Hidrograma para chuvas com Período de Retorno de 2,5,10 e 25 anos –


Bacia 7

Para as bacias consideradas, a que proporciona a maior vazão é, sem dúvida,


a bacia do Riacho do Silva, também chamado de Riacho Bebedouro. Foi,
então, considerada uma compatibilização entre as ocorrências de cheias
(nível), levando em conta uma cheia a ocorrer no Riacho Bebedouro e uma
maré elevada na Lagoa Mundaú.

As figuras a seguir ilustram a variação, escalonada, a cada 0,5 m, das áreas de


inundação na região da foz do riacho do Silva.

148
149

Áreas inundáveis para elevação de 0,5 m para a foz do Riacho do Silva

Áreas inundáveis para elevação de 1,0 m para a foz do Riacho do Silva

149
150

Áreas inundáveis para elevação de 1,5 m para a foz do Riacho do Silva

Áreas inundáveis para elevação de 2,0 m para a foz do Riacho do Silva

150
151

As figuras a seguir ilustram a variação escalonada, a cada 0,5 m, das áreas de


inundação na região da foz do Riacho do Silva.

Áreas inundáveis para elevação de 1,0 m para a região do Canal da Levada

151
152

Áreas inundáveis para elevação de 1,5 m para a região do Canal da Levada

Áreas inundáveis para elevação de 2,0 m para a região do Canal da Levada

152
153

Áreas inundáveis para elevação de 2,5 m para a região do Canal da Levada

153
154

As Tabelas abaixo apresentam os cálculos representativos do hidrograma


afluente das duas seções estudadas para os períodos de retorno de 2, 5, 10,
20 e 50 anos.

Hidrograma afluente – Riacho Bebedouro

Valores de Q em m³/s)

Tempo Tempo de Retorno (anos)

(h) 2 anos 5 anos 10 anos 20 anos 50 anos

0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

1 1,31 4,20 6,68 9,37 13,19

2 3,92 12,60 20,04 28,10 39,56

3 7,84 25,19 40,09 56,21 79,11

4 11,48 36,90 58,71 82,32 115,86

5 15,90 51,12 81,34 114,05 160,52

6 15,44 49,64 78,99 110,75 155,88

7 14,53 46,70 74,31 104,19 146,64

8 11,52 37,04 58,95 82,65 116,32

9 7,64 24,57 39,10 54,83 77,16

10 4,55 14,63 23,28 32,64 45,94

11 2,24 7,20 11,46 16,07 22,61

12 0,71 2,29 3,64 5,10 7,18

13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

154
155

Hidrograma afluente – Canal da Levada


Valores de Q em m³/s)
Tempo Tempo de Retorno (anos)
(h) 2 anos 5 anos 10 anos 20 anos 50 anos
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
1 4,92 10,07 13,81 17,56 22,57
2 14,75 30,20 41,44 52,69 67,72
3 29,50 60,39 82,88 105,39 135,44
4 43,20 88,45 121,39 154,34 198,37
5 59,85 122,54 168,17 213,83 274,82
6 58,12 119,00 163,31 207,65 266,88
7 54,68 111,95 153,63 195,34 251,06
8 43,37 88,80 121,86 154,95 199,15
9 28,77 58,91 80,84 102,79 132,11
10 17,13 35,07 48,13 61,20 78,65
11 8,43 17,26 23,69 30,12 38,71
12 2,68 5,48 7,52 9,56 12,29
13 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
14 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

155
156

Conclusões Sobre os Níveis dos Rios E studados

As duas bacias hidrográficas consideradas apresentam diferenciações nas


suas características. Enquanto a bacia do Riacho Bebedouro, apesar de existir
uma boa parte de sua área já ocupada, por área residencial, a quase totalidade
de suas encostas se mantém, até certa forma, com uma preservação de sua
vegetação nativa. Isso ocorre por conta, até mesmo, da existência do Parque
Municipal, em seu principal afluente (riacho Bebedouro, ou do Silva), seu
afluente pela margem direita; ou pela área de preservação do IBAMA, no riacho
Cardoso, seu afluente pelo lado esquerdo.

Já no caso do Canal da Levada, a área considerada para o presente projeto


abordou toda uma região urbanizada, absolutamente ocupada, onde a
capacidade de infiltração pode ser considerada diminuta, considerando que,
tão logo ocorra uma precipitação, a bacia funciona como escoamento,
imediato.

Análise da Geologia

O Estado de Alagoas mostra uma predominância do complexo cristalino sobre


os terrenos sedimentares, sendo dividido em duas regiões geologicamente
distintas:

1) Região costeira sedimentar, situada na Zona da Mata, estendendo-se


ao longo da zona litorânea, em uma faixa aproximadamente paralela à linha da
costa, com uma largura média de 40 km, correspondendo a cerca de 20% do
território alagoano e pertencente à Bacia Alagoas;
2) Região interiorana, que compreende parte da Zona da Mata e todo o
Agreste e Sertão, é constituída pelo complexo cristalino. Aparece a Noroeste

156
157

do estado pequena cobertura de sedimentos pertencentes à Bacia Jatobá.


(Feijó, 1992).

Geologia Regional

A área de estudo está situada num contexto geológico regional representado


pela faixa sedimentar litorânea do Estado de Alagoas, fazendo parte da Bacia
de Alagoas compreendendo a Formação Barreiras e Sedimentos de Praia e
Aluvião.

Bacia Alagoas

Segundo a Enciclopédia dos Municípios de Alagoas (2012), Maceió está


inserida na Bacia Sedimentar de Alagoas.

A bacia sedimentar de Alagoas é uma depressão resultante da separação dos


continentes Americano e Africano, onde se depositaram rochas sedimentares
reunidas em grupos e formações geológicas, desde o Paleozoico Superior, até
os dias atuais (sedimentos quaternários).

No município de Maceió, a bacia apresenta uma profundidade superior a 3.800


metros, apontada pela Petrobrás em poços de exploração e sondagem,
encontrando como unidade mais antiga a Formação Penedo, datada do
Cretáceo.

A bacia assenta-se sobre as rochas das formações Penedo, Coqueiro Seco,


Ponta Verde, Maceió e Poção, do Grupo Coruripe, correspondentes à fase de
intensa atividade tectônica.

Ainda no Cretáceo inferior, depositou-se o Grupo Piaçabuçu (formações


Calumbi, Mosqueiro e Marituba) que, em Maceió, como no restante do estado,
não é encontrado em superfície.

157
158

No final do Terciário (Plioceno) e início do Quaternário (Pleistoceno) forma


depositados os clásticos da Formação Barreiras, que serviram de cobertura
para o registro sedimentar da bacia e ultrapassaram o limite com o
embasamento cristalino, sendo construída por uma alternância de siltes, argilas
e areias finas e grossas, de coloração predominantemente avermelhada,
possuindo espessuras de até 120 metros, em Maceió, diminuindo em direção
ao oceano e formando os tabuleiros costeiros.

158
159

159
160

Figura 7: Carta estratigráfica da Bacia Sedimentar de Alagoas (modificada de Feijó, 1994).

Formação Barreiras

No final do Terciário e início do Quaternário (Pliocênica), já em ambiente


continental, foram depositados de maneira extensiva sobre a bacia e parte do
embasamento cristalino, os clásticos da Formação Barreiras (Plioceno)
servindo de cobertura para o registro sedimentar. A deposição continental
desta formação pode ser considerada como um episódio independente, mais
ligado à evolução da geomorfologia regional.

Ocorre, geralmente, sob a forma de extensos tabuleiros costeiros formando


uma superfície elevada, plana e pouco dissecada. A sua drenagem é feita por
vales jovens ou rejuvenescidos com perfis em forma de “V” agudo que os
retalham profundamente, chegando, às vezes, a desnudar as unidades da
Bacia de Alagoas. Mergulham suavemente em direção ao oceano, onde são
abruptamente interrompidos formando falésias ao longo da costa, evidenciando
talvez o último estágio de maturidade de uma costa submergente, responsável
pela formação da planície costeira.

Sedimentos de Praia e Aluvião

É a designação informal dos sedimentos de idade Recente que ocorrem na


área. Sua composição litológica varia com o ambiente de deposição.
Repousam em discordância sobre as unidades estratigráficas subjacentes. Na
planície costeira, entre o mar e a Formação Barreiras, predominam areias
cinza-claro, ligeiramente amareladas, finas a grosseiras. Nas planícies aluviais,
que se estendem ao longo dos rios, a litologia é composta por areias, argilas e
cascalhos.Segundo Feijó (1994) esses sedimentos estão sobrepostos aos
sedimentos cretáceos da Formação Maceió da Bacia de Alagoas.

160
161

Geologia Local

A área que contempla o projeto está situada geologicamente em três unidades:


 Formação Barreiras – Situada na porção norte, representada pela via
de acesso que ligará o bairro do Pinheiro ao eixo principal da Via Lagunar;
 Depósitos Flúviolagunares – Situado em toda a faixa estreita na
margem esquerda da Laguna Mundaú, contemplando todo o projeto urbanístico
e grande parte do eixo principal da via;
 Terraços Marinhos Holocênicos – Situado ao sul na porção inicial do
projeto. Contempla algumas unidades habitacionais provenientes do projeto de
reassentamento e um pequeno trecho do eixo principal da via.

Aspectos Minerários

Para o presente levantamento visando à identificação dos setores requeridos


para pesquisa mineral, sobrepostos a ADA da área de intervenção, foram
analisados os “overlays” eletrônicos do Programa “Sistema de Informações
Geográficas da Mineração” (SIGMINE) do Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), onde constam devidamente registrados todos os
requerimentos existentes para a área em análise.

O resultado da pesquisa realizada no mês de novembro de 2015 mostra que a


área condizente à ADA do Projeto da Via e Orla Lagunar apresenta 1 (um)
requerimento junto ao DNPM. O requerimento constante para a referida área
se encontra listado no quadro a seguir. Este quadro apresenta para a ADA o
número do processo do requerimento protocolizado, extensão, o tipo de
processo, a situação atual do processo, a substância mineral requerida e o
requerente da área.

161
162

Processo de Requerimento Minerário registrado no DNPM para a ADA.

Processo Área Fase do Substância Requerente Último Evento


Solicitada Processo Requerida
(ha)
Concessão de
Lavra/cumprimento
Concessão Braskem
6648/1965 1897,46 Sal-Gema de exigência.
de Lavra S.A
Protocolado em
24/11/2015

Requerimentos de pesquisa mineral para a área de estudo.

162
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Geomorfologia e Relevo

No que tange a classificação das formas de relevo da ADA, AID e AII do


empreendimento, pode-se identificar que ocorrem duas Unidades
Geomorfológicas, sendo elas os Tabuleiros Costeiros, condizentes ao sistema
morfoestrutural de Sedimentos Neógenos/Terciários do Grupo Barreiras e a
Planície Flúviolagunar, conformada pelos depósitos Flúviolagunares
Quaternários, conforme figura 10.

Mapa Geológico e Geomorfológico de Maceió com destaque para a Área de Influência do


projeto (polígono vermelho). Fonte: Enciclopédia dos Municípios de Alagoas, 2012

163
164

Valores Hipsométricos da ADA, AID e AII do


Empreendimento

Esses produtos foram gerados em ambiente SIG a partir da análise do Modelo


Digital de Elevação (MDE) gerado a partir de dados planialtimétricos
georreferenciados em escala de grande detalhe para AII, AID e ADA (curvas
com equidistância de 5 m). As classes hipsométricas foram definidas de acordo
com o método natural breaks, distribuídas em cinco classes ou intervalos
hipsométricos dos valores altitude compreendidos pelos terrenos da ADA, AID
e AII do projeto.

Carta hipsométrica da Área Diretamente Afetada pelo projeto. A área de intervenção está
predominantemente situada na faixa de 5,0 a 7,0 m de altitude

164
165

Carta Hipsométrica da Área de Influência Direta do projeto. Observa-se o aparecimento


significativo das áreas de Tabuleiro na AID (cotas superiores a 21m)

165
166

Carta hipsométrica da Área de Influência Indireta do projeto. Os vales dos rios que compõem a
bacia hidrográfica do Riacho do Silva e Reginaldo ficam evidentes na AII

Valores Clinométricos (Declividade) da ADA, AID E AII do


Empreendimento

Para elaboração de tais cartas foram utilizadas bases de dados topográficos de


grande detalhe, com destaque para análise clinométrica do terreno realizada
em ambiente SIG pela ferramenta Slope, a partir do Modelo Digital de Elevação
(MDE) com resolução de 5 m, para a ADA, AID e AII do empreendimento.

166
167

Carta clinográfica da Área Diretamente Afetada pelo projeto. A área de intervenção está
predominantemente situada em declives que não ultrapassam os 2,0°

167
168

Carta clinográfica da Área de Influência Direta do projeto. Observa-se a faixa paralela à área de
intervenção com altos declives. Representa o plano de ruptura entre a Planície Flúviolagunar e
os Tabuleiros Costeiros. Esse ambiente é totalmente tomado por ocupações irregulares

168
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Carta clinográfica da Área de Influência Indireta do projeto. Os maiores declives concentram-se


nos vales dos rios e nas encostas entre a Planície e o Tabuleiro

Unidades Geomorfológicas

Tabuleiro Costeiro

Os Tabuleiros Costeiros predominantes na região foram elaborados desde o


Terciário Superior a partir dos depósitos da Formação Barreiras. A Superfície
dos Tabuleiros apresenta no entorno da área do empreendimento, um relevo
plano a suave ondulado, com cota máxima de 83 metros, sobrepostos aos
sedimentos flúviomarinhos da Bacia Alagoas, principalmente a Formação
Maceió.

Na AID e AII do empreendimento as morfologias de Topo de Tabuleiro se


apresentam essencialmente planas a suavemente onduladas, exceto nas áreas

169
170

de vales, na AII. Conforme pode ser visualizado nas Figuras 9 e 10 (Carta


Hipsométrica do Terreno da AID e AII) o setor de topo de tabuleiro apresenta,
de forma geral, com mais intensidade na AID, desníveis altimétricos baixos,
estando compreendido na faixa de 44 a 55 m. Já na AII a variabilidade
altimétrica é maior devido aos vales dos rios.

Conforme pode ser visualizado nas figuras 11 e 12 (Carta clinográfica do


terreno da AID e AII) o setor de topo de tabuleiro apresenta, de forma geral,
desníveis clinométricos baixos, variando de 0° a 10°, exceto nas áreas de vales
e encostas, ultrapassando os 30° de declividade.

Encosta situada na AID do projeto. Esta área possui altimetria entre 44 e 55m e declividades
superiores a 30°, podendo ultrapassar os 60°. São áreas densamente ocupadas por
populações de baixa renda que sofrem com a alta suscetibilidade a escorregamentos nos
períodos de chuva a mais de cinco décadas

O topo de tabuleiro que compreende a AII do empreendimento está situado em


sua totalidade sob bairros de Maceió altamente adensados, como é o caso do
Farol, Pinheiro, Pitanguinha, Chã da Jaqueira e Chã de Bebedouro; e
parcialmente nos bairros da Gruta de Lourdes, Feitosa, Jacintinho e Santa

170
171

Amélia. Já os que contemplam a AID situados em área de tabuleiro,


restringem-se aos bairros do Pinheiro e Farol.

Na AID e AII do empreendimento, principalmente nos bairros de Bebedouro,


Mutange e Bom Parto ocorrem deslizamentos de solos em função de aspectos
naturais, ou seja, relacionados ao excesso de umidade (chuvas), fragilidades
dos solos e dos materiais geológicos constituintes; assim como as ações
antrópicas diretas e indiretas, como a realização de cortes de taludes abruptos,
supressão de vegetação nativa, e por fim, construção de residências em locais
impróprios.

Perspectiva de trecho da AID do projeto – Área de encosta atingida por deslizamentos. Foto:
Micaelle Morais/G1, (Julho de 2015)

A suscetibilidade a inundação e/ou encharcamentos periódicos para áreas


condizentes às encostas/escarpas do Tabuleiro Costeiro é praticamente nula,
em função da posição topográfica e valores clinométricos associados a esta
171
172

Unidade de Relevo, sendo estes mais presentes na ADA, conforme será


explicitado no item a seguir (Planície Flúviolagunar).

Planície Flúviolagunar

A unidade geomorfológica da Planície Flúviolagunar, assentada sob o Domínio


Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares distribui-se ao longo de boa parte
da costa alagoana. Tal unidade se caracteriza pelo modelado Flúviomarinho,
que retratam as diversas fases da evolução geomorfológica no decorrer do
Quaternário, encontrando-se distribuídos de modo irregular entre a linha de
costa e os Tabuleiros Costeiros, podendo ainda penetrar a região dos
Piemontes Inumados ao longo das baixadas e cursos de água.

A porção que compreende a ADA da Via e Orla Lagunar inerentes à Unidade


Geomorfológica da Planície Flúviolagunar, apresenta cotas altimétricas
predominantemente menores que 7,0 m associados comumente a valores
clinométricos (declividade) predominantemente abaixo dos 2,0º de inclinação.

Nos terrenos condizentes a unidade Planície Flúviolagunar predomina formas


de relevo essencialmente planas, onde não se constata a presença de
proeminências ou elevações em relação ao modelado regional, caracterizando-
se assim por significativa homogeneidade dos aspectos morfográficos,
morfológicos e morfométricos.

No que condiz aos aspectos geomorfodinâmicos da Planície Flúviolagunar,


deve ser levado em consideração o alto risco às inundações e/ou
encharcamentos desses terrenos, comumente associados a eventos
pluviométricos severos, que ocorrem principalmente na estação de inverno
(entre junho e agosto), a falta de planejamento urbano e a baixa clinometria e
altimetria.

As principais ocorrências de alagamentos/encharcamentos na AID estão


situadas no bairro de Bebedouro, na Rua Cônego Costa, principal avenida do
172
173

bairro. As ocupações à beira do riacho do Silva e o acúmulo de lixo


potencializam o risco natural. A última grande inundação ocorrida na região foi
em outubro de 2014, deixando as principais ruas do bairro inundadas,
prejudicando o trânsito na região, inclusive a circulação do Veículo Leve sobre
Trilhos (VLT) que passa pelo local.

Perspectiva de trecho da Rua Cônego Costa, em Bebedouro. A ponte sobre o riacho do Silva
foi totalmente tomada pelas águas, inundando estabelecimentos comerciais e dificultando o
trânsito na região. Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta, (Outubro de 2014)

Já na ADA, as principais ocorrências de alagamento/encharcamento estão


situadas na Avenida Senador Rui Palmeira. As ocupações desordenadas às
margens da Laguna; disposição inadequada dos resíduos sólidos urbanos e de
construção civil, levando ao entupimento das galerias pluviais; e o

173
174

rebaixamento da via em relação à Laguna são os maiores causadores dos


transbordos do canal da levada, que são potencializados nas marés altas.

Trecho da ADA, na Avenida Senador Rui Palmeira, próximo ao canal da Levada. A área sofre
periodicamente com trasbordos, principalmente na maré alta, devido ao asfalto da via está
abaixo do nível da Laguna. Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta, (Abril de 2015).

174
175

Perspectiva de trecho da Avenida Senador Rui Palmeira totalmente alagada devido ao


transbordo do canal da Levada. Além dos alagamentos constantes, moradores e motoristas
são obrigados a conviverem com o mau cheiro proveniente dos esgotos.
Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta, (Abril de 2015)

Em primeiro plano, ocupações desordenadas à beira da Laguna Mundaú, potencializando o


risco de inundações. Em segundo plano, ocupações desordenadas nas encostas,
potencializando o risco de deslizamentos, ambas no bairro do Bom Parto, na AID e ADA do
projeto

175
176

Ocupação irregular e disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos à beira da Laguna


Mundaú

Em contraposição a tal quadro, a suscetibilidade a ocorrência de movimentos


coletivos de massas (deslizamentos, escorregamentos, quedas etc.) ou de
processos erosivos severos (voçoramentos e ravinamentos) é praticamente
nula na ADA em função dos aspectos clinométricos/topográficos (declividades
e altimetrias), morfográficos (materiais constituintes das formas) e
morfodinâmicos (ação dos agentes pluvioerosivos e da gravidade), sendo estes
mais intensos na AID e AII, conforme já explicitado no item anterior (Tabuleiro
Costeiro).

Solos

Esses dados são de suma importância no planejamento do uso do solo e


locação de futuras instalações, pois fornecerão subsídios tanto para as obras
de construção civil (expansividade, compactação, tensão, resistência, etc.)
como para a preservação e recuperação ambiental (capacidade de filtro,
suscetibilidade a erosão, drenagem, profundidade, etc.).

176
177

Determinadas características e propriedades do solo podem oferecer diferentes


tipos e graus de limitação no tocante ao seu uso, vindo a impedir a utilização
de algumas porções ou até mesmo da gleba como um todo; além disso,
interferem em obras de decapeamento, terraplanagem, paisagismo, fundação,
arruamento, obras de conservação e demais atividades em que haja
necessidade de mobilização do solo. Estas limitações são definidas pela
erodibilidade, compactação, drenagem, capacidade de troca de cátions (CTC)
do solo, textura, profundidade, água no solo, antropismo, entre outras.

A partir dos estudos com auxílio de dados e produtos geocartográficos


extraídos em gabinete sobre a ADA, AID e AII do projeto, foi constatado a
presença de três tipologias pedológicas para as mesmas, identificadas como
Latossolo Amarelo Distrófico, Solos Indiscriminados de Mangue e Gleissolo.

Latossolos Amarelos Distróficos

Compreende solos minerais, não hidromórfico com horizonte B latossólico


imediatamente abaixo do horizonte superficial A Proeminente, Moderado ou
Fraco. São altamente evoluídos, provenientes do processo de intemperização
intensa de minerais primários e secundários com menor resistência.

São solos profundos, podendo haver um acréscimo de argila do horizonte A


para o B, mas de forma pouco significativa, sem caracterizar um horizonte B
textural. Sua coloração, determinada através de Carta de Munssel, varia
próxima da cor 7,5YR, enquadrando-o como Amarelo. Esta característica indica
que os agregados do solo são constituídos principalmente por Goethita
(coloração amarelada).

Do ponto de vista ambiental, os Latossolos Amarelos Distróficos, apresentam


baixa capacidade de cátions, inferindo em uma baixa capacidade de filtro,
compensada pela profundidade do perfil (ANDREOLI, 1999).

177
178

No geral, os Latossolos Amarelos Distróficos posicionados no topo do tabuleiro,


ou seja, em depressões, rampas convergentes e divergentes - são solos com
alta aptidão a instalação de empreendimentos imobiliários, não oferecendo
restrições severas a sua instalação, fato que neste setor morfológico a referida
tipologia pedológica apresenta comumente boa capacidade de suporte
(ANDREOLI, Op. Cit.). Já os setores de encostas conformadas por esta
tipologia pedológica – terços superiores, médios e inferiores de rampas -
apresentam baixa aptidão para a instalação do empreendimento, visto que
oferece restrições moderadas a alta em função da considerável erodibilidade
de seus materiais constituintes.

Os Latossolos Amarelos também são encontrados em boa parte da porção da


Planície Flúviolagunar, compreendendo trecho significativo da ADA do projeto.

Apesar de não estar situado no Tabuleiro Costeiro, o Latossolo Amarelo


presente na ADA é proveniente da Formação Barreiras, sendo resultado do
transporte por efeito da gravidade dos acúmulos de sedimentos provenientes
no sopé das encostas localizadas na AID do projeto.

O intenso processo de urbanização ocorrida nas últimas décadas em Maceió,


em especial na área de estudo, levou a formação de um horizonte A antrópico
do Latossolo Amarelo devido ao uso contínuo do solo pelo homem por
períodos prolongados, com adições de material orgânico em mistura ou não
com material mineral, ocorrendo às vezes, fragmentos de cerâmicas e restos
de ossos e conchas.

178
179

Latossolo Amarelo com horizonte A antrópico presente na ADA do projeto. Área pertencente à
Braskem

Figura 8: Área de Latossolo Amarelo com horizonte A antrópico presente na ADA do projeto. A
área está destinada para a construção de unidades multifamiliares provenientes do projeto de
reassentamento

Estes Latossolos por estarem situados em região plana, não possuem


nenhuma limitação quanto a quaisquer intervenções.

179
180

Solos Indiscriminados de Mangue

Os Solos Indiscriminados de Mangues (SM) são solos halomórficos muito


pouco desenvolvidos, lamacentos, escuros e com alto teor de sais provenientes
da água do mar, formados em ambientes de mangues a partir de sedimentos
flúviomarinhas recentes misturados com detritos orgânicos, de natureza e
granulometria variada, referidos ao período Holoceno. Tais sedimentos são
decorrentes da deposição pelas águas dos rios quando se encontram com as
águas do mar, em condição de baixa energia.

De uma maneira geral, estes solos não apresentam diferenciação de


horizontes ao longo do perfil, exceto em áreas marginais, onde se verifica o
desenvolvimento de um horizonte superficial com textura variável, desde
argilosa até arenosa.

Em áreas alagadas costeiras, é comum o acúmulo de materiais sulfídricos


(Pirita – FeS2). Estes, se drenados, ou expostos a condições aeróbias, têm a
passagem de seus valores de pH normalmente próximos à neutralidade a
valores inferiores a três, por causa da oxidação dos sulfetos e da formação de
ácido sulfúrico por ela gerada (EMBRAPA, 1999).

Os solos Indiscriminados de mangue presentes na ADA e AID do projeto


limitam-se a uma faixa de pouco mais de 2km, que vai desde o cruzamento da
Ferrovia com a Avenida Major Cícero de Góes Monteiro até a desembocadura
do riacho do Silva, em Bebedouro, não ultrapassando os 200m de largura.

São áreas recomendadas à preservação ambiental devido à baixa altitude e a


consequente influência flúviolagunar, que lhe conferem alta fragilidade
ambiental. Além disso, esta unidade pedológica não apresenta capacidade de
suporte satisfatória para a instalação de edificações e infraestruturas viárias.

Vale ressaltar que o trecho da via contido em área de solos indiscriminados de


mangue se dará por meio de estacas que permitirão a suspensão da via, não
180
181

sendo necessário qualquer tipo de aterro, sendo este apenas executado em


áreas limítrofes às áreas de mangue, já totalmente antropizadas com
vegetação exótica. Além disso, os solos presentes na AID e ADA apresentam
baixo ou nenhum uso potencial como material de empréstimo ou insumo para
as obras de construção civil a serem realizadas na fase de implantação do
projeto.

Gleissolo

Os Gleissolos estão presentes apenas na AII do projeto, localizados nos vales


dos riachos do Silva e Reginaldo.

São solos minerais, hidromórficos, desenvolvidos de sedimentos recentes não


consolidados, de constituição argilosa, argiloarenosa e arenosa, do período do
Holoceno. Podem ocorrer com algum acúmulo de matéria orgânica, porém,
com o horizonte glei iniciando dentro de 50 cm da superfície, ou entre 50 e 125
cm, desde que precedido por horizontes com presença de mosqueados
abundantes e cores de redução.

Compreende solos mal a muito mal drenados e que possuam características


resultantes da influência do excesso de umidade permanente ou temporário,
devido à presença do lençol freático próximo à superfície, durante um
determinado período do ano.

Apresentam um horizonte subsuperficial de coloração acinzentada, cinzenta,


com mosqueados amarelados ou avermelhados, oriundos da oxidação do ferro
na matriz do solo, em consequência dos fenômenos de oxirredução. São solos
bastante diversificados em suas características físicas, químicas e
morfológicas, devido às circunstâncias em que são formados, de aporte de
sedimentos e sob condição hidromórfica. Podem ser eutróficos, distróficos, com
argilas de atividade alta ou baixa, acidez moderada a forte.

181
182

REFERÊNCIAS

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características ambientais no agrossistema. 1999. 278 p. Tese (Doutorado) – UFPR,
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São Miguel (AL). Maceió: Serviços Integrados em Gestão Ambiental – SIGA, 2011.

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Consulplan. Acesso em Novembro de 2015.

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2009 - Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
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Ministério do Meio Ambiente. 2009. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/>.
Acessado em 25 de abril de 2015.

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Maceió: Instituto Arnon de Mello, 2012.

183
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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIÓTICO

Área de Influência Indireta (AII)

OMunicípio de Maceió

Conforme já apresentado na caracterização das áreas de Influência, A AII para


o meio biótico envolve um buffer com 2,0 quilômetros no entorno da área
destinada ao empreendimento, sendo esta totalmente inserida no município de
Maceió.

Maceió apresenta-se na Mesorregião do Leste Alagoano, e Microrregião de


Maceió, ocupando a faixa litorânea do Nordeste Oriental. Maceió possui um
território de 512,8 km², correspondendo a aproximadamente a 1,84% do
território do alagoano, com uma população estimada em 932.748 habitantes.

Dados de 2010 fonte:


http://geo.seplande.al.gov.br/simfacil/web/pesquisa.php?idGrupo=30000112&id
Variavel=100345&idMunicipio=0

Em seus limites municipais têm-se ao Norte Flexeiras e Paripueira, ao Sul e ao


Leste com o Oceano Atlântico e a oeste com a Lagoa Mundaú e os municípios
de Marechal Deodoro, Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte, Satuba e Rio
Largo. Suas coordenadas geográficas são: 9°40' S de latitude, 35°42' W de
longitude.

A cidade espalha-se por dois planos distintos, parte dela está sobre terrenos
arenosos a beira mar, e parte sobre os tabuleiros costeiros, o que lhe confere
uma altitude que varia de 5 a 10metros acima do nível do mar na Planície
Costeira e entre 45 e 80 metros no Planalto Sedimentar dos Tabuleiros (figura
26 e 27).

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Todavia, do ponto de vista morfológico, Maceió vem a apresentar 3 planos ou


zonas ecológicas particulares. O plano mais baixo é caracterizado por
depósitos sedimentares do Período holocênico, conhecido como Baixada
litorânea, com altitudes de 3,0 a 5,0 metros, ocupando todo litoral e margem
oriental da laguna Mundaú.

O segundo compartimento ou zona corresponde ao terraço pleistocênico, que


apresenta altitude que varia de 8,0 a 10,0 metros. Este Planalto Sedimentar
corresponde ao trecho localizado na região do centro da cidade de Maceió.

Nota-se que a partir do centro da cidade existem ladeiras que dão acesso a um
ponto mais elevado, onde estão os bairros do Farol, Pitanguinha, Serraria,
entre tantos outros. Neste trecho encontramos o planalto Sedimentar dos
Tabuleiros, desta vez atingindo cotas de 40,0 metros de altitude.

O terceiro compartimento ou zona ecológica é formada pelas encostas e


grotas. Estas são o resultado do trabalho hídrico nos pacotes sedimentares,
formando as calhas do rios e riachos que são drenados para o oceano ou para
a laguna Mundaú.

Muitas dessas encostas e grotas são ocupadas por vegetação de Mata


Atlântica e encraves de Cerrado, mas que em Maceió vêm sendo desmatadas
e habitadas pela população carente, ou mesmo por empreendimentos de
médio a alto padrão (Lima, 2009).

185
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Mapa dos bairros de Maceió


http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Mapa%20dos%20Bairro s

Mapa de Maceió – fonte SMCCU

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De acordo com a classificação climática de Thornthwaite-Mather (1955),


Maceió possui clima sub-úmido seco, com deficiência d‟água moderada,
megatérmico, com evapotranspiração potencial anual média de 1193 mm e
concentração da evapotranspiração potencial no quadrimestre outubro-janeiro,
correspondente aos meses mais quentes do verão, igual a 39%. Caracteriza
um clima tropical, com baixa amplitude térmica. A umidade relativa do ar atinge
o máximo de 82,9% no mês de maio e a mínima de 75,7% no mês de
novembro.

A estação chuvosa que se estende de março a agosto e o verão que se inicia


em setembro e termina em fevereiro. Segundo a classificação de Köppen, o
clima local é tropical quente e úmido do tipo As‟, típico das zonas do litoral e da
mata, com chuvas abundantes no inverno e escassas no verão. A temperatura
média anual em torno de 25,4ºC, registrando máximas em torno de 31ºC e
mínimas na faixa dos 20ºC.

Os valores de precipitação média de Maceió indicam um pico de máxima bem


acentuado no mês de maio, apresentando como o trimestre mais chuvoso os
meses de abril, maio e junho, e como o trimestre mais seco outubro, novembro
e dezembro, sendo novembro o mais seco, e média anual de precipitação de
1500 mm.

Os ventos predominantes são de Sudeste em quase todo ano e no verão


predomina a direção de Nordeste. A ação dessa brisa marinha constante é que
faz de Maceió uma cidade de clima agradável.

As condições topográficas influem também na velocidade e direção do fluxo de


ar. A criação de barreiras à ventilação com a verticalização de bordas de
tabuleiros, provoca o desvio da massa de ar reduzindo a sua circulação no
interior das quadras.

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Maceió ocupa dois planos distintos, a Planície Arenosa Costeira e os


Tabuleiros Costeiros. A Planície Arenosa Costeira é uma formação geológica
recente que se distribui ao longo do litoral numa faixa paralela à linha de costa
com largura variável (de alguns metros a até 40 quilômetros), sendo esta
componente da Bacia Sedimentar denominada Bacia Sergipe – Alagoas.

Os depósitos Quaternários que se acumulam na planície arenosa são os


registros de eventos de transgressão marinha, têm sua formação datada dos
períodos Pleistoceno e Holoceno. Esses depósitos são resultantes do acúmulo
de materiais carreados do continente e “trabalhados” sob ação marinha e
ventos.

Os Tabuleiros Costeiros são formações geológicas resultado da deposição


sedimentar que ocorreram no período Terciário. Esses sedimentos têm origem
continental e foram carreados por via hídrica ao longo das eras e se
depositando na linha de costa, limitando-se com a planície arenosa costeira.

Na área de contato entre essas duas formações observam-se falésias. Falésias


suaves e distantes do mar são consideradas paleofalésias, e aquelas ainda sob
trabalho erosivo, próximas à linha de costa são ditas falésias vivas, sendo
abruptas e com pouca vegetação protetora.

Os tabuleiros costeiros apresentam litologia terrígena, arenítica e


conglomerados imaturos. Os solos são profundos, em geral do tipo Latossolos
e Argissolos, enquanto na Planície arenosa predomina o Neossolo
Quartzarênico.

A proximidade com o mar e o aporte de rios confere ao ambiente litorâneo a


capacidade de desenvolver estuários, que são o encontro de diferentes
gradientes salinos e aporte de sedimentos e nutrientes que resultam no “boom”
biológico vital para a sustentação da nos mares.

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O principal estuário de Maceió é o da Laguna de Mundaú, pertencente à bacia


dos rios Mundaú e Paraíba, este último desaguando na Laguna Manguaba.
Ambas as lagunas se encontram na linha de costa e deságuam no oceano nos
canais e meandros que se formam entre Maceió e Marechal Deodoro.

Vegetação e Flora

Maceió apresenta seu território distribuído na região costeira, em áreas de


tabuleiros costeiros e na faixa da planície arenosa costeira. Na região de
tabuleiros, o clima favorece o desenvolvimento de formações florestais do tipo
Floresta Ombrófila, segundo a classificação bioclimática utilizada pelo projeto
RADAMBRASIL (Veloso e Góes Filho, 1982).

Na região de Maceió o clima caracteriza-se por apresentar um período de 0 a


90 dias biologicamente secos, inserindo esta região na faixa de Domínio da
Floresta Ombrófila (Maceió 88 dias biologicamente secos – Assis, 2004).

Além das formações de floresta Ombrófila nas encostas e tabuleiros costeiros


de Maceió, há também o registro de formações de vegetação de Cerrado
(encraves).

Os cerrados são testemunhos das alterações climáticas, indicando que os


fragmentos que ocorrem em meio à floresta úmida se tratam de relíquias das
mudanças ambientais pretéritas. As áreas de cerrado em Alagoas ocorrem
numa faixa bioclimática que apresentam, de 0 a 180 dias biologicamente secos
(dbs) (Assis, 2004).

Na planície arenosa costeira, a vegetação se divide entre formações pioneiras


de praia, de restinga e formações de mangue que ocorrem nos estuários dos
rios e lagoas.

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Além da vegetação terrestre, aponta-se também para o município de Maceió, a


ocorrência de formações recifais de franja e de barreira, que apresentam uma
vegetação aquática composta de macroalgas bentônicas, vulgarmente
denominadas de sargaço.

A cidade de Maceió em trecho da planície arenosa costeira, entre o mar e a Laguna Mundaú.
Foto: Iremar Bayma

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Distrito de Pescaria – foto de trecho da fazenda Saúde mostrando (abaixo a direita) a antiga
fábrica de fios e tecelagem. Ao centro o povoado de Saúde e as encostas de tabuleiro com
vegetação de Cerrado/Mata Atlântica. Na porção direita superior da foto os manguezais do rio
Meirim (Mirim). Foto: Iremar Bayma

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Vegetação florestal de Mata Atlântica na bacia do rio Pratagy

Aspectos da Vegetação do Município de Maceió – Bacias litorâneas

Diversos estudos sobre a vegetação resiliente no âmbito do município de


Maceió foram tema de trabalhos de pesquisa de graduação e pós-graduação.
Tais pesquisas envolveram levantamentos florísticos, análises
fitossociológicas, entre outras abordagens que objetivaram ampliar o
conhecimento acerca da vegetação, da ecologia, dos impactos ambientais e os
usos diretos e indiretos dos recursos naturais na regionais.

Um desses trabalhos foi desenvolvido por Silva (2006) e tem como título a
“Composição Florística da Mata da Usina Cachoeira no município de Maceió”.
Segundo a autora, a área de preservação de propriedade da Usina Cachoeira
do Meirim constitui um importante remanescente da Mata Atlântica que
recobria grande parte do território alagoano.

Localizada entre os extremos 9°22‟30‟‟ S e 35°42‟28‟‟ W, e altitude que varia


entre 52 e 304 m, a área estudada por Silva (2006) abrange um total de 1200
ha., distribuídos em manchas agrupadas: Serra da Saudinha e uma Reserva
Particular do Patrimônio Natural.

Sua geologia constitui-se em um conjunto de elevações sob bases de rochas


cristalinas com predominância de solo Podzólico vermelho amarelo com
afloramentos rochosos (Assis, 1998,apud Silva 2006). Neste importante
complexo montanhoso estão também encravadas nascentes de importantes
rios que drenam para as bacias hidrográficas de rios da região como o Santo
Antônio Grande, Sapucaí e Meirim.

Também segundo Silva (2006), a mata da usina encontra-se circundada por


canaviais e ameaçada pela degradação em suas diferentes formas. Parte da

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vegetação que havia em volta da serra da Saudinha foi retirada para


implantação da cultura da cana-de-açúcar e, em menor grau, da pecuária.

Com essa exploração muitas espécies desapareceram antes mesmo de serem


conhecidas cientificamente (Simpósio, 2002, apud Silva 2006). Sua flora
caracteriza-se basicamente por um conjunto expressivo constituído por
vegetação originária de floresta ombrófila (recobrindo a área nos topos das
serras), secundária (ocupando as encostas) juntamente com afloramentos
rochosos cobertos e vegetação pioneira. Nas depressões, tem-se ainda a
floresta galeria, margeando as áreas alagadas. A autora relacionou para área
um total de 98 espécies abrangendo 38 famílias botânicas.

Outro trabalho que reforça os conhecimentos sobre florística pertence a


Fonseca (2006), e intitulado como “Levantamento Florístico do Parque
municipal de Maceió”. O autor registra que o Parque Municipal de Maceió
apresenta uma extensão territorial de 82 ha. e está localizado no perímetro
urbano, no setor oeste da cidade, entre os bairros de Bebedouro e Tabuleiro do
Martins, sendo próximo a lagoa Mundaú e inserido na microbacia do rio Silva.
Suas coordenadas são 9º37‟ S e 35º48‟ W.

Sendo marcado por uma topografia bastante irregular, a área está situada em
um vale ladeado por encosta com altitude máxima de 75 m (Maceió, 2004).
Segundo Assis (2000), encontra-se sobre rochas sedimentares do grupo
barreiras, ocupando as encostas do pequeno vale profundamente em forma de
“V”.

O Parque constitui parte integrante do ecossistema Mata Atlântica, possuindo


remanescentes diferenciados na tipologia da floresta ombrófila (matas de
tabuleiro, mata de encosta e mata ciliar) com trechos em diversos estágios
sucessivos. Fonseca (2006) relaciona para área um total de 253 espécies
pertencentes 79 famílias botânicas.

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Em 1996, Mendonça publica estudos sobre “Espécies arbóreas nativas na


reserva da APP do IBAMA em Maceió”. A autora comenta que a reserva do
IBAMA constitui uma importante amostra do remanescente de Mata Atlântica
do estado de Alagoas. Trata-se de uma área de 55 ha., onde está inserida a
sede regional do IBAMA na cidade de Maceió sob as coordenadas 9°37‟ S
35°49‟ W. Localiza-se sobre tabuleiros costeiros do grupo barreiras.

Apesar das interferências antrópicas sofridas no passado principalmente


devido a sua localização urbana, a área ainda abriga significativa amostragem
da Mata Atlântica (representada principalmente por mata de encosta) e bosque
de espécies nativas e exóticas de alto valor ecológico e florestal.

Mendonça (1996) ao realizar um estudo sobre espécies arbóreas nativas na


área obteve 94 espécies incluídas em 31 famílias botânicas.

Com relação a estudos de fitossociologia, Rodrigues (2002) realizou o


“Levantamento Florístico e Análise da Estrutura Fitossociológica de um
Fragmento da Mata Atlântica na APA do Catolé”. Neste trabalho, Rodrigues
(2002) relata que a Mata do Catolé, pertencente à Área de Proteção Ambiental,
APA do Catolé e Fernão velho, está localizada entre os municípios de Maceió,
Satuba, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco, conforme as
coordenadas 9°34‟ S e 35°48‟ W, distando 12 Km do centro de Maceió, e a
uma altitude média de 150 m.

A vegetação é cortada pelos rios Catolé e Aviação que represados formam o


açude do Catolé. Nesse açude encontra-se a estação de tratamento de água,
responsável por parte do abastecimento de água da cidade de Maceió. A APA
do Catolé foi criada graças a necessidade da proteção daquele manancial e,
consequentemente, a mata foi conservada.

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Segundo Rodrigues (2002), a área apresenta uma cobertura vegetal


diversificada com pequenos trechos de vegetação de savana (cerrado)
localizados na chã, e uma maior extensão ocupada pela floresta ombrófila a
qual se divide em dois ambientes: Encostas e Tabuleiros. Além destas
encontra-se também as Várzeas ocupadas por vegetação pioneira sob
influência flúviomarinha (manguezais). A autora relaciona para área um total de
80 espécies distribuídas em 33 famílias botânicas.

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Unidades de Conservação da Nature za no Município de


Maceió

Unidades de conservação no âmbito do município de Maceió, incluindo a APA de Santa Rita.


Na lista estão as APAS do Catolé e Fernão Velho, Pratagy e Costa dos Corais; a RPPN Aldeia
Verde, o Parque Municipal de Maceió e a APP do Ibama. Fonte Google Earth e Instituto do
Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

Na Área de Influência Indireta ao empreendimento, encontram-se apenas 3


unidades de conservação, sendo elas a APA do Catolé e Fernão Velho, APP
do IBAMA e Parque Municipal de Maceió. A seguir apresenta-se uma descrição
sucinta das principais unidades de Conservação presentes no município de
Maceió, incluído a APA de Santa Rita que apesar de estar totalmente inserido
no município de Marechal Deodoro sofre os efeitos negativos graças à sua
proximidade com o centro urbano de Maceió.

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APA do Catolé e Fernão Velho

A Mata do Catolé está situada a aproximadamente a 16 km a Noroeste do


centro de Maceió, entre as coordenadas 09 0 40‟ S e 350 43‟ W. Segundo Assis
(2000), a Área de Proteção Ambiental do Catolé possui uma extensão territorial
de aproximadamente 3000 hectares, tendo em seu limite a cidade de Maceió.
Foi criada pela Lei Estadual n0 5.347 de 27 de maio de 1992, abrangendo
partes das terras pertencentes aos municípios de Maceió, Satuba, Rio Largo,
Santa Luzia do Norte e Coqueiro Seco, totalizando 5.415 hectares.

Está inserida na parte superior da laguna Mundaú, nas áreas de várzeas de


sedimentação recente, nas encostas dos tabuleiros da sua margem esquerda,
alongando-se pela margem do Rio Mundaú e em partes do tabuleiro já no
município de Maceió. A área de mata apresenta-se com encostas íngremes,
intercaladas por áreas planas, com diferentes aspectos fisionômicos e está
localizada a 120 m de altitude no município de Maceió.

A importância de preservação dessa área deve-se também à sua


representatividade nos recursos hídricos. As encostas desta mata delimitam
vales sinuosos com nascentes e riachos que efluem para o Açude do Catolé,
com 4,4 hectares, responsável pelo suporte hídrico de 30% da cidade de
Maceió.

A mancha contendo esses dois tipos de vegetação que fazem contato entre si,
ainda continua protegida porque envolve a reserva hídrica que abastece
grande parte da população de Maceió. Todavia, essa proteção não é suficiente,
pois a expansão espontânea de habitações continua em andamento sem
qualquer planejamento, principalmente o ambiental, sobretudo pelas bordas do
tabuleiro onde o lixo e os dejetos são jogados, e que, durante as chuvas, são
conduzidos para as nascentes formadoras dos reservatórios.

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Toda a APA está inserida na região Fitoecológica da Floresta Ombrófila, a


vegetação original da área. Em menor ocorrência, numa faixa dos tabuleiros,
observam-se manchas de Cerrado que constituíam a vegetação nativa.
Atualmente, a maior parte desse patrimônio natural encontra-se bastante
descaracterizado, devido principalmente à expansão urbana, além das
atividades de pastoreio. Apenas mais ao interior da mata encontra-se uma
vegetação mais preservada, distribuída nas encostas e nos topos. Nas áreas
planas encontramos vestígios de Cerrado testemunhando um cenário do que
existia no passado.

Portanto, a fisionomia da vegetação é predominantemente florestal,


constituindo um remanescente de Floresta Ombrófila (Veloso e Góes-Filho,
1982; IBGE, 1992) representativa para o Estado de Alagoas, entremeada por
pequenas manchas de vegetação característica de Cerrado (Savana). No
ambiente de Tabuleiro, encontram-se trechos bastante significativos, apesar de
atingida pela expansão urbana, constituída por loteamentos desprovidos de
infraestrutura de saneamento, e conjuntos habitacionais sem qualquer
planejamento ambiental, sobretudo em suas bordas, que funcionam como
depósitos de dejetos, chegando próximo à mata (Assis, 1998).

A área está representada por vales que formam as linhas de drenagens


naturais por onde correm os riachos, formando pequenas várzeas, onde o solo
nesta área permanece inundado durante quase todo o ano. Neste ambiente
foram identificados as espécies mais comuns, Symphonia globulifera e Richeria
grandis, que também atingem altura de 20 a 25 m. A passagem do ambiente de
Várzea para o de Encosta dá-se de forma gradual, onde a composição florística
varia à medida que se afasta das áreas mais úmidas.

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Grande parte da vegetação remanescente na região desenvolve-se nas


encostas íngremes de tabuleiro, formando o ambiente de Encosta, onde se
verifica a maior riqueza de espécies arbóreas, cuja altura não ultrapassa os 15
m, com exceção de alguns indivíduos de Tapirira guianensis, Parkia pendula,
Byrsonima sericea e Chamaecrista ensiformes, que chegam a
aproximadamente 20,0 m de altura.

Ao alcançar a chã, onde se estabelece uma vegetação denominada como Mata


de Tabuleiro, observa-se uma zona de transição, onde em alguns locais,
misturam-se espécies do ambiente de Encosta e da vegetação de Savana
(Cerrado), típica nestas áreas planas. As espécies Anacardium occidentale,
Ouratea nitida, Hancornia speciosa, Byrsonima verbacifolia, e Curatella
americana ocorrem na Savana (Cerrado), encontradas no ambiente de
Tabuleiro.

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Limites da APA do Catolé e Fernão Velho

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Reserva do Catolé, entre Maceió e Satuba, onde resguarda açude da Casal que abastece
parte da cidade de Maceió. Foto Iremar Bayma

APA do Pratagy

A APA do Pratagy é uma unidade de conservação criada através do Decreto no


37.589, de 05 de junho de 1998, que corresponde à Bacia do Rio Pratagy com
superfície de 133,69 km² (13.196,50 ha.), situada nas Microrregiões da Mata
Alagoana e de Maceió.

A área está compreendida entre as seguintes coordenadas geográficas: -9°20‟


e -9°35‟ S e -35°38‟ e -35°50‟ W. Apresenta clima conforme a classificação de
Köppen do tipo As‟. A geologia é constituída por três unidades: o Grupo
Barreiras, os sedimentos de praia e aluvião, e alguns afloramentos de rochas
graníticas; compreende duas unidades geomorfológicas: a dos Tabuleiros
Costeiros e a Planície Litorânea.
201
202

Em relação aos tipos de solos ocorrentes, predominam o Latossolo Vermelho-


Amarelo, Solos Hidromórficos, e os sedimentos de praia e aluvião. O Pratagy é
um rio perene, tem como afluente principal o Rio Messias (PROJETO IMA -
GTZ, 1993).

A vegetação original é Mata Atlântica (Floresta Ombrófila e fragmentos de


Cerrado), representada por manchas isoladas em algumas encostas íngremes
e nos fundos de vales entalhados dos tabuleiros. A presença do manguezal na
foz do Pratagy abrange uma área de pequena extensão. (Assis et al 2002),
bem como formações pioneiras de praia e formações recifais na
desembocadura do rio Pratagy.

O Rio Pratagy está localizado ao Norte da cidade de Maceió, a partir do bairro


periférico Benedito Bentes. Seguindo uma distância para a montante de 8 km,
abrangendo o canal principal e seus pequenos afluentes. A bacia do Pratagy
ocupa uma área aproximadamente de 10,3 km 2 ou o equivalente a 1.030
hectares e está entre as coordenadas geográficas 090 30‟ S e 350 45‟ W.

A sua área de cobertura vegetal remanescente está situada numa porção do


tabuleiro de relevo fortemente dissecado, em que os entalhamentos
representados pelos vales, não se aprofundam o suficiente para expor
afloramentos do embasamento cristalino nem sedimentos cretáceos sobre os
quais se sobrepõe a Formação Barreiras.

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Imagem Google mostrando a localização da bacia do Pratagy, com sua respectiva APA,
estando a mesma fora dos limites da Área de Influência Indireta do empreendimento

Foz do rio Pratagy, apresentando ambientes de mangue, trechos de Mata Atlântica em


encostas, circundados por coqueirais e lavouras de cana-de-açúcar

203
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Criada sob oDecreto n° 37.589 de 05 de junho de 1998, a APA do Rio Pratagy


possui uma áreade 13.369.50ha, distribuídos entre os municípios deMaceió,
Rio Largo e Messias, posicionada entre as coordenadasgeográficas9°20'e
9°35' de latitude Sul e 35°38' e 35°50' de longitude Oeste.

O Principal Objetivo para a criação desta APA é a conservação ambiental da


Bacia Hidrográfica do Rio Pratagy, buscando promover os espaços naturais
necessários à garantia da oferta de água em quantidade e qualidade, pois o
Rio Pratagy é um importante manancial hídrico para abastecimento da cidade
de Maceió.

A formação vegetal desta APA é caracteristicamente de Mata Atlântica, mas na


desembocadura do Rio Pratagy pode ser encontrada formações de mangue e
vegetação herbáceo-arbustiva de praia.

A maior parte desta APA se apresenta distribuída sobre um relevo plano


ondulado dos tabuleiros costeiros, nos sedimentos do Grupamento Barreiras,
onde se desenvolvem os maciços florestais denominados Floresta Pluvial
Atlântica, ou, segundo a classificação adotada pelo IBGE, como Floresta
Ombrófila Aberta (IBGE, 1993). Nos tabuleiros são comuns formações de
ravinas e encostas de grande declividade, locais propícios para nascentes e
riachos que drenam boa parte da água das chuvas.

As áreas planas conservavam também vestígios de vegetação de cerrado,


onde era comum a presença de espécies vegetais adaptadas a um solo pobre
e de lençol freático mais profundo.

A Mata Atlântica existente desenvolvia-se desde a borda dos tabuleiros até a


região do agreste, onde a rica vegetação podia alcançar patamares de até 35-
40 metros de altura, constituindo-se de espécies arbóreas, de elevado valor

204
205

comercial, como maçarandubas, ipês, paus-ferro, jatobás, sapucaias,


jequitibás, paus-sangue e sucupiras.

Além dessas espécies, inúmeras tipos de herbáceas e arbustivas constituíam a


vegetação original, muitas delas com propriedades medicinais, curativas,
fibrosas, alimentícias e ornamentais, que com a crescente ocupação e uso do
ecossistema foram desaparecendo ou sendo reduzidos ao máximo com o
passar dos anos.

Atualmente, podemos considerar extintas as formações de cerrado dos


tabuleiros costeiros alagoanos, e os pouco remanescentes de Mata Atlântica
subsistem em topos de morros e encostas íngremes. As áreas planas são
ocupadas por canaviais, pastos, indústrias e assentamentos urbanos, que,
infelizmente, pouco utiliza ou reserva espaços que abriguem áreas verdes
constituídas de vegetação natural.

O atual estágio de conservação deste ecossistema evidencia um crescimento


nas atividades antrópicas, reduzindo as áreas de mata nativa ocasionando um
declínio da mata ciliar, o que compromete as nascentes e margens do Pratagy.

O trecho da APA do Pratagy correspondente à região do litoral engloba a foz


deste rio com seu respectivo estuário. Trata-se de uma região antropizada,
principalmente na praia do Mirante da Sereia, onde se instalam inúmeros
bares.

A vegetação original foi substituída por cultivos de coqueiros desde a praia até
a base das falésias fósseis do tabuleiro costeiro. A vegetação de praia foi
completamente suprimida, resistindo apenas em pequenos trechos arenosos
na foz, onde ocorrem as salsas-de-praia (Ipomoea littoralis e I. pes-caprae), o
feijão-de-praia (Canavalia rosea), e pinheiro-de-praia (Mariscus pedunculatus),
espécies adaptadas ao solo arenoso e ambiente salino.

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206

O estuário do Pratagy é a área de ocorrência de espécies de manguezal


principalmente o mangue-branco (Laguncularia racemosa). Este manguezal
também sofre grandes interferências, a exemplo de aterros e cortes. No
passado os plantios de coco foram os principais responsáveis pela diminuição
dos remanescentes naturais, e nos dias de hoje passa a ser a ampliação dos
espaços urbanos, e até assentamentos de trabalhadores sem-terra.

Ainda na região do litoral, é importante ressaltar a presença dos recifes de


franja que afloram no litoral alagoano, formando piscinas naturais na
desembocadura do Pratagy, que atrai muitos visitantes. A flora marinha é rica
em espécies de macroalgas, a exemplo de sargaços (Sargassum sp), algas
calcárias do gênero Halimeda, alface-do-mar (Ulva lactuta) e algas do gênero
Codium, Caulerpa, Jania, Gracilaria e Hypnea, entre outras.

O Rio Pratagy, após percorrer sinuosos trechos nos tabuleiros costeiros, desce
as encostas e drena uma planície que foi sendo escavada ao longo de milhares
de anos. A rica vegetação de Mata Atlântica que acompanhava a calha do rio
foi paulatinamente substituída pela cultura do coco, pelo pasto e cultivo da
cana-de-açúcar.

Dessa forma, a mata ciliar foi reduzida a níveis máximos, restando apenas
vestígios caracterizados como fragmentos, onde se registra a presença de
indivíduos isolados de espécies comuns a esse tipo de ambiente, a exemplo
das ingazeiras (Inga edulis) e jenipapo (Genipa americana), e em áreas mais
preservadas, em baixios inundáveis, encontra-se o bulandi (Symphonia
globulifera), o coco-dendê (Elaeis guineensis), a jaqueira-do-brejo (Richeria
grandis) e a Cupiuba (Tapirira guianensis).

A vegetação aquática e palustre ocorrente nesta região apresenta espécies


comuns a maioria dos ambientes aquáticos alagoanos. Com a supressão da
vegetação arbórea, proliferam-se espécies herbáceas e arbustivas, onde são
frequentes a cabomba (Cabomba aquatica), aguapés (Eichornia crassipes),
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aningas (Montrichardia linifera), avencões (Acrostichum aureum), patacas


(Nympheaampla), entre outras.

Os tabuleiros e encostas abrigam tanto manchas de Mata Atlântica em estágio


secundário de regeneração (ambientes que já sofreram algum tipo de
intervenção humana, como corte, queima, etc.), como vastos plantios de cana-
de-açúcar, principalmente nas chãs e bordas de tabuleiro (Rocha et al, 1993).

Atualmente, os fragmentos residuais de mata Atlântica restringem-se às


encostas das margens esquerda (maiores concentrações) e direita (fragmentos
isolados), não havendo manchas de mata em áreas planas de tabuleiro. Essas
matas abrigam espécies arbóreas que atingem dos 20 aos 30 metros de altura,
a exemplo do sambacuim (Schefflera morototoni), embiribas (Eschweilera
ovata), amescla (Protium heptaphyllum), coração de negro (Chamaecrista
ensiformes) e o já rarefeito pau-de-jangada (Apeiba tibourbou).

Além das espécies arbóreas, as matas também apresentam estrato herbáceo


arbustivo, bem como lianas, cipós, fungos e pteridófitas, habitando o interior
dos fragmentos nas áreas úmidas e sombreadas, destacando-se bromélias
epífitas e terrestres (Aechmea tomentosa, A. lingulata), orquídeas,
(Oeceoclades maculata, Catassetum sp), aráceas (Philodendron
fragrantissimum, Anturium affine), e heliconiáceas (Heliconia sp).

Parque Municipal de Maceió e APP do IBAMA

A área do Parque Municipal de Maceió apresenta uma extensão territorial de


82,0 ha. e está localizada no perímetro urbano, no setor oeste da cidade, entre
os bairros de Bebedouro e Tabuleiro do Martins, e foi criado pela lei Municipal
n° 2.514 de 27 de julho de 1978. Sendo próximo a lagoa Mundaú, insere-se na
microbacia do rio Silva, portanto, na Área de Influência Direta ao

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empreendimento. Suas coordenadas geográficas de referência são 9º37‟ S e


35º48‟ W.

A área de Mata Atlântica (Floresta Ombrófila) é mantida sob o gerenciamento


da prefeitura de Maceió, com o objetivo de proporcionar à população um
encontro com a natureza, para desfrutar momentos de lazer, descanso e
desenvolvimento de atividades culturais e educativas.

Bem próximo ao Parque Municipal encontramos a Área de Preservação


Permanente do IBAMA, situada no bairro do Pinheiro, ocupando uma área de
55 hectares onde se localiza a sede administrativa do IBAMA Alagoas. Esta
APP foi criada como uma Reserva biológica por meio de um Decreto Federal n°
1709 de 20 de novembro de 1995.

Imagem Google mostrando a localização do Parque Municipal de Maceió em relação à área de


influência do empreendimento, ocupando encostas e fundo de tabuleiro (vales) no município de
Maceió, próximos da área de influência do projeto. Fonte Google Earth – IMA – AL

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Localização da APP do Ibama, sendo esta a UC mais próxima à área do Empreendimento


(etapa 1). Fonte Google Earth – IMA – AL

APA Costa dos Corais

Localizada em trecho considerado como um dos mais belos litorais brasileiros.


Criada em 1997, é a maior unidade federal de conservação marinha do país,
com cerca de 415.565 ha.

Abrange a região da faixa costeira norte do estado, nos municípios de Maceió,


Paripueira, Barra de Santo Antônio, São Luís do Quitunde, Passos de
Camaragibe, São Miguel dos Milagres, Porto de Pedras, Japaratinga e
Maragogi, além de mais quatro municípios de Pernambuco.

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Figura 9: Localização da APA Costa dos Corais no litoral norte de Maceió, apresentando-se
fora dos limites da Área de Influência Indireta ao empreendimento. Fonte Google Earth – IMA
AL.

APA de Santa Rita

A APA de Santa é uma Unidade de Conservação Estadual criada por meio de


Lei Estadual no 4.607, datada de 19 de dezembro de 1984 e regulamentada
pelo Decreto no 6.274 de 5 de julho de 1985. Possui uma área aproximada de
10.230 ha, incluindo parte dos municípios de Maceió, Marechal Deodoro e
Coqueiro Seco.

Segundo o Plano de Manejo, a Área de Proteção Ambiental de Santa Rita


encontra-se no centro da faixa litorânea alagoana, inserida no Complexo
Estuarino Lagunar Mundaú - Manguaba, compreendendo parte dos municípios
de Maceió, Marechal Deodoro e Coqueiro Seco.

A APA situa-se entre as coordenadas geográficas 9°37‟30‟‟ e 9°47‟30‟‟ de


latitude sul e 35°45‟00‟‟e 35°55‟00‟‟ de longitude oeste de Greenwich. Sua
altimetria varia entre 0m ao nível do mar e 60m no topo dos tabuleiros.

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Limita-se ao norte, com a laguna Mundaú e as encostas e vales de tabuleiros;


ao sul, com o Oceano Atlântico e os terraços marinhos pleistocênicos; a leste,
com o Oceano Atlântico e a cidade de Maceió e a oeste, com a lagoa
Manguaba, como pode ser apreciada na figura 04, abaixo.

Imagem Google Earth mostrando o perímetro e limites da APA de Santa Rita, englobando os
municípios de Maceió, Coqueiro Seco e Marechal Deodoro

A APA de Santa Rita engloba todas as ilhas situadas na região estuarina, as


encostas dos tabuleiros junto ao continente e as restingas ao longo da linha de
costa, desde o Saco da Pedra até o Pontal da Barra, onde se encontra a atual
sede do Detran-AL.

A APA compreende grande parte do ecossistema denominado Complexo


Estuarino-lagunar Mundaú/Manguaba (CELMM), que inclui as duas maiores
lagunas existentes em Alagoas, interligadas por uma complexa rede de canais,
entre os quais formaram-se várias ilhas, sendo a maior destas a ilha de Santa

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Rita. Nesta região ocorre o escoamento das bacias hidrográficas de inúmeros


rios, sendo os principais o Paraíba do Meio, Mundaú e Sumaúma.

Esta mistura de águas interioranas com as águas do oceano forma uma região
estuarina que favorece o desenvolvimento de extensas áreas de manguezais e
propiciam condições de alta produtividade aquática. Também, pode ser
encontrada a vegetação típica de restinga e alguns trechos remanescentes de
mata atlântica, porém estes de aspecto secundário.

A maior parte das alterações ambientais na APA é decorrente das ações de


inúmeras atividades antrópicas na região e nas áreas circunvizinhas, incluindo
as regiões dos tabuleiros que circundam o CELMM. Tais modificações
impostas pelo homem acabam por reduzirem as condições ambientais,
principalmente com relação à qualidade da água estuarina, em geral,
diminuindo em muito o oxigênio dissolvido na água, o que vem acarretando
graves impactos neste ecossistema, podendo ser comprovado pelo declínio
acentuado da produtividade pesqueira ao longo de toda esta região estuarino-
lagunar e a região costeira adjacente.

Além de reunir em sua área uma diversidade de ecossistemas costeiros


(marinho, recifais, estuário, manguezal, restinga, mata atlântica), o CELMM e a
APA de Santa Rita possuem uma riqueza nos aspectos históricos, culturais e
socioeconômicos.

Área de Influência Direta e Diretamente Afetada (AID e ADA)

A área de influência Direta é aquela mais intimamente ligada às


transformações da paisagem com a instalação e operação do empreendimento.
Mesmo que não ocorram ações construtivas diretas (AID) o ambiente pode e
deve ser afetado de diferentes modos, tanto de forma negativa quanto positiva.

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A ADA refere-se ao canteiro de obras e os locais onde de fato haverá a


implantação das rodovias, dos reassentamentos, da canalização dos esgotos,
dos trechos de vegetação nativa e antrópica a serem suprimidos no percurso
das vias, e áreas urbanas que serão beneficiadas com o conjunto de medidas a
serem adotadas no projeto de requalificação da orla lagunar.

Desta forma, A área de Influência Direta tende sempre a ser um pouco maior
que a ADA, e para tal estima-se que os efeitos (positivos e negativos) atinjam
uma área no entorno dos limites do empreendimento com um distanciamento
de 500 metros, conforme mapa em anexo. Já a ADA engloba o trecho
diretamente sob ação do projeto, que inclui as novas rodovias, ruas, acessos, e
as áreas urbanas contempladas com as melhorias em infraestrutura de água,
luz, esgoto e moradias.

Os bairros atingidos pela ADA e AID estão distribuídos nos3 planos ou zonas
ecológicas distintas. O primeiro plano inclui a Baixada Litorânea na orla da
laguna Mundaú. Inclui os bairros do Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Levada.
O segundo refere-se às encostas de tabuleiro, onde atingem parte dos bairros
de Bebedouro e Mutange. E o terceiro refere-se aos bairros distribuídos no
Planalto Sedimentar ou Tabuleiro, onde listamos os bairros do Petrópolis, Chã
de Bebedouro, Farol, Gruta e Lourdes, Pitanguinha e Pinheiro.

Caracterização do Meio Biótico na Área de Influência


Direta e Diretamente Afetada

Vegetação e Flora

Os bairros supracitados apresentam particularidades graças a distribuição do


relevo em diferentes níveis, ocupando compartimentos geológicos distintos, um
deles marcado por sedimentos arenosos (Baixada Litorânea) e os outros dois
apresentando sedimentos argilosos (Encostas e Planalto Sedimentar).

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Em ambos os casos, a vegetação natural foi quase que completamente


suprimida nesses bairros, restando apenas alguns remanescentes de mangue
no Mutange e Bebedouro, e fragmentos de Mata Atlântica em encosta nos
Bairros da Pitanguinha, Gruta de Lourdes, Chã de Bebedouro e Petrópolis,
onde se encontram o Parque Municipal e a APP do IBAMA.

A vegetação urbana, ou seja, aquela que ocorre espontaneamente nas áreas


abandonadas ou em desuso, está distribuída em todos esses bairros. Quanto
mais intensamente ocupado o bairro menor as áreas com vegetação natural ou
antrópica. Outro fator que motiva o surgimento de áreas naturais ou antrópicas
com vegetação decorre do cercamento de áreas públicas e privadas,
impedindo o acesso à população, ou mesmo inibindo que a mesma se aproprie
indevidamente, mesmo sendo áreas de proteção permanente em encostas ou
na margem da laguna Mundaú.

Atualmente, a maior parte das plantas encontradas na vegetação espontânea


de terrenos baldios e encostas é exótica, ornamental, frutífera, ruderal ou
invasora. As plantas observadas na área urbana estão cultivadas em passeios
públicos, praças, jardins e quintais, crescem em frestas de muros, terrenos
abandonados e até mesmo em telhados. Esta flora urbana está associada a
uma fauna também adaptada às alterações do ambiente original e revela uma
complexa estrutura ambiental urbana.

Por meio da observação direta foi possível compor uma listagem de espécies
típicas da flora urbana espontânea ou cultivada sem pretensões de arborização
ou paisagismo na área de influência direta e diretamente afetada. A seguir
apresenta-se a listagem dividida em plantas espontâneas (aquelas que não
foram cultivadas pelo homem), e as plantas cultivadas para diversos fins, tanto
na ADA quanto na AID.

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Lista de espécies vegetais encontradas nos terrenos baldios e áreas verdes (Ruderais e
Espontâneas*)
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira
Schinus terebinthifolius Aroeira
Apocynaceae Mandevillahirsuta
Amaranthaceae Amaranthus spinosus L. Crista-de-galo
Asclepiadaceae Asclepias curassavica L.
Oxypetalum sp.
Asteraceae Acanthospermum hispidum D.C.
Ageratum conyzoides L. Mentrasto
Ageratum sp
Bidens pilosa L.
Emilia sonchifolia D.C.
Pterocaulons sp.
Wedellia paludosa Bem-me-quer
Boraginaceae Heliotropium sp.
Caricaceae Carica papaya Mamoeiro
Chenopodiaceae Chenopodium ambrozioides Mastruz
Commelinaceae Commelinanudiflora
Convolvulaceae Ipomoea pes-caprae Salsa-da-praia
Cyperaceae Cyperusligularis
Cyperus sp. Tiririca
Cucurbitaceae Cucurbita sp. Abóbora
Mormodica charantia L. Melão-de-são-caetano
Dilleniaceae Curatella americana Lixeira
Euphorbiaceae Chamaesyce sp. Porca-parideira
Chamaesyce sp. Perpétua
Croton campestris Velame
Croton lachnocladus mart. Velame
Euphorbia heterophilla Bico-de-papagaio
Phyllanthus niruri Quebra-pedra
Ricinus comunis Carrapateira
Jatropha sp. Pinhão-roxo

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Família Gênero e espécie Nome vulgar


Gramineae (Poaceae) Bambusa sp. Bambu
Cenchrus echinatus Carrapicho
Chloris inflata
Cynodon dactylon
Digitaria insularis
Eleusine indica
Paspalum densum
Panicum sp.
Labiatae (Lamiaceae) Hyptis pectinata
Lippia alba Erva-cidreira
Leguminosae Crotalaria retusa Maracá
Cassia tora.
Cassia occidentalis
Cassia patelaria
Clitoria sp.
Dioclea sp.
Indigofera suffruticosa Anil
Mimosa pudica Sensitiva
Malpighiaceae Stigmaphyllon paralias
Malvaceae Gossypium sp. Algodão-de-praia
Sida rhombifolia
Sida urens
Urena lobata
Waltheria indica
Waltheria sp.
Corchorus hirtus
Melastomataceae Clidemia hirta
Moraceae Cecropia sp. Embaúba
Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira
Nictaginaceae Boerhavia coccinea Pega-pinto
Piperaceae Piper sp.
Polygalaceae Polygala paniculata
Polygonaceae Antigonum sp.

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Família Gênero e espécie Nome vulgar


Pontederiaceae Eichornia crassipes Baronesa
Pontederia sp. Aguapé
Portulacaceae Portulaca oleracea Beldroega
Talinun patens
PTERIDOPHYTA Ligodium sp. Avenca
Rubiaceae Borreria verticilata Vassourinha
Solanaceae Physalissp.
Solanum asperum Jurubeba
Solanum paniculatum Jurubeba
Solanum sp.
Turneraceae Turnera ulmifolia Chanana
Ulmaceae Trema micrantha
Verbenaceae Citarexylum sp
Lantana camara Chumbinho/camará
Priva bahiensis
Stachytarpheta sp
*Plantas herbáceo-arbustivas e árvores que ocorrem espontaneamente em terrenos baldios, áreas

verdes, praças, jardineiras, passeios, frestas de edificações, e áreas alagadas. Estas plantas podem ser
úteis como medicinais ou ornamentais

A maior parte das árvores utilizadas na arborização urbana, salvo craibeiras e


cajueiros, é exótica, preferidas por serem de fácil cultivo, ou frutíferas diversas.
A falta de conhecimento da população faz com que a escolha por determinadas
espécies faça com que ocorram alguns problemas quando as plantas se
desenvolvem e vão exigindo mais espaço ou maiores cuidados. Em geral são
excessivamente podadas ou cortadas assim que apresentem danos aos
passeios, tubulações de água, esgoto e fiação elétrica.

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Espécies cultivadas – Passeios – Praças – Jardins e Quintais


Família Gênero e espécie Nome vulgar
Agavaceae Dracaena sp Dracena
Anacardiaceae Anacardium occidentalis L. Cajueiro
Mangifera indica Mangueira
Schinus terebinthifolius Aroeira
Annonaceae Annona glabra Pinha
Annona muricata Graviola
Apocynaceae Allamanda sp Alamanda
Nerium oleander Espirradeira
Araceae Philodendron imbe Imbé
Caladium sp
Anthurium Antúrio
Monstera sp Monstera
Araliaceae Hedera sp Hera
Arecaceae Cocos nucifera Coqueiro
Euterpe catinga Jussara
Bixaceae Bixa orelana Urucum
Bombacaceae Pachira aquatica Munguba
Caprifoliaceae Rosmarinus officinalis Sabugueiro
Caricaceae Carica papaya Mamoeiro
Chenopodiaceae Chenopodium ambrozioides Mastruz
Combretaceae Terminalia cattapa Amendoeira
Convolvulaceae Ipomoea sp. Salsa
Euphorbiaceae Jatropha sp. Pinhão-roxo
Euphorbia heterophilla Bico-de-papagaio
Euphorbia sp. Coroa-de-cristo
Gramineae (Poaceae) Cymbopogom citratus Capim-santo
Lauraceae Persea americana Abacate
Leguminosae Cassia japonica Cassia-japonesa
Cassia sp Chuva-de-ouro
Bauhinia sp Mororó
Caesalpinia echinata Pau-brasil
Clitoria fairchildiana Sombreiro

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Família Gênero e espécie Nome vulgar


Delonix regia Flamboyant
Leucaena sp. Leucena
Mimosa caesalpiniifolia Sabiá
Mimosa sp. Sombreiro
Tamarindus sp Tamarindo
Liliaceae Sansevieria sp. Espada-de-são-jorge
Malpighiaceae Malpighia glabra Acerola
Malvaceae Hibiscus sp. Papoula
Melastomataceae Tibouchina sp. Quaresmeira
Moraceae Ficus microcarpa Ficus-benjamim
Arthocarpus sp Fruta-pão
Musaceae Musa paradisiaca Bananeira
Myrtaceae Eugenia uniflora Pitanga
Eugenia sp. Jambo-vermelho
Psidium guajava Goiabeira
Nictaginaceae Bougainvillea Burguenvilia
Oxalidaceae Averrhoa carambola Carambola
Pinaceae Pinus sp. Pinheiro
Polygonaceae Antigonum sp.
Portulacaceae Portulaca sp. Onze-horas
Punicaceae Punica granatum Romã
Rosaceae Rosa sp. Roseira
Zingiberaceae Hedychium sp Colônia

Ambientes Naturais na AID e ADA

Registram-se na AID e ADA Remanescentes naturais, porém, este apresentam


um variado nível de conservação devido à aproximação com as comunidades
urbanas, sendo alguns protegidos, como é o caso do Parque Municipal e APP
do IBAMA, enquanto outros estão largados à própria sorte, como é o caso dos
manguezais nos bairros do Mutange e Bebedouro.
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Na parte alta da cidade estão os tabuleiros costeiros alagoanos, que possuem


origem de sedimentos depositados na linha do litoral, oriundos de materiais
carreados pelos rios durante milhares de anos durante o período de formação
do relevo de nosso território.

Essa formação geológica do Terciário é denominada de Grupamento Barreiras,


onde predominam solos classificados como Latossolos Vermelho Amarelo
Distróficos, e um clima do tipo As‟ de Köppen, com precipitações pluviométricas
médias anuais de 900 a 1.600mm. (Jacomine et all, 1975).

A vegetação original dos tabuleiros costeiros é a Floresta Ombrófila Aberta


(IBGE, 1988; Veloso e Góes-Filho, 1982), atualmente descaracterizada pelos
desmatamentos constantes no passado, para o cultivo da cana-de-açúcar.
Hoje em dia, boa parte dos tabuleiros está ocupada pela expansão urbana da
cidade de Maceió.

Na região de contato entre o tabuleiro e a planície arenosa costeira se


observam as paleofalésias, antigas formações esculpidas pelo vento e chuvas,
de declividade variada, onde se desenvolvia uma vegetação protetora contígua
à floresta mais exuberante. Esta vegetação tem sido retirada constantemente,
seja para a construção de residências (mansões, condomínios e favelas),
retirada de material (barro) e aterros sanitários.

Os principais impactos observados na AID envolvem a diminuição da cobertura


vegetal nativa, a desproteção do solo aos efeitos erosivos do vento e da chuva,
o assoreamento dos cursos d‟água, e grande deposição de material carreado
durante o período chuvoso, causando transtornos diversos (desmoronamento
de barreiras, alagamento e tapamento das rodovias, etc.) e redução de habitats
para a fauna associada.

A princípio, a vegetação no tabuleiro costeiro é, em sua totalidade, classificada


de secundária, tendo em vista que se trata do resultante de processo natural de

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221

sucessão, após supressão total da vegetação primária por ações antrópicas ou


causas naturais (Resolução COMANA 10/93).

Na Área de Influência Direta (com 500,0 m de distanciamento do


empreendimento) os remanescentes naturais observados congregam a bacia
do riacho do Silva que drenam tanto o Parque municipal quanto a APP do
IBAMA, desembocando na Laguna Mundaú. Devido às condições topográficas,
hidrológicas, pedológicas e, principalmente, a gênese do uso antrópico do solo,
são observadas nesta bacia diversas características próprias descritas em
parte como se segue.

Sob o aspecto hidrológico, as formações florestais se caracterizam pela


importância do controle e prevenção de processos erosivos. Em se
encontrando em estado inicial e médio de regeneração natural, e com glebas
desmatadas e ocupadas por núcleos populacionais dos bairros do Pinheiro,
Gruta e Bebedouro, a vegetação local não propicia este intento, com especial
atenção às áreas de encostas, o que resulta em transporte de material
sedimentar para os canais de drenagem, córregos e, consequentemente, para
a laguna Mundaú.

Tal situação agrava-se devido ao estado das matas ciliares localizadas ao


longo dos corpos d‟água e canais de drenagem.

A vegetação nas encostas e nos tabuleiros apresenta grande influência do


clima costeiro, modelando os rebordos da floresta ombrófila aberta (Domínios
da Floresta Ombrófila Aberta – fasciação da Floresta Ombrófila Densa – IBGE,
1993).

A Mata Atlântica na zona de tabuleiro está praticamente restrita às encostas de


forte declividade, sendo bem mais pronunciados nos remanescentes situados
continente adentro.

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Além das faixas de Mata Atlântica propriamente dita, alguns trechos


remanescentes indicam uma composição florística típica de ambientes de
Cerrado. Em Alagoas, esta vegetação apresenta-se como encraves de Cerrado
na Mata Atlântica, sendo assim classificados tanto por sua fisionomia, quanto
por sua composição florística, que apresenta grande variedade de espécies
típicas, a exemplo do murici-de-tabuleiro (Byrsonima verbascifolia), cabaçu
(Coccoloba latifolia) e lixeira (Curatella americana), todas elas bioindicadores
deste ambiente tão característico.

A vegetação de Cerrado apresenta características particulares, tais como


plantas de baixo porte, retorcidas e, muitas delas com casca ou folhas grossas
adaptadas a ambientes que frequentemente passam por queimadas
espontâneas ou provocadas.

As áreas de Cerrado em Alagoas são consideradas por diversos autores como


praticamente extintas, restando pouco das formações originais, restritas em
áreas de topo de morro e encostas litorâneas pouco utilizadas para agricultura
ou pecuária, e severamente antropizadas pela busca de espaço para moradia,
lavouras de subsistência ou retirada de madeira para lenha, varas e mourões.

Os encraves de Cerrado nos bairros da AID e ADA foram praticamente


devastados ao longo dos anos, vindo a se intensificar nas últimas décadas por
meio da expansão urbana que passa o município de Maceió.

Vegetação da Baixada Litorânea

Na faixa litorânea da AID e ADA do empreendimento, os remanescentes


naturais existentes restringem-se a formações de manguezal. Cobrem uma
área total de 26,01 hectares.

A margem da laguna Mundaú não forma praias naturais, sendo a mesma


originalmente ocupada por formações de mangue. Nos anos 1980 um grande
projeto de aterro denominado “Dique Estrada” motivou a supressão de uma
222
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extensa área de mangues mudando radicalmente a paisagem, criando novos


bairros e assentamentos urbanos.

Bairros como o Bom Parto (na ADA) também chegou a crescer


desordenadamente e ocupar os manguezais na margem da laguna Mundaú,
ampliando assim a supressão maciça deste ecossistema no âmbito do CELMM
(Complexo Estuarino Lagunar Mundaú – Manguaba).

Em poucas décadas, os mangues pertencentes à orla de Maceió perderam


praticamente todos os seus remanescentes de manguezal, restando apenas
poucos hectares nos bairros do Mutange, Bebedouro, Fernão Velho e Rio
Novo.

No trecho sul, os fragmentos de mangue são ainda menores, o que confere ao


município um status negativo em termos de conservação dos mangues, bem
como sendo um dos principais poluidores do CELLM, registrando o lançamento
de enormes volumes de esgoto não tratado e de resíduos sólidos que chegam
ao corpo lagunar por meio do esgoto ou lançados diretamente pela população
ribeirinha, principalmente nos bairros onde ocorrem habitações subnormais,
comumente chamadas de “favelas”.

Na ADA, o bairro do Bom Parto mostra que houve completa supressão da


vegetação original de mangue e ambientes associados. A cada dia a população
carente aterra a margem da laguna com entulhos e restos de construção,
instalam residência subnormais e implantam pocilgas, lançando todo dejeto das
casa e pocilgas diretamente na laguna, além do lixo doméstico. A arborização
do bairro é incipiente, com ruas e calçadas estreitas sobram poucos locais para
a arborização. Em algumas residências e terrenos baldios vislumbra-se
algumas arvoretas e arvores, mas há ruas inteiras sem um único pé de árvore
em toda sua extensão.

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No início do bairro do Mutange, na zona de contato com o Bom Parto, um


fragmento de mangue se entende por cerca de 2,0 quilômetros, formando um
único maciço com cerca de 25,3 hectares, englobando os bairros do Mutange e
Bebedouro. Este manguezal deveria ter uma largura muito maior do que a que
se apresenta atualmente. Deveria, muito provavelmente se aproximar das
encostas de tabuleiro.

Com o desenvolvimento dos bairros litorâneos à laguna Mundaú, esses


manguezais foram aos poucos explorados à sua exaustão. Primeiro para dar
acesso ao bairro do bebedouro pela parte baixa, e depois pelo contínuo uso da
madeira para diversos fins (lenha, mourões, pesca, etc.).

O mangue então foi sendo comprimido. O solo aterrado e assim surgiram


rodovias, ferrovias, e terrenos para casas, sítios e chácaras. Observa-se
também, que, nos fundos de muitas propriedades, surge uma vegetação
arbórea densa. O solo é turfoso e anualmente inundável, restringindo a
ampliação das moradias. Contudo, esta vegetação é composta por plantas
exóticas, indicando que se trata de um ambiente que outrora era manguezal e
que fora abandonado ou subutilizado (mudança dos hábitos da população;
mudança das populações tradicionais por populações mais urbanas e pouco
preocupadas em manter quintais ou chácaras de coco e frutíferas, muito
comuns na metade do século XX).

Registra-se nesta vegetação encravada entre o mangue e as residências do


Mutange plantas como coco-da-baía, brinco de viúva, jaqueira, manga, fruta-
pão, eucalipto, palmeira-imperial, amendoeiras, entre outras espécies exóticas.

Nos rebordos do mangue, onde o solo é úmido e recebem aporte de esgotos,


manchas de aningas formam uma profusa vegetação nos limites do Bom Parto
e Mutange, envolvendo um antigo coqueiral. Os coqueirais eram bastante
comuns na margem da Mundaú, mas foram completamente expurgados para
abrir novas áreas urbanas.
224
225

Esta vegetação exótica acompanha quase que toda a faixa entre o mangue e o
continente. É fruto do uso do solo pelas comunidades ao longo dos anos e
possuem estrutura florística diversa, bem como fisionomia que varia de
arbustiva a arbórea, com árvores e palmeiras com mais de 10,0 metros de
altura.

Muitos trechos da margem foram aterrados com argila e utilizados por


indústrias químicas (Braskem). Nesses locais a vegetação foi completamente
suprimida. Os mangues ainda resistem na margem que se mantem totalmente
inundada ao longo de todo o ano.

O manguezal neste fragmento de 25,3 hectares possui as seguintes


características: presença marcante do mangue branco em relação ao mangue
vermelho. No trecho pertencente ao bairro do Mutange, próximo ao Bom Parto,
a vegetação apresenta maior expressão fisionômica, com árvore atingindo 8,0
metros de altura. Em grande parte, tem aspecto de vegetação monotípica, com
o mangue branco (Laguncularia racemosa) se sobressaindo; Presença do
mangue preto (Avicennia germinans e A. schaueriana); o mangue vermelho
surge nos trechos mais abertos e próximos ao bairro do Bebedouro, em geral
possuem baixa estatura e muitos estão isolados. A explicação provável pelo
rareamento do mangue vermelho (Rhizophora mangle) vem a ser seu intenso
uso para a confecção de caiçaras. Sua madeira resiste mais tempo submersas,
sendo então preferidas pelos pescadores, que utilizam sua galharia como
armadilha de pesca.

Em alguns trechos o mangue tem aspecto seco ou queimado, como se


houvesse o lançamento de algum produto químico naquele local que afetasse
diretamente um grupo isolado de plantas. No entorno dessas as árvores são
raquíticas e baixas, muito diferente dos ambientes típicos de mangue, com
vegetação densa e verdejante, indicando distúrbios provocados pelo homem.

225
226

Na desembocadura do riacho do Silva o manguezal recebe toda sorte de


entulho, e esgoto, as quatro espécies típicas do mangue estão presentes:
mangue-branco e mangue-preto (Avicennia germinans e A. schaueriana), e
mangue-vermelho (Rhizophora mangle).

Como forma de ilustrar a cobertura vegetal na Área de Influência Direta,


apresenta-se uma imagem Google Earth com os fragmentos de vegetação
observados, dentre eles os manguezais, a vegetação antrópica entre o mangue
e as residências na baixada litorânea, os fragmentos de vegetação antrópica
nas encostas e vegetação de várzea na bacia do riacho do Silva, no
Bebedouro. Esta vegetação ocupa áreas planas da bacia entre as cotas mais
baixas da planície litorânea antes de encontrar as formações de manguezal.
Sendo compostas por plantas hidrófitas e palustres, e em alguns casos
formando matas ciliares, em geral antropizadas.

A imagem acima mostra a vegetação na ADA do empreendimento (polígono amarelo) e AID


(polígono branco). Fonte Google Earth

226
227

Os demais polígonos coloridos são as manchas de vegetação ocorrentes:


vermelho – mangues, azul – vegetação antrópica de baixada, laranja – Matas
de encosta (em geral severamente antropizadas – capoeiras), verde –
vegetação de várzea do Riacho Silva).

Distribuição de áreas dos tipos de vegetação ocorrentes na ADA e AID

Tipo de Vegetação N° de fragmentos Área total em hectares


Manguezal 02 26,01
Vegetação antrópica margem da 06 17,40
laguna (arbustivo-arbórea)
Mata em encosta de tabuleiro 11 15,38
(capoeiras)
Várzea do riacho Silva 01 3,36
Total 20 62,15
Área da AID 625,00
Percentagem de cobertura vegetal 9,94%
(natural e antrópica)
Superfície hídrica (laguna Mundaú) 139,26 hectares
*valores aproximados

A seguir apresenta-se um quadro com a florística para as formações naturais e


antrópicas no âmbito da Área de Influência Direta ao empreendimento. Esta
lista foi elaborada a partir da bibliografia disponível e banco de dados botânicos
pertencente ao Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas
(IMA/AL).

Lista florística das espécies ocorrentes na área de influência direta da bacia do riacho
Jacarecica – Mata Atlântica e Cerrado

227
228

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Acanthaceae Avicennia germinans (L.) L. Mangue preto
Avicennia schauerianaStapf & Leech. Mangue preto
Ruellia sp
Anacardiaceae Anacardium occidentale Linn. Cajueiro
Schinusterebinthifolius Raddi. Aroeira
Tapiriraguianensis Aubl. Cupiuba
Thyrsodium spruceanum Benth. Cabotã
Annonaceae Duguetia sp.
Xylopia frutescens Aubl Araticum
Xylopia laevigata (Mart.) R. E. Fr.
Apocynaceae Allamanda sp.
Aspidosperma subincanum Mart. Peroba
Hancornia speciosa Gomez. Mangabeira
Himatanthus phagedaenicus Banana-de-papagaio
(Mart.)R.E.Woodson
Rauwolfia sp.
Mandevilla hirsuta (A.Rich.) K.Schum.
Araceae Anthurium affine Schott
Philodendron fragrantissimum (Hook.)
G.Don
Philodendron imbe Schott.
Montrichardia linifera (Arruda) Schott. Aninga
Araliaceae Schefflera morototoni Decne & Planch. Sambacuim
Arecaceae Bactris ferruginea Burret. Tucum
Cocos nucifera L. Coqueiro (exótica)
Elaeis guineensis Jacq. Dendê
Syagrus coronata Mart. Ouricuri
Asteraceae Ageratum conyzoides
Acanthospermum hispidum DC.
Emilia sonchifolia L.(DC.)
Mikania sp.
Sonchus sp.
Vernonia sp.

228
229

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Begoniaceae Begonia sp
Bignoniaceae Androanthus sp. Ipê
Lundia cordata Pyr.
Bixaceae Bixa orellana L. Urucum
Boraginaceae Cordia superba Cham. Grão-de-galo
Cordia sellowiana Cham.
Cordia verbenacea D.C.
Heliotropium sp.
Bromeliaceae Aechmea fulgens Brongn.
Aechmea lingulata(L.) Baker
Aechmea tomentosa Mez
Tillandsia bulbosa Hooker
Burseraceae Protium heptaphyllum March. Amescla
Cabombaceae Cabomba aquatica Aubl. Cabomba
Cecropiaceae Cecropia pachystachya Trécul.
Celastraceae Maytenus cf. distichophylla Mart. ex. Bom-nome
Reiss.
Chrysobalanaceae Hirtella ciliata Lam.
Clusiaceae Clusia nemorosa G. F.W. Mey. Pororoca
Symphonia globulifera Linn. Bulandi
Vismia guianensis (Aubl.) Choisy. Pau-lacre
Caraipa densiflora Mart. Camaçari
Tovomita guyanensis Aubl. Mangue-da-mata
Combretaceae Laguncularia racemosa(L.) Gaertn. Mangue-branco
Terminalia cattapaL. Amendoeira
Commelinaceae Commelina sp.
Crassulaceae Kalanchoe brasiliensis Cambess.
Cyperaceae Cyperus surinamensis Rottb
Cyperus laxus Lam.
Cyperus rotundus L.
Cyperus ligularis L.
Rhynchospora cephalotes (L.) Vahl.
Rhynchospora comata (Link) Schult

229
230

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Rhynchospora exaltataKunth
Scleria sp. Capim-navalha
Dilleniaceae Curatella americana Linn. Lixeira
Doliocarpus sp.
Elaeocarpaceae Sloanea garkeana Schum. Cabaçu
Erythroxylaceae Erythroxyllum sp.
Euphorbiaceae Cnidoscolus urens L. Cansanção
Croton sp. Velame
Dalechampia sp.
Richeria grandis Vahl. Jaqueira-do-Brejo
Flacourtiaceae Casearia sylvestris S.W.
Gentianaceae Coutoubea spicata Aubl.
Gyrocarpaceae Sparattanthelium botocudorum Mart Arco-de-barril
Graminae (Poaceae) Digittaria sp.
Eleusine indica (L.)Gaertn
Olyra sp.
Paspalum sp.
Panicum sp.
Heliconiaceae Heliconia sp. Língua-de-cutia
Leguminosae Caesalpinia ferrea Mart. Pau-ferro
Caesalpinioideae Cassia sp
Chamaecrista ensiformes (Vell) Irwin & Coração-de-negro
Barneby
Apuleia cf. leiocarpa (Vog.) Macbr. Gitaí
Hymenaea sp. Jatobá
Peltogyne cf. angustiflora Ducke.
Leguminosae- Abarema cochliocarpus (Gómez.)Barneby Barbatimão
Mimosoideae & Gomez
Parkia pendula Benth. ex. Walp. Visgueiro
Mimosa pudica L. Mata-pasto
Inga edulis Mart Ingá
Stryphnodendron cf. pulcherimum (Wild.) Jaguarana
Hochr.
Leguminosae Bowdichia virgilioides H.B.& K. Sucupira

230
231

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Papilionoideae Andira cf. inermis H.B.& K. Angelim
Crotalaria retusa L.
Clitoria sp.
Centrosema brasilianum L.Benth.
Swartzia apetala Raddi. Enxúndia
Desmodium sp.
Dioclea sp
Rhynchosia phaseoloides DC.
Stylosanthes sp
Lauraceae Ocotea longifolia H.B.& K. Louro-preto
Ocotea bracteosa Mex. Louro
Ocotea glomerata (Ness) Mex Louro
Lecythidaceae Lecythis lurida (Miers.) Mori.
Lecythis pisonis Cambess. Sapucaia
Eschweilera ovata Mart. ex Miers. Embiriba
Loganiaceae Spigelia sp
Loranthaceae Struthanthus sp
Lythraceae Cuphea aperta Koehne.
Cuphea racemosa (L.f.) Spreng.
Malpighiaceae Banisteriopsis lutea
Byrsonima sericea DC. Murici
Byrsonima coccolobifolia (Spr.) Kunth.
Byrsonima verbacifolia (L.) H.B.K. Murici-do-tabuleiro
Malvaceae Lopimia malacophylla Nees e Mart.
Pavonia cancelata (L.)Cav.
Eriotheca crenulaticalyx A. Robyns. Munguba
Sida carpinifolia L.f.
Sida rhombifolia L.
Sida urens L.
Urena lobata L.
Sida planicaulis
Corchorus sp.
Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba
231
232

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Melochia tomentosa L.
Waltheria indica L.
Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo
Apeiba tibourbou Aubl. Pau-de-jangada
Melastomataceae Miconia amoena Triana.
Miconia albicans A.W.Bennet
Miconia ciliata Benth.
Menyantheaceae Nimphoides sp.
Myrtaceae Calyptranthes sp.
Eucalyptus sp. Eucalipto
Eugenia sp. Murta
Myrcia sylvatica (Mey.) DC. Murta-roxa
Myrcia cf. alagoensis Berg. Murta-branca
Myrcia cf. bergiana Berg.
Myrcia sp. bracteata DC
Myrcia cf.falax (Taub.)Yakovl.
Psidium guajava L. Goiaba
Psidium guineensis S.W. Araçá
Syzygium cumini (L.) Skeels Brinco de viúva
Moraceae Artocarpus altilis (Parkinson) Fosberg Fruta-pão
Artocarpus heterophyllus Lam. Jaca
Brosimum guianense Huber ex Ducke. Macaxeira
Helicostylis cf. tomentosa (Poepp & Endl) Macbride
Nyctaginaceae Pisonia cf. ambigua Heimert. João-mole
Nympheaceae Nymphaea ampla (Salisb.) DC. Pataca
Ochnaceae Ouratea nitida Engl. Cabotã-de-leite
Orchidaceae Catassetum sp.
Oeceoclades maculata (Lindl) Lindl.
Passifloraceae Passiflora edulis Sims Maracujá-do-mato
Papaveraceae Hybanthus sp.
Polygalaceae Polygala sp
Polygonaceae Coccoloba latifolia Lam. Cabaçu
Coccoloba confusa Howard. Cabaçu

232
233

Família Gênero e espécie Nome vulgar


Pontederiaceae Eichornia crassipes Mart. e Solms, Aguapé
Pontederia sp
Rhamnaceae Gouania blanchetianaMiq.
Rhizophoraceae Rhizophora mangle L.
Rubiaceae Coutarea hexandra K. Schum Quina-quina
Chioccoca sp.
Genipa americanaL. Jenipapo
Salzmannia nitida DC.
Psychotria capitata Ruiz & Pav.
Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart.
Salviniaceae Salvinia sp.
Sapindaceae Cupania platycarpa Radlk. Cabotã
Allophylus edulis (A.St. Hill) Radlk. Farinha-seca
Serjania salzmanniana Schltdl.
Talisia sp. Pitomba
Sapotaceae Manilkara salzmannii A. D.C. Maçaranduba
Pouteria venosa (Mart.) Baehni. Leiteiro
Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. Praíba
Solanaceae Cestrum laevigatum Schlecht.
Solanum asperumVahl.
Solanum aspero-lanatum Ruiz. & Pav.
Solanum paniculatum L. Jurubeba
Turneraceae Turnera ulmifolia L. Chanana
Typhaceae Typha dominguensis Pers. Taboa
Verbenaceae Lantana camara L. Chumbinho
Stachytarpheta sp.
Tamonea sp.
Vitaceae Cissus sp.
Xyridaceae Xyris jupicai Rich.

233
234

Registros Fotográficos

Mangues

Laguna Mundaú, na área de Influência Direta, entre os bairros da Levada e Ponta Grossa,
trecho do Dique Estrada. Vegetação da margem da lagoa completamente antropizada,
arborizada com espécies exóticas. Ocupação desordenada, muito lixo lançado pela população
local. (Foto: Iremar Bayma)

234
235

Ponto de lançamento de parte do esgoto de Maceió – canal da Vila Brejal. Área de Influência
Direta ao empreendimento. (Foto: Alvaro Borba)

Ao longe vê-se a transição entre a laguna e o continente, onde se vislumbra os três


compartimentos do relevo – a baixada litorânea com mangues antropizados, as encostas de
tabuleiro com resquícios de matas também muito antropizadas, e o planalto ou tabuleiro,
completamente ocupado pela cidade de Maceió. (Foto: Alvaro Borba)

235
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Bairro do Bom Parto invadido por residências subnormais, ocupando a margem da laguna por
meio de aterros. A população local lança o lixo e o esgoto diretamente nas águas da laguna.
(Foto: Álvaro Borba)

Novas residências subnormais avançando sobre a laguna em constantes aterros, ampliando


assim as favelas do bairro do Bom Parto. (Foto: Alvaro Borba)

236
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Limite entre os bairros do Bom Parto e Mutange. No Bom Parto todo o mangue foi suprimido,
enquanto no Mutange uma grande mancha e manguezal se mantem. Aos poucos a favela vai
ocupando novos trechos de mangue, ano após ano.(Foto: Iremar Bayma)

Manguezal no trecho mais conservado no bairro do Mutange. Destaque para o mangue-preto e


mangue-branco(Foto:Iremar Bayma)

237
238

Frequentemente o mangue é saqueado pela população local (Foto: Alvaro Borba)

A medida que se navega laguna acima nota-se que a vegetação de mangue surge em “bancos”
de vegetação, com plantas isoladas. Troncos de plantas mortas indicam cortes sucessivos para
a retirada de madeira. Outra situação observada foi a de árvores tombadas pelo vento,
indicando uma desestruturação do sistema de raízes. Árvores isoladas acabam perdendo o
suporte e tombam, diminuindo assim a cobertura vegetal original
(Foto: Iremar Bayma)

238
239

A imagem mostra que o mangue neste ponto apresentava uma fisionomia arbórea
surpreendente. O mangue preto (Avicennia sp.), completamente ressecado e morto, mostra o
recuo na vegetação resultado de diversos fatores: poluição na laguna, desmatamento,
alteração no regime hídrico das marés com pouco aporte de água salgada do mar, etc.
(Foto: Iremar Bayma)

Na imagem acima vê-se uma das causas da redução dos mangues. Pescadores utilizam ainda
hoje galharia do mangue para construir as “caiçaras”, armadilhas de pesca usando ramos e
galhos e troncos de plantas do mangue. (Foto: Alvaro Borba)

239
240

Os mangues costumam ocupar bancos arenosos ou as margens das lagunas. Todavia o que
se percebe é o dissolvimento desses bancos e redução dos maciços de mangue. Provável
causa, antropismo.

Entre os bairros do Mutange e Bebedouro, os mangues vão ficando cada vez mais rarefeitos. O
porte cai abruptamente para menos de 3,0 metros de altura. O solo é inundado em 100% do
ano, o que pode alterar processos biológicos comuns a esse tipo de ambiente. Diferentemente
de manguezais mais conservados, onde é possível ver a lama do mangue, neste caso o solo
fica completamente inundado. Nesta imagem é possível notar que plantas exóticas ao mangue
acabam invadindo o espaço. Neste caso a presença de uma espécie de gramínea que forma
verdadeiros “batumes” flutuantes de plantas aquáticas incomum aos ambientes de mangue.
Neste caso é possível aferir que o mangue esteja em fase de transição e isso graças a fatores
naturais e antrópicos que influenciam diretamente em sua estrutura e composição. Esses
“batumes” podem também significar claros sinais de perturbação no manguezal na área de
influência direta, já que neste ponto uma das rodovias a ser implantada deverá ser construída
sobre pilotis ou colunas cravadas no leito da laguna.

240
241

Vegetação flutuante em meio ao mangue. Margens da laguna no bairro do Bebedouro

A origem dos batumes de grama – margem desmatada com acesso das plantas ruderais e
espontâneas que avançam no interior da laguna ocupando o espaço do mangue. (Foto: Alvaro
Borba)

241
242

Ambientes Terrestres

Bairro do Bom Parto, linha de trem da CBTU. Muitas ruas não possuem pavimentação e sem
arborização. (Foto: Iremar Bayma)

Aspecto do bairro do Bom Parto (Foto: Iremar Bayma)

242
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Canais de drenagem levam o esgoto in natura diretamente para a laguna Mundaú (Foto: Iremar
Bayma)

Ruas do bairro Bom Parto (Foto: Iremar Bayma)

243
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Presença de terrenos baldios com drenagem de esgoto a céu aberto


(Foto: Iremar Bayma)

Entre o Bom Parto e o Mutange, antigo sítio de coco mostra como eram ocupados os terrenos
à beira da laguna. Atualmente estão abandonados e tomados por favelas. Em alguns trechos a
vegetação espontânea é bastante densa, competindo com o coqueiral e invadindo as áreas de
manguezal remanescente (Foto: Iremar Bayma)

244
245

Novas áreas sendo invadidas e ocupadas por habitações subnormais. Ao fundo vegetação
mista com plantas exóticas, frutíferas, espontâneas e mangue(Foto: Iremar Bayma)

Entre o bairro do Bom Parto e Mutange, resquícios de um coqueiral bastante infestado por
plantas espontâneas, nativas e exóticas (Foto: Iremar Bayma)

245
246

No mesmo trecho é possível vislumbrar as encostas de tabuleiro ocupadas de forma irregular e


sem vegetação de proteção (Foto: Iremar Bayma)

Trecho no fundo das casas no bairro do Mutange, próximo ao Instituto do Meio Ambiente.
Deposição de lixo doméstico e vegetação composta por plantas exóticas antes de atingir a
faixa de manguezal (Foto: Iremar Bayma)

246
247

Vegetação arbórea entre o manguezal e as residências no bairro do Mutange, composta por


árvores exóticas como manga, fruta-pão, brinco-de-viúva, eucalipto e amendoeiras (Foto:
Iremar Bayma)

Terreno pertencente à Braskem ao lado da sede do Instituto do Meio Ambiente, em parte um


aterro sobre vegetação de mangue (Foto: Iremar Bayma)

247
248

Outra visão da vegetação que se desenvolveu entre o mangue e o fundo das casas no bairro
do Mutange. Espécies exóticas e espontâneas em sua grande maioria
(Foto: Iremar Bayma)

Outro terreno ocupado pela Braskem para instalação de tubulações na extração de sal-gema.
Entorno ocupado por residência e pequenos estabelecimentos comerciais
(Foto: Iremar Bayma)

248
249

Ainda no terreno pertencente à Braskem, vê-se os fundo de residências que dão para a laguna
Mundaú. O mangue neste ponto se mistura a uma vegetação espontânea e trechos abertos ou
de mangue rarefeito (Foto: Iremar Bayma)

249
250

Fauna

Metodologia

Foi realizada uma expedição a campo, tendo sido percorrido todo o trecho
previsto para implantação da gleba do empreendimento.

Realizou-se um extenso levantamento bibliográfico (dados secundários), que


serviu como referencial teórico, não apenas para a descrição da fauna, assim
como, para a elaboração de todo o trabalho.

No campo, optou-se pelo método de visualização do impacto que é o


subproduto da combinação de várias técnicas básicas desenvolvidas para
identificação e descrição da paisagem visual, técnicas estas tradicionalmente
utilizadas (COSTA & MORANGONI, 2000). Dando-se assim preferência a uma
metodologia não destrutiva, através de registros fotográficos e observações
visuais, muitas destas com auxílio de um binóculo 8x30.

Foram coletadas informações, por meio de entrevista com moradores do local,


auxiliando principalmente no registro da fauna de peixes, anfíbios, répteis e
mamíferos. Para a ictiofauna observamos a pescaria, utilizando como arte de
pesca as caiçaras existentes na laguna Mundaú e conversamos com
pescadores locais, ficando mais fácil visualizar a relação da fauna (meio
ambiente) com a população local (meio socioeconômico). O mesmo foi
estabelecido para a pesca do sururu que possui um alto aspecto cultural para a
região.

A partir das informações coletadas e analisadas (dados), foram elaborados


gráficos e uma listagem para a fauna, contendo todas as espécies encontradas
ao longo das áreas de influência, onde será inserido o empreendimento. São

250
251

apresentadas algumas imagens com as espécies mais frequentes. Norteou


esse relatório as espécies com elevado valor biológico e socioeconômico.

Os programas ambientais e as medidas mitigadoras propostas são frutos da


correlação entre as informações pretéritas e as observações diretas, estando
os mesmos respaldados pelos aspectos legais aqui citados.

Macrofauna Bentônica

A macrofauna bentônica ou macrobentos é um grupo extremamente


importante, sendo sempre foco das Avaliações de Impactos Ambientais em
ecossistemas aquáticos, devido a aspectos ambientais (espécies
bioindicadoras) e a exploração econômica de várias espécies. É caracterizada
por animais, invertebrados e vertebrados, com comprimento igual ou superior a
0,5mm (visíveis a olho nu), que possuem uma intima associação com o
substrato. No referente trabalho o nosso interesse são os animais com
comprimento total igual ou superior a 0,5mm e que habitam o leito, ou possuem
alguma relação com o mesmo (alimentação e reprodução), da laguna Mundaú.

A maioria dos organismos macro bentônicos encontrados no CELMM está nos


canais e nas croas existentes na bacia central da lagoa Mundaú, sua
distribuição será influenciada diretamente pela salinidade e tipo de sedimento.

Segundo TEXEIRA & FALCÃO (1992) os representantes da família Penaeidae


são os mais representativos em todo corpo lagunar, principalmente a espécie
Xiphopenaeus kroyeri, conhecido popularmente como camarão-sete-barbas, os
exemplares utilizam a desembocadura do rio Mundaú para crescimento.

Os animais pertencentes à classe Polychaeta, dominam o fundo lamoso, sendo


de extrema importância para a teia trófica aquática, além de ótimos indicadores
dos níveis de poluição. SOVIERZOSKI (1992) observou a presença de 13

251
252

famílias para o CELMM, destacando-se a família Nereidae. Silva (1992) cita


como sendo baixa a diversidade de Polychaeta, sendo as espécies mais
abundantes: Laeonereis acuta, Capitella sp. e Questa sp. esta última, sendo o
primeiro registro para o Atlântico Sul, ocorrendo na laguna Manguaba.

Com relação à malacofauna, merece destaque a alta ocorrência do sururu


(Mytella charruana), sendo a laguna Mundaú um verdadeiro celeiro para essa
espécie, cuja população vem sendo gradativamente reduzida devido à
diminuição da salinidade nesse corpo hídrico. Além do sururu algumas
pesquisas registram 29 espécies de moluscos distribuídos em 14 famílias,
habitando todo o CELMM, incluindo as áreas de influência do empreendimento
(ALAGOAS, 1980a; SILVA & PEREIRA-BARROS 1987b; SILVA 1994).

Ainda com relação à fauna aquática observamos um domínio do sururu nas


ADA e AID, corroborando as observações de PEREIRA-BARROS (1972),
segundo qual, a maior densidade se encontra nas coroas existentes na bacia
central e na região denominada Cordão do Sururu (AID). Esta espécie merece
um destaque, sendo utilizada como espécie chave para demonstrar a inter-
relação dos moradores com o meio ambiente.

Depois da malacofauna, a ictiofauna é o grupo mais representativo dentro dos


macrobentos. A região do CELMM 53 famílias, totalizando 91 espécies de
peixes (ALAGOAS, 1980b; TEXEIRA & FALCÃO, 1992).

A distribuição dos macrobentos está diretamente relacionada ao gradiente de


salinidade e ao tipo de fundo, tendo uma preferência pelo fundo arenoso e
cascalho. Silva (1992) observou uma maior biodiversidade no ambiente
estuarino, citando como escassa a fauna ictiobentônica destacando, em fundos
lamacentos, as espécies: Batigobius soporator, Gobionellus oceanicus e
Selnaspis herzbergii.

252
253

Dentro da AII foram observadas o domínio de uma espécie de água-viva


(Stomolophus meleagris) e de uma espécie com elevado valor econômico, o
camurim-açu ou robalo (Centropomus undecimalis).

Dentro das espécies que compõem a fauna aquática (macrobentônica) não


foram observadas espécies endêmicas, raras ou ameaçadas de extinção.

Abaixo segue um check list com as espécies que compõem a fauna aquática,
seu nome vulgar (quando existente) e área de ocorrência.

Check list da macrofauna bentônica encontrada nas áreas de influência do empreendimento


(ADA, AID e AII).
Área de
Táxons Nome Vulgar
Ocorrência
CNIDARIA
Família Stomolophidae
Stomolophus meleagris L. Agassiz, 1862 Água-viva AII
CRUSTACEA
Família Balanidae
Balanus amphitrite Darwin, 1854 Craca ADA e AID
Família Chthamalidae
Euraphia rhizophorae Craca ADA e AID
Família Portunidae
Callinectes bocourti A. Milne-Edwards, 1879 Siri ADA e AID
Callinectes danae Smith, 1869 Siri AII
Família Penaeidae
Xiphopenaeus kroyeri Camarão-sete- AII
barbas
Família Atyidae
Potimirim potimrim (Müller, 1881) Picirica AID e AII
Família Grapsidae
Aratus pisonii (H. Milne-Edwards, 1837) Sapinho ADA
Goniopsis cruentata (Latreille, 1803) Aratu ADA

253
254

Área de
Táxons Nome Vulgar
Ocorrência
Família Ocypodidae
Uca burgersi Holthuis, 1962 Xié AII
Uca leptodactyla Rathbun, 1898 Xié AII
POLYCHAETA
Família Nereididae Verme AII
Nereis zonata Malmgren, 1867
Família Capitellidae
Capitella sp. Verme AII
Família Questidae
Questa sp. Verme AII
MOLLUSCA
Família Mytilidae
Mytella charruana (d‟Orbigny, 1842) Sururu ADA e AID
Família Solecurtidae
Tagelus plebeius (Lightfoot, 1786) Unha-de-velho AII
Família Neritidae
Neritina virgínea (Linnaeus, 1758) Caramujinho ADA e AII
Neritina zebra (Bruguière, 1792) Caramujinho ADA e AII
PISCES
Família Ariidae
Arius luniscutis Valenciennes, 1840 Bagre AID e AII
Arius spixi (Spix & Agassiz, 1829) Mandim ADA, AID e AII
Bagre bagre (Linnaeus, 1766) Bagre-bandeira AID e AII
Bagre marinus (Mitchill, 1815) Bagre-fita AID e AII
Família Cichlidae
Sarotherodon niloticus (Linnaeus, 1758) Tilapia-do-nilo AID e AII
Família Centropomidae
Centropomus undecimalis (Bloch, 1792) Camurim AID e AII
Família Engraulidae
Cetengraulis edentulus (Cuvier, 1829) Anchova AID e AII
Família Gerreidae
Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829) Carapeba AID e AII

254
255

Área de
Táxons Nome Vulgar
Ocorrência
Família Haemulidae
Pomadasys corvinaeformis (Steindachner, 1868) Coró AID e AII
FamíliaPristigasteridae
Chirocentrodon bleekerianus (Poey, 1867) Sardinha AID e AII
Pellona harroweri (Fowler, 1917) Sardinha AID e AII
Família Synbranchidae
Synbranchus marmoratus Bloch, 1975 Muçum ADA e AID

Pescador coleta o sururu (Mytella charruana), entre as raízes do mangue, as margens da


laguna Mundaú, no bairro do Mutange. A espécie foi a mais frequente e é a mais abundante
dentro das áreas de influência do empreendimento, sem falar do seu valor econômico e
cultural, sendo utilizada como “espécie chave” para demonstrar a relação da população local
com o meio ambiente (Foto: Alvaro Borba)

255
256

Stomolophus meleagris vulgarmente chamado de água-viva. Em alguns trechos da AII há uma


maior circulação de água, melhorando a sua qualidade, sendo áreas propícias para o
aparecimento dessa espécie (Foto: Alvaro Borba)

Balanus amphitrite conhecido popularmente como craca colonizam, junto com o sururu,
estacas de madeira utilizadas para a confecção das caiçaras (ADA). O mesmo acontece em
outros substratos artificiais. As pilastras que sustentarão o trecho elevado da pista deverão ser
rapidamente colonizadas por essas duas espécies (Foto: Alvaro Borba)

256
257

Exemplares de Goniopsis cruentata, espécie pouco frequente,conhecidos como aratu, foram


observados entre as raízes do mangue dentro da ADA. Apesar de ter um valor comercial
agregado, não foi relatada a pesca comercial dessa espécie, quando pescada é utilizada para
consumo próprio (Foto: Alvaro Borba)

Exemplar de Aratus pisonii conhecido popularmente como sapinho, espécie arborícola e pouco
frequente, foi observado caminhando sobre os caules do mangue, entro da ADA. Depois do
sururu a craca foi o animal aquático mais representativo (Foto: Alvaro Borba)

257
258

A caiçara é uma arte de pesca bastante utilizada dentro de CELMM. Dentro da área de
influência do empreendimento foram observadas nove. Na foto acima (AID), pescador retirando
a rede e ao fundo observamos a ADA do empreendimento(Foto: Alvaro Borba)

Centropomus undecimalis espécie conhecida popularmente por camurim ou robalo,


frequentemente capturada nas caiçaras existentes nas AID e AII do empreendimento
(Foto: Alvaro Borba)

258
259

A B

C D

Gráficos mostrando a dispersão dos grandes táxons nas diferentes áreas de influência do
empreendimento. No gráfico D os círculos representam: preto = ADD; verde = AID e vermelho
= AII

Dentro da ADA (figura 8A) observamos a forte presença dos moluscos, cuja
espécie mais significativa foi Mytella charruana. Já as espécies do grupo dos
Polychaeta estiveram ausentes, fato se deve as características do sedimento
na área, assim como os avanços (aterros) nas áreas de mangue.

Quanto mais adentramos na laguna Mundaú (bacia central), se afastando da


AII (figura 8B), melhora a circulação de água, tal fato faz com que aumentem
as espécies que compõem o grupo dos Pisces, a área também é utilizada para
pesca com caiçara.

Já dentro da AII (figura 8B) observamos a alta presença da única espécie do


grupo Cnidária, também influenciada pela maior circulação da água. O

259
260

aumento da representatividade do grupo Polychaeta se dá devido à presença


de algumas coroas que se formam nas marés baixa.

No gráfico D (figura 77D) observamos a dispersão das espécies que compõem


cada grande táxon e as respectivas áreas de influência (círculos). O grupo dos
peixes (Pisces) é o que possui uma maior dispersão.

Gráfico mostrando a frequência de ocorrência de cada uma das 30 espécies que compões a
macrofauna bentônica dentro de cada área de influência

260
A Pesca do Sururu em Alagoas

A espécie Mytella charruana é conhecida popularmente como sururu, sendo a


mais representativa, tanto em nível de ocorrência, assim como, pela sua
biomassa, nas áreas que serão diretamente afetadas (ADA) e de influência
indireta do empreendimento (AID).

Segundo NORMANDE (2000) existem, no CELMM, algumas espécies de


molusco, com grande importância socioeconômica e cultural, destacando-se: o
sururu, a unha-de-velho (Tagelus plebeius), maçunim (Anomalocardia
brasiliana), taioba (Mactra fragilis), ostra (Crassostrea rhizophorae) (em
pequena quantidade) e marisco redondo (Lucina pectinata).

Historicamente tais espécies influenciaram diretamente no processo de


ocupação das áreas adjacentes ao CELMM, principalmente nas porções que
integram o município de Maceió, capital do estado. Os bairros do Vergel do
Lago, Levada, Bom Parto e Bebedouro são exemplo disso.

Ainda hoje, o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba, apesar da


degradação e poluição existente no mesmo (especialmente na laguna
Mundaú), possui uma grande influência na economia e hábitos do povo
alagoano. Lembrando que a origem do nome “Alagoas” vem das várias lagoas
existentes no estado, onde as de maior importância são as lagunas Mundaú e
Manguaba.

O valor cultural do sururu pode ser mensurado através das várias obras que
relatam esse importante molusco e deve ser levado em consideração na hora
de valorar economicamente um recurso ambiental.

DA MOTA (1998) conclui que, valorar economicamente um recurso ambiental é


estimar o valor monetário deste em relação aos outros bens e serviços
disponíveis na economia. Desta forma é importante valorar o sururu para
termos políticas, estratégias de conservação e crescimento econômico que

261
beneficiem as populações no entorno do CELMM, assim sendo, o sururu
serviria como um símbolo para toda essas populações.

Infelizmente há poucos dados a respeito da pesca do sururu, o Brasil padece


de uma má gestão dos seus recursos pesqueiros e Alagoas não poderia ficar
atrás. Em 2001 segundo dados do IBAMA/CESPENE, o estado de Alagoas
obteve uma produção de pescado de 8.658,4 toneladas. Sendo 515 t de
moluscos bivalves, onde sururu foi o responsável por 217,9 t (quase 50% da
produção) deste montante. O preço médio do sururu é de R$ 5,58/Kg obtendo
um valor total de R$1.216.664,17, tal valor correspondendo à média de 5% do
total da produção pesqueira do Estado, que, no mesmo ano, foi de R$
25.378.704,77.

Somando-se a esse valor os aspectos biológicos, observamos que o sururu


possui realmente um valor significativo tanto para a região do CELMM, bem
como, para todo o estado.

Pescador de sururu observado junto a Área de Influência Direta (AID) do empreendimento


(Foto: Alvaro Borba)

262
Foi observado que exemplares com pequeno comprimento já são pescados. A alteração no
gradiente de salinidade dentro do CELMM vem gradativamente alterando o crescimento dessa
espécie (Foto: Alvaro Borba)

Tamanha é a relação entre o sururu e a população de Alagoas que em 2014 foi


aprovado o registro, pelo Conselho Estadual de Cultura (CGE), Sururu como
Bem Cultural de Natureza Imaterial, reforçando com isso a necessidade de
medidas que visem a conservação dessa importante espécie.

Prognóstico do Sururu Após as Intervensões

Com a implantação do Saneamento Básico na região do Bom Parto se deixará


de lançar esgoto in natura diretamente na Lagoa Mundaú. Uma das espécies
que mais se beneficiará com isso é a Mytella falcata o nosso tão conhecido
sururu, molusco dentre vários outros encontrados na laguna Mundaú.

Assim, dentre os moluscos encontrados na lagoa Mundaú encontram-se o


sururu, a unha-de-velho (Tagelus plebeius), maçunim (Anomalocardia
brasiliana), taioba (Mactra fragilis), ostra (Crassostrea rhizophorae) (em
pequena quantidade) e marisco redondo (Lucina pectinata).(NORMANDE,
2000:60) Todos esses possuem grande importância socioeconômica e cultural

263
para Alagoas, devido as suas utilidades gastronômicas, artesanais, filtradoras,
medicinais e outros.

Então com a diminuição da carga orgânica lançada na Lagoa Mundaú, falando


da área de influência no Bairro do Bom Parto, inicialmente poderá ocorrer uma
diminuição na produção do Sururu, afirmamos isto, pois, mesmo com a
diminuição do lançamento de matéria orgânica naquela área, ainda vai existir
uma concentração grande, depositada no fundo da lagoa, porém com o passar
do tempo o equilíbrio do ecossistema local irá melhorar qualitativamente as
condições de todo o pescado característicos daquela região. E podemos
afirmar que a qualidade sanitária desses bivalves irá melhorar
consideravelmente e estará uma condição melhor de consumo para a
população.

Caso se confirme a diminuição da produção, com certeza, posteriormente


teremos um aumento gradativo na população de sururu na área e de forma
mais equilibrada com o ecossistema local.

O que está em jogo aqui não seria a quantidade de sururu que deixará de ser
produzida, mais sim, a melhoria da condição qualitativa do mesmo, e com
certeza a natureza irá buscar o equilíbrio de produção adequada para aquele
local que será diretamente afetado por esta ação (saneamento Básico) do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Macrofauna Terrestre e Aérea

Todas as áreas de influência do empreendimento (ADA, AID e AII) se


encontram com elevado grau de antropização, principalmente as situadas nas
porções N – SW, devido ao processo de urbanização da cidade de Maceió.
Sobressaindo-se a AII por englobar a APP do IBAMA, com isso aumentando a
biodiversidade (flora e fauna).

264
Ainda dentro da Área de Influência Indireta do empreendimento encontramos a
bacia hidrográfica do riacho do Silva, que se encontra completamente
degradada pelo crescimento desordenado da cidade de Maceió, suprimindo
sua mata ciliar, lançando seus efluentes sanitários diretamente do riacho,
assim como, seus resíduos sólidos, tal quadro gerou a substituição da fauna
natural, por espécies típicas de áreas antropizadas.

Estão inseridos no contesto de macrofauna terrestre e aérea as espécies que


compõem os grupos dos anfíbios, répteis, aves e mamíferos, tais grupos
possuem uma intima relação com a flora, sofrendo alterações mediante
impacto sobre a mesma. TEIXEIRA & FALCÃO (1992) analisaram uma variada
fauna de anfíbios e répteis representados pelas famílias Leptodactylidae e
Colubridae, ambas ocorrendo no CELMM.

Um dos grupos mais sensíveis a tais alterações são os anuros, que deveriam
ser comuns nas áreas de influência do empreendimento, bem como ocorrem
na APA do Catolé Unidade de Conservação não integrante das áreas de
influência do empreendimento. Foram observados com mais frequência à rã
(Leptodactylus vastus) e o sapo-cururu (Rhinella jimi) respectivamente. E nas
áreas urbanas houve o domínio da catenga (Tropidurus hispidus).

A avifauna foi a mais representativa, de toda a macrofauna terrestre e aérea,


tanto nas áreas naturais das áreas de influência (manguezais e remanescente
de mata atlântica), assim como, nas áreas urbanas. Nos manguezais,
observamos quatro espécies bastante representativas, destacando-se a: garça-
branca-grande (Ardea Alba), a andorinha-do-rio (Tachycineta albiventer), o
quero-quero (Vanellus chilensis) e o martim-pescador-grande (Megaceryle
torquata).

A mastofauna só se torna representativa na AII por englobar a APP do IBAMA,


nas outras áreas de influência, é quase nula se não considerarmos os animais
de criação (cavalo, porco e carneiro).

265
Check list com as espécies que compõem a fauna terrestre e aérea, seu nome vulgar (quando
existente) e área de ocorrência.

Nome científico Nome Vulgar Hábitats


AMPHIBIA
Família Bufonidae
Rhinella jimi (Steuvax, 2002) Sapo-cururu-grande ADA e AII
Rhinella icterica (Spix, 1824) Sapo-cururu AII
Família Hylidae
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) Perereca-verde AII
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) Pererequinha-amarela AII
Família Leptodactylidae
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) Rãzinha AII
Leptodactylus vastus Lutz, 1930 Gia-de-peito ADA e AII
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Rã-manteiga ADA e AII
REPTILIA
Família Colubridae
Chironius carinatus (Linnaeus, 1758) Cobra-cipó AII
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) Cobra-verde ADA e AII
Família Elapidae
Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) Cobra-coral AII
Família Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Camaleão AII
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) - AII
Cnemidophorus ocellifer Spix, 1825 Calango AII
Tupinambis teguixin (Linnaeus, 1758) Calanguinho AII
Família Tropiduridae
Tropidurushispidus Peters, 1871 Catenga ADA, AID e
AII
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824 Cobra-de-duas-cabeças ADA e AII
AVES
Família Accipitridae
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião-carijó AID e AII
Família Ardeidae
Tigrisoma fasciatum (Such, 1825) Socó-boi-escuro AID e AII
Ardea alba (Linnaeus, 1758) Garça-branca-grande ADA e AID
266
Nome científico Nome Vulgar Hábitats
Família Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) Urubu-da-cabeça-vermelha ADA e AID
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu ADA e AID
Família Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero ADA e AID
Família Columbidae
Columbina talpacoti(Linnaeus, 1758) Rolinha-roxa ADA e AID
Família Cuculidae
Guira guira (Gmelin, 1788) Anu-branco ADA e AII
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) Anu-preto ADA e AII
Família Emberizidae
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) Tico-tico-do-campo AII
Família Hirudinidae
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Andorinha-serradoura AII
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) Andorinha-do-rio ADA, AID e
AII
Família Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) Carcará ADA, AID e
AII
Família Fringillidae
Agelaioides badius (Vieillot, 1819) Asa-de-telha AII
Família Furnariidae
Phacellodomus rufifrons (Wied, 1821) João-de-pau AII
Família Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 Caminheiro-zubidor AII
Família Trochilidae
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) Beija-flor-tesoura AII
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus (Naumann, 1823) Corruíra AII
Família Tinamidae
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) Inhambu-chororó AII
Família Tytonidae
Tyto Alba (Temminck, 1827) Rasga mortalha AID e AII

267
Nome científico Nome Vulgar Hábitats
Família Tyrannidae
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) Suiriri-cavaleiro AID e AII
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) Bico-chato-amarelo AII
Tyrannus melancholicus (Vieillot, 1819) Suiriri AID e AII
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) Bem-te-vi ADA, AID e
AII
Família Turdidae
Turdus rufiventris (Vieillot, 1818) Sabiá-gonga AII
Turdus Leucomelas (Vieillot, 1818) Sabiá-branco AII
Família Thraupidae
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaço-cinzento AII
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) Tico-tico AII
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu AII
Família Passeridae
Passer domesticus (Linnaeus, 1758) Pardal ADA, AID e
AII
Família Picidae
Campephilus melanoleucos (Gmelin, 1718) Pica-pau AII
Família Psittacidae
Diopsittaca nobilis (Linnaeus, 1758) Maracanã pequena ADA e AID
Família Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) Martim-pescador-grande ADA e AID
Família Rallidae
Porphyrio martinicus (Linnaeus, 1766) Frango-d‟água ADA e AID
MAMMALIA
Família Caviidae
Galea spixii (Wagler, 1831) Preá AII
Família Cebidae
Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) Sagui-de-tufo-branco AII
Família Didelphidae
Didelphis albiventris Lund, 1840 Cassaco AID e AII

268
A B

C
Três momentos da espécie Ardea alba (garça-branca-grande) a com maior ocorrência dentro
das áreas de influência do empreendimento (ADA, AID e AII). (A) exemplares utilizam as
caiçaras para descanso dentro da AII. (B) interação ecológica (presa – predador) foi observada,
dentro da AID, entre A. alba e uma espécie de bagre. Tal relação demonstra que, mesmo com
um elevado processo de degradação, o ecossistema ainda mantém suas relações. (C)
Exemplar de A. Alba sobre o mangue, dentro da ADA do empreendimento

269
Exemplar de Tachycineta albiventer conhecida popularmente como andorinha-do-rio,
observada sobre a vegetação, na ADA do empreendimento. Tal espécie foi a segunda mais
avistada, dentre as que compõem a fauna terrestre e aérea

Rhinella Jimi conhecido como sapo-cururu-grande, foi observado nas áreas alagadiças, dentro
da ADA e ocorrendo também na AII, dentro do remanescente de mata do IBAMA

270
Megaceryle torquata, conhecido popularmente como martim-pescador-grande foi observado na
ADA e AID do empreendimento

Vanellus chilensis, conhecido vulgarmente como quero-quero foram observados grupos com
até quatro espécimes, dentro da ADA e AIA do empreendimento

271
A B

C D
Gráficos mostrando a dispersão dos grandes táxons nas diferentes áreas de influência do
empreendimento. No gráfico D os círculos representam: preto = ADD; verde = AID e vermelho = AII

Analisando os gráficos acima (figura 86) observamos uma alta


representatividade do grupo das aves em todas as áreas de influência do
empreendimento. Foram feitos entre 15 e 27 registros de aves, em cada área
de influência. Tais resultados são explicados devido à grande mobilidade do
grupo das aves, a quantidade de espécies típicas de áreas degradadas e a
existência da APP do IBAMA dentro da AII.

Dentro da ADA e AID, a representatividade do grupo das aves se deu mediante


os registros de quatro espécies, sendo a garça-branca-grande a mais
dominante. O fato de a AII englobar uma APP equacionou, um pouco, os
grupos. Foram registrados um total de 53 espécies, que compõem a fauna
terrestre e aérea, sendo: Amphibia (7), Reptilia (9), Aves (34) e Mammalia (3).

272
No contexto geral da fauna (aquática, terrestre e aérea) não observamos
nenhuma espécie ameaçada de extinção ou endêmica, fato que não diminui a
necessidade de medidas (ver prognósticos) a serem tomadas durante a
execução do empreendimento.

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283
Diagnóstico Ambient al do Meio Socioeconômico
(Meio Antrópico)

Apresentação

Este documento apresenta os antecedentes socioeconômicos diagnosticados


no território afetado, para a elaboração do Plano de Reassentamento
Involuntário para o Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió, intervenção proposta pela Prefeitura Municipal de Maceió.

O Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió tem


como objetivos: promover inclusão social; a melhoria da infraestrutura, da
acessibilidade e mobilidade urbana; melhoria da qualidade de vida;
sustentabilidade econômica, ambiental e social que ao favorecer a recuperação
ambiental gerará uma valorização na paisagem e consequentemente valorizará
as potencialidades turísticas. A proposta inclui uma Avenida Lagunar;
infraestrutura urbana (melhoria e ampliação); urbanização, equipamentos
públicos e projeto social; habitação. Especificamente quanto à habitação
propõe-se a retirada da população residente nas margens da lagoa para áreas
próximas, (vazias ou não), que deverão passar por um processo de
reordenamento territorial.

Contextualização

O Estado de Alagoas (Nordeste), onde se situa o município de Maceió, possui


a população estimada pelo IBGE de 3.340.932 habitantes, e é o estado com
piores índices sociais no Brasil. Se caracterizando desde a sua colonização por
um meio ambiente degradado e que, historicamente, tem baseado suas
relações com a população nas formas coronelistas, paternalista e na troca de
favores, ao invés das políticas sociais serem pautadas na ótica do direito,
conforme preconiza a Constituição de 1988. Desse modo, a formação
284
econômica, social e política de Alagoas tem raízes profundas no modo de
implantação da atividade canavieira no Estado. Por conseguinte, do século XVI
ao século XX, a história de Alagoas tem como núcleo a agroindústria do
açúcar. Nessas condições históricas, o padrão adotado é o agrário tradicional
que, pela sua importância econômica e política, acaba por definir o
comportamento da agropecuária, da indústria, do setor serviço, do setor público
e da sociedade em geral. (LYRA, 2007, p. 2)

Se caracteriza como o estado com maior concentração de renda do país, no


setor agropecuário refletindo em condições desfavoráveis ao desenvolvimento
da sociedade como um todo. O processo usineiro impediu a formação de uma
classe média importante, expulsou um grande número de pessoas do campo,
que passaram a ocupar o ambiente urbano e a contribuir para a degradação
desse ambiente (LYRA,2007).

De acordo com Melo (2010) a população urbana de Alagoas se concentra


majoritariamente em Maceió (41%) e 99% da população maceioense reside na
zona urbana do município. A atração que a capital exerceu com relação à
população do interior do estado tem a ver com a mecanização do processo
produtivo das lavouras, que fez com que muitas pessoas perdessem seu
emprego na zona rural e fossem buscar novas oportunidades na cidade, num
fenômeno que não é muito diferente do que ocorreu em outras regiões do
Brasil. De acordo com Filgueiras et al (2004), com a rápida urbanização
ocorrida entre os anos 1960 e 1970, o mercado de trabalho brasileiro não foi
capaz de absorver satisfatoriamente os indivíduos que migraram para as
cidades. A atividade capitalista se expandiu no país e tomou espaço das
atividades tradicionais, porém não foi capaz de gerar os empregos na mesma
proporção dos que destruiu ou dos que a sociedade necessitava. Desse
processo decorreu a criação de novas modalidades de trabalho informal e o
próprio desemprego.

O baixo ingresso ao trabalho formal (aquele em que os direitos são


assegurados) indica uma situação de maior vulnerabilidade para todos os que
285
estão submetidos a ele, uma vez que a possibilidade de acesso a recursos
adequados às necessidades cotidianas dos indivíduos fica limitada pela
insegurança ou falta de renda. Nas palavras de Kraychete e Borges
(2007:233), “[...] a reprodução contínua da pobreza está diretamente associada
à sub-remuneração do trabalho”.

Nos aproximando da realidade aqui estudada, de acordo com Melo (2010),


apoiando-se em dados do IBGE de 2000, Alagoas apresenta um dos maiores
percentuais de pobreza do Brasil. 59,3% da população apresenta rendimento
abaixo da linha da pobreza e 54,1% dos pobres alagoanos estão abaixo da
linha de indigência. Para a autora, a concentração de renda é um fator que
influencia bastante nas dificuldades da economia alagoana, pois além de o
município produzir pouca riqueza, a renda que gera é mal distribuída, o que
exclui do mercado consumidor parcela significativa da população. Ao analisar
de perto os dados sobre a renda mensal per capita dos alagoanos observa-se
que, entre os 40% mais pobres, ela é de apenas R$95,99 mensais, ou seja,
19,92 vezes menor do que a renda média per capita dos 10% mais ricos, que
ganham cerca de R$1816,58 mensais. Ainda de acordo com a autora
supramencionada, a ausência de uma classe média expressiva no município é
uma consequência da alta concentração de renda, já que 83,9% da população
tem um rendimento mensal per capita igual ou inferior a 1 salário mínimo,
conforme destacado no quadro abaixo.

286
Distribuição de pessoas residentes em domicílios particulares por classes de rendimento
mensal familiar per capita em Alagoas
Rendimento (salário Pessoas (mil) Percentual (%)
mínimo)
Sem rendimento 76,1 2,4
Até ¼ 942,4 29,7
Mais de ¼ a ½ 863,1 27,2
Mais de ½ a 1 780,6 24,6
Mais de 1 a 2 301,4 9,5
Mais de 2 a 3 73,0 2,3
Mais de 3 a 5 70,0 2,2
Mais de 5 50,8 1,6
Não declararam 22,2 0,7
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), 2008

Esse panorama contribui para que a elite alagoana mantenha poder influência
e responsabilidade pelo resultado de suas decisões e, por isso, dispõe de
meios para acelerar ou retardar os processos de mudanças sociais,
condenando o Estado a uma situação social extremamente perversa e
selvagem, colocando-o no ranking dos piores indicadores sociais, e a sua
capital – Maceió como uma das cidades mais violentas do mundo.

Para se ter uma ideia dessa situação alarmante, a taxa de analfabetismo no


município é de 21,6%, enquanto a média nacional é de 8,5%. A evasão escolar
é de 14,9%, chegando a 22%, quando incluídos dados de jovens que não
estudam, não trabalham e não procuraram emprego. A média nacional desse
indicador é de 8,1%.

Quanto aos indicadores de violência a taxa de homicídios do Estado é a mais


alta do Brasil com 64,6%, enquanto a média nacional é de 29%. Sobre a renda,
o país obteve avanços entre 2004 e 2013, contudo ainda assim, 39% da
população alagoana possui renda inferior a R$248 por mês, contra 17,6% da

287
população nacional. A oferta de serviços de saneamento básico também
apresenta dados alarmantes. 30% da população não possui rede de esgoto ou
fossa séptica. Além disso, segundo os estudos da Fundação João Pinheiro o
déficit habitacional em Alagoas é de 91 mil unidades habitacionais.

Logo, o processo de urbanização de Alagoas não foi realizado pela atração das
oportunidades nas novas empresas e, por isso esse aumento espetacular da
população nas cidades [logicamente também em Maceió] fez crescer dois
setores urbanos distintos. O primeiro é o da economia informal, principalmente
na área de serviços e comércio. Concentrada nos bairros periféricos da capital,
a economia informal emprega ou dá ocupação a dois de cada três
trabalhadores urbanos. O segundo é a parcela marginalizada. A população
sobrevive de atividades irregulares como a que está concentrada nos quase
300 aglomerados da capital. (CARVALHO, 2005, p.17)

A expressividade da economia informal no estado significa, portanto, que


grande parte das pessoas que exercem atividades remuneradas no Estado
está exercendo funções às margens do setor formal, ou seja, não estão
cobertas por uma série de direitos trabalhistas fundamentais. Ao reconhecer
esta questão não podemos perder de vista que, no Brasil, a política de
seguridade dirige-se apenas para os trabalhadores formalmente reconhecidos,
isto é, dirige-se unicamente para aqueles indivíduos enquadrados na estrutura
ocupacional definida e reconhecida pelo Ministério do Trabalho. A negação do
direito ao trabalho impacta diretamente na qualidade de vida dos indivíduos e
pode desencadear a negação de uma série de outros direitos, como o direito à
cidade, a moradia, a alimentação, etc., uma vez que restringe a capacidade de
consumo e de escolhas dos indivíduos.

O município de Maceió possui população estimada pelo IBGE em 1.013.77, ou


seja, pouco menos de um terço da população total de Alagoas. Suas
características socioeconômicas são reflexo da situação do estado como um
todo, e serão apresentadas mais adiante.

288
A intervenção proposta será no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-
Manguaba (CELMM), que é um dos ecossistemas mais importantes do estado
de Alagoas, sendo constituído pelas lagunas Mundaú e Manguaba, além dos
rios que nelas deságuam Mundaú e Paraíba do Meio, respectivamente.
Também contribuem para o CELMM vários outros rios de pequeno porte como
o Sumaúma Grande e dos Remédios. Essas lagunas foram constituídas pelo
barramento da foz dos rios Mundaú e Paraíba, por deposição dos sedimentos
marinhos e o consequente afogamento de seus leitos.

A laguna Mundaú situa-se no extremo leste do Estado e na parte litoral de


Alagoas, a oeste da cidade de Maceió, possuindo cerca de 27 km² de
extensão. Percorre 30 municípios e possui 8 sedes municipais ribeirinhas,
constituindo o baixo curso da bacia hidrográfica do rio Mundaú. A laguna
Manguaba possui cerca de 42 km² de extensão, constitui a região estuarina
dos rios Paraíba do Meio e Sumaúma. Essas lagoas se encontram numa zona
de canais com 12 km², perfazendo um total de 81 km².

A região das lagunas Mundaú e Manguaba abrangem um dos ecossistemas


mais importantes, não só de Alagoas como de todo o país e se destaca por
diversos fatores, entre eles: extensão das suas lagunas, proximidade da
capital, número de pessoas envolvidas em atividades de pesca, produtividade e
problemas ambientais e sociais. Além disso, reúne uma grande diversidade de
ecossistemas aquáticos costeiros como estuários e manguezais. Sabe-se que
o CELMM vem sofrendo um processo acelerado de degradação ambiental,
afetando direta e indiretamente os habitantes de seu entorno, bem como,
aqueles pescadores que tem no CELMM sua fonte de sustento. O crescimento
desordenado da área urbana da cidade de Maceió, a implantação do polo cloro
químico e a intensa atividade sucroalcooleira ao longo das bacias hidrográficas
são fatores que contribuíram para uma situação crítica de vulnerabilidade
ambiental, bem como da importância socioeconômica cultural da região.

289
O processo de uso e apropriação indevida do solo nessa região foi gerado por
sua localização estratégica e pela potencialidade dos seus recursos
ambientais, que determinaram as características do desenvolvimento local.
Foram geradas oportunidades de emprego e renda, mas, ao mesmo tempo, se
comprometeu o patrimônio natural através da degradação das características e
valores culturais locais.

Diante desse processo de apropriação dos recursos ambientais na área do


CELMM e em suas bacias hidrográficas, uma série de problemas ambientais
relacionados, entre eles: poluição hídrica, causada por esgotos domésticos e
despejos industriais; contaminação do solo e lençol freático; assoreamento dos
rios, lagoas e canais com deposição de sedimentos; ocupação das encostas;
queima e aterro de manguezais; parcelamento inadequado do solo e
construções impróprias; ocupação irregular, entre outros. Ao longo dos anos
os problemas se agravaram sem falar nas condições ambientais que se
tornaram bastante críticas, levando o CELMM ao limite de sua sustentabilidade.

Poligonal da Orla Lagunar. Fonte: SEMPLA, 2015

290
Principais Características Sociais e Econômicas do Município

O município de Maceió, segundo o Censo do IBGE/2010, tem uma população


total estimada em 1.013.77 com uma área de unidade territorial de 503,069
Km² e uma densidade demográfica de 1.854,12 hab./km². Possui 99,9% de
população residente em domicilio urbano e 0,1% rural.

Em Maceió, 53,66% das pessoas acima de 18 anos inscrita no Cadastro Único1


não trabalham, o que corresponde, em números absolutos ao total de 116.030
pessoas sem nenhuma perspectiva de inserção no mercado de trabalho;
somente 34,40% trabalham2 no mercado formal ou informal. Registre-se que
na “Pesquisa de Mapeamento e Qualificação da Exclusão Social de Maceió”,
realizada em 1999, pelo Núcleo Temático da Assistência Social de
Alagoas/UFAL esse percentual de jovens não inseridos no mercado de trabalho
era apenas de 19,17%. Esses dados ratificam que a forma de governança do
Estado de Alagoas não tem como primazia o desenvolvimento humano que
significa o aumento do capital social.

Essa falta de investimento no capital social vem, ao longo do último quartil,


refletindo no processo de exacerbação da violência, de forma cada vez mais
jovializada.

A capital de Alagoas vem sendo apontada nacionalmente como líder nos


rankings negativos relacionados à Segurança Pública. Considerando dados

1
É uma ferramenta de gestão, que possibilita a análise dos principais problemas e necessidades das famílias
cadastradas e auxilia o poder público na formulação de políticas públicas que atendam a essa demanda. Em suma, o uso do
cadastro por programas com foco em distintos aspectos das condições de Vida da população vulnerável é essencial, uma vez
que, neste caso, cada programa irá colocar em xeque, aspectos distintos das informações cadastrais.

2
Segundo o CADÚNICO, na categoria dos que trabalham está incluso: trabalhador sem carteira assinada,
trabalhador com carteira, trabalhador rural, autônomo com previdência, autônomo sem previdência.

291
fornecidos pelo Mapa da Violência 2013, na população geral de Maceió houve
um aumento de 116,1% das mortes por homicídio de 2001 a 2011.

Em 1999 Maceió ocupava a 14ª posição no ranking da taxa por 100 mil de
homicídios nas capitais brasileiras, e chegou ao topo deste ranking em 2011,
quando obteve taxa relativa a 100 mil habitantes de 111,1%.

O Estado de Alagoas apresentou taxa de homicídio na população total, de


2001 a 2011, de 146,5%, sendo Maceió a responsável por 87,3% deste
indicador. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mortes por arma
de fogo em Maceió sofreu uma variação de 249,6% entre 2000 e 2010.

Em 2000 foram registradas 252 mortes por arma de fogo. Já em 2010 o


número chegou a 881 mortes. Neste indicador Maceió superou todas as
capitais nordestinas, recebendo o título de cidade mais violenta da região. O
número torna-se mais alarmante quando há o recorte relacionado à população
jovem.

Com relação a população jovem é preciso ter atenção também a situação da


educação no município. A cidade de Maceió conta com o total de 497
estabelecimentos de ensino. Destes 131 são da rede municipal pública, 98
estaduais públicas, 2 federais de ensino técnico/superior e 266 escolas
particulares.

Das 131 escolas municipais, 94 foram avaliadas pela Prova Brasil/Saeb em


2013, que afere o rendimento escolar e o desenvolvimento educacional, em
nível nacional. 49,4% dos alunos do ensino fundamental, de 1ª a 4ª série, estão
matriculadas na rede de ensino municipal pública. O mesmo ocorre com a
educação especial, que nas mesmas séries, apresenta 67,8% do total das
matrículas.

O INEP 2010 indica que na cidade de Maceió a média de permanência do


aluno na sala de aula é de 4,7hr/dia no ensino infantil, e de 4,2hr/dia no ensino
fundamental, excluindo as creches que permanecem com a criança por 6h/dia.

292
A média de alunos por turma é de 17,8 alunos para o ensino infantil e pré-
escolar, de 27,6 para o ensino fundamental nos dois ciclos e de 38 alunos no
ensino médio, nas escolas públicas.

No que diz respeito ao rendimento escolar, que se configura como a relação


percentual entre as aprovações, reprovações e abandonos, no ano de 2012,
segundo o Censo Escolar, Maceió obteve rendimentos positivos. Porém teve
mais de 24,5% de abandono escolar nas séries do ensino médio.

Em Maceió, ainda segundo dados do Cadúnico/2011 das pessoas acima de 18


anos que declaram trabalhar, apenas 0,14% possuem carteira de trabalho
assinada; 7,11% trabalham sem carteira assinada e um número majoritário de
84,96% trabalha sem contribuição e direito à previdência social. Dessa forma,
se somadas as categorias assalariado sem carteira e sem previdência, o
número absoluto, totaliza 83.248 pessoas acima de 18 anos em situação de
informalidade no mercado de trabalho, no ano de 2010.

O Cadúnico considera ainda que o percentual de pessoas que não trabalha é


bastante significativo em todas as categorias de escolaridade, o que se explica
pelo perfil do universo analisado, de pessoas em situações de vulnerabilidade
social.

O IBGE apresenta um recorte analítico de 5 anos acerca da produção interna


da economia de Maceió. Assim, entre 2005 e 2010 o Produto Interno Bruto da
cidade registrou um acréscimo de R$ 6 bilhões, já que em 2005 o PIB
maceioense somava R$ 6,1 bilhões, e após cinco anos apresentou crescimento
significativo alcançando o total de R$ 12,1 bilhões.

Ainda conforme o IBGE, no levantamento censitário em 2010 a cidade de


Maceió teve um superávit superior ao do Estado de Alagoas. Através da
composição do PIB apresentado no quadro 14, podemos verificar que o setor
mais expressivo no município é o de serviços, que tem participação de 75,80%
no PIB de Maceió.

293
Composição do Produto Interno Bruto (PIB) de Maceió

2011
Discriminação Participação
Valor
(%)
Valor adicionado de Serviços (R$1.000) 8.991.253,94 75,80
Valor adicionado de Indústria (R$1.000) 2.836.708,22 23,91
Valor adicionado de Agropecuária
33.994,80 0,29
(R$1.000)
Valor adicionado Total (R$1.000) 11.861.956,96 100,00
Produto Interno Bruto (R$1.000) 13.743.390,95 -
PIB per capita municipal (R$1,00) 14.572,42 -
Fonte: IBGE/SEPLANDE

De acordo com o Censo de 2010 (IBGE), a cidade de Maceió possui a


composição da sua população economicamente ativa de 443.979 pessoas, das
quais 389.568 pessoas estão ocupadas e 54.411 desocupadas. Das que estão
ocupadas, aproximadamente 2% não possuem rendimentos, e 46,7% recebem
até 1 (um) salário mínimo.

A figura abaixo demonstra a composição da população economicamente ativa


com ocupação em Maceió, com base no censo demográfico de 2010. Nele
podemos notar que o percentual de pessoas atuando por conta própria3 e sem
carteira assinada é de 42%, ou seja, bem próximo dos 46% que atuam com
carteira assinada, ou seja, daquelas que possuem um trabalho formal e que,
portanto, estão cobertos pelas leis trabalhistas. Esse percentual dá uma
dimensão da importância do setor informal para a economia do município.
3
De acordo com Kraychette & Santana (2012, p.57), o trabalho por conta própria
abrange atividades desde a produção de alimentos até a construção civil e produções culturais.
De acordo com os autores, a quase totalidade dos trabalhadores por conta própria não
contribui para a previdência social. São pessoas que “vivem na incerteza do dia de amanhã e
enfrentam uma permanente insegurança diante da ameaça de doenças ou acidentes que
interrompam o seu trabalho”. Mesmo que esse tipo de atividade gere postos de trabalho para
significativa parcela da população, a grande maioria dos que nela se ocupam não recebe
qualquer tipo de assistência técnica, jurídica ou financeira.

294
População economicamente ativa de Maceió - Fonte: IBGE, 2010.

É possível inferir que a economia informal não é capaz de garantir uma


estabilidade de renda aos que se ocupam nesse setor, pois as garantias de
obtenção de recursos variam desde a capacidade de consumo dos que
buscam mercadorias ou serviços através do mercado informal, até a
organização do próprio trabalhador, que vai desde a sua localização com
relação ao mercado consumidor até os horários e dias em que trabalha, como
é o caso dos camelôs.

A informalidade, por sua vez, possui desdobramentos na vida os indivíduos que


extrapola as suas formas de trabalho e obtenção de renda, chegando até a
escolha do local de moradia. Assim, além das pessoas exercerem atividades
remuneradas no mercado informal, tendem também a ocupar lugares na cidade
desprovidos de infraestrutura urbana básica.

No município 77,13% das famílias cadastradas não possuem esgotamento


sanitário adequado. Este fato ocorre porque a maioria dos domicílios possui
esgotamento sanitário feito por fossa séptica, fossa rudimentar, céu aberto e
outros; 86,18% das famílias cadastradas no Cadúnico tem acesso à coleta de
lixo e 13,82% não possui acesso à coleta de lixo.

295
De acordo com Melo (2010) 46% da população do município mora em
assentamentos precários. No levantamento do Instituto Brasileiro de
Administração Municipal – IBAM a cidade de Maceió apresenta um crescimento
urbano acelerado, e, por conseguinte desordenado, acentuando as carências e
deficiências de infraestrutura. A habitação de interesse social inicia seus
processos primários em meados dos anos 80, sendo implantados em sua
maioria, conjuntos habitacionais na parte alta da cidade.

A Fundação João Pinheiro apresentou o cálculo das necessidades


habitacionais de Maceió de 26.922 unidades (2000), o déficit quantitativo total,
ou seja, o número total de domicílios novos a serem construídos para atender
às situações de precariedade habitacional naquele ano.

Habitar locais inadequados de maneira informal pode trazer uma série de


problemas, pois as pessoas podem ficar vulneráveis a situações que colocam
em risco sua própria vida. A falta de acesso a infraestrutura urbana básica
como o esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e a coleta de lixo,
por exemplo, podem ajudar na proliferação de doenças e pragas, impactando
na saúde da população. Assim é necessário que o município disponha também
de unidades de saúde que possam atender seus moradores.

No município de Maceió existem 74 centros/unidades básicas de saúde de


atendimento ambulatorial, de acordo com o Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde – CNES. Deste total, 39 unidades são
caracterizadas como Equipes de Saúde da Família e contam com 476 agentes
comunitários de saúde, perfazendo um total de cobertura equivalente a 27,83%
da população residente, conforme informação da Diretoria de Atenção Básica
(SMS). Da relação de morbidade hospitalar entre 2010 e 2012 houve um
aumento dos números de óbitos. Percebe-se também uma manutenção das
taxas relativas de óbitos por doenças infecto parasitárias, contrapondo a
diminuição de óbitos de mulheres em situação de gestação, parto ou puerpério
em 2012.

296
No que se refere à cultura, temos que as suas principais manifestações são a
culinária, o folclore, o artesanato e os bordados, considerados um dos mais
bonitos do Nordeste. Em Maceió a produção de artesanatos confeccionados
em palha, cerâmica, madeira, couro, casca de coco, fibra de bananeira, além
de bordados variados é uma das principais fontes de renda das comunidades e
insere-se entre as atividades do mercado informal do município. No que se
refere ao bordado, por exemplo, uma das grandes referências é o bairro do
Pontal da Barra, onde os homens dedicam-se à pesca e mulheres artesãs
produzem desenhos em filé, renda e labirinto. Há também uma produção
bastante valorizada de trançados de palha de Ouricuri e cipó, além das rendas.
A produção de cerâmica utilitária como panelas, moringas e potes também
podem ser encontradas nas feiras livres e mercados de artesanato da cidade.

A culinária é outro ponto forte da cultura alagoana. Várias especialidades são


encontradas nos restaurantes e bares, em parte originárias da atividade
pesqueira e artesanal. Pode-se encontrar uma grande diversidade de frutos do
mar, doces e sucos tropicais, contudo, o destaque da culinária alagoana é o
Sururu de Capote.

O folclore da região também é bastante importante e tem os maracatus como


uma das suas mais fortes expressões. De acordo com Cavalcanti (2006), os
maracatus abundavam em Maceió desde o início do século passado e marcava
a presença negra nas festas carnavalescas, contudo só podiam desfilar
mediante a obtenção de licença das autoridades, pois a vida religiosa e as
manifestações culturais do povo negro geravam incomodo na elite da época.
Por este motivo, aos poucos tanto os maracatus quanto o folclore foram
perdendo espaço no carnaval alagoano.

Um dos episódios que Cavalcanti (2006) chama atenção é a “Operação Xangô”


ou “Quebra de 1912” que reprimiu de forma violenta os terreiros de Xangô,
como uma das formas que a nova ordem econômica pós-abolição, ou seja, da
nova república, encontrou de combater os africanismos existentes no território.

297
Dessa maneira, os primeiros eventos carnavalescos apresentam desfiles
luxuosos, não apenas como espetáculos de descontração, mas funcionando
como uma espécie de pedagogia massiva de orientação civilizadora. Ao
contrário do que aconteceu em cidades como Salvador e Recife, onde
intelectuais e artistas tomaram partido do mundo dos candomblés, legitimando
a autoridade de babalorixás e ialorixás, em Maceió nunca houve iniciativa
semelhante, o que reprimiu em parte as manifestações populares durante um
longo período. Contudo algumas manifestações se mantiveram resistindo ao
longo dos anos. É o caso dos “Sambas de Matuto” e do “Xangô Rezado Baixo”.
O modelo de festa de frevo em Maceió foi denominado de “passo quebrado”.
Outras danças típicas que merecem destaque são o “Coco” e o “Bate Coxa”.

De acordo com informações da Secretaria de Cultura de Alagoas, os folguedos


de natal mais conhecidos são os seguintes:
 Baianas - Grupo de dançadoras que, trajadas com as vestes
convencionais de baianas, dançam e fazem evoluções ao som de instrumentos
de percussão.
 Cavalhada - Desfile, corrida de cavalos e jogo das argolinhas, realizado
em amplas praças ou parques, próximo de igreja.
 Chegança - Auto de temática marítima, versando sobre temas
vinculados à vida no mar, às dificuldades como tempestades, calmarias,
contrabando, brigas entre marujos e ainda as lutas entre os cristãos e os
mouros infiéis, seguidores de Maomé.
 Fandango - Auto de assunto marítimo que corresponde à marujada,
barca e à nau catarineta de outros estados brasileiros. E constituído por uma
série de cantigas náuticas de diversas épocas e origens que retratam odisseias
marítimas dos navegadores portugueses, lembrando os sofrimentos de uma
nau perdida, o sofrer da tripulação pela calmaria, fome, desespero e a solidão
do mar.

298
 Guerreiro - Grupo multicolorido de dançadores e cantores, semelhante
aos Reisados mas com maior número de figurantes e episódios, maior riquezas
nos trajes e enfeites e maior beleza nas músicas.
 Maracatu - Dança processional e cortejo real, parte dos Reinados dos
Gongos. Não se deve confundir com o Auto dos Gongos, porque é uma
reinterpretação deste. A palavra Maracatu é termo africano que significa dança
ou batuque. O Maracatu já foi chamado de "Candomblé de Rua", porque é um
grupo de adeptos das religiões afro-brasileiras que saem às ruas para fazer
saudação aos orixás, ou "santos" dessas religiões.
 Marujada - A Marujada que ressurge em Alagoas possui elementos de
folguedos náuticos, Reisados, Taieiras, Pastoris.
 Pastoril - O Pastoril é o mais conhecido e difundido folguedo popular de
Alagoas. É uma fragmentação do Presépio, sem os textos declamados e sem
os diálogos. É constituído apenas por jornadas soltas, canções e danças
religiosas ou profanas, de épocas e estilos variados.
 Quilombo - Durante muito tempo pensou-se ser os Quilombos um auto
que rememorava o acontecimento dos Quilombos dos Palmares. Mas porque
não existe, de nenhum modo, ligação entre o fato histórico e o folguedo, e
existe identificação desse auto com similares do Brasil e do estrangeiro
(Congadas, Cucumbis, Caboclinhos, Mouriscadas etc.) chegou-se à conclusão
que é uma adaptação local ou reinterpretação de origem branca e erudita de
danças brasileiras e europeias que demonstram lutas, ora entre negros e
brancos, ou mouros e cristãos, ou negros e índios (caboclos).
 Reisado -Auto popular profano-religioso formado por grupos de
músicos, cantores e dançadores, que vão de porta em porta, no período de 24
de dezembro a 6 de janeiro, anunciar a Chegada do Messias, homenagear os
Três Reis Magos e fazer louvações aos donos das casas onde dançam.
 Taieiras - Dança-cortejo de caráter religioso afro-brasileiro que faz
louvação a São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos pretos.
De aculturação africana, ligada aos Reinados dos Congos e estruturada na
época da escravidão.
299
Descrição e características socioambientais da área de intervenção

A ocupação da Orla Lagunar teve início no séc. XIX com o bairro da Levada,
expandindo-se em seguida por Bebedouro e Mutange, para depois chegar aos
outros bairros. Já no início do séc. XX existiam três portos na lagoa: Levada,
Trapiche e Bebedouro; eram através desses portos que se promovia o
comércio na cidade.

O Porto da Levada foi considerado durante muitos anos uma extensão da


lagoa, pois se estendia até a área do mercado público, facilitando o
escoamento de mercadorias, proporcionando uma ligação direta entre a lagoa,
a cidade e as vizinhanças.

Outro elemento de destaque na Orla Lagunar, foi o Píer do Hidroavião,


construído na década de 30 servia para pouso de hidroaviões e durante anos
foi frequentado pela população para contemplação da lagoa.

Na década de 40 a população se concentrava nos bairros do Poço, Levada,


Bebedouro e Farol. A partir de então começa a expansão definitiva da cidade,
passando pela parte alta da cidade e no sentido centro/lagoa.

As classes médias e altas formaram novas centralidades concentrando-se nos


bairros de Jaraguá, Centro, Farol e Pajuçara; enquanto que a planície costeira
na sua porção sul (Levada, Ponta Grossa, Vergel do Lago e Trapiche da Barra)
era ocupada pela população de baixa renda, consolidando-se como área
residencial.

Maceió cresceu desordenadamente, a inexistência de planejamento e controle


urbano agravou a ocupação criando uma configuração espacial problemática.
Além disso, a topografia acidentada da cidade, bem como, o rápido
300
crescimento migratório do interior para a capital, contribuiu para essa
desorganização. Grande parte dessa população que migrou para a capital em
busca de emprego e renda ficou fora do mercado de trabalho se somando a
então população de baixa renda.

A região da Orla Lagunar é habitada por uma população de baixa e baixíssima


renda, que ali se fixaram por ser um local que permitia aos moradores
possibilidades de renda e sobrevivência, devido à proximidade ao centro da
cidade e exploração da própria lagoa através da pesca.

De acordo com Melo (2010), a população residente no conjunto desses dez


bairros soma um contingente de cerca de 130 mil pessoas, que representam
cerca de 16% da população total da cidade. Vale ressaltar, no entanto, que a
população desses bairros faz parte da parcela mais pobre de Maceió.

Os bairros que compõem a Orla Lagunar são: Rio Novo, Fernão Velho,
Bebedouro, Mutange, Bom Parto, Levada, Vergel do Lago, Ponta Grossa,
Trapiche da Barra e Pontal da Barra, sendo este último o bairro onde está
localizado o Complexo Cloroquímico. Em quase todos esses bairros, sobre as
águas da Lagoa ou bem próxima a elas, podemos encontrar habitações
precárias, como barracos de madeira, papelão e lona. Na figura abaixo é
apresentado o primeiro trecho da área de intervenção aqui proposta.

301
Área de intervenção - Fonte: elaboração da Urbaniza, 2015

O primeiro trecho que será objeto de reurbanização, por sua vez, é composto
pelos seguintes bairros: Bebedouro, Mutange, Bom Parto e Levada,
compreendendo uma área total de 161,67ha, que engloba 28 setores
censitários.

Os bairros da Orla Laguna compõem, por sua vez, o Complexo Estuarino


Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), que é um dos ecossistemas mais
importantes de Alagoas e se constitui por extensos manguezais, ilhas e canais.
O CELMM vem sofrendo um processo de transformação acelerado da
paisagem natural em decorrência da ocupação urbana e da presença de
atividades com alto potencial poluidor. A Lagoa do Mundaú, que é parte
componente do CELMM, tem sofrido com os impactos negativos da poluição
(despejos de resíduos sólidos e líquidos) e da ocupação urbana em suas
margens.

302
A Orla Lagunar de Maceió situa-se na baixada litorânea lagunar, no extremo
sul da área urbana da cidade, em estreita faixa de terra entre o oceano
Atlântico e a lagoa Mundaú. Possui cerca de 24 km de extensão, percorrendo
dez dos cinquenta bairros da cidade, indo do Bairro do Pontal da Barra até o
Bairro de Rio Novo. A área de intervenção, portanto, está situada nas
proximidades de um dos ecossistemas mais importantes de Alagoas, que por
sua vez vem sofrendo grandes impactos decorrentes da ação antrópica.

Conforme o Plano de Ações e Gestão Integrada do Complexo Estuarino-


Lagunar Mundaú-Manguaba - CELMM, elaborado pela Agência Nacional das
Águas - ANA (2006), tal degradação é resultado da forma e da velocidade da
exploração de seus recursos naturais e da sua localização estratégica, o que
propiciou intensivo uso e apropriação do território e de seus recursos, gerando,
por um lado, oportunidades de negócios, emprego e renda, mas, por outro,
levando à sua exploração exaustiva e não sustentável.

A lagoa Mundaú possui cerca de 27 km² e profundidade que varia de 2 a 7


metros, sendo receptora do rio Mundaú. Sua área abrange 4.126km² e o clima
predominante é semiárido quente, com chuvas no inverno. A temperatura
média anual é superior aos 18°.

A bacia do Rio Mundaú vem sofrendo, desde o início do desenvolvimento da


região, uma intensiva ação antrópica que tem implicado em importantes
mudanças no meio ambiente: as florestas que ocupavam a área foram sendo
substituídas pelas plantações de cana-de-açúcar e pastagens, mesmo em
áreas onde a preservação da floresta nativa seria fundamental, como também
nas encostas que margeiam os rios. Nas áreas urbanas, a cobertura vegetal
deu lugar às construções e os corpos d´água passaram a ser receptores dos
efluentes urbanos.

A margem esquerda da lagoa Mundaú está quase totalmente urbanizada.


Ainda de acordo com o Plano da ANA (2006) a região está inserida
parcialmente em duas Unidades de Conservação: a Reserva do IBAMA e o

303
Parque Municipal de Maceió. Na porção norte, localiza-se a Área de
Preservação Ambiental do Catolé.

Conforme já mencionado anteriormente, os 04 bairros que fazem parte da


primeira etapa de intervenção estão situados na Orla Lagunar. Estes, por sua
vez, são instituídos como parte da Zona de Interesse Ambiental e Paisagístico,
pelo artigo 32 do Plano Diretor de Maceió:

Art. 32. Serão instituídas as seguintes Zonas de Interesse Ambiental e


Paisagístico, dentro dos limites municipais:

II – terrenos de marinha da lagoa Mundaú, incluindo as áreas abrangidas por


remanescentes de mangues, nos bairros de Trapiche, Ponta Grossa, Vergel do
Lago, Levada, Bom Parto, Bebedouro, Mutange, Fernão Velho, Rio Novo e
pela Área de Proteção (APA) de Santa Rita;

304
Ao observar o recortedo mapa elaborado pela ANA (2006) apresentado abaixo,
podemos identificar questões ambientais e de infraestrutura bastante
importantes para compreensão da situação na área que sofrerá a primeira
etapa de intervenção. Através do mapa podemos identificar num primeiro
momento alguns elementos que compõe a infraestrutura urbana do lugar, como
a malha urbana, a ferrovia que corta o trecho, a subestação de energia
localizada no bairro do Mutange, e os hospitais localizados entre o bairro do
Bebedouro e do Mutange.

Podemos notar ainda que nos bairros do Bebedouro e Mutange há uma área
de manguezal e que nos bairros do Bom Parto e Levada a rede de drenagem
urbana é compartilhada com a rede de esgoto. Há na região do Bebedouro
uma área sujeita à erosão, que corresponde à Encosta do Tabuleiro. Por fim, é
importante

atentar também para o fato de que praticamente toda a orla lagunar está
sujeitaa riscos de inundações e enchentes.

305
Recorte do Mapa de Áreas de Risco em Maceió com influência na Lagoa Mundaú, para
detalhamento da situação na área de intervenção. - Fonte: ANA, 2006, p. 18

De acordo com Melo (2010) um estudo realizado em 2005 apontou o número


de áreas de risco de escorregamento, enhentes ou inundações por bairro em
Maceió. Neste estudo os bairros da margem da Lagoa Mundaú aresentaram a
maior concentração de áreas de enchentes e inundação.

Foram detectadas 24 áreas vulneráveis a esse tipo de risco e os bairros do


Bom Parto e do Bebedouro apresentaram a maior quantidade de áreas com
riscos desse tipo - foram detectadas 7 áreas com risco em cada um deles. No
Bairro da Levada foi detectada 1 área vulnerável a riscos de enchentes e
inundações. Nas Figuras 90 e 91 constam registros de uma enchente ocorrida
em 2014 no bairro do Bebedouro, realizados pelo Jornal Alagoas 24h.

306
Inundação no bairro do Bebedouro em 2014.
Fonte: <http://www.alagoas24horas.com.br/382785/alagamentos-canoas-dividem-espaco-com-
veiculos-em-bebedouro/> . Acesso em: 22 set. 2015. Crédito de Sandro Quintela.

Ainda de acordo com Melo (2010) apoiando-se me dados do IBGE/2000, a


maioria dos domicílios nos bairros da Orla Lagunar são atentidos pelas redes
públicas de abastecimento de água e coleta de resíduos sólidos (85,7% e
96,8%, respectivamente).

O serviço de coleta de lixo realiza-se tanto por meio de veículos de coleta


quanto utilizando-se depósitos fixos (caçambas, lixeiras, etc.). Contudo, um
número significativo de domicílios declarou despejar seus resíduos nos canais
e na Lagoa Mundaú. Na figura abaixo mostra-se um gráfico elaborado pela
autora e apresentado a seguir, verificamos que o censo do IBGE/2000
identificou que o bairro do Bom Parto é responsável por 91% do despejo de lixo
nos canais e na Lagoa Mundaú.

307
Onde localizam-se os domicílios que despejam lixo nos canais e na Lagoa Mundaú - Fonte:
IBGE – Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

Com relação ao esgotamento sanitário, temos que apenas 20% dos domicílios
da Orla Lagunar declarou estar ligado à rede. Segundo Melo (2010) o sistema
coletor de Maceió atende apenas a área central (Centro, Jaraguá, Farol,
Trapiche da Barra, Levada, Bom Parto e Ponta Grossa), a planície costeira
(Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca) e pequena parcela do tabuleiro (Benedito
Bentes).

Sendo assim, o mais provável é que os outros bairros utilizem as ligações de


drenagem pluvial para conectar as ligações de esgotamento sanitário, o que
significa uma sobrecarga na rede de drenagem pluvial, que pode trazer
grandes prejuízos ambientais e econômicos, além de prejudicar a infraestrutura
urbana existente no município, onerando futuramente os cofres públicos.

É importante salientar também que, no Gráfico abaixo elaborado por Melo


(2010), a maior parte das residências presentes nos 10 bairros da Orla Lagunar
utiliza soluções individuais de esgotamento sanitário, como a fossa rudimentar
ou negra (35,7%), que conduz os resíduos para o lençol freático, e a fossa

308
séptica (27,8%), que quando adequada utiliza um filtro anaeróbio capaz de
depurar o efluente e reduzir o impacto ambiental. Porém quando não há
manutenção adequada da fossa séptica, seu funcionamento pode se
assemelhar muito a uma fossa negra.

Destino do esgoto nos bairros às margens da Lagoa Mundaú (% dos domicílios) - Fonte: IBGE
– Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

As formas de esgotamento sanitário da maioria dos domicílios situados às


margens da lagoa Mundaú se caracterizam como um vetor de poluição do
corpo d'água.

No Gráfico abaixo podemos notar que o bairro do Bom Parto é responsável por
41% dos despejos de esgoto em local inapropriado, o que pode ser devido a
este bairro ter uma das maiores densidades demográficas da região. Em
seguida aparece o bairro de Fernão Velho com 15% e o bairro do Bebedouro,
que faz parte do primeiro trecho de intervenção aqui proposto, com 13%. Ainda
destacando os bairros da área de intervenção, temos que 2% dos domicílios do
bairro da Levada e nenhum domicílio do bairro do Mutange realizam despejo
no corpo d‟água.

309
Onde se localizam os bairros que despejam esgoto diretamente nos canais e na Lagoa
Mundaú - Fonte: IBGE – Censo de 2000. Elaboração: Melo (2010)

É importante destacar também que 17% dos domicílios sem banheiro ou


sanitário localizam-se no bairro do Bom Parto, 7% no bairro da Levada, 3% no
bairro do Bebedouro e nenhum no bairro do Mutange, conforme pode ser
observado no Gráfico a seguir. Somados os percentuais temos que 27% dos
domicílios situados na área de intervenção não possuem banheiro ou sanitário.

310
Onde se localizam os domicílios sem banheiro e/ou sanitário - Fonte: IBGE – Censo de 2000.
Elaboração: Melo (2010)

No que se refere a caracterização da área de intervenção, cabe destacar ainda


os aspectos concernentes a questão cultural. Conforme as diretrizes presentes
no artigo 46 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, a gestão do
patrimônio cultural de Maceió necessita de implementação por meio de
medidas, elencadas nos incisos do parágrafo citado, dentre as quais se
destaca:

IV – criação de um corredor cultural que integre as zonas especiais de


preservação cultural e as unidades especiais de preservação cultural
atravessadas pela rede ferroviária, envolvendo os bairros de Jaraguá, Centro,
Bom Parto, Mutange, Bebedouro, Fernão Velho e Rio Novo;

Como podemos perceber, está prevista a criação de um corredor cultural que


propõe a integração de 3 dos 4 bairros pertencentes à área da primeira etapa
de intervenção. Apenas o bairro da Levada não é mencionado. Contudo, em
relação às unidades especiais de preservação cultural, no bairro Levada tem-
se o Cine Ideal, situado na Rua 16 de setembro e que hoje funciona como
311
Cinema Pornô; o Casario do Canal da Levada na Avenida Celeste Bezerra e a
Praça e Igreja Nossa Senhora das Graças, localizada na Praça das Graças.

No bairro do Mutange as unidades elencadas como parte do corredor cultural


previsto no PDDU são o Instituto do Meio Ambiente – IMA e a Associação dos
Magistrados, ambos situados na Av. Major Cícero de Góes Monteiro. A origem
do bairro, de acordo com informações do Museu dos Esportes, se confunde
com a história de um estádio de futebol de mesmo nome, inaugurado em 1922,
construído para ser sede do Centro Sportivo Alagoano (CSA). Contudo, com a
modernidade um novo estádio foi construído hoje funciona apenas como
campo de futebol.

No que se refere ao bairro do Bebedouro, há um dispositivo específico no


artigo 52 do PDDU, que o configura como uma Zona de Interesse Ambiental e
Paisagístico no perímetro urbano municipal. Tal menção ocorre em seu inciso
III:

Art. 52. Serão instituídas as seguintes Zonas Especiais de Preservação


Cultural:
[...]
III – Bebedouro, abrangendo o centro histórico de formação do núcleo,
incluindo a praça Lucena Maranhão, a igreja de Santo Antônio e o Colégio Bom
Conselho;
[...]

Conforme o artigo 55 do Plano Diretor e seus incisos, são diretrizes específicas


para a ZEP de Bebedouro:

I – incentivo ao turismo cultural e ao lazer;


II – melhoria da acessibilidade através da implantação de um sistema
intermodal rodoviário, hidroviário, ferroviário, cicloviário e plano inclinado;
III - integração ao Corredor Cultural de Maceió;
IV – estímulo e valorização à realização das atividades tradicionais.

312
Em relação às unidades especiais de preservação cultural, no bairro de
Bebedouro tem-se ainda a Vila Lilota - Casa de Saúde Dr. José Lopes de
Mendonça situada na Avenida Major Cícero de Góes Monteiro. É importante
ressaltar ainda que este bairro é considerado como berço cultural de Maceió.

De acordo com informações sobre os Bairros de Maceió disponibilizadas em “O


Jornal” de Maceió, do dia 17 de novembro de 19964, o bairro do Bebedouro é
lembrado como palco de memoráveis festas, encontros políticos, comercio em
franco desenvolvimento e a hospitalidade de seus moradores. O bairro já foi o
preferido da elite alagoana, que construiu seus casarões na rua principal,
próximo à Lagoa Mundaú e a linha férrea. Já foi também considerado o ponto
com os folguedos mais animados nas festas de final de ano, onde dançava-se
o mais tradicional coco de Maceió.

Características Socioeconômicas da População Afetada

Os quatro bairros em estudo possuem 19.588 habitantes, numa densidade


demográfica de 121 hab./ha. As variações dessa densidade na área estão
ilustradas na Figura seguinte, onde podemos notar que as baixas densidades
estão registradas nos setores censitários dos bairros de Bebedouro e Mutange.
A maioria dos setores dos bairros Bom Parto e Levada também registram
baixas densidades, à exceção de um setor no bairro da Levada que apresenta
uma densidade média de 490 hab./ha.

4
Disponível em: <http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Bairros&Id=6>.
Acesso em 21 set. 2015.

313
Densidade demográfica nos setores censitários do primeiro trecho de intervenção. Fonte:
Prefeitura de Maceió, 2015

A intervenção afetará diretamente 5.810 domicílios, destes cerca de 2.200


domicílios serão reassentados, como se pode observar no mapa acima os
bairros mais precários possuem maior densidade demográfica. Sendo a
improvisação um forte aspecto dessa ocupação como poderemos observar no
tópico perfil das habitações existentes.

De acordo com Melo (2010), de cada 10 moradores dos bairros às margens da


Lagoa Mundaú, 7 são considerados pobres, 5 dos quais são considerados
indigentes ou miseráveis. Ao nos aproximarmos dos 4 bairros da área de
intervenção temos que a renda per capita é de R$282,24, contudo se formos
analisá-la por setores censitários, podemos observar que em determinadas
314
áreas ela é um pouco maior. No setor censitário do bairro do Bebedouro, por
exemplo, que possui uma das menores densidades demográficas da área de
intervenção, a renda per capita é de R$550,00 ou mais, conforme pode ser
notado na Figura que se segue.

É importante mencionar também que há um setor do bairro Mutange que está


no intervalo entre R$340 e R$410.

Renda per capita nos setores censitários do primeiro trecho de intervenção. Fonte: Prefeitura
de Maceió, 2015

É importante frisar que o município de Maceió atualmente apresenta uma renda


per capita de R$629,92, bem próxima da média nacional que é de R$755,79
(IBGE/2010). Ao compararmos os indicadores de renda per capita dos setores
censitários que fazem parte dos trechos da primeira etapa de intervenção
(Quadro abaixo), fica evidente a situação de vulnerabilidade em que está
inserida essa população. A disparidade entre a média do município e da

315
localidade estudada nos dão indícios ainda da má distribuição de renda em
Maceió.

Comparação entre a renda per capita. Fonte: IBGE

Renda per capita R$

Na área de estudo 282,24


Em Maceió 629,92
Em Alagoas 354,16
No Brasil 755,79

Os pobres não têm mais como esperar pelo Estado para se inserir nos
mercados produtivos. Sem emprego no mercado formal, buscam diversas
formas para garantir sua própria renda e sobrevivência.

Além de buscarem os mais variados tipos de alternativa para “se virar”, que vão
desde produzir alimentos em casa, até comercializar mercadorias nas ruas
como camelôs e ambulantes, essas pessoas incorporam hábitos na zona
urbana que são típicos da zona rural.

Assim é comum observar nos bairros mais pobres a criação de animais, por
exemplo, conforme observado nas Figuras abaixo, em registros realizados em
visita a um dos bairros da área de intervenção.

316
Criação de animais nos bairros da área de intervenção.
Fonte: Emiliano, 2015

Uma das formas de organização informal que garante a ocupação e a obtenção


de renda para a população mais empobrecida de Maceió é a prática da catação
de lixo. É fato que a catação e a reciclagem contribuem para o
reaproveitamento de materiais e para a conservação de recursos naturais.
Nesse sentido, Lautenschalager (2006) comenta em seu trabalho sobre a
mudança na forma como esses catadores são vistos pela sociedade, onde
passam de desvalidos a um exército importante de limpeza para as cidades.

São, portanto, incorporados pelos programas de reciclagem e passam a fazer


parte da cadeia produtiva, sendo inclusive reconhecidos pelo Ministério do
Trabalho e Emprego como uma categoria profissional. Contudo, apesar de
estarem integrados à economia, estão inseridos pela via mais perversa que é a
do mercado informal, onde encontram-se expostos a vários níveis de
vulnerabilidade, fragilidade e precariedade.

Uma vez sem emprego e sem a perspectiva de inserir-se no mercado formal,


sobretudo pela sua frequente baixa escolaridade, a população mais pobre
costuma se organizar em cooperativas ou associações, buscando diversas
formas de garantir sua sobrevivência e reprodução da vida.

317
De acordo com Lautenschalager (2006) a maioria das famílias pesquisadas em
Maceió pelo Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu - CEASB vive
exclusivamente da catação de recicláveis, tanto nos lixões quanto no centro da
cidade, e sobrevivem de uma renda familiar menor que um salário mínimo.
Vale salientar ainda que as famílias em situação mais vulnerável se encontram
localizadas predominantemente em áreas como a Orla Lagunar, onde se
inserem os bairros da área de intervenção.

Outra informação que merece ser destacada refere-se ao nível de escolaridade


dos habitantes na área de intervenção. De acordo com o Gráfico seguinte,
27,4% e 25% das crianças de 4 a 5 anos nas Regiões Administrativas 2 e
45respectivamente, estavam matriculadas na educação infantil pública,
percentual que supera a média obtida para o município de Maceió e que é de
16,7%.

Percentual de crianças de 4 a 5 anos matriculadas na Educação Infantil Pública - Regiões


Administrativas, 2013 - Fonte: INEP e Censo Escolar - MEC

5
Na Região Administrativa 2 de Maceió estão inseridos os seguintes bairros: Centro, Levada,
Ponta Grossa, Pontal da Barra, Prado, Trapiche da Barra, Vergel do Lago. Já na Região
Administrativa 4 estão inseridos os seguintes bairros: Bom Parto, Mutange, Bebedouro, Chã de
Bebedouro, Chã de Jaqueira, Petrópolis, Fernão Velho, Rio Novo, Santa Amélia.

318
No Gráfico abaixo podemos notar que o percentual de escolas do Ensino
Fundamental da rede municipal que ultrapassaram a meta do IDEB6 nos anos
iniciais (1º ao 5º ano) na RA 4 foi de 60%, valor que supera o índice de 42,9%
alcançado pelo município de Maceió como um todo. Já o percentual de escolas
que alcançaram esse mesmo índice na RA 2 ficou um pouco abaixo da média
do município, sendo atingido por 40% das escolas.

Percentual de Escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal que ultrapassaram a meta


do IDEB, ANOS INICIAIS - Regiões Administrativas, 2011. Fonte: INEP e Censo Escolar –
MEC

Já nos anos finais (6º ao 9º ano), o percentual de escolas do Ensino


Fundamental da rede municipal que ultrapassaram a meta do IDEB indica uma
grande discrepância com relação aos valores encontrados nos anos iniciais,
tanto nos índices alcançados pelo município, quanto nos alcançados pelas

6
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep em 2007 e
representa a iniciativa pioneira de reunir em um só indicador dois conceitos igualmente
importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações.
Ele agrega ao enfoque pedagógico dos resultados das avaliações em larga escala do Inep a
possibilidade de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, e que permitem traçar metas de
qualidade educacional para os sistemas. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação
escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep.
319
RA‟s da área de estudo. No Gráfico podemos notar que apenas 14,3% das
escolas na RA 2 alcançaram as metas do IDEB, enquanto que nenhuma da RA
4 o alcançou. Para o município de Maceió a média de escolas que atingiu o
índice foi de apenas 25% das escolas.

Percentual de Escolas do Ensino Fundamental da Rede Municipal que ultrapassaram a meta


do IDEB, anos finais - Regiões Administrativas, 2011. Fonte: INEP e Censo Escolar - MEC

De maneira geral, como podemos perceber no Gráfico seguinte o percentual de


escolas do ensino fundamental da rede pública que atingiram ou ultrapassaram
a meta do IDEB na RA 2 foi de 22,5% e na RA 4 de 18,8%, percentuais
inferiores à média do município de Maceió, que foi de 27,5%.

320
Percentual de Escolas do Ensino Fundamental da Rede Pública que Atingiram ou
Ultrapassaram a Meta do IDEB - Regiões Administrativas, 2011. Fonte: INEP e Censo Escolar
– MEC

Com relação ao ensino médio, temos que nos 04 bairros com que estamos
trabalhando existem 5 escolas estaduais (Quadro seguinte), contudo elas estão
localizadas nos bairros do Bebedouro e Bom Parto. Nos bairros da Levada e
Mutange não há nenhuma escola.

321
Escolas Existentes na Área de Intervenção

BAIRRO ESCOLAS

Escola Estadual Alberto Torres I


BEBEDOURO Escola Estadual N. Sra. Do Bom Conselho
Escola Estadual Rosalvo Ribeiro
Escola Estadual Cincinato Pinto
BOM PARTO
Escola Estadual Gov. Geraldo Bulhões
LEVADA -
MUTANGE -
Fonte: Secretaria de Educação

Ainda no que se refere à educação, de acordo com o IBGE (2000), 26,25% dos
habitantes da área de intervenção são analfabetos com 5 anos ou mais.
Analisando essa informação por bairro, temos que o bairro que apresenta o
menor índice de analfabetismo é o de Mutange, onde há entre 61 e 120
pessoas com 5 anos ou mais que são analfabetas.

Já o bairro com o maior número de habitantes analfabetos com 5 anos ou mais


é o bairro da Levada, onde um dos setores apresenta o índice de mais de 300
pessoas nessa situação.

322
Analfabetos com 5 anos ou mais nos setores censitários do primeiro trecho de intervenção.
Fonte: Prefeitura de Maceió, 2015

Com relação a violência, temos que as taxas de homicídio na faixa etária de 10


a 19 anos apresentou um coeficiente 105,3 homicídios para cada 100.000
jovens no Distrito Sanitário 47. Já no Distrito Sanitário 2 o mesmo coeficiente
ficou em 187,6 homicídios para cada 100.000 jovens, ou seja, isso significa que
um jovem residente no DS 2 tem cerca de 78% mais chance de sofrer
homicídio do que um jovem residente no DS 4. O coeficiente da taxa de

7
A divisão dos Distritos Sanitários é bastante semelhante à organização das Regiões
Administrativas. Assim, no Distrito Sanitário 2 de Maceió estão inseridos os seguintes bairros:
Centro, Levada, Ponta Grossa, Pontal da Barra, Prado, Trapiche da Barra, Vergel do Lago. Já no
Distrito Sanitário 4 estão inseridos os seguintes bairros: Bom Parto, Mutange, Bebedouro, Chã de
Bebedouro, Chã de Jaqueira, Petrópolis, Fernão Velho, Rio Novo, Santa Amélia.

323
homicídios para o total da população do município ficou num índice de 116,35
homicídios para cada 100.000 jovens. Apesar de não estarmos analisando a
realidade de todos os bairros dos Distritos Sanitários, é importante chamar
atenção para o fato de no DS 2 está inserido o bairro da Levada, que tem o
maior número de analfabetos com 5 anos ou mais, nenhuma escola Ensino
Médio e onde apenas 22,5% das escolas de Ensino Fundamental conseguiram
ultrapassar os índices do IDEB. É também no bairro da Levada onde a maior
parte da população possui renda per capita de no máximo R$200,00.

Taxa de Homicídios na faixa etária de 10 a 19 anos / 100.000 de adolescente na faixa etária de


10 a 19 anos - Distritos Sanitários, 2012. Fonte: Secretaria de Saúde

Sobre os aspectos culturais da população afetada, em informações


disponibilizadas em “O Jornal” de Maceió, do dia 04 de agosto de 1996, o
bairro da Levada recepciona festas da padroeira (Nossa Senhora das Graças)
sendo as mais famosas da capital, desde o final do século passado. A
procissão de encerramento recebia muitos fiéis de vários bairros da cidade,
com a fé demonstrada nas promessas pagas naquele dia.8

Já no bairro do Bom Parto, que faz parte do corredor cultural previsto no


PDDU, as unidades especiais de preservação cultural são: a Igreja N S do Bom
Parto situada na Rua General Hermes e a Vila Operária da Fábrica Alexandria

8
Disponível em: <http://www.bairrosdemaceio.net/site/index.php?Canal=Bairros&Id=27>.
Acesso em 21 set. 2015.

324
localizada na Av. Dr. Francisco de Menezes, Rua Dr. Jonas Montenegro e Rua
Saldanha Marinho.

De acordo com informações de “O Jornal” de Maceió, de 24 de novembro de


1996, o bairro do Bom Parto já foi um típico bairro operário, onde se localizada
a Fábrica de Tecidos Alexandria. É um bairro típico que tem suas lendas, como
a do “padre sem cabeça”, contada pelos moradores da Gruta do Padre. Nas
décadas de 1940 a 1960 eram frequentes os bailes e folguedos realizados pelo
Sindicato dos Trabalhadores da Fábrica Alexandria. As festas aconteciam nos
finais de semana e feriados como o Natal, o São João e o Carnaval.

De maneira geral, podemos concluir que os indicadores sociais, econômicos e


culturais, apresentados até então nos dão um panorama geral sobre a situação
de vulnerabilidade a qual está submetida a população da área de intervenção.
As poucas oportunidades de trabalho e a baixa renda dessas pessoas pode ser
relacionada com o seu nível de escolaridade e também com o dinamismo da
economia do próprio município.

Plano de Reassentamento Involuntário (PRI) – Documento


Completo Incluso no TOMO II – Volume 2

325
CAPÍTULO 5 –PROGNÓSTICO AMBIENTAL

Introdução

Neste capítulo será apresentado o prognóstico ambiental e a identificação dos


potenciais impactos ambientais advindos das obras de implantação do
PROGRAMA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA DA ORLA LAGUNAR DE
MACEIÓ.

O estudo apresentará os potenciais impactos, bem como as medidas


mitigadoras e compensatórias, dos meios biótico, físico e socioeconômico. O
método de análise matricial, a partir de matrizes de impactos por área temática,
considerando cada fase do empreendimento, desenvolvido por Leopold (1971)
foi utilizado como base para a construção qualitativa e quantitativa dos
potenciais impactos identificados. As matrizes de impactos serviram como base
de entrada para a construção de uma matriz integrada.

O prognóstico ambiental procura prever e caracterizar os potenciais impactos


sobre seus diversos ângulos, analisando suas magnitudes através de técnicas
específicas, com o objetivo de interpretar, estabelecendo a importância de cada
um dos potenciais impactos em relação aos fatores ambientais afetados e,
avaliar, por meio da importância relativa de cada impacto quando comparado
aos demais, propondo medidas mitigadoras, compensatórias e programas de
monitoramento ambiental (DNIT, 2006).

Segundo a legislação brasileira, considera-se impacto ambiental "qualquer


alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem
estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as
condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a qualidade dos
recursos ambientais" (RESOLUÇÃO CONAMA 001, de 23.01.1986).

326
A elaboração do Prognóstico Ambiental levou em consideração as condições
ambientais e sociais emergentes, com e sem a implantação do projeto,
conduzindo à proposição de medidas destinadas ao equacionamento dos
potenciais impactos. Além disso, foram analisados os potenciais impactos do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, sobre o meio
ambiente, integrando suas fases de planejamento, implantação e operação.
Esta avaliação, abrangendo os potenciais impactos negativos e positivos das
obras, leva em conta o fator tempo, determinando, na medida do possível, uma
projeção dos potenciais impactos imediatos, a médio e longo prazo;
temporários, permanentes e cíclicos; reversíveis e irreversíveis; locais e
regionais; e se são diretos ou indiretos.

Metodologia Aplicada para Avaliação de Impactos


Ambientais

Os estudos ambientais foram iniciados pelo levantamento de dados


secundários estatísticos, bibliográficos, interpretação de imagens sobre os
meios físico, biótico e socioeconômico e pela discussão das características
técnicas do empreendimento pela equipe multidisciplinar.

A caracterização do empreendimento teve por base o projeto de engenharia,


onde se buscou a identificação dos aspectos pertinentes aos objetivos do AIA e
sua tradução para a problemática ambiental, ou seja, a identificação dos
aspectos técnicos geradores de impactos. Nesse tema, foram reagrupados os
estudos relacionados à situação geográfica, objetivos do empreendimento,
justificativas técnico-econômico-ambiental, descrição técnica dos
aproveitamentos e planejamento de construção, dentre outros.

A análise de dados secundários existentes sobre a região permitiu que a


equipe técnica envolvida com os estudos se familiarizasse com as
características mais gerais da região do empreendimento. A interpretação
através de mapas temáticos e cartas planialtimétrico disponíveis, acrescida das

327
informações bibliográficas coletadas, permitiram a confecção de mapas
preliminares antes da viagem de reconhecimento à área.

O reconhecimento de campo possibilitou checar e complementar as


informações obtidas anteriormente, assim como identificar os principais
componentes e problemas ambientais na área. Nessa etapa, foram realizados
contatos com os agentes locais, como Prefeituras, escolas, estabelecimentos
de saúde e entidades comunitárias.

O detalhamento quanto à metodologia empregada em cada uma das áreas de


conhecimento é apresentado quando da descrição dos resultados obtidos. As
diversas viagens de reconhecimento permitiram, assim, uma visão global das
características físicas, bióticas e socioeconômicas das Áreas de Influência
Indireta e Direta e Diretamente Afetada do empreendimento.

Ao final desses trabalhos de descrição, de coleta de amostras, do mapeamento


de campo e de posse dos resultados de análises de laboratório, procedeu-se,
em escritório, às interpretações finais e consolidação de todos os dados
obtidos.

Os impactos foram estudados levando-se em conta não só o meio ao qual se


relacionam (físico, biótico ou socioeconômico), como cada uma das etapas do
empreendimento. A análise foi complementada por uma descrição dos
impactos sobre cada fator ambiental, considerando-se os diversos meios, na
forma de síntese conclusiva daqueles mais relevantes dentro de cada fase.

Procedimentos para a Ponderação dos Impactos

A partir da discussão interdisciplinar das ações do Programa de Requalificação


Urbana da Orla Lagunar de Maceió e do diagnóstico ambiental das áreas de
influência, estabeleceu-se uma metodologia para identificação, classificação e
valoração dos impactos, utilizando-se como instrumento básico uma matriz de
interação sinalizadora da sinergia e, consequentemente, da viabilidade
ambiental.

328
Nessa matriz estão listadas as fases estruturais do Programa, por fase de
ocorrência, que poderão impactar os diversos fatores ambientais (definidos em
função do diagnóstico). Cada uma dessas interações foi avaliada,
evidenciando-se os principais impactos resultantes. Para a
classificação/valoração dos impactos identificados, de forma a permitir melhor
análise dos mesmos, foi utilizado um algoritmo ponderado, onde os impactos
foram avaliados quanto ao seu tipo, categoria, extensão, duração,
reversibilidade, magnitude, tendo sido adotados os seguintes critérios:

a) Presença do impacto: aponta para a ocorrência, ou não, desse ou


daquele impacto na fase analisada do empreendimento.

b) Natureza do impacto: informa se esse impacto possui natureza positiva


(benéfica) ou negativa (danosa) ao Meio Ambiente. A intervenção quando
positiva, conduz a reflexos ambientais indutores de ganhos. Quando negativa,
a intervenção promove uma alteração adversa caracterizadora de um
determinado dano.

c) Duração do Impacto: Informa se o impacto esperado ocorre de forma


permanente (quando não se prevê uma forma de eliminá-lo (como a supressão
de vegetação e a introdução de novas espécies floristicas ou faunisticas em um
determinado ecossistema), de forma temporária (quando o impacto cessa logo
após as ações advindas de cada intervenção (como os ruídos de máquinas, o
transtorno no trânsito pela movimentação de equipamentos, etc.) ou de forma
cíclica (quando cessam e retornam de forma cíclica em função de um
determinado aspecto a exemplo, acidentes, ruídos ou transtornos promovidos
durante festas culturais ou religiosas, por aspectos climáticos como a
mobilização e a desmobilização da mão de obra nos períodos de colheita de
determinadas safras, etc.).

d) Abrangência do Impacto: aponta para o alcance previsto para o


impacto. Define se o impacto esperado ocorre apenas localmente (degradação
329
da paisagem local, alteração da destinação de terrenos locais, alteração dos
costumes locais, etc.), se o impacto se faz sentir em uma área maior que se
possa definir como regional (escoamento de bens e serviços, alteração de
costumes e práticas culturais de uma região, etc.), ou ainda se esse impacto
promove seus efeitos a nível nacional (ampliação ou redução de divisas
econômicas, alterações nas relações diplomáticas ou políticas, projeção das
alterações locais projetadas para a ciência, a cultura ou o turismo internacional,
etc.).

e) Temporalidade do Impacto: analisa o tempo de resposta oferecido pelo


Meio Ambiente, ou o tempo necessário para o impacto se manifestar. Os
impactos podem ocorrer em Curto prazo (o impacto ocorre na forma de reflexo
imediato), em Médio prazo (o impacto é exteriorizado após decorrido um certo
intervalo de tempo) ou a Longo prazo (os efeitos do impacto só poderão ser
observados após decorrido um período temporalmente extenso).

f) Reversibilidade do impacto: Informa se o impacto apontado possui, ou


não, características que permitam o meio afetado retornar suas condições
anteriores ao impacto em questão. Esses impactos podem ser: reversíveis ou
irreversíveis. A irreversibilidade implica em uma alteração permanente de um
determinado componente do Meio Ambiente. Essa alteração, por permanente
que é, possui em seu bojo o aspecto da mudança na inter-relação sistêmica do
componente ambiental afetado.

g) Magnitude do Impacto: Leva em conta a intensidade com que o


impacto se manifesta. Informa a intensidade com que o impacto afeta o Meio
Ambiente. Podem afetar de forma baixa (potencialidade), média
(potencialidade) ou alta (potencialidade).

Os impactos inicialmente avaliados foram rediscutidos pela equipe


multidisciplinar que, em processo comparativo entre as diferentes interfaces
analisadas de um mesmo elemento, busca a compreensão consensual de um

330
valor a atribuir para cada impacto sob análise, respeitando-se os intervalos
previamente dimensionados para as subdivisões de classes.

Segundo esses procedimentos, tem-se a valoração simples de impactos


segundo as interfaces analisadas, correspondendo ao somatório das
valorações obtidas em cada linha da matriz. Por outro lado, tem-se igualmente
a valoração de impactos segundo as classes e suas subdivisões,
correspondendo ao somatório das valorações obtidas em cada coluna.

Esse procedimento metódico processa-se segundo 3 (três) diferentes fases de


análise – o planejamento, a instalação e a operação. Ao final, tem-se uma
matriz resumida de valoração simples, onde os resultados obtidos são
combinados no sentido de gerar o balanço final. Esse balanço final poderá
apontar para valores positivos ou negativos, correspondendo ambientalmente a
prós e/ou contras.

Assim, admite-se a viabilidade ambiental quando o resultado final fornecer


valor positivo (+). Analogamente, entende-se como danoso, o empreendimento
cujo resultado final for negativo (-).

Os valores obtidos na valoração simples constituem a base para a valoração


ponderada, conforme a seguir descrito.

 Formulação da Ponderação. Trata-se da Valoração ponderada, para a


qual se adotou um algoritmo que sintetiza os procedimentos matemáticos de
valoração, como se segue:

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) +
(Rx2,5)+(Mx3)} / 10

Onde:

Vp = Valoração ponderada;

D= Valoração simples obtida para a Duração;

331
A= Valoração simples obtida para a Abrangência Espacial;

T = Valoração simples obtida para a Temporalidade;

M = Valoração simples obtida para a Magnitude;

R = Valoração simples obtida para a Reversibilidade, e

10 = denominador que totaliza a soma dos pesos.

São concebidos pesos diferenciados, crescentes, na ordem de importância da


qualificação, assim: peso 1 para a duração, peso 1,5 para a abrangência
espacial, peso 2 para a temporalidade, peso 2,5 para o
dinamismo/reversibilidade e peso 3,5 para a magnitude conforme Tabela 1.
Essa ponderação aplica-se para reconhecer a magnitude de um determinado
impacto para o intervalo definido entre 0 (zero) e 10 (dez). Nesse intervalo,
admite-se:

Aceitáveis, todos os impactos negativos, de valoração ponderada, com valores


de até - 2,5 pontos, são considerados aceitáveis e, assim, dispensam medidas
mitigadoras. O Meio Ambiente convive com esse tipo de intervenção adversa,
suportando o impacto sem externar sinais de stress ambiental. No entanto,
quando se trata de medidas atenuadoras de fácil aplicabilidade, é sempre
recomendável sua adoção.

Mitigáveis, são os impactos negativos, valorados entre - 2,6 e - 5,0 pontos,


impondo a obrigatoriedade de medidas mitigadoras que atenuem os seus
efeitos danosos.

Compensáveis, são todos aqueles impactos valorados acima de - 5,1 pontos.


Isto se deve pela característica de elevado potencial danoso, onde as
mitigações terão apenas uma ação tênue sobre os efeitos negativos desses
impactos.
332
Tabela de valoração dos impactos ambientais.

DURAÇÃO NOTAS PESOS


1a3
 Temporário
4a7 1
 Cíclico
8 a 10
 Permanente
Abrangência Espacial
1a3
 Local
4a7 1,5
 Regional
8 a 10
 Nacional
Temporalidade
1a3
 Longo Prazo
4a7
 Médio Prazo 2
8 a 10
 Imediato
Dinamismo/Reversibiliade
1a5
 Reversível
2,5
6 a 10
 Irreversível
Magnitude
1a3
 Baixa
4a7
 Média 3
8 a 10
 Alta
Fonte: UFAL/IGDEMA – Prof. Carlos A. M. dos Anjos

Durante as reuniões da análise ambiental, discutem-se também as medidas


mitigadoras ou compensatórias necessárias para atenuar os impactos
identificados. Essas medidas são baseadas na previsão de eventos adversos

333
potenciais sobre os itens ambientais destacados, as quais têm por objetivo
atenuar ou eliminar tais eventos.

Tais medidas mitigadoras apresentam características de conformidade com os


objetivos a que se destinam, conforme se segue:

 Preventiva: são medidas que prevêem e eliminam eventos


adversos que apresentam potenciais de causar prejuízos aos itens ambientais
destacados no meio físico, biótico e antrópico.
 Corretiva: são medidas que visam restabelecer a situação
anterior através de ações de controle ou eliminação do fato gerador do
impacto.
 Compensatória: são medidas que visam compensar impactos
não passíveis de atenuação/mitigação.

Procedimentos para a identificação e Avaliação dos Impactos

Costuma-se identificar as expectativas de impactos através de Check List,


onde na análise nominal de cada impacto, verifica-se a possibilidade dele
existir com a intervenção pretendida. Esse procedimento tem uma utilidade
primeira que sinaliza para uma magnitude quantitativa dos impactos.
Atualmente desenvolve-se uma ampliação dessa metodologia, onde a análise
nominal de cada impacto é identificada a partir do reconhecimento das
intervenções previstas, das ações necessárias a realização de cada
intervenção e, como conseqüência, a identificação dos impactos decorrentes
de cada ação identificada.

Estes procedimentos são alinhados com o reconhecimento qualitativo de


impactos previstos na Resolução 01/1986 do CONAMA. A análise qualitativa
(descrição e avaliação) dos impactos fornece informações extremamente

334
importantes, visto que sinaliza para a uma aproximação da compreensão da
viabilidade ambiental, ademais é um rito determinado pela Norma vigente.

Atualmente, os ambientalistas têm buscado a análise ambiental através de


métodos semi-quantitativos que, atribuindo valores a cada impacto avaliado na
fase anterior, forneça uma visão mais nítida sobre a tendência cumulativa do
conjunto de impactos sob análise. O processo compreende, assim, um balanço
do conjunto de impactos, onde a natureza desses impactos (positivo ou
negativo) funciona como indicadores de prós e contras, respectivamente. É,
sem dúvida, um avanço, até porque permite a verificação sinérgica e
cumulativa.

O processo metodológico da análise aqui adotada concebeu uma pontuação de


1 (um) a 10 (dez) para cada elemento avaliado (abrangência, duração,
reversibilidade, temporalidade e magnitude). Como cada um desses elementos
é avaliado segundo três diferentes subdivisões (e, no caso de reversibilidade
apenas duas), foi atribuída uma pontuação eqüitativa, crescente e excludente
para cada subdivisão estudada. Assim, a escala de valoração varia de –10
(maior impacto adverso) a +10 (maior impacto benéfico).

Os impactos assim avaliados são rediscutidos pela equipe multidisciplinar que,


em processo comparativo entre as diferentes interfaces analisadas de um
mesmo elemento (abrangência, duração, reversibilidade, temporalidade e
magnitude), busca a compreensão consensual de um valor a atribuir para cada
impacto sob análise, respeitando-se os intervalos previamente dimensionados
para as subdivisões de classes.

Segundo esses procedimentos, tem-se a valoração de impactos segundo as


interfaces analisadas, correspondendo ao somatório das valorações obtidas em
cada linha da matriz. Por outro lado, tem-se igualmente a valoração de

335
impactos segundo as classes e suas subdivisões, correspondendo ao
somatório das valorações obtidas em cada coluna.

Esse procedimento metódico processa-se segundo as diferentes fases de


análise – o planejamento, a instalação e a operação. Ao final, tem-se uma
matriz resumida de valoração, onde os resultados obtidos nas matrizes
anteriores são combinados no sentido de gerar o balanço final. Esse balanço
final poderá apontar para valores positivos ou negativos, correspondendo
ambientalmente a prós e/ou contras. Assim, admite-se a viabilidade ambiental
quando o resultado final fornecer valor positivo (+). Analogamente, entende-se
como danoso, o empreendimento cujo resultado final for negativo (-).

As etapas acima constituíram a forma metódica de trabalho para a valoração


(quantitativa) dos impactos.

O processo metodológico descrito, foi desenvolvido por ANJOS, 2001,


vinculado ao Instituto de Geografia Desenvolvimento e Meio Ambiente
(IGDEMA) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), já tendo sido utilizado
com sucesso em inúmeros EIA/RIMA‟s com destaque para a listagem que se
segue:

 Parque da Maternidade, em Rio Branco/AC;


 Condomínio Laguna, em Marechal Deodoro/AL;
 Marina Laguna, em Marechal Deodoro/AL;
 Condomínio Ilha Bela, em Marechal Deodoro/AL;
 Canal de Acesso a Marina Ilha Bela, em Marechal
Deodoro/AL;
 Barragem sobre o Riacho Bálsamo para Adução e Irrigação,
em Palmeira dos Índios/AL e Bom Conselho/PE;
 Implantação de Gasoduto entre os Municípios de Roteiro,
Jequiá da Praia e São Miguel dos Campos – Alagoas;
336
 Implantação da Rede Geral de Distribuição de Gás Natural –
João Pessoa/PB;
 Gasoduto para Rede de Transporte. Trecho Santa Rita-
Campina Grande/PB;
 Gasoduto para Rede de Transporte. Trecho
Mamanguape/PB;
 Barragem sobre o Riacho Caçamba, em Quebrangulo/AL;
 Barragem, Adução e Distribuição do Sistema Pratagy, em
Maceió/AL;
 Condomínio Francês Residencial Club, Marechal Deodoro/AL;
 Implantação e Distribuição de Gás Residencial em João
Pessoa-PB;
 Hotel Ecológico, Lucena-PB;
 Duplicação AL-101 Sul – Maceió/Barra de São Miguel-AL;e,
 Aeroporto de Maragogi

Atualmente já se observa uma forte tendência entre os estudiosos em meio


ambiente em assumir que dos elos componentes da corrente ambiental, o mais
importante é a qualidade de vida e, dentro dela, o homem. Já se apregoa,
inclusive, que de nada adiantará resguardar um meio ambiente saudável para
futuras gerações se, igualmente, não cuidamos em zelar pela perpetuidade
dessas gerações futuras.

Nesse sentido, o homem como fundamento da base ambiental, leva-nos a


entender da imperiosa necessidade de um meio ambiente desenvolvido e
preservado para o próprio homem, enquanto parte integrante dos ecossistemas
terrestres. Dessa forma, busca-se neste capítulo de estudos, a compreensão
das respostas que o meio ambiente oferecerá às intervenções propostas.
Entendido os impactos, buscam-se as formas de mitigação enquanto antídoto
para os males indesejáveis.

337
Os impactos sobre o meio físico foram identificados a partir de uma ampla
discussão sobre o diagnóstico específico anteriormente elaborado, na análise
detalhada dos projetos básicos do empreendimento e na literatura consultada.
Posteriormente, cada evento impactante foi listado com suas expectativas de
impactos.

A implementação de eixos viários são obras de extrema importância para o


desenvolvimento de uma determinada região, porém, se faz necessário o
estabelecimento de critérios durante sua obra e operação, buscando minimizar
os impactos negativos.

Utilizando a legislação (Op. cit. CONAMA 001/86) e a definição explicita no


Manual Rodoviário do DNER (BRASIL, 1996), impacto ambiental é a reação da
natureza frente elementos estranhos (antrópicos), resultando em modificações
estruturais no ecossistema que receberá uma determinada intervenção.
Intrinsecamente os impactos ambientais podem ter resultados negativos ou
positivos, dependendo do somatório final de impactos gerados.

Segundo BELLIA & BIDONE (1993), os impactos causados pela construção


viária devem ser analisados por etapas, durante a construção do
empreendimento, e são elas:
 Fase do projeto (inclui etapas de estudos dos traçados e anteprojeto);
 Durante a construção da obra
 Após a conclusão e entrega ao público (conservação/restauração) e;
 Fase de operação.

Como mencionado nesse relatório a área vem sofrendo com a degradação


ambiental, processo que vem se acumulando ao longo dos anos e necessita
ser resolvido, não apenas pelo fato do valor ambiental, mas também, por ser
uma região estratégica ao desenvolvimento da cidade de Maceió.

338
Utilizando como base a Matriz de Fontes de Poluição (ANA, 2006),
descrevemos o estado atual (sem o empreendimento) e fazemos um
prognóstico dos impactos com a implementação do empreendimento.

Cenário 1: Sem a Implantação do Empreendimento

Boa parte das causas citadas no Plano de Ações e Gestão integrada do


Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba (ANA, 2006), referem-se
ocupação e organização do território, incluindo o crescimento desordenado da
cidade de Maceió, onde os impactos são classificados como os mais elevados.

Os processos observados, mediante o crescimento desordenado de Maceió


são:

A) loteamentos e ocupações irregulares;


B) favelização e ocupação de áreas de risco;
C) crescente demanda por infraestrutura de saneamento básico;
D) utilização inadequada da infraestrutura de drenagem urbana para remoção
do esgoto.

As fontes de poluição/degradação, mais impactantes, relacionadas a cada


processo são basicamente problemas com efluentes sanitários, resíduos
sólidos e desmatamento. Em 2015, quase dez anos após a publicação do
Plano de Ações e Gestão, observamos que tais fontes poluidoras não
cessaram, pelo contrário, se intencificaram.

Cenário 2: Com a Implantação do Empreendimento

A Resolução CONAMA 237/97 classifica a implantação viária como uma obra


civil, de interesse social. Porém é importante observarmos as possíveis fontes
de impactos que tais empreendimentos possam gerar.

339
A principal fonte, já é vista analisando o traçado da obra, observamos a
necessidade da cobertura vegetal que exerce papel fundamental na proteção
dos solos.

Durante a fase de construção da obra se faz necessário à correta instalação do


canteiro de obras, mais uma vez a análise do desmatamento e limpeza do
terreno e por fim os processos de terraplanagem/aterros e drenagem. Todas
essas possíveis fontes de poluição/degradação são descritas, incluindo formas
de minimizá-las, no Manual de Construção Rodoviária (AMERICAN
ASSOCIATION OF STATE HIGHWAY OFFICIALS, 1966).

Já na fase de operação, o Manual Rodoviário do DNER (BRASIL, 1996) cita as


possíveis fontes poluição/degradação e formas de minimiza-los, sendo tais
fontes a: poluição do ar e da água; o aumento dos níveis de ruído e vibrações.

Conforme analisado, utilizando referências bibliográficas e observações in loco


as áreas de influência do empreendimento sofrem de um acentuado processo
de degradação, fruto principalmente da má organização e ocupação do
território, desta forma, a construção do eixo-viário, pode ser um marco
regulatório de um processo de organização do espaço.

A relocação da população para conjuntos habitacionais cessará, dentro das


áreas de influência, a ocupação desordenada, tais conjuntos habitacionais,
sendo construídos com estações de tratamento de efluentes (ETE), diminuirão
o lançamento de esgoto doméstico na laguna Mundaú.

Com a retirada das construções desordenadas e com a criação de Áreas de


Preservação Permanentes (APP) haverá uma considerável redução no
processo de desmatamento, que culminará com o aumento da fauna.

340
Avaliação dos Impactos Ambientais

Com a implantação do Programa, o Meio Ambiente local será


momentaneamente transformado. Isto, durante a implantação, face às obras de
engenharia, porém ao término dos serviços, com a área recomposta e
recuperada, os impactos são significativamente reduzidos.

Impactos sobre o Meio Físico

A avaliação dos impactos ambientais potenciais decorrentes dos processos de


instalação e operação da Via Lagunar foi realizada tomando-se como base as
informações obtidas na fase de diagnóstico, para cada componente ambiental,
em relação às atividades previstas para serem desenvolvidas na área de
intervenção em suas respectivas fases.

É importante destacar que os impactos aqui identificados e descritos foram


tomados com base em bibliografia de referência nos respectivos temas, no
diagnóstico ambiental elaborado, nas informações disponibilizadas pelos
interessados e considerando-se, ainda, em grande medida, as percepções da
equipe técnica na área do empreendimento (ADA, AID e AII) e na cidade
componente da Área de Influência Indireta.

As obras de engenharia no porte do Programa em tela, utiliza-se de máquinas


cujos níveis de ruídos, em conjunto, costumam ultrapassar os limites
aceitáveis. Trata-se de ruídos inevitáveis na atividade empreendedora. No
entanto, o barulho provocado pelos martelos pneumáticos, pelas pás-
carregadeiras, pelos caminhões, etc., restringe-se à frente de trabalho,
incidindo praticamente e com exclusividade sobre os funcionários envolvidos
na atividade e sobre a fauna local, já fracionada e pobre.

A descaracterização da paisagem é conseqüência natural do processo de


ocupação. Porém a paisagem já se encontra altamente antropizada.

341
Impactos sobre o Meio Socioeconômico

O impacto sobre a socioeconômia ocorrerá de forma sistemática, uma vez que


abrirá novos campos de trabalho, contemplando a geração de empregos
diretos e indiretos. Ocorre direta e indiretamente na fase de implantação e na
fase de operação. Destaque se dá, efetivamente, às melhores condições de
vida à partir da melhora da qualidade ambiental e social que o Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió vai proporcionar.

Impacto sobre o Meio Biótico

Os impactos sobre o meio biótico sempre, de uma primeira vista, acabam por
se projetar nos ambientes naturais e antrópicos, que de alguma forma,
resguardam organismos vivos e que, conjuntamente ao meio físico, constituem
os ecossistemas.

Seja ele qual for o ecossistema, qualquer obra que venha a alterar sua
estrutura primária irá ocasionar impactos. Estes podem ser taxados como
positivos ou negativos, caso os mesmos degradem ou melhorem as atuais
condições desses ecossistemas.

Nas pesquisas de campo para a elaboração deste estudo ambiental foi


possível encontrar nas áreas de influência tanto ambientes profundamente
alterados quanto em notável resiliência. Nos trechos urbanizados, tanto a
vegetação quanto a fauna associada se estabelecem de forma precária, se
adaptando aos costumes humanos, nem sempre saudáveis, e quase sempre
nocivos e precários.

342
Onde havia manguezais ou ambientes úmidos, palustres, ou encostas
vegetadas, e tabuleiros com florestas, só restam rumores, vestígios, claros
sinais de urbanização, desenfreada e desordenada.

Os manguezais, principais ecossistemas na área de influência direta, resistem


bravamente aos incessantes ataques da população. Vão encolhendo aos
poucos, ano após ano, até um dia em que perecerão por completo.

A implantação deste empreendimento poderá afetar uma significativa parcela


desses manguezais, visto que um trecho de uma das rodovias deverá ser
construído sobre ele, sobre estacas de concreto. O projeto não prevê a
recuperação de grandes áreas de manguezal, apenas um pequeno trecho no
bairro do Bom parto poderá ser convertido de favela a manguezal, e este
poderá ser um pequeno alento para este ecossistema tão profundamente
agredido na orla lagunar maceioense.

Nos demais trechos da área de influência direta e indireta, os ecossistemas


naturais são ínfimos e completamente alterados. Com a melhoria das rodovias,
do esgotamento sanitário, e de diversas melhorias de infraestrutura não
deverão ocasionar impactos negativos diretos, mas os espaços verdes deverão
também ser pensados e motivados a ressurgir na paisagem de Maceió.

No trecho onde a Via passa pelo complexo populacional do bairro Bom Parto,
será necessário que seja desocupada totalmente a área de APP ocupada de
forma irregular pela população local. Essa área encontra-se altamente
antropizada uma vez que a ambiência foi altamente degradada, onde foi
343
retirada sua vegetação e e fauna local. Anseia-se que, com a implantação dos
Programas Ambientais, esta condição negativa a padrões aceitáveis e que os
ecossistemas venham a se regenenerar gradativamente ao longo dos anos
subsequentes.

No trecho onde ocorre a presença de sítios de árvores nativas que foram


plantadas em quintais das casas cujo frente se da pela Av. General Hermes,
essas áreas são mais bem cuidadas porem tem total descaracterização do
ambiente natural anteriormente existente. Tal situação de falta de ambientes
naturais se faz por se tratar de domínio das pessoas que ocuparam seus
terrenos de forma desordenada. Algumas dessas áreas estão sujeitas a
invasões, o que já foi detectado em visita de campo.

Desta forma, os impactos ao meio biótico decorrentes com a implantação da


Via Lagunar neste trecho, devem ser moderados, pois haverá supressão de
vegetação no trecho da área diretamente afetada pelo empreendimento,
portanto, existirá o impacto sobre a fauna associada, apesar desta já ser
adaptada à presença do homem.

Tem-se também um trecho de vegetação nativa e que sofre diretamente com a


interferência da Lagoa, porém ainda ocorre muitas situações de antropização
detectado em visitas a área. Algumas delas são: retirada de madeira, presença
de lixo, pesca desordenada de caranguejos, aterro de trechos pela BRASKEN,
etc.

A seguir apresentam-se os Impactos Ambientais decorrentes à implantação do


Programa:

 Supressão e degradação da cobertura vegetal – Será necessário


fazer a supressão de vegetação em algum trecho onde a Via Lagunar irá
passar como também em algumas das áreas onde serão construídas as
344
unidades habitacionais destinadas ao reassentamento. Esses trechos
estão ocupados por sítios de Mangueiras, Jaqueiras, Fruta pão,
Amendoeiras, entre outras descritas no item que trata da flora local. Com
relação à vegetação nativa temos o mangue como sendo a mais
predominante e com maior área diretamente afetada.

 As demais áreas são antrópicas de uso da BRASKEM, ou


terrenos baldios, e, portanto sem vegetação natural, por vezes árvores
exóticas,algumas frutíferas e vegetação herbáceo-arbustiva espontânea.

Os ambientes terrestres sofrerão as mudanças mais drásticas, onde plantas e


animais que habitam esses ambientes deverão ser suprimidos ou evacuados
para áreas seguras. Para a vegetação, o destino é a supressão (limpeza da
vegetação herbáceo-arbustiva e desmatamento para a vegetação arbórea).
Para a fauna de pequeno porte a supressão dos habitats farão com que os
mesmos também sucumbam junto à vegetação. Animais maiores poderão ser
capturados e levados para áreas naturais seguras, e outros poderão ser
incentivados a se locomover (fuga) com seus próprios meios.

Algumas Medidas Relativas aos Impactos Ambientais Sobre o


Meio Biótico

 O uso das faixas de domínio da Via Lagunar deve ser fiscalizado,


visando impedir a construções de obras civis, ou qualquer atividade nesta
área.
 Educação Ambiental: as comunidades locais devem receber
esclarecimentos sobre como conviver com as ações de implantação do
Programa.
 Manter a vegetação na área de Preservação Permanente em um trecho
de 30 metros em toda a extensão da Via Lagunar;

345
 Fiscalização e manutenção periódica da APP durante a fase de
operação minimizando os riscos de invasão.

Impactos sobre o meio físico, biótico e socioeconômico -


medidas mitigadoras propostas

A avaliação dos impactos ambientais passíveis de serem gerados (esperados)


neste Programa foi iniciada, então, através da caracterização das atividades
impactantes a serem implementadas nos distintos compartimentos: físico,
biótico e antrópico, na fase de implantação e fase de operação.

A partir da caracterização das atividades impactantes, procedeu-se à definição


dos impactos ambientais de acordo com as Intervenções ambientais que os
distintos compartimentos pudessem sofrer, considerando as ações diretas
praticadas pelo Programa sobre o ambiente no qual se insere; uma intervenção
ambiental significa o ato de introduzir no ambiente, temporária ou
permanentemente, novos elementos ou fatores capazes de afetar as relações
físicas, físico-químicas, biológicas ou sócio-econômicas nele prevalentes.

As intervenções ambientais, como ações diretas, promovem a ocorrência de


processos de remanejamentos físicos e funcionais, cuja implantação,
abrangência e profundidade estão intimamente ligados às intervenções
realizadas.

Esses processos são denominados alterações ambientais. Todos os demais


processos que ocorrem derivados das alterações, modificando a expressão dos
bens ambientais e, possui caráter compulsório, são denominados de
fenômenos ambientais.

As mensurações de cada uma dessas mudanças de expressão de bens


ambientais através de fenômenos qualificam os impactos ambientais, portanto
as medidas dessas ações são denominadas de impactos ambientais.

346
A partir destes conceitos, seram definidos os impactos ambientais esperados
nas fases de Planejamento (P), Instalação (I) e Operação (O), levando em
consideração a implantação das Via Lagunar e as outras obras de urbanização
definidas no Programa, tratados de forma distintas.

Meio Fatores Geradores de Impactos


Impactos
Físico Movimentação de Compactação do Solo; (ADA, AID)
máquinas pesadas Vazamento de óleo e graxas;(ADA)
Alteração da qualidade do ar pelo
aumento da concentração de material
particulado em suspensão;(ADA, AID)
Ruídos;(ADA, AID)
Contaminação do solo;(ADA)
Geração de Particulados (ADA, AID)
Emissão CO2;(AID)
Desencadeamento de processos
erosivos(ADA)
Risco de acidentes;(ADA, AID)
Demolição e Construção de Geração de Resíduos Sólidos(ADA,
moradias AID e AII)
Geração de resíduos da construção
Civil; (ADA, AID e AII)
Instalação do canteiro de Geração e resíduos sólidos e esgoto;
Obras (ADA, AID e AII)
Instalação das obras de Produção de rejeito estéril;(AID)
terraplenagem e obras Risco de instalação de processos
afins erosivos e aporte de sedimentos para
corpos d‟água;(ADA, AID e AII)
Direcionamento das águas
pluviais;(AID, AII)
Alteração de paisagem;(AID)
Consumo e desperdício de recursos
naturais; (AII)
Risco de inundação;(ADA, AID)
Finalização das obras Melhoria da qualidade do ar;(AID)
347
Meio Fatores Geradores de Impactos
Impactos
Eliminação de focos de vetores;(AID)
Abertura de Caminhos; Alteração na paisagem;(ADA)
Antrópic Instalação da obra Geração de conhecimento;(AID)
o Geração de trabalhos;(AID, AII)
Geração de trabalho e renda;(AID)
Dinamização do comercio local; (AID)
Manifestação de conflitos; (AID)
Aumento no transito nas vias de
acesso; (AID)
Geração de tributos;(AID, AII)
Doenças de veiculação hídrica(AID)
Geração de expectativa;(AID, AII)
Melhoria do Aspecto Visual;(AID, AII)
Alteração no cotidiano da população;
(AID)
Bem-estar psicossocial; (AID)
Mobilização social; (AID)
Geração de empregos indiretos;(AID,
AII)
Geração de empregos diretos;(AID,
AII)
Dinamização da economia local;
(AID)
Riscos de acidentes pessoais; (AID)
Incremento no comércio de serviços;
(AID)
Transtorno no transito local; (AID)
Valorização de imóveis locais; (AID)
Remoção de edificações
precárias;(ADA, AID)
Impacto cultural; (AID)
Desgastes das vias de acesso;(AID,
AII)
348
Meio Fatores Geradores de Impactos
Impactos
Melhoria na qualidade de vida; (AID)
Melhoria do Trafego da região;(AID,
AII)
Melhoria na qualidade da saúde
pública; (AID)
Criação de novas atividades
comerciais. (AID)
Biótico Uso de máquinas pesadas Geração de ruídos;(ADA, AID)
Abertura de Caminhos.(ADA, AID)
Desmatamentos Diminuição da cobertura
vegetal;(ADA, AID)
Risco sobre a flora e fauna do
mangue; (ADA, AID)
Afugentamento da fauna; (ADA, AID)
Dispersão de animais peçonhentos;
(ADA, AID)
Alteração da paisagem; (ADA, AID)
Alteração na dinâmica do
ecossistema local.(AID, AII)
Retirada de casas e criação Enriquecimento da flora;(ADA, AID)
de área de APP na margem Enriquecimento da fauna; (ADA, AID)
da Laguna Mundaú
Alteração da paisagem.(ADA, AID e
AII)

(AII): Impactos que tem interferência com a área de influência indireta.


(ADA): Impactos que tem interfderência com a área diretamente afetada.
(AID): Impactos que tem interfderência com a área de influência direta.
(ADA, AID): Impactos que tem interferência com a área diretamente afetada e influência direta.
(ADA, AID e AII): Impactos que tem interferência com a área de influência indireta, Indireta e
diretamente afetada.
(AID, AII): Impactos que tem interfderência com a área de influência direta e indireta.

A partir dos impactos identificados por cada especialista ou conjunto de


especialista responsável por uma determinada área, e os atributos acima
349
definidos, chegou-se a seguinte avaliação ambiental, descrito abaixo,
concernente ao Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió.

Para viabilidade plena do empreendimento, os impactos ambientais e suas


mitigações estão descritos, conforme a fase do empreendimento: Fase de
Planejamento, onde se destacam as ações de estudos voltados a obtenção da
Licença Prévia – LP e da Licença de Instalação – LI, sendo que o grande
destaque são as obras de engenharia, e Fase de Operação, onde o Programa
de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió irá ser implantado.

Descrição dos impactos Identificados para a Implantação da


Via Lagunar

Os impactos foram analisados segundo três fases distintas do processo: a fase


de planejamento, a fase de instalação e a fase de operação do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, no que tange a obra da Via
Lagunar. A seguir serão identificados, relatados e indicadas às medidas
mitigadoras e compensatórias de cada um deles.

350
Quadro 1: Impactos ambientais na fase de Planejamento

Meio Biótico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Abertura de A abertura de caminhos Não é necessário mitigar,
caminhos para ser utilizado pela uma vez que o
equipe de topografia na procedimento é
execução do levantamento temporário. Porem deve-
topográficos da área do se abrir espaços
Programa.Essaação causa estritamente necessários
o afugentamento da fauna, para realização desses
compactação do solo, trabalhos.
supressão de vegetação e
geração de ruídos.
Geração de ruídos Os ruídos gerados na fase Não é necessário mitigar,
de estudos, onde veículos uma vez que o
e equipes técnicas procedimento é
estiveram na área e, temporário. No entanto,
através dos ruídos deverá ser evitado o
inerentes, promoverão o trânsito de veículos
afugentamento da fauna e durante o período
incomodo a população da noturno em áreas
área do entorno. Essa habitadas.
intervenção extremamente
pequena e esporádica, não
materializando o impacto.
Meio Antrópico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Geração de ruídos Os ruídos gerados na fase Não é necessário mitigar,
de estudos, onde veículos uma vez que o
e equipe técnica estiveram procedimento é
na área e, através dos temporário. No entanto,
ruídos inerentes, deverá ser evitado o
promoverão o trânsito de veículos
afugentamento da fauna e durante o período
incomodo a população da noturno em áreas
área do entorno. Essa habitadas.
intervenção extremamente
pequena e esporádica, não
materializando o impacto.

351
Meio Biótico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Abertura de A abertura de caminhos Não é necessário mitigar,
caminhos para ser utilizado pela uma vez que o
equipe de topografia na procedimento é
execução do levantamento temporário. Porem deve-
topográficos da área do se abrir espaços
Programa.Essaação causa estritamente necessários
o afugentamento da fauna, para realização desses
compactação do solo, trabalhos.
supressão de vegetação e
geração de ruídos.
Meio Antrópico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Geração de Trata-se de um impacto na Disponibilizar versões do
conhecimento geração da cultura local. Relatório de Impacto
Os estudos com os sobre o Meio Ambiente
levantamentos realizados (RIMA) nas bibliotecas
de forma multidisciplinar e, públicas do município de
ao seu final, é integrado no Maceió, nas Associações
sentido mais amplo da do bairro do Bom Parto e
geração de conhecimento. no órgão ambiental
Trata-se do conhecimento responsável pelo
crítico e aprofundado do licenciamento ambiental
meio físico, meio biótico e do Programa.
do meio antrópico, de suas
capacidades e limitações
e, sobretudo, dos níveis de
necessidades adicionais
voltadas a sustentabilidade
do(s) ecossistema(s)
envolvido(s). São estudos
que podem e devem ser
disponibilizados para
permitir ampliar a geração
de conhecimento através
de bibliotecas públicas
locais.
Geração de Renda Com a contratação dos Sem mitigação.
serviços voltados à
geração de Projetos e

352
Meio Biótico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Abertura de A abertura de caminhos Não é necessário mitigar,
caminhos para ser utilizado pela uma vez que o
equipe de topografia na procedimento é
execução do levantamento temporário. Porem deve-
topográficos da área do se abrir espaços
Programa.Essaação causa estritamente necessários
o afugentamento da fauna, para realização desses
compactação do solo, trabalhos.
supressão de vegetação e
geração de ruídos.
Estudos Ambientais, são
disponibilizados recursos
que, de forma indireta,
circulam na área de
influência direta, na forma
de insumos, transporte,
etc.
Geração de É ainda fruto dos serviços Sem mitigação.
Trabalho voltados a elaboração de
Projetos e Estudos
Ambientais. Com estes,
são contratados
consultores para esta
finalidade que contribuem
com seus conhecimentos
e, por consequência, são
remunerados pelos
trabalhos realizados.
Meio Antrópico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Valorização de Com as mobilizações Elaborar um
imóveis sociais e reuniões de planejamento voltado a
esclarecimentos, verifica- atender os anseios, de
se que a população forma social e econômica
demonstra considerável justas.
ansiedade voltada ao
conhecimento dos
parâmetros de segurança,
dos valores que serão

353
Meio Biótico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Abertura de A abertura de caminhos Não é necessário mitigar,
caminhos para ser utilizado pela uma vez que o
equipe de topografia na procedimento é
execução do levantamento temporário. Porem deve-
topográficos da área do se abrir espaços
Programa.Essaação causa estritamente necessários
o afugentamento da fauna, para realização desses
compactação do solo, trabalhos.
supressão de vegetação e
geração de ruídos.
praticados na indenização
de moradias e benfeitorias
e, sobretudo, dos
procedimentos voltados ao
reassentamento das
famílias que serão
diretamente atingidas.
Trata-se de um laboratório
do pleno exercício
democrático voltado aos
ajustes de ansiedades e
necessidades. Nessas
ocasiões é comum a
polarização de aceitação
do Programa. Essa
polarização é benéfica no
sentido de que, naquele
momento, as dúvidas são
dissipadas e naturalmente
surgem idéias sustentáveis
que podem ser
incorporadas ao processo.

354
Quadro 2: Impactos ambientais na fase de Implantação.
Meio Físico
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Instalação do Como apoio às 1- Monitorar
canteiro de obras atividades durante a sistematicamente o
implantação das obras, processo construtivo no
será instalado um que concerne à geração,
canteiro de obras, que segregação, reutilização,
deverá estar localizado reciclagem, transporte e
dentro da gleba. destinação final dos
resíduos sólidos.
Neste canteiro estarão
2- Os efluentes
localizados escritório,
sanitários, face à
almoxarifado, refeitório
pequena quantidade
e instalações de outros
gerada, deverão ser
serviços de apoio.
dispostos através de
A operação do canteiro fossas e valas de
gera principalmente infiltração;
resíduos sólidos e 3- As máquinas e
esgotos sanitários, pela equipamentos deverão
presença dos ter um local próprio e
trabalhadores. Também exclusivo para
é possível a geração de estacionamento,
efluentes oleosos pernoite e manutenção,
decorrente da concentrando os
manutenção do acidentes de
maquinário na área. vazamentos e facilitando
a recuperação (retirada
e descarte) imediata do
solo contaminado.

Alteração da Durante a Fase de 1- Recomenda-se


qualidade do ar Instalação, as emissões manter essas estradas
pelo aumento da atmosféricas mais de serviços e caminhos
concentração de significativas serão com um mínimo de
material particulado constituídas umidade, evitando-se a
em suspensão basicamente de material emissão de particulados.
particulado em Caminhão chafariz é
suspensão proveniente uma das soluções
da limpeza e normalmente adotadas.
preparação do terreno 2- Utilização de
para as instalações, tais cobertura nos
355
Meio Físico
como, da abertura das caminhões através do
vias de acesso, da recobrimento das
movimentação de carrocerias com lonas,
cargas, da quando do transporte de
intensificação de tráfego materiais granulados.
de veículos e máquinas 3- Controle de
em atividades na obra, velocidade dos veículos
da construção civil e nas em toda a área do
escavações para empreendimento e no
instalação da seu acesso.
infraestrutura básica. 4- Realização de
manutenções
Todas essas atividades
preventivas nos veículos
citadas apresentam
de transporte de pessoal
potencial para geração
e de materiais de forma
e suspensão de poeira
a manter os motores
no ar, devido à ação
regulados e intervir
eólica sobre a superfície
sempre que for
exposta do solo, a
constatada a emissão de
movimentação de
fumaça fora do normal.
materiais, a passagem
dos veículos e
máquinas em vias.
Geração de Ruídos Nessa fase, várias 1- Recomenda-se a
máquinas e veículos utilização de
adentrarão a área e lá Equipamentos de
permanecerão por Proteção Individual
vários meses, com (EPIs) para os
funcionamento diário. O trabalhadores;
ruído dos motores, dos 2- Executar o serviço
escapamentos e dos com intensidade de
deslocamentos dessas ruídos e vibrações
máquinas e veículos dentro das exigências
somam-se no sentido de normativas;
promover significativo 3- Diminuindo a emissão
incremento com fortes de ruídos e vibrações
incômodos auditivos. que possam perturbar
Esse impacto também demasiadamente a
ocorreria durante a população local, quando
operação da Via possível;
Lagunar obra que 4- Evitar trabalhos no
também faz parte do período noturno.
Programa de
Requalificação Urbana
da Orla Lagunar de
356
Meio Físico
Maceió.
Contaminação do A operação do canteiro 1- Para evitar que
solo de obras, incluindo resíduos sólidos diversos
refeitório, banheiros e gerados na obra contaminem
almoxarifados, o ambiente terrestre, os
transporte terrestre e mesmos deverão receber
armazenamento de tratamento, reciclagem ou
combustíveis para disposição final, conforme as
abastecimento de regras estabelecidas pelo
máquinas em frentes de gerenciamento de resíduos.
serviços, A empresa responsável
armazenamento de pelas obras deverá ser
óleos usados e seu também responsável pelo
transporte para retirada gerenciamento dos resíduos
da área do gerados na instalação do
empreendimento, e empreendimento, sendo
ainda, pequenos fiscalizada pelo
reparos em máquinas e empreendedor.
equipamentos podem, 2- As atividades de
em caso de acidentes, limpeza e manutenção de
causarem contaminação veículos e de maquinários
dos recursos hídricos e deverão ser realizadas em
dos solos por resíduos locais apropriados e
oleosos, por esgotos adequados,
sanitários e por resíduos preferencialmente cobertos,
diversos. impermeabilizados, com
rede coletora e dotados de
Assim, as principais
tanques de sedimentação
atividades causadoras
com separadores água-óleo,
de impactos potenciais
devido às potenciais
sobre a qualidade das
gerações de
águas e do solo estão
resíduos/efluentes oleosos.
relacionadas com a
geração de esgotos
sanitários nos canteiros
de obras, movimentação
e transporte de material
sólido, e geração de
efluentes oleosos em
atividades de
manutenção de
veículos, máquinas e
equipamentos, e além
do armazenamento de
óleo, combustíveis e
357
Meio Físico
resíduos.
Risco de Inundação A Área Diretamente Recomenda-se a
Afetada possui um implantação de dispositivos
histórico considerável de drenagem bem
de alagamentos e dimensionados.
encharcamentos. Sua
declividade é suave,
indicando que as águas
drenam para a Laguna
Mundaú. Este fato
sinaliza para a
necessidade de um
sistema de drenagem
eficiente, buscando-se
eliminar a possibilidade
de carreamento de
detritos para a Laguna.
Também a influência
das marés na área é
muito intensa
provocando
alagamentos
constantes. A Via
Lagunar servirá como
contenção da influência
das marés na área.
Desencadeamento De acordo com os 1- Deverá ser construído
de processos dados e informações o quanto antes o sistema de
erosivos apresentados no drenagem (canaletas e
presente estudo outros dispositivos) evitando
ambiental, é sabido que o aumento das velocidades
em diversos trechos da de escoamento superficial
AID e AII do que possam causar erosão;
empreendimento
ocorrem processos
2- Encaminhar a saída
erosivos associados àsdas águas das vias de
bordas dos Tabuleiros circulação para estruturas de
Costeiros, sustentadasdissipação de energia. No
localmente por litologias
sopé das estruturas de
do Grupo Barreiras. dissipadores poderão ser
Tais processos são instaladas caixas de brita
bastante comuns na para contenção de sólidos e
região dominada pelos redução do impacto das
águas e evitar disposição de
358
Meio Físico
Tabuleiros Costeiros ao material terroso junto às
longo do litoral do linhas preferenciais de
estado de Alagoas, visto escoamento das águas
a natureza geológico- pluviais;
geotécnica dos
materiais
geopedológicos 3- Em locais com declive
constituintes do Grupo acentuados, deverá ocorrer a
Barreiras, onde as revegetação com gramíneas
ações pluvioerosivas e que tem a função de
gravitacionais proteger do impacto cinético
condicionam a da água das chuvas e dos
ocorrência de processos conseqüentes escoamentos
erosivos severos, superficiais com a possível
comumente associados ocorrência de processos
a movimentos coletivos erosivos.
de massa
(deslizamentos e
escorregamentos).
Essa dinâmica natural,
em certos casos é
potencializada pela
ação antrópica, no que
tange as mudanças de
uso e manejo dos solos
originados dos
sedimentos do Grupo
Barreiras e/ou de
intervenções físicas
(cortes, rebatimentos,
remoções, etc.) sobre
os mesmos, acelerando,
ou até mesmo, iniciando
a ação
geomorfodinâmica
natural, com destaque
para os setores de
bordas dos Tabuleiros,
que comumente
apresentam moderada a
forte clinometria.
Compactação do A movimentação de A movimentação deve-se se
Solo equipamentos promove restringir ao mínimo de
a compactação do solo, áreas, evitando compactar
359
Meio Físico
pelo elevado peso solos, comprometendo a
desses equipamentos. operacionalidade de sua
Isso ocorrerá função social. Retirar a
especialmente na áreas cobertura arbórea do solo
diretamente afetadas apenas onde for estritamente
pelas ações de necessário.
implantação do
Programa. Durante as
fases de supressão
vegetal e preparo do
terreno para
implantação da Via
Lagunar, ocorrerá
compactação do solo,
com selamento de sua
camada superficial. O
solo estando desnudo e
compactado favorece o
aparecimento de
escoamento superficial,
ação que pode causar o
aparecimento de sulcos
no solo produzido pelo
escoamento livre da
água de chuva e até
pequenas voçorocas.
Esse processo também
contribui para o
carreamento de
nutrientes para os
cursos d‟água.
Contaminação No canteiro de obras As áreas destinadas a
química existirão oficinas de estacionamento de veículos
veículos máquinas e e oficinas de máquinas e
motores, além de área motores devem receber um
de estacionamento de tratamento de
veículos. Essas áreas impermeabilização e/ou
estarão proteção, cercada por
permanentemente canaletas “U” que direcionem
sujeitas a serem esses poluentes para uma
atingidas por caixa separadora de
vazamentos de óleo/água dando, a partir daí,
combustível, óleos e a destinação adequada
graxos. Esses materiais através de coleta por

360
Meio Físico
são altamente poluentes empresa especializada. Na
e a contaminação do eventualidade de
solo por contaminação do solo por
hidrocarbonetos combustíveis, óleos e/ou
compromete graxos, esse solo deve ser
definitivamente esses removido e conduzido para
solos, impedindo-os de incineração.
qualquer uso. Poderá
comprometer, inclusive,
os recursos hídricos de
superfície, se os
poluentes forem
carreados pelo
escoamento superficial.
Abertura de Para a real operação do As aberturas de caminhos de
Caminhos canteiro de obras torna- serviços devem estar
se necessário a concentrados na área
abertura de estradas de diretamente afetada e
acesso e de serviços - excepcionalmente limitados
os caminhos. Tal às áreas circunscritas pelo
procedimento exigirá a polígono da desapropriação.
regularização Nas áreas mais externas,
morfométrica de alguns devem estar limitas às vias já
trechos através de existentes. Com isso,
“cortes” e “aterros” impede-se a
através de “raspagem. abertura/degradação de
novas áreas. E, por
consequência, otimiza-se a
utilização dos trechos viários
já implantados para as
necessidades de serviços
internos.
Alteração da Desde a implantação Sem Mitigação
paisagem até a sua fase de
operação, serão
percebidas mudanças
no cenário paisagístico,
como a desocupação e
recuperação da APP,
melhoria da qualidade
das moradias, melhoria
no escoamento do
tráfego de veículos na
parte alta da cidade e
361
Meio Físico
com melhoria no
abastecimento de água
potável, no manejo de
água pluvial, na coleta e
tratamento de esgoto,
na limpeza urbana, no
manejo de resíduos
sólidos e o controle de
vetores, visando à
saúde das
comunidades.
Emissão de gases Esse impacto está Realizar manutenção
relacionado com o preventiva visando a ideal
tráfego de veículos e regulagem dos motores de
presença de caminhões máquinas, caminhões e
e máquinas, nas veículos.
estradas que dão
acesso a obra, durante
a fase de implantação
do Programa, que
deverá provocar um
aumento de poluentes
na atmosfera devido aos
gases dos
escapamentos dos
veículos.
Os gases produzidos na
combustão de
hidrocarbonetos são
CO, CO2, NOX, SO2,
cloreto na forma iônica
(Cl-), e, também, as
fases voláteis do próprio
combustível
(hidrocarbonetos).
Todos os parâmetros
relacionados à
qualidade do ar devem
apresentam-se abaixo
dos padrões definidos
pela Resolução
CONAMA nº 003/90.
Geração de Os resíduos sólidos da Reaproveitar o máximo

362
Meio Físico
resíduos da construção civil no possível os resíduos de
construção Civil Programa de Classe A e promover a
Requalificação Urbana destinação correta a todos
da Orla Lagunar de os tipos de resíduos
Maceió apresentam produzidos nas obras do
grandes problemas Programa.
ambientais devido Todo o transporte de
principalmente à grande
resíduos devem ser
quantidade produzida, realizados com caminhões
principalmente aquele utilizando lona no trajeto até
proveniente da a destinação final.
demolição das
habitações que serão
removidas da área de
preservação
permanente e as da
adequação urbanística
do bairro.
A construção civil gera
significativa quantidade
de resíduos. Esse
volume chega a
comprometer a vida útil
dos aterros sanitários
quando ali dispostos
esses resíduos. Dentre
eles estão às sobras de
papel, papelão,
plásticos, madeira, ferro,
etc. Nessa rota, o
Conselho Nacional de
Meio Ambiente editou a
Resolução Nº 307 que
classifica esses
resíduos e define
procedimentos.
Os resíduos da
construção civil serão
reaproveitados na obra,
sempre que possível,
como os da classe A.
Aqueles não reutilizados
serão destinados ao
Aterro Sanitário do
363
Meio Físico
município de Maceió.
Os da Classe B serão
segregados e colocados
a disposição das
Associações de
catadores de Maceió.
Geração de A instalação do canteiro Para impedir o agravamento
efluentes sanitários de obras fatalmente se do problema deve-se
situará às margens da promover a utilização de
Lagoa Mundaú. Este banheiros químicos no
fato permite que mesmo interior do canteiro, com a
involuntariamente, permanente coleta dos
materiais diversos esgotos por empresa
sejam lançados no especializada e, dando-se
corpo hídrico, com isso, a destinação
principalmente os adequada a esses poluentes.
efluentes sanitários
gerados. Esse
procedimento induzirá
ao comprometimento da
qualidade da água no
que tange a coliformes
totais, nitritos e nitratos.
Promove assim a
alteração adversa do
corpo hídrico, poluindo-
o. A Lagoa, no que diz
respeito ao transporte
de sedimentos e ou
poluentes, encontra-se
em relativo estado de
desequilíbrio dinâmico,
haja vista o
desenvolvimento urbano
com lançamento de
esgotos e águas
servidas.
Direcionamento das Será exigida da Elaboração de um Plano de
águas pluviais construtora responsável Controle Ambiental que trate,
pela obra, a instalação também desse tipo de
de bacias de contenção, impacto.
nos locais de
armazenamento de
óleos e combustíveis,
364
Meio Físico
bem como caixas
separadoras de óleo e
graxas, na saída do
sistema de drenagem
das áreas de oficina e
posto de combustível
(se houver) do canteiro
de obras. Assim, as
águas superficiais da
AID não deverão sofrer
contaminação por estes
tipos de efluentes.
A única alteração
esperada refere-se ao
aumento da turbidez
das águas, decorrente
da intervenção direta
próxima aos córregos e
da ação de chuvas e
enxurradas durante os
trabalhos de escavação,
execução de aterros,
que será mitigada com a
adoção de medidas de
controle de erosão e
assoreamento. Assim,
não são esperadas
alterações significativas
na qualidade das águas,
que por sinal já estão
bastante poluídas por
lixo e esgoto.
Alteração da A alteração da Instalação de redes de
qualidade da água qualidade das águas drenagem e sistemas de
superficial superficiais poderá tratamento de efluentes;
ocorrer através do Monitoramento de qualidade
lançamento de efluentes dos efluentes e dos corpos
sanitários, águas receptores.
servidas contaminadas,
derrames ou
vazamentos de óleos,
graxas ou produtos
químicos, diretamente
no solo ou nos corpos
365
Meio Físico
d‟água receptores,
neste caso, a Lagoa
Mundaú. Também
causam alterações na
qualidade das águas os
carreamentos de
resíduos de solo
decorrentes de
processos erosivos

Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
Geração de Nessa fase, várias Recomenda-se a utilização de
Ruídos máquinas e veículos Equipamentos de Proteção
adentrarão a área e lá Individual (EPIs) para os
permanecerão por trabalhadores;
vários meses, com Executar o serviço com
funcionamento diário. O intensidade de ruídos e
ruído dos motores, dos vibrações dentro das exigências
escapamentos e dos normativas;
deslocamentos dessas Diminuindo a emissão de ruídos
máquinas e veículos e vibrações que possam
somam-se no sentido de perturbar demasiadamente a
promover significativo população local, quando
incremento com fortes possível;
incômodos auditivos. Evitar trabalhos no período
Esse impacto também noturno
ocorreria durante a
operação da Via
Lagunar obra que
também faz parte do
Programa de
Requalificação Urbana
da Orla Lagunar de
Maceió.
Risco de A Área Diretamente Recomenda-se a implantação de
Inundação Afetada possui um dispositivos de drenagem bem
histórico considerável dimensionados e remoção das
de alagamentos e famílias das áreas sujeitas a
encharcamentos. Sua inundação.
declividade é suave,

366
Meio Antrópico
indicando que as águas
drenam para a Laguna
Mundaú. Este fato
sinaliza para a
necessidade de um
sistema de drenagem
eficiente, buscando-se
eliminar a possibilidade
de carreamento de
detritos para a Laguna.
Também a influência
das marés na área é
muito intensa
provocando
alagamentos
constantes. A Via
Lagunar servirá como
contenção da influência
das marés na área.
Eliminação de Os focos de vetores são Com a implantação de
foco de vetores próprios de ambientes dispositivos de drenagem, evitar-
de acúmulo de lixo e/ou se-ão áreas alagadas na área de
de inundações. estudo e com a coleta periódica
de lixo e disposição adequada
desses resíduos, igualmente
será superada a expectativa de
incômodos.

Manutenção do Será necessário o Elaboração de Estudo


patrimônio desenvolvimento de um Arqueológica na área
arqueológico estudo arqueológico na diretamente afetada pelas ações
área definida pelo do Programa, obedecendo ao
IPHAN após consulta termo de referência emitido pelo
feita a este órgão IPHAN.
federal. Existe a
obrigatoriedade desse
estudo para todos os
empreendimentos cujo
objeto de licenciamento
ambiental seja um
EIA/RIMA, o que é o
caso.
Alteração da Desde a implantação Sem Mitigação
paisagem até a sua fase de
367
Meio Antrópico
operação, serão
percebidas mudanças
no cenário paisagístico,
como a desocupação e
recuperação da APP,
melhoria da qualidade
das moradias, melhoria
no escoamento do
tráfego de veículos na
parte alta da cidade e
com melhoria no
abastecimento de água
potável, no manejo de
água pluvial, na coleta e
tratamento de esgoto,
na limpeza urbana, no
manejo de resíduos
sólidos e o controle de
vetores, visando à
saúde das
comunidades.
Risco de Para a implantação do 1- Obrigatoriedade
acidentes Programa de para os colaboradores
Requalificação Urbana envolvidos na execução
da Orla Lagunar de das obras do uso de
Maceió será necessária roupas apropriadas,
a instalação de desvios botinas protetoras,
de tráfego bem como à capacetes e os
movimentação de equipamentos de
máquinas e proteção individual (EPI)
equipamentos. Mesmo de acordo com o tipo de
no período de obras a serviço realizado;
população irá utilizar os 2- Sinalização de
locais para tráfego, orientação a população
favorecendo a diretamente afetada e os
possibilidade de que colaboradores da obra;
ocorram acidentes 3- Restrição de
envolvendo pedestres, acesso às áreas que
ciclistas e veículos oferecem riscos;
leves. Outro fator 4- Capacitação e
relevante são os riscos conscientização dos
que as atividades trabalhadores e
construtivas que as moradores para a
atividades de prevenção de acidentes e

368
Meio Antrópico
implantação do atendimento de primeiros
programa podem socorros quando
oferecer aos necessário;
funcionários e 5- Para a operação de
moradores envolvidos. máquinas e
equipamentos, todas as
medidas de segurança
devem ser tomadas para
proteção aos
trabalhadores, e as
máquinas devem ser
utilizadas sempre em
boas condições.

Remoção de Com a desocupação e Elaboração de um Plano de


Edificações demolição das Reassentamento das famílias
Precárias construções irregulares, diretamente atingida por essa
existentes na área a ser ação do programa.
ocupada pelas ações do
Programa de
Requalificação Urbana
da Orla Lagunar de
Maceió analisados
neste EIA, haverá uma
redução de unidades
habitacionais, de
atividades econômicas,
entre comércio e
serviços. Isto resultará
em demanda por novas
unidades habitacionais
e de novas unidades
para atividades
econômicas que está
previsto no programa a
construção de 1.712
unidades habitacionais
e 94 unidades
comerciais.
Considerando-se que
tanto as unidades
residenciais quanto as
atividades econômicas
serão restabelecidas

369
Meio Antrópico
após a implantação total
do Programa, este
impacto direto e
adverso, deverá ser
temporário, reversível,
imediato e local, restrito
à ADA. Isto no primeiro
momento deverá gerar
um conflito de interesse
até que a comunidade
entenda realmente os
objetivos do programa.
Doenças de Um indicativo de : O Programa contemplará
veiculação potencial contaminação dentre varia ações também a
hídrica por esgotos nas áreas implantação de saneamento
visitadas durante as básico do Bairro do Bom Parto
pesquisas de campo. A circunvizinhos a Lagoa.
contaminação pelo
esgoto pode promover o
surgimento de doenças
como a hepatite,
diarréias e
esquistossomose. Essa
última apresenta
elevada relevância em
regiões onde o
saneamento básico não
se apresenta
amplamente
implementado. Fato
comum na região
Nordeste. Um impacto
de alta relevância,
irreversível e de grande
abrangência.
Melhoria na Pode-se então destacar, Sem mitigação
Qualidade de na história brasileira
Vida recente, alguns
momentos em que
houve um processo
acelerado de
desenvolvimento
econômico, cujos
reflexos se fizeram notar
370
Meio Antrópico
através da implantação
de grandes obras. A
expectativa maior é a
possibilidade de
crescimento econômico
e social, mediante a
instalação das obras do
Programa e que, com
isso, frutifique a
melhoria da qualidade
de vida (alimentação,
educação, moradia,
saneamento e saúde).
Observa-se que a
grande massa da
população se encontra
subempregada
(economia informal) ou
recebendo baixos
salários, quando não
desempregada.
Paralelamente, com a
implantação de um
empreendimento
localmente de porte
diferenciado,
potencialmente gerador
de emprego e renda, a
população tende a se
mobilizar e pressionar
seus governantes por
mais e melhor
infraestrutura e por mais
e melhor qualidade de
vida.
Geração de O empreendimento Preferência de contratação da
Empregos induzirá a criação de mão-de-obra local
Diretos empregos diretos. Os
novos postos de
trabalho serão
destinados
preferencialmente para
a contratação da mão
de obra local. Nesse

371
Meio Antrópico
contingente de
trabalhadores serão
contratados de todos os
níveis, desde que
localmente disponíveis,
com destaque para a
mão-de-obra operária.
Geração de Na atividade da Preferência de contratação da
Empregos construção civil existe mão-de-obra local.
Indiretos uma relação de geração
mínima de 2 empregos
indiretos para cada
emprego direto gerado.
Será alto o contingente
de trabalhadores que de
forma direta ou indireta
estarão envolvidos com
a implantação do
Programa.
Geração de É um procedimento Sem mitigação.
tributos natural da contratação
de pessoal e da
contratação de serviços,
onde o Poder Público
Municipal irá contar com
a injeção de significativa
quantia em tributos.
Nessa fase, destaque
para o Imposto sobre
Serviços (ISS) a ser
recolhido junto a
Prefeitura Municipal de
Maceió.
Dinamização da A dinamização de Divulgação das ações do
economia local economia aqui tratada Programa de Requalificação
se refere a um Urbana da Orla Lagunar de
segmento novo que Maceió através da implantação
fatalmente despontará de um Programa de
no município. Serão Comunicação Social.
muitas as empresas
prestadoras de serviço
que de forma periférica
se instalarão nas

372
Meio Antrópico
proximidades. Com isso
é forte a tendência do
surgimento de novos
negócios que possuem
uma capacidade
diferenciada de
consumo e de geração
de novos postos de
trabalho.
Transtorno no A movimentação de Recomenda-se o uso da malha
transito local máquinas e veículos urbana com o mínimo de
leves e pesados, nessa veículos e máquinas nos
fase do horários de picos de trânsito,
empreendimento, aliviando a densidade de
fatalmente implicará em equipamentos e minimizando os
um acréscimo de congestionamentos e
trânsito e, com isso, transtornos;
ocasionará transtornos. Recomenda-se a adoção de
informes educativos sobre o
trânsito e o meio ambiente,
utilizando-se de prospectos e/ou
placas orientativas e educativas
que tenham o empreendimento
por foco, minimizando o impacto
sobre a população de usuários
do sistema viário.

Melhoria na A qualidade da saúde Trata-se de um impacto positivo.


qualidade da pública é razão direta da As ampliações de seus efeitos
saúde pública qualidade de vida. Com estarão estreitamente vinculadas
a implantação das obras a consolidação das ações de
do Programa, quando implantação do saneamento
tratamos de básico na comunidade envolvida.
saneamento básico, vai
melhorar
consideravelmente as
condições de qualidade
de vida da população
local, isso reflete
diretamente na melhoria
da qualidade da saúde
pública.

373
Meio Biótico -
Implantação
Fatores Geradores Descrição Mitigação
de Impactos
Geração de Ruídos Nessa fase, várias 1- Executar o serviço
máquinas e veículos com intensidade de ruídos
adentrarão a área e lá e vibrações dentro das
permanecerão por vários exigências normativas;
meses, com 2- Remoção da fauna
funcionamento diário. O existente, quando ocorrer;
ruído dos motores, dos 3- Diminuindo a
escapamentos e dos emissão de ruídos e
deslocamentos dessas vibrações que possam
máquinas e veículos perturbar demasiadamente
somam-se no sentido de os animais quando
promover significativo possível;
incremento com fortes 4- Evitar trabalhos no
incômodos auditivos. Esse período noturno.
impacto também ocorreria
durante a operação da Via
Lagunar obra que também
faz parte do Programa de
Requalificação Urbana da
Orla Lagunar de Maceió.
Grande parte da Área já
estará desprovida de
vegetação, de habitats de
fauna de baixa mobilidade.
A expectativa é que o
meio biótico seja pouco
afetado por este impacto.
Abertura de Para a real operação do As aberturas de caminhos
caminhos canteiro de obras torna-se de serviços devem estar
necessário a abertura de concentradas na área
estradas de acesso e de diretamente afetada e
serviços - os caminhos. excepcionalmente limitados
Tal procedimento exigirá a às áreas circunscritas pelo
regularização polígono da
morfométrica de alguns desapropriação. Nas áreas
trechos através de “cortes” mais externas, devem estar
e “aterros” através de limitas às vias já existentes.
“raspagem. Esse impacto Com isso, impede-se a

374
Meio Biótico -
Implantação
causa transtorno a fauna abertura/degradação de
da área onde está novas áreas. E, por
ocorrendo as atividades, consequência, otimiza-se a
como também, a utilização dos trechos
supressão esporádica de viários já implantados para
alguma vegetação as necessidades de
existente no trecho de serviços internos. Remoção
abertura dos caminhos. da fauna existente no local
da intervenção.

Alteração da A alteração da qualidade Instalação de redes de


qualidade da água das águas superficiais drenagem e sistemas de
superficial poderá ocorrer através do tratamento de efluentes;
lançamento de efluentes Monitoramento de
sanitários, águas servidas qualidade dos efluentes e
contaminadas, derrames dos corpos receptores.
ou vazamentos de óleos, Realizar Programa de
graxas ou produtos Acompanhamento e
químicos, diretamente no Monitoramento da Fauna
solo ou nos corpos d‟água Aquática.
receptores, neste caso, a
Lagoa Mundaú. Também
causam alterações na
qualidade das águas os
carreamentos de resíduos
de solo decorrentes de
processos erosivos.
Ressalta-se que neste
período este impacto pode
alterar também a fauna
aquática local nestes
pontos.
As intervenções no leito
Lagunar para construção
da Via e demolição das
habitações da APP,
podem aumentar a
turbidez e a concentração
de material particulado em
suspensão, por
consequência,
desestruturar os habitats
ali existentes, podendo

375
Meio Biótico -
Implantação
afetar as comunidades
aquáticas locais durante o
período de construção.
Impacto sobre a Na etapa de implantação Instalar placas
Fauna do Programa aumentará sinalizadoras nas principais
consideravelmente a vias de acesso à área de
circulação de veículos, implantação das obras do
sobretudo caminhões e Programa e informar e
carretas, nas principais conscientizar os condutores
vias de acesso ao de veículos quanto à
empreendimento, e nas direção defensiva.
vias internas do bairro e
nos acessos abertos nas
áreas menos ocupadas,
ampliando o risco de
atropelamentos de
animais.
Supressão de A área projetada para as Realizar compensação
vegetação e obras é ambiental pela supressão;
Impacto sobre a predominantemente Implantar o Programa de
flora antropizada. Ora por Acompanhamento,
tratar-se de sítios de Monitoramento e Resgate
frutíferas e manguezal da Flora;
bastante antropizado, ora Dispor adequadamente os
por trata-se de áreas resíduos orgânicos e
abertas onde ocorre vegetação da atividade de
vegetação rasteira, supressão. A madeira não
representada por poderá ser comercializada.
gramíneas. Prioritariamente deverá ser
doada a interessados nas
A vegetação original foi
áreas de influência dos
quase que completamente
impactos, aproveitada
removida da área ao longo
localmente para edificação
dos anos de ocupação,
de cercas delimitadoras de
restando fragmentos de
áreas e/ou trituradas para
mangues, sítios de
utilização em recuperação
frutíferas e árvores
de áreas degradadas e/ou
exóticas em geral, além de
compostagem;
áreas desnudas
abandonadas. Fazer supressão das áreas
estritamente necessárias
Toda vegetação na área
dos acessos e do trecho
onde será implantada a

376
Meio Biótico -
Implantação
Via Lagunar deve ser
suprimida e removida do
local para que não ocorra
o comprometimento da
qualidade da água. Dessa
forma, serão suprimidas
espécies da flora que
estão restritas a essas
áreas. Tais medidas
ocasionarão perturbações
ao meio terrestre,
acarretando
principalmente mudanças
no habitat de diversos
animais, forçando-os a
buscar novos ambientes.
A atividade de supressão
também deve ocasionar
alterações nos ambientes
próximos às áreas de
intervenções. Animais
buscarão novos habitats,
onde os mesmos também
poderão invadir os sítios
existentes na área de
influência do Programa em
busca de lugares seguros.
Neste caso a população
deve ser alertada para que
nenhum tipo de acidente
possa vir a ocorrer. Como
a área é pouco habitada
nos trechos onde irá
ocorrer a supressão,
esses riscos serão
mínimos.
O impacto pode ser
compensado por meio de
enriquecimento e manejo
de vegetação em áreas de
preservação dentro e
próximas as de
intervenção do Programa.
377
Meio Biótico -
Implantação
Haverá a supressão de
vegetação em volumes
ainda não calculados, que
necessita de mensurar a
volumetria e receber
destinação adequada.
Este será um dos
impactos mais
significativos por afetar
todo o meio biótico.
Embora seja uma
pequena faixa de
vegetação original que
será removida, algumas
espécies são afetadas.
Para a Flora, além da
perda direta dos
indivíduos, a supressão
vegetal ainda acarreta os
processos erosivos e de
lixiviação do solo, que
pode dificultar o
estabelecimento de novas
comunidades após o
desmatamento. Com a
supressão da vegetação
original, as espécies da
fauna serão privadas de
seus habitats. As espécies
que apresentarem maior
agilidade serão
afugentadas de seus
territórios pela própria
atividade de
desmatamento. Quando
as espécies saem de suas
áreas de vida originais,
elas devem estabelecer
novas áreas domiciliares,
o que pode levar a
competição intra ou
interespecífica, resultando
em flutuações negativas

378
Meio Biótico -
Implantação
nas populações.
Alteração da A paisagem é fatalmente Trata-se de um impacto
paisagem alterada pelas obras de inevitável. Seu caráter
engenharia, onde temporário e de curto prazo,
máquinas e caminhões em confere o entendimento de
movimento, os que o meio ambiente e seus
particulados, os ruídos e a ecossistemas envolvidos
movimentação de absorvem esses impactos
trabalhadores e materiais sem problemas.
de construção impõem a
“poluição visual” da área.
Essa alteração promove o
afugentamento da fauna
local, em termos de
espécies da avifauna
plenamente adaptadas e
que com as alterações
fatalmente serão alvo de
algum stress.
Afugentamento da O aumento da pressão Trata-se de um impacto
fauna antrópica com a presença inevitável. Seu caráter
do pessoal envolvido nas temporário e de curto prazo,
obras, aumento do nível confere o entendimento de
de ruídos e de veículos na que o meio ambiente e seus
área das ações do ecossistemas envolvidos
Programa afugenta a absorvem esses impactos
fauna, principalmente de sem problemas.
vertebrados,
especificamente nas áreas
menos ocupadas. A
remoção da vegetação
altera os habitats
existentes deslocando ou
suprimindo a fauna
associada.
É caracteristicamente um
impacto negativo e direto
e de ocorrência imediata.
Abrange a Área de
Influência Direta. Sua
duração é temporária e
reversível, pois cessado o

379
Meio Biótico -
Implantação
impacto retornam as
possibilidades de
ocupação da área. É um
impacto de baixa
magnitude, pois o impacto
é bastante limitado no
espaço, e de baixa
importância, pois as
espécies encontradas na
área são comuns em
ambientes alterados
devendo recolonizar a
área rapidamente.
Dispersão de Dentre os prováveis Deve ser observada a
animais impactos negativos sobre necessidade de captura e,
peçonhentos a fauna, pode-se citar a se vier a ser o caso,
destruição de habitats de solicitar a presença do
algumas espécies IBAMA.
adaptadas ao ambiente,
algumas delas são cobras
peçonhentas, que deverão
migrar para outros trechos
provocando competição
por alimento e espaço.
Enriquecimento da O enriquecimento da flora Trata-se de um impacto
flora e fauna se dá indiretamente por eminentemente positivo.
conta da necessidade de Seus efeitos serão
recompor a faixa ciliar da consideravelmente
Lagoa. A fauna terá seu ampliados com a criação da
enriquecimento na Área de Preservação
proporção direta do Permanente no entorno da
enriquecimento da flora. Lagoa no trecho de
influência do Programa.

Alteração na A alteração dos habitats Em função da perspectiva


dinâmica do existentes deverá gerar de reconstituição dos
ecossistema local uma redução no número habitats é um impacto
de espécies na área de reversível, desde que
intervenção da Via formadas medidas
Lagunar. A mitigadoras. A magnitude
descaracterização de considerada foi pequena,
habitats pela supressão de sendo este impacto
espécies vegetais acarreta bastante limitado no
380
Meio Biótico -
Implantação
o desaparecimento da espaço. Este impacto é de
fauna associada. É um baixa importância, pois
impacto de natureza tende a causar
negativa, de incidência modificações pouco
direta e de duração relevantes no ambiente já
temporária, visto que os alterado. Este impacto não
habitats que serão há mitigação.
alterados já são
constituídos por espécies
adaptadas a ambientes
antropizados.
Riscos de A remoção da cobertura Recomenda-se a
eutrofização vegetal da mata durante a implantação de dispositivos
fase de implantação da de drenagem bem
Via Lagunar provocará dimensionados. E as
desnudação dos solos os mesmas mitigações do
quais ficarão vulneráveis a impacto de
erosão das águas pluviais desencadeamento de
proporcionando o processos erosivos.
carreamento de material
para os corpos d‟água,
alterando a qualidade da
água quanto à turbidez e
sólidos em suspensão,
provocando também o
assoreamento da Lagoa.
Este impacto poderá
afetar negativamente
algumas espécies
aquáticas, principalmente
aquelas que não são
resistentes a mudanças na
qualidade da água.
A eutrofização dos corpos
de água para o meio
biótico aquático é um
impacto Negativo,
Reversível, Local,
Relevante, Magnitude
Moderada, Temporário,
Descontínuo, Real, Direto
e Curto. Considerando a
remoção da vegetação, a
381
Meio Biótico -
Implantação
magnitude do impacto é
Moderada, pois a erosão
do solo causada pela
ausência de vegetação
implicará no carreamento
de material para a Lagoa,
alterando a qualidade da
água.

Quadro 3: Impactos ambientais na fase deOperação.


Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
Risco de invasão Com a remoção das Programa de Fiscalização
da área de edificações irregulares e colocação de cercas
Preservação existentes na área de padronizadas para
Permanente (APP) preservação permanente isolamento da área.
inserida na ADA do
Programa, ocorrerá o risco
dessa área ser novamente
ocupada caso não se crie
instrumentos que evitem
essa problemática.
Geração de A decisão pela implantação Ainda durante a fase de
expectativa do Programa, implantação, deverá
acompanhado dos colocar em prática um
trabalhos preliminares de Programa de Comunicação
identificação da área, de Social, visando o
estudos técnicos esclarecimento junto a
ambientais e de viabilidade população envolvida sobre
já realizados na área, o projeto e as medidas de
geram expectativas na controle a serem adotadas,

382
Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
comunidade. Esta sobre as vantagens
expectativa está voltada econômicas a que se
para a possibilidade de submeterão e os reais
contratação de riscos aos quais estão
trabalhadores, expostos.
principalmente para as
atividades voltadas
diretamente para as áreas
de serviços gerais. Isso de
certa forma vem
mobilizando as pessoas,
visto que pode significar a
possibilidade de se obter
uma renda que venha ao
encontro de seus anseios
mais elementares.
Paralelamente, outro tipo
de expectativa gerada diz
respeito à crença de parte
da população, onde se
acredita na idéia da sua
exposição física à toxidade
e a explosividade e que, o
empreendimento interessa
apenas à aquele que o
comercializa.
Impacto cultural O impacto cultural ocorre Distribuição de folhetos e
pelo conhecimento da divulgação através de
população por uma nova todos os tipos de mídia da
alternativa de escoamento importância da obra para
do trânsito da parte alta da cidade de Maceió
cidade e sua importância
no bem-estar da população
do município.
Melhoria na A qualidade da saúde Trata-se de um impacto
qualidade da pública é razão direta da positivo.
saúde pública qualidade de vida. Com a
conclusão das obras do
Programa, quando
tratamos de saneamento

383
Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
básico, vai melhorar
consideravelmente as
condições de qualidade de
vida da população local,
isso reflete diretamente na
melhoria da qualidade da
saúde pública.
Melhoria na Um dos objetivos do Não existe mitigação para
qualidade do Programa é a melhoria do este impacto.
transporte público trafego da região e
transformação da via em
corredor de transporte
público, com isto,
automaticamente irá ter
uma oferta melhor de linhas
urbanas para a
comunidade do Bom Parto.
Melhoria na Com as ações de Não se mitiga esse
segurança pública requalificação do bairro do impacto, se potencializa
Bom Parto, uma delas é com a ampliação da
implantação de um presença de policiamento
desenho urbanístico na ostensivo no bairro.
região central do bairro que
melhore o deslocamento de
veículos e acabe com a
falta de acesso a
determinadas áreas.
Melhoria do O Programa tem ações de Sem mitigação.
tráfego da região requalificação do tráfego da
região e da parte alta da
cidade de Maceió, visando
sua melhoria de fluidez e
de melhoria na qualidade
no transporte público.
Melhoria da O Programa tem ações de Sem mitigação.
qualidade das reassentamento das
moradias locais famílias diretamente
atingidas na remoção das
moradias da APP e na

384
Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
requalificação das vias do
bairro. Com isso
proporcionará uma
melhoria na qualidade de
moradias para estas
famílias e
consequentemente a
melhoria de qualidade de
vida.
Meio Biótico
Impacto Descrição Mitigação
Obstrução da Luz Pelo fato da Via em Manter a vegetação nos
do Sol determinado trecho será espaços vazados da via.
construída sob estacas e Fazer um monitoramento
variando de 1 a 3,5 metros da vegetação que está
de altura, criando um abaixo da estrutura da via
espaço vazado, com isto, durante a fase de operação
haverá obstrução de luz do empreendimento.
solar resultando em
sombreamento parcial da
área inferior. Na maior
parte da área sombreada
existe a presença de
vegetações antropizadas
que sofre diretamente a
influencia das marés
(mangue, capim molhado,
etc.).
Recuperação das O traçado da Via Lagunar A única forma de minimizar
Áreas de será implantado esse impacto será com o
Preservação paralelamente a margem correto manejo das
Permanente - APP da Lagoa Mundaú e atividades nestas áreas,
obedecendo ao que não permitindo a alteração
determina o Novo Código descontrolada do solo em
Florestal que para essa áreas desnecessárias
situação orienta uma próxima ao leito do corpo
distância de 30 metros em hídrico e a supressão de
toda extensão da Via. A vegetação deve ser
mata ciliar deste manancial realizada nos trechos

385
Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
encontra-se com sinais estritamente necessários.
intensos de antropização, Outra medida se dará
com a supressão total e/ou através da recuperação
parcial das espécies dessas áreas diretamente
arbóreas de médio e afetadas, com a elaboração
grande porte e a de um Plano de
predominância de solo Recuperação de Área
exposto e gramíneas. Degradada – PRAD.
Para a implantação do É recomendado por esta
projeto proposto, torna-se equipe o isolamento dessa
inevitável a interferência de área através de cercas
alguns trechos nestas com modelos disponíveis
áreas, há momento que no mercado que
essa distância não será harmonizem com o
obedecida, porém a ambiente, no trecho onde a
interferência dos impactos via passar pela
será mínima, pois a Via comunidade diretamente
passará suspensa, com afetada, evitando a
altura variando entre 1 ocorrência de prováveis
metro a 3,5 metros de invasões da área de APP e
altura. também preservando as
atividades desenvolvidas
Por apresentarem elevada
para sua recuperação.
importância no que diz
respeito à disponibilização
de recursos à fauna e
proteção aos recursos
hídricos, qualquer
modificação desses
ambientes é significativa.
Impacto sobre a Na etapa de operação do Instalar placas
Fauna Programa aumentará sinalizadoras nos trechos
consideravelmente a onde pode ocorrer a
circulação de veículos na travessia da fauna local e
via construída (Via informar e conscientizar os
Lagunar), ampliando o risco condutores de veículos
de atropelamentos de quanto à direção defensiva.
animais. Esse impacto é
menos significativo quando
a Via será construída sob
estacas, variando de 1 a
386
Meio Antrópico
Fatores Descrição Mitigação
Geradores de
Impactos
3,5 metros de altura, pois
facilita a passagem da
fauna por baixo da mesma.

Análise Matricial dos Impactos

A seguir apresentamos as matrizes de avaliação de impacto que estão


divididas nas três diferentes fases: planejamento, instalação e operação.

387
388

DESCRIÇÃO DOS
FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA
NATUREZA DO IMPACTO DURAÇÃO
ESPACIAL
TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE
VALORAÇÃO
IMPACTO
GERADORES DOS
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
FASE PLANEJAMENTO 8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
MEIO ANTRÓPICO

Geração de conhecimento + 1 1 8 10 3 +23 5,25 X


Geração de ruídos - 1 1 8 1 1 -12 2,40 X
Geração de trabalho + 1 1 8 1 1 +12 2,40 X
Mobilizações sociais + 1 4 8 7 2 +22 4,65 X
Geração de Renda + 1 1 8 7 1 +18 3,90 X
Valorização de imóveis + 8 4 4 7 3 +26 4,85 X
TOTAL
+11 +10 +28 +31 +9 +89

388
389

DESCRIÇÃO DOS
FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA
NATUREZA DO IMPACTO

DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO


GERADORES DOS ESPACIAL VALORAÇÃO
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
FASE PLANEJAMENTO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO BIÓTICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Abertura de caminhos - 1 1 8 1 1 -12 X
Geração de ruídos - 1 1 8 1 1 -12 2,40 X
TOTAL
-1 -1 -8 -1 -1 -12

389
390

FASE DE PLANEJAMENTO – MEIO ANTRÓPICO E BIÓTICO

VALORAÇÃO FASE MEIO


MEIO BIÓTICO
PLANEJAMENTO ANTRÓPICO
DURAÇÃO +11 -1
ABRANGENCIA ESPACIAL +10 -1
TEMPORALIDADE +28 -8
REVERSIBILIDADE +31 -1
MAGNITUDE +9 -1
TOTAL +89 -12
os impactos observados na fase de planejamento.

390
FATORES

IMPACTOS

MEIO FISICO
DESCRIÇÃO DOS

GERADORES DOS

FASE IMPLANTAÇÃO
NATUREZA DO IMPACTO

(+/-)
1<3 TEMPORÁRIO

4<7 CÍCLICO

DURAÇÃO
8 < 10 PERMANENTE

1<3 LOCAL

4<7 REGIONAL
ESPACIAL
ABRANGENCIA

8 < 10 NACIONAL

1<3 LONGO PRAZO

4<7 MÉDIO PRAZO

8 < 10 IMEDIATO
TEMPORALIDADE

1<5 REVERSÍVEL

6 < 10 IRREVERSÍVEL
REVERSIBILIDADE

1<3 BAIXA
Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10

4<7 MÉDIA
MAGNITUDE

8 < 10 ALTA

VALORAÇÃO SIMPLES

VALORAÇÃO PONDERADA
TOTAL DA

(VP)
VALORAÇÃO

ACEITAVEL

MITIGAVAVEL
IMPACTO

391
391

COMPENSAR
392

Instalação do Canteiro de
obra
- 2 1 3 2 2 -10 2,05 x
Alteração da qualidade
do ar pelo aumento da
concentração de material - 2 2 8 1 2 -15 2,95 x
particulado em
suspensão
Geração de ruídos - 3 1 8 1 1 -14 2,6 x
Contaminação do solo - 3 2 1 1 2 -9 1,65 x
Risco de inundação - 4 2 5 3 4 -18 3,65 x
Eliminação de foco de
vetores
+ 6 3 5 10 6 +30 6,35 x
Desencadeamento de
processos erosivos
- 4 3 10 3 5 -25 5,10 x
Compactação do solo - 9 1 5 10 1 -26 4,85 x
TOTAL -21 -9 -35 -11 -11 -87

392
393

DESCRIÇÃO DOS

NATUREZA DO IMPACTO
FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA
DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES DOS ESPACIAL VALORAÇÃO
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA
LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

VALORAÇÃO SIMPLES
REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
(VP)
FASE IMPLANTAÇÃO

8 < 10
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO FISICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10

Contaminação química - 1 1 8 2 4 -16 4,05 X


Abertura de caminhos + 9 4 5 10 3 +31 5,90 X
Alteração da paisagem + 10 4 8 10 6 +38 7,50 X
Emissão de gases - 5 1 8 1 2 -17 3,10 X
Geração de resíduos da
construção civil
- 10 3 10 3 10 -36 7,35 X
Geração de efluentes
sanitários
- 9 1 8 1 1 -20 3,20 X
Direcionamento das águas
pluviais
+ 8 3 5 8 4 +28 5,45 X
Alteração da qualidade da
água superficial
- 1 1 8 3 3 -16 3,50 X
Manutenção do patrimônio
arqueológico
+ 10 2 9 9 5 +35 6,85 X

393
394

TOTAL +11 +6 -15 +27 -2 +27

FASE DE IMPLANTAÇÃO – MEIO FÍSICO

VALORAÇÃO MEIO FÍSICO VALOR

DURAÇÃO -10

ABRANGENCIA ESPACIAL -3

TEMPORALIDADE -50

REVERSIBILIDADE +16

MAGNITUDE -13

TOTAL -60

394
395

395
396

DESCRIÇÃO DOS

NATUREZA DO IMPACTO
FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA
DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES DOS ESPACIAL VALORAÇÃO
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA
LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

VALORAÇÃO SIMPLES
REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
(VP)
FASE IMPLANTAÇÃO

8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO ANTRÓPICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Risco de inundação - 10 3 10 8 9 -40 8,15 X
Eliminação de foco de
vetores
+ 10 5 5 8 7 +35 6,85 X
Alteração da paisagem - 3 5 9 3 8 -28 6,00 X
Risco de acidentes - 2 2 8 2 1 -15 2,90 X
Remoção de edificações
precárias
+ 10 3 7 10 7 +37 7,45 X
Doenças de veiculação
hídrica
+ 10 3 10 10 10 +43 8,95 X
Melhoria na qualidade de
vida
+ 10 3 7 8 7 +35 6,95 X
Geração de empregos
diretos
+ 3 7 10 3 10 +33 7,10 X
Geração de empregos
indiretos
+ 3 3 10 3 7 +26 5,60 X

396
397

TOTAL
+31 +14 +22 +29 +30 +126

DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA


DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES DOS ESPACIAL VALORAÇÃO
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA
LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

VALORAÇÃO SIMPLES
REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
(VP)
FASE IMPLANTAÇÃO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO ANTRÓPICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Geração de tributos + 3 7 10 10 7 +37 7,95 X
Dinamização da economia
local
+ 1 1 8 6 1 +17 3,65 X
Transtorno no transito local - 7 7 10 5 7 -36 7,10 X
Melhoria na qualidade da
saúde pública
+ 8 3 5 8 3 +27 5,15 X
Manutenção do patrimônio
arqueológico
+ 1 1 1 6 1 +10 2,25 X
Geração de Ruídos - 3 3 10 5 10 -31 7,00 X

397
398

Alteração da qualidade do
ar pelo aumento da
concentração de material
- 3 3 10 5 10 -31
particulado em suspensão 7,00 X
TOTAL
0 -1 -6 +15 -15 -7

FASE DE IMPLANTAÇÃO – MEIO ANTRÓPICO

VALORAÇÃO MEIO
VALOR
ANTRÓPICO

DURAÇÃO +31

ABRANGENCIA ESPACIAL +13

TEMPORALIDADE +16

REVERSIBILIDADE +44

398
399

MAGNITUDE +15

NATUREZA DO IMPACTO TOTAL +119

DESCRIÇÃO DOS
ABRANGENCIA TOTAL DA
FATORES GERADORES DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
ESPACIAL VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

1 < 3 LONGO PRAZO

VALORAÇÃO SIMPLES
6 < 10 IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
8 < 10 PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

PONDERADA (VP)
IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA

MITIGAVAVEL
BAIXA

COMPENSAR
VALORAÇÃO
ALTA

ACEITAVEL
FASE IMPLANTAÇÃO
8 < 10

8 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO BIÓTICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Geração de ruídos - 6 2 8 1 3 -20 3,65 X

399
400

Abertura de caminhos - 2 2 8 2 2 -16 3,20 X


Alteração da qualidade
-
da água superficial 2 3 4 1 3 -13 2,60 X
Impacto s/ a fauna - 3 3 8 4 2 -20 3,95 X
Supressão de vegetação
-
e impacto s/ a flora 10 3 10 8 8 -39 7,85 X
Alteração da paisagem - 8 3 8 10 7 -36 7,45 X
Afugentamento da fauna - 3 3 10 1 3 -20 3,90 X
Dispersão de animais
-
peçonhentos 1 1 7 6 1 -16 3,75 X
Enriquecimento da flora e
+
fauna 8 3 3 10 8 +32 6,75 X
Alteração da dinâmica do
-
ecossistema local 3 3 7 1 4 -18 3,55 X
Risco de eutrofização - 1 1 4 2 4 -12 2,75 X
TOTAL -31 -21 -71 -26 -29 -178

FASE IMPLANTAÇÃO – MEIO BIÓTICO

VALORAÇÃO MEIO
VALOR
BIÓTICO

400
401

DURAÇÃO -31

ABRANGENCIA ESPACIAL -21

TEMPORALIDADE -71

REVERSIBILIDADE -26

MAGNITUDE -29

TOTAL -178

ANÁLISE SINERGÉTICA DOS IMPACTOS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO

401
402

MEIO MEIO MEIO


VALORAÇÃ VALORAÇÃO POR
RESUMO FÍSIC ANTRÓPIC BIÓTIC
O SIMPLES FASE
O O O

MEIO FÍSICO -60 DURAÇÃO -10 +31 -31

ABRANGENCIA
MEIO ANTRÓPICO +119 -3 +13 -21
ESPACIAL

MEIO BIÓTICO -178 TEMPORALIDADE -50 +16 -71

BALANÇO DA SINERGIA
-119 REVERSIBILIDADE +16 +44 -26
POR FASE

MAGNITUDE -13 +15 -29

-60 +119 -178

402
403

DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

FATORES ABRANGENCIA TOTAL DA


DURAÇÃO TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES DOS ESPACIAL VALORAÇÃO
IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA
LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

VALORAÇÃO SIMPLES
REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
(VP)
FASE OPERAÇÃO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO FÍSICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Saneamento básico + 10 7 10 10 10 +47 9,55 X
Sistema de drenagem + 10 3 10 10 10 +43 8,95 X
Recuperação da APP + 10 3 3 10 10 +36 7,55 X
Arborização Urbana + 10 3 7 10 7 +37 7,45 X
Melhoria da qualidade
+
da água superficial 10 7 10 10 10 +47 9,55 X
Eliminação de vetores + 10 7 7 10 7 +41 8,05 X
TOTAL
+60 +30 +47 +60 +54 +251

403
404

FASE OPERAÇÃO – MEIO FÍSICO

VALORAÇÃO MEIO ANTRÓPICO VALOR

DURAÇÃO +60

ABRANGENCIA ESPACIAL +30

TEMPORALIDADE +47

REVERSIBILIDADE +60

MAGNITUDE +54

404
IMPACTO
NATURE
DESCRIÇÃO DOS FATORES

ZA DO
ABRANGENCIA TOTAL DA
GERADORES DOS DURAÇÃO
ESPACIAL
TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE
VALORAÇÃO
IMPACTO
IMPACTOS 405

TOTAL +251

405
406

VALORAÇÃO PONDERADA
LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

VALORAÇÃO SIMPLES
REVERSÍVEL
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
(VP)
FASE OPERAÇÃO

8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3
1<3

4<7

1<3

4<7

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

MEIO ANTRÓPICO Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10


Risco de invasão da APP - 10 3 7 5 10 -35 7,10 X
Geração de expectativas + 5 5 3 8 6 +27 5,65 X
Impacto cultural + 10 6 9 9 9 +43 8,65 X
Melhoria na qualidade da saúde
pública
+ 10 3 10 10 10 +43 8,95 X
Melhoria na qualidade do
transporte público
+ 10 7 10 10 10 +47 9,55 X
Melhoria na segurança pública + 10 7 7 10 6 +40 7,75 X
Bem-estar psicossocial + 10 7 7 10 7 +41 8,05 X
Melhoria na qualidade de vida + 10 7 8 10 10 +45 9,15 X
Melhoria do tráfego da região + 10 7 10 10 10 +47 9,55 X
Melhoria da qualidade das
moradias locais
+ 10 3 10 10 10 +43 8,95 X
Valorização dos imóveis + 10 7 10 10 7 +44 8,65 X
TOTAL +85 +56 +77 +92 +75 +385

406
407

FASE OPERAÇÃO – MEIO ANTRÓPICO

VALORAÇÃO MEIO ANTRÓPICO VALOR

DURAÇÃO +85

ABRANGENCIA ESPACIAL +56

TEMPORALIDADE +77

407
FATORES
GERADORES
DOS IMPACTOS
DESCRIÇÃO DOS

FASE OPERAÇÃO
NATUREZA DO IMPACTO

TEMPORÁRIO

CÍCLICO

DURAÇÃO
PERMANENTE

LOCAL

REGIONAL
TOTAL

ESPACIAL
ABRANGENCIA
NACIONAL
MAGNITUDE

LONGO PRAZO
REVERSIBILIDADE

MÉDIO PRAZO

IMEDIATO
TEMPORALIDADE

REVERSÍVEL

IRREVERSÍVEL
REVERSIBILIDADE
+75
+92

+385

BAIXA

MÉDIA
MAGNITUDE

ALTA

VALORAÇÃO
SIMPLES

VALORAÇÃO
TOTAL DA

PONDERADA (VP)
VALORAÇÃO

ACEITAVEL

MITIGAVAVEL
IMPACTO

COMPENSAR
408
408
409

8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
MEIO BIÓTICO

Impacto s/ a fauna - 8 1 4 6 4 -23 4,45 X


Recuperação das
+ 10 3 3 10 10 +36 7,55 X
APP‟s
Obstrução da luz
- 10 3 8 10 8 -39 7,95 X
do sol
TOTAL -8 -1 -9 -6 -2 -26

FASE OPERAÇÃO – MEIO BIÓTICO

409
410

VALORAÇÃO MEIO ANTRÓPICO VALOR

DURAÇÃO -8

ABRANGENCIA ESPACIAL -1

TEMPORALIDADE -9

REVERSIBILIDADE -6

MAGNITUDE -2

TOTAL -26

Ilustração gráfica dos impactos no meio biótico na fase de operação.

410
411

ANÁLISE SINERGÉTICA DOS IMPACTOS NA FASE DE OPERAÇÃO

MEIO MEIO
VALORAÇÃ VALORAÇÃO POR MEIO
RESUMO ANTRÓPIC BIÓTIC
O SIMPLES FASE FÍSICO
O O

MEIO FÍSICO +251 DURAÇÃO +60 +85 -8

ABRANGENCIA
MEIO ANTRÓPICO +385 +30 +56 -1
ESPACIAL

MEIO BIÓTICO -26 TEMPORALIDADE +47 +77 -9

BALANÇO DA SINERGIA +610 REVERSIBILIDADE +60 +92 -6

411
412

POR FASE

MAGNITUDE +54 +75 -2

TOTAL +251 +385 -26

ANÁLISE SINERGÉTICA DOS IMPACTOS EM TODAS AS FASES DA OBRA

RESUMO PLANEJAMENTO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO TOTAIS


POR MEIO
MEIO FÍSICO 0,0 -60,0 251,0 191,0

MEIO ANTRÓPICO 89,0 119,0 385,0 593,0

MEIO BIÓTICO -12,0 -178,0 -26,0 -216,0

BALANÇO TOTAL DA SINERGIA 77,0 -119,0 610,0 568,0

PLANEJAMENTO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO

412
413

MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO


VALORAÇÃO POR FASE
FÍSICO ANTRÓPICO BIÓTICO FÍSICO ANTRÓPICO BIÓTICO FÍSICO ANTRÓPICO BIÓTICO
DURAÇÃO 0,0 11,0 -1,0 -10,0 31,0 -31 +60 +85 -8

ABRANGENCIA ESPACIAL 0,0 10,0 -1,0 -3,0 13,0 -21 +30 +56 -1

TEMPORALIDADE 0,0 28,0 -8,0 -50,0 16,0 -71 +47 +77 -9

REVERSIBILIDADE 0,0 31,0 -1,0 +16,0 44,0 -26 +60 +92 -6

MAGNITUDE 0,0 9,0 -1,0 -13,0 15,0 -29 +54 +75 -2

0,0 89,0 -12,0 -60,0 119,0 -178 +251 +385 -26

413
414

Descrição dos Impactos Identificados com a Implantação das Obras das


Unidades Residenciais, Comerciais, Cras/Creas, Creches, Galpão
Comunitário, Posto da Guarda Civil, Parque Lagunar e Reservatório de
Detenção da Macro Drenagem

Os impactos também foram analisados segundo três fases distintas do processo: a fase
de planejamento, a fase de instalação e a fase de operação do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, no que tange as obras das unidades
residenciais, comerciais, cras/creas, creche, galpão comunitário, posto guarda civil,
parque lagunar e piscinão.
A seguir serão identificados, relatados e indicadas às medidas mitigadoras e
compensatórias de cada um deles.

Meio Físico -
Implantação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Geração de resíduos Quando tratamos das obras Elaboração de um Programa


de Monitoramento de
sólidos decorrente da de urbanização nas áreas 1,
Demolição
demolição das 2, 3, 4, 5, 6 e 7, este impacto Destinação dos resíduos para
uma central de reciclagem, ver
moradias das famílias é acumulativo com cada uma
a possibilidade de reutilização
removidas das área contribuindo na obra;
No transporte dos resíduos, os
quantitativamente de acordo
basculantes devem ser
com o tamanho da lonados;
Deve-se trabalhar em horário
intervenção de cada área.
comercial.
A expectativa de geração de
resíduos decorrente das
demolições está em torno

414
415

Meio Físico -
Implantação

103.648,50 toneladas.

Emissão de Durante a Fase de Instalação, Recomenda-se manter essas


estradas de serviços e
particulados as emissões atmosféricas
caminhos com um mínimo de
mais significativas serão umidade, evitando-se a
emissão de particulados.
constituídas basicamente de
Caminhão chafariz é uma das
material particulado em soluções normalmente
adotadas.
suspensão proveniente da
Utilização de cobertura nos
limpeza e preparação do caminhões através do
recobrimento das carrocerias
terreno para as instalações,
com lonas, quando do
tais como, da movimentação transporte de materiais
granulados.
de cargas, remoção de
Controle de velocidade dos
entulhos, da intensificação de veículos em toda a área do
empreendimento e no seu
tráfego de veículos e
acesso, através de placas de
máquinas em atividades na sinalização.
Realização de manutenções
obra, da construção civil e
preventivas nos veículos de
nas escavações para transporte de pessoal e de
materiais de forma a manter os
instalação da infraestrutura
motores regulados e intervir
básica. sempre que for constatada a
emissão de fumaça fora do
Todas essas atividades normal.
citadas apresentam potencial
para geração e suspensão de
poeira no ar, devido à ação
eólica sobre a superfície
exposta do solo, a
movimentação de materiais, a
passagem dos veículos e

415
416

Meio Físico -
Implantação

máquinas em vias.

Geração de Ruídos Nessa fase, várias máquinas Recomenda-se a utilização de


Equipamentos de Proteção
e veículos adentrarão nas
Individual (EPIs) para os
áreas e lá permanecerão por trabalhadores;
Elaboração de um Programa
vários meses, com
de Controle de intensidade de
funcionamento diário. O ruído ruídos e vibrações dentro das
exigências normativas para os
dos motores, dos
equipamentos utilizados nas
escapamentos e dos obras;
Evitar trabalhos no período
deslocamentos dessas
noturno.
máquinas e veículos somam-
se no sentido de promover
significativo incremento com
fortes incômodos auditivos.

Contaminação do solo A operação do canteiro de Deve-se elaborar um Plano de


Gerenciamento de Resíduos
obras, incluindo refeitório,
Sólidos – PGRS.
banheiros e almoxarifados, As atividades de limpeza e
manutenção de veículos e de
transporte terrestre e
maquinários deverão ser
armazenamento de realizadas em locais
apropriados e adequados,
combustíveis para
preferencialmente cobertos,
abastecimento de máquinas impermeabilizados, com rede
coletora e dotados de tanques
em frentes de serviços,
de sedimentação com
armazenamento de óleos separadores água-óleo, devido
às potenciais gerações de
usados e seu transporte para
efluentes oleosos.
retirada da área do
empreendimento, e ainda,

416
417

Meio Físico -
Implantação

pequenos reparos em
máquinas e equipamentos
podem, em caso de
acidentes, causarem
contaminação dos recursos
hídricos e dos solos por
resíduos oleosos, por esgotos
sanitários e por resíduos
diversos.

Assim, as principais
atividades causadoras de
impactos potenciais sobre a
qualidade das águas e do
solo estão relacionadas com
a geração de esgotos
sanitários nos canteiros de
obras, e geração de efluentes
oleosos em atividades de
manutenção de veículos,
máquinas e equipamentos, e
além do armazenamento de
óleo, combustíveis e
resíduos.

417
418

Meio Físico -
Implantação

Risco de Inundação Com o inicio da obra é 1- Recomenda-se a


preparo do terreno para implantação de dispositivos de
implantação dos Projetos de drenagem bem dimensionados;
Urbanização do Programa,
2- Seguir à risca, o Projeto
será realizada uma limpeza e
Executivo de Terraplenagem,
remoção de entulhos
obedecendo as cotas previstas.
existentes e logo após será
feito uma regularização
topográfica das áreas,
visando a implantação das
cotas ideais para implantação
da drenagem no local. Com
isto, acabará com o acumulo
de águas nas áreas objetos
das intervenções do
Programa.

Impermeabilização do A movimentação de 1- A movimentação deve-


se se restringir ao mínimo de
Solo equipamentos promove a
áreas, evitando compactar
compactação do solo, pelo solos;
2- Utilização de inter
elevado peso desses
travados nas áreas de
equipamentos. Isso ocorrerá passeios, calçadas e
estacionamentos.
especialmente nas áreas
diretamente afetadas pelas
ações de implantação do
Programa. Em algumas
situações propostas no

418
419

Meio Físico -
Implantação

Projeto Urbanístico como:


Construção de Moradias e
comércio, equipamentos
urbanos, vias entre outros,
cujo memoriais descritivos
indicam que as áreas
ocupadas terão entre 23 a
15% de permeabilização
através da criação de
grandes canteiros para
plantio de vegetação,
entendemos que este impacto
necessita ter algumas outras
medidas que aumente esta
área.

Aquisição de material Todo material adquirido para Programa de Gestão Ambiental


inerte regularização de topografia
ou serviços de terraplenagem
devem ser decorrentes de
jazidas licenciadas tanto pelo
órgão ambiental quanto pelo
Departamento Nacional de
Produção Mineral – DNPM.

Geração de Resíduos Também ocorrerá geração de 1-Elaboração de um Programa


da Construção Civil resíduos durante o período de de Gerenciamento de

419
420

Meio Físico -
Implantação

(RCC) implantação do Programa, Resíduos da Construção Civil –


decorrente das obras de PGRCC.
construção civil. Em 2-Reaproveitar o máximo
observação aos memoriais possível os resíduos de Classe
descritivos dos Projetos de A e promover a destinação
Urbanização e o Termo de correta a todos os tipos de
Referência da Secretaria de resíduos produzidos nas obras
Proteção do Meio Ambiente do Programa.
de Maceió – SEMPMA que
3-Todo o transporte de
definiu como coeficiente de
resíduos deve ser realizados
resíduos gerado por metro
com caminhões utilizando lona
quadrado o quantitativo de
no trajeto até a destinação
sendo 150 Kg e seu peso
final;
específico do metro cúbico de
4- Reaproveitar o máximo
resíduos gerados na
possível os resíduos Classe A.
construção civil como sendo
de 1300 Kg/m³. Desta forma
será gerado 12.665,77 m³ de
RCC durante o processo
construtivos das áreas 1, 2, 3,
4, 5, 6 e 7.

Alteração da paisagem Desde a implantação até a Sem Mitigação


sua fase de operação, serão
percebidas mudanças no
cenário paisagístico, como a
desocupação das áreas,

420
421

Meio Físico -
Implantação

melhoria da qualidade das


moradias, melhoria no
abastecimento de água
potável, no manejo de água
pluvial, na coleta e tratamento
de esgoto, na limpeza
urbana, no manejo de
resíduos sólidos e o controle
de vetores, visando à saúde
das comunidades.

Emissão de gases Esse impacto está 1-Realizar manutenção


relacionado com o tráfego de preventiva visando à ideal
veículos e presença de regulagem dos motores de
caminhões e máquinas, nas máquinas, caminhões e
estradas que dão acesso a veículos.
obra, durante a fase de
2- Programa de Controle da
implantação do Programa,
Qualidade do Ar seguindo a
que deverá provocar um
Resolução CONAMA nº 003/90
aumento de poluentes na
atmosfera devido aos gases
dos escapamentos dos
veículos. Os gases
produzidos na combustão de
hidrocarbonetos são CO,
CO2, NOX, SO2, cloreto na
forma iônica (Cl-), e, também,

421
422

Meio Físico -
Implantação

as fases voláteis do próprio


combustível
(hidrocarbonetos).

Desnudamento do Em algumas áreas do Sem Mitigação.


solo Programa esse impacto se
destaca mais
incisivamente,pois as ações
são feitas em terrenos
naturais causando uma
degradação maior.
Ex:Terreno da área 1. Em
outros casos, como as áreas
atingidas já são ocupadas
pela comunidade esse
impacto é pouco expressivo.
Ex:áreas 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

Remoção de material Esse material é proveniente Reuso nos locais onde


inerte (areia, barro, da construção do piscinão necessitem desse tipo de
matéria orgânica) destinado ao armazenamento material. Ex: Aterros das áreas
decorrente das obras das águas pluviais para 1, 2 e 4 e na Área de
posterior drenagem e do Preservação Permanente.
decapeamento de materiais
orgânicos existentes em
algumas áreas de intervenção
da Via Lagunar.

422
423

Meio Físico -
Implantação

Aumento da turbidez A única alteração esperada Elaboração de um Plano de


da água refere-se ao aumento da Controle Ambiental que trate,
turbidez das águas, também desse tipo de impacto.
decorrente da intervenção
direta próxima aos córregos e
da ação de chuvas e
enxurradas durante os
trabalhos de escavação,
execução de aterros, que
será mitigada com a adoção
de medidas de controle de
erosão e assoreamento.
Assim, não são esperadas
alterações significativas na
qualidade das águas, que por
sinal já estão bastante
poluídas por lixo e esgoto.

Apesar da péssima qualidade Instalação de redes de


Alteração da
de água que a Lagoa Mundaú drenagem e sistemas de
qualidade da água
possui no local da tratamento de efluentes;
superficial
intervenção, a alteração da Monitoramento de qualidade
qualidade das águas dos efluentes e dos corpos
superficiais em decorrência receptores.
das ações da obra poderá
ocorrer através do
carreamento de resíduos de

423
424

Meio Físico -
Implantação

solo decorrentes de
processos erosivos ou
lançamento de efluentes não
tratados direto na Lagoa ou
Córregos de drenagem.

Aparecimento de A drenagem de águas Sistema de drenagem eficiente;


processos erosivos pluviais é um dos grandes
Programa de monitoramento
fatores que causam a erosão
de processos erosivos;
em áreas urbanizadas. O
aumento da vazão durante as
chuvas altera as margens dos
mananciais, provocando o
carreamento de solo e, como
conseqüência, a erosão.
Nestes períodos, os efeitos
sob os corpos d‟água são
maiores, pois há um
acréscimo de sólidos
suspensos provenientes de
solos expostos, da disposição
inadequada dos resíduos
sólidos, o que eleva além da
erosão, a turbidez da água.

424
425

Meio Físico -
Implantação

O solo do empreendimento é Escolher a técnica construtiva


Implantação das
arenoso e como característica adequada para esse tipo de
estruturas de fundação
principal a areia não tem solo.
coesão, ou seja, os seus grãos
são facilmente separáveis uns
dos outros. Se a fundação das
edificações não forem feitas
corretamente pode causar
problemas futuros nas estruturas
das construções.
Desgaste e Manutenção Na fase de implantação, o Recomenda-se que os veículos
da Via de Acesso incremento na movimentação de pesados não ultrapassem a
tráfego pesado é um item a ser carga máxima permitida por
considerado, visto que é
eixo, que é de 8,2 ton.
exatamente o tráfego pesado
que abrevia a vida útil dos
pavimentos rodoviários,
obrigando ao poder público a
promover sua manutenção em
menor espaço de tempo.
Abertura de valas Esse impacto refere-se à Todo material sólido gerado na
implantação do reservatório de escavação deverá ser utilizado
detenção de águas pluviais.
em aterros na própria obra.
Terá um Volume útil de 10.000
m3 e Dimensões aproximadas:
Já na implantação da
75,00 m (L) x 50,00 (B) x 3,50
(H).
tubulação de água e esgoto só
será utilizado no aterro o
Como também, na implantação
da tubulação de rede de água e excedente após enterrar as
esgoto será necessária a

425
426

Meio Físico -
Implantação

abertura de valas. tubulações.

Meio Antrópico -
Implantação

Fatores geradores Descrição Mitigação


de impactos

Aumento na No momento do Contratação de especialistas


quantidade dos desenvolvimento das ações para acompanhamento das
vetores de execução das obras, toda ações da obra nessas áreas
a fauna sinantrópica que visando à eliminação desses
ocorre na região de vetores.
intervenção sentirá
incomodada e iram se
deslocar para locais distantes
da intervenção. Um desses
locais será a comunidade do
entorno das áreas
trabalhadas

Manutenção do Será necessário o Elaboração de consulta e

426
427

Meio Antrópico -
Implantação

patrimônio desenvolvimento de um solicitação de termo de referência


arqueológico estudo arqueológico na área ao IPHAN.
definida pelo IPHAN após
consulta feita a este órgão
federal. Existe a
obrigatoriedade desse estudo
para todos os
empreendimentos cujo objeto
de licenciamento ambiental
seja um EIA/RIMA, o que é o
caso.

Alteração da Desde a implantação até a Sem Mitigação


paisagem sua fase de operação, serão
percebidas mudanças no
cenário paisagístico, como a
desocupação de moradias
precárias e ocupação por
moradias padronizadas,
melhoria no abastecimento de
água potável, no manejo de
água pluvial, na coleta e
tratamento de esgoto, na
limpeza urbana, no manejo de
resíduos sólidos e o controle
de vetores, visando à saúde

427
428

Meio Antrópico -
Implantação

das comunidades.

Geração de O empreendimento induzirá a Preferência de contratação da


Empregos Diretos criação de empregos diretos. mão-de-obra local
Os novos postos de trabalho
serão destinados
preferencialmente para a
contratação da mão de obra
local. Nesse contingente de
trabalhadores serão
contratados de todos os
níveis, desde que localmente
disponíveis, com destaque
para a mão-de-obra operária.

Geração de Na atividade da construção Preferência de contratação de


Empregos Indiretos civil existe uma relação de serviços envolvendo prestação
geração mínima de 2 de serviços locais.
empregos indiretos para cada
emprego direto gerado. Será
alto o contingente de
trabalhadores que de forma
direta ou indireta estarão
envolvidos com a implantação

428
429

Meio Antrópico -
Implantação

do Programa.

Risco de acidentes Para a implantação dos 6- Obrigatoriedade para os


colaboradores envolvidos na
Projetos de Urbanização do
execução das obras do uso de
Programa será necessária a roupas apropriadas, botinas
protetoras, capacetes e os
instalação de desvios de
equipamentos de proteção
tráfego bem como à individual (EPI) de acordo com o
tipo de serviço realizado;
movimentação de máquinas e
7- Sinalização de orientação
equipamentos. Mesmo no a população diretamente afetada
e os colaboradores da obra;
período de obras a população
8- Restrição de acesso às
irá utilizar os locais para áreas que oferecem riscos;
9- Capacitação e
tráfego, favorecendo a
conscientização dos
possibilidade de que ocorram trabalhadores e moradores para
a prevenção de acidentes e
acidentes envolvendo
atendimento de primeiros
pedestres, ciclistas e veículos socorros quando necessário;
10- Para a operação de
leves. Outro fator relevante
máquinas e equipamentos, todas
são os riscos que as as medidas de segurança devem
ser tomadas para proteção aos
atividades construtivas que as
trabalhadores, e as máquinas
atividades de implantação do devem ser utilizadas sempre em
boas condições.
programa podem oferecer aos
funcionários e moradores
envolvidos.

Remoção de Com a desocupação e Elaboração de um Plano de


Edificações demolição das construções Reassentamento das famílias
Precárias irregulares, existentes na área diretamente atingida por essa
a ser ocupada pelas ações do ação do programa.

429
430

Meio Antrópico -
Implantação

Programa de Requalificação
Urbana da Orla Lagunar de
Maceió analisados neste AIA,
haverá uma redução de
unidades habitacionais, de
atividades econômicas, entre
comércio e serviços. Isto
resultará em demanda por
novas unidades habitacionais
e de novas unidades para
atividades econômicas que
está previsto no programa a
construção de 1.784 unidades
habitacionais e 116 unidades
comerciais.

Considerando-se que tanto as


unidades residenciais quanto
as atividades econômicas
serão restabelecidas após a
implantação total do
Programa, este impacto direto
e adverso, deverá ser
temporário, reversível,
imediato e local, restrito à
ADA. Isto no primeiro
momento deverá gerar um

430
431

Meio Antrópico -
Implantação

conflito de interesse até que a


comunidade entenda
realmente os objetivos do
programa.

Geração de tributos É um procedimento natural da Sem mitigação.


contratação de pessoal e da
contratação de serviços, onde
o Poder Público Municipal irá
contar com a injeção de
significativa quantia em
tributos. Nessa fase,
destaque para o Imposto
sobre Serviços (ISS) a ser
recolhido junto a Prefeitura
Municipal de Maceió.

Melhoria na Pode-se então destacar, na Sem mitigação


história brasileira recente,
Qualidade de Vida
alguns momentos em que
houve um processo acelerado

431
432

Meio Antrópico -
Implantação

de desenvolvimento
econômico, cujos reflexos se
fizeram notar através da
implantação de grandes
obras. A expectativa maior é
a possibilidade de
crescimento econômico e
social, mediante a instalação
das obras do Programa e
que, com isso, frutifique a
melhoria da qualidade de vida
(alimentação, educação,
moradia, saneamento e
saúde). Observa-se que a
grande massa da população
se encontra subempregada
(economia informal) ou
recebendo baixos salários,
quando não desempregada.
Paralelamente, com a
implantação de um
empreendimento localmente
de porte diferenciado,
potencialmente gerador de
emprego e renda, a
população tende a se

432
433

Meio Antrópico -
Implantação

mobilizar e pressionar seus


governantes por mais e
melhor infraestrutura e por
mais e melhor qualidade de
vida.

Dinamização da A dinamização de economia Divulgação das ações do


economia local aqui tratada se refere a um Programa de Requalificação
segmento novo que Urbana da Orla Lagunar de
fatalmente despontará no Maceió através da implantação
município. Serão muitas as de um Programa de
empresas prestadoras de Comunicação Social.
serviço que de forma
periférica se instalarão nas
proximidades. Com isso é
forte a tendência do
surgimento de novos
negócios que possuem uma
capacidade diferenciada de
consumo e de geração de
novos postos de trabalho.

Além do incentivo aos


comerciantes local com novos
pontos comerciais.

433
434

Meio Antrópico -
Implantação

Transtorno no A movimentação de máquinas Recomenda-se o uso da malha


transito local e veículos leves e pesados, urbana com o mínimo de veículos
nessa fase do e máquinas nos horários de picos
empreendimento, fatalmente de trânsito, aliviando a densidade
implicará em um acréscimo de equipamentos e minimizando
de trânsito e, com isso, os congestionamentos e
ocasionará transtornos. transtornos;

Recomenda-se a adoção de
informes educativos sobre o
trânsito e o meio ambiente,
utilizando-se de prospectos e/ou
placas orientativas e educativas
que tenham o empreendimento
por foco, minimizando o impacto
sobre a população de usuários
do sistema viário.

Envolvimento da SMTT nas


ações mitigadoras.

Remoção de lixo No momento do início das Contratação de especialistas


ações executivas das obras para acompanhamento das
do Programa serão removidos ações da obra nessas áreas
todos os lixos existentes na visando à eliminação desses
área de intervenção antes do vetores.

434
435

Meio Antrópico -
Implantação

inicio das atividades, esta O lixo deverá ser destinado para


ação também irá proporcionar o Aterro Sanitário de Maceió.
o aumento de moscas,
baratas e roedores no entorno
da área de intervenção.

Geração de Ruídos Nessa fase, várias máquinas Recomenda-se a utilização de


e veículos adentrarão nas Equipamentos de Proteção
áreas e lá permanecerão por Individual (EPIs) para os
vários meses, com trabalhadores;
funcionamento diário. O ruído
dos motores, dos Elaboração de um Programa de
escapamentos e dos Controle de intensidade de ruídos
deslocamentos dessas e vibrações dentro das
máquinas e veículos somam- exigências normativas para os
se no sentido de promover equipamentos utilizados nas
significativo incremento com obras;
fortes incômodos auditivos na
comunidade do entorno e os Evitar trabalhos no período
colaboradores envolvidos na noturno.
obra.

Geração de A decisão pela implantação Durante a fase de implantação,

435
436

Meio Antrópico -
Implantação

expectativa do Programa, acompanhado deverá colocar em prática um


dos trabalhos preliminares de Programa de Comunicação
identificação da área, de Social, visando o esclarecimento
estudos técnicos ambientais e junto à população envolvida
de viabilidade já realizados na sobre o projeto e as medidas de
área, geram expectativas na controle a serem adotadas, sobre
comunidade. Esta expectativa as vantagens econômicas a que
está voltada para a se submeterão e os reais riscos
possibilidade de contratação aos quais estão expostos.
de trabalhadores,
principalmente para as
atividades voltadas
diretamente para as áreas de
serviços gerais. Isso de certa
forma vem mobilizando as
pessoas, visto que pode
significar a possibilidade de
se obter uma renda que
venha ao encontro de seus
anseios mais elementares.
Paralelamente, outro tipo de
expectativa gerada diz
respeito à crença de parte da
população, onde se acredita
na idéia da sua exposição
física à toxidade e a

436
437

Meio Antrópico -
Implantação

explosividade e que, o
empreendimento interessa
apenas àquele que o
comercializa.

Mudança no Cotidiano A alteração no cotidiano se dá Recomenda-se que as obras


da População no momento em que as obras ocorram apenas no horário
impõem pequenas mudanças diurno, respeitando-se o horário
nos hábitos dessa população. de silêncio previsto em lei; que
A mudança de hábito ocorre máquinas (caminhões, tratores,
pelos ruídos de máquinas e escavadeiras, etc), utilizem
operários e pela alteração da abafadores de ruídos, limitados
paisagem local. Tudo isso, pelos níveis determinados nas
apenas, por ocasião das normas técnicas e ambientais.
obras. Deve também ser feita
manutenções periódicas nos
motores das máquinas para
amenizar o impacto gerado.

Ordenamento do Uso O uso e ocupação do solo Para esse impacto positivo não
do Solo urbano no Bairro do Bom Parto, será proposta ação de
tem-se dado, ao longo do tempo, ampliação.
de forma bastante desordenada.
O Programa proposto, com sua
forma planejada de ocupar o
solo, tende a ser uma referência
para as formas sustentáveis da
ocupação urbana.

437
438

Meio Biótico –
Implantação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Geração de Ruídos Nessa fase, várias máquinas Recomenda-se a utilização de


e veículos adentrarão a área Equipamentos de Proteção
e lá permanecerão por vários Individual (EPIs) para os
meses, com funcionamento trabalhadores;
diário. O ruído dos motores,
dos escapamentos e dos Elaboração de um Programa de
deslocamentos dessas Controle de intensidade de

438
439

Meio Biótico –
Implantação

máquinas e veículos somam- ruídos e vibrações dentro das


se no sentido de promover exigências normativas para os
significativo incremento com equipamentos utilizados nas
fortes incômodos auditivos. obras;
Grande parte da Área já Deslocamento dos
estará desprovida de equipamentos deve ser feito
vegetação, de habitats de com atenção a movimentação
fauna de baixa mobilidade. A da fauna local;
expectativa é que o meio Evitar trabalhos no período
biótico seja pouco afetado por noturno.
este impacto.

Alteração da A alteração da qualidade das Instalação de redes de


qualidade da água águas superficiais poderá drenagem e sistemas de
superficial ocorrer através do tratamento de efluentes;
lançamento de efluentes Monitoramento de qualidade
sanitários, águas servidas dos efluentes e dos corpos
contaminadas, derrames ou receptores.
vazamentos de óleos, graxas Realizar Programa de
ou produtos químicos, Acompanhamento e
diretamente no solo ou nos Monitoramento da Fauna
corpos d‟água receptores, Aquática.
neste caso, a Lagoa Mundaú.
Também causam alterações
na qualidade das águas os
carreamentos de resíduos de
solo decorrentes de

439
440

Meio Biótico –
Implantação

processos erosivos. Ressalta-


se que neste período este
impacto pode alterar também
a fauna aquática local nestes
pontos.

Afugentamento da No momento do início das Programa de Resgate de Fauna


fauna intervenções, a fauna
existente no local,
principalmente nas áreas
menos antropizadas, irá
buscar ambientes fora das
ações da obra, porém,
algumas delas podem ser
deslocadas para as áreas
onde ocorre a ocupação
urbana, isto deve ser
observado para que neste
momento exista a
interferência de pessoas
especializadas para removê-
las para um ambiente mais
natural.

Supressão de Em visita campo 4-


de Solicitar Autorização de
Supressão Especifica ao órgão
vegetação observamos a presença de
ambiental responsável pelo
exemplares arbóreos nas licenciamento;
5- Não fazer nenhum tipo de

440
441

Meio Biótico –
Implantação

Áreas 1 e 2 do Programa. Na supressão sem autorização


prévia;
área 1 temos, atualmente,
6- Criar um Programa de
uma densidade de ocupação Arborização Urbana no bairro
do Bom Parto nas áreas de
baixa, apenas 2 famílias, e
intervenção.
uma quantidade significativa
de exemplares arbóreos,
como o terreno será ocupado
com unidades habitacionais e
comerciais haverá
necessidade de ocorrer
supressão de vegetação.

Já na área 2 temos presença


de vegetação margeando o
canal de drenagem existente
que poderá ser mantida
dependendo da intervenção
planejada em campo.

Alteração da A paisagem é fatalmente Sem mitigação


paisagem alterada pelas obras de
engenharia, onde máquinas e
caminhões em movimento, os
particulados, os ruídos e a
movimentação de
trabalhadores e materiais de
construção impõem a

441
442

Meio Biótico –
Implantação

“poluição visual” da área.


Essa alteração promove o
afugentamento da fauna
local, em termos de espécies
da avifauna plenamente
adaptadas e que com as
alterações fatalmente serão
alvo de algum stress.

Dispersão de animais Dentre os prováveis impactos Deve ser observada a


peçonhentos negativos sobre a fauna, necessidade de captura e, se
pode-se citar a destruição de vier a ser o caso, solicitar a
habitats de algumas espécies presença do IBAMA.
adaptadas ao ambiente,
algumas delas são cobras
peçonhentas, que deverão
migrar para outros trechos
provocando competição por
alimento e espaço. Isso terá
uma possibilidade maior de
ocorrer no Projeto de
Urbanização da área 1 por
está pouco ocupada.

Alteração na Com as intervenções feitas Este impacto não há mitigação.


dinâmica do pelo Programa no Bairro do

442
443

Meio Físico -
Operação

Meio Biótico –
Implantação

ecossistema local Bom Parto, tanto na área de


saneamento quanto na área
de paisagismo, vislumbramos
uma alteração satisfatória no
ecossistema local, tanto na
qualidade do ecossistema
Lagunar, como no
ecossistema que envolve
diretamente o bairro.

443
444

Impacto Descrição Mitigação

Eliminação de Vetores A ocupação planejada da área Solicitar a Vigilância Sanitária


propiciará a eliminação
dos para vistoria e ações
mesmos, tornando a área mais periódicas na área.
facilmente freqüentada e habitada.
A ocupação com dispositivos de
drenagem, com coleta seletiva
diária de lixo e tratamento de
esgotos sanitários impossibilitará a
presença de vetores.
Melhoria do Aspecto O empreendimento, com sua Enquanto impacto de natureza
Visual forma disciplinada e positiva, recomenda-se a
pretensamente sustentável de ampliação de seus efeitos.
ocupação, propiciará um bem
Para tal, placas indicativas,
estar físico, psíquico e legal e
educativas e de referências
inibira a comunidade a
ambientais devem ser afixadas
conseqüentes degradações.
como sinalizador de ambiente
sadio e protegido.

Minimização de Os alagamentos existentes por Trata-se de impacto positivo.


Alagamentos ocasião de chuvas Não há como ampliar seus
intensas, conforme já efeitos, senão pelas medidas já
descrito na fase de
recomendadas de divulgação
implantação, não
de qualidade de vida.
mais ocorrerá, face
aos dispositivos de
drenagem
implantados e
descarte de águas
pluviais em locais de
fácil

444
445

vazão/escoamento
e/ou infiltração.
Proteção do Os efluentes sanitários, ao longo Implantação de um Programa
Ecossistema Aquático dos tempos têm de Monitoramento da
encontrado como Qualidade da água.
destino de seus
despejos in natura, o
corpo hídrico próximo
a área de
intervenção. Como
uma das medidas e a
implantação de
saneamento básico
na área. Assim, o
empreendimento
estará promovendo a
proteção do
ecossistema
aquático.

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Impacto cultural O impacto cultural ocorre pelo Distribuição de folhetos e


conhecimento da população divulgação através de todos os
pela melhoria de qualidade de tipos de mídia da importância
vida, com qualidade de

445
446

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

moradias, tratamento de da obra para cidade de Maceió


esgoto, melhoria da qualidade
do ecossistema Lagunar,
melhoria no abastecimento de
água e o mais importante o
bem-estar da população local.

Melhoria na Um dos objetivos do Programa Não existe mitigação para este


qualidade dos é a melhoria dos serviços impacto.
serviços públicos públicos da região.
Disponibilizando para
comunidade: Creche,
CRAS/CREAS, Posto da
Guarda Civil, Galpão
Comunitário e saneamento
básico.

Melhoria na Com as ações de requalificação Não se mitiga esse impacto, se


segurança pública do bairro do Bom Parto, uma potencializa com a ampliação
delas é implantação de um da presença de policiamento
desenho urbanístico na região ostensivo no bairro.
central do bairro que melhore o
deslocamento de veículos e
acabe com a falta de acesso a

446
447

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

determinadas áreas.

Melhoria do tráfego Com as ações de requalificação Sem mitigação.


da região do bairro do Bom Parto, uma
delas é implantação de um
desenho urbanístico na região
central do bairro que melhore o
deslocamento de veículos e
acabe com a falta de acesso a
determinadas áreas.

Melhoria da O Programa tem ações de Sem mitigação.


qualidade das reassentamento das famílias
moradias locais diretamente atingidas na
remoção das moradias, para
Unidades Habitacionais e
Comerciais construídas durante
sua implantação. Com isso
proporcionará uma melhoria na
qualidade de moradias para
estas famílias e
consequentemente a melhoria
de qualidade de vida.

447
448

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Valorização das É inegável que toda e qualquer Enquanto impacto positivo


propriedades locais melhoria significativa, propõe-se que a ampliação de
principalmente no que tange a seus efeitos ocorra através de
infraestrutura e, principalmente, no
processos de divulgação.
que tange à melhoria da qualidade
de vida, gera valorização de
propriedade, considerando como
tal os imóveis de um modo geral –
terrenos e edificações. O caráter
econômico do impacto possui
natureza positiva, visto que irá
gerar expectativas de maior capital
circulante.

Doenças de Um indicativo de potencial O Programa contemplará


veiculação hídrica contaminação por esgotos nas dentre varia ações também a
áreas visitadas durante as implantação de saneamento
pesquisas de campo. A básico do Bairro do Bom Parto,
contaminação pelo esgoto pode circunvizinhos a Lagoa.
promover o surgimento de Sem mitigação.
doenças como a hepatite,
diarréias e esquistossomose.
Essa última apresenta elevada
relevância em regiões onde o
saneamento básico não se

448
449

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

apresenta amplamente
implementado. Fato comum na
região Nordeste. Um impacto
de alta relevância, irreversível e
de grande abrangência.

Meio Biótico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Impacto sobre a Na etapa de operação do Instalar placas educativas


Fauna Programa aumentará visando conscientizar a
consideravelmente a população da importância da
arborização na área, em manutenção da fauna e flora
decorrência do projeto local.
paisagístico e de arborização
urbana, ampliando a
possibilidade de instalação da
fauna urbana no local.

Impacto sobre a Com a Implantação do Projeto Priorizar utilizar espécies

449
450

Meio Antrópico -
Operação

Fatores geradores de Descrição Mitigação


impactos

Flora Paisagístico e da Arborização típicas da região e que sirva de


Urbana teremos um incremento alimentação da fauna local.
na flora da região, pois teremos
uma mudança significativa na
quantidade de exemplares
existente atualmente na região
e após o Programas
implantados.

Análise Matricial dos Impactos

A seguir apresentamos as matrizes de avaliação de impacto que estão divididas nas três
diferentes fases: planejamento, instalação e operação.

450
451

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE IMPLANTAÇÃO – MATRIZ DE IMPACTOS 1
DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

TOTAL DA
FATORES GERADORES DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO FÍSICO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Geração Resíduos Sólidos
- -3 -7 -10 -5 -10 - 35 7,6 X
Demolição
Emissão de particulados - -4 -3 -8 -2 -4 - 21 4,15 X
Geração de ruídos - -3 -4 -8 -2 -4 - 21 4,0 X
Contaminação do solo - -4 -2 -4 -2 -3 - 15 2,9 X
Geração de RCC - -9 -5 -5 -5 -5 - 29 5,4 X
Risco de inundação - -5 -2 -4 -2 -2 - 15 2,7 X
Remoção de material
- -8 -2 -5 -8 -4 - 27 5,3 X
inerte
Risco de erosão - -6 -2 -6 -5 -5 - 24 4,85 X
Implantação das - -3 -3 -5 -9 -7 - 27 6,1 X

451
452

estruturas de fundação

- 45 - 30 - 55 - 40 - 44 - 214

IMPACTOS AMBIENTAIS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE IMPLANTAÇÃO – MATRIZ DE IMPACTOS 2
DESCRIÇÃO DOS
TOTAL DA
FATORES GERADORES DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
NATUREZA DO

VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS
IMPACTO

LONGO PRAZO

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO FÍSICO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Aquisição de Material
- -9 -6 -6 -9 -7 - 37 7,35 X
Inerte
Alteração de paisagem + +10 +7 +3 +10 +10 + 40 8,15 X
Emissão de gases - -2 -2 -8 -4 -6 - 22 4,9 X
Impermeabilização do solo - -8 -2 -8 -9 -6 - 33 6,75 X
Desnudamento do solo - -8 -2 -8 -6 -4 - 28 5,4 X
Regularização drenagem + +10 +3 +3 +10 +10 + 36 7,55 X
Alteração na qualidade
- -5 -3 -9 -4 5 - 26 5,25 X
das águas superficiais

452
453

Desgaste e Manutenção
- -8 -3 -8 -2 -2 - 23 3,95 X
da Via de Acesso
Abertura de valas - -9 -3 -8 -8 -3 - 31 5,85 X
-29 -11 -49 -22 -13 -124

453
454

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE IMPLANTAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 3

DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

FATORES TOTAL DA
DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
ANTROPIC
O

6 < 10
8 < 10

8 < 10

8 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Aumento na
quantidade de - -4 -3 -8 -6 -4 - 25 5,15 X
vetores
Manutenção do
patrimônio + +8 +4 +2 +8 +4 + 26 5,0 X
arqueológico
Alteração de
+ +10 +4 +3 +9 10 + 36 7,45 X
paisagem
Geração de
+ +3 +5 +9 +3 8 + 28 6,0 X
empregos diretos
Geração de
+ +5 +3 +8 +4 +4 + 24 4,75 X
empregos

454
455

indiretos
Geração de
+ +5 +6 +9 +8 +7 + 35 7,3 X
tributos
Risco de acidentes - -3 -3 -9 -4 -5 - 24 5,05 X
Remoção de lixo + +10 +3 +10 +10 +7 + 40 8,05 X
+ 34 + 19 + 24 + 32 + 31 + 140

455
456

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE IMPLANTAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 4
DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

FATORES TOTAL DA
DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
ANTROPIC
O
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Remoção de
edificações precárias
+ +10 +3 +10 +10 +10 +43 8,95 X
Melhoria na
qualidade de vida
+ +10 +3 3 +10 +10 +36 7,55 X

456
457

Dinamização da
economia local
+ +5 +5 +3 +8 +5 +26 5,35 X
Transtorno no
trânsito local
- -3 -6 -9 -5 -4 -27 5,45 X
Geração de ruídos - -7 -3 -10 -8 -7 -35 7,25 X
Geração de
expectativas
+ +10 +3 +10 +10 +10 +43 8,95 X
Mudança no
cotidiano da - -10 -5 -10 -5 -9 -39 7,70 X
população
Ordenamento doUso
do Solo
+ +10 +3 +3 +10 +10 +36 7,55 X
+25 +3 0 +30 +25 +83

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE IMPLANTAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 5
DESCRIÇÃO DOS
NATUREZA DO IMPACTO

FATORES TOTAL DA
DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
BIOTICO
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<5
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10

457
458

Geração de ruídos - -3 -3 -10 -5 -7 -28 6,10 X


Alteração da
qualidade da água - -7 -3 -8 -5 -8 -31 6,40 X
superficial
Afugentamento da
fauna
- -3 -3 -8 -5 -3 -22 4,50 X
Supressão de
vegetação
- -10 -3 -8 -9 -9 -39 8,00 X
Alteração da
Paisagem
- -10 -3 -3 -6 -3 -25 4,45 X
Dispersão de
animais peçonhentos
- -7 -3 -9 -8 -3 -30 5,85 X
Alteração da
dinâmica do + +10 +3 +3 +10 +10 +36 7,55 X
ecossistema local
-30 -15 -43 -28 -23 -139

FASE DE IMPLANTAÇÃO MEIO FÍSICO MEIO ANTRÓPICO MEIO BIÓTICO

MATRIZ 1 MATRIZ 2 MATRIZ 3 MATRIZ 4 MATRIZ 5

DURAÇÃO - 45 - 29 + 34 + 25 - 30

ABRANGENCIA ESPACIAL - 30 - 11 + 19 +3 - 15

TEMPORALIDADE - 55 - 49 + 24 0 - 43

458
459

REVERSIBILIDADE - 40 - 22 + 32 + 30 - 28

MAGNITUDE - 44 - 13 + 31 + 25 - 23

TOTAL - 338 + 223 - 139

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE OPERAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 1
IMPACTO
NATURE

DESCRIÇÃO DOS
ZA DO

FATORES TOTAL DA
DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES VALORAÇÃO
DOS IMPACTOS

459
460

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
FÍSICO

6 < 10
8 < 10

8 < 10

8 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Eliminação de
+
vetores +10 +3 +5 +10 +10 +38 7,95 X
Melhoria do
+
aspecto visual +10 +7 +3 +10 +10 +40 8,15 X
Minimização de
+
alagamentos +10 +3 +7 +10 +5 +35 6,85 X
Proteção do
ecossistema +
aquático +10 +5 +3 +9 +8 +35 7,00 X
+40 +18 +18 +39 +33 +149

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE
LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO
FASE OPERAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 2
M
O

O
N

U
R

C
A

P
A
A
T

T
I

DESCRIÇÃO DOS DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE TOTAL DA IMPACTO

460
461

FATORES VALORAÇÃO
GERADORES
DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
ANTRÓPIC
O
8 < 10

8 < 10

8 < 10

6 < 10

8 < 10
1<3
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Impacto cultural + +8 +3 +7 +8 +4 +30 5,85 X
Melhoria na
qualidade dos + +10 +3 +5 +8 +4 +30 5,65 X
serviços públicos
Melhoria na
segurança pública
+ +8 +2 +4 +6 +2 +22 4,00 X
Melhoria do trafego
da região
+ +10 +7 +10 +10 +10 +47 9,55 X
Melhoria da
qualidade das + +10 +3 +7 +10 +10 +40 8,35 X
moradias locais
Valorização das
propriedades locais
+ +10 +3 +7 +10 +10 +40 8,35 X
Doenças de
veiculação hídrica
+ +10 +7 +3 +10 +10 +40 8,15 X
+66 +28 +43 +62 +50 +249

IMPACTOS AMBIENTAIS DOS PROJETOS URBANISTICOS (ÁREAS 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7)


UNIDADES RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, CRAS/CREAS, CRECHE, GALPÃO COMUNITÁRIO, POSTO GUARDA CIVIL, PARQUE

461
462

LAGUNAR, PISCINÃO E ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ESGOTO

FASE OPERAÇÃO - MATRIZ DE IMPACTOS 3

DESCRIÇÃO DOS
FATORES TOTAL DA
DURAÇÃO ABRANGENCIA ESPACIAL TEMPORALIDADE REVERSIBILIDADE MAGNITUDE IMPACTO
GERADORES VALORAÇÃO
NATUREZA DO IMPACTO

DOS IMPACTOS

VALORAÇÃO PONDERADA (VP)


LONGO PRAZO

IRREVERSÍVEL
MÉDIO PRAZO
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL

VALORAÇÃO SIMPLES
REGIONAL

NACIONAL

IMEDIATO
CÍCLICO

LOCAL

MÉDIA
BAIXA

ALTA

MITIGAVAVEL

COMPENSAR
ACEITAVEL
MEIO
BIÓTICO

6 < 10
8 < 10

8 < 10

8 < 10

8 < 10
1<3

4<7

1<3

4<7

1<3

4<7

1<5

1<3

4<7
(+/-)

Vp = {(Dx1)+(Ax1,5)+(Tx2) + (Rx2,5)+(Mx3)} / 10
Impacto sobre a
+
fauna +8 +6 +7 +10 +3 +34 6,50 X
Impacto sobre a
+
flora +10 +3 +3 +10 +7 +33 6,65 X
+18 +9 +10 +20 +10 +67

462
463

FASE DE OPERAÇÃO MEIO FÍSICO MEIO ANTRÓPICO MEIO BIÓTICO

DURAÇÃO + 40 + 66 + 18

ABRANGENCIA ESPACIAL + 18 + 28 +9

TEMPORALIDADE + 18 + 43 + 10

REVERSIBILIDADE + 39 + 62 + 20

MAGNITUDE + 33 + 50 + 10

TOTAL + 149 + 249 + 67

463
464

ANÁLISE SINERGÉTICA DOS IMPACTOS EM TODAS AS FASES DA OBRA

TOTAIS POR
RESUMO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
MEIO

MEIO FÍSICO - 338 + 149 - 189

MEIO ANTRÓPICO + 223 + 249 + 472

MEIO BIÓTICO - 139 + 67 - 72

BALANÇO TOTAL DA SINERGIA - 254 + 465 + 211

IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO

MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO MEIO


VALORAÇÃO POR FASE
FÍSICO ANTRÓPICO BIÓTICO FÍSICO ANTRÓPICO BIÓTICO

464
465

DURAÇÃO - 74 + 59 - 30 + 40 + 66 + 18

ABRANGENCIA ESPACIAL - 41 + 22 - 15 + 18 + 28 +9

TEMPORALIDADE - 104 + 24 - 43 + 18 + 43 + 10

REVERSIBILIDADE - 62 +62 - 28 + 39 + 62 + 20

MAGNITUDE - 57 + 56 - 23 + 33 + 50 + 10

- 338 + 223 - 139 + 149 + 249 + 67

465
466

300
200
100
0 FÍSICO
ANTRÓPICO
-100
BIÓTICO
-200
-300
-400
IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO

O Balanço final dos impactos ambientais, analisados de forma sinérgica, mostra que na fase de implantação,
são atingidos negativamente o meio físico e o meio biótico. Na fase de operação, os meios físico, antrópico e
biótico mostram-se impactados positivamente. A compreensão de que a fase de implantação é finita a curto,
médio prazo e longo prazo, mostra que os impactos negativos cessam com o final dessas fases. Na fase de
operação, considerada permanente, o balanço dos impactos nos meios Antrópico, Físico e Biótico destaca que
os mesmos são atingidos de forma positiva, porém com alguns impactos variando entre baixa, média e alta

466
467

magnitude. Essa análise conduz ao entendimento da plena viabilidade ambiental da intervenção pretendida já
que o balaço total da analise sinérgica dos impactos deu positivo em + 211 pontos de valoração.

ANÁLISE SINERGÉTICA DOS IMPACTOS (VIA LAGUNAR/URBANIZAÇÃO)

VIA LAGUNAR URBANIZAÇÃO

TOTAIS POR
RESUMO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO PLANEJAMENTO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO
MEIO

MEIO FÍSICO - 338 + 149 0,0 -60,0 +251,0 2,0

MEIO ANTRÓPICO + 223 + 249 +89,0 +119,0 +385,0 1.065,00

MEIO BIÓTICO - 139 + 67 -12,0 -178,0 -26,0 -288,0

BALANÇO TOTAL DA SINERGIA - 254 + 465 +77,0 -119,0 +610,0 +779

467
468

Impactos Cumulativos

Impactos cumulativos ou acumulativos são aqueles que se acumulam no tempo


ou no espaço, resultando de uma combinação de efeitos decorrentes de uma
ou diversas ações. Uma série de impactos insignificantes pode resultar em
significativa degradação ambiental se concentrados espacialmente ou caso se
sucedam no tempo.

Impactos Cumulativos Sobre o Meio Físico e Biótico

Compactação do solo em decorrência das aberturas dos acessos de


serviços, instalação do canteiro de obra, movimentação de equipamentos
pesados, preparo do terreno para implantação da Via Lagunar. Isto reduzirá a
infiltração da água no solo, aumentando do escoamento superficial e aporte de
água para Lagoa.

Alteração da qualidade do ar pelo aumento da concentração de material


particulado em suspensão em decorrência da abertura das vias de acesso, da
movimentação de cargas, da intensificação de tráfego de veículos e máquinas
em atividades na obra, da construção civil e nas escavações para instalação
da infraestrutura básica.

Geração de ruídos e vibrações nas obras para implantação do Programa


implicam na utilização de máquinas e equipamentos geradores de ruído,
particularmente na movimentação de terra (escavadeiras, pás carregadeiras,
serra elétrica, caminhões e outros), fundações (marteletes pneumáticos,
compactadores e outros) e obras civis (betoneiras, vibradores).

Emissão de CO2 decorrentes da movimentação de veículos e máquinas


ligados às obras, também serão gerados temporariamente, em menor
proporção.

Geração de Resíduos Sólidos na fase de implantação das obras do

468
469

Programa será produzida uma quantidade de resíduos sólidos, provenientes


de restos de materiais orgânicos (refeitórios e sanitários).

Geração de resíduos da construção Civil relacionados com as demolições


das moradias precárias e do processo das ações de urbanização do
Programa. Como: entulhos de obra, sobras de madeira, restos de alvenaria,
pontas de vergalhão de aço de construção, latas de tinta e solventes vazias.

Direcionamento das águas pluviais através de obras de drenagem


melhorando a qualidade da água direcionada para Lagoa Mundaú. Onde
atualmente essa água é lançada junto ao esgoto.

Diminuição da cobertura vegetal em decorrência da abertura de frentes de


serviços para implantação do Programa.

Impactos Cumulativos Sobre o Meio Antrópico

Manifestação de conflitos decorrente da mudança de hábito da população


local.

Geração de tributos em decorrência da atividade de instalação do sistema


de produção das obras e serviços.

Doenças de veiculação hídrica após a implantação do Programa esse


impacto será drasticamente diminuído.

Dinamização do comercio local haverá uma demanda significativa sobre o


setor de atividades de comércio e serviços.

Geração de conhecimento técnico-científico decorrentes das atividades


desenvolvidas na execução das obras e ações do Programa.

Geração de expectativa na população local pela melhoria de qualidade de

469
470

vida.

Bem-estar psicossocial também relacionado com a melhoria de qualidade


de vida da população local.

Mobilização social durante as diversas fases do Programa a participação do


público local, tanto da AID. como da AII serão envolvidos nas ações
desenvolvidas.

Valorização de imóveis locais em decorrência das melhorias de


infraestrutura proporcionadas pelo Programa.

Impacto cultural haverá uma mudança drástica no cotidiano de todos


envolvidos de forma direta ou indireta após todas as ações do Programas
serem implantadas, modificando os hábitos e conceitos da população
envolvida.

Aumento no trânsito nas vias de acesso As obras civis necessárias à


implantação do Programa exigirão a movimentação de veículos leves e
pesados, decorrentes do tráfego de: ônibus – levando trabalhadores de suas
residências ao local da obra e vice-versa; automóveis e motocicletas-
levando trabalhadores de suas residências ao local da obra e vice-versa;
caminhões – transportando materiais e equipamentos necessários à
construção e montagem do empreendimento.

470
Matriz de Impactos Cumulativos

OUTRAS AÇÕES PRESENTES E


FUTURAS
INFLUÊNCIA
EFEITO
TIPO DE IMPACTO DO PERSISTENTE DE
CUMULATIVO CARACTERISTICAS
IMPACTO PROJETO? AÇÕES SITUAÇÃO SITUAÇÃO POTENCIAL?
PASSADAS? ATUAL FUTURA

Impacto pouco

Sim significativo em

Área de APP ocupada comparação a


A compactação do antropização existente
por construções
Ordenação do uso e solo decorrente do na área, porém todas
Sim irregulares.
ocupação do solo no programa se somará as ações de
Sim
Compactação
Direto, negativo, Trechos da área de trecho da APP as demais já compactação de solo,
do solo
Pouco Ocupações irregulares influência ocupada ocupada existentes provocadas pelo
significativo pela atividade de irregularmente. provenientes de Programa, deverá ser
exploração de outras atividades restaurada através de
SALGEMA. desenvolvidas na Programas de
área. Recuperação de Área
Degradada.

Por ser em sua Sim


Sim maioria as ruas Durante a fase de Impacto pouco
Durante as ações de
carroçáveis tem uma implantação esse significativo mesmo
Alteração da Direto, Negativo, implantação das
Não alteração de qualidade impacto será mais quando somados seu
qualidade do ar obras do Programa
Pouco do ar nos períodos evidente, porém ao potencial em cada
irá ser implantada
significativo onde os ventos são final da obra cessará. frente de trabalho.
varias frentes de
mais frequentes.
trabalho e elas se
somaram
contribuindo para
alteração da
qualidade do ar no
local.

Sim

Utilização de
máquinas e
equipamentos
Os ruídos gerados são
geradores de ruído,
decorrentes da
particularmente na
Impacto potencialmente
movimentação de
Com as ações de movimentação de
Sim significativo.
veículos que transitam
Geração de implantação das obras terra (escavadeiras,
na área, e que
ruídos e Direto, Negativo, Sim a movimentação de pás carregadeiras, Sujeito a medidas
aumentou após a
vibrações veículos aumentará serra elétrica, mitigadoras
Significativo pavimentação
significativamente. caminhões e outros), relacionadas
realizada em algumas
fundações anteriormente.
das ruas do bairro
(marteletes
recentemente.
pneumáticos,
compactadores e
outros) e obras civis
(betoneiras,
vibradores).

472
A emissão de CO2 é
decorrente da Com as ações de
Sim Impacto potencialmente
Sim movimentação de implantação das obras
significativo.
veículos que transitam a movimentação de
Esse impacto se
Direto, Negativo,
na área, e que veículos e
Emissão de CO2 Sim soma regionalmente Sujeito a medidas
aumentou após a consequentemente a
Significativo e contribui para o mitigadoras
pavimentação emissão de CO2
aumento da camada relacionadas
realizada em algumas aumentará
de ozônio. anteriormente.
das ruas do bairro significativamente.
recentemente.

Impacto pouco
Sim significativo.
Sim Segregação A empresa será
Geração de desordenada dos responsável pela
Quando se soma Empresa é responsável
Resíduos Direto, Negativo e Sim resíduos sólidos destinação de seus
aos resíduos
Sólidos Pouco gerados pela resíduos sólidos
produzidos pela pela destinação a
Significativo comunidade. gerados nas obras.
comunidade. locais devidamente
licenciados.

Impacto bastante
Após demolição das
Sim significativo, pois a
moradias precárias os
Sim geração de resíduos
Ocupação e geração resíduos serão
Geração de Esse impacto é será expressiva e
de RCC totalmente direcionados para
resíduos da Direto, Negativo e Não cumulativo quando deverá seguir as
irregular, colocadas empresas
construção Civil Muito tratamos a cidade de recomendações das
em terrenos baldios. especializadas em
Significativo Maceió como um medidas mitigadoras do
reciclagem desse tipo
todo. estudo referente a esse
de material.
impacto.

473
Sim
Impacto Muito
As águas pluviais se Ordenação do
Sim significativo e
Direcionamento juntam ao esgoto das direcionamento das Vai se somar com
proporcionará a
das águas Não casas e carreiam águas pluviais livre de toda a drenagem os
Direto, Positivo e melhoria da qualidade
pluviais diretamente para a esgoto pois existira o bairros adjacentes.
Muito significativo da água na Lagoa
Lagoa Mundaú. tratamento do mesmo. Porém de forma
Mundaú.
sustentável.

Sim Impacto significativo,


Sim Retirada de madeira
Diminuição da Supressão apenas das pois a existência de
irregular para lenha. De forma local,
cobertura Sim áreas que sofrerá áreas verdes nas
Direto, Negativo e
vegetal intervenção da obra. regional, nacional e cidades é bastante
Significativo Ocupação irregular.
global. precária.

Sim Situação de Sim Impacto significativo,


Geração de
desemprego é Criar várias vagas de
empregos Não
Direto, Positivo e marcante em nosso emprego Melhora a circulação Vai priorizar a mão-de-
diretos
Significativo País. de renda na cidade. obra local

Sim Impacto significativo,


Sim
Não A comunidade se Criar condições de
Manifestação de Busca da melhoria Melhora o estado
adaptou a situação de melhoria de qualidade
conflitos Direto, Positivo e de qualidade de vida psíquico das pessoas
precariedade da área. de vida.
Significativo de forma local e das comunidades
regional. envolvidas.

474
As atividades do
Sim Impacto significativo
Programa vão gerar
Sim
tributos e depois de
Geração de Comunidade pobre e Melhora os Incentivar o
Não implantado também
tributos Direto, Positivo e comércio informal investimentos na direcionamento de
vai haver a
Significativo infraestrutura da Investimentos ao bairro
incrementação do
cidade de Maceió. do Bom Parto
comercio local.

Sim
Com a falta de Com a implantação do
Saneamento Básico Programa os índices
Pois diminuíram os
Sim
Doenças de no bairro os índices de de pessoas
números desse tipo
veiculação Sim pessoas acometidas acometidas de Impacto significativo
Direto, Positivo e de enfermidades nos
hídrica de doenças de doenças de veiculação
Significativo relatórios da
veiculação hídrica são hídrica irão diminuir
Secretaria de Saúde
grandes. drasticamente.
de Maceió.

As atividades do Sim
Sim Impacto significativo
Programa vão gerar
Dinamização do Comunidade pobre e
Não condições para Melhoria da
comercio local Direto, Positivo e comércio informal Potencializar esse
melhoria do comercio economia local e
Significativo impacto.
local. regional.

Sim
Geração de estudos Impacto significativo,
Geração de Sim
Não O levantamento social que mostra as Melhoria na
conhecimento
e ambiental da área é questões sociais e Disponibilizar
Direto, Positivo e qualidade de
técnico-
bastante precário. ambientais atuais do conhecimento as
Significativo conhecimentos
científico
bairro do Bom Parto. pessoas interessadas.
disponibilizados a
comunidade

475
cientifica.

Impacto muito
significativo
As atividades do Sim
Sim
Programa vão gerar
Geração de Comunidade pobre e Potencializar esse
condições para Aumento das
expectativa na Direto, Positivo e Não baixa qualidade de impacto
melhoria da qualidade pessoas envolvidas
população local Muito vida. proporcionando o bem
de vida gerando com a melhoria do
Significativo estar das pessoas
expectativas. bairro.
envolvidas no
processo.

Impacto muito
significativo
As atividades do Sim
Sim
Programa vão gerar
Comunidade pobre e Potencializar esse
Bem-estar condições para Aumento das
Direto, Positivo e Não baixa qualidade de impacto
psicossocial melhoria da qualidade pessoas envolvidas
Muito vida. proporcionando o bem
de vida gerando bem com a melhoria do
Significativo estar das pessoas
estar Psíquico. bairro.
envolvidas no
processo.

As atividades do Sim Impacto muito


Sim Comunidade pobre e
Mobilização Programa vão gerar significativo
Não baixa qualidade de Aumento das
social condições para
Direto, Positivo e
vida. pessoas envolvidas Potencializar esse
melhoria da qualidade
Muito
de vida gerando com a melhoria do impacto

476
Significativo envolvimento da bairro. proporcionando o
comunidade nos envolvimento das
programas ambientais. pessoas envolvidas no
processo.

Sim

Quando a todas as
atividades do Impacto muito
Programa forem significativo
Sim Ocupação com
Urbanização do bairro concluídas irá
moradias precárias e Potencializar esse
Valorização de respeitando critérios ocorrer um efeito
Direto, Positivo e Não ausência total de impacto
imóveis locais técnicos de uso e automático de
Muito infraestrutura urbana proporcionando o
ocupação do solo. valorização de
Significativo adequada. envolvimento das
imóveis em toda
pessoas envolvidas no
região atingida de
processo.
forma direta ou
indireta pelo
Programa.

Prevalece o Sim
sentimento de O Programa irá
Sim Aos poucos as Impacto Muito
abandono, despertar nas pessoas
Não ações do Programa significativo
esquecimento, da comunidade que é
Impacto cultural Direto, Positivo e
vão mudando a
desprezo nas pessoas possível viver de forma
Muito Deve ser
forma de pensar e
da comunidade devido digna melhorando a
Significativo potencializado.
agir das
o abandono pelo sua qualidade de vida.
comunidades
poder público.
envolvidas

477
diretamente ou
indiretamente no
processo.

O trânsito é
decorrente da
movimentação de Sim Impacto significativo.
Com as ações de
Sim veículos que transitam
Aumento no implantação das obras
na área, e que O trânsito se somará Sujeito a medidas
trânsito nas vias Direto, Negativo, Sim a movimentação de
aumentou após a com o existente nas mitigadoras
de acesso veículos aumentará
pavimentação vias do entorno do relacionadas
Significativo
significativamente.
realizada em algumas bairro anteriormente.

das ruas do bairro


recentemente.

478
CAPITULO 6 –PROGRAMAS, PLANOS DE CONTROLE E
MONITORAMENTO AMBIENTAL

Como forma de auxiliar na preparação de tarefas voltadas para os programas


socioambientais, visando à execução das ações do plano de monitoramento e
acompanhamento, sugeriu-se que no momento da elaboração e implantação dos
referidos programas seja contemplada a implantação de uma gerência ambiental
com a função de verificar o cumprimento das diretrizes contidas no Plano de
Acompanhamento e Monitoramento Ambiental aprovadas pelo órgão ambiental, bem
como acompanhar as obras de implantação, e em caso de ocorrência de impactos
adversos não previstos e/ou não identificados, sejam adotadas medidas corretivas
imediatas, informando as autoridades competentes. Entre as ações que possam
ocorrer e exigir medidas corretivas.

Observa-se ainda que, estas orientações não esgotam a possibilidade de adoção de


novas ações de controle.

A execução de um programa de acompanhamento e monitoramento ambiental em


obras que gerem impactos ambientais negativos, embora reversíveis, deve ser
colocada em prática no início dos trabalhos, antes do impacto ocorrer. A atividade de
monitoramento é minuciosa e de difícil execução, a operacionalização deve ser
efetuada pela empresa responsável pela obra ou por terceiros, o importante é que
sejam utilizados parâmetros de controle previamente definidos.

A efetivação deste processo é sempre importante para verificação da aplicação e da


eficácia das medidas mitigadoras, assegurando que os padrões de qualidade
ambiental não sejam extrapolados e, detectando impactos não previstos ou não
analisados como relevantes a tempo de serem ajustados. A inter-relação entre a
legislação de qualquer atividade poluente e o monitoramento origina um
procedimento contínuo de avaliação de suas resultantes, mesmo quando em
concordância com os padrões legais.

Os impactos socioambientais definidos como recorrentes na implantação das ações


do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, assim como sua

479
respectiva avaliação, indicaram à necessidade de estabelecer medidas destinadas a
atenuação daqueles considerados negativos, assim como, a potencialização dos
positivos. Essas medidas podem ser mitigadoras, quando da necessidade de
diminuição dos níveis de um impacto negativo, ou compensatórias, nos casos em
que os procedimentos de perdas sejam de elevada magnitude e apresentam um
processo de irreversibilidade do dano.

Na maior parte dos casos, estas medidas apresentam um caráter pontual, destinado
a resolver ou atenuar impactos localizados em termos espaciais e temporais. Trata-
se de ações, descritas a seguir em forma de programas ambientais, que deverão
necessariamente ser implantadas ou agrupadas as fases de planejamento e
instalação do empreendimento.

Meio Físico
Progama Descrição
As obras de instalação irão gerar resíduos de duas
categorias: domésticos e de construção civil.
Em ambas as categorias o Projeto de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil – PGRCC trata do
adequado manejo e destino final. Esse projeto deverá
ser elaborado por empresa especializada, considerando
os ditames da Resolução CONAMA 307/2001 e o
previsto na Lei Federal 12.305/2010. A sua correta
execução deverá ser uma das premissas da obra,
Gestão dos garantindo que o assunto seja disseminado no
resíduos sólidos Programa de Educação Ambiental ou em ações de
capacitação isoladas.
Inicialmente o empreendedor, conhecendo a
precariedade do saneamento da região, deverá
identificar aterros, cooperativas de catadores e
empresas que loquem contêineres para que os resíduos
possam ser acondicionados e posteriormente serem
transportados com segurança ao seu destino final. Caso
contate cooperativas que se interessem pela aquisição
de materiais recicláveis, os mesmos fazem a coleta no
local. Isso deverá ser melhor discriminado nos PGRCC.
Programa de Estabelece diretrizes para a gestão dos resíduos
gestão dos gerados pela demolição das residências precárias, com
resíduos da o objetivo de disciplinar as ações necessárias de forma
demolição das a minimizar os impactos ambientais.

480
habitações
precárias

O Estudo em vários momentos, principalmente no


Diagnóstico Socioeconômico, abordou a articulação com
os órgãos públicos setoriais para que seja
implementado no trânsito da região medidas que
possam manter os motoristas cientes das obras e da
movimentação de veículos e máquinas de grande porte.
A indicação com placas poderá também ocorrer com o
apoio do empreendedor que evitará ainda acidentes
Programa de
com pedestres que circulam principalmente na
Minimização da
interligação do ´dique-estrada´, ou seja, na região
interferência no
lagunar, mesmo considerando que nesta última, já
tráfego
existe um intendo fluxo de veículos de grande porte.
É importante ressaltar que um dos acessos à ADA é
realizado por essa via e que irá resultar em transtornos,
diversos, para a região, carecendo de especial atenção,
com a implantação de um programa que identifique, e
se aplique, ações para a menor interferência, possível,
no tráfego da região. Ademais, esse programa deve
considerar a adequada sinalização, que deve ocorrer de
forma mais incisiva.
O Estudo em vários momentos, também, relatou que as
intervenções podem alterar a qualidade do corpo hídrico
influente, no caso, a Lagoa Mundaú. Essa alteração
poderá ocorrer através do lançamento de efluentes
sanitários, águas servidas contaminadas, derrames ou
vazamentos de óleos, graxas ou produtos químicos,
Programa de diretamente no solo ou nos corpos d‟água. Também
Monitoramento da causam alterações na qualidade das águas os
Qualidade da Água carreamentos de resíduos de solo decorrentes de
Superficial processos erosivos.
As intervenções no leito Lagunar para construção da Via
e demolição das habitações da APP, podem aumentar a
turbidez e a concentração de material particulado em
suspensão, por consequência, desestruturar os habitats
ali existentes, podendo afetar as comunidades aquáticas
locais durante o período de construção.

Programa de Este programa tem como objetivo geral a definição de


Controle da medidas de monitoramento e de controle da poluição
emissão atmosférica na fase de implantação do
atmosférica e empreendimento, tomando como referência os limites
qualidade do ar estabelecidos pela legislação vigente. A principal
preocupação diz respeito à emissão de gases e material
particulado para a atmosfera, que tem potencial para
481
causar danos ao meio ambiente, à saúde e à segurança
da população diretamente afetada.

As principais metas deste programa ambiental são:

• Realizar monitoramento visual diário de controle das


poeiras;
•Monitoramento da opacidade de veículos a diesel
utilizados nas obras por amostragem mensalmente e de
todos os equipamentos em manutenção;
•Supervisionar as atividades executadas pelas
empreiteiras.

A requalificação da orla lagunar traz preocupação


quanto às emissões de ruídos, que poderão causar
danos ao meio ambiente e à população se não tratadas
com os cuidados necessários. Conforme previsto no
presente estudo ambiental, estima-se um aumento nos
níveis de emissão de ruídos no período da construção,
desde a mobilização de equipamentos até a conclusão
das obras. Desta forma, está previsto o monitoramento
Programa de e o controle dos níveis de poluição sonora gerados pela
Controle dos requalificação da orla lagunar de Maceió.
níveis de ruído Os níveis de ruídos contínuos ou intermitentes serão
medidos em decibéis (dB), com dosímetro, com faixa de
frequência entre 30 e 130 dB. Os níveis de ruídos
deverão ser determinados em todas as etapas do
empreendimento e não poderão ultrapassar 85 dB.
As medições (externas) devem atender ao disposto na
Resolução N°. 01, de 08 de março de 1990, a qual
ratificou a NBR – 10.152/87, da ABNT, bem como
satisfazer às exigências da legislação de higiene e
segurança do trabalho.

482
Meio Antrópico
Progama Descrição
Ao interagirmos com o ambiente em que vivemos,
nossas ações o influenciam positiva ou negativamente.
Um dos impactos gerados por essa interação é a
geração desordenada de resíduos, a qual tem sido
considerada uma ação humana de grandes e negativas
proporções para o ambiente tornando-se, assim, um
problema complexo para a sociedade moderna. Dessa
forma, torna-se essencial a minimização dos impactos
Programa de potencialmente promovidos pela geração de resíduos e
Educação o provimento da disposição eco-compatível.
Ambiental
Considerando-se a importância de promover a
educação ambiental no âmbito da comunidade, está
previsto um programa voltado para a capacitação de
recursos humanos em educação ambiental. O Programa
de Educação Ambiental visa desenvolver
conhecimentos no que se refere à temática
socioambiental, além de estimular no indivíduo uma
conduta responsável pelo meio ambiente.
O objetivo deste Programa é dispor dos instrumentos
e técnicas da Comunicação Social tanto como recurso
de apoio, para que as obras do Programa sejam
Programa de percebidas pela comunidade como uma ação positiva
Comunicação para a redução da violência e melhoria do
Social. atendimento à saúde como, também, uma ferramenta
de sensibilização para que as intervenções possam
ocorrer de forma adequada e ambientalmente
sustentável.
O objetivo deste programa é capacitar os empregados
das empresas construtoras para que todos tenham
Programa de conhecimento das praticas gerais de gestão ambiental
Treinamento e associadas às suas atividades. Assegura que todos
Capacitação dos realizem suas atividades de acordo com os
Colaboradores procedimentos adequados, considerando os cuidados
com o meio ambiente, as comunidades e o patrimônio.
O objetivo do programa, no que se refere à saúde e
Programa de
segurança dos empregados, é o estabelecimento de
Saúde dos
padrões mínimos de atendimento à legislação de
Colaboradores e
controle e saúde e segurança operacional, aplicáveis
comunidades
aos empregados das empreiteiras das obras.
envolvidas

483
Meio Biótico
Progama Descrição
O programa de salvamento da fauna se justifica devido
ao nível de intervenção em ambientes naturais e
antrópicos, como é o caso de manguezais e trechos
com vegetação antrópica arbórea.

Nesses ambientes foram encontrados na fase de


diagnóstico uma série de organismos terrestres e
aquáticos passiveis de salvamento ou afugentamento.
Tais ações são necessárias para diminuir os impactos
negativos sobre as comunidades ali existentes, dano a
oportunidade para que os memso possam ser motivdos
a procurar áreas seguras por seus pr´pprios meios, ou
resgatá-las e encaminhá-las através de captura e
soltura de indivíduos que não tenha essa capacidade de
autolocomoção.
Desta forma diminui-se o impacto negativo, protege
diversos organismo, oferecendo novas oportunidades de
sobrevivência.
O monitoramento da fauna da área de influência do
Programa de empreendimento nas fases de implantação e operação
Salvamento e é necessário para verificar os efeitos das ações do
Monitoramento de Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Fauna Maceió sobre os animais silvestres da região e as
possíveis alterações quantitativas e qualitativas da
fauna local.
O programa permitirá acompanhar as alterações na
fauna que formarão uma nova condição ambiental no
local. A partir do presente programa poderá se criar
medidas de conservação, manejo, controle e
fiscalização com relação à fauna local. Ainda tem
importante função na identificação de eventuais
impactos sobre a fauna não previstos neste estudo.
No caso dos animais que podem causar algum dano à
saúde humana (animais peçonhentos e vetores), o
programa justifica-se por fatores ecológicos,
relacionados à saúde pública e a ampliação do
conhecimento científico. Ainda com relação à saúde
pública, existe também a necessidade de diminuir a
possibilidade de ocorrência de acidentes com animais
peçonhentos, principalmente serpentes, na área de
influência direta definida no estudo ambiental, em
função do deslocamento destes durante a fase de
instalação da Via Lagunar.

484
Do ponto de vista científico, o desenvolvimento deste
programa propiciará uma melhor informação acerca da
história natural de espécies animais na área, pois o
monitoramento da fauna é uma das formas mais
eficazes de efetuar estudos quantitativos e qualitativos
sobre a fauna local e regional.
Numa fase inicial à implantação das obras, iniciam-se as
atividades de salvamento da fauna atrave´s de equipe
técnica competente. Após a instalação das obras segue
o programa, desta vez através do monitoramento da
fauna local, observando seu comportamento, e atuando
diretamente nos casos onde houver conflitos entre as
comunidades humanas e a fauna remanescente que
voltará a ocupar seus velhos nichos ecológicos.
O principal ecossistema costeiro a ser fetado na
impantação do presente projeto de requalificação é o
manguezal. Este deverá ser impactado tanto de forma
positiva quanto negativa.
Será de forma positiva quando houver a limpeza de área
marginal da laguna mundaú ocupada de forma irregular
na altura do bairro do Bom Parto.
Neste trecho uma faixa com pelo menos 30 metros de
largura será devidamente limpa e destinada para
reflorestamento de mangue, aumentando assim a
cobertura vegetal existente.
Todavia, um trecho de manguezal deverá ser
diretamente impactado para a implantação da via
lagunar sobre estacas. Será necessário, portanto, a
Programa de supressão de trecho de mangue.
Reabilitação das Como forma de mitigar este impacto prevê-se a escolha
Áreas de APP’s de áreas passíveis de reflorestamento de manguezal
dentro dos limites da Área Diretamente Afetada. O
objetivo é o enriquecimento das formações de mangue
existentes e ampliação da cobertura vegetal em trechos
degradados nesta faixa.
Com a implantação deste programa proporcionará,
dentre outras, as seguintes vantagens:
• Aumento de benefícios sociais pela presença destas
florestas marginais, vinculados à saúde e ao lazer das
populações do entorno e à recomposição da paisagem
alterada pelas ações do Programa de Requalificação
Urbana da Orla Lagunar de Maceió na área de
influencia da Lagoa;
• Redução do carreamento de sedimentos para o Corpo
Hídrico, levados pelas enxurradas, ou seja, proteção
485
contra assoreamento;
• Contribui para o melhoramento da Qualidade da água;
• Aumento da resistência das margens do referido Corpo
Hídrico à erosão provocada pela dinâmica das marés;
• Sustentação da fauna terrestre e aquática que
depende da vegetação marginal.
Além dos manguezais, as demais áreas naturais que
forem, de alguma forma, impactadas durante a fase de
implantação do projeto, deverão ser recuperadas tanto
do ponto de vista físico quanto biológico, e neste caso
recuperando o relevo, o solo e proporcionando a
restauração da vegetação original local.
A metodologia adotada para reabilitação da APP está
inserida no Programa de Recuperação de Área
Degradada – PRAD descrito posteriormente.
O programa visa aproveitar-se dos efeitos benéficos
ambientais e paisagísticos da arborização, que contribui
para a purificação do ar pela fixação de poeiras e gases
tóxicos e pela reciclagem de gases através de
mecanismos fotossintéticos; a melhoria do microclima
da cidade, devido à retenção de umidade do solo e do
ar e também pela geração de sombra, evitando que os
raios solares incidam diretamente sobre as pessoas,
auxiliando no equilíbrio térmico; a atenuação da
poluição sonora; a redução da velocidade dos ventos e
do impacto das chuvas, promovendo a melhoria da
qualidade de vida dos seus moradores.
O objetivo é incrementar o número de árvores, na região
de Implantação do Programa de Requalificação Urbana
Programa de
da Orla Lagunar de Maceió, neste caso, os bairros do
Arborização
Bom Parto, Mutange, Bebedouro, Pinheiroe demais
Urbana
bairros na Área de Influência Direta, aproveitando com
isto os benefícios proporcionados pela arborização
urbana.
O efeito imediato da arborização contra o aquecimento
global é perceptível pelo controle da temperatura, pois
sua influência está relacionada ao controle da radiação
solar, da ventilação e da umidade relativa do ar. A
educação ambiental também é meta do programa e
podem ser criadas atividades que envolvam os alunos
das escolas locais relacionados com plantios de mudas
nas áreas definidas pela Secretaria de Proteção ao Meio
Ambiente de Maceió - SEMPMA, além da produção de
um guia prático para a arborização urbana, entre outras
ações.

486
Também será solicitada a SEMPMA uma vistoria
conjunta para identificar os locais onde exista a
possibilidade de plantio de novas mudas de arborização
urbana nos Bairrossupracitados. Este programa deve
disponibilizar mudas de espécies nativas adequadas à
região e de porte compatível às áreas disponíveis para
plantio.
A principal meta do Programa é proporcionar um
incremento na cobertura vegetal arbórea na Área de
Influência Direta, principalmente no bairro do Bom Parto,
pois se trata de uma região urbana cujo índice de
cobertura vegetal é baixo. Para atingir essa meta serão
criadas sete linhas de ação, sendo elas: plantios para
proteção de cursos d‟água; arborização de áreas livres;
arborização de canteiros centrais; arborização de
passeio público; educação ambiental; proteção à
arborização existente e aquisição de mudas.
Programa inserido no Programa de Recuperação de
Área Degradada - PRAD

DESENVOLVIMENTO DOS PROGRAMAS


AMBIENTAIS ESPECÍFICOS

Programa de Gestão dos Resíduos da Demolição das


Habitações Precárias

Classificação

Segundo a Resolução CONAMA Nº 307 de janeiro de 2003, que estabelece


diretrizes para a gestão dos resíduos gerados pela construção civil, com o objetivo
de disciplinar as ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais. A
seguir, as principais informações sobre a legislação, especialmente sobre os marcos
conceituais, a classificação e destinação dos resíduos.

487
Marcos conceituais

Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,


reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e
da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral,
solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação
elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.

Geradores: são pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por


atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos.

Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do


transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação.

Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de


resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação
em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de
engenharia.

Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou


reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao
cumprimento das etapas previstas em programas e planos.

Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do


mesmo.

Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido


submetido à transformação.

Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo a operações e/ou processos que


tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como
matéria-prima ou produto.

Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas


de disposição de resíduos da construção civil Classe "A" no solo, visando a
reservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura

488
utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor
volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à


disposição final de resíduos.

A legislação tem como objetivo prioritário a não geração de resíduos, quando


possível, e secundariamente a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação
final. Os resíduos da construção e demolição não poderão ser dispostos em aterros
de resíduos domiciliares em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d‟água, lotes
vagos e em áreas protegidas de acordo com a legislação.

Os Resíduos decorrentes das demolições das residências precárias e as


necessárias para Readequação urbanística do Bairro do Bom Parto são
classificados por esta Resolução como Resíduos de Classe A, ou seja, aqueles que
podem ser reutilizáveis ou recicláveis como agregados.

Neste trabalho está sendo considerada apenas a fração de perdas diretas, o


entulho. Segundo a resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 (BRASIL
2002), os RCD são definidos em seu art. 2º, item I, como: “... os provenientes de
construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos
cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras
e compensados, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc. ...”

E classificados da seguinte forma:

Deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a


áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir
a sua utilização ou reciclagem futura.

Recomenda-se que no período de mobilização para início da obra sejam contatadas


empresas que fazem reciclagem deste tipo de material para poder usá-los como
agregado na própria obra, diminuindo com isso o impacto quantitativo na destinação
final desses resíduos.

489
Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Cívil -
PGRCC

Introdução

A cada dia percebe-se uma evolução na legislação brasileira com uma maior rigidez
no que atine as questões ambientais, trazendo benefícios a todos, uma tendência
mundial para evitar degradação e proporcionar uma vida mais saudável,
representando Qualidade de Vida.

Neste sentido, o Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió,


com vistas à minimização e destinação adequada dos resíduos conforme definido na
Resolução Conama 307, de 05 de julho de 2002, caracterizando os seus deveres
como gerador e esperando contribuir para que os municípios envolvidos disponham,
o quanto antes, de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Ressalta-se que, normalmente, os PGRCC são comumente elaborados para


gerenciamento de resíduos proveniente de edificações urbanas, como por exemplo:
edifícios, hospitais, conjuntos residenciais, etc. Neste documento procurou-se
também observar o que dispõe a NBR 10004, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), que trata de resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao
meio ambiente e à saúde pública.

Reitera-se que este é um processo construtivo e em sua execução a equipe técnica


responsável no Programa pelo gerenciamento dos resíduos, se disponibilizam para
adequar a obra com o objetivo fim de implantar ações que visem uma melhoria
contínua.

Instrumentos de Implementação da CONAMA 307/02

Ao disciplinar os resíduos da construção civil (RCC), a Resolução CONAMA nº


307/02 leva em consideração as definições da Lei de Crimes Ambientais, de
fevereiro de 1998, que prevê penalidades para a disposição final de resíduos em
desacordo com a legislação. Essa resolução exige do poder público municipal a

490
elaboração de leis, decretos, portarias e outros instrumentos legais como parte da
construção da política pública que discipline a destinação dos RCC.

Este instrumento jurídico identifica como responsáveis pela gestão dos resíduos
sólidos os participantes do processo construtivo (setor produtivo) e o setor público.
Os primeiros incluem os geradores e transportador dos resíduos sólidos seja os
construtores e os responsáveis por obras (mestres, arquitetos, engenheiros etc.) e
os que transportam os entulhos, também conhecidos por caçambeiros ou coletores
de entulhos.

No setor público estão incluídos principalmente o município e o Distrito Federal, e


seus vários órgãos (responsáveis pela limpeza urbana, meio ambiente,
pavimentação, habitação e obras etc.).

A Resolução 307/02 define como instrumento de sua implementação o Plano


Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC), o qual
deve incorporar:

I - Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil


(PMGRCC) e;

II - Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC).

O primeiro é de responsabilidade dos municípios e Distrito Federal e o segundo de


responsabilidade dos grandes geradores (construtores e responsáveis por obras). O
PIGRCC deverá incorporar as diretrizes necessárias com relação a áreas de
recebimento, separação, armazenamento, processamento e reciclagem dos
resíduos sólidos oriundos de canteiros de obras, incorporando desta forma:

I – as diretrizes técnicas e procedimentos para o PMGRCC e para o os PGRCC a


serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o exercício das
responsabilidades de todos os geradores;

II - o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem


e armazenamento temporário de pequenos volumes, em conformidade com o porte
da área urbana municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos

491
oriundos de pequenos volumes, em conformidade com o ponto da área urbana
municipal, possibilitando a destinação posterior dos resíduos oriundos de pequenos
geradores às áreas de beneficiamento;

III - o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de


beneficiamento e de disposição final de resíduos;

IV - a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas;

V - o incentivo a reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo


produtivo;

VI - a definição de critérios para o cadastramento de transportadores;

VII - as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos;

VIII - as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua


segregação.

Os PGRCC, de responsabilidades dos grandes geradores, (pois os pequenos


geradores responderão às diretrizes do Programa Municipal) devem conter
informações com relação à quantidade e tipos de resíduos gerados, triagem (de
preferência no momento sua geração) acondicionamento, destinação, e transporte.
A responsabilidade do transporte é também das empresas coletoras, que deverão
responder às diretrizes estabelecidas pelo PIGRCC.

A partir de janeiro de 2003, os municípios e o Distrito Federal tiveram 18 meses e os


geradores de resíduos 24 meses para atenderem à Resolução 307/02, prazo findo
no ano de 2005.

Geração de Resíduo da Construção Civil (RCC)

A geração dos resíduos sólidos da construção civil é grande, podendo representar


mais da metade dos resíduos sólidos urbanos. Estima-se que a geração de RCC
situa-se em torno de 450 Kg/habitante/ano, variando naturalmente de cidade a
cidade e com a oscilação da economia.

492
É importante destacar que com a implantação da política de qualidade na
construção, comparativamente aos valores apresentados na década passada, houve
uma sensível redução, com vistas principalmente à redução de custos que,
invariavelmente, incorre também em uma minimização dos impactos ambientais
gerados. No começo da década passada já se tinha constatado que os RCC
correspondiam a aproximadamente 40% dos resíduos recebidos diariamente nos
equipamentos públicos, resultando em um elevado custo ambiental inclusive por
conta da disposição inadequada.

Há uma grande complexidade na definição de um gerenciamento dos resíduos


sólidos de uma construção, tais como:

o O volume do resíduo produzido (que justifica todo o esforço para a


redução de sua geração);
o O número de participantes no processo construtivo;

o Os recursos escassos dos municípios para atacarem os problemas de


gestão ambiental;

o O potencial de reciclagem dos resíduos sólidos oriundos do processo


construtivo;

o Os recursos escassos para financiamento de projetos de pesquisa de


novos materiais;

o A necessidade e responsabilidade do setor público de instituir


instrumentos;

o E a responsabilidade e o compromisso do setor produtivo em atender


às legislações referentes ao tema.

A idéia é a resposta a dois questionamentos:

o Obtenção da melhor relação possível entre “quantidade de lixo gerado


e os custos do seu tratamento”;
o Definição da melhor combinação possível entre as várias alternativas
de disposição.

493
Destaca-se que a definição do nível ótimo de geração do resíduo envolve
dificuldades como considerar os custos sociais e ambientais (principalmente pela
deficiência das metodologias disponíveis para obterem-se os cálculos destes
custos). Também se observa as dificuldades do Estado e setor público no que diz
respeito à informação como quantidade de resíduos gerados, qualidade dos
resíduos, estrutura do sistema de gestão como um todo, e as deficiências da
legislação e mercado. Portanto, não será objeto de discussão, em nenhum
momento, a primeira questão.

A segunda questão refere-se à definição da melhor combinação possível entre as


várias alternativas de disposição, envolvendo, portanto:

o Redução da geração de lixo na fonte;


o Reutilização do resíduo produzido;

o Reciclagem;

o Recuperação de energia (incineração);

o Aterro sanitário;

Considerando-se a legislação pertinente, que já proíbe a partir de julho de 2004 o


encaminhamento dos resíduos sólidos da construção a aterros sanitários e
domiciliares, e o potencial de reciclagem do resíduo da construção, deve-se buscar
a redução, a reutilização e a reciclagem dos resíduos gerados nos canteiros de
obras.

O princípio dos 3 R‟s (reduzir, reutilizar e reciclar) destaca a necessidade de


minimizar os impactos causados na atividade industrial. É sabido que, em sua
cadeia produtiva, a indústria da construção civil ocasiona impactos ao meio
ambiente, ocupando áreas, extraindo matéria-prima, efetuando este transporte, no
próprio processo construtivo, os produtos, a geração e a disposição dos resíduos
sólidos.

494
Objetivo

Conforme citado no item anterior, o objetivo do presente PGRCC é a resposta aos


questionamentos, relacionando ações para obter a melhor relação possível entre
“quantidade de lixo gerado e os custos do seu tratamento”. Desta feita, o PGRCC
busca aplicar um processo de conscientização de todos os envolvidos na obra do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió para aplicar a
metodologia de redução de resíduos, reutilização daqueles materiais que sejam
possíveis bem como destinar para reciclagem os materiais que não forem
aproveitados na obra.

Etapas de Desenvolvimento

Para cumprimento do previsto no PGRCC as etapas a seguir devem ser


observadas:

Caracterização O gerador deve identificar e quantificar os resíduos.

Realizada, preferencialmente, pela origem, ou nas áreas de


Triagem
destinação respeitadas as classes de resíduos.

O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração


Acondicionamento até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos possíveis,
as condições de reutilização e de reciclagem.

Realizado conforme de acordo com as normas de transporte de


Transporte resíduos.

Etapas anteriores e de técnicas vigentes.


Deve atender a Resolução CONAMA Nº. 307/02, conforme descrito
Destinação
em “Destinação dos Resíduos da Construção Civil”.

O PGRCC deverá ser composto por plano de redução de resíduos, de reutilização e


de reciclagem, desenvolvido imediatamente antes da implantação do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

495
Um dos primeiros itens é a realização de um diagnóstico das perdas nos serviços
previstos pela obra, o responsável pela execução da mesma, estabeleça
indicadores, que ao longo do seu processo de produção poderá subsidiar decisões
com relação ao uso de tecnologia, buscando minimizar a geração de resíduo. Para
este conhecimento, deverá ser efetuado um acompanhamento para constatação da
aplicabilidade dos índices empregados pelas empresas envolvidas em seus
empreendimentos, para cada etapa do desenvolvimento da obra, conforme
cronograma de trabalho.

O Programa definirá as responsabilidades com relação à coordenação do projeto de


gerenciamento de resíduos sólidos, que envolverá gestores de obras, os
responsáveis pela obra, ou seja, engenheiros e encarregados. Esta é considerada a
primeira etapa.

O plano de redução de resíduos deve considerar todas as fases do processo de


produção de um edifício ou obra de infra-estrutura. Todos os participantes do
processo (planejamento, projeto, execução) devem estar conscientes de suas
responsabilidades na redução da geração de resíduos.

Redução da Geração de Resíduos

O entendimento do mecanismo da geração de resíduos é necessário para analisar o


processo construtivo de edificações, cadeia produtiva principal da Indústria da
Construção (IC), sendo constituído por cinco fases básicas: inicial (que inclui o
planejamento e a análise de viabilidade do empreendimento); de projeto, de
construção (execução); de utilização (que implica na utilização da edificação e na
realização de reformas) e mesmo na eventual demolição (em geral ocorre quando é
findada a vida útil da edificação, que é o caso da pequena casa existente no local do
empreendimento). Destaca-se que todos os participantes envolvidos nas diversas
fases têm responsabilidades em prevenir e reduzir a geração de resíduos.

Fase Inicial – Decisão de Construir

Nessa fase devem ser tomadas importantes decisões. Tendo em vista que os
processos tecnológicos interferem no meio ambiente, as decisões foram tomadas
buscando o mínimo de impactos ambientais da tecnologia a ser utilizada. A melhor

496
decisão em geral é aquela que proporcionará a menor agressividade possível ao
meio ambiente, o que, por exemplo, leva à consideração da reforma de um edifício
existente no lugar de construir uma nova edificação. Entretanto, como não é o caso,
o responsável pela execução das obras estabelecerá o mínimo de critérios para
racionalização, padronização, utilização de agregados reciclados, e mesmo
tecnologia que minimize a agressão ao meio ambiente.

Fase de Construção – Canteiro de Obras e Frentes de Serviço

É no canteiro de obras e nas frentes de serviço que as perdas podem ser


visualizadas. Essas perdas serão incorporadas ao empreendimento ou então serão
visíveis, na forma de resíduos ou entulhos. Os resíduos produzidos durante a fase
de construção resultam das perdas do processo construtivo em suas etapas
diversas, como planejamento, projeto, materiais etc. Por este motivo é que é
determinado que a escolha adequada de tecnologias já que influenciará na geração
maior ou menor de perdas.

Visando a racionalização e a minimização de perdas e conseqüentemente a geração


de resíduos no canteiro de obras, é que se fará o monitoramento e gerenciamento
logístico incluindo procedimentos formalizados para controle da qualidade na
entrega, no armazenamento, no transporte e na aplicação do material no canteiro. A
empresa responsável pela obra buscará ainda, juntamente com todos os
participantes do processo produtivo, uma gestão eficiente, o que inclui separação,
ou seja, coleta seletiva do resíduo produzido.

Fase de Manutenção

A redução de resíduos nesta fase está diretamente ligada à qualidade da obra,


proporcionando a minimização de defeitos e a redução de gastos com a
manutenção. Para isto a empresa responsável busca o uso de materiais e
componentes que aumentem a vida útil do empreendimento, acarretando um gasto
menor com manutenção.

Além disto, existem dois tipos de manutenção, a preventiva e a corretiva, sendo que
a primeira é a que se deve dar maior ênfase, já que vai permitir um aumento da vida

497
útil da obra, não permitindo que hajam desgastes prematuros devido à falta de
manutenção.

Perdas e Desperdício

A redução da geração do resíduo está diretamente ligada ao processo construtivo


como um todo, incluindo as fases de projeto, de construção, de manutenção e de
demolição, que devidamente integradas reduzem a geração de resíduos diminuindo
o nível de perdas.

Por meio de índices levantados em pesquisas em todo o Brasil, pôde-se observar


que a ICC em seu processo produtivo, de fato gera perdas, porém observa-se que
essas perdas vêm hoje sendo minimizadas em todo o país pela criação e
implantação de programas da qualidade.

Dentre os fatores que influenciam a geração de perdas, ressaltam-se a escolha da


tecnologia (que influenciará na maior ou menor geração de perdas), falhas de
projeto, não compatibilizarão de projetos, a prática de procedimentos padronizados
de serviços, o armazenamento e o transporte adequado de materiais no canteiro
principal, dentre outros.

A redução de perdas é um processo evolutivo, assim como a aplicação na ICC. Os


índices empregados pela empresa serão avaliados para verificar a eficiência em
todas as etapas. Apesar do esforço a ser empreendido para a minimização de
perdas, e uso de materiais passíveis de reutilização pode-se dizer que sempre
haverá geração de resíduo, já que dificilmente a perda será igual à zero. É sabido
que o sistema de qualidade conduz a uma redução de perdas ao mínimo possível,
mas sempre acarretará em resíduos no canteiro e nas frentes de serviço, por este
motivo é necessário estabelecimento de planos para sua reutilização e reciclagem.

Reciclagem

O conceito de reciclagem relaciona-se ao ciclo de utilização de um material ou


componente, que uma vez tenha se tornado velho pode-se tornar novo, prolongando
a vida útil do material. Completando, assim, um ciclo: „novo-velho-novo‟. A nova

498
utilização de um material ou componente implica em uma série de operações, em
geral de coleta, desmonte e tratamento, podendo voltar ao processo de produção.

Este conceito fundamenta-se na gerência ambiental, social e econômica de recursos


naturais, visando à gerência do ciclo de vida de materiais. Baseia-se, portanto em
um dos pilares da política ambiental, conhecida como gerência de cadeia integrada,
incluindo gerência do ciclo de vida dos materiais de construção, nas fases de
produção, construção, demolição, reuso ou reciclagem e disposição. A reciclagem
está norteada por princípios de sustentabilidade, implicando na redução do uso de
recursos naturais (fontes de energia e matéria-prima primária) e na manutenção da
matéria-prima no processo de produção o maior tempo possível. Evitando desta
forma que matérias-primas primárias sejam extraídas desnecessariamente.

As classes A e B incluem os resíduos que podem ser reciclados e, portanto, serem


reabsorvidos por processos de produção. Os resíduos da classe A (restos de
cerâmica, concreto, argamassa, cimento, pedras, etc.) correspondem a 60% dos
resíduos sólidos gerados em canteiros de obras, principalmente de edificações, e
são os resíduos com maior potencial de reciclagem. Ao serem processados por meio
de britagem, podem ser aplicados como substitutos do cascalho na construção de
bases e sub-bases de pavimentação.

Os resíduos da classe B (papel, papelão, metais, madeira, vidros etc.) são


reciclados por outras indústrias e formas de aproveitamento.

Disposição no Canteiro de Obras

O canteiro de obras deve ser planejado visando atender as necessidades de se


estabelecer um sistema de gestão de resíduos, incluindo áreas para
armazenamento dos diferentes resíduos, áreas para disposição dos resíduos no
canteiro até coleta e transporte, e contêineres para armazenamento e
acondicionamento dos resíduos.

Os depósitos temporários deverão ser os espaços onde serão dispostos instalações


ou equipamentos como contêineres ou outros, destinados a receberem o resíduo
temporariamente, até que se tenha um volume que justifique seu transporte

499
internamente até o contêiner de armazenamento para coleta, ou contêiner para
reutilização.

A depender da etapa de trabalho, os resíduos devem ser segregados em sua fonte


de geração, ao termino de uma semana de trabalho ou mesmo até ao final de um
dia de trabalho ou um serviço, visando assegurar qualidade do resíduo potencializar
a sua reciclagem. O objetivo de segregar os resíduos de acordo com a classificação
da Resolução 307/02, separando os nas classes A, B, C e D em depósitos distintos
para futura utilização no canteiro ou fora dele. A segregação assegura a qualidade
do resíduo, garantindo assim a qualidade de seu processamento futura aplicação
como agregado reciclado.

É necessário enfatizar que a destinação destes resíduos deve ser devidamente


sinalizada em todos os locais, contêineres e baias de disposição e armazenamento
de cada resíduo no canteiro, para facilitar a memorização pela mão-de-obra dos
resíduos e suas respectivas classes, forma de armazenamento e destinações. Este
é um item importante na realização do PGRCC.

Estatística internacional da viabilidade de reciclagem de resíduos sólidos da


construção assume 92% de resíduos limpos.

O resíduo deve ser encaminhado para depósito temporário ou armazenamento para


coleta (dependendo do resíduo e do serviço em execução), no momento de sua
geração, ou ao finalizar a tarefa do dia, ou finalizar um serviço. O armazenamento
temporário refere-se aos resíduos gerados em menor volume, e que podem ficar em
um contêiner em posições estratégicas para posterior encaminhamento aos
contêineres de coleta, ou área de coleta, definitivos, ou seja, quando são retirados
do canteiro ou das frentes de serviço.

Caracterização dos Resíduos

Estimativa da Geração de Resíduos

• Demolição

500
ÁREA QUANTIDADE DE MORADIAS VOLUME DE DEMOLIÇÃO
DEMOLIDAS (M³)

1 2 97,80

2 148 7.237,20

3 110 5.379,00

4 327 21.956,10

5 327 16.948,80

6 62 1.726,44

7 871 45.623,70

8 49 2.396,10
Os resíduos selecionados, que não sejam possíveis ser enviados para uma unidade
9 82 2.283,36
de reciclagem de RCC, deverá ser levado para um aterro sanitário ou cooperativas
de Reciclagem, aptos para receber esse tipo de material. (plástico, metal, lixo
orgânico, madeira, etc.)

As demolições nas áreas onde serão implantadas as obras do Programa de


Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, principais geradores de resíduos
da construção civil, exige o cumprimento de procedimentos específicos, quer para a
garantia da qualidade ambiental, quer para o atendendo a NR -18 do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE).

A demolição, caracterizada como a destruição, de forma deliberada, de


residências e demais construções ou estruturas para dar outro destino aos
espaços por elas ocupados, compreende as seguintes atividades:

 remoção de estruturas de concreto, alvenarias, cerâmica e madeira;


 remoção de tubulações; e
 remoção de coberturas, vidros, louças, metais e esquadrias.

Quando o reaproveitamento do material (entulho) não for possível na própria


obra, o mesmo deverá ser conduzido à local apropriado (bota-fora, aterro
sanitário ou outro, devidamente licenciado ou aprovado pelo órgão ambiental
local).A demolição poderá ser feita por meio de ferramentas manuais ou

501
mecânicas, de modo a garantir a integridade dos materiais para o seu possível
reaproveitamento.

Deve ser programada e dirigida por profissional legalmente habilitado, sendo


indispensável a presença de um Técnico de Segurança do Trabalho (TST),
orientando a correta utilização dos EPI‟s (Equipamentos de Proteção Individual)
pelos trabalhadores envolvidos na atividade.

A área circunvizinha a demolição precisa ser avisada previamente e isolada


durante a atividade, evitando contratempos e acidentes.

O Quadro a seguir contém as medidas de controle, de acordo com a Norma


Regulamentadora - NR 18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria
da Construção).

As estruturas e demais peças a demolir, deverão ser reduzidas a fragmentos de


dimensões compatíveis com o emprego do equipamento de carga e transporte, e
com a conformação estética do local do bota-fora.

Todo entulho será transportado, depositado e espalhado em bota-fora licenciado,


em localização estabelecida no Projeto aprovado ou indicado pela UGP.

Medidas de Controle na Demolição

FASES DA
MEDIDAS DE CONTROLE
ATIVIDADE

As linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis líquidos e gasosos,


Antes de iniciar a
substâncias tóxicas, canalizações de esgoto e de escoamento de água devem ser
Demolição
desligadas, retiradas, protegidas ou isoladas, respeitando -se as normas em vigor.
(Planejamento)

As construções vizinhas à demolição devem ser vistoriadas, visando preservar a


estabilidade e a integridade física de terceiros.

Devem ser removidos os vidros, ripados, estuques e outros elementos frágeis.

502
Antes do início da demolição de um pavimento devem ser fechadas todas as aberturas
existentes no piso, salvo as utilizadas para escoamento de materiais, sendo proibida a
permanência de pessoas nos pavimentos que possam ter a estabilidade comprometida
no processo de demolição.

As escadas devem ser mantidas desimpedidas e livres para a circulação de emergência


Durante a
e somente serão demolidas à medida que forem sendo retirados os materiais dos
Demolição
pavimentos superiores.

Os objetos pesados ou volumosos devem ser removidos com dispositivos mecânicos,


ficando proibido o lançamento em queda livre de qualquer material.

Os elementos da construção em demolição não devem ser abandonados em posição que


torne possível o seu desabamento.

Os materiais das edificações, durante a demolição e remoção, devem ser previamente


umedecidos.

Os veículos de transporte de entulho deverão ser carregados de modo a evitar o


derramamento ou espalhamento pelas vias públicas do entulho proveniente das
demolições. Caso isso ocorra, a empreiteira de obra deverá limpar os locais sem
ônus para o Programa.

Caracterização dos Resíduos Gerados

Segundo o pesquisador Alexandre Gusmão, em estudos realizados na região


metropolitana do Recife (PE), os resíduos da construção e demolição (RCD) são
90% potencialmente recicláveis, sendo caracterizados conforme dados abaixo:

 Areia – 4%
 Argamassa – 24%
 Brita – 6%
 Cerâmica – 1%
503
 Concreto – 14%
 Gesso – 4%
 Madeira – 2%
 Metal – 2%
 Pedregulho – 3%
 Solo – 23%
 Tijolo – 17%

Material possivelmente gerado na obra e provável destinação:

Material Classe Destino

Aço de Construção B Doação/venda/reaproveitamento

Alumínio B Doação/venda/reaproveitamento

Arame B Doação/venda/aproveitamento

Areia A Reaproveitamento

Argamassa endurecida A Reciclagem

Bloco de concreto A Reciclagem

Brita A Reciclagem

Cabo de aço B Doação/venda

Cerâmica A Reciclagem

Concreto armado A Reciclagem

1
Concreto endurecido A Reciclagem

Efluente de fossa séptica (doméstico) D Sistema de sumidouro

Fio ou cabo de alumínio B Doação/venda

504
Fio ou cabo de cobre B Doação/venda

2
Gesso C Aterro sanitário ou outro específico

Lataria contaminada D Aterro sanitário ou outro específico

Louça A Doação/vazadouro/aterro

Madeira compensada B Forros de padaria/caldeira

Madeira Serrada B Fornos de padaria/caldeira/paisagismo

Mangote de vibrador B Doação ou vendas

Manta asfáltica C Aterro sanitário ou outro específico

Manta de lã de vidro C Aterro sanitário ou outro específico

Material de escavação aproveitável A

Material orgânico - Aterro sanitário/vazadouro

Papel e papelão B Doação/venda

Peças em fibro-cimento D Aterro sanitário ou outro específico

Pedras em geral (mármore, granito, etc.) A Reciclagem

Perfis metálicos B Doação/venda

Plástico contaminado com argamassa B Aterro sanitário vazadouro

Plástico (conduítes, espaçadores, B Doação/Venda/Reciclagem


mangueira de laje, etc.)

Prego B Doação/venda

PVC B Doação/venda

Resíduos cerâmicos B Reciclagem

Restos de alimentos A Aterro sanitário/vazadouro

Rolo, pincel, trincha D Aterro Industrial

3
Saco de papelão de cimento ou argamassa B Aterro sanitário/vazadouro

4
Sobra de demolição de blocos cerâmicos B Reaproveitamento e reciclagem

505
Solo orgânico e vegetação A Aterro sanitário/vazadouro

Solvente D Aterro Industrial

Telas galvanizadas e de nylon B Reciclagem

Telha, bloco ou tijolo cerâmico A Reciclagem

Tinta a base de solvente D Aterro industrial

Vidro B Doação/venda

Estão apresentados no quadro abaixo os principais resíduos gerados na Indústria da


Construção (IC) e as suas classificações de acordo com a Resolução Conama 307 e
com a NBR 10.004.

Observa-se, ainda, que as cores dos recipientes que vão abrigar os resíduos devem
estar em conformidade com a Resolução Conama 275/01, conforme abaixo:

MATERIAL COR
PAPEL AZUL
PLÁSTICO VERMELHO

VIDRO VERDE
METAL AMARELO
ORGÂNICO MARROM
MADEIRA PRETO
RESÍDUO NÃO RECICLÁVEL CINZA
RESÍDUO PERIGOSO LARANJA
RESÍDUO RADIOATIVO ROXO

Classificação Classificação
RESÍDUO DESCRIÇÃO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)
Amianto Materiais que contenham amianto. D I
Embalagens
Latas, caixas, plásticos, papéis,
diversas etc. contaminados com produtos
D I
contaminadas químicos (tintas, solventes, óleos,
graxas e afins)

506
Classificação Classificação
RESÍDUO DESCRIÇÃO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)

Esquadrias Portas e janelas provenientes de


A IIB
usadas demolições

Gesso Resíduos de Gesso C IIA

Isopor Restos de isopor usados em lajes C IIB

Pequenos pedaços de madeira


Madeira B IIB
não contaminados

Pequenos pedaços de manta


Manta Asfáltica D I
asfáltica

Pedaços de armaduras, pregos,


Metal B IIB
arames de amarração, etc.

Metralha Tipo A Materiais a base de cimento A IIB

Classificação Classificação
RESÍDUO DESCRIÇÃO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)

Materiais a base de cimento,


Metralha Tipo B A IIB
tijolos, areia, brita, solo, etc.

Metralha Tipo C Metralha Tipo B + Gesso C IIA

Papel Branco Aparas de papel de escritório, etc. B IIB

Sacos de cimento, argamassas,


Papel Sujo B IIB
caixas de cerâmica, etc.

Aparas de plástico não


Plástico contaminadas por produtos B IIB
químicos

Pó-de-serra produzido nas


Pó-de-Serra B IIB
atividades de carpintaria
Resíduos
Restos de comidas, etc. - IIA
orgânicos

Solo Resíduos de solo A IIB

Tambores plásticos e de papelão


Tambores contaminados por produtos
D I
contaminados químicos (selantes, desmoldantes,
cola branca, etc.)

507
Classificação Classificação
RESÍDUO DESCRIÇÃO
(CONAMA 307/02) (NBR 10.004)

Tecidos Restos de uniformes usados, etc. C IIB

Telas de proteção de poliéster,


Telas B IIB
etc.
Vidros Vidros e recipientes não
B IIB
contaminados
Legenda: I – Perigoso, IIA – Não Inerte e IIB – Inerte.

Todo o resíduo gerado na obra deve ser identificado e quantificado, de acordo com o
tipo de depósito, baia ou contêiner, que serão separados em classes A, B, C e D. A
quantificação deverá ser registrada em relatórios bimestrais, permitindo que a
empresa verifique os índices de geração de resíduos e estabelecimento de controle
e parâmetros da quantidade e tipo de resíduo gerado.

Estes dados mais tarde serão cruzados com o de outros empreendimentos e mesmo
deste de maneira a permitir comparações entre processos construtivos. Os dados
também permitirão que a empresa responsável pela gestão obra identifique o
número de caçambas economizadas, a partir do momento que há a coleta seletiva e
escoamento dos resíduos recicláveis na porta do canteiro.

Os materiais gerados constituídos da Classe A, potencialmente recicláveis, serão


encaminhados para áreas de destinação de entulhos e/ou para possível
aproveitamento em outras atividades. Para a definição deste local, o responsável
pelo transporte deve obter, junto às prefeituras municipais envolvidas, que esta se
manifeste acerca do local para este fim, devendo ser apresentado a empresa
responsável pela gestão obra toda a documentação para esta atividade, como por
exemplo, o manifesto da prefeitura bem como a emissão de documento
comprobatório de destinação, por parte da transportadora.

508
Principais Resíduos Gerados
Fases da
obra Solo Aço/sobra Outros Papel/plástico Vidros Gesso Tintas
Concreto 5 Materiais e papelão
de corte

1
Demolição* NE/VB NE NE/VB NE NE NE NE

2
Escavação VB NE NE NE NE NE NE

3 6 9
Fundação NE NE NE NE NE NE NE

3 6 17 9
Estrutura NE VB VB VB NE NE NE

4 9
Alvenaria SG NE NE MSG NE NE/VB NE

8,9 11 12 13
Acabamentos SG NE SG SG NE/VB MSG VB

1. Tijolos de paredes fragmentados


Legenda: SG – Significativo, NE - Não Existe, MSG - Muito Significativo, NE/VB - Não Existe/Valor Baixo – Valor Baixo
2. Solo proveniente das escavações
3. Sobra de concreto;
4. Quebra de tijolos
5. Aço agregado à demolição;
6. Aço (sobre no corte das barras de aço)
7. Sucata (perfis metálicos usados na estrutura do sistema de fechamento
8. Sucata metálica de tintas ou massa de correr
9. Sacaria de cimento ou argamassa pronta
10. Plástico
11. Caixa de papelão das cerâmicas e/ou azulejos
12. Quebra de vidro na instalação
13. Recortes do gesso
14. Sucata de gesso
15. Argamassa
16. PVC

Estima-se que 20 e 35% de RCC em uma caçamba de entulho sejam resíduos do


tipo B e D. Outros resíduos a considerar são argamassa, PVC e madeira. Em anexo
estão definidos os resíduos gerados na obra, que seguirá a implantação de uma
coleta seletiva dos resíduos gerados:

1º passo: Planejamento das ações a serem efetivadas e onde serão implantadas,


para direcionar esforços para atingir as metas propostas inicialmente;

509
2º passo: Mobilizar o pessoal envolvido por meio de palestras, para a chefia da
obra, funcionários e outros colaboradores contratados ou terceirizados pela empresa
responsável pela gestão obra. A periodicidade será definida após avaliação do
desempenho nos primeiros meses da obra e deve ser complementada através da
afixação de cartazes, mensagens em contracheque e/ou forma de pagamento e
outros meios;

3º passo: Caracterização do RCC, que é variável durante a obra, previsto neste


documento;

4º passo: Nesta etapa será efetuada uma avaliação da viabilidade do uso de todos
os componentes dos resíduos gerados. Para os resíduos de Classe A, devem ser
verificados a possibilidade de serem aproveitados mesmo na própria obra ou como
agregado em sub-base de estrada, fato que ocorre com os resíduos destinados ao
atual vazadouro do município de Maceió. Os de classe B e D irão voltar ao ciclo de
produção, ou seja, deverão ser reciclados;

5º passo: Um passo importante é a realização de acordos, contratos, autorizações e


demais documentos que permitam a utilização, e mesmo destinação, do RCC. Estes
documentos serão necessários para o controle do que sai da obra e se o seu destino
está sendo respeitado;

6º passo: Será desenvolvido também uma documentação dos procedimentos


adotados para a seleção, acondicionamento, despacho e retirada do RCC da obra,
com o emprego de recipientes adequados para este fim. Em cada um dos
pavimentos devem-se ter recipientes para coleta seletiva, identificados para cada
tipo de material a ser coletado. No térreo de cada prédio, ou na região do canteiro de
obras, deve ser reservado um local para disposição provisória para acumulo dos
resíduos coletados. Para emprego das cores de identificação dos coletores e
resíduos a eles destinados deve ser obedecida a Resolução CONAMA 275/2001;

7º passo: A destinação provisória na obra dos resíduos não deve permanecer por
tempo prolongado, a depender do tipo de resíduo e da fase da obra. Para isto deve
se planejar uma logística de transporte do material para disposição e/ou destinação
final;

510
Atividades Descrição

Resíduos orgânicos
Segregação
Demais tipos de resíduos

Carrinho de mão e veículos da empresa (para


Transporte Interno deslocamento dos pontos de geração diversos ao
canteiro central

Sacos de lixo (resíduos orgânicos), bombonas e


Acondicionamento
contêineres (demais resíduos)

Transporte externo Empresa Terceirizada

Destinação Final Aquele dado pela empresa coletora licenciada

8º passo: Fundamental considerar também a realização de uma capacitação com


todos os envolvidos, através de treinamento geral com todos os funcionários para
que destinem o resíduo para o recipiente apropriado, e treinamento especifico para
os funcionários que irão efetuar a remoção dos RCC para o local da destinação
provisória na obra. Para todos os outros, será promovido uma coleta simples sem
segregação e enviar para local a ser definido juntamente com a prefeitura. Entenda-
se que capacitação é diferente de mobilização, que se dá na parte inicial para
„despertar‟ para a necessidade do PGRCC enquanto que a capacitação buscará o
conhecimento de como e o quê deve ser executado.

511
Descrição dos Procedimentos Adotados na Obra

Possíveis Ações, Tratamentos e Destinação dos RCC

Ações Preventivas – Não Geração/ Minimização da Geração de


Resíduos

Certificação de Qualidade e Meio Ambiente – ISO 9001 e ISO


14.000

Ações Propostas

Segregação

A triagem dos resíduos deve ocorrer o mais próximo possível dos locais de sua
geração, sendo o tratamento realizado de acordo com a Tabela de Tratamento de
Resíduos. A frequência da coleta é determinada pela quantidade dos resíduos, de
forma a impedir o seu acúmulo e o comprometimento da sua segregação e posterior
destinação e dos demais serviços na obra.

TIPOS DE ACONDICIONAMENTO ACONDICIONAMENTO


RESÍDUOS FINAL DESTINAÇÃO
INICIAL

 Segregar em leiras, de no máximo  Em leiras, de no máximo 1,5m de  Reuso no próprio


Solos 1,5m de altura, o solo argiloso altura, nas proximidades do local empreendimento;
separado do solo fértil (solo orgânico), de reuso.  Aterro de resíduos de
para possível utilização na própria obra  Na caçamba dos caminhões que construção, demolição e
e na recuperação de áreas retiram o material. inerteslicenciados;
degradadas.  Aterros de outros locais; e
 Áreas degradadas em
processo de recuperação
(solo orgânico).

 Em pilhas, formada no local da  Aterro de resíduos de


Vegetação geração do resíduo. construção, demolição e
_ inertes, devidamente
licenciados; e
 Áreas de transbordo e
triagem para lenha,
cadastrada na UGP.

 Em pilhas, formada no local da  Em caçambas estacionárias;  Aterro de resíduos de


Blocos de concreto, geração do resíduo.  Na caçamba dos caminhões que construção, demolição e

512
tijolos, argamassa, fazem a retirada do material. inertes, devidamente
licenciados;
concreto, ladrilhos e
 Áreas de transbordo e
demais qualificados triagem, cadastrada na
UGP.
pela CONAMA
307/2002

 Em pilhas, formada no local da  Em baias ou caçambas  Áreas de transbordo e


Madeira geração do resíduo. estacionárias. triagem, cadastrada na
UGP;
 Local do reuso pelo antigo
proprietário da residência
demolida;
 Empresas e cooperativas que
utilizam a madeira para reuso
ou combustível; e
 Aterro sanitário.

_
 Em recipientes identificados (tambor ou  Reutilização dos resíduos
Serragem caixote), localizados no local de nos derramamentos de óleo
geração (carpintaria). para absorção e secagem; e
 Aterro sanitário.

 Recipientes específicos e sinalizados,  Em baias ou caçambas  Cooperativas, empresas ou


Plásticos localizados no local de geração. sinalizadas. associações que coletam,
separam, enfardam
(embalagens e
comercializam e reciclam
restos de aparas plásticas.
tubulações).

 Recipientes específicos e sinalizados  Em baias ou caçambas  Cooperativas, empresas ou


Papel e papelão localizados próximos ao local de sinalizadas. associações que coletam,
geração. separam, enfadam,
comercializam e reciclam
papéis e papelões.

 Recipientes específicos e sinalizados  Em baias ou caçambas  Cooperativas, empresas ou


Metais (ferro, aço, localizados próximos ao local de sinalizadas. associações que coletam,
geração; comercializam ou reciclam
fiação, arames, perfis
 As peças grandes são empilhadas resíduos metálicos.
etc.) próximas ao local de geração.

 Cestos de lixo (saco plástico para lixo).  Sacos plásticos contendo os  Aterro para resíduos
Restos de alimentos resíduos adequados para a domésticos, por meio da
coleta pública; coleta pública municipal (esta
e suas embalagens e
destinação não precisa ser
papéis sujos registrada).
(refeitório, sanitários
etc.)

 Manuseio de acordo com os cuidados  Em recipientes devidamente  Disposição em aterros

513
Resíduos perigosos recomendados pelo fabricante; sinalizados e de uso restrito pelos específicos para esses tipos
 Imediato transporte pelo usuário para o responsáveis pelo manuseio de resíduos
(solos contaminado
local de armazenamento final. desses resíduos; (Classe I).
com esgoto  Os resíduos da caixa separa-dora
de óleos e graxas e os
doméstico ou óleos,
decorrentes de derramamen-tos
embalagens ou outro de óleos devem ser
acondicionados em tampados e
material
identificados, armazenados em
contaminado com local destinado para este fim, com
solo impermeabilizado, conforme
óleo, tinta, asfalto,
P.O.02 – Implantação, Operação
e Desmobilização de Canteiro de
Impermeabilizantes Obras.
etc.), pilhas, baterias
e lâmpadas
fluorescentes.

 No próprio banheiro.  Não tem.  O fornecedor do banheiro


Resíduos deve retirar os resíduos por
meio de pipas, que
provenientes de
encaminham os resíduos
banheiros químicos para locais licenciados. As
licenças deverão ser
conferidas pela SSA.

Acondicionamento

As formas de acondicionamento dos resíduos são apresentadas na Tabela de


Tratamento de Resíduos. No acondicionamento dos resíduos os seguintes aspectos
devem ser considerados: i) volume; ii) facilidade de coleta; iii) segurança dos
trabalhadores e da comunidade; e iv) preservação da qualidade dos resíduos nas
condições necessárias para sua destinação ou reutilização.

514
Manejo

Transporte Interno

Transporte Externo e Disposição Final

Cronograma físico – Implantação, execução e operação

Educação Ambiental

Ações de educação e conscientização ambiental

Exercício da responsabilidade sobre os resíduos

Destinação Final

A destinação dos resíduos deve ser indicada pela empresa construtora e aprovada pela
Unidade Gestora do Programa - UGP. O local deverá ser selecionado considerando os
seguintes fatores:

 qualidade ambiental do local da destinação;

 viabilidade econômica (custo do transporte e valoração dos resíduos); e

 possibilidade de utilização dos resíduos nas áreas de influência das obras.

A destinação dos resíduos pode ser realizada por empresa terceirizada, desde que
credenciada na SEDET e aprovada pela UGP, que deve acompanhar, mensalmente,
se a empresa Construtora ou terceirizada contratada para os serviços estão dando aos
resíduos a destinação e disposição adequadas. Os resíduos devem ser acompanhados
até sua destinação final por meio de licenças e comprovantes de recebimento.

515
Segregação (Alguns Exemplos)

Baias

Recipientes padronizados Bombonas

Contêineres

516
Acondicionamento Provisório no Canteiro (Alguns Exemplos)

Será elaborado um croqui dos locais de acondicionamento dos resíduos após a


instalação do Canteiro Principal da Obra.

Disposição Temporária dos resíduos nos diversos pontos geradores da obra

517
Disposição Definitiva Provável no Canteiro Principal

Manejo

Transporte Interno nas várias frentes de serviço e Canteiro Principal

- Carrinho de mão

Transporte Externo e Destinação Final

Terceirizado: Empresas licenciadas por órgãos competentes;

Controle da Destinação Final:

- Controle de Transporte de Resíduos – CTR;

- Exigência do CTR após coleta e destinação.

Educação Ambiental

Ações de educação e conscientização ambiental ao longo dos 18 meses previstos


para a obra:

• Cartazes informativos e educativos;


• Treinamentos operacionais;
• Treinamentos gerenciais.

518
O treinamento para os futuros colaboradores da empresa responsável pela gestão
obra e terceirizados é fundamental para que o PGRCC funcione como previsto

Exercício da Responsabilidade Sobre os Resíduos – Fiscalização dos


Transportadores e Receptores dos Resíduos

O transporte e recepção final dos resíduos deverão ser feitos por empresas
devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente. A fiscalização se dará
pela apresentação dos manifestos, mensalmente ao órgão ambiental, gerados pelas
obras devidamente assinados pelas pessoas responsáveis pela gestão dos
resíduos, neste caso, o gerador, o transportador e o destinatário final.

Na cidade de Maceió temos dois possíveis receptores desses resíduos que fazem a
reciclagem de entulhos, são eles: Usina de Asfalto da Prefeitura de Maceió e CTR
Maceió (V2 Ambiental).

A princípio os resíduos da demolição irão para a Usina de Asfalto da Prefeitura de


Maceió para destinação final, caso a capacidade técnica em relação ao quantitativo
não seja suficiente será utilizada a segunda opção.

519
Entulhos da construção civil são reciclados na Usina de Asfalto da Prefeitura. Foto: Marco Antônio/
Secom Maceió

Destinação

Resíduos Classe A:são resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. São


aqueles provenientes de construção, demolição, reformas e reparos de
pavimentação ou edificações como também daqueles provenientes da fabricação ou
demolição de peças pré-moldadas em concreto.

Ex: resíduos de alvenaria, resíduos de concreto, resíduos de peças cerâmicas,


pedras, restos de argamassa, solo escavado, entre outros.

520
RESÍDUO DESTINAÇÃO

Terra de remoção - Utilizar na própria obra.

- Estações de reciclagem de entulhos, identificada pela


Prefeitura de Maceió. Na ausência deste, destinar para os
Tijolo, produtos cerâmicos e vazadouros atuais, para o setor em separado lá existente;
produtos de cimento - Trituração e reaproveitamento na própria obra ou em
outras da empresa;
- Aterros de inertes, devidamente autorizado pelo órgão
ambiental.
- Estações de reciclagem de entulhos ou vazadouro
Argamassa específico identificados pelo órgão ambiental;
- Aterros de inertes, devidamente autorizados pelo órgão
ambiental pertinente.

Resíduos Classe B:são os resíduos recicláveis para outras destinações.

Ex: plásticos (embalagens, PVC de instalações), papéis e papelões (embalagens de


argamassa, embalagens em geral, documentos), metais (perfis metálicos, tubos de
ferro galvanizado, marmitex de alumínio, aço, esquadrias de alumínio, grades de
ferro e resíduos de ferro em geral, fios de cobre, latas), madeiras (forma) e vidros.

RESÍDUO DESTINAÇÃO
Madeira - Empresas e entidades que utilizem à madeira
como energético ou matéria prima, desde que
não o empreguem em fornos de alimentos tais
como pizzarias e padarias.
Metais - Empresas de reciclagem de materiais metálicos
que existam na região;
- Cooperativa e associações de catadores.
- Depósitos de ferro-velho, desde que

521
devidamente autorizados pelo órgão ambiental
competente.
Embalagens de papel, - Empresas de reciclagem de materiais plásticos
papelão e papelão;
- Cooperativa e associações de catadores.
- Depósitos devidamente autorizados pelo órgão
ambiental competente.
Embalagens de plásticos Idem anterior.
Vidros - Empresas de reciclagem de vidros;
- Cooperativas e associações de catadores;
- Depósitos devidamente autorizados pelo órgão
ambiental competente.

Resíduos Classe C:são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas


tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem
ou recuperação.

Ex: Gesso, estopas, isopor, lixas, mantas asfáltica, massas de vidro, sacos de
cimento e tubos de poliuretano.

Resíduos Classe D:são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção


ou demolições.

Ex: tintas, solventes, óleos, resíduos de clínicas radiológicas, latas e sobras de


aditivos e desmoldantes, telhas e outros materiais de amianto, tintas e sobras de
material de pintura.

522
RESÍDUO DESTINAÇÃO
- Empresas de co-processamento, caso sejam
identificadas;
- Como não existe uma destinação adequada
Resíduos perigosos e para grande parte dos resíduos perigosos
contaminados (óleos, tintas, gerados, deve ser de responsabilidade do
vernizes, produtos químicos e Programa buscar soluções. Uma grande parte
amianto) destes resíduos poderá ser destinada, após
verificação, ao aterro industrial, município de
Igarassú, ou outro local que possibilite a
destinação correta.

Além dos supracitados resíduos, todo empreendimento potencialmente produz


resíduos orgânicos em função da alimentação dos colaboradores da obra, com
fornecimento ou não por parte do empreendedor.

RESÍDUO DESTINAÇÃO
Acondicionar os resíduos produzidos durante as
refeições em sacos plásticos para que os
Resíduos Orgânicos
mesmos sejam colocados nos locais e horários
previstos para a coleta efetuada pela Prefeitura
de Maceió (localização do Canteiro Principal).

Transporte

No momento da contratação do transporte, o Gerador deverá assinar o Manifesto de


Transporte de Resíduos - MTR, pois este será utilizado para o controle do transporte
e da destinação final dos resíduos. O responsável pela destinação dos resíduos
deve apresentar as seguintes informações:

• Razão Social

523
• Nome Fantasia

• Endereço Completo

• CNPJ

• Responsável Legal pela Empresa (nome, CPF, telefone, fax e e-mail)

• Nº da autorização do órgão ambiental competente

Minimização dos Resíduos e Avaliação de Desempenho

Deverá ser apresentado bimestralmente uma descrição dos procedimentos adotados


para a minimização dos resíduos, por cada classe. Estes relatórios serão avaliados,
para inferir a evolução das etapas da obra e a minimização possível dos resíduos
gerados e posteriormente enviados para o órgão licenciador (SEDET).

O desempenho da Gestão de Resíduos de Obra deve ser avaliado mensalmente


pela UGP, considerando os seguintes itens:

Limpeza e Segregação na Fonte, observando-se:

 a limpeza do local e entorno;


 a segregação e organização dos materiais;
 o uso correto dos dispositivos de acondicionamento; e
 a segregação dos resíduos.

Acondicionamento final, observando-se:

 a identificação do resíduo;
 a quantidade de resíduo no dispositivo de acondicionamento;
 a segregação dos resíduos.

524
Destinação dos resíduos, observando-se:

 o estabelecimento adequado do destino;


 a existência de registro de destinação e cadastro de destinatário; e
 a eventual recusa no recebimento dos resíduos (resíduos misturados).

Metas e Ações Complementares

Para um pleno sucesso da implantação de um PGRCC é necessário que se haja


uma conscientização efetuada através de um amplo programa de educação
ambiental, com ações de sensibilização e mobilização de todos os empregados.
Este programa deve ter por objetivo atingir metas de minimização, reutilização e
segregação dos resíduos sólidos na origem, bem como o correto acondicionamento,
armazenamento e transporte.

Este programa de metas será constantemente avaliado, devendo ser inserido no


programa de controle de qualidade do empreendimento. Para cada etapa do
desenvolvimento da obra, índices diferentes deverão ser aplicados para atingir uma
meta prevista.

Há um constante desafio à implementação que só serão atingidos com a


participação de todos os envolvidos, trabalhadores, poder público e mesmo agente
da sociedade. O programa de educação ambiental visa ampliar esta conscientização
até mesmo para todos os parceiros envolvidos em todas as etapas do processo
construtivo.

A implantação do PGRCC se dará a partir do início das atividades da obra e seguirá


por todo o período do empreendimento, sendo o mesmo período apresentado no
cronograma da obra.

Para consecução destes objetivos a empresa deve realizar etapas a seguir


determinadas (ou semelhantes):

 Acompanhamento do PGRCC constituindo de:

o Estudar a viabilidade e propor soluções para reciclagem dos resíduos


gerados;

525
o Identificar soluções para destinação responsável dos resíduos
gerados;

o Capacitação de equipe técnica e administrativa da obra para a gestão


dos resíduos gerados;

o Apresentação de relatórios bimensais para o órgão licenciador.

As atividades deverão ser executadas seguindo a seguinte seqüência:

Treinamento Inicial:

Palestra para sensibilização, divulgação e apresentação do programa para a


diretoria e corpo técnico da empresa.

Planejamento:

Caracterização e quantificação dos dispositivos para coleta seletiva e


acondicionamento dos resíduos na obra, definindo sua distribuição no canteiro e
especificação para aquisição.

Sensibilização dos operários:

Esta etapa visa envolver os operários no programa de gestão de resíduos. Deverão


ser realizadas palestras em grupos durante o período de execução da obra, em
etapas a serem definidas junto à gerência da obra.

Implantação de Controles da destinação dos resíduos:

Capacitação dos responsáveis pela destinação dos resíduos quanto às soluções


adequadas e registros a serem preenchidos como forma de quantificar e controlar a
destinação dos resíduos gerados na obra.

Check-list de limpeza e segregação:

Durante a etapa de implantação do Programa de Gestão de Resíduos serão feitas


avaliações sistemáticas da limpeza, segregação e destinação dos resíduos.

526
Gestão de Áreas Contaminadas

A implantação de algumas obras do Programa deverá atingir áreas contaminadas


por atividades poluidoras das proximidades, sendo necessário o controle do material
eventualmente existente nesses locais para evitar maior poluição do ambiente, bem
como afetar a saúde de trabalhadores das obras ou moradores locais durante as
fases de implantação e, posteriormente, aos usuários durante a fase de operação.
Principalmente as atividades e obras na Orla Lagunar deverão ocorrer em terrenos
com alguma contaminação, uma vez que existem comunidades assentadas em
terrenos sem infraestrutura e com a presença de esgoto a céu aberto e APP
ocupadas. Dessa forma, procedimentos minimamente necessários deverão ser
considerados para a identificação e avaliação de áreas contaminadas e a indicação
dos corretivos a serem executados.
Os projetos deverão considerar os resultados destes estudos e, caso necessário,
redimensionar os locais de implantação de estruturas, os serviços de escavações,
os processos de bombeamento de efluentes para possível rebaixamento de nível
d‟água local e a destinação de materiais.
A partir da identificação da área contaminada deverão ser definidos os métodos
construtivos mais adequados no projeto executivo, visando minimizar os impactos ao
meio ambiente, custos e prazos de intervenções de obras, considerando os
possíveis riscos de exposição dos trabalhadores.
Os relatórios deverão ter anuência da SEDET e ser apresentados pela UGP ao BID,
assim como a rotina de envio de documentos de acompanhamento e controle
ambiental de obras. O licenciamento das etapas posteriores de obra, onde houver
evidencia de contaminação, poderá apresentar condicionantes ao prosseguimento
das mesmas.

Atividades Propostas nas áreas contaminadas

Inicialmente, a UGP deverá protocolar na SEDET o Relatório de Avaliação Preliminar de


Áreas Contaminadas, para que essa Secretaria indique a necessidade ou não de
aprofundar as pesquisas.

527
A metodologia a ser aplicada na Avaliação Preliminar deverá atender as orientações
do Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (CETESB), que contém o Procedimento de Gerenciamento de
Áreas Contaminadas, devendo contemplar, no mínimo, os seguintes itens: i)
levantamento histórico do uso e ocupação do solo da área de intervenção e um
envoltório de 500m; ii) análise multitemporal de imagens históricas, visando à
identificação de fontes pretéritas com potencial de contaminação; iii) coleta de dados
existentes e produção de dados adicionais em campo; iv) inspeção de
reconhecimento da área, com levantamento de informações coletadas em
entrevistas com moradores do entorno; v) indicação das fontes potenciais e bens a
proteger identificados, apresentando figuras e mapas em escalas adequadas
(envoltória de cerca de 500 m); vi) elaboração do modelo conceitual, apresentando um
relato escrito e/ou representação gráfica da área estudada, do meio físico e dos
processos físicos, químicos e biológicos que determinam o transporte de contaminantes
da(s) fonte(s) através dos meios que compõem este sistema, até os potenciais
receptores dentro deste sistema. Este modelo deverá ser base para a classificação da
área de estudo; e vii) laboração de um Plano de Investigação, quando houver
necessidade de prosseguimento nos estudos ambientais por meio de uma
Investigação Confirmatória, da área de estudo contemplando a localização das
Áreas Suspeitas identificadas e indicando a quantidade de sondagens e poços de
monitoramento a serem realizados, bem como os parâmetros pertinentes a
investigação proposta.

Indicadores e Custos

 Volume e característica do RCC depositada em bota-foras;


 Volume e característica de RCC reaproveitado.

Os custos deste programa serão diluídos nos custos das obras, devendo
ser executado pelo empreiteiro e fiscalizado pela Prefeitura Municipal de
Maceió.

528
Programa de Educação Ambiental

Justificativa

As ações educativas de caráter ambiental estão diretamente relacionadas a


mudanças comportamentais e de valores e perpassam, necessariamente, por uma
reflexão do ser humano sobre si mesmo e sobre o ambiente no qual vive.

Essa reflexão deve ser capaz de gerar mudanças de atitude, convergindo em


posturas mais condizentes com a situação atual do meio ambiente e sua relação
direta com a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

A educação ambiental que objetive uma melhoria da qualidade de vida pressupõe


um processo de aprendizagem onde se possa aliar a consciência da necessidade de
uma mudança de conduta em termos pessoais e, num enfoque ampliado, de
conduta da sociedade. A utilização dos recursos naturais de maneira sustentável,
permitindo processos de renovação e preservação exige uma visão integrada e
sistemática. Essa visão reflete necessariamente, em termos mais globais, em um
sistema de interrelação e interdependência do homem com a natureza.

O papel fundamental exercido pelas ações e políticas públicas, respeitando o


sistema de inter-relação homem/natureza, se traduz na construção de uma
sociedade sustentável através da qual se busca a melhoria da qualidade de vida da
população. Além disso, busca-se o cumprimento pleno do setor público no tocante
ao princípio de responsabilidade social.

529
A educação, nesse contexto, pode ser compreendida como uma forma de
intervenção no mundo e como uma importante ferramenta na construção de
sociedades participativas. Portanto, a educação ambiental seria um dos
instrumentais estratégicos de planejamento e está baseada em conceitos de
envolvimento, participação e noção de pertencimento nos diferentes públicos a
serem estabelecidos no Programa.

Assim, o Programa de Educação Ambiental é o meio utilizado para divulgação de


informações em relação ao meio-ambiente, tanto no que diz respeito aos aspectos
mais gerais, quanto aos temas específicos que enfoquem a relação do meio
ambiente com a implantação do Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió. O contexto ambiental das obras, os biomas, são muito
singulares e podem ser trabalhados na temática da educação.

A implantação de Programas Ambientais visa à prevenção, minimização daqueles


impactos negativos, bem como a maximização e potencialização dos impactos
positivos. O Programa de Educação Ambiental, integra o conjunto de medidas que
compõem a Gestão do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió, e se justifica como medida que visa à melhoria do processo de gestão
ambiental da região ao introduzir novos conhecimentos para os diversos atores
sobre o meio ambiente.

Objetivo

Objetivo Geral

Desenvolver e divulgar ações educativasvinculadas aos aspectos de educação


sanitária e ambiental, através de um processo participativo, visando
capacitar/habilitar setores sociais para uma atuação efetiva na melhoria da
qualidade ambiental e de vida na região, informando a população sobre as
características ambientais e sócio-econômicas da localidade, com ênfase na
disseminação de informações sobre as iniciativas de conservação da qualidade
ambiental no Bairro do Bom Parto, priorizando o processo de participação
comunitária no tratamento à análise dos problemas sócio-ambientais locais e à
proposição de soluções a esses problemas.Visa também incorporar novos hábitos

530
relativos à conservação dos sistemas de drenagem implantados, disposição de
resíduos,conservação de APPs, valorização da orla lagunar e respectivo Parque
Linear.

Objetivos Específicos

O Programa de Educação Ambiental deve nortear e contribuir para o bom


desenvolvimento das obras e para a melhoria dos padrões de qualidade de vida das
populações a serem beneficiadas pelo Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió, através da introdução e/ou reforço de conhecimentos e práticas
que permitam o cumprimento dos seguintes objetivos específicos:

 Contribuir para a prevenção e a minimização dos impactos ambientais e


sociais decorrentes do empreendimento, através da Inserção da Educação
Ambiental na comunidade a ser beneficiada pelo Programa;
 Realizar processos formativos na área de Educação Ambiental, para
capacitar professores e técnicos da rede pública como agentes
multiplicadores de educação ambiental;
 Incentivar a formação de hábitos e atitudes ambientalmente corretos junto à
população escolar (alunos) do bairro;
 Contribuir para a modificação de hábitos e atitudes da população em relação
ao meio ambiente, através de sua integração no processo de discussão e
instalação das novas moradias;
 Realizar coleta seletiva e plantio de mudas para comunidade nos anos de
execução;
 Ministrar palestras sobre o uso consciente dos recursos naturais nas
comunidades e escolas.
 considerada a promoção da comunicação, divulgação e intercâmbio de
iniciativas nas áreas sanitária e ambiental

Indicadores Socioambientais

Entendemos por indicadores socioambientais o conjunto de ferramentas que


fornecerão medidas de significado de efeito, ou seja, parâmetros mensuráveis que
nos fornecerão a magnitude de um impacto socioambiental.

531
Alguns indicadores serão aqui expostos, em âmbito mais geral, como norteadores
do processo de avaliação e monitoramento a ser implementado neste Programa.
São eles:

 Nível de interesse e participação demonstrado pelo público alvo do PEA –


este indicador agregará parâmetros qualitativos e quantitativos, tais como:
presença nas oficinas; grau de envolvimento do público nas atividades
propostas pelo Programa; qualidade das intervenções e discussões de grupo;
Incorporação dos temas a partir dos subsídios fornecidos no cotidiano do
participante.
 Monitoramento e controle do alcance e transformações proporcionadas pelo
PEA - as variáveis que comporão este tipo de indicador serão: número de
pessoas atendidas pelo PEA; qualidade e quantidade de material informativo
produzido; número de participantes nas oficinas e quantidade de escolas
participantes.
 Análise de instrumentos de monitoramento e avaliação – nesta etapa os
indicadores fornecerão subsídios para o ajuste da avaliação e serão
resultantes de uma compilação de dados e informações obtidas através de
fichas, questionários, desdobramentos futuros das atividades propostas e
percepções ao longo do processo.

Público Alvo

A identificação do público para a implantação do programa vai levar em conta


asistemática do processo de educação. Sendo assim, os grupos formados podem
discutir sua própria realidade ambiental e inclusive funcionar como multiplicador de
conhecimento.

O programa também tem como público-alvo as famílias reassentadas e seus grupos


de lideranças,o corpo docente e funcionários das unidades de ensino das
localidades próximas às áreas das obras, o corpo de funcionários das Unidades
Básicas de Saúde,os grupos de mães, do bairro do Bom Parto, para atuarem como
multiplicadores em suas comunidades, especialmente as lideranças comunitárias.

532
Dessa maneira, deverão ser realizadas ações nas escolas estaduais e municipais
mais próximas do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

O PEA contemplará também os funcionários da obra com palestras e reuniões


sistemáticas, além de participações em eventos como a “Semana do Meio
Ambiente”, “O Dia da Árvore”, entre outros, programados pela Supervisão Ambiental,
Técnicos de Meio Ambiente e da Comunicação Social da parte do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Procedimentos Metodológicos e Descrição do Programa

Concepção Metodológica

A diretriz metodológica do PEA do Programa de Requalificação Urbana da Orla


Lagunar de Maceió baseia-se na concepção pedagógica e educativa adotada pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
que aponta para o fomento à participação qualificada na gestão do uso dos recursos
ambientais, na concepção e aplicação de decisões que afetam a qualidade do meio
ambiente. Tal premissa estimula a educação praticada de forma processual, com
forte ênfase no diálogo, na problematização e na construção de estratégias de ação
coletiva comprometidas com a gestão ambiental. Neste contexto, segundo
QUINTAS1 (2005):

“A educação no processo de gestão ambiental nos remete a uma educação


comprometida com aqueles segmentos e grupos da sociedade brasileira que, apesar
de conhecerem profundamente os ecossistemas em que vivem e por não
possuírem, via de regra, as capacidades necessárias no campo cognitivo
eorganizativo para intervirem no processo de gestão ambiental, não
conseguemfazer valer os seus diretos na disputa pelo controle dos bens naturais do
país,sendo por isto mesmo, historicamente excluídos”.

No entanto, uma participação qualificada requer conhecimentos, comprometimento e


habilidades específicas que estimulem o pensar crítico sobre determinado assunto
ou situação. Reitera-se que para que estes atores sociais sejam incorporados ao
processo decisório propício a gestão ambiental, faz-se necessário à utilização de
métodos participativos capazes de aflorar questionamentos, possíveis conflitos,

533
escolhas, soluções e ações de cunho prático. Tal proposta pressupõe que os atores
envolvidos no processo ensino-aprendizagem serão os sujeitos das ações e não
apenas receptores de informações ambientais ou normas de conduta, a partir de
discursos e valores pré-estabelecidos.

Uma educação comprometida com mudanças requer a reflexão aprofundada acerca


do papel que cada ator ou segmento social exerce enquanto instrumento de
intervenção e de transformação socioambiental.

Por fim, ressalta-se que a concepção metodológica deste PEA se utiliza também das
diretrizes e os objetivos fundamentais da Política Nacional de Educação Ambiental
estabelecidos pela Lei nº. 9.795/99 e regulamentada pelo Decreto nº. 4.881/02.

Detalhamento das Ações de Educação Ambiental

Análise Crítica Inicial

A Análise Crítica Inicial compreende a primeira etapa do PEA, na qual são


estabelecidos o entendimento e as inter-relações existentes entre as ações
propostas, as obras, os programas ambientais que acompanham a implantação do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, como também
sobre a realidade local, socioambiental e das relações institucionais presentes em
sua área de influência.

Assim, essa fase possibilitará a identificação das formas de construções de


sociabilidade estabelecida entre as comunidades e o local em que vivem, seja ele de
caráter econômico, social ou territorial. Desta forma, será possível compreender as
redes de sociabilidade existentes e o que o espaço que sofrerá intervenção,
representa para as populações que o habitam, possibilitando o ajuste da
metodologia a ser aplicada.

A apreensão do significado e representação dos espaços que sofrerão interferência


devido às ações do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió
para a população residente, permitirá estabelecer um plano de trabalho e atividades
localizadas, mais adequadas à realidade e aos interesses da população local.

Nessa etapa, serão realizadas as seguintes atividades:

534
 Seleção, contratação e o treinamento da equipe de educadores contratados
do PEA;
 Visitas técnicas de campo para mapeamento de dados e informações, de
cunho mais específico, visando o ajuste final da metodologia a ser aplicada;
 Realização de cursos de capacitação dos docentes e funcionários das
unidades de ensino e de saúde das áreas de influência, transformando-os em
agentes multiplicadores das práticas ambientalmente sustentáveis;
 Articulações junto às secretarias municipais de educação, de meio ambiente e
agricultura; comitês gestores existentes, à direção das escolas do município
localizadas na área de influência das obras; às lideranças locais, associações
de moradores, ONG‟s e demais atores estratégicos;
 Confecção de material de divulgação das ações do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió. (folhetos, foldes, cartilhas,
etc)
 Elaboração de Plano de Trabalho detalhado do PEA;
 Elaboração de calendário de eventos e suas respectivas pautas para datas
comemorativas ambientais, para divulgação e troca de experiências em
educação ambiental e sanitária, que tenham como abrangência o Município
de Maceió
 Reuniões;
 Palestras (sobre o uso racional dos recursos naturais);
 Promover gincanas ecológicas para os alunos da rede pública de ensino das
comunidades do entorno do Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió.
 Envolvimento de alunos das escolas públicas em ações ambientais realizadas
pela gestão do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió. (Ex: plantio de mudas);
 Disponibilização das informações sobre o PEA para que a equipe de
comunicação social faça a divulgação das ações do programa;
 Levantamento para posterior divulgação de trabalhos realizados na área
ambiental e educacional, entre todos os setores envolvidos, que possam ser

535
incluídos em link com a rede nacional e outras redes de Educação Sanitária e
Ambiental;
 Confecção de material, em conjunto com a equipe do Programa de
Comunicação Social, que demonstre a importância do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceiópara a recuperação para a
qualidade de vida da população e, ainda, aponte ações de conservação e
manutenção;
 realização de mini cursos com os diferentes grupos locais de treinamento
para implantação de práticas inovadoras no trato do ambiente;
 Elaboração de material educativo como cartazes, folhetos, cartilhas e outros,
contendo orientação para o uso adequado dos equipamentos de
infraestrutura urbana, bem como das novas moradias;
 Realização de eventos no interior de cada reassentamento, trabalhando
temáticas relativas a questões ambientais e inserindo a população local nas
atividades;

Estas ações têm como intuito principal propiciar a troca de experiências entre
educadores, poder público, alunos e demais interessados na temática
socioambiental, com ênfase em uma discussão mais aprofundada sobre o Programa
de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió. Desta forma, propõe-se a
partir desse marco inicial a construção de um processo de diálogo continuado sobre
o Programa de Requalificação, o contexto local e regional no qual se insere as
obras, os processos educativos, sociais e ambientais e a articulação de ações em
conjunto com os atores locais. O referido marco será realizado no município
abrangido pelo PEA, com a duração estimada de 02 horas e destinado ao público
anteriormente citado.

De um modo geral propõe-se:

 Apresentar o Programa de Educação Ambiental desenvolvido para formação


e informação de diferentes segmentos sociais no período de implantação do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, ampliando-
se desta maneira os canais de diálogo na região;

536
 Agrupar os principais movimentos organizados presentes na área de
influência direta e indireta do Programa de Requalificação, ampliando o
processo de articulação entre os atores sociais envolvidos;
 Criar um espaço a mais de intercâmbio e difusão de informação para
educadores ambientais e profissionais ligados à Educação Ambiental;
 Potencializar o efeito multiplicador do PEA através transferência de
informações e conhecimentos sobre as obras e sobre o programa;
 Estabelecer mecanismos de monitoramento e fiscalização compartilhada
entre comunidade e o Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar
de Maceió.

Os folhetos devem informar sobre os procedimentos necessários para os casos


específicos de acidentes e sobre cuidados ambientais a serem observados durante
a execução das obras e palestras específicas sobre gerenciamento de resíduos.

A princípio, o escopo de abordagem é composto pelos seguintes temas:

 impacto das atividades humanas sobre o ambiente;


 importância das ações pessoais e sociais, na contribuição para a melhoria da
qualidade ambiental no município de Maceió;
 importância das ações e atividades do empreendedor, no sentido de
minimizar os impactos da obra sobre o meio-ambiente;
 importância da conservação dos recursos naturais;
 cuidados a serem observados com a fauna, com a flora e com os recursos
hídricos;

Para o Programa é necessária a elaboração de um vídeo que utilize os dados


levantados pelo Estudo de Impacto Ambiental, caracterizando o aspecto sócio
ambiental do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, além
das características principais de sua obra e sua justificativa. Dessa maneira poderá
ser apresentada a importância da preservação ambiental tendo o contexto local
como elemento condutor do processo.

537
Planejamento e Execução do PEA

A etapa de planejamento e execução é uma das fases mais estratégicas do PEA,


pois a mesma deverá levar em consideração não somente os aspectos técnicos,
mas também os aspectos políticos, sociais, ambientais, culturais e informacionais
presentes.

Essa etapa consistirá em:


 Ajuste final da metodologia e seleção de entidades a serem atendidas
pelo PEA
De uma maneira geral, os ajustes a serem implementados junto ao publico alvo do
Programa, serão realizados por meio de reuniões, articulações institucionais e
comunitárias e técnicas participativas e resultantes também da observação e de
visitas aos municípios envolvidos. Tais ações oportunizarão o fortalecimento dos
contatos realizados com as escolas e secretarias municipais, efetuados ainda em
etapa anterior, além de mapear demandas e expectativas das escolas que se
encontram na Área de Influencia do Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió. Essa estratégia proporcionará o envolvimento e atuação real
das referidas secretarias com a proposta de educação ambiental a ser
implementada e, desta forma, propiciará desdobramentos futuros e a garantia de
continuidade das ações propostas.

Produtos

O referido Programa prevê como principais produtos:

Material Pedagógico

O Programa de Educação Ambiental prevê a produção de um material lúdico


ampliando, assim, o envolvimento dos participantes e oportunizando uma visão
crítica o Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió,
destacando-se, inclusive, a importância do segmento docente para o
empreendimento como um todo. Nesse sentido, estão previstos:

538
Elaboração e Produção de um Fanzine dos Professores do PEA

Termo fanzine vem do inglês "Fanatic Magazine", que literalmente significa "Revista
de fãs". E é justamente a partir da tradução literal do termo que incide a proposta de
ação a ser realizada, ou seja, ter o professor como objeto central da publicação
possibilitando-se dessa forma o conhecimento de sua rotina diária e de trabalho;
conhecendo um pouco do município onde o mesmo leciona e valorizando ainda mais
a sua atuação.

Material Didático – Apostila de Apoio à Instrumentalização

O material pedagógico a ser utilizado pelo Programa, assim como os respectivos


conteúdos serão concebidos a partir da perspectiva do público alvo a que se destina,
em linguagem e forma adequada, e considerando as características sociais e
culturais dos destinatários. Assim, os conteúdos a serem trabalhados nos materiais
produzidos, bem como a proposta de sua utilização, levarão em consideração os
apontamentos oriundos das reuniões de articulação e grupos focais realizados na
fase análise crítica inicial.

Vale destacar que durante a fase de elaboração do AIA foram mapeadas algumas
questões socioambientais tais como: problemas de descarte de resíduos sólidos e
medidas mitigadoras que irão ser aplicadas nas obras do Programa de
Requalificação Urbana e que deverão ser contempladas nesse material.
Face ao exposto será elaborada e produzida 01 (uma) apostila para professores
com as características supracitadas e que aborde temas cuja discussão seja
relevante em sala de aula.

Plano de Trabalho Consolidado

Um dos produtos resultantes da etapa denominada Análise Crítica Inicial será um


plano de trabalho detalhado apresentando as atividades a serem desenvolvidas nas
etapas posteriores, seus indicadores de progresso e demais mecanismos de
avaliação e monitoramento.

539
Relatórios Trimestrais e Relatório Final

A cada trimestre será produzido um relatório indicando todas as atividades


desenvolvidas e resultados alcançados pelas mesmas durante o período citado. Ao
final do PEA será elaborado um relatório síntese avaliando a metodologia aplicada,
apontando os resultados, as atividades e os produtos confeccionados pelo PEA.

Monitoramento e Avaliação

As fases de monitoramento e avaliação são etapas-chave na implantação do PEA


do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, pois as mesmas
possibilitarão a aferição de desempenho do programa, apontando seus pontos
positivos, negativos, além das fragilidades encontradas durante sua execução.
Nesse sentido, o cenário visualizado possibilitará que ajustes e correções sejam
implementados. Analisar dificuldades, ajustar situações assim como repensar os
resultados contribui para repensar estratégias e definir ações futuras. (CARVALHO,
2001).

Para este escopo de trabalho, a avaliação assumirá duas fases distintas,


complementares e com o mesmo grau de importância:

 Avaliação Situacional – esta etapa da avaliação prevê a análise situacional do


contexto socioambiental da área de influência do Programa, considerando os
aspectos ambientais, cultural, econômico e político local. Para tal, se utilizará
dos documentos e registros do AIA, em documentos oficiais presentes no
município e demais documentos produzidos para o Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió. Somam-se a esse
levantamento de dados secundários, as informações a serem colhidas
durante a etapa de Análise Critica Inicial, especialmente aquelas advindas
dos grupos focais e das reuniões de articulação junto aos diferentes
segmentos sociais do município de Maceió.

Reitera-se que esse tipo de processo avaliativo funcionará como um marco zero que
contribuirá não somente para subsidiar as fases seguintes como também para
eleger indicadores de progresso e de sucesso do PEA.

540
 Avaliação de Processo - propõe o monitoramento das ações durante a
execução do Programa, buscando apreender seus processos de
implementação e execução. O monitoramento durante a implementação e
execução é imprescindível, pois fornece informações importantes sobre
dificuldades ou desvios no desempenho do projeto que podem afetar a
obtenção das metas ou resultados propostos, o que permite correções no
decorrer da ação.

Cronograma

O Programa de Educação Ambiental deverá ser implantado ao longo de todas as


etapas do empreendimento, principalmente nas etapas de instalação e início de
operação do empreendimento.

Recursos Materiais e Humanos

A equipe técnica responsável pela gestão do PEA será composta por especialistas
das áreas social e ambiental, uma vez que as ações propostas serão desenvolvidas
nessas áreas. Caberá a essas duas áreas coordenar todas as ações propostas, seja
a partir de elaboração interna, seja a partir da contratação de consultoria
especializada para a consecução dos trabalhos. São atribuições dessa equipe
técnica: i) coordenar a execução das ações principais propostas pelo PEA; ii)
garantir a inter-relação constante dessas ações; iii) garantir a consecução dos
objetivos propostos pelo Programa; iv) promover a avaliação constante dos
resultados do Programa,propondo adaptações e complementações ao mesmo,
quando for necessário.

Recursos humanos

A seguir apresenta a equipe técnica necessária à execução desta proposta:

 01 especialista em educação ambiental (Coordenador);


 01 Engenheiro Ambiental;
 01 Engenheiro agrônomo especialista em mudas nativas,

541
Infra-estrutura Necessária

Veículo para o deslocamento dos técnicos, diárias para viagens de campo, notebook
e datashow e locais para realização das oficinas.

Recursos Materiais

Apostilas, material didático – multimídia, cartazes, material gráfico produzido


especialmente para este programa (Fanzine), material de consumo (resma de papel
A4, canetas pilot, giz de cera, canetas para quadro branco, etc).

Indicadores

 Eventos realizados com as comunidades;


 Número de participantes.

Custos

Os custos do PEA serão incluídos nos custos da UGP. Valor estimado:


R$200.000,00

Programa de Comunicação Social

Objetivos

O objetivo deste Programa é dispor dos instrumentos e técnicas da Comunicação


Social tanto como recurso de apoio, para que as obras do Programa sejam
percebidas pela comunidade como uma ação positiva para a redução da violência
e melhoria do atendimento à saúde como, também, uma ferramenta de
sensibilização para que as intervenções possam ocorrer de forma adequada e
ambientalmente sustentável.

Por sua vez, os seus objetivos específicos são:

542
 esclarecer a população em geral sob os vários projetos que serão
executados e subsidiar a divulgação de aspectos socioambientais vinculados aos
projetos;
 informar as comunidades das áreas de influencia das obras, sobre os
transtornos temporários que as obras poderão causar em seu cotidiano; e
 auxiliar a UGP na interlocução com a população da área de influência das
obras, em articulação com o trabalho socioambiental.

Justificativa

A participação da comunidade nas fases de planejamento e implantação das


obras do Programa é fundamental para que sejam alcançadas plenamente as
metas e objetivos preconizados nos planos e projetos desenvolvidos. Torna -se,
portanto, imprescindível divulgar o Projeto de forma ampla, por meio de informes,
consultas, audiências, auscultação e demais formas de comunicação que atinjam
todos os atores e agentes deste processo de entendimento entre o Poder Público
e a sociedade.

Público Alvo do Programa

Na fase de planejamento, o principal Público-Alvo corresponde às comunidades


das áreas de influência das obras.

Na fase de obras, o principal Público-Alvo a ser objeto do processo de


comunicação e interação social será formado pelos moradores ou usuários do
comércio, dos serviços e de eventuais usos institucionais das proximidades das
obras, assim como os proprietários e empregados desses estabelecimentos. As
mudanças no tráfego local, a eventual interdição de trechos das vias e logradouros,
o tráfego intenso de veículos pesados, máquinas e equipamentos causam
transtornos que, embora transitórios, poderão interferir no acesso às moradias, nos
negócios e nos serviços aí localizados. A proximidade das residências,
estabelecimentos comerciais e de serviços aos canteiros de obras agrega outros
desconfortos específicos, relacionados a ruídos e poeira, além de eventuais

543
situações de risco de acidentes, em razão do tráfego de veículos e da operação
das máquinas e equipamentos.

Organização e Sistematização de Informações Técnicas

O Programa de Comunicação Social deve estar inteiramente voltado para o


planejamento e divulgação de informações referentes ao Programa. Deve manter
um fluxo contínuo e periodicidade constante, por meio do estabelecimento de
rotinas na forma de abordagem e interação com a comunidade. Deve-se, ainda,
estabelecer e manter sempre abertos os canais destinados ao recebimento de
informações e indagações sobre o Programa.

Desta forma, inicialmente deve ser desenvolvida uma atividade voltada para a
organização e sistematização de informações técnicas, que devem ser
constantemente atualizadas, com dados e informações sobre as intervenções
previstas, os procedimentos adotados pela UGP face aos problemas
socioambientais identificados e quais medidas serão adotadas para mitigá-los ou
compensá-los, o cronograma e as etapas de implantação das obras e outras
informações pertinentes. Deverão ser preparadas as peças e os materiais de
informação (cartazes, “folders”, folhetos de divulgação, “data-show” etc.) sobre o
Programa, que serão utilizados pela equipe de comunicação social na realização
de eventos, apresentações, audiências, etc.

Poderá ser criado e designado o cargo de Ouvidor, com ampla divulgação nos
mais diversos meios de comunicação. Esta ação tem como objetivo dar a maior
visibilidade à gestão e ampliar a presença institucional da UGP e PMM na
implementação do Programa.

O material de divulgação deverá incluir o telefone, o endereço físico e o endereço


eletrônico, além de indicar os locais onde serão instaladas “caixas de sugestões”
destinadas à Ouvidoria. Este material deve ser exposto nos locais das obras, nos
postos de informação da UGP e PMM, em locais de grande movimentação de
público e em todos os órgãos e entidades públicas.

544
Estrutura

Para a implementação do Programa, deverá ser alocada uma equipe mínima de


comunicação social e a criação de Ouvidoria Pública junto à UGP.

As funções que deverão ser cumpridas por essa equipe podem ser caracterizadas
como: identificar eventuais problemas emergentes e encaminhar as soluções
pertinentes; responder prontamente as demandas e necessidades decorrentes do
andamento das obras; e oferecer respostas rápidas às necessidades de
informação e interação com diferentes segmentos da sociedade local.

Por sua vez, a Ouvidoria, além de criar novos canais de comunicação com a
população, terá a função maior de aproximar os cidadãos da UGP e da PMM,
constituindo um canal de comunicação direta e fomentando a efetiva participação da
comunidade, por meio do exercício da crítica e de denúncias, sugestões, cobranças
e elogios às ações e medidas adotadas ao longo da implementação do Programa.

A Ouvidoria será responsável pelo “controle da qualidade”, no que se refere à


implementação do Programa, apontando as falhas e os acertos, buscando as
soluções para os problemas e, sobretudo, permitindo a participação do cidadão na
gestão do Programa, ao garantir a defesa de seus direitos. O Ouvidor não decide
sobre a solução do problema, mas acompanha todas as fases do seu
encaminhamento junto às áreas responsáveis, até a sua resolução final e, no
decorrer do processo, mantém o cidadão informado sobre o andamento do caso.

A Ouvidoria deverá funcionar junto à Coordenadoria do UGP, dispondo de


telefone e “e-mail” exclusivos. Outras formas de comunicação, tais como, carta,
bilhete e até pessoalmente, também serão asseguradas. Os respectivos
endereços serão divulgados amplamente e, principalmente, nos locais das obras.

Custos

Os custos do Programa serão incluídos nos custos da UGP. Valor estimado:


R$180.000,00.

545
Programa de Treinamento e Capacitação de Colaboradores

Objetivos

O objetivo deste programa é capacitar os empregados das empresas construtoras


para que todos tenham conhecimento das praticas gerais de gestão ambiental
associadas às suas atividades. Assegura que todos realizem suas atividades de
acordo com os procedimentos adequados, considerando os cuidados com o meio
ambiente, as comunidades e o patrimônio.

O treinamento deverá ser aplicado a todos os empregados, colaboradores e


prestadores de serviço, inclusive de empresas terceirizadas.

Atividades

O treinamento ambiental a ser aplicado pela empreiteira de obra deverá abranger


os seguintes temas:

 noções sobre legislação ambiental;


 importância da prevenção e controle da erosão, poluição e danos ao meio
ambiente;
 destinação dos resíduos sólidos;
 instruções de controle ambiental;
546
 procedimentos de supervisão e monitoramento ambiental;
 Código de Conduta e normas de relacionamento com a comunidade;
 reconhecimento de animais peçonhentos e procedimentos no caso de
acidentes; e
 procedimentos de acionamento em caso de acidentes ambientais.

Essa capacitação fará parte do treinamento admissional obrigatório, em módulo


padrão de duas horas de duração, ministrado no próprio canteiro de obra e com
registro de presença. Complementarmente serão realizados treinamentos
periódicos para reforçar os conceitos de gestão ambiental, cujo conteúdo deverá
enfatizar os aspectos ou procedimentos que tenham se mostrado mais
problemáticos durante a obra. A periodicidade máxima deste treinamento
complementar deverá ser trimestral.

O treinamento ambiental estará apoiado em exposições audiovisuais, panfletos


informativos e circulares. Reuniões emergenciais orientadas de acordo com o nível
de instrução e de responsabilidade do público alvo poderão ser convocadas a
qualquer momento.

Responsabilidades

A capacitação ambiental da mão-de-obra é de responsabilidade da empresa


construtora, assim como a elaboração de relatórios de acompanhamento do
Programa, que deverão ser semestrais e conter informações sobre as datas e
conteúdo dos treinamentos ministrados, o número de empregados treinados em
cada período, lista de presença, registro fotográfico e avaliação da eficiência dos
treinamentos ministrados.

Custos

Os custos deverão ser incluídos nos custos dos treinamentos admissionais e de


saúde e segurança ocupacional, a cargo da empreiteira de obra. Valor estimado:
R$50.000,00.

547
Programa de Saúde dos Colaboradores e Comunidades Envolvidas

Considerações

Durante as obras um contingente de pessoas é atraída para a região, podendo


alterar as condições de saúde da população local e aumentar a concorrência pelos
serviços de saúde ofertados pelo poder público municipal.

Com relação a esse aspecto, a Prefeitura de Maceió por meio da Secretaria


Municipal de Saúde deverá adotar medidas e ações que previnam, reduzam ou
eliminem esses impactos, mantendo ou melhorando o padrão de qualidade de
serviços médicos e os tratamentos existentes nos postos de saúde das área de
influência do Programa.

Além desse aspecto, há que se considerar a saúde e segurança dos


colaboradores (empregados) envolvidos na implantação das obras do Programa de
Requalificação Urbanística da Orla Lagunar de Maceió. Para estes deverão ser
cumpridos procedimentos específicos de saúde e segurança durante as obras,
determinados pelas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e
Emprego.

548
Objetivos

O objetivo do programa, no que se refere à saúde e segurança dos empregados,


é o estabelecimento de padrões mínimos de atendimento à legislação de controle
e saúde e segurança operacional, aplicáveis aos empregados das empreiteiras
das obras.

Para o cumprimento desse objetivo cuidados especiais deverão ser adotados


pelas empreiteiras das obras para minimizar os riscos e acidentes de trabalho,
doenças ocupacionais ou transmissão de doenças infectocontagiosas, assim
como para tratar adequadamente as que eventualmente ocorrerem.

Como objetivos específicos do Programa, são considerados:

 a redução da ocorrência de acidentes e problemas de saúde do trabalho;


 o estabelecimento de diretrizes de segurança do trabalho e saúde
ocupacional que deverão ser exigidas contratualmente e sistematicamente
adotadas durante a obra;
 a determinação das exigências mínimas de segurança do trabalho a serem
atendidas pela empreiteira de obras;
 a implantação de uma sistemática de auto-monitoramento, de maneira que
todos os serviços executados sejam rotineiramente inspecionados e avaliados;
 o estabelecimento de procedimentos eficazes de atendimento das ações
corretivas e notificações de não-conformidades, relacionadas ao Trabalho Seguro;
 o treinamento dos empregados na observância dos Procedimentos de
Trabalho Seguro e nas Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE);
 a avaliação e o monitoramento da saúde da mão-de-obra contratada,
mediante exames admissionais e periódicos que possibilitem o diagnóstico de
doenças virais, bacterianas, parasitárias e outras, assim como a verificação das
condições auditivas, de visão e outros aspectos relevantes para a atividade a ser
realizada pelos empregados;
 a manutenção das condições sanitárias favoráveis aos empregados;
 o esclarecimento e orientação dos empregados sobre doenças
sexualmente transmissíveis e doenças infectocontagiosas em geral;
549
 a assistência médica emergencial aos empregados em caso de acidentes;
 o encaminhamento aos serviços de saúde conveniados dos casos que
requeiram assistência médica hospitalar; e
 a notificação às autoridades competentes no caso de ocorrência de
doenças de notificação compulsória.

As normas e procedimentos do Programa Segurança do Trabalho e Saúde


Ocupacional Durante a Construção visam também o cumprimento dos
dispositivos legais sobre a matéria, com destaque às exigências da Lei Fede ral
No 6.514/77 regulamentada pela Portaria MTE N o 3.214/78, Portaria MTE/SSST
No 24/94 e respectivas Normas Regulamentadoras.
Metas

O Programa tem como meta a conclusão da obra com índice zero de acidentes,
com afastamento e transmissão de doenças infectocontagiosas entre os
empregados e, ainda, a conclusão da obra sem nenhuma notificação de não -
conformidade decorrente da inobservância dos Procedimentos de Trabalho
Seguro.

Atividades

As medidas a serem contempladas no âmbito do programa de segurança do


trabalho e saúde ocupacional durante a construção deverão garantir a
conformidade da empreiteira de obra com a legislação trabalhista, assegurando
que os procedimentos de saúde e segurança sejam adotados para todas as
atividades e controlando a qualidade dos ambientes de trabalho sob a ótica de
higiene, saneamento e ergonomia.

Estão previstas, portanto, as seguintes atividades:

• elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);


• elaboração do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);
• implantação e operação do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança
e em Medicina do Trabalho (SESMT);
• instauração e operação da Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA);

550
• elaboração de Procedimentos de Trabalho Seguro;
• treinamento em segurança do trabalho;
• gerenciamento da segurança do trabalho; e
• atribuição de responsabilidades.

Deverá, também, ser elaborado um Código de Conduta, aprovado pela UGP,


visando preservar, tanto a saúde e as condições de higiene do trabalhador e,
consequentemente, a comunidade local, como as condições ambientais do
canteiro e do entorno. O referido código contemplará as seguintes normas:

 todo trabalhador deverá submeter-se a exame médico e vacinação no


momento de sua admissão;
 deverá ser respeitada uma conduta adequada no trajeto de casa para o
trabalho, visando garantir o sossego da comunidade local;
 para o consumo próprio, deverá ser utilizada somente água potável;
 todo lixo produzido na obra ou no refeitório deverá ser depositado em
vasilhames adequados. Os restos de comida, vasilhames etc. serão ser retirados
do canteiro, não se admitindo qualquer disposição de lixo nas áreas do
empreendimento e de seu entorno;
 os sanitários deverão ser utilizados adequadamente;
 sob nenhum pretexto será permitida a supressão da vegetação do canteiro
ou entorno, sem autorização da UGP;
 os motoristas de máquinas e equipamentos deverão respeitar
rigorosamente os itinerários traçados; e
 são proibidas as pichações nas instalações do canteiro de obras.

Indicadores

 Cursos e treinamentos realizados;


 Número de acidentes de trabalho.

551
Custos

Os custos do Programa deverão ser incluídos nos custos do atendimento da


legislação trabalhista, a cargo da empreiteira de obra. Valor estimado:
R$350.000,00.

Programa de Controle de Ruídos e Emissões Atmósféricas

Justificativa

Na fase das obras do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de


Maceió, existem ruídos produzidos por máquinas diversas, tais como serras,
britadeiras, bate estacas, e outros equipamentos. Esses equipamentos chegam a
emitir uma intensidade sonora de cerca de 90 dB(A), medida a 7m de distância.

Legislação Pertinente

Este programa atende o processo de licenciamento ambiental determinado pela


Resolução CONAMA 237/97, em subsídio ao art. 225 da Constituição Federal, bem
como as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Objetivo

Um dos objetivos deste programa é garantir que os níveis de emissão de ruído, em


decorrência das atividades do Programa, causem o menor impacto possível ao seu
entorno.

Outro objetivo é promover o controle de emissões de material particulado e gases de


combustão durante a etapa de implantação, operação e fechamento do Programa de
552
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, através de procedimentos
operacionais e ações específicas.

Com a aplicação do programa de controle das emissões atmosféricas espera-se que


as concentrações de poluentes na atmosfera da Área de Influência Direta sejam
mantidas dentro dos limites de qualidade ambiental preconizados pela Resolução
CONAMA 03/1990.

Metas

• Identificar as zonas de alteração dos níveis de ruído e concentração de poluentes


atmosféricos resultantes das atividades do Programa de Requalificação Urbana da
Orla Lagunar de Maceió;

• Minimizar os impactos ambientais advindos da alteração dos níveis acústicos e da


emissão de particulados;

• Desenvolver procedimentos operacionais objetivando a redução dos níveis de


ruídos e emissão de particulados provenientes das fontes geradoras;

• Atender a Resolução nº 1, de 08 de março de 1990 do CONAMA, que disciplina as


emissões de Ruído Ambiental e determina que sejam obedecidos os limites
máximos de ruído conforme a NBR 10.151 que estipula limites máximos em função
do tipo de ocupação do solo.

Metodologia

Para a execução do programa será realizado um monitoramento das áreas


habitadas de maior emissão de ruídos, com o objetivo de se formar um “background”
da emissão de ruídos. O monitoramento dessas áreas será realizado em campanhas
periódicas.

Em conjunto, serão determinadas rotinas, como a diminuição da velocidade das


composições, nas proximidades destas habitações, diminuindo assim a emissão de
ruídos e emissão de particulados.

553
Avaliação do Impacto Ambiental

Ruído

O impacto do ruído da fase de obras é considerado negativo, direto, temporário,


localizado, reversível e de ocorrência imediata, tendo como área de influência a
zona residencial vizinha a área de ação do Programa de Requalificação Urbana da
Orla Lagunar de Maceió.

No entanto, com a adoção das medidas mitigadoras, e considerando que as áreas


efetivamente afetadas serão restritas, trata-se de um impacto de baixa significância.

Emissões Atmosféricas

As obras de implantação do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de


Maceió requerem operações que geram a emissão de gases de combustão e
material particulado.

Os principais mecanismos destas emissões estão relacionados ao arraste eólico de


materiais depositados sobre superfícies expostas durante as atividades de limpeza e
regularização dos terrenos, pelo trânsito de veículos de cargas e por movimentação
e manuseio de materiais fragmentados da construção civil (areia, cimento, brita).

O diâmetro médio dessas partículas é predominantemente grande, o que reduz


bastante a sua agressividade à saúde. A poeira suspensa durante a obra tem um
alcance bastante limitado, tendendo a se depositar rapidamente no solo,
dependendo das condições climáticas.

O efeito das emissões de particulados decorrentes da circulação de veículos de


serviço na obra não deverá ser mensurável em relação ao tráfego atual na área de
influência, portanto são desprezíveis os impactos neste sentido.

Além dos particulados, ocorrerão emissões fugitivas, das pilhas de estocagem ao ar


livre de materiais de construção como areia, pedra e terra, das vias de tráfego, área
de peneiramento, pesagem e mistura; e transferência de cimento dos caminhões
para os silos de armazenagem.

554
A movimentação de veículos e equipamentos movidos a motores a combustão e a
utilização de máquinas para a execução de obras gerarão emissões atmosféricas na
forma de gases de combustão.

Com isso, a implantação do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de


Maceió, com as medidas mitigadoras que serão adotadas nessa etapa, não irá
alterar de forma significativa a qualidade do ar da região.

Medidas Mitigadoras

Ruído

 Ruído das obras:

Limitar as obras ao período diurno e instalar os canteiros permanentes a uma


distância mínima de 400m de qualquer área residencial.

 Ruído da entrada de caminhões e área de armazenagem:

Monitorar a propagação sonora do fluxo de veículos na via de acesso e nos pátios


de armazenagem, até as áreas residenciais vizinhas, de modo a verificar a eventual
ultrapassagem dos padrões de ruído e propor medidas de controle necessárias.
Visto que a implantação do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió deverá aumentar o nível de ruído resultante, recomenda-se que o
monitoramento de ruído seja repetido a cada 3 meses.

Emissões Atmosféricas

Para a fase de implantação, as medidas previstas para minimizar e até mesmo evitar
a ocorrência deste impacto envolvem o controle de emissões nas atividades de
preparação e limpeza do terreno, na movimentação de materiais, equipamentos e
veículos de carga, por meio da umectação das áreas de trabalho e acessos,
cascalhamento de vias internas, lavagem dos pneus dos caminhões na saída da
área de influência para vias públicas e a regulagem de veículos de acordo com as
normas do PROCONVE.

A emissão de material particulado deverá ser controlada pela inspeção da fumaça


preta através da utilização da escala Ringelmann.
555
Para controle da emissão proveniente dos motores de veículos e equipamentos
(guindastes, empilhadeiras, etc.), deve ser obrigatório que estes passem por
manutenções periódicas para operarem sempre nas condições ideais de
funcionamento, evitando-se o aumento das emissões de gases da queima de
combustível, constituídos majoritariamente por monóxido de carbono, material
particulado e óxidos de nitrogênio. Um motor desregulado emite mais poluente e ao
mesmo tempo consome mais combustível. Assim, prevenir e controlar a poluição
além de minimizar os danos ao meio ambiente, em última análise, significa reduzir
perdas de combustível e de matérias primas.

Outra forma de monitoramento dos veículos movidos a diesel é o controle do


material particulado através da utilização do método da Escala de Ringelmann, onde
será avaliada a intensidade da fumaça preta em períodos pré-determinados,
conforme plano de monitoramento.

Etapas de Execução

As etapas para a implementação do programa podem ser resumidas da seguinte


forma:

a) Cadastro dos locais de maior emissão de ruído;

b) Nos locais de maior emissão de ruídos, implementar medidas para a diminuição


da pressão sonora e da vibração;

c) Monitoramento e verificação dos veículos;

Cronograma

Este plano deverá ter início quando das atividades de construção da obra e deverá
se tornar um programa permanente.

Recursos Materiais e Humanos

a) Recursos Humanos

A seguir apresenta a equipe técnica necessária à execução desta proposta:


 01 Engenheiro Ambiental;

556
b) Recursos Materiais
 Decibelímetro ou medidor de nível de pressão sonora;
 Bomba para amostragem de gases e poeira e;
 Escala de Ringelmann.

Programa de Monitoramento de Supressão Vegetal

Justificativa

O presente Programa apresenta como objetivos principais indicar os procedimentos


a serem adotados no momento da supressão de vegetação para a implantação do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, é inevitável a
supressão da vegetação nas etapas de construção das obras em áreas menos
ocupadas e da abertura das vias de serviços. A implantação do Programa gera a
supressão da vegetação arbórea, arbustiva e rasteira. É possível a minimização da
supressão vegetal, desde que sejam seguidos critérios técnicos, legais e
operacionais. Devem ser identificadas todas as áreas vulneráveis ou susceptíveis à
degradação, como as áreas conservadas. A supressão vegetal deverá ser a mínima
necessária devendo ser desmatado, somente o possível.

Devido a intervenções nas áreas naturais preservadas é também fundamental traçar


estratégias para a conservação dos diversos grupos de fauna terrestre e flora local.
As fases de desmatamento são os momentos mais críticos para a fauna e flora local.
Por esse motivo é necessário o adequado planejamento do desmatamento para que
os animais presentes na área suprimida possam se deslocar para outras áreas, e
para que se minimize os impactos da supressão vegetal.

557
Legislação Pertinente

O presente programa deve atender à Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira


Ameaçadas de extinção, Portaria n. 37-N, 03 de abril de 1992, além da Portaria n.
50-N, 05 de setembro de 1996 que dispõe sobre a reposição florestal obrigatória.

Objetivo

O objetivo principal deste programa é reduzir o impacto gerado pela perda de


habitats decorrente do desmatamento das áreas de influência direta do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Define-se os seus objetivos como se segue;

 Detalhar ações que buscam otimizar os esforços para limpeza e vias, não só
da implantação do projeto e com as intervenções de apoio, incluídas as obras
de adequação ambiental.
 Propiciar o aproveitamento racional do material oriundo da supressão de
vegetação.

Metas

 Realizar o levantamento das áreas de vegetação, passíveis de supressão em


função das atividades de instalação do Programa de Requalificação Urbana
da Orla Lagunar de Maceió;
 Estimar o volume do material lenhoso a ser retirado, considerando-se as
áreas de supressão total, como subsídio para a Autorização de Supressão de
Vegetação (ASV), a ser emitida pelo órgão Ambiental competente visando à
fase de instalação das obras do Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió;
 Identificar e localizar a ocorrência de espécimes protegidos de corte e propor
medidas para a sua preservação;
 Obter a Autorização de Supressão de Vegetação (ASV);
 Minimizar a supressão de vegetação através do estabelecimento de
especificações e procedimentos ambientais, a serem adotados por meio de
medidas de controle e monitoramento eficientes;
558
 Aproveitamento da maior parte dos recursos obtidos com a supressão;
 Execução da supressão de vegetação, obedecendo aos preceitos legais.

Metodologia

A supressão da vegetação gera impactos não só para a flora como para a fauna das
regiões afetadas pelo Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de
Maceió. Para mitigar esses impactos, é necessário que haja um planejamento do
desmatamento. O desmatamento deverá ocorrer sempre no sentido de outras áreas
de vegetação natural, para que os animais possam ser direcionados para esses
refúgios fora da área desmatada.

Para minimizar o impacto à fauna, o desmatamento deverá ser feito, seguindo todas
as etapas de forma cronológica: treinamento da equipe de corte, vistoria das áreas
de corte, acompanhamento do desmatamento.

Para a obtenção da Autorização de Supressão da Vegetação, deverá ser realizado


além de estudo de estimativa do volume do material lenhoso a ser retirado, um
inventário florestal, considerando-se as áreas de supressão total. Devem ser
identificados e localizados os espécimes protegidos de corte e propor medidas para
a sua preservação, visando à minimização da supressão de vegetação através do
estabelecimento de especificações e procedimentos ambientais, a serem adotados
por meio de medidas de controle e monitoramento eficientes.

Para o cálculo do volume do material lenhoso, deverão ser escolhidas 5 áreas


aleatoriamente em cada uma das áreas afetadas, com tamanho de 1000 m², nas
dimensões de 20 x 50m. Deverão ser amostradas todas as fito fisionomias em cada
uma das regiões. Cada árvore com DAP igual ou superior a 5 cm deverá ser
considerada, recebendo numeração pertinente. As seguintes medições
dendrométricas deverão ser colhidas: DAP, diâmetro da base do fuste (Db),
diâmetro superior do fuste (Ds) localizado na base da primeira bifurcação, altura do
fuste (H) ou distância correspondente entre esses diâmetros. Nos ramos, devem ser
medidos o diâmetro inferior (di) e diâmetro superior (ds) assim como a distância (h)
entre essas duas últimas medidas. O cálculo de volume deverá ser realizado por
meio da cubagem, empregando a fórmula de Smalian. A determinação da biomassa

559
lenhosa foi efetuada multiplicando-se o volume de madeira pelo peso específico da
espécie. Deverá ser calculado uma regressão para o total das espécies sem
considerar os grupos específicos.

Os dados de campo deverão ser armazenados em gerenciador de banco de dados


e, procedendo com uma análise de plausibilidade. Junto à análise descritiva das
diferentes distribuições, o cálculo de regressão assume o papel mais importante na
interpretação dos dados. Com a ajuda da análise de regressão é possível interpretar
numericamente a relação que possa existir entre uma variável dependente e uma ou
mais variáveis independentes.

Para a caracterização da qualidade da regressão, deve ser considerado o


coeficiente de determinação r2 para relações simples e R2 para relações múltiplas, a
fim de explicar a dispersão das variáveis.

Etapas de Execução

 Realização dos estudos de determinação do volume lenhoso a ser


desmatado;
 Obtenção da Autorização de Supressão da Vegetação (ASV);
 Treinamento da equipe de corte;
 Vistoria na área de corte;
 Acompanhamento do Desmatamento;
 Relatórios bimestrais durante a fase de desmatamento na área do Programa
de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Cronograma

O cronograma de execução deste programa deve ser elaborado seguindo o


cronograma de desmatamento para a instalação do Programa de Requalificação
Urbana da Orla Lagunar de Maceió em questão. O presente programa deverá ser
realizado entre a emissão da LP e da LI. Após a emissão da LI, o desmatamento
deverá ser acompanhado para garantir a correta realização desta atividade.

560
Equipe Técnica

A equipe técnica do presente programa deverá ser formada por 01 Engenheiro


Florestal, 01 Biólogo (Botânica), podendo envolver estudantes dessas duas áreas
através de convênios com instituições educacionais. Além deste efetivo, a equipe
necessita de profissionais de caráter administrativo para apoio logístico das
atividades de campo e de gabinete, além de 2 operadores de Motosserra e 4
ajudantes de campo.

Programa de Monitoramento das Águas Superficiais

Introdução

O presente plano se refere às campanhas de campo, para implantação de estações


de amostragem das águas superficiais e acompanhamento da equipe de coleta.
Tem como objeto o monitoramento da qualidade das águas superficiais da Lagoa
Mundaú na área de influência do Programa de Requalificação Urbana da Orla
Lagunar de Maceió.

Objetivo

Os objetivos das campanhas será:


- implantar a rede de monitoramento de qualidade de águas superficiais na Lagoa
Mundaú;
- consolidar as estações de coleta;

- acompanhar a equipe de coletores, órgão contratado para a realização das coletas


e análises dos parâmetros, para o reconhecimento da rede de amostragem.

561
Metodologia

Consolidação da Rede de Monitoramento

Visando consolidar a rede de monitoramento das águas superficiais e aperfeiçoar a


avaliação da qualidade ambiental na Lagoa Mundaú será formada uma equipe
composta por técnicos e da empresa contratada para realizar coleta e análises
laboratoriais das águas e dos sedimentos. A partir de roteiros previamente
determinados, essa equipe deverá percorrer, a área de influencia da obra na Lagoa
Mundaú, com o objetivo de reconhecer e estabelecer as estações de amostragem
de água e de monitoramento de sedimentos.

As amostras de água são coletadas no local e encaminhadas ao laboratório no


mesmo dia da coleta, sendo conservadas em temperatura adequada até a
realização das análises físico-químicas.

A Figura apresenta a localização da área de estudo prevista para esse Programa.


Fatores restritivos, como condições de acesso ao local e características do corpo de
água para fins de amostragem, foram considerados.

562
Fonte: ANA, 2006, p. 18

Parâmetros a Serem Monitorados

Para a avaliação da qualidade das águas superficiais e dos sedimentos em


ambientes lóticos e lênticos, na definição dos parâmetros a serem monitorados
serão considerados as pressões. A Tabela apresenta a relação dos parâmetros, a
serem monitorados nas águas superficiais, ambientes lóticos e lênticos.

563
Marco Zero ou Nível de Referência

Para servir de “marco zero” será feita uma campanha inicial, com a aquisição dos
dados de coleta antes do início das obras seguindo os procedimentos exigidos pelo
órgão ambiental responsável para coleta de amostras de água.

564
As análises serão realizadas pelo profissional contratado seguindo os procedimentos
descritos pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater
(APHA, 1998).

As amostras serão acondicionadas em um recipiente resfriado para que não


houvesse a perda das características do local durante o transporte.

Serão identificado 10 locais para coletas que deverão ser escolhidos e monitorados
antes do início das obras do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar
de Maceió e informado ao órgão ambiental responsável pelo licenciamento.

Esses quantitativo de pontos de coletas podem aumentar de acordo com a


necessidade técnica da obra.

Monitoramento

Estão previstas campanhas de monitoramento durante 02 etapas: implantação do


Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceiópropriamente dita; e
período pós-implantação (cerca de 30 dias após a finalização da construção).

Observa-se que tanto as amostragens da etapa de obras como da etapa posterior à


sua finalização, serão realizadas conforme o andamento da construção.

Indicadores

O Programa terá início juntamente com o início das obras e se manterá ativo durante
todo o período de construção, bem como no período considerado como pós-
implantação.

Já durante a etapa de operação do empreendimento, poderão ocorrer campanhas


de monitoramento em situações específicas. Na etapa de desativação do Programa
de Requalificação Urbana deverá ser feita uma analise nos 10 pontos de coletas
escolhidos no início das obras e outro ponto que se achar necessário naquele
momento.

 Melhoria do IQA nas áreas de influência do Programa

565
Custos

Os custos do Programa serão incluídos nos custos da UGP. Valor estimado:


R$100.000,00.

Equipe Técnica Necessária

A execução desse Programa será de responsabilidade da gestão da obra, com


equipes técnicas especializadas e auxiliares de campo, munidos de equipamento e
infra-estrutura adequada. Sugere-se a contratação de empresa especializada para
executar monitoramento desta natureza.

Para efetuar o monitoramento proposto, a empresa deverá possuir em seu quadro,


profissionais capacitados, bem como experiência comprovada na área de execução
de monitoramento de efluentes líquidos como: Químico Industrial, Engenheiro
Ambiental ou Biólogo preferencialmente especializado em Engenharia Ambiental e
técnicos em meio ambiente, química ou saneamento.

566
Programa de Recuperação de Área Degradada

O Plano de Recuperação de área Degradada - PRAD referente recuperação das


áreas degradadas decorrentes das ações de implantação do Programa de
Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, apresenta as atividades a ser
realizada com a intenção de compensar os passivos ambientais existente na área, a
partir do plantio de mangue e outras espécies adaptadas a região em uma área de
aproximadamente 8,60 ha.

Em tempo submeto para apreciação dos técnicos desse competente grupo de


trabalho para análise e discussão o referido PRAD.

Os estudos foram realizados por técnicos devidamente qualificados para este tipo de
trabalho, que responde pelas informações levantadas que compõem o documento
apresentado ao Grupo de trabalho do BID.

Informações Gerais

O presente Plano de Recuperação de Área Degradada - PRAD pretende reflorestar


uma área de 3,60 hectares, além das áreas de interferência direta das obras da
rodovia, como por exemplo, os acessos de serviços, que perfaz uma área estimada
em 5 ha, que quando somados totalizam 8,60 ha.

O objetivo geral do PRAD é contemplar todas as ações identificadas como passivo


ambiental e promover ações que proporcionem a sustentabilidade ambiental do
Programa.

As atividades que fazem parte do PRAD são:

 Recuperação de área de APP;

 Recuperação dos acessos implantados;

 Recuperação da área diretamente afetada pelas obras da rodovia;

 Destinação Final dos resíduos sólidos;

 Controle da Poluição Difusa;

 Recomendação para elaboração de um Programa de Educação Ambiental;

567
 Recomendação para elaboração de um Programa de Arborização Urbana.

Nome do Empreendimento

Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió

Órgão Responsável pela Aprovação do Plano

Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente – SEDET

Metodologia

Os trabalhos realizados para a confecção do estudo envolveram preliminarmente a


seguinte sequência de atividades.

A metodologia obedeceu às recomendações abaixo listadas:

 Caracterização da área de intervenção;

 Caracterização da Flora local;

 Planejamento dos tratos culturais necessários;

As metodologias serão descritas em cada item referente às atividades deste PRAD.

Características Ambientais

Abaixo, caracteriza-se a área do empreendimento levando em consideração o meio


físico e biótico.

Meio Físico

A caracterização do meio físico será realizada, inicialmente, com uma apresentação


abrangente da região de influência do empreendimento, preconizado na Resolução
CONAMA 237/1997, é a bacia hidrográfica. A área aqui referida está localizada na
Bacia Hidrográfica do CELMM, e como unidade de estudo utilizar-se-á a Região
Hidrográfica a qual esta bacia está inserida – a RH CELMM.

Geologia

568
A área de estudo está situada num contexto geológico regional representado pela
faixa sedimentar litorânea do Estado de Alagoas, fazendo parte da Bacia de Alagoas
compreendendo a Formação Barreiras e Sedimentos de Praia e Aluvião.

Bacia Alagoas

Segundo a Enciclopédia dos Municípios de Alagoas (2012), Maceió está inserida na


Bacia Sedimentar de Alagoas.

A bacia sedimentar de Alagoas é uma depressão resultante da separação dos


continentes Americano e Africano, onde se depositaram rochas sedimentares
reunidas em grupos e formações geológicas, desde o Paleozoico Superior, até os
dias atuais (sedimentos quaternários).

No município de Maceió, a bacia apresenta uma profundidade superior a 3.800


metros, apontada pela Petrobrás em poços de exploração e sondagem, encontrando
como unidade mais antiga a Formação Penedo, datada do Cretáceo.

A bacia assenta-se sobre as rochas das formações Penedo, Coqueiro Seco, Ponta
Verde, Maceió e Poção, do Grupo Coruripe, correspondentes à fase de intensa
atividade tectônica.

Ainda no Cretáceo inferior, depositou-se o Grupo Piaçabuçu (formações Calumbi,


Mosqueiro e Marituba) que, em Maceió, como no restante do estado, não é
encontrado em superfície.

No final do Terciário (Plioceno) e início do Quaternário (Pleistoceno) forma


depositados os clásticos da Formação Barreiras, que serviram de cobertura para o
registro sedimentar da bacia e ultrapassaram o limite com o embasamento cristalino,
sendo construída por uma alternância de siltes, argilas e areias finas e grossas, de
coloração predominantemente avermelhada, possuindo espessuras de até 120
metros, em Maceió, diminuindo em direção ao oceano e formando os tabuleiros
costeiros.

569
Carta estratigráfica da Bacia Sedimentar de Alagoas (modificada de Feijó, 1994).

570
Formação Barreiras

No final do Terciário e início do Quaternário (Pliocênica), já em ambiente continental,


foram depositados de maneira extensiva sobre a bacia e parte do embasamento
cristalino, os clásticos da Formação Barreiras (Plioceno) servindo de cobertura para
o registro sedimentar. A deposição continental desta formação pode ser considerada
como um episódio independente, mais ligado à evolução da geomorfologia regional.

Ocorre, geralmente, sob a forma de extensos tabuleiros costeiros formando uma


superfície elevada, plana e pouco dissecada. A sua drenagem é feita por vales
jovens ou rejuvenescidos com perfis em forma de “V” agudo que os retalham
profundamente, chegando, às vezes, a desnudar as unidades da Bacia de Alagoas.
Mergulham suavemente em direção ao oceano, onde são abruptamente
interrompidos formando falésias ao longo da costa, evidenciando talvez o último
estágio de maturidade de uma costa submergente, responsável pela formação da
planície costeira.

Sedimentos de Praia e Aluvião

É a designação informal dos sedimentos de idade Recente que ocorrem na área.


Sua composição litológica varia com o ambiente de deposição. Repousam em
discordância sobre as unidades estratigráficas subjacentes. Na planície costeira,
entre o mar e a Formação Barreiras, predominam areias cinza-claro, ligeiramente
amareladas, finas a grosseiras. Nas planícies aluviais, que se estendem ao longo
dos rios, a litologia é composta por areias, argilas e cascalhos.

Segundo Feijó (1994) esses sedimentos estão sobrepostos aos sedimentos


cretáceos da Formação Maceió da Bacia de Alagoas.

Geologia Local

A área que contempla o projeto está situada geologicamente em três unidades:

 Formação Barreiras – Situada na porção norte, representada pela via de


acesso que ligará o bairro do Pinheiro ao eixo principal da Via Lagunar;

571
 Depósitos Flúviolagunares – Situado em toda a faixa estreita na margem
esquerda da Laguna Mundaú, contemplando todo o projeto urbanístico e grande
parte do eixo principal da via;
 Terraços Marinhos Holocênicos – Situado ao sul na porção inicial do
projeto. Contempla algumas unidades habitacionais provenientes do projeto de
reassentamento e um pequeno trecho do eixo principal da via.

Geomorfologia

No que tange a classificação das formas de relevo da ADA, AID e AII do


empreendimento, pode-se identificar que ocorrem duas Unidades Geomorfológicas,
sendo elas os Tabuleiros Costeiros, condizentes ao sistema morfoestrutural de
Sedimentos Neógenos/Terciários do Grupo Barreiras e a Planície Flúviolagunar,
conformada pelos depósitos Flúviolagunares Quaternários.

Mapa Geológico e Geomorfológico de Maceió com destaque para a Área de


Influência do projeto (polígono vermelho). Fonte: Enciclopédia dos Municípios de
Alagoas, 2012.

572
Unidades Geomorfológicas

 Tabuleiro Costeiro

Os Tabuleiros Costeiros predominantes na região foram elaborados desde o


Terciário Superior a partir dos depósitos da Formação Barreiras. A Superfície dos
Tabuleiros apresenta no entorno da área do empreendimento, um relevo plano a
suave ondulado, com cota máxima de 83 metros, sobrepostos aos sedimentos
flúviomarinhos da Bacia Alagoas, principalmente a Formação Maceió.

Encosta situada na AID do projeto. Esta área possui altimetria entre 44 e 55m e
declividades superiores a 30°, podendo ultrapassar os 60°. São áreas densamente
ocupadas por populações de baixa renda que sofrem com a alta suscetibilidade a
escorregamentos nos períodos de chuva a mais de cinco décadas.

573
Perspectiva de trecho da AID do projeto – Área de encosta atingida por
deslizamentos. Foto: Micaelle Morais/G1, (Julho de 2015).

A suscetibilidade a inundação e/ou encharcamentos periódicos para áreas


condizentes às encostas/escarpas do Tabuleiro Costeiro é praticamente nula, em
função da posição topográfica e valores clinométricos associados a esta Unidade de
Relevo, sendo estes mais presentes na ADA, conforme será explicitado no item a
seguir (Planície Flúviolagunar).

 Planície Flúviolagunar

A unidade geomorfológica da Planície Flúviolagunar, assentada sob o Domínio


Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares distribui-se ao longo de boa parte da
costa alagoana. Tal unidade se caracteriza pelo modelado Flúviomarinho, que
retratam as diversas fases da evolução geomorfológica no decorrer do Quaternário,
encontrando-se distribuídos de modo irregular entre a linha de costa e os Tabuleiros
Costeiros, podendo ainda penetrar a região dos Piemontes Inumados ao longo das
baixadas e cursos de água.

574
A porção que compreende a ADA da Via e Orla Lagunar inerentes à Unidade
Geomorfológica da Planície Flúviolagunar, apresenta cotas altimétricas
predominantemente menores que 7,0 m associados comumente a valores
clinométricos (declividade) predominantemente abaixo dos 2,0º de inclinação.

Nos terrenos condizentes a unidade Planície Flúviolagunar predomina formas de


relevo essencialmente planas, onde não se constata a presença de proeminências
ou elevações em relação ao modelado regional, caracterizando-se assim por
significativa homogeneidade dos aspectos morfográficos, morfológicos e
morfométricos.

No que condiz aos aspectos geomorfodinâmicos da Planície Flúviolagunar, deve ser


levado em consideração o alto risco às inundações e/ou encharcamentos desses
terrenos, comumente associados a eventos pluviométricos severos, que ocorrem
principalmente na estação de inverno (entre junho e agosto), a falta de planejamento
urbano e a baixa clinometria e altimetria.

Trecho da ADA, na Avenida Senador Rui Palmeira, próximo ao canal da Levada. A


área sofre periodicamente com trasbordos, principalmente na maré alta, devido ao
asfalto da via está abaixo do nível da Laguna. Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta,
(Abril de 2015)
575
Perspectiva de trecho da Avenida Senador Rui Palmeira totalmente alagada devido
ao transbordo do canal da Levada. Além dos alagamentos constantes, moradores e
motoristas são obrigados a conviverem com o mau cheiro proveniente dos esgotos.
Foto: Heliana Gonçalves/TV Gazeta, (Abril de 2015)

Em primeiro plano, ocupações desordenadas à beira da Laguna Mundaú,


potencializando o risco de inundações. Em segundo plano, ocupações

576
desordenadas nas encostas, potencializando o risco de deslizamentos, ambas no
bairro do Bom Parto, na AID e ADA do projeto

Ocupação irregular e disposição inadequada de resíduos sólidos


urbanos à beira da Laguna Mundaú

Em contraposição a tal quadro, a suscetibilidade a ocorrência de movimentos


coletivos de massas (deslizamentos, escorregamentos, quedas etc..) ou de
processos erosivos severos (voçoramentos e ravinamentos) é praticamente nula na
ADA em função dos aspectos clinométricos/topográficos (declividades e altimetrias),
morfográficos (materiais constituintes das formas) e morfodinâmicos (ação dos
agentes pluvioerosivos e da gravidade), sendo estes mais intensos na AID e AII,
conforme já explicitado no item anterior (Tabuleiro Costeiro).

Solos

Esses dados são de suma importância no planejamento do uso do solo e locação de


futuras instalações, pois fornecerão subsídios tanto para as obras de construção civil
(expansividade, compactação, tensão, resistência, etc.) como para a preservação e
recuperação ambiental (capacidade de filtro, suscetibilidade a erosão, drenagem,
profundidade, etc.).

577
Determinadas características e propriedades do solo podem oferecer diferentes tipos
e graus de limitação no tocante ao seu uso, vindo a impedir a utilização de algumas
porções ou até mesmo da gleba como um todo; além disso, interferem em obras de
decapeamento, terraplanagem, paisagismo, fundação, arruamento, obras de
conservação e demais atividades em que haja necessidade de mobilização do solo.
Estas limitações são definidas pela erodibilidade, compactação, drenagem,
capacidade de troca de cátions (CTC) do solo, textura, profundidade, água no solo,
antropismo, entre outras.

A partir dos estudos com auxílio de dados e produtos geocartográficos extraídos em


gabinete sobre a ADA, AID e AII do projeto, foi constatado a presença de três
tipologias pedológicas para as mesmas, identificadas como Latossolo Amarelo
Distrófico, Solos Indiscriminados de Mangue e Gleissolo.

 Latossolos Amarelos Distróficos

Compreende solos minerais, não hidromórfico com horizonte B latossólico


imediatamente abaixo do horizonte superficial A Proeminente, Moderado ou Fraco.
São altamente evoluídos, provenientes do processo de intemperização intensa de
minerais primários e secundários com menor resistência.

São solos profundos, podendo haver um acréscimo de argila do horizonte A para o


B, mas de forma pouco significativa, sem caracterizar um horizonte B textural. Sua
coloração, determinada através de Carta de Munssel, varia próxima da cor 7,5YR,
enquadrando-o como Amarelo. Esta característica indica que os agregados do solo
são constituídos principalmente por Goethita (coloração amarelada).

Do ponto de vista ambiental, os Latossolos Amarelos Distróficos, apresentam baixa


capacidade de cátions, inferindo em uma baixa capacidade de filtro, compensada
pela profundidade do perfil (ANDREOLI, 1999).

No geral, os Latossolos Amarelos Distróficos posicionados no topo do tabuleiro, ou


seja, em depressões, rampas convergentes e divergentes - são solos com alta
aptidão a instalação de empreendimentos imobiliários, não oferecendo restrições
severas a sua instalação, fato que neste setor morfológico a referida tipologia
pedológica apresenta comumente boa capacidade de suporte (ANDREOLI, Op. Cit.).

578
Já os setores de encostas conformadas por esta tipologia pedológica – terços
superiores, médios e inferiores de rampas - apresentam baixa aptidão para a
instalação do empreendimento, visto que oferece restrições moderadas a alta em
função da considerável erodibilidade de seus materiais constituintes.

Os Latossolos Amarelos também são encontrados em boa parte da porção da


Planície Flúviolagunar, compreendendo trecho significativo da ADA do projeto.

Apesar de não estar situado no Tabuleiro Costeiro, o Latossolo Amarelo presente na


ADA é proveniente da Formação Barreiras, sendo resultado do transporte por efeito
da gravidade dos acúmulos de sedimentos provenientes no sopé das encostas
localizadas na AID do projeto.

O intenso processo de urbanização ocorrida nas últimas décadas em Maceió, em


especial na área de estudo, levou a formação de um horizonte A antrópico do
Latossolo Amarelo devido ao uso contínuo do solo pelo homem por períodos
prolongados, com adições de material orgânico em mistura ou não com material
mineral, ocorrendo às vezes, fragmentos de cerâmicas e restos de ossos e conchas.

Latossolo Amarelo com horizonte A antrópico presente na ADA do projeto.


Área pertencente à Braskem

579
Área de Latossolo Amarelo com horizonte A antrópico presente na ADA do projeto. A
área está destinada para a construção de unidades multifamiliares provenientes do
projeto de reassentamento. Estes Latossolos por estarem situados em região plana,
não possuem nenhuma limitação quanto a quaisquer intervenções

 Solos Indiscriminados de Mangue

Os Solos Indiscriminados de Mangues (SM) são solos halomórficos muito pouco


desenvolvidos, lamacentos, escuros e com alto teor de sais provenientes da água do
mar, formados em ambientes de mangues a partir de sedimentos flúviomarinhas
recentes misturados com detritos orgânicos, de natureza e granulometria variada,
referidos ao período Holoceno. Tais sedimentos são decorrentes da deposição pelas
águas dos rios quando encontram-se com as águas do mar, em condição de baixa
energia.

De uma maneira geral, estes solos não apresentam diferenciação de horizontes ao


longo do perfil, exceto em áreas marginais, onde se verifica o desenvolvimento de
um horizonte superficial com textura variável, desde argilosa até arenosa.

Em áreas alagadas costeiras, é comum o acúmulo de materiais sulfídricos (Pirita –


FeS2). Estes, se drenados, ou expostos a condições aeróbias, têm a passagem de
seus valores de pH normalmente próximos à neutralidade a valores inferiores a três,
por causa da oxidação dos sulfetos e da formação de ácido sulfúrico por ela gerada
(EMBRAPA, 1999).
580
Os solos Indiscriminados de mangue presentes na ADA e AID do projeto limitam-se
a uma faixa de pouco mais de 2km, que vai desde o cruzamento da Ferrovia com a
Avenida Major Cícero de Góes Monteiro até a desembocadura do riacho do Silva,
em Bebedouro, não ultrapassando os 200m de largura.

São áreas recomendadas à preservação ambiental devido à baixa altitude e a


consequente influência flúviolagunar, que lhe conferem alta fragilidade ambiental.
Além disso, esta unidade pedológica não apresenta capacidade de suporte
satisfatória para a instalação de edificações e infraestruturas viárias.

Vale ressaltar que o trecho da via contido em área de solos indiscriminados de


mangue se dará por meio de estacas que permitirão a suspensão da via, não sendo
necessário qualquer tipo de aterro, sendo este apenas executado em áreas
limítrofes às áreas de mangue, já totalmente antropizadas com vegetação exótica.

Além disso, os solos presentes na AID e ADA apresentam baixo ou nenhum uso
potencial como material de empréstimo ou insumo para as obras de construção civil
a serem realizadas na fase de implantação do projeto.

 Gleissolo

Os Gleissolos estão presentes apenas na AII do projeto, localizados nos vales dos
riachos do Silva e Reginaldo.

São solos minerais, hidromórficos, desenvolvidos de sedimentos recentes não


consolidados, de constituição argilosa, argiloarenosa e arenosa, do período do
Holoceno. Podem ocorrer com algum acúmulo de matéria orgânica, porém, com o
horizonte glei iniciando dentro de 50 cm da superfície, ou entre 50 e 125 cm, desde
que precedido por horizontes com presença de mosqueados abundantes e cores de
redução.

Compreende solos mal a muito mal drenados e que possuam características


resultantes da influência do excesso de umidade permanente ou temporário, devido
à presença do lençol freático próximo à superfície, durante um determinado período
do ano.

581
Apresentam um horizonte subsuperficial de coloração acinzentada, cinzenta, com
mosqueados amarelados ou avermelhados, oriundos da oxidação do ferro na matriz
do solo, em consequência dos fenômenos de oxirredução. São solos bastante
diversificados em suas características físicas, químicas e morfológicas, devido às
circunstâncias em que são formados, de aporte de sedimentos e sob condição
hidromórfica. Podem ser eutróficos, distróficos, com argilas de atividade alta ou
baixa, acidez moderada a forte.

Clima

De modo geral, as precipitações se estendem por quase todo o ano, apresentando


uma curta estação seca no verão e uma longa estação chuvosa no outono-inverno.

Em função de sua localização nas baixas latitudes tropicais, esta área recebe alta
taxa de insolação, fazendo com que a temperatura seja alta durante todo o ano, com
média anual de 24°C.

A ação do fluxo dos alísios no litoral, carregados de umidade e calor recebidos pela
sua passagem sobre as águas de correntes marítimas quentes, mantém a
regularidade da temperatura na faixa de influência oceânica.

O regime pluviométrico desta região não apresenta uma homogeneidade espacial.


Os totais pluviométricos decrescem do litoral para o interior, elevando-se novamente
nas áreas de maiores altitudes. Seja qual for o volume de água precipitado ao longo
do ano, sua divisão sazonal é marcadamente tropical, onde há um período muito
chuvoso, no inverno, e outro seco, com pouca ou nenhuma chuva, no verão.

A estação meteorológica de Maceió apresenta mais de 30 anos de registros


confiáveis, sendo operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Por este motivo e
pelo fato de que a área de intervenção e a estação se localizam em região litorânea,
os registros desta foram utilizados como base para análise, no presente estudo.

582
Normais climatológicas anuais para um período de 30 anos (1961-1990).

Parâmetros Período (1961-1990)


Pressão Atmosférica Anual 1006,6
Temperatura Média Anual 24,8°C
Temperatura Média das Máximas 28,9°C
Anual
Temperatura Média das Mínimas 21,8°C
Anual
Temperatura Máxima Absoluta 35°C
Temperatura Mínima Absoluta 11,3°C
Precipitação Média Anual 2.070,5 mm
Precipitação Máxima 24 horas 149,7 mm
Insolação Anual 2.627,2
Umidade Relativa do Ar 78,5
Evaporação 1.177,5 mm
Intensidade do Vento 3,69 m/s

Temperatura e Pluviometria

A temperatura média de longo período é 24,8° C, sendo os meses de janeiro e


fevereiro os que apresentaram maiores médias mensais, ambas 26,5°C, enquanto
que os meses de julho e agosto apresentaram a menor média mensal, ambas
23,6°C.

583
Temperaturas médias, máximas e mínimas mensais (°C) – Estação
Meteorológica de Maceió.
Mês Temp. Mín. (°C) Temp. Máx. (°C) Temp. Média (°C)
Janeiro 22,4 30,2 26,5
Fevereiro 22,6 30,4 26,5
Março 22,7 30,2 26,4
Abril 22,5 29,6 26,0
Maio 21,0 28,5 25,2
Junho 21,3 27,6 24,3
Julho 20,5 27.0 23,6
Agosto 20,2 27,1 23,6
Setembro 20,7 27,8 24,3
Outubro 21,2 29,0 25,3
Novembro 21,6 29,9 25,9
Dezembro 22,0 30,0 26,2
Ano 21,8 28,9 24,8

A precipitação anual média de longo período (período de 1961/1990) foi 2070,5 mm,
ocorrendo a maior média mensal no mês de maio (382,2 mm) e a menor média
mensal no mês de novembro (31,7 mm).

Precipitações pluviométricas mensais (mm) – Estação Meteorológica de Maceió.


Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1961-
78,1 88,3 194,5 268,8 382,2 331,9 273,7 155,2 130,3 73,5 31,7 62,5 2070,5
1990

A máxima precipitação de 24 horas para o período de 1961 a 1990 foi 149,7 mm,
tendo ocorrido em um mês de maio.

Precipitações máximas de 24 horas (mm) – Estação Meteorológica de Maceió.


Período Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
1961-
100,1 89,6 109,4 121,4 149,7 137,4 104,2 91,3 109,3 90,0 48,1 54,8 149,7
1990
Ano 1966 1978 1970 1979 1977 1977 1967 1968 1978 1977 1976 1976 1977

584
Gráfico ombrotérmico da cidade de Maceió representando uma média do período de
1961-1990. Fonte: SOMAR Meteorologia.

Meio biótico

Caracterização do Meio Biótico na Área de Influência Direta e Diretamente Afetada

Vegetação e Flora

Os bairros supracitados apresentam particularidades graças a distribuição do relevo


em diferentes níveis, ocupando compartimentos geológicos distintos, um deles
marcado por sedimentos arenosos (Baixada Litorânea) e osoutros dois
apresentando sedimentos argilosos (Encostas e Planalto Sedimentar).

Em ambos os casos, a vegetação natural foi quase que completamente suprimida


nesses bairros, restando apenas alguns remanescentes de mangue no Mutange e
Bebedouro, e fragmentos de Mata Atlântica em encosta nos Bairros da Pitanguinha,
Gruta de Lourdes, Chã de Bebedouro e Petrópolis, onde se encontram o Parque
Municipal e a APP do IBAMA.

A vegetação urbana, ou seja, aquela que ocorre espontaneamente nas áreas


abandonadas ou em desuso, está distribuída em todos esses bairros. Quanto mais
intensamente ocupado o bairro menor as áreas com vegetação natural ou antrópica.

585
Outro fator que motiva o surgimento de áreas naturais ou antrópicas com vegetação
decorre do cercamento de áreas públicas e privadas, impedindo o acesso à
população, ou mesmo inibindo que a mesma se aproprie indevidamente, mesmo
sendo áreas de proteção permanente em encostas ou na margem da laguna
Mundaú.

Atualmente, a maior parte das plantas encontradas na vegetação espontânea de


terrenos baldios e encostas é exótica, ornamental, frutífera, ruderal ou invasora. As
plantas observadas na área urbana estão cultivadas em passeios públicos, praças,
jardins e quintais, crescem em frestas de muros, terrenos abandonados e até
mesmo em telhados. Esta flora urbana está associada a uma fauna também
adaptada às alterações do ambiente original erevela uma complexa estrutura
ambiental urbana.

Por meio da observação direta foi possível compor uma listagem de espécies típicas
da flora urbana espontânea ou cultivada sem pretensões de arborização ou
paisagismo na área de influência direta e diretamente afetada. A seguir apresenta-se
a listagem dividida em plantas espontâneas (aquelas que não foram cultivadas pelo
homem), e as plantas cultivadas para diversos fins, tanto na ADA quanto na AID.

Lista de espécies vegetais encontradas nos terrenos baldios e áreas verdes


(Ruderais e Espontâneas*)
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira
Schinus terebinthifolius Aroeira
Apocynaceae Mandevillahirsuta
Amaranthaceae Amaranthus spinosus L. Crista-de-galo
Asclepiadaceae Asclepias curassavica L.
Oxypetalum sp.
Asteraceae Acanthospermum hispidum
D.C.
Ageratum conyzoides L. Mentrasto

586
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Ageratum sp
Bidens pilosa L.
Emilia sonchifolia D.C.
Pterocaulons sp.
Wedellia paludosa Bem-me-quer
Boraginaceae Heliotropium sp.
Caricaceae Carica papaya Mamoeiro
Chenopodiaceae Chenopodium ambrozioides Mastruz
Commelinaceae Commelinanudiflora
Convolvulaceae Ipomoea pes-caprae Salsa-da-praia
Cyperaceae Cyperusligularis
Cyperus sp. Tiririca
Cucurbitaceae Cucurbita sp. Abóbora
Mormodica charantia L. Melão-de-são-caetano
Dilleniaceae Curatella americana Lixeira
Euphorbiaceae Chamaesyce sp. Porca-parideira
Chamaesyce sp. Perpétua
Croton campestris Velame
Croton lachnocladus mart. Velame
Euphorbia heterophilla Bico-de-papagaio
Phyllanthus niruri Quebra-pedra
Ricinus comunis Carrapateira
Jatropha sp. Pinhão-roxo
Gramineae Bambusa sp. Bambu
(Poaceae)
Cenchrus echinatus Carrapicho
Chloris inflata
Cynodon dactylon
Digitaria insularis
Eleusine indica
Paspalum densum

587
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Panicum sp.
Labiatae Hyptis pectinata
(Lamiaceae)
Lippia alba Erva-cidreira
Leguminosae Crotalaria retusa Maracá
Cassia tora.
Cassia occidentalis
Cassia patelaria
Clitoria sp.
Dioclea sp.
Indigofera suffruticosa Anil
Mimosa pudica Sensitiva
Malpighiaceae Stigmaphyllon paralias
Malvaceae Gossypium sp. Algodão-de-praia
Sida rhombifolia
Sida urens
Urena lobata
Waltheria indica
Waltheria sp.
Corchorus hirtus
Melastomataceae Clidemia hirta
Moraceae Cecropia sp. Embaúba
Myrtaceae Psidium guajava Goiabeira
Nictaginaceae Boerhavia coccinea Pega-pinto
Piperaceae Piper sp.
Polygalaceae Polygala paniculata
Polygonaceae Antigonum sp.
Pontederiaceae Eichornia crassipes Baronesa
Pontederia sp. Aguapé
Portulacaceae Portulaca oleracea Beldroega
Talinun patens

588
Família Gênero e espécie Nome vulgar
PTERIDOPHYTA Ligodium sp. Avenca
Rubiaceae Borreria verticilata Vassourinha
Solanaceae Physalissp.
Solanum asperum Jurubeba
Solanum paniculatum Jurubeba
Solanum sp.
Turneraceae Turnera ulmifolia Chanana
Ulmaceae Trema micrantha
Verbenaceae Citarexylum sp
Lantana camara Chumbinho/camará
Priva bahiensis
Stachytarpheta sp
*Plantas herbáceo-arbustivas e árvores que ocorrem espontaneamente em terrenos
baldios, áreas verdes, praças, jardineiras, passeios, frestas de edificações, e áreas
alagadas. Estas plantas podem ser úteis como medicinais ou ornamentais.

A maior parte das árvores utilizadas na arborização urbana, salvo craibeiras e


cajueiros, é exótica, preferidas por serem de fácil cultivo, ou frutíferas diversas. A
falta de conhecimento da população faz com que a escolha por determinadas
espécies faça com que ocorram alguns problemas quando as plantas se
desenvolvem e vão exigindo mais espaço ou maiores cuidados. Em geral são
excessivamente podadas ou cortadas assim que apresentem danos aos passeios,
tubulações de água, esgoto e fiação elétrica.

Espécies cultivadas – Passeios – Praças – Jardins e Quintais


Família Gênero e espécie Nome vulgar
Agavaceae Dracaena sp Dracena
Anacardiaceae Anacardium occidentalis L. Cajueiro
Mangifera indica Mangueira
Schinus terebinthifolius Aroeira
Annonaceae Annona glabra Pinha

589
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Annona muricata Graviola
Apocynaceae Allamanda sp Alamanda
Nerium oleander Espirradeira
Araceae Philodendron imbe Imbé
Caladium sp
Anthurium Antúrio
Monstera sp Monstera
Araliaceae Hedera sp Hera
Arecaceae Cocos nucifera Coqueiro
Euterpe catinga Jussara
Bixaceae Bixa orelana Urucum
Bombacaceae Pachira aquatica Munguba
Caprifoliaceae Rosmarinus officinalis Sabugueiro
Caricaceae Carica papaya Mamoeiro
Chenopodiaceae Chenopodium ambrozioides Mastruz
Combretaceae Terminalia cattapa Amendoeira
Convolvulaceae Ipomoea sp. Salsa
Euphorbiaceae Jatropha sp. Pinhão-roxo
Euphorbia heterophilla Bico-de-papagaio
Euphorbia sp. Coroa-de-cristo
Gramineae Cymbopogom citratus Capim-santo
(Poaceae)
Lauraceae Persea americana Abacate
Leguminosae Cassia japonica Cassia-japonesa
Cassia sp Chuva-de-ouro
Bauhinia sp Mororó
Caesalpinia echinata Pau-brasil
Clitoria fairchildiana Sombreiro
Delonix regia Flamboyant
Leucaena sp. Leucena
Mimosa caesalpiniifolia Sabiá

590
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Mimosa sp. Sombreiro
Tamarindus sp Tamarindo
Liliaceae Sansevieria sp. Espada-de-são-jorge
Malpighiaceae Malpighia glabra Acerola
Malvaceae Hibiscus sp. Papoula
Melastomataceae Tibouchina sp. Quaresmeira
Moraceae Ficus microcarpa Ficus-benjamim
Arthocarpus sp Fruta-pão
Musaceae Musa paradisiaca Bananeira
Myrtaceae Eugenia uniflora Pitanga
Eugenia sp. Jambo-vermelho
Psidium guajava Goiabeira
Nictaginaceae Bougainvillea Burguenvilia
Oxalidaceae Averrhoa carambola Carambola
Pinaceae Pinus sp. Pinheiro
Polygonaceae Antigonum sp.
Portulacaceae Portulaca sp. Onze-horas
Punicaceae Punica granatum Romã
Rosaceae Rosa sp. Roseira
Zingiberaceae Hedychium sp Colônia

Ambientes Naturais na AID e ADA

Registram-se na AID e ADA Remanescentes naturais, porém, este apresentam um


variado nível de conservação devido à aproximação com as comunidades urbanas,
sendo alguns protegidos, como é o caso do Parque Municipal e APP do IBAMA,
enquanto outros estão largados à própria sorte, como é o caso dos manguezais nos
bairros do Mutange e Bebedouro.

Na parte alta da cidade estão os tabuleiros costeiros alagoanos, que possuem


origem de sedimentos depositados na linha do litoral, oriundos de materiais

591
carreados pelos rios durante milhares de anos durante o período de formação do
relevo de nosso território.

Essa formação geológica do Terciário é denominada de Grupamento Barreiras, onde


predominam solos classificados como Latossolos Vermelho Amarelo Distróficos, e
um clima do tipo As‟ de Köppen, com precipitações pluviométricas médias anuais de
900 a 1.600mm. (Jacomine et all, 1975).

A vegetação original dos tabuleiros costeiros é a Floresta Ombrófila Aberta (IBGE,


1988; Veloso e Góes-Filho, 1982), atualmente descaracterizada pelos
desmatamentos constantes no passado, para o cultivo da cana-de-açúcar. Hoje em
dia, boa parte dos tabuleiros está ocupada pela expansão urbana da cidade de
Maceió.

Na região de contato entre o tabuleiro e a planície arenosa costeira se observam as


paleofalésias, antigas formações esculpidas pelo vento e chuvas, de declividade
variada, onde se desenvolvia uma vegetação protetora contígua à floresta mais
exuberante. Esta vegetação tem sido retirada constantemente, seja para a
construção de residências (mansões, condomínios e favelas), retirada de material
(barro) e aterros sanitários.

Os principais impactos observados na AID envolvem a diminuição da cobertura


vegetal nativa, a desproteção do solo aos efeitos erosivos do vento e da chuva, o
assoreamento dos cursos d‟água, e grande deposição de material carreado durante
o período chuvoso, causando transtornos diversos (desmoronamento de barreiras,
alagamento e tapamento das rodovias, etc.) e redução de habitats para a fauna
associada.

A princípio, a vegetação no tabuleiro costeiro é, em sua totalidade, classificada de


secundária, tendo em vista que se trata do resultante de processo natural de
sucessão, após supressão total da vegetação primária por ações antrópicas ou
causas naturais (Resolução COMANA 10/93).

Na Área de Influência Direta (com 500,0 m de distanciamento do empreendimento)


os remanescentes naturais observados congregam a bacia do riacho do Silva que
drenam tanto o Parque municipal quanto a APP do IBAMA, desembocando na

592
Laguna Mundaú. Devido às condições topográficas, hidrológicas, pedológicas e,
principalmente, a gênese do uso antrópico do solo, são observadas nesta bacia
diversas características próprias descritas em parte como se segue.

Sob o aspecto hidrológico, as formações florestais se caracterizam pela importância


do controle e prevenção de processos erosivos. Em se encontrando em estado
inicial e médio de regeneração natural, e com glebas desmatadas e ocupadas por
núcleos populacionais dos bairros do Pinheiro, Gruta e Bebedouro, a vegetação
local não propicia este intento, com especial atenção às áreas de encostas, o que
resulta em transporte de material sedimentar para os canais de drenagem, córregos
e, consequentemente, para a laguna Mundaú.

Tal situação agrava-se devido ao estado das matas ciliares localizadas ao longo dos
corpos d‟água e canais de drenagem.

A vegetação nas encostas e nos tabuleiros apresenta grande influência do clima


costeiro, modelando os rebordos da floresta ombrófila aberta (Domínios da Floresta
Ombrófila Aberta – fasciação da Floresta Ombrófila Densa – IBGE, 1993).

A Mata Atlântica na zona de tabuleiro está praticamente restrita às encostas de forte


declividade, sendo bem mais pronunciados nos remanescentes situados continente
adentro.

Além das faixas de Mata Atlântica propriamente dita, alguns trechos remanescentes
indicam uma composição florística típica de ambientes de Cerrado. Em Alagoas,
esta vegetação apresenta-se como encraves de Cerrado na Mata Atlântica, sendo
assim classificados tanto por sua fisionomia, quanto por sua composição florística,
que apresenta grande variedade de espécies típicas, a exemplo do murici-de-
tabuleiro (Byrsonima verbascifolia), cabaçu (Coccoloba latifolia) e lixeira (Curatella
americana), todas elas bioindicadores deste ambiente tão característico.

A vegetação de Cerrado apresenta características particulares, tais como plantas de


baixo porte, retorcidas e, muitas delas com casca ou folhas grossas adaptadas a
ambientes que frequenteemente passam por queimadas espontâneas ou
provocadas.
593
As áreas de Cerrado em Alagoas são consideradas por diversos autores como
praticamente extintas, restando pouco das formações originais, restritas em áreas de
topo de morro e encostas litorâneas pouco utilizadas para agricultura ou pecuária, e
severamente antropizadas pela busca de espaço para moradia, lavouras de
subsistência ou retirada de madeira para lenha, varas e mourões.

Os encraves de Cerrado nos bairros da AID e ADA foram praticamente devastados


ao longo dos anos, vindo a se intensificar nas últimas décadas por meio da
expansão urbana que passa o município de Maceió.

Vegetação da baixada litorânea

Na faixa litorânea da AID e ADA do empreendimento, os remanescentes naturais


existentes restringem-se a formações de manguezal. Cobrem uma área total de
26,01 hectares.

A margem da laguna Mundaú não forma praias naturais, sendo a mesma


originalmente ocupada por formações de mangue. Nos anos 1980 um grande projeto
de aterro denominado “Dique Estrada” motivou a supressão de uma extensa área de
mangues mudando radicalmente a paisagem, criando novos bairros e
assentamentos urbanos.

Bairros como o Bom Parto (na ADA) também chegou a crescer desordenadamente e
ocupar os manguezais na margem da laguna Mundaú, ampliando assim a supressão
maciça deste ecossistema no âmbito do CELMM (Complexo Estuarino Lagunar
Mundaú – Manguaba).

Em poucas décadas, os mangues pertencentes à orla de Maceió perdeu


praticamente todos os seus remanescentes de manguezal, restando apenas poucos
hectares nos bairros do Mutange, Bebedouro, Fernão Velho e Rio Novo.

No trecho sul, os fragmentos de mangue são ainda menores, o que confere ao


município um status negativo em termos de conservação dos mangues, bem como
sendo um dos principais poluidores do CELLM, registrando o lançamento de
enormes volumes de esgoto não tratado e de resíduos sólidos que chegam ao corpo
lagunar por meio do esgoto ou lançados diretamente pela população ribeirinha,

594
principalmente nos bairros onde ocorrem habitações subnormais, comumente
chamadas de “favelas”.

Na ADA, o bairro do Bom Parto mostra que houve completa supressão da vegetação
original de mangue e ambientes associados. A cada dia a população carente aterra
a margem da laguna com entulhos e restos de construção, instalam residência
subnormais e implantam pocilgas, lançando todo dejeto das casa e pocilgas
diretamente na laguna, além do lixo doméstico. A arborização do bairro é incipiente,
com ruas e calçadas estreitas sobram poucos locais para a arborização. Em
algumas residências e terrenos baldios vislumbra-se algumas arvoretas e arvores,
mas há ruas inteiras sem um único pé de árvore em toda sua extensão.

No início do bairro do Mutange, na zona de contato com o Bom Parto, um fragmento


de mangue se entende por cerca de 2,0 quilômetros, formando um único maciço
com cerca de 25,3 hectares, englobando os bairros do Mutange e Bebedouro. Este
manguezal deveria ter uma largura muito maior do que a que se apresenta
atualmente. Deveria, muito provavelmente se aproximar das encostas de tabuleiro.

Com o desenvolvimento dos bairros litorâneos à laguna Mundaú, esses manguezais


foram aos poucos explorados à sua exaustão. Primeiro para dar acesso ao bairro do
bebedouro pela parte baixa, e depois pelo contínuo uso da madeira para diversos
fins (lenha, mourões, pesca, etc.).

O mangue então foi sendo comprimido. O solo aterrado e assim surgiram rodovias,
ferrovias, e terrenos para casas, sítios e chácaras. Observa-se também, que, nos
fundos de muitas propriedades, surge uma vegetação arbórea densa. O solo é
turfoso e anualmente inundável, restringindo a ampliação das moradias. Contudo,
esta vegetação é composta por plantas exóticas, indicando que se trata de um
ambiente que outrora era manguezal e que fora abandonado ou subutilizado
(mudança dos hábitos da população; mudança das populações tradicionais por
populações mais urbanas e pouco preocupadas em manter quintais ou chácaras de
coco e frutíferas, muito comuns na metade do século XX).

Registra-se nesta vegetação encravada entre o mangue e as residências do


Mutange plantas como coco-da-baía, brinco de viúva, jaqueira, manga, fruta-pão,
eucalipto, palmeira-imperial, amendoeiras, entre outras espécies exóticas.
595
Nos rebordos do mangue, onde o solo é úmido e recebem aporte de esgotos,
manchas de aningas formam uma profusa vegetação nos limites do Bom Parto e
Mutange, envolvendo um antigo coqueiral. Os coqueirais eram bastante comuns na
margem da Mundaú, mas foram completamente expurgados para abrir novas áreas
urbanas.

Esta vegetação exótica acompanha quase que toda a faixa entre o mangue e o
continente. É fruto do uso do solo pelas comunidades ao longo dos anos e possuem
estrutura florística diversa, bem como fisionomia que varia de arbustiva a arbórea,
com árvores e palmeiras com mais de 10,0 metros de altura.

Muitos trechos da margem foram aterrados com argila e utilizados por indústrias
químicas (Braskem). Nesses locais a vegetação foi completamente suprimida. Os
mangues ainda resistem na margem que se mantem totalmente inundada ao longo
de todo o ano.

O manguezal neste fragmento de 25,3 hectares possui as seguintes características:


presença marcante do mangue branco em relação ao mangue vermelho. No trecho
pertencente ao bairro do Mutange, próximo ao Bom Parto, a vegetação apresenta
maior expressão fisionômica, com árvore atingindo 8,0 metros de altura. Em grande
parte, tem aspecto de vegetação monotípica, com o mangue branco (Laguncularia
racemosa) se sobressaindo; Presença do mangue preto (Avicennia germinans e A.
schaueriana); o mangue vermelho surge nos trechos mais abertos e próximos ao
bairro do Bebedouro, em geral possuem baixa estatura e muitos estão isolados. A
explicação provável pelo rareamento do mangue vermelho (Rhizophora mangle)
vem a ser seu intenso uso para a confecção de caiçaras. Sua madeira resiste mais
tempo submersas, sendo então preferidas pelos pescadores, que utilizam sua
galharia como armadilha de pesca.

Em alguns trechos o mangue tem aspecto seco ou queimado, como se houvesse o


lançamento de algum produto químico naquele local que afetasse diretamente um
grupo isolado de plantas. No entorno dessas as árvores são raquíticas e baixas,
muito diferente dos ambientes típicos de mangue, com vegetação densa e
verdejante, indicando distúrbios provocados pelo homem.

596
Na desembocadura do riacho do Silva omanguezal recebe toda sorte de entulho, e
esgoto, asquatro espécies típicas do mangue estão presentes: mangue-branco e
mangue-preto (Avicennia germinans e A. schaueriana), e mangue-vermelho
(Rhizophora mangle).

Como forma de ilustrar a cobertura vegetal na Área de Influência Direta, apresenta-


se uma imagem Google Earth com os fragmentos de vegetação observados, dentre
eles os manguezais, a vegetação antrópica entre o mangue e as residências na
baixada litorânea, os fragmentos de vegetação antrópica nas encostas e vegetação
de várzea na bacia do riacho do Silva, no Bebedouro. Esta vegetação ocupa áreas
planas da bacia entre as cotas mais baixas da planície litorânea antes de encontrar
as formações de manguezal. Sendo compostas por plantas hidrófitas e palustres, e
em alguns casos formando matas ciliares, em geral antropizadas.

A imagem acima mostra a vegetação na ADA do empreendimento (polígono amarelo) e AID


(polígono branco). Fonte Google Earth

Os demais polígonos coloridos são as manchas de vegetação ocorrentes: vermelho


– mangues, azul – vegetação antrópica de baixada, laranja – Matas de encosta (em
geral severamente antropizadas – capoeiras), verde – vegetação de várzea do
Riacho Silva).

597
Distribuição de áreas dos tipos vegetacionais ocorrentes na ADA e AID.
Tipo vegetacional N° de Área total em hectares
fragmentos
Manguezal 02 26,01
Vegetação antrópica margem 06 17,40
da laguna (arbustivo-arbórea)
Mata em encosta de tabuleiro 11 15,38
(capoeiras)
Várzea do riacho Silva 01 3,36
Total 20 62,15
Área da AID 625,00
Percentagem de cobertura 9,94%
vegetal (natural e antrópica)
Superfície hídrica (laguna 139,26 hectares
Mundaú)
*valores aproximados

A seguir apresenta-se um quadro com a florística para as formações naturais e


antrópicas no âmbito da Área de Influência Direta ao empreendimento. Esta lista foi
elaborada a partir da bibliografia disponível e banco de dados botânicos pertencente
ao Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL).

Lista florística das espécies ocorrentes na área de influência direta da bacia do


riacho Jacarecica – Mata Atlântica e Cerrado.
Família Gênero e espécie Nome vulgar

598
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Acanthaceae Avicennia germinans (L.) L. Mangue preto
Avicennia schauerianaStapf & Mangue preto
Leech.
Ruellia sp
Anacardiaceae Anacardium occidentale Linn. Cajueiro
Schinusterebinthifolius Raddi. Aroeira
Tapiriraguianensis Aubl. Cupiuba
Thyrsodium spruceanum Benth. Cabotã
Annonaceae Duguetia sp.
Xylopia frutescens Aubl Araticum
Xylopia laevigata (Mart.) R. E. Fr.
Apocynaceae Allamanda sp.
Aspidosperma subincanum Mart. Peroba
Hancornia speciosa Gomez. Mangabeira
Himatanthus phagedaenicus Banana-de-papagaio
(Mart.)R.E.Woodson
Rauwolfia sp.
Mandevilla hirsuta (A.Rich.)
K.Schum.
Araceae Anthurium affine Schott
Philodendron fragrantissimum
(Hook.) G.Don
Philodendron imbe Schott.
Montrichardia linifera (Arruda) Aninga
Schott.
Araliaceae Schefflera morototoni Decne & Sambacuim
Planch.
Arecaceae Bactris ferruginea Burret. Tucum
Cocos nucifera L. Coqueiro (exótica)
Elaeis guineensis Jacq. Dendê
Syagrus coronata Mart. Ouricuri

599
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Asteraceae Ageratum conyzoides
Acanthospermum hispidum
DC.
Emilia sonchifolia L.(DC.)
Mikania sp.
Sonchus sp.
Vernonia sp.
Begoniaceae Begonia sp
Bignoniaceae Androanthus sp. Ipê
Lundia cordata Pyr.
Bixaceae Bixa orellana L. Urucum
Boraginaceae Cordia superba Cham. Grão-de-galo
Cordia sellowiana Cham.
Cordia verbenacea D.C.
Heliotropium sp.
Bromeliaceae Aechmea fulgens Brongn.
Aechmea lingulata(L.) Baker
Aechmea tomentosa Mez
Tillandsia bulbosa Hooker
Burseraceae Protium heptaphyllum March. Amescla
Cabombaceae Cabomba aquatica Aubl. Cabomba
Cecropiaceae Cecropia pachystachya Trécul.
Celastraceae Maytenus cf. distichophylla Bom-nome
Mart. ex. Reiss.
Chrysobalanaceae Hirtella ciliata Lam.
Clusiaceae Clusia nemorosa G. F.W. Mey. Pororoca
Symphonia globulifera Linn. Bulandi
Vismia guianensis (Aubl.) Pau-lacre
Choisy.
Caraipa densiflora Mart. Camaçari
Tovomita guyanensis Aubl. Mangue-da-mata

600
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Combretaceae Laguncularia racemosa(L.) Mangue-branco
Gaertn.
Terminalia cattapaL. Amendoeira
Commelinaceae Commelina sp.
Crassulaceae Kalanchoe brasiliensis
Cambess.
Cyperaceae Cyperus surinamensis Rottb
Cyperus laxus Lam.
Cyperus rotundus L.
Cyperus ligularis L.
Rhynchospora cephalotes (L.)
Vahl.
Rhynchospora comata (Link)
Schult
Rhynchospora exaltataKunth
Scleria sp. Capim-navalha
Dilleniaceae Curatella americana Linn. Lixeira
Doliocarpus sp.
Elaeocarpaceae Sloanea garkeana Schum. Cabaçu
Erythroxylaceae Erythroxyllum sp.
Euphorbiaceae Cnidoscolus urens L. Cansanção
Croton sp. Velame
Dalechampia sp.
Richeria grandis Vahl. Jaqueira-do-Brejo
Flacourtiaceae Casearia sylvestris S.W.
Gentianaceae Coutoubea spicata Aubl.
Gyrocarpaceae Sparattanthelium botocudorum Arco-de-barril
Mart
Graminae Digittaria sp.
(Poaceae)
Eleusine indica (L.)Gaertn

601
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Olyra sp.
Paspalum sp.
Panicum sp.
Heliconiaceae Heliconia sp. Língua-de-cutia
Leguminosae Caesalpinia ferrea Mart. Pau-ferro
Caesalpinioideae Cassia sp
Chamaecrista ensiformes (Vell) Coração-de-negro
Irwin & Barneby
Apuleia cf. leiocarpa (Vog.) Gitaí
Macbr.
Hymenaea sp. Jatobá
Peltogyne cf. angustiflora
Ducke.
Leguminosae- Abarema cochliocarpus Barbatimão
Mimosoideae (Gómez.)Barneby & Gomez
Parkia pendula Benth. ex. Visgueiro
Walp.
Mimosa pudica L. Mata-pasto
Inga edulis Mart Ingá
Stryphnodendron cf. Jaguarana
pulcherimum (Wild.) Hochr.
Leguminosae Bowdichia virgilioides H.B.& K. Sucupira
Papilionoideae Andira cf. inermis H.B.& K. Angelim
Crotalaria retusa L.
Clitoria sp.
Centrosema brasilianum
L.Benth.
Swartzia apetala Raddi. Enxúndia
Desmodium sp.
Dioclea sp
Rhynchosia phaseoloides DC.

602
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Stylosanthes sp
Lauraceae Ocotea longifolia H.B.& K. Louro-preto
Ocotea bracteosa Mex. Louro
Ocotea glomerata (Ness) Mex Louro
Lecythidaceae Lecythis lurida (Miers.) Mori.
Lecythis pisonis Cambess. Sapucaia
Eschweilera ovata Mart. ex Embiriba
Miers.
Loganiaceae Spigelia sp
Loranthaceae Struthanthus sp
Lythraceae Cuphea aperta Koehne.
Cuphea racemosa (L.f.)
Spreng.
Malpighiaceae Banisteriopsis lutea
Byrsonima sericea DC. Murici
Byrsonima coccolobifolia (Spr.)
Kunth.
Byrsonima verbacifolia (L.) Murici-do-tabuleiro
H.B.K.
Malvaceae Lopimia malacophylla Nees e
Mart.
Pavonia cancelata (L.)Cav.
Eriotheca crenulaticalyx A. Munguba
Robyns.
Sida carpinifolia L.f.
Sida rhombifolia L.
Sida urens L.
Urena lobata L.
Sida planicaulis
Corchorus sp.
Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba

603
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Melochia tomentosa L.
Waltheria indica L.
Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo
Apeiba tibourbou Aubl. Pau-de-jangada
Melastomataceae Miconia amoena Triana.
Miconia albicans A.W.Bennet
Miconia ciliata Benth.
Menyantheaceae Nimphoides sp.
Myrtaceae Calyptranthes sp.
Eucalyptus sp. Eucalipto
Eugenia sp. Murta
Myrcia sylvatica (Mey.) DC. Murta-roxa
Myrcia cf. alagoensis Berg. Murta-branca
Myrcia cf. bergiana Berg.
Myrcia sp. bracteata DC
Myrcia cf.falax (Taub.)Yakovl.
Psidium guajava L. Goiaba
Psidium guineensis S.W. Araçá
Syzygium cumini (L.) Skeels Brinco de viúva
Moraceae Artocarpus altilis (Parkinson) Fruta-pão
Fosberg
Artocarpus heterophyllus Lam. Jaca
Brosimum guianense Huber ex Macaxeira
Ducke.
Helicostylis cf. tomentosa (Poepp & Endl) Macbride
Nyctaginaceae Pisonia cf. ambigua Heimert. João-mole
Nympheaceae Nymphaea ampla (Salisb.) DC. Pataca
Ochnaceae Ouratea nitida Engl. Cabotã-de-leite
Orchidaceae Catassetum sp.
Oeceoclades maculata (Lindl)
Lindl.

604
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Passifloraceae Passiflora edulis Sims Maracujá-do-mato
Papaveraceae Hybanthus sp.
Polygalaceae Polygala sp
Polygonaceae Coccoloba latifolia Lam. Cabaçu
Coccoloba confusa Howard. Cabaçu
Pontederiaceae Eichornia crassipes Mart. e Aguapé
Solms,
Pontederia sp
Rhamnaceae Gouania blanchetianaMiq.
Rhizophoraceae Rhizophora mangle L.
Rubiaceae Coutarea hexandra K. Schum Quina-quina
Chioccoca sp.
Genipa americanaL. Jenipapo
Salzmannia nitida DC.
Psychotria capitata Ruiz & Pav.
Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart.
Salviniaceae Salvinia sp.
Sapindaceae Cupania platycarpa Radlk. Cabotã
Allophylus edulis (A.St. Hill) Farinha-seca
Radlk.
Serjania salzmanniana Schltdl.
Talisia sp. Pitomba
Sapotaceae Manilkara salzmannii A. D.C. Maçaranduba
Pouteria venosa (Mart.) Leiteiro
Baehni.
Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. Praíba
Solanaceae Cestrum laevigatum Schlecht.
Solanum asperumVahl.
Solanum aspero-lanatum Ruiz.
& Pav.
Solanum paniculatum L. Jurubeba

605
Família Gênero e espécie Nome vulgar
Turneraceae Turnera ulmifolia L. Chanana
Typhaceae Typha dominguensis Pers. Taboa
Verbenaceae Lantana camara L. Chumbinho
Stachytarpheta sp.
Tamonea sp.

Medidas Mitigadoras Gerais para os Impactos Gerados pelo Empreendimento

 Os colaboradores envolvidos deverão utilizar Equipamentos de Proteção


Individual (EPI);

 A vegetação rasteira (apicuns) não deve ser retirada até a fixação definitiva
das mudas plantadas;

 O lixo gerado na ação deve ser recolhido e direcionado a um local


apropriado;

 Não deve nenhum dos trabalhadores fumar na área objeto, evitando assim
o risco de incêndio;

 O serviço só deve ser realizado no período comercial, para amenizar o


impacto sobre a fauna;

 Toda a fauna encontrada no local no momento das ações do plano deve


ser resgatada e solta no entorno da área onde ocorrer à presença de
remanescente florestal.

Levantamento do Passivo Ambiental

A partir dos dados das análises de estudos e projetos, foram programadas


campanhas técnicas com o objetivo de consolidar as informações obtidas e efetivar
o levantamento do Passivo Ambiental, abaixo relacionados de acordo com
metodologia utilizada:

606
Supressão de vegetação e mudança das características físicas do solo

A supressão de vegetação irá ocorrer nas seguintes etapas da obra:

 Abertura de frentes de obra para construção da rodovia;

 Abertura de acessos para otimização das ações de execução da obra;

 Durante a demolição das moradias irregulares e na readequação urbanística


do bairro.

Com a abertura dos acessos terá, em algumas situações, a necessidade de se


colocar ou não, material sólido (saibro) compactado para facilitar o deslocamento de
máquinas e caminhões envolvidos nas atividades executivas da obra, isto modificará
a situação do solo existente atualmente na área.

Também teremos como ação direta no solo, as sondagens e estaqueamento das


estruturas de sustentação da via. Essas atividades são pontuais e de magnitude alta
durante a sua implantação e na operação será de magnitude baixa.

Poluição Difusa

A poluição difusa é formada em área urbana ou rural a partir de diversos geradores


de resíduos sólidos e de sedimentos. No nosso caso, a origem da poluição difusa é
decorrente das fezes de animais, esgoto, material de construção, lixo, resíduos
sólidos, do escoamento das águas pluviais entre outras, que influem diretamente na
qualidade físico-química das águas da Lagoa Mundaú. Isso é observado nas linhas
de drenagens do bairro onde ocorre muita deposição de resíduos no local de
lançamento na Lagoa.

Principais conseqüências:

 Deterioração da qualidade da água;

 Riscos para a saúde pública;

 Alteração do equilíbrio do ecossistema.

Lançamento de Esgoto In Natura na Lagoa Mundaú

607
O despejo de esgoto sem tratamento na Lagoa está afetando a qualidade de suas
águas e têm se tornado um problema ambiental, social e de saúde pública naquela
região.

Para piorar esse quadro, ainda temos a falta de saneamento no bairro, com
presença de muitas fossas que diretamente contaminam o lençol freático da região e
consequentemente a Lagoa Mundaú.

Existem os lançamentos que são feitos pelas moradias dos entornos dos canais da
levada como também daqueles que sai diretamente das casas e são lançados na
Lagoa, isso causou uma sedimentação de lixos e material orgânicos nas saídas dos
canais.

Ocupação irregular da Área de Preservação Permanente

O assunto é de extrema importância considerando a necessidade de se adotar


condutas que garantam a preservação do meio ambiente para as presentes e
futuras gerações.

No nosso caso, abordar-se-á a situação específica da ocupação desordenada do


Bairro do Bom Parto, que no intuito de buscar uma alternativa de moradia para as
pessoas mais carentes e desprovidas de recursos para adquirir uma casa própria,
na época em que tudo se permitia e pouco se protegia, foi sendo ocupada toda a
área de APP onde o bairro tem limites com a Lagoa Mundaú visando aumentar a
ocupação do espaço e atender de forma precária a necessidade de moradia daquela
população.

Arborização Urbana

O bairro do Bom Parto possui uma deficiência visível de Arborização Urbana, que é
de grande importância para manter aquele ambiente urbano mais agradável e
confortável, seja termicamente ou como purificação do ar local, além de contribuir
para o embelezamento do bairro. Por isso ficou definido que trataríamos essa
deficiência como passivo decorrente da ocupação desordenada do bairro e será
desenvolvido um Programa de Arborização Urbana durante o processo de
licenciamento para suprir essa necessidade do bairro.

608
Todas as ações do Programa de Requalificação Urbana terão como prioridade a
implantação da Arborização Urbana em todas as áreas físicas envolvidas na obra.

Considerações

Todos os passivos levantados anteriormente e sujeitos a ações do PRAD, são


decorrentes de situações de antropização já existentes na área, apenas a supressão
da vegetação e a mudança física do solo nas áreas de intervenção direta da obra,
são as ações onde irá gerar um passivo ambiental decorrente da implantação do
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió.

Todas as obras decorrentes da implantação do Programa são totalmente benéficas


no âmbito ambiental/social para as pessoas e ecossistema diretamente envolvidos
por suas ações.

Soluções Propostas para os Passivos Decorrentes do Programa

Supressão Vegetal

Toda supressão decorrente das ações executoras das obras será compensada e
mitigada acompanhando um cronograma especifico que será definido no final da
elaboração deste PRAD.

Trataremos cada metodologia de acordo com os passivos gerados pela supressão


vegetal nas:

Abertura de Frentes de Obra para Construção da Via Lagunar

Após essa ação de abertura do terreno, onde será implantada a rodovia, em local de
menos antropização e com característica de ecossistema natural, teremos algumas
ações desenvolvidas pelo PRAD, são elas:

 Recuperação do terreno das laterais da rodovia onde não terá influência


direta da obra fazendo plantio de mudas de espécies típicas da região,
resguardando a faixa de domínio da rodovia onde a mesma passa pelos
terrenos naturais com presença de vegetação;

609
 Na área de domínio da rodovia deverão ser plantadas gramíneas em toda a
saia do aterro implantado, visando à contenção de erosão por influência das
águas de chuva e da drenagem da rodovia;

 Onde a saia do aterro sofrer influência das marés deve ser feito enrocamento
com pedras rachão;

 Toda descida d‟água deve ter dissipador de energia para evitar principio de
erosão.

O método a ser utilizado para recuperação das laterais da rodovia é o de


restauração que será descrito no item que trata da recuperação da APP da Orla
Lagunar e a proteção das saias de aterro em todo trecho da rodovia será com
oplantio de gramíneas adaptadas a solos pobres e que tenha um desenvolvimento
de raiz satisfatório.

Neste item dissertaremos sobre a metodologia a ser utilizada na contenção de


erosão nas saias de aterro.

Metodologia de Contenção de Erosão nas Saias de Aterro da Via Lagunar

Os materiais necessários à execução do plantio das gramíneas nas áreas ou locais


sujeitos ao processo erosivo intenso são os seguintes:

Adubos, fertilizantes e calcários

a) Adubo orgânico

Constituído da mistura do solo orgânico natural com esterco bovino ou avícola,


curtido na proporção de 50% cada parte.

b) Adubo químico NPK

Constituído de (nitrogênio, fósforo e potássio) na proporção necessária e suficiente


ao solo. A proporção recomendada é 10-10-10.

c) Calcário dolomítico

Usado para correção da acidez do solo.

Espécies vegetais

610
O plantio a ser realizado para contenção das saias de aterros será através do plantio
de sementes de leguminosas e gramíneas.

A escolha das espécies vegetais de gramíneas e leguminosas na forma de


sementes de acordo com as características edáficas e a disponibilidade no mercado.

Os lotes ou partidas de sementes a serem utilizadas deverão conter referências à


porcentagem de pureza e ao poder germinativo médio do lote ou partida de
sementes, os quais deverão ser testados através do plantio experimental em
viveiros, objetivando-se evitar insucessos na germinação após o plantio.

A seleção das espécies deve se basear em critérios de adaptabilidade edafo-


climática, rusticidade, capacidade de reprodução e perfilhamento, velocidade de
crescimento e facilidade de obtenção de sementes.

As espécies selecionadas pertencem a duas famílias botânicas, Graminea e


Leguminosa e que, devido à similaridade quanto às características de interesse, tem
nos estudos edafopedológicos os melhores indicadores para seleção das espécies.

Gramíneas: - são espécies vegetais que apresentam crescimento rápido, baixa


exigência em fertilidade do substrato e alta capacidade de perfilhamento,
contribuindo para a sustentabilidade do sistema através do fornecimento de matéria
orgânica, devido a sua grande capacidade de produção de biomassa.

Leguminosas: - são espécies vegetais que apresentam alta capacidade reprodutiva,


baixa exigência em fertilidade e melhoram as características do substrato através da
fixação biológica de nitrogênio atmosférico, devido às características de
desenvolvimento do sistema radicular, favorecendo a estabilidade das camadas
mais profundas do solo.

Considerando a disponibilidade do comércio, grupa-se na consorciação da ordem de


2 a 3 tipos de sementes de gramíneas e 3 a 4 tipos de sementes de leguminosas, as
quais se completam quanto às características botânicas e visuais planejadas.
A proporção de cada tipo de semente a ser utilizada será 40% de Brachiaria
decumbens, 30% de Brachiaria humidícola, 10% de Mucuna Preta, 10% de Feijão
de porco e 10% Feijão Guandú Anão.

611
Características das Espécies escolhidas

1- Brachiaria decumbens – Gramínea

Nome científico: Brachiaria decumbens

Origem: Grandes Lagos na Uganda /África

Ciclo vegetativo: perene

Forma de crescimento: touceira decumbente

Altura da planta: crescimento livre até 1,0 m

Fertilidade do solo: baixa fertilidade.

Época de plantio: durante a estação chuvosa.

Forma de plantio: sementes.

Modo de plantio: a lanço ou em cova.

Sementes necessárias: 8-14 kg/ha.

Profundidade de plantio: 2 cm.

Tolerância à seca: satisfatória.

Tolerância ao frio: satisfatória.

Temperatura: crescimento ótimo – 30 - 35°C.

2- Brachiaria humidícola – Gramínea

Nome científico: Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick vr. Lanero (ex Brachiaria
dictyoneura).

Origem: África Equatorial.

Ciclo vegetativo: perene.

Altura da planta: crescimento livre até 1,20 m.

Forma de crescimento: cespitoso (touceiras).

Fertilidade do solo: baixa fertilidade.

Época de plantio: durante a estação chuvosa.

Forma de plantio: sementes.

612
Modo de plantio: a lanço e em covas.

Sementes necessárias: 8 a 14 kg/ha.

Tolerância ao frio: alta.

Tolerância à seca: alta.

Profundidade de plantio: 2 cm.

Temperatura: 32 a 35°C.

3– Feijão de Porco – Leguminosa

Nome científico: Canavalia ensiforms cv. Comum

Origem: Moçambique

Ciclo vegetativo: 100 dias

Altura da planta: 1 metro

Forma de crescimento: Herbáceo

Fertilidade do solo: solos ácidos

Época de plantio: durante a estação chuvosa

Forma de plantio: sementes.

Modo de plantio: a lanço e em covas.

Sementes necessárias: 150 kg/ha

Profundidade de plantio: 2 cm.

Temperatura: 30 a 35º

Função: Adubação verde

4- Mucuna Preta – Leguminosa

Nome científico: Stizolobiun aterrinnum, P iper &Tracy

Origem: África

Ciclo vegetativo: 140 a 180 dias

613
Altura da planta: Cipó

Forma de crescimento: Trepador

Fertilidade do solo: média fertilidade

Época de plantio: durante a estação chuvosa

Forma de plantio: sementes.

Modo de plantio: a lanço e em covas.

Sementes necessárias: 6 a 9 sementes por metro quadrado

Profundidade de plantio: 2 cm.

Temperatura: 30 a 35º

Função: Adubação verde

5- Feijão Guandú Anão

Nome científico: Cajanus cajan L. Mill sp

Origem: África, Ásia e algumas ilhas do Mar do Sul

Ciclo vegetativo: 150 a 360 dias

Altura da planta: 3 a 4 m

Forma de crescimento: Arbustiva

Fertilidade do solo: média fertilidade

Época de plantio: durante a estação chuvosa

Forma de plantio: sementes.

Modo de plantio: a lanço e em covas.

Sementes necessárias: 20 a 25 Kg/ha

Profundidade de plantio: 2 cm.

Temperatura: 22 a 30º

Ferramentas

614
As ferramentas manuais utilizadas são: pás, mini-enxadas, cavadeiras, picaretas,
EPI‟s, etc.

A equipe de execução deve está devidamente preparada com seus equipamentos


de segurança.

Preparo para Plantio

Após a regularização da superfície da saia de aterro, inicia-se o preparo do solo, que


consiste em efetuar a aplicação de calcário dolomítico para correção de acidez e a
colocação de matéria orgânica para melhorar as condições físico-químicas do solo.

Estes insumos serão aplicados manualmente e a quantidade a ser aplicada deve ser
previamente estabelecida pelo técnico responsável pelo projeto.

O plantio será realizado a lanço com as sementes das espécies de gramíneas e


leguminosas previamente escolhidas e misturadas de forma homogênea e na
proporção definida anteriormente.

Abertura de acessos para otimização das ações de execução da obra

Da mesma forma que as ações de abertura de terreno para o desenvolvimento das


obras de implantação da rodovia, os acessos implantados para facilitar as atividades
construtivas no momento da implantação também causam degradações no
ambiente, e necessitam que seja feita a supressão de vegetação como também de
preparo do terreno para receber movimentação de maquinários e caminhões, e
todos os acessos serão recuperadas. Em algumas dessas situações o resultado
ambiental nas áreas, será melhor que o atualmente existente.

As ações desenvolvidas pelo PRAD nessas áreas são as seguintes:

 Recuperação do solo e remoção do material sólido da área quando for o


caso;

 Recuperação da área com ações de restauração florestal, descrita


posteriormente na metodologia empregada no PRAD, envolvendo todas as
ações técnicas no plantio de cada tipo de situação.

615
Medidas compensatórias

O passivo ambiental decorrente da construção da rodovia e abertura das vias de


acessos de serviços, na qual irá contemplar espécies nativas da Mata Atlântica

Objetivo

Promover o plantio de mudas nativas da região visando recuperação das áreas


degradadas pela ação de implantação da rodovia onde serão recuperados 10 metros
de cada lado resguardando a faixa de domínio. A área estimada para plantio é de
5,0 ha levando em conta a extensão da rodovia onde começa a entrar em terreno
natural.

De acordo com as especificações técnicas, deverão ser utilizadas as seguintes


quantidades de mudas:
 Nas áreas destinadas ao plantio de mudas de espécies associadas ao
Manguezal, o espaçamento definido será de 2x3 m.
 Levando em consideração o espaçamento e a área a ser recuperada, será
utilizada 8.335 mudas de espécies nativas da região.

Isolamento da Área

O isolamento da área dos fatores impactantes e retirada dos fatores de degradação


(fogo, gado, extrativismo seletivo, descarga de águas superficiais, etc.) são os
primeiros passos para uma recuperação de área bem sucedida, além de ser uma
medida preventiva contra pisoteio e fogo – principais fatores que impedem uma boa
restauração florestal. Este isolamento pode ser através do uso de cercas ou aceiros
bem definidos. No caso em questão, não será necessário o isolamento da área, pois
não ocorre nenhum fator de degradação que impacte significativamente a área.

No entorno desses fragmentos, outros fatores de degradação que devem ser


eliminados são: a descarga de águas pluviais, a retirada de madeira para lenha ou
cerca, entre outros.

Controle de Pragas

616
Caso se identifique qualquer infestação de pragas que não sejam naturais das áreas
(insetos), deverá ser capturado e levado para algum especialista para
posteriormente ser indicado o produto para combater a infestação.

De qualquer forma, indicamos, abaixo, de forma genérica e por experiência de


campo alguns produtos que são eficientes no combate de algumas pragas comuns
em áreas de recuperação e que prejudicam sensivelmente a condução da
restauração.

Formigas

Após a roçada ou gradagem, deve ser observada atentamente a presença de


formigas cortadeiras; recomenda-se que os campos roçados sejam vistoriados ao
cair da tarde ou logo pela manhã, a fim de registrar maior intensidade de atividade
das formigas. Os principais indicadores da presença de formigas são os conhecidos
“carreadores”, além dos montículos de terra característicos dos “olheiros”.
Recomenda-se, também, que a verificação se estenda a cerca de 20% da área além
do local do reflorestamento, nos arredores. Demarcados os “olheiros” e/ou
“carreadores”, é preciso identificar as espécies de formigas; em geral, a identificação
indica os dois gêneros de maior ocorrência no Estado de Alagoas: Atta (saúvas) e
Acromyrmex (quenquéns, semelhantes às saúvas, porém de menor porte). O passo
seguinte é avaliar a melhor forma de combate em relação ao tempo de ação de cada
produto e o momento da programação de atividades do reflorestamento. Após esta
avaliação quantitativa e qualitativa, deverão ser utilizados produtos e sistemas,
prescritos por um Engenheiro Agrônomo, que ditará as recomendações quanto ao
seu uso e dosagem:
 Iscas granuladas: com princípio ativo de sulfluramida ou fipronil, com
tempo de reação em médio prazo, ideal para a fase de preparo do solo
(época seca), distante mais de 30 dias dos primeiros plantios. Pode-se
colocá-las diretamente nos “carreadores” de alimentação dos “olheiros” em
porta-iscas, ou ainda, em sistema MIPIS (sachês), monitorando a eficiência
do sistema até cinco dias antes do plantio;
 Formicidas em pó seco: com o princípio ativo de deltamethim, são
aplicados com bombas polvilhadeiras diretamente nos “olheiros” dos

617
formigueiros. Este sistema apresenta ação de curto prazo (imediato por
contato); recomendado para as situações em que as mudas já estejam
para chegar, ou que tenham sido plantadas.

Entre outros, a termonebulização (princípio ativo de ação imediata por contato =


clirpirifós), indicado somente para as saúvas, que misturado com óleo diesel,
promove a queima da mistura que resulta em grande quantidade de fumaça que
preencherá todo o formigueiro.

A aplicação de formicida pode e deve ser repetida diversas vezes. Entretanto, em


qualquer momento ou situação, os funcionários ou quem for manipulá-lo deverão
estar conscientes e atentos às recomendações de uso e armazenagem:
 Armazenar o produto em embalagem própria em lugar seco e ventilado;
 Não fumar ou comer enquanto estiver manipulando o produto;
 Lavar as mãos com água e sabão após o uso;
 Utilizar os equipamentos de proteção individuais (EPI) necessários para o
manuseio dos produtos;
 Procurar imediatamente um médico, em caso de intoxicação, levando o rótulo
do produto.

FORMICIDAS RECOMENDADOS

TIPO DE PRODUTO BASE DOSE PERÍODO

Iscas granuladas Sulfloramida 10 g/m2 Seco

Para diluição Klap 25 cc/litro Chuvoso

Observação: A dosagem por metro quadrado indica a quantidade de produto a ser


aplicado em relação quantitativa da área do formigueiro (comprimento x largura),
seguidas as orientações de um profissional habilitado.

O uso indiscriminado de fungicidas, inseticidas e adubações desequilibradas estão


causando desvios metabólicos nas plantas e, conseqüentemente, reduzindo a
biodiversidade dos ecossistemas. Assim, os desequilíbrios nutricionais tornam as
plantas susceptíveis às doenças e pragas, as quais estão intimamente relacionadas

618
com o desconhecimento dos efeitos colaterais dos agrotóxicos, corretivos e
fertilizantes, que, por sua vez, estão gerando a necessidade do uso cada vez maior
de agrotóxicos nas culturas.

Com esta visão, o controle biológico surge como uma alternativa racional,
extremamente necessária e essencial à agricultura na atualidade. O controle
biológico de pragas é feito através de espécies que fazem parte da própria cadeia
alimentar da praga, no caso, superior a ela. Ou seja, utilizando seus próprios
predadores naturais e sem causar desequilíbrio ambiental a praga é eliminada.

Porém, para isso o controle biológico requer planejamento e gerenciamento


intensivos antes de produzir predadores das pragas, para que aqueles não se
tornem novos predadores ou venham a atrair seus predadores de modo a prejudicar
todo reflorestamento. Então é feito um estudo sobre o entendimento da biologia da
praga e a de seus inimigos. Além desses estudos, também são feitas pesquisas
para aumentar a efetividade da predação à praga com uso de melhoramentos
genéticos, podendo ser mais oneroso que o uso de agrotóxicos, entretanto de maior
efetividade.

O controle biológico faz uso de predadores de ocorrência natural, parasitas e


patógenos para controlar pragas. Há três abordagens principais para usar inimigos
naturais contra populações indesejadas de animais ou plantas.

 Controle biológico clássico (importação): envolve a coleta de inimigos naturais


de uma praga na região onde esta se originou e que aí a atacam e impedem-
na de tornar-se daninha. Novas pragas estão constantemente se originando
acidental ou intencionalmente e a introdução de alguns de seus inimigos
naturais pode ser um meio importante para reduzir o nível de dano que
podem provocar.
 Propagação: forma de se aumentar a população de um inimigo natural que
ataque uma praga. Isto pode ser feito pela massiva produção de um predador
em laboratório e liberá-lo no campo na época apropriada. Outro método é o
melhoramento genético de um inimigo natural que possa atacar ou encontrar
sua presa mais eficientemente. Esses predadores podem ser liberados em
períodos especiais, quando a praga está mais susceptível e inimigos naturais

619
não estejam ainda presentes. Os métodos de propagação requerem contínuo
controle e não representam uma solução permanente como podem os
métodos da importação e da conservação.
 Conservação de inimigos naturais: parte importante de qualquer prática de
controle biológico. Isto envolve a identificação de quaisquer fatores que
limitam a efetividade de um inimigo natural particular e alterá-los para auxiliar
a espécie benéfica. Esta abordagem envolve ou a redução de fatores que
interferem com os inimigos naturais ou o fornecimento dos recursos
requeridos que auxiliem os predadores naturais.
Caso ocorra alguma infestação, deve ser identificada a praga para posteriormente,
ser definido o uso de controle biológico a ser utilizado definindo o um planejamento e
gerenciamento da situação.

Controle de Gramíneas Invasoras e Pragas

O controle de plantas invasoras pode ser feito manualmente, com corte das
gramíneas e demais ervas daninhas. A eliminação deverá ser seletiva com o corte e
controle dessas invasoras.

Coveamento - Locação de Covas e Formas de Abertura

Consiste a princípio, na demarcação do local exato onde deverão ser abertas as


covas, podendo ser feitas conjuntamente com a atividade de distribuição de
insumos. Neste caso em específico, o calcário depositado, passa a ser a marca do
local da cova, cuja marcação, deverá obedecer ao espaçamento definido no projeto,
3m x 2m para mudas nativas. Nesse exemplo de espaçamento, o primeiro número
significa o espaçamento “entre linhas” de plantios, sendo o segundo número, o
espaçamento entre plantas de mesma linha.

O coveamento consiste em cavar manual ou mecanicamente em faixas, seguindo as


curvas de nível para evitar os processos erosivos.

Após abertura das covas deve ser colocada matéria orgânica para o plantio das
mudas, pois durante a implantação da rodovia e vias de serviços a camada mais rica
do solo foi removida.

620
*Abertura manual das covas: as covas previamente alinhadas ou demarcadas
deverão ser abertas com o uso de cavadeiras ou enxadões, que resultam em maior
rendimento operacional, cujo volume de terra retirado, servirá para misturar-se aos
insumos e fazer o posterior aterramento da cova antes do plantio, devendo-se,
entretanto, serem retiradas as eventuais touceiras de gramíneas, de forma que os
propágulos não sejam reconduzidos para o interior da cova.

As covas deverão ter dimensões mínimas de 40 cm x 40 cm x 40 cm, espaçadas


entre si com cerca de 2 m x 3 m ou de 1.666 árvores/ha, de acordo com simulação
realizada em plantio de uma área com 2,5 anos por Rodrigues (2007), para o
método de regeneração na área de Mata Atlântica, que demonstra melhores
resultados que outros espaçamentos conforme abaixo.

Nota: seguem abaixo, os critérios para a sua construção:

Abertura manual das covas: as covas previamente alinhadas ou demarcadas


deverão ser abertas com o uso de cavadeiras ou enxadões, que resultam em maior
rendimento operacional. O volume de terra retirado servirá para misturar-se aos
insumos e fazer o posterior aterramento da cova antes do plantio devendo-se,
entretanto, serem retiradas as eventuais touceiras de gramíneas, de forma que os
propágulos não sejam reconduzidos para o interior da cova.
Adubação

De acordo com a análise do solo, a adubação deve ser programada em período


próximo às chuvas para maior eficácia no aproveitamento do nutriente pela muda. A

621
adubação por cobertura ou calagem, consiste na aplicação de fertilizante
nitrogenado. Seguem abaixo sugestões de dosagens e aplicação para utilização de
fertilizantes químicos que atende as necessidades da planta, caso não seja feita a
analise do solo:

FERTILIZANTE QUANTIDADE /
FÓRMULA COVA APLICAÇÃO

04-14-08 150 GRAMAS Na ocasião do plantio

Plantio

O plantio é a operação chave de todo o projeto, devendo nestes casos, ser


heterogêneos, combinando espécies dos estágios iniciais da sucessão ecológica
(pioneiras e secundárias iniciais) e para o sombreamento das espécies finais da
sucessão (secundárias tardias e clímax). Um técnico capacitado acompanhará o
plantio para garantir estas determinações. A distribuição no campo deverá obedecer
a essa heterogeneidade utilizando também o critério de mudas para linha de
preenchimento e par linha de diversidade levando em conta o critério sucessional.

622
Método de Plantio, obedecendo os estágios sucessionais. Fonte:
Projeto de Restauração de área Fazenda Lindo Vale (Satuba/AL) –
Projeto Clickarvore/2006.

A escolha das espécies a serem implantadas deve seguir os critérios adequados


com o clima regional, tipo de solo, função ecológica e principalmente com o nível de
umidade da área. As áreas levantadas são enquadradas como áreas que não
sofrem inundação (área seca). Esta classificação se faz necessária para que se
possa selecionar as espécies nativas que melhor se adaptam as condições físicas
da área a ser recuperada, tendo em vista que os tratos culturais serão basicamente
os mesmos nas diferentes áreas.

As espécies a serem utilizadas para o respectivo reflorestamento constam da lista


das espécies florestais nativas e/ou regionais da Mata Atlântica, cuja definição exata
dar-se-á em função da disponibilidade de mudas na ocasião do plantio. A
quantidade de mudas deve obedecer ao item desse capitulo que trata do objeto do
PRAD, dependendo de cada situação de área identificada.

As etapas para o plantio são melhores identificadas pelas ilustrações abaixo,


detalhadas anteriormente, como o coveamento, combate às pragas, adubação e
irrigação.

Replantio

623
O replantio deve ser planejado, prevendo uma avaliação do índice de mortalidade
das mudas entre 30 a 45 dias após o plantio. Sempre que possível, as mudas
utilizadas devem ser das mesmas espécies, ou do mesmo grupo sucessional das
mudas que não vingaram, exceto se o insucesso do plantio de determinada espécie,
deu-se por negligência, maus tratos ou escolha inadequada em relação ao seu
habitat. A celeridade neste processo evita a desigualdade de crescimento do lote de
árvores plantadas, observadas as mesmas recomendações de plantio.

Manutenção

A concorrência das ervas daninhas e principalmente das gramíneas pode interferir


de forma negativa no desenvolvimento das árvores plantadas. Desta forma, é
recomendável não permitir o surgimento dessas espécies executando capinas no
entorno das plantas toda vez que estas apresentarem desenvolvimento em direção
das plantas. A atividade de manutenção mais eficiente seria a capina periódica, que
independente da infestação das ervas daninhas deve ser feita com uma
periodicidade de 4 meses uma da outra no primeiro ano do plantio e semestrais a
partir do segundo ano de plantio.

Esse acompanhamento desse plantio seguira a recomendação de monitoramento


por um período de 4 anos. Porém após 3 anos, dependendo do desenvolvimento
das mudas já podemos abandonar a área para ela se restaurar nauturalmente. Isto
será definido de acordo com o monitoramento de cada área.

Outras técnicas que auxiliam o método de restauração com utilização de espécies


nativas da Mata Atlântica

Regeneração Natural

Através da Regeneração Natural, as florestas apresentam capacidade de se


recuperarem de distúrbios naturais ou antrópicos. Quando uma determinada área de
floresta sofre um distúrbio como a abertura natural de uma clareira, um
desmatamento ou um incêndio, a sucessão secundária se encarrega de promover a
colonização da área aberta e conduzir a vegetação através de uma série de estádios
sucessionais, caracterizados por grupos de plantas quer vão se substituindo ao

624
longo do tempo, modificando as condições ecológicas locais até chegar a uma
comunidade bem estruturada, mais estável.

A sucessão secundária depende de uma série de fatores como a presença de


vegetação remanescente, o banco de sementes no solo, a rebrota de espécies
arbustivo-arbóreas, a proximidade de fontes de sementes e a intensidade e a
duração do distúrbio. Assim, cada área degradada apresentará uma dinâmica
sucessional específica. Em áreas onde a degradação não foi intensa e o banco de
sementes é próximo, a Regeneração Natural pode ser suficiente para a restauração
florestal. Nestes casos, torna-se imprescindível eliminar o fator de degradação, ou
seja, isolar a área e não praticar qualquer atividade de cultivo.

Em alguns casos, a ocorrência de espécies invasoras, principalmente gramíneas


exóticas e trepadeiras, pode inibir a Regeneração Natural das espécies arbóreas,
mesmo que estejam presentes no banco de sementes ou que essas cheguem na
área, via dispersão. Nestas situações, é recomendada uma intervenção no sentido
de controlar as populações de invasoras agressivas e estimular a Regeneração
Natural.

A Regeneração Natural tende a ser a forma de restauração de mata ciliar de mais


baixo custo, entretanto, é normalmente um processo lento. Se o objetivo é formar
uma floresta em área ciliar, num tempo relativamente curto, visando a proteção do
solo e do curso d'água, é necessário determinar as técnicas que acelerem a
sucessão.

Poleiros Naturais e Artificiais

Nas paisagens fragmentadas e degradadas a sucessão ecológica pode ser


comprometida pela falta de sementes. A chuva de sementes é responsável pela
formação do banco de sementes, o reservatório viável de sementes atual em uma
determinada área do solo. O banco de sementes desempenha importante papel na
recolonização da vegetação em ambientes perturbados, tornando o ambiente mais
propício para o estabelecimento de espécies de estágios sucessionais mais
avançados. As baixas taxas de chegada de sementes são o principal fator limitante
de Restauração de áreas degradadas. A dispersão de sementes é essencial para a
Restauração de áreas degradadas em ecossistemas tropicais, uma vez que o banco
625
de sementes do solo sofre uma rápida diminuição na sua abundância e riqueza de
espécies devido à curta viabilidade de muitas espécies nesses ecossistemas.

Aves e morcegos são os animais mais efetivos na dispersão de sementes,


principalmente quando se trata de transporte entre fragmentos de vegetação.
Propiciar ambientes para que estes animais possam pousar, constitui uma das
formas mais eficientes para aumentar o aporte de sementes em áreas degradadas
(REIS et al. 2003). Tais ambientes podem ser naturais, como árvores isoladas
(ZIMMERMANN et al., 1997), ou artificiais, como postes de madeira ou árvores
secas (MELO et al., 2000) distribuídos de modo planejado.

De acordo com estudos que verificaram a eficiência dos poleiros, em ambientes


altamente degradados, esses aceleraram a sucessão inicial, aumentando a
diversidade de espécies e a quantidade de sementes (em maior número as espécies
pioneiras). A nucleação, técnica que consiste em criar núcleos de diversidade ao
redor dos poleiros que, com o tempo, irradia-se por toda a área, é responsável por
restaurar até grandes áreas abertas.

Propõem-se diversos tipos de poleiros artificiais, entre eles: poleiro seco, poleiro
vivo, “torre de cipó” e poleiro de cabo aéreo. O poleiro seco imita galhos secos de
árvores para que as aves os utilizem principalmente como locais de observação para
o forrageamento, principalmente de insetos. O poleiro vivo imita o aspecto de galhos
de árvores com folhagem, sendo que as aves podem usá-lo para repouso,
visualização de caça e também para alimentação. A “torre de cipó” imita árvores
dominadas por cipós em bordas de mata que têm o papel de abrigo para aves e,
principalmente morcegos, além de propiciar um microclima favorável no interior de
sua estrutura. As torres de cipó merecem mais estudos devido ao seu potencial
diversificado no controle de microclima e no abrigo para morcegos.

O poleiro de cabo aéreo imita a fiação dos postes da rede elétrica, forma de poleiro
já integrada na paisagem para muitos pássaros. Esta técnica pode ser utilizada de
forma a ampliar a função dos poleiros secos, através da união dos mesmos com
cordas ou qualquer outro material disponível.

626
Cercas com mourões também funcionam como poleiros artificiais.

Os poleiros secos imitam galhos de árvores


para pouso de aves, que utilizam para
repouso ou forrageamento de presas.

627
Cabos aéreos aumentam as superfícies de poleiros
artificiais, bem como a área de deposição de sementes
devido ao pouso de aves sob o cabo.

(a (b
) ) (c)

Os poleiros de cipós podem formar uma barreira contra os ventos dominantes, além
de imitarem árvores dominadas por lianas na borda das matas que têm o papel de
abrigo para morcegos. a) torre de cipó; b) torre de cipó circular; c) torre de cipó em
“V”.

Durante a demolição das moradias irregulares e na readequação urbanística do


bairro

No momento da demolição das moradias irregulares vai existir a necessidade de


supressão de alguma árvore que esteja dentro da área de intervenção do Programa.
Essas serão inevitavelmente suprimidas, porém se terá como prioridade, dentro do
possível, se manter a vegetação existente na região, e qualquer necessidade de

628
supressão, deverá ser solicitada uma autorização específica de supressão para
esses casos.

Essas árvores que por ventura, venha sofrer supressão, serão compensadas no
momento da implantação do Programa de Arborização Urbana.

Poluição Difusa

Serão estabelecidos medidas e programas para a prevenção e controlo da poluição,


como:

 Implementação de planos de gestão de efluentes e resíduos nas atividades


urbanas realizadas naquele bairro;

 Implantação de um sistema de Drenagem de águas pluviais eficiente;

 Controle e vigilância de pontos onde podem ocorrer ligações clandestinas;

 Planejamento do uso e ocupação do solo após a implantação do Programa;

 Criar programa de educação ambiental com temas que tratem desse assunto,
durante o processo de licenciamento ambiental;

 Limpeza de arruamentos e zonas pavimentadas nas áreas urbanas.

Lançamento de Esgoto In Natura na Lagoa Mundaú

Nesse impacto, assim como, na Poluição Difusa o qual esse item também faz parte,
também serão estabelecidos medidas e programas que estão descritos
anteriormente, são eles:

 Implementação de planos de gestão de efluentes e resíduos nas atividades


urbanas realizadas naquele bairro;

 Controle e vigilância de pontos onde podem ocorrer ligações clandestinas;

 Criar programa de educação ambiental com temas que tratem desse assunto.

Ocupação Irregular da Área de Preservação Permanente

Um dos impactos gerados por este passivo é a geração de resíduos sólidos


decorrente da demolição das construções irregulares.
629
Quando falamos em demolição de moradias irregulares e readequação urbanística,
tratamos de um dos temas mais impactantes do Programa, pois esses dois itens são
as situações mais comuns durante a ocupação desordenada do bairro do Bom
Parto.

As construções irregulares e a ocupação urbanística desordenada do bairro, são


sim, o motivo de degradação social e ambiental da área. As ações propostas pelo
Programa é a solução sócio-ambiental para melhoria da qualidade de vida da
população diretamente afetada.

A geração de resíduos proveniente das demolições previstas no Programa é uma


ação necessária e gerada pela desordenada ocupação urbana. Precisamos
entender que a desocupação da área de APP é uma ação extremamente necessária
para sua recuperação sócio-ambiental. Portanto, seria uma das ações do PRAD
visando a requalificação urbana e ambiental da área.

Geração de Resíduos Sólidos

O resíduo resultante da demolição das moradias irregulares ou simplesmente


entulho, possui características bastante peculiares e tem sua classificação como
resíduos Classe A, segundo Resolução CONAMA Nº 307 de 05/07/2002.

Em estudos prévios está previsto uma produção de aproximadamente 45.623,70 m³


de resíduos decorrentes dessa ação do Programa.

O problema ambiental gerado pelos resíduos dessas demolições deve ser removido
para uma Central de Tratamento de Resíduo apta em receber esse tipo de material
e devidamente licenciada ambientalmente. Com esta ação teríamos uma
significativa mitigação no impacto de geração de resíduos sólidos pelas ações das
obras do Programa.

O mesmo tratamento deve ser dado aos resíduos sólidos provenientes da


construção das novas moradias, urbanização e implantação e recuperação do
sistema viário do Programa, e para regularizar ambas as situações, deve ser

630
produzido um Plano de Gerenciamento da Construção Civil – PGRCC durante o
processo de licenciamento ambiental.

Recuperação da Área de APP

A recuperação objetiva compensar a área da degradação causada outrora,


minimizando o impacto visual e melhorando as condições ambientais do
ecossistema da região.

Metodologia de Restauração

Medidas Compensatórias

O passivo ambiental decorrente da ocupação irregular da Área de Preservação


Permanente – APP do bairro do Bom Parto. Será proposta medidas que venham a
compesar a perda de remanescentes provocadas pelo desordenado uso e ocupação
do solo na região, buscando trazer ao máximo as caracteristicas ambientais
existente antes dessa ocupação.

Objetivo

A área que fará parte da restauração florestal são 3,60 hectares demarcados pelo
Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió, o qual trabalhará
utilizando a metodologia descrita neste capitulo.

Promover o plantio de 20.000 mudas, de acordo com as especificações técnicas,


utilizando-se espécies arbóreas nativas de Manguezal, com características locais e
regionais.

631
Área da APP a ser recuperada – 3,60 hectares

Especificações Técnicas para restauração em área de preservação permanente com


espécies nativas do Manguezal

Preparo e Isolamento da Área

Após a remoção de todo resíduo gerado pela demolição das casas existentes no
local da área de preservação permanente por parte da empresa executora da obra e

632
responsável por esta ação, será realizada uma vistoria técnica para avaliar se tem
necessidade de realizar mais ações de remoção de material.

Posteriormente serão realizados ensaios para analise das propriedades físico-


químicas do solo e da água, como também perfurações manuais para observar em
que profundidade e que espessura encontra-se o solo natural existente antes da
antropização sofrida no local.

Independente do solo encontrado após a retirada dos resíduos provenientes das


demolições será recomendado a colocação uma camada de 10 cm de material inerte
em toda a área a ser recuperada.

Parte ou todo o material inerte a ser utilizada será proveniente de ações de remoção
de material da obra, implantação da rodovia, visando encontrar um solo mais
propicia para implantação de alguns segmentos da mesma, como por exemplo,
trechos da rodovia onde será assentada em solo firme e terreno natural.

Após a colocação da matéria orgânica, deixaremos que a área fique sob ação direta
das marés para começar a propiciar uma qualidade de solo com melhores condições
para receber as mudas de mangue.

O isolamento da área dos fatores impactantes e retirada dos fatores de degradação


(fogo, cavalos, descarga de águas superficiais, etc.) são os primeiros passos para
uma recuperação de área bem-sucedida, além de ser uma medida preventiva contra
pisoteio e fogo – principais fatores que impedem uma boa restauração florestal. Este
isolamento será através da construção de cercas evitando, com isto, ações
antrópicas diretas na área.

Controle de Pragas

Formigas

Apesar do ambiente trabalhado ser totalmente antropizado e sofrer diretamente a


interferência da lagoa, deve ser observada atentamente a presença de formigas
cortadeiras; recomenda-se que os campos sejam vistoriados ao cair da tarde ou logo
pela manhã, a fim de registrar maior intensidade de atividade das formigas. Os
633
principais indicadores da presença de formigas são os conhecidos “carreadores”,
além dos montículos de terra característicos dos “olheiros”. Recomenda-se, também,
que a verificação se estenda a cerca de 20% da área além do local da restauração,
nos arredores. Demarcados os “olheiros” e/ou “carreadores”, é preciso identificar as
espécies de formigas; em geral, a identificação indica os dois gêneros de maior
ocorrência no Estado de Alagoas: Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns,
semelhantes às saúvas, porém de menor porte). Caso observe a ocorrência de
formigas na área, o passo seguinte é avaliar a melhor forma de combate em relação
ao tempo de ação de cada produto e o momento da programação de atividades de
restauração. Após esta avaliação quantitativa e qualitativa, deverão ser utilizados
produtos e sistemas, prescritos por um Engenheiro Agrônomo, que ditará as
recomendações quanto ao seu uso e dosagem:

 Iscas granuladas: com princípio ativo de sulfluramida ou fipronil, com


tempo de reação em médio prazo, ideal para a fase de preparo do solo
(época seca), distante mais de 30 dias dos primeiros plantios. Pode-se
colocá-las diretamente nos “carreadores” de alimentação dos “olheiros” em
porta-iscas, ou ainda, em sistema MIPIS (sachês), monitorando a eficiência
do sistema até cinco dias antes do plantio;

 Formicidas em pó seco: com o princípio ativo de deltamethim, são


aplicados com bombas polvilhadeiras diretamente nos “olheiros” dos
formigueiros. Este sistema apresenta ação de curto prazo (imediato por
contato); recomendado para as situações em que as mudas já estejam
para chegar, ou que tenham sido plantadas.
Entre outros, a termonebulização (princípio ativo de ação imediata por contato =
clirpirifós), indicado somente para as saúvas, que misturado com óleo diesel,
promove a queima da mistura que resulta em grande quantidade de fumaça que
preencherá todo o formigueiro.

A aplicação de formicida pode e deve ser repetida diversas vezes. Entretanto, em


qualquer momento ou situação, os funcionários ou quem for manipulá-lo deverão
estar conscientes e atentos às recomendações de uso e armazenagem:

 Armazenar o produto em embalagem própria em lugar seco e ventilado;

634
 Não fumar ou comer enquanto estiver manipulando o produto;

 Lavar as mãos com água e sabão após o uso;

 Utilizar os equipamentos de proteção individuais (EPI) necessários para o


manuseio dos produtos;

 Procurar imediatamente um médico, em caso de intoxicação, levando o rótulo


do produto.
FORMICIDAS RECOMENDADOS

TIPO DE PRODUTO BASE DOSE PERÍODO

Iscas granuladas Sulfloramida 10 g/m2 Seco

Para diluição Klap 25 cc/litro Chuvoso

Observação: A dosagem por metro quadrado indica a quantidade de produto a ser


aplicado em relação quantitativa da área do formigueiro (comprimento x largura),
seguidas as orientações de um profissional habilitado.

Controle de invasoras

Dependendo do nível de contaminação da camada de material orgânico colocado na


área, podemos ter o desenvolvimento de ervas invasor que deverão ser controladas
para não competir com as mudas plantadas.

O controle de plantas invasoras pode ser feito manualmente, com corte das
gramíneas e demais ervas daninhas e também pode ser feito por controle biológico.
A eliminação deverá ser seletiva com o corte e controle dessas invasoras.

Quanto ao controle de pragas deve ser evitado o uso de agrotóxicos devido à


influência direta na água da lagoa, pois o uso indiscriminado de fungicidas,
inseticidas e adubações desequilibradas estão causando desvios metabólicos nas
plantas e ecossistema, conseqüentemente, reduzindo a biodiversidade dos
ecossistemas. Assim, os desequilíbrios nutricionais tornam as plantas susceptíveis
às doenças e pragas, as quais estão intimamente relacionadas com o

635
desconhecimento dos efeitos colaterais dos agrotóxicos, corretivos e fertilizantes,
que, por sua vez, estão gerando a necessidade do uso cada vez maior de
agrotóxicos nas culturas.

Com esta visão, o controle biológico surge como uma alternativa racional,
extremamente necessária e essencial situações como a da área a ser restaurada. O
controle biológico de pragas é feito através de espécies que fazem parte da própria
cadeia alimentar da praga, no caso, superior a ela. Ou seja, utilizando seus próprios
predadores naturais e sem causar desequilíbrio ambiental a praga é eliminada.

Porém, para isso o controle biológico requer planejamento e gerenciamento


intensivos antes de produzir predadores das pragas, para que aqueles não se
tornem novos predadores ou venham a atrair seus predadores de modo a prejudicar
todo o processo de restauração. Então é feito um estudo sobre o entendimento da
biologia da praga e a de seus inimigos. Além desses estudos, também são feitas
pesquisas para aumentar a efetividade da predação à praga com uso de
melhoramentos genéticos, podendo ser mais oneroso que o uso de agrotóxicos,
entretanto de maior efetividade.

O controle biológico faz uso de predadores de ocorrência natural, parasitas e


patógenos para controlar pragas. Há três abordagens principais para usar inimigos
naturais contra populações indesejadas de animais ou plantas.

 Controle biológico clássico (importação): envolve a coleta de inimigos naturais


de uma praga na região onde esta se originou e que aí a atacam e impedem-
na de tornar-se daninha. Novas pragas estão constantemente se originando
acidental ou intencionalmente e a introdução de alguns de seus inimigos
naturais pode ser um meio importante para reduzir o nível de dano que
podem provocar.

 Propagação: forma de se aumentar a população de um inimigo natural que


ataque uma praga. Isto pode ser feito pela massiva produção de um predador
em laboratório e liberá-lo no campo na época apropriada. Um outro método é
o melhoramento genético de um inimigo natural que possa atacar ou
encontrar sua presa mais eficientemente. Esses predadores podem ser
liberados em períodos especiais, quando a praga está mais susceptível e
636
inimigos naturais não estejam ainda presentes. Os métodos de propagação
requerem contínuo controle e não representam uma solução permanente
como podem os métodos da importação e da conservação.

 Conservação de inimigos naturais: parte importante de qualquer prática de


controle biológico. Isto envolve a identificação de quaisquer fatores que
limitam a efetividade de um inimigo natural particular e alterá-los para auxiliar
a espécie benéfica. Esta abordagem envolve ou a redução de fatores que
interferem com os inimigos naturais ou o fornecimento dos recursos
requeridos que auxiliem os predadores naturais.

Coveamento - Locação de Covas e Formas de Abertura

Essa ação da metodologia só será realizada a partir do momento que houver


condições adequadas para o plantio das mudas na área, após monitoramento
realizado anteriormente durante o preparo da área.

Consiste a princípio, na demarcação do local exato onde deverão ser abertas as


covas, podendo ser feitas conjuntamente com a atividade de distribuição de
insumos, quando for o caso. Neste caso específico, a marcação deverá obedecer ao
espaçamento definido no momento da implantação das mudas, pois pode ocorrer a
presença de alguns exemplares de manguezal na área que devem ser considerados
no momento do plantio. O coveamento consiste em cavar manual definição do
projeto.

*Abertura manual das covas: as covas previamente alinhadas ou demarcadas


deverão ser abertas com o uso de cavadeiras ou enxadões, que resultam em maior
rendimento operacional. O volume de terra retirado servirá para misturar-se aos
insumos e fazer o posterior aterramento da cova antes do plantio devendo-se,
entretanto, serem retiradas as eventuais touceiras de gramíneas, de forma que os
propágulos não sejam reconduzidos para o interior da cova. As covas deverão ter
dimensões mínimas de 20 cm x 20 cm x 25 cm.

Adubação

De acordo com a análise do solo, a adubação deve ser programada em período


próximo às chuvas para maior eficácia no aproveitamento do nutriente pela muda.

637
Preferencialmente deve ser utilizado a adubação orgânica na área de plantio do
mangue.

Plantio

Como forração vegetal, será utilizada a gramínea Espartina – Spartina Alterniflora,


utilizada, também, nos processos de purificação de cursos d‟água (wetlands). Ela
garantirá proteção natural às mudas do novo manguezal, prejudicadas pela marola
das ondas.

O plantio é a operação chave de todo o projeto, devendo nestes casos, ser


heterogêneos, combinando espécies de acordo com a zonação que é definida como
a distribuição espacial das diferentes espécies vegetais de mangue em áreas ou
zonas diferentes de ocupação, decorrente de especificas condições ambientais. No
Manguezal, essa distribuição é o reflexo da dinâmica relacionada a diversos fatores
determinantes como variações de salinidade, sedimentologia, tipo de substrato,
topografia, flutuação das marés, temperatura, ação de ondas, aporte de nutrientes,
precipitações fluviais, tamanho e peso dos propágulos, que condicionam a
capacidade de adaptação fisiológica de cada espécie a serem estabelecidas em
suas áreas específicas. A zonação das espécies será feita após o período de
monitoramento do solo e da influência das marés na área a ser recuperada.

O espaçamento escolhido para o plantio dessa Área de Preservação Permanente é


1,2 m x 1,5 m, com isso, gerando uma necessidade de 5.556 mudas/ha e um total
de 20.000 mudas nos 3,60 ha a serem recuperados.

No momento do plantio devem ser utilizadas três situações de técnicas de acordo


com as condições do solo da área:

 Plantio de mudas produzidas em viveiros;

 Plantio direto de propágulos e

 Plantio de mudas transplantadas.

Plantio de Mudas Produzidas em Viveiros

638
Após a zonação da área devem-se identificar as mudas produzidas ou disponíveis
no mercado e fazer o plantio obedecendo às especificações técnicas definidas neste
PRAD.

Plantio Direto de Propágulos de Rhizophora mangle

Os procedimentos de seleção e coleta de propágulos deverão ser associados ao


período de maturação nos melhores povoamentos selecionados antes da coleta, e
empregando a prática de desprendê-los diretamente das árvores matrizes pré-
escolhidas ou a captação manual no chão do manguezal, sob a projeção da copa,
após a queda natural dos propágulos maduros. Esses propágulos coletados devem
ser colocados em recipientes com água salobra e levado para o local do plantio,
recomendado a utilização dos mesmos em até 10 dias pós coleta. Antes da coleta
dos propágulos as técnicas de preparação da área devem ser previamente
realizadas, evitando perda de propágulos por tempo de uso.

A técnica de plantio indicada é o direto com introdução manual no solo em posição


vertical, com a parte cônica, pontiaguda e mais dilatada para baixo, enterrando a
uma profundidade média de 5 a 7 cm ou 1/3 de seu tamanho e obedecendo o
espaçamento definido nas especificações técnicas.

Em caso de solos mais compactados, pode-se utilizar uma vara de madeira ou


metal, para previamente fazer furos com diâmetro compatível com a espessura dos
propágulos.

Plantio de Mudas Transplantadas

Para obtenção de mudas naturais para transplante, deve-se procurar nos


manguezais adjacentes os trechos de regeneração natural de maior adensamento
de plântulas, observando selecionar previamente as mais vigorosas e sadias, antes
de retirá-las do local, com cuidado para que a intensidade da coleta não desequilibre
o próprio manguezal de origem.

Podem ser transplantadas mudas com raízes nuas ou com solo agregado,
selecionando altura média de 25 a 50 cm de altura. Preferencialmente priorizar as
mudas com solo agregados nas raízes, pois tem um melhor desenvolvimento em
campo.
639
O transplante deve ser realizado na fase de maré seca e recomendamos
preferencialmente dias nublados, em horas menos quentes.

A operação deve ser auxiliada com a utilização de um trado, que facilita a extração
das mudas e evita danos as suas raízes.

640
Trado extrator de mudas de mangue

Replantio

O replantio deve ser planejado, prevendo uma avaliação do índice de mortalidade


das mudas entre 30 a 45 dias após o plantio. Sempre que possível, as mudas
utilizadas devem ter as mesmas características de zonação das mudas que não
vingaram, exceto se o insucesso do plantio de determinada espécie, deu-se por
negligência, maus tratos ou escolha inadequada em relação ao seu habitat. A
celeridade neste processo evita a desigualdade de crescimento do lote das espécies
plantadas, observadas as mesmas recomendações de plantio.

Manutenção

A concorrência das ervas daninhas e principalmente das gramíneas pode interferir


de forma negativa no desenvolvimento das mudas plantadas. Desta forma, é
recomendável não permitir o surgimento dessas espécies executando capinas no
entorno das plantas toda vez que estas apresentarem desenvolvimento em direção

641
das plantas. A área será abandonada de todas as técnicas especifica de plantio
após o período de 4 anos do plantio.

Espécies típicas de manguezal e suas características

Mangue Vermelho

Nome Botânico: Rhizophora mangle L.

Características gerais:

Porte arbóreo com copa dispersa e tronco de casca cinza-amarronzado, pode atingir
altura entre 20 a 30 metros.

Sistema radicular co ramificações na forma de raízes-escora para sustentação em


solos pouco consistentes.

Sistema fisiológico capaz de excluir sal durante o processo de absorção, mantendo


o nível de tolerância de concentrações internas.

Dispersão hidrocórica pela flutuação de propágulo na água.

Mangue Branco

Nome Botânico: Laguncularia recemosa (L.) Gaertn

Porte arbóreo ou arbustivo, de 4 a 6 metros de altura, tronco cinzento castanho com


casca fissurada.

Habita áreas banhadas por água de baixa salinidade, não tolerando locais com
amplas flutuações no nível das preamares.

Sistema radicular horizontal e radial caracterizado por raízes respiratórias


conhecidas como pneumotóforos na forma de ramificações que emergem eretas do
solo.

Sistema fisiológico dotado de glândulas, no penciolo foliar, capaz de excretar o


excesso de sal absorvido pelas raízes.

Dispersão hidrocórica pela flutuação de propágulo na água.

642
Mangue Siriúba

Nome Botânico: Avicennia germinans

Arbusto ou árvore, altura entre 4 a 6 metros, tronco reto e cilíndrico de casca lisa e
tonalidade cinzenta, com fissuras.

Sistema radicular horizontal e radial caracterizado por raízes aéreas esponjosas


conhecidas como pneumatóforos em forma de ramificações que emergem ereta do
solo.

Sistema fisiológico capaz de excretar o excesso de sal através de glândulas nas


folhas que ficam com uma camada cristalina esbranquiçada na superfície.

Mangue de Botão

Nome Botânico: Conocarpus erectus L.

Não é considerada espécie típica do Manguezal, pois não ocorre no solo lodoso do
interior do Manguezal e não possui adaptações fisiológicas e estruturais específicas
de espécies típicas desse ecossistema.

Porte arbustivo ou arbóreo com altura de 3 a 5 metros, tronco ereto ou ramificado,


casca áspera marron-castanho, fissurada.

Reprodução por sementes, com dispersão autocórica, anemocórica ou zoocórica.

Informações Sobre as Espécies Florestais Utilizadas

Procedência das Mudas

As mudas serão adquiridas em viveiros especializados na produção de mudas


nativas da Mata Atlântica e Mangue (Centro de Produção de Mudas em Cajueiro e
Viveiro de Mudas SIGAVERDE).

Quantidade de Mudas a Serem Plantadas

643
Para recuperação das áreas serão necessárias 8.335 mudas de espécies nativas da
Mata Atlântica típicas da região.

E com relação às espécies de manguezal serão utilizadas 20.000 mudas, porém


nem todas mudas necessariamente serão adquiridas em viveiro devido às varias
formas de plantios que serão utilizados na área a ser recuperada. Dessas mudas de
manguezal estima-se que 50% serão adquiridas em viveiros especializados em sua
produção.

Custos

O custo para desenvolver de todas as ações relacionadas neste PRAD referente à


Mobilização e desmobilização, contratação de pessoal especializado, pessoal de
campo, Aquisição de mudas, Aquisição de sementes, Adubação, Transporte,
Alimentação, Material de escritório, Plantio e Impostos, ficou em torno de R$
1.500.000,00.

Indicadores

 Ausência de passivo ambiental;

 100% da APP da Orla Lagunar recuperada, no Bairro do Bom Parto

Relação de Mudas

Listagem de algumas espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica que podem ser
plantadas na região:

Nome Comum P/NP Nome Científico


Açoita-cavalo P Luehea grandiflora
Amescla-de-cheiro NP Protium heptaphyllum
Angelim NP Andira fraxinifolia
Araticum P Annona glabra
Aroeira-pimenteira P Schinus terebinthifolius
Banana-de-papagaio P Himatanthus sucuuba
Barbatimão P Stryphnodendron pulcherrimum
Bordão-de-velho P Samanea tubulosa
Bulandi NP Symphonia globulifera

644
Nome Comum P/NP Nome Científico
Caboatã P Cupania oblongifolia
Cajá P Spondias mombin
Cajueiro P Anacardium occidentale
Camaçari NP Caraipa densifolia
Cambuí P Myrciaria tenella
Canela NP Aniba firmula
Catiguá P Trichilia silvatica
Craibeira NP Tabebuia caraiba
Coração-de-negro NP Poecilanthe parviflora
Cunduru NP Brosimum sp.
Cupiúba P Tapirira guianensis
Embaúba P Cecropia sp.
Embira-vermelha P Xylopia frutescens
Enxundia P Swartzia oblata
Espinheiro P Piptadenia viridiflora
Falso barbatimão P Cassia leptophylla
Ficheira P Schizolobium parahyba
Gameleira P Fícus calyptroceras
Gargaúba NP Cordia sellowiana
General P Gustavia augusta
Gitó P Guarea guidonia
Goiaba P Psidium guajava
Goiti NP Couepia rufa
Grão-de-galo P Cordia nodosa
Guabiraba NP Campomanesia xanthocarpa
Imbiriba NP Eschweilera ovata
Ingá-de-porco P Inga marginata
Ingá-de-metro P Inga edulis
Ingaí NP Inga laurina
Ingarana P Abarema jupunba
Ipê-amarelo NP Tabebuia serratifolia
Ipê-roxo NP Tabebuia avellanedae
Ipê-roxo-de-bola NP Tabebuia impetiginosa
Jatobá NP Hymenaea courbaril
Jitaí NP Apuleia leiocarpa
Juazeiro P Zizyphus joazeiro
Leiteiro-preto NP Pouteira ramiflora
Mal-vizinho P Machaerium aculeatum
Mamão jaracatiá P Jacaratia spinosa
Mangabeira P Hancornia speciosa

645
Nome Comum P/NP Nome Científico
Maria-preta P Vitex polygama
Mirindiba NP Terminalia brasiliensis
Mulungu P Erythrina velutina
Munguba NP Eriotheca gracilipes
Murici P Byrsonima sericea
Mutamba P Guazuma ulmifolia
Orelha-de-burro P Clusia nemorosa
Ouricuri P Syagros coronata
Pau d'alho NP Gallezia gorazama
Pau-jangada P Apeiba tibourbou
Pau-ferro NP Caesalpinia ferrea var. leiostachya
Pau-formiga/ Pau-de-formiga P Triplaris americana
Praíba P Clusia nemorosa
Piáca P Lonchocarpus sericeus
Pitanga P Eugenia uniflora
Quiri P Brosimum guianensis
Sabonete P Sapindus saponaria
Salgueiro /Pau-viola P Cytharexyllum myrianthum
Sapucaia NP Lecythis pisonis
Sapucarana P Holopyxidium latifolium
Sambaqui P Didymopanax morototonii
Silva P Mimosa bimucronata
Sucupira NP Bowdichia virgilioides
Sucupira-branca P Pterogyne nitens
Tamanqueira P Aegiphila sellowiana
Tamboril P Enterolobium contortisiliguum
Trapiá P Crataeva tapia
Urucum P Bixa orelana
Urucuba P Virola surinamensis
Visgueiro NP Parkia pendula
P: Pioneira e Secundária Inicial

NP: Secundaria Tardia e Clímax

646
Cronograma Físico

CRONOGRAMA FÍSICO DA ÁREA DE RESTAURAÇÃO DA APP


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Remoção entulhos
Isolamento da área
Preparo da área
Analise solo e água
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação
ANO 1

Plantio
Manutenção
Remoção entulhos
Isolamento da área
Preparo da área
Analise solo e água
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação
ANO 2

Plantio/Replantio
Manutenção
Remoção entulhos
Isolamento da área
Preparo da área
Analise solo e água
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação
ANO 3

Plantio/Replantio
Manutenção
Remoção entulhos
Isolamento da área
ANO 4

Preparo da área
Analise solo e água

647
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Plantio/Replantio
Manutenção
Período de Chuvas na região Período de Estiagens

CRONOGRAMA FÍSICO DA ÁREA DE RESTAURAÇÃO DOS ACESSOS E LATERAIS DA RODOVIA


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Isolamento da área
Preparo da área
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação
ANO 1

Plantio
Manutenção
Isolamento da área
Preparo da área
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação
ANO 2

Plantio/Replantio
Manutenção
Isolamento da área
Preparo da área
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação de cobertura
ANO 3

Plantio/Replantio
Manutenção
Isolamento da área
Preparo da área
Controle de Pragas
Controle de Invasoras
Coveamento
Adubação de cobertura
ANO 4

Plantio/Replantio
Manutenção
Período de Chuvas na região Período de Estiagens

648
Responsabilidade, Acompanhamento e Avaliação

A responsabilidade pela implementação do Plano de Recuperação de Área


Degradada - PRAD, em princípio, é da empresa especializada contratada para sua
execução. O órgão responsável pelos procedimentos de acompanhamento e
avaliação do desempenho no cumprimento do plano é a SEDET como órgão
ambiental competente.

649
Quadro Resumo das Medidas de Controle Ambiental no PRAD

MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL

Ação Descrição

Área de  Essas áreas deverão ser previamente licenciadas pelo órgão ambiental
competente, com base no Plano de Recuperação de Área Degradada –
Empréstimo e
PRAD;
Bota-fora  Deve ser evitado o uso irregular da área por terceiros, por meio de
vigilância e restrição de acesso;
 As áreas de empréstimo deverão ser exploradas de acordo com o
PRAD e as condicionantes da Licença de Instalação e, mesmo se
tratando de propriedade de terceiros, deverão ser objeto de inspeção
ambiental em atendimento da Diretriz B-17 da OP-703 do BID;
 Nos bota-foras, poderão ser dispostos restos vegetais (basicamente
raízes e tocos picados), respeitando-se o limite interno de, pelo menos,
5,0m da área a ser utilizada, de maneira que o material fique
totalmente contido no interior do aterro. Será necessário adequar á
acomodação do material antes da sua cobertura com terra, para
garantir que as cavidades sejam preenchidas para minimizar os riscos
de desestabilização do bota-fora;
 Deve se evitado a formação de poças de água que propiciam a
formação de ambientes favoráveis à proliferação de vetores
transmissores de doenças;
 A camada de solo orgânico será removida e estocada em local plano,
antes da deposição de material no bota-fora, para posterior utilização
na recuperação final da área. Essa estocagem poderá ser em pilhas.
Caso ocorra carreamento desses solos, deverão der adotadas medidas
complementares que incluem a implantação de bacias de retenção a
jusante ou a proteção com filme plástico; e
 Toda ocorrência de erosões e assoreamentos exigirá ação corretiva
imediata.

 Remoção de assoreamentos nos trechos onde houver deposição


Desmobilização acentuada de material com comprometimento de áreas remanescentes
do Canteiro de ou obstrução das drenagens;
 Conclusão da limpeza geral de todas as áreas afetadas, inclusive com
Obra e a remoção de restos de obra, entulho, materiais contaminados, entre
Recuperação outros;
 Todos os materiais oriundos das atividades de limpeza e demolição
das Áreas
deverão ser encaminhados para locais de deposição final adequado e
Degradadas. devidamente licenciado;
 A limpeza e desobstrução de valetas, caixas, bueiros e outros, deverá
ser executada em todas as frentes de obra;
 Recomposição e revegetação das áreas ocupadas pelos canteiros e

650
áreas remanescentes; e
 Recuperação das vias de acesso.

 As vias utilizadas pela obra serão devolvidas a normalidade, no


Recuperação mínimo em condições de uso compatível com a sua situação antes do
de vias início das obras;
 A sinalização de obra será removida, reinstalando-se ou recuperando-
danificados se a sinalização original nos casos pertinentes.
pelas obras.

MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL

Ação Descrição

Recuperação  Demolição e remoção das residências;


da APP da  Remoção do entulho e lixo;
 Remoção do solo contaminado;
Orla Lagunar  Regularização da superfície do terreno;
 Regularização da drenagem;
 Preparação do terreno para o plantio de espécies autóctones;
 Plantio e tratos culturais;
 Reposição de perdas pós plantio, manutenção e combate à pragas.

No encerra-  No encerramento das atividades e obras do Programa, as áreas


mento das utilizadas deverão apresentar:

atividades, e o uma configuração geométrica compatível com a topografia dos


terrenos adjacentes, mediante o reafeiçoamento e atenuação dos
preparação taludes; e
das áreas o areadequação da drenagem e a recomposição da cobertura vegetal
de modo a permitir o tratamento harmônico da mesma com a
utilizadas. paisagem circundante;
o um termo de aceite do proprietário das áreas utilizadas para
empréstimo e bota-foras, quando externas às áreas do Programa.

651
QUADRO RESUMO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS

Programa Indicadores Responsável Custos R$


Programa de Gerenciamento - Nenhuma infração à leigislação UGP – Prefeitura de
100.000,00
Ambiental das Obras ambiental Maceió/Gerenciadora
Programa de Gestão dos
- Quantidade de reclamações da
Resíduos da Demolição das Empresa Contratada
comunidade; Diluídos nas
Habitações Precárias e para Execução das
- Quantidade de ocorrências de Obras
Gerenciamento de Resíduos da Obras
emissões registradas.
Construção Civil - PGRCC
Programa de Controle
Ambiental das Obras –
- Quantidade de reclamações da
Implantação dos Canteiros de Empresa Contratada
comunidade;
Obras, Minimização da para Execução das 350.000,00
- Quantidade de ocorrências de
Interferência no Tráfego e Obras
emissões registradas.
Controle de Ruídos e
Emissões Atmosféricas
- Eventos realizados com as
Programa de Educação UGP – Prefeitura de
comunidades; 200.000,00
Ambiental (PEA) Maceió/Gerenciadora
- Número de participantes.
- Numero de campanhas de
Programa de Comunicação UGP – Prefeitura de
divulgação 180.000,00
Social Maceió/Gerenciadora
- Implantação da ouvidoria
- Cursos e treinamentos reali-
Programa de Treinamento e Empresa Contratada
zados;
Capacitação dos para Execução das 50.000,00
- Número de colaboradores
Colaboradores Contratados Obras
capacitados
- Cursos e treinamentos reali-
Programa de Saúde dos Empresa Contratada
zados;
Colaboradores e para Execução das 350.000,00
- Número de acidentes de
Comunidades Envolvidas Obras
trabalho
Melhoria do IQA nas áreas de
influência do Programa de
Programa de Monitoramento UGP – Prefeitura de
Requalificação Urbana e 100.000,00
das Águas Superficiais Maceió/Gerenciadora
Ambiental da Orla Lagunar de
Maceió
- Ausência de passivo ambiental;
Programa de Recuperação de - 100% da APP da Orla Lagunar UGP – Prefeitura de
1.500.000,00
Área Degradada – PRAD recuperada, no Bairro do Bom Maceió/Gerenciadora
Parto.

TOTAL R$ 2.480.000,00

652
CAPÍTULO 7 – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO DE
IMPÁCTO AMBIENTAL DO PROGRAMA DE
REQUALIFICAÇÃO URBANA DA ORLA LAGUNAR DE
MACEIÓ

Com relação aos aspectos socioeconômicos, a implantação do Programa de


Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió se apresenta como uma solução
socialmente adequada na busca pela melhoria da qualidade de vida da população
que mora na área diretamente afetada e nos núcleos circunvizinhos. O projeto
pretende dispor habitações adequadas para as famílias diretamente atingidas pelas
intervenções, beneficiando as populações que hoje residem em habitações pracárias
e em condições subnormais com moradias dignas e estruturadas.

O projeto apresentou soluções sociais que não são excludentes, prevendo locar o
maior número de famílias dentro da mesma área onde já habitam, disponibilizando
além das moradias um local com toda a infraestrutura de saneamento básico,
contemplando coleta de lixo, drenagem de águas pluviais, esgoamento sanitário e
abastecimento de água. O projeto também prevê a implantações de equipamentos
comunitários importantes, como áreas verdes, equipamentos esportivos,
educacionais e de saúde.

Indiretamento o projeto também irá beneficiar milhares de cidadãos que transitam


pela região e que sofrem com os constantes engarrafamentos no trânsito. Também
podemos destacar como impacto positivo, a circulação de dividendos,
princiaplmente na fase de construção.

Com relação aos aspectos legais, observando todo o arcabouço jurídico em vigência
apresentado, evidencia-se que o empreendimento proposto atende legalmente a
todos os dispositivos da legislação ambiental. Portanto, não há evidências de óbice
que inviabilize a sua implantação.

Com relação aos aspectos bióticos,apesar de alguns trechos com vegetação nativa
serem afetados, de uma forma geral, podemos considerar que o projeto também se
653
apresenta como uma solução para recuperação de uma área degradada, onde a
ação antrópica apresenta sua face mais cruel. Na maior parte das áreas que
sofrerão intervenções, o que podemos observar foram inúmeros impactos que
deverão se mitigados ou mesmo cessados com a implantação do Programa de
Requalificação Urbana sob análise, com destaque para a contaminação da lagoa por
efluentes sanitários domésticos, acumulo lixo, avanço de aterros clandestinos
provocando o assoreamento da lagoa e a retirada da vegetação natural. O projeto
prevê a recuperação dessas áreas, deixando uma área destinada a recuperação das
APPs, implantação de saneamento básico, fiscalização e monitoramento.

A análise ambiental também concluiu, de forma preliminar, que a implantação deste


empreendimento não trará danos significativos nem à fauna nem a flora, sendo
necessário o monitoramento durante a pós obra. Apesar de haver supressão de
vegetação, quando se faz um balanço entre as áreas destinadas a recupeção vs
áreas suprimidas, podemos concluir que projeto trará ganhos ambientais.

O Estudo de Avaliação dos Impactos Ambientais apontou claramente pela


viabilidade do Programa de Requalificação Urbana da Orla Lagunar de Maceió,
por preencher os requisitos da viabilidade socioambiental, e recomenda-se a
implantação do mesmo pelos expressivos ganhos que o Programa representa.

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