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Memorex Analista TJMS - Rodada 01

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Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
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ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4


DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 14
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 20
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 31
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 46
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 57
PROCESSO PENAL............................................................................................................. 69
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ............................................................................................ 82

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LÍNGUA PORTUGUESA

DICA 01
COMPREENSÃO E INTEPRETAÇÃO DE TEXTOS
Considera-se como sendo o elemento-chave para um bom resultado na prova de
Português dos concursos públicos. Isso porque, na maioria das vezes, a interpretação,
compreende mais da metade das questões cobradas pela Banca. Por isso, listamos
algumas dicas essenciais para você praticar durante a resolução de questões.
1. Leia todo o texto pausadamente;
2. Releia e marque todas as palavras que não sabe o significado, em seguida,
pesquise sobre ela, bem como seus sinônimos e antônimos;
3. Separe os parágrafos do texto e releia um a um fazendo um breve resumo, de
forma mais objetiva possível, pois na prova você não terá muito tempo.
4. Questione a forma usada pelo escritor no texto.

Ex.: Aqui é a linguagem.


DICA 02
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Compreensão: No caso de compreensão de texto, o leitor deve visualizar dentro do


texto e se limitar a responder as questões conforme aquilo que está explicitamente
escrito.

Exemplos de comandos de compreensão de texto:

De acordo com o texto...


Segundo o texto...
Na linha...

Interpretação: No caso de interpretação de texto, o leitor deve olhar para fora do


texto, uma vez que a interpretação vai além do texto.

Exemplos de comandos de interpretação de texto:

Interpreta-se...
Infere-se...

DICA 03
FORMAS TEXTUAIS - TIPOS TEXTUAIS X GÊNEROS TEXTUAIS

A tipologia textual é a classificação de um texto de acordo com as informações


que aparecem nele, considerando suas características internas.

Já, os gêneros textuais são a classificação de acordo com a relação entre a


função do texto na sociedade e as características internas desse texto.

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GÊNEROS TIPOS TEXTUAIS

Notícia Narrativo, Descritivo

Receita culinária Injuntivo

Bula de remédio Injuntivo, Descritivo

Reportagem Narrativo, Dissertativo

DICA 04
TIPO NARRATIVO

Na narração, o objetivo do autor é contar um fato, relatar acontecimentos (reais ou


imaginários).

Há a predominância de verbos no pretérito perfeito, mas poderá haver verbos no


presente, referindo-se ao passado (presente histórico).

Há evolução cronológica (antes e depois).

Existem duas características que ajudarão você a identificar um tipo narrativo:

Evolução cronológica: independentemente se o verbo está no passado ou no


presente.

Intenção do autor: contar uma história!


DICA 05
TIPO DESCRITIVO

Na descrição há características de uma pessoa, de um objeto, de uma paisagem,


de uma situação.

Há detalhamentos e simultaneidade.

Ex.: O amor estava de chambre azul, recostado no sofá cheio de almofadas


coloridas.

Existem duas características que ajudarão você a identificar um tipo descritivo:

Simultaneidade: não há antes e depois.

Intenção do autor: caracterizar pessoas, objetos, situações...


DICA 06
TIPO INJUNTIVO
O tipo injuntivo possui a finalidade de instruir e orientar o leitor. Desse modo é
utilizado verbo no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, com
indeterminação do sujeito.
Onde podemos encontrar textos injuntivos? Em manuais de instruções, receitas,
bulas, regulamentos, editais, códigos e leis.
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RESUMO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Verbo no imperativo;

Utilização de pronomes de tratamento e verbos modalizadores, como


“dever”, “ter que”, “precisar”.

Predominância da coordenação.

Sequências de instruções ou comandos.

DICA 07
TIPO EXPOSITIVO

O tipo expositivo tem por finalidade informar o leitor por meio da exposição de
ideias e razões de um tema específico.
Não há a intenção de convencer o leitor e é utilizada uma linguagem clara.
O intuito é simplesmente expor pontos de vista e conhecimento sobre o assunto.

Ex.: prova discursiva de Direito; artigo científico; reportagem.


DICA 08
TIPO EXPOSITIVO

O texto expositivo se estrutura assim:

Introdução: há a apresentação e contextualização do tema, com o relato do


objetivo do texto.
Desenvolvimento: há uma explicação clara e objetiva do assunto.

Conclusão: o assunto é reafirmado, com um resumo dos conteúdos apontados


durante o texto.
DICA 09
TIPO ARGUMENTATIVO

Possui o objetivo de persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese


defendida.

Ex.: manifestos, abaixo-assinados, artigos de opiniões.

A apresentação e defesa da tese são estruturadas por meio de uma introdução,


desenvolvimento e conclusão.
DICA 10
TIPO ARGUMENTATIVO
Na introdução: Há a apresentação da tese que será defendida sobre o tema escolhido.
A tese é apresentada de forma clara e objetiva, estando bem definida. Aqui, não é feita
argumentação da tese.

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No desenvolvimento: O autor explora todos os argumentos relacionados a sua tese,
apresentando os pontos positivos e os pontos negativos do tema. Poderá focar em um
argumento que queira sustentar. A linguagem precisa ser clara e coerente. Deve haver
uma sequência lógica. Há o uso de dados estatísticos, fatos comprovados, alusões
históricas...
Na conclusão: Há a retomada da tese inicial, a qual foi defendida pelos argumentos
apresentados no desenvolvimento. Pode apresentar soluções viáveis ou de propostas de
intervenção.
DICA 11
NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA ADEQUAÇÃO
Os níveis de linguagens, em suma, são as formas de comunicação, uma vez que podemos
interagir com as pessoas através de diversos tipos de níveis.
E, são níveis de linguagem:
Nível 1: Norma culta/padrão.
Nível 2: Linguagem coloquial/informal/popular.
Nível 3: Linguagem regional/regionalismo.
Nível 4: Gírias.
Nível 5: Linguagem vulgar.
A interação verbal entre os sujeitos é possível por meio de palavras, podendo ser
realizada por meio da fala ou da escrita. Assim, os níveis de linguagem permitem que os
falantes escolham a forma mais adequada para que possam compreender, bem como
serem compreendidos.
DICA 12
NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA ADEQUAÇÃO - NORMA CULTA/PADRÃO – NÍVEL 01
Para sua prova, é importante que você saiba cada nível de linguagem, assim, vejamos:
NÍVEL 01 - NORMA CULTA/PADRÃO
Como sabemos, cada língua possui sua estrutura, bem como conjunto de regras, as
quais permitem o funcionamento dos elementos linguísticos.
E, esse conjunto de regra é denominado de gramática normativa.
Utilizar a norma culta da língua portuguesa, por exemplo, não significa comunicar-se
de maneira difícil e rebuscada, ainda que a língua padrão seja tenha um prestigio
cultural e status social.
Esse é o nível de linguagem é o ensinado nas escolas, nos manuais didáticos, cartilhas e
dicionários das línguas etc.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV.
A norma culta é respeitada nas frases a seguir, à exceção de uma.
Assinale-a.
Alternativas

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a) "Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez,
cheguei em casa e bati na minha máquina".
b) "Sabendo que ela aguentaria sem reclamar, como sempre, a pobrezinha".
c) "Outra coisa: ele é mais inteligente que você".
d) "Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe".
e) "Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não
vale com ele".
Gabarito: Alternativa A.
Comentário: Isso pois, a frase contida na alternativa A, deveria estar da seguinte
forma: “Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira
vez, cheguei em à casa...”.

DICA 13
NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA ADEQUAÇÃO - LINGUAGEM
COLOQUIAL/INFORMAL/POPULAR – NÍVEL 02
A linguagem coloquial é a mais utilizada no dia a dia, uma vez que é caracterizada
como sendo espontânea e corriqueira pelos falantes. Esse tipo e linguagem não segue a
rigor todas as regras de gramática normativa, sendo isso, uma grande diferença em
relação ao nível 01 (norma culta), uma vez que esse exige a os padrões formais.
Observe-se que, ao utilizar a linguagem coloquial, o falante preocupa-se em transmitir
o conteúdo da mensagem em si, não se importando para de que forma isso é estruturado.
Lembre-se que usamos esse nível de linguagem, de maneira geral, nas situações
comunicativas mais informais, ou seja, nos diálogos entre amigos, familiares etc.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO, FGV.
Assinale a frase em que a estrutura comparativa obedece a um modelo mais coloquial.
Alternativas
a) "Admitir que há guerras justas é o mesmo que admitir a existência de injustiças
justas." (Carlos D. de Andrade)
b) "Seja como o sândalo que perfuma o machado que o corta." (Buda)
c) A solução do governo para um problema é geralmente tão ruim quanto o
problema." (Milton Friedman)
d) "Capitalismo sem falência é como o Cristianismo sem inferno." (Frank Borman)
e) "Felicidade é tipo um beijo: você deve compartilhar para aproveitá-lo." (B.
Meltzer)
Gabarito: Alternativa E.
Comentário: Isso porque, a assertiva contém a palavra “tipo”, muito comum na
linguagem coloquial.

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DICA 14
NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA ADEQUAÇÃO - LINGUAGEM REGIONAL/
REGIONALISMO – NÍVEL 03
Esse tipo de linguagem é o mais fácil de identificar, uma vez que se caracteriza como
sendo as variações ocorridas, principalmente na fala, nas mais variadas comunidades
linguísticas. As variações também são chamadas de dialetos.
O Brasil, é um grande exemplo desse nível de linguagem, uma vez que apresenta uma
variedade de regionalismos na fala dos usuários de cada canto o País.

Vejamos alguns exemplos:

A palavra Pão, no Rio Grande do Sul é chamada de “cacetinho”;


Já, no Ceará, a palavra Pão é comumente substituída por “carioquinha”;
No interior no Nordeste Pão é chamado de “pão agundo”;
Já, na região Norte do País, é chamado de “carequinha”.
Nesse mesmo sentido, temos a palavra Mandioca, que, a depender da região do País,
é chamada de: macaxeira, aipim, uaipi...

DICA 15
NÍVEIS DE LINGUAGEM E SUA ADEQUAÇÃO - GÍRIA E LINGUAGEM VULGAR –
NÍVEIS 04 E 05

As gírias são um estilo de linguagem que estão associadas linguagem


coloquial/popular servindo como uma forma expressão cotidiana.
Elas estão relacionadas ao cotidiano de certos grupos sociais, sendo utilizadas durante um
tempo por um certo grupo de usuários, sendo depois substituídas por outras, uma vez que
os usuários mudam de gerações para gerações.

Por exemplo, uma gíria muito utilizada nas décadas de 80 e 90 foi: de “chuchu, beleza”,
contudo, hoje não mais a utilizado muito, uma vez que foram substituídas por outras.
Por sua vez, a linguagem vulgar caracteriza-se como sendo uma oposição à linguagem
culta/padrão, uma vez que suas estruturas não obedecem às regras ou normas de
funcionamento. Assim, podemos resumir a linguagem popular como sendo os vícios de
linguagem.

Veja alguns exemplos bastante recorrentes em nossa língua:

“Nóis vai”;

“Pra mim ir”;

“Vamo ir”.

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DICA 16
ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES - SUBSTITUIÇÃO

A reescrita de frases pode ocorrer por substituição de:

Substantivo por verbo:

Ex.: Maria exigiu o esforço dos alunos.


Maria exigiu que os alunos se esforçassem.

Verbo por substantivo:

Ex.: Espero que se resolva a situação.


Espero a resolução da situação.

Voz verbal:

Ex.: Pode-se visualizar isso.


Isso pode ser visualizado.

Antônimos:

Ex.: O cachorro estava desanimado.


O cachorro não estava animado.

Sinônimos:

Ex.: Muitas meninas moram naquela casa.


Várias gurias residem naquele domicílio.
Gurias = muito falado no Estado do RS.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2021.


“Muita sabedoria unida a uma santidade moderada é preferível a muita santidade com
pouca sabedoria.” Santo Inácio de Loyola.
Essa frase pode ser reescrita, mantendo-se o sentido original e sua correção
gramatical tradicional, da seguinte forma:
a) É preferível a muita santidade com pouca sabedoria do que muita sabedoria unida a
uma santidade moderada.
b) Deve-se preferir muita sabedoria unida a uma santidade moderada do que muita
santidade com pouca sabedoria.
c) Muita santidade com pouca sabedoria é preferível a muita sabedoria unida a uma
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santidade moderada.
d) É preferível muita sabedoria unida a uma santidade moderada a muita santidade
com pouca sabedoria.
e) Uma santidade moderada unida a muita sabedoria é preferível do que pouca
sabedoria unida a muita santidade.
Gabarito: Alternativa d.

DICA 17
SUBSTITUIÇÃO E DESLOCAMENTO

A reescrita de frases pode ocorrer por substituição de:

Conectivos do mesmo valor semântico:

Ex.: Então, foi passear no shopping.


Assim sendo, foi passear no shopping.

Tempo verbal:

Ex.: Em 1945 ocorreu o fim da Segunda Guerra Mundial.


Em 1945 ocorre o fim da Segunda Guerra Mundial.

Tempo composto:

Ex.: Estudara tanto que passou na prova.


Tinha estudado tanto que passou na prova.

Discurso:

Ex.: Nós viajaremos amanhã. (DIRETO)


Eles disseram que viajariam no dia seguinte. (INDIRETO)

Reescrita de frases por deslocamento: A banca FGV cobra esse assunto deslocando
algum vocábulo da frase e perguntando se essa mudança altera ou não o sentido
original da frase.

Veja esse exemplo:


“A ética só se põe no mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.”

Sentido original da frase → A ética só (apenas) se coloca...

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“Só a ética se põe no mundo da liberdade, da escolha entre ações humanas avaliadas.”

Sentido → Só (apenas a ética e mais nada) a ética se coloca...


Então, se o “só” for deslocado para o início da frase, haverá mudança no sentido
original da frase.
DICA 18
ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES - DESLOCAMENTO
Uma simples palavra pode modificar todo o sentido de uma frase. Isso ocorre, por
exemplo, quando empregamos a palavra “só” ou seus sinônimos "somente" e "apenas".

Vejamos:

Só João alugou a casa de praia.


João só alugou a casa de praia.
João alugou só a casa de praia.

Aqui, é fácil perceber que as diferentes posições da palavra "só" conduzem a


interpretações diversas.
No primeiro caso, o predicado "alugou a casa de praia" refere-se apenas a João, não a
outra pessoa. Assim, a palavra "só" excluiu a possibilidade de quaisquer outras pessoas
terem alugado a casa.
Já, na segunda assertiva, a palavra "só" restringiu-se ao verbo, fazendo pressupor
novas oposições, uma vez que, ao dizer que "só alugou", deixa subentendido, que não
vendeu a casa.
Por fim, na terceira assertiva, "só" restringe o sintagma "casa de praia", deixando
subtendido que que João poderia ter alugado outra propriedade, talvez uma casa de
campo, mas não o fez.
DICA 19

ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES


O tema de estruturação de frases é muito cobrado em prova, uma vez que as bancas
exigem dos candidatos o entendimento de que uma mudança de palavra na frase, pode
alterar todo o seu significado.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2021.


Todas as frases abaixo se iniciam por um termo preposicionado; a frase modificada,
de forma a suprimir esse termo, que altera o sentido da frase original é:
Alternativas
a) Neste jornal há notícias apavorantes / Este jornal publica notícias apavorantes;

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b) Em sua irritação, disse coisas inconvenientes / Sua irritação levou-o a dizer coisas
inconvenientes;
c) Em suas cartas, revela-se toda a sua generosidade / Suas cartas comprovam toda
a sua generosidade;
d) Numa gruta, achamos abrigo durante a tempestade / A gruta protegeu-nos
durante a tempestade;
e) Nesta região, há cinco povoados importantes / Esta região compõe-se de cinco
povoados importantes.
Gabarito: Alternativa E. Isso porquanto, ao dizermos que “nesta região...”, entende-
se que existem outros povoados, mas que somente cinco deles são importantes. E, ao
mudar a estrutura da frase, dizendo que “Esta região...”, entende-se que temos um
valor restritivo indicando que nesta região apenas existem cinco povoados.

DICA 20
ESTRUTURAÇÃO DAS FRASES EM COMPONENTES - MODIFICAÇÃO
Nas Língua Portuguesa, as palavras ou expressões que estabelecem uma relação de
modificação de uma frase são chamadas de modificadores.
E, os principais modificadores são:

Adjetivos;

Advérbios.

Ex.: as bolas vermelhas e as douradas foram colocadas na árvore.


Veja-se que os adjetivos vermelhas e douradas modificam o sentido do substantivo
“bola”, especificando e caracterizando as bolas que foram colocadas na árvore, assim, não
são quaisquer bolas, são as vermelhas e as douradas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 21
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O artigo 2º, da CF/88 dispõe, expressamente, sobre a separação de poderes. Trata-se


de doutrina nascida na obra “Espírito das Leis” de Montesquieu. Segundo preconiza o
dispositivo em apreço, são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Judiciário, o Executivo e o Legislativo.

Administração Direta (Entes Políticos): União, Estados, Distrito Federal e


Municípios.

Administração Indireta (Entes Administrativos): Autarquia, Sociedade de


Economia Mista, Fundação Pública e Empresa Pública.

Quanto à criação das entidades da Administração Indireta, a CF/88, nos incisos XIX e XX,
do artigo 37, dispõe que somente por lei (ordinária) poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e
de fundação, cabendo à lei complementar, no caso da fundação, definir as áreas de sua
atuação.

Nota-se que a lei ordinária cria (direto) a autarquia e autoriza a criação dos demais
entes administrativos. Resumindo:

LEI CRIA autarquias

AUTORIZA a criação dos demais entes federativos

DICA 22
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública é o conjunto de órgãos e entidades que integram a estrutura


administrativa do Estado, com o objetivo de efetivar a vontade política para cumprimento
do interesse público.

O Governo decide qual política adotar e a máquina pública (Administração Pública)


executa o rumo adotado.

Sentido material/objetivo: é a atividade estatal exercida sob um regime jurídico,


por meio de serviço público, polícia administrativa, fomento à iniciativa privada ou
intervenção.

Sentido formal/subjetivo: são os sujeitos que atuam em nome da Administração


Pública, se dividindo em Administração Pública Direta (entes da federação) e
Administração Pública Indireta (órgãos e entidades).

PRINCÍPIOS QUE REGEM O REGIME JURÍDICO:

SUPREMACIA DO O interesse público prevalece em


INTERESSE detrimento dos interesses particular, por
PÚBLICO exemplo, a desapropriação.
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Voltado à atuação do administrador, posto


que este deve exercer suas funções sempre
INDISPONIBILIDADE DO
buscando garantir o interesse público, não
INTERESSE PÚBLICO
devendo desistir dos feitos ou dispor de
suas prerrogativas.

DICA 23
CENTRALIZAÇÃO, DESCONCENTRAÇÃO, CONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
Na administração direta, os entes praticam as atividades através de órgãos, de forma
centralizada, desconcentrada, concentrada e descentralizada.

Centralização: Na centralização a pessoa política (União, Estados, DF ou Municípios)


pratica suas atividades por meio de seus órgãos, realizado diretamente a atividade
administrativa, sem interferência de outra entidade.

Desconcentração: Na desconcentração há uma distribuição interna de competência,


dentro da mesma pessoa jurídica.
Há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor hierarquia ficam subordinados aos
seus superiores.

Concentração: A concentração ocorre quando um único órgão desempenha todas


as funções do ente político, sem divisão com órgãos menores.

Descentralização: A atividade é prestada por pessoa diversa. O Estado resolve


repassar a atividade para outra pessoa executar em seu lugar.

Ex: concessão, permissão ou autorização para execução de um serviço público para


empresas particulares, através de contratos, precedidos de licitação.
DICA 24
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A administração direta é composta pelos entes públicos (União, Estados, DF e Municípios)
e seus órgãos ( Ex: Ministérios, Secretarias, etc.).
Os órgãos que compõe a administração direta não possuem personalidade jurídica.
DICA 25
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A administração indireta é composta por pessoas jurídicas, com personalidade


jurídica:

Autarquias;
Fundações;
Empresas Públicas;
Sociedades de Economia Mista;
As pessoas jurídicas que se enquadram na administração indireta necessitam de lei para
sua existência.

Autarquia – criada por lei – A publicação de lei cria a autarquia.


A autarquia possuí personalidade jurídica de direito público.
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Empresa Pública ( Ex: Caixa Federal) e Sociedade de Economia Mista ( Ex:
Banco do Brasil) são autorizadas por lei, necessitando do registro de seu ato
constitutivo nos órgãos responsáveis para que ganhem vida.
EP / SEM – Possuem personalidade jurídica de direito privado.

Fundação Pública - são autorizadas por lei e lei complementar deverá definir suas
áreas de atuação.
Fundação – personalidade jurídica pode ser de direito público ou de direito privado.
Se público é criada por lei como a autarquia; Se privado, é autorizada por lei como
EP/SEM, devendo ser registrada para ganhar vida.
DICA 26
DIFERENÇAS: EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA

DIFERENÇAS

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Pessoas jurídicas de direito privado. Pessoas jurídicas de direito privado.

Criadas mediante autorização legal Criadas mediante autorização legal

Capital exclusivamente público Capital público e privado (o poder


público detém a maioria do capital
votante).

Prestação de serviço público ou exploração Prestação de serviço público ou


de atividade econômica. exploração de atividade econômica.

Qualquer forma de organização empresarial Sob a forma de sociedade anônima

Foro Federal (apenas empresa pública Foro comum


federal)

DICA 27
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Estão previstos no caput do artigo 37, são eles:

L egalidade

I mpessoalidade

M oralidade “L I M P E”

P ublicidade

E ficiência

Esses princípios balizam a atuação de toda Administração Pública, seja Direta (União,
Estados, Distrito Federal e Munícipios) ou Indireta (autarquia, fundação pública,
sociedade de economia mista e empresa pública) dos três Poderes (Judiciário, Executivo e
Legislativo).

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DICA 28
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Trata-se de expoente máximo do Estado Democrático de Direito. Traduz a submissão do


Poder Público à lei. Ou seja, a Administração deve atuar de acordo com o que preconiza a
lei.

O princípio da legalidade possui dupla acepção, uma que diz respeito à Administração
Pública e outra aos particulares, vejamos:

Particulares: é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe.

Administração pública: pode fazer apenas o que a lei determina (ato vinculado) ou
autoriza (ato discricionário).

Fique atento!

Em que pese ser o expoente máximo do Estado Democrático de Direito, o princípio da


legalidade, excepcionalmente, pode ser relativizado, permitindo que o Poder Público ladeie
às disposições legais. Nos casos de decretação do estado de defesa e de sítio; e de
edição de medida provisória, o Chefe do Poder Executivo detém maior liberdade de
atuação.

é o conhecido “poder discricionário”, possuindo assim o agente maior liberdade quando


da prática do ato.

DICA 29
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

É conhecido também como princípio da isonomia e princípio da finalidade.

Possui 03 acepções, vejamos:

Finalidade: a finalidade precípua da Administração Pública é buscar satisfazer o


interesse público. Caso o ato seja praticado com finalidade distinta a essa, restará NULO
por desvio de finalidade.

Em sentido amplo, o princípio da impessoalidade busca o atendimento do


interesse público. Já em sentido estrito, visa atender a finalidade específica
prevista em lei para o ato administrativo.

Vedação à promoção pessoal: não é permitido ao agente público se valer de


realizações da Administração Pública como se fossem próprias. Assim, é vedado, por
exemplo, constar símbolo de partido político em obra pública. Trata-se essa, inclusive, de
proibição expressamente prevista no parágrafo 1º, do artigo 37, da CF/88.

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos


públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

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Isonomia: a Administração Pública deve se relacionar com os particulares de forma
imparcial.

DICA 30
PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Impõe aos agentes públicos o dever de atuar de forma honesta. Sua atuação dever
pautar-se pelos princípios da boa-fé e probidade.

A ação popular, prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é instrumento de controle da


moralidade administrativa.

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência

DICA 31
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Atente-se que, caso o agente público atue em dissonância aos princípios da


Administração Pública, poderá ter como sanção, a suspensão dos direitos
políticos; perda da função pública; indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário.

o parágrafo 4º, do artigo 37.

DICA 32
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Trata-se do dever de transparência na atuação pública.

Possui dupla acepção:

Requisito de eficácia dos atos administrativos;

Transparência da atuação administrativa, de forma a possibilitar o controle pelos


administrados.

O princípio da publicidade não é absoluto, encontra limites no direito à inviolabilidade


da intimidade e da vida privada; e as informações indispensáveis à segurança do Estado e
da Sociedade.

DICA 33
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

Foi introduzido na CF/88 a partir da EC nº. 19/98. Com o advento da emenda citada,
passou-se do modelo de administração burocrática para o de administração gerencial.

O agente público deve conjugar a busca da melhoria da qualidade dos serviços públicos
com a racionalidade dos gastos públicos.
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Princípio da economicidade: em síntese, ordena que seja feita avaliação do custo e
benefício dos gastos públicos.

DICA 34
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA - DOS ÓRGÃOS - CLASSIFICAÇÃO

Quanto à posição estatal - cai bastante nas provas - os órgãos podem ser:
independentes, autônomos, superiores e subalternos.

- Independentes

- Autônomos
Os órgãos podem ser: - Superiores

- Subalternos

DICA 35
ÓRGÃOS INDEPENDENTES

Os órgãos independentes são os originários da Constituição de 1988 e


representativos dos poderes do Estado, de modo que não possuem qualquer
subordinação hierárquica ou funcional.

Também são chamados de órgãos primários do Estado, pois exercem as funções


outorgadas diretamente pela Constituição Federal.

Ex.: Chefias do Executivo - Presidência da República.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 36
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA

A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e


Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:

Soberania; Mnemônico:
Cidadania;
SO-CI-DI-VA-PLU
Dignidade da pessoa humana;

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Pluralismo político.
Fique atento!
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição Federal.

QUESTÃO ADAPTADA
A respeito do tema poderes do Estado, é CORRETO afirmar que
(a) emanam das Forças Armadas.
(b) emanam do povo.
(c) pertencem às autoridades que o exercem.
(d) somente podem ser exercidos pelo povo indiretamente, através de representantes
eleitos.
Gabarito: Alternativa B.
Comentário: No caso dessa questão, o candidato deveria saber que, segundo o artigo
1º, parágrafo único, da Constituição de 1988, todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
Desse modo, por eliminação seria possível encontrar a resposta da questão.

INDEPENDÊNCIA E HARMONIA DOS PODERES


São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
DICA 37
OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

Construir uma sociedade livre, justa e solidária;

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Garantir o desenvolvimento nacional;

Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e


regionais;

Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Dica: Fique atento aos verbos. Vale dizer, são normas de eficácia limitada
definidoras de princípios programáticos.
DICA 38
PRINCÍPIOS DE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos


seguintes princípios:

Independência nacional;

Prevalência dos direitos humanos;

Autodeterminação dos povos;

Não-intervenção;

Igualdade entre os Estados;

Defesa da paz;

Solução pacífica dos conflitos;

Repúdio ao terrorismo e ao racismo;

Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

Concessão de asilo político.


Fique atento!
A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.
DICA 39
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Normas de eficácia Plena: são aquelas que produzem desde logo todos os efeitos
jurídicos. Como por exemplo, o artigo 2º, da CF/88.

Normas de eficácia Contida: são aquelas que produzem desde logo todos os efeitos,
mas podem sofrer algum tipo de restrição da própria Constituição, quanto de leis
infraconstitucionais. É o caso do artigo 5º, inciso XIII, da CF/88, que condiciona o direito
ao livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão às qualificações que a lei
estabelecer.

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Normas de eficácia Limitada: para que produzam efeito é necessário haver alguma
regulamentação. É o caso da possibilidade de realização de greve por parte dos servidores
públicos.
DICA 40
DIREITOS FUNDAMENTAIS - CARACTERÍSTICAS

Primeiro, destaca-se que não existe direito fundamental absoluto, assim podemos dizer
que uma das características é a RELATIVIDADE (a mais cobrada em provas!!)
Quando um direito fundamental é alcançado, NÃO pode haver a supressão ou extinção
desse direito. Trata-se do chamado “efeito cliquet” ou proibição do retrocesso.

Outras características:

Indivisibilidade: os direitos fundamentais não considerados individualmente fazem


parte de um sistema harmônico;

Universalidade: os direitos fundamentais são conferidos a todos;

Historicidade: os direitos fundamentais não derivam de um fato isolado. Surgem de


um contexto histórico.

Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser alienados, quer dizer, não
podem ser negociados e nem suprimidos por vontade de seu titular;

Imprescritíveis: os direitos fundamentais não se perdem com o tempo, ou seja, não


se opera os efeitos da prescrição;

Irrenunciabilidade: o titular tem o poder de escolher se exerce ou não o direito,


contudo, não é possível a sua renúncia;

Complementaridade: os direitos fundamentais se complementam entre si, formando


um sistema único;

Concorrente: é plenamente possível o titular exercer mais de um direito fundamental


de uma vez;

Efetividade: é dever do Poder Público materializar, concretizar os direitos


fundamentais.
DICA 41
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

O artigo 5º da Constituição Federal prevê 05 (cinco) direitos fundamentais, a saber:


direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. É importante
decorar esses direitos, pois esse tema é sempre cobrado pela Banca.
O entendimento é de que esses direitos são estendidos à todos que se encontrem em
território nacional, e não somente aos brasileiros e estrangeiros residentes no país.
Não somente as pessoas físicas encontram-se tuteladas, as pessoas jurídicas e o
próprio Estado encontram-se sob a égide desses direitos.

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DICA 42
DIREITO À VIDA

O direito à vida compreende a extrauterina e a intrauterina.


Nota-se que nem o direito à vida é absoluto. No Brasil, em caso de guerra declarada,
admite-se a pena de morte. O aborto, por sua vez, é permitido em casos excepcionais.

Aborto terapêutico ou necessário: ocorre quando o médico interrompe a gravidez


quando não há outra forma de salvar a vida da gestante.

Aborto sentimental ou humanitário: é a interrupção da gravidez praticada por


médico nos casos de estupro, desde que haja autorização da gestante ou de seu
representante legal quando a gestante dor menor de 18 anos.

Aborto eugenésico ou eugênico: É aquele realizado para evitar o nascimento de


uma criança com grave deformidade genética.
DICA 43
PRÍNCIPIO DA IGUALDADE

A CF/88 preconiza que todos são iguais perante a lei (caput), bem como homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações (inciso I).

A igualdade tem dupla acepção, MATERIAL e FORMAL:

MATERIAL: trata-se da igualdade de fato. É o tratar igualmente os iguais e os


desiguais de forma desigual, na medida de sua desigualdade. É aqui que se encontra o
fundamento para as ações afirmativas;

FORMAL: é a igualdade perante a lei. É dizer, todos os seres humanos são tratados de
igual forma, sem levar em consideração suas especificidades.
DICA 44
IGUALDADE/ISONOMIA

O principal dispositivo constitucional sobre o direito de liberdade é o art. 5º, inciso I, da


CF, que assim dispõe: “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
termos desta Constituição”.
O objetivo deste dispositivo não é somente garantir a igualdade formal, mas
principalmente a igualdade material ou substancial.
A igualdade formal busca tratar todos os indivíduos da mesma maneira, garantindo-se
os mesmos direitos e deveres. Contudo, a igualdade material busca o mesmo
tratamento igualitário, com a observação de que todos devem ser tratados de maneira
igual, na medida das suas desigualdades.
Nesse sentido, a própria Constituição em algumas situações já materializa a igualdade
material ou substancial, como no art. 5º, inciso L, da CF: “às presidiárias serão
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação”.
Com base também no princípio da igualdade material é que se legitima as chamadas
ações afirmativas, que representam medidas de compensação para grupos com

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realidade histórica de marginalização ou discriminação. São exemplos de ações
afirmativas: Cotas raciais, PROUNI e a lei maria da penha.

JURISPRUDÊNCIA

A lei que veda o exercício da atividade de advocacia por aqueles que desempenham,
direta ou indiretamente, atividade policial, não afronta o princípio da isonomia. STF.
Plenário. ADI 3541/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/2/2014 (Info 735).

DICA 45
PRÍNCIPIO DA LEGALIDADE

Segundo o inciso II, do artigo 5º, da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.
Por não existir direito fundamental absoluto, a legalidade pode ser afastada nos casos de
legalidade extraordinária, quais sejam, estado de sítio (artigo 137, CF/88) e estado de
defesa (artigo 136, CF/88).
O princípio da legalidade tem duas acepções, uma diz respeito ao particular e a outra à
Administração. O primeiro é permitido fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Já o
segundo pode fazer somente o que a lei permite.
DICA 46
PRÍNCIPIO DA LEGALIDADE

O princípio da reserva legal impõe a necessidade de que determinadas matérias sejam


disciplinadas por LEI FORMAL, ou seja, aquelas espécies normativas encontradas no
artigo 59, da CF/88. O princípio da legalidade, por sua vez, traduz a necessidade de
obediência à lei em SENTIDO AMPLO.
A expressão “lei” deve ser interpretada em sentido amplo, de modo que a legalidade
abranja todas as espécies normativas previstas no artigo 59, da CF/88, decreto autônomo
(artigo 84, inciso VI, da CF/88), os regimentos internos dos tribunais, as resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral e resoluções do Conselho Nacional de Justiça.

A reserva legal pode ser classificada em:

Absoluta: a norma constitucional necessita lei formal para sua regulamentação.

Relativa: em que pese a necessidade de lei formal, é possível a edição de espécies


infralegais para regulamentação da norma constitucional.
O princípio da irretroatividade das leis preconiza que a lei penal NÃO retroagirá,
exceto em benefício do réu.

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DICA 47
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)

Segundo o inciso IV, do artigo 5º, é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO
o anonimato.
A vedação do anonimato garante a responsabilização de quem causou danos a terceiros
ao exercer a livre manifestação do pensamento.
A livre manifestação de pensamento não é absoluta, sendo proibido qualquer discurso de
ódio, inclusive a incitação ao racismo.
DICA 48
LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA

Nos termos da Constituição (art. 5º), é assegurado:


VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, SALVO se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um país leigo, laico ou não confessional, o que significa a separação oficial
entre o Estado e a religião. Assim, o Estado não permite a interferência de correntes
religiosas em assuntos estatais.

JURISPRUDÊNCIA

A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e


bibliotecas públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à
liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. STF.
Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).

É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que,


registrada em órgão de vigilância sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa
Nacional de Imunizações ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória determinada em lei ou
(iii) seja objeto de determinação da União, estado, Distrito Federal ou município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à
liberdade de consciência e de convicção filosófica dos pais ou responsáveis,
nem tampouco ao poder familiar. STF. Plenário. ARE 1267879/SP, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 16 e 17/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 1103)
(Info 1003).

É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade


religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz
africana. STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.
Min. Edson Fachin, julgado em 28/3/2019 (Info 935).

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CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º).
[...] O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas
escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim
ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade
do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o
cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública, em igualdade
de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante
requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser
permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno
exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os
princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente
credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer
ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe
que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas
ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se
garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI
4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).

JURISPRUDÊNCIA

“[...] nos termos do artigo 5.o, VIII, da Constituição Federal é possível a


realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos
previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivo de
crença religiosa, desde que presentes a razoabilidade da alteração, a
preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarrete ônus
desproporcional à Administração Pública, que deverá decidir de maneira
fundamentada” (RE 611.874, j. 26.11.2020).

DICA 49
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, DE CONSCIÊNCIA E DE
EXPRESSÃO (INCS. IV, V e IX)

É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano


material, moral ou à imagem.
Esquematizando:
Aplica-se a pessoas físicas e pessoas jurídicas.

É proporcional ao agravo.
DIREITO DE RESPOSTA

Pode ser acumulado com indenização por dano


material, moral ou à imagem.

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DICA 50
SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA E COMUNICAÇÕES

A Constituição Federal dispõe que:

“É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e


das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e
na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal.”
A inviolabilidade de sigilo abrange quatro situações: correspondências, comunicações
telegráficas, comunicações de dados e comunicações telefônicas.
O próprio dispositivo da Constituição excepciona a regra, ao afirmar que o sigilo das
comunicações telefônicas pode sofrer restrição por ordem judicial para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal, nos termos da lei.

ATENÇÃO!

A exceção que a Constituição Federal traz corresponde apenas a comunicações


telefônicas.

O fato de a Constituição Federal trazer apenas exceção quanto às comunicações


telefônicas, NÃO significa que as outras inviolabilidades são ABSOLUTAS, pois NÃO
existem direitos fundamentais absolutos.
A título de exemplo, as inviolabilidades de correspondência e de comunicações telegráficas
podem ser restringidas nas hipóteses de decretação de estado de defesa e de sítio (art.
136, §1º, inciso I; e art. 139, inciso III, ambos da CF).
DICA 51
LIBERDADE DE REUNIÃO
A liberdade de reunião é uma previsão constitucional (art. 5º, inciso XVI). Veja só:
“XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;”

Ao analisar esse direito fundamental, extrai-se os seguintes requisitos:

Reunião pacífica;

Sem armas;

Em locais abertos ao público – o que não veda a realização de reuniões em espaços


privados;

Independentemente de autorização;

Não frustrem outra reunião marcada anteriormente para o mesmo local;

Exige-se prévio aviso.

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JURISPRUDÊNCIA

O PRÉVIO AVISO, segundo a jurisprudência do STF, não exige uma comunicação


formal, pois “eventual ausência de prévio aviso para o exercício do direito de
reunião não transforma a manifestação em ato ilícito e que o Poder Público pode
legitimamente impedir o bloqueio integral de via pública para assegurar o direito de
locomoção de todos” (Notícias STF de 19.12.2018).

Como os demais direitos fundamentais, o direito de reunião NÃO É ABSOLUTO e pode


ser restringido na vigência de estado de defesa (art. 136, § 1.o, I, “a”) e de estado de
sítio (art. 139, IV).
DICA 52
DIREITO DE REUNIÃO

É importante destacar:

ATENÇÃO!

Não confundir prévio AVISO com prévia AUTORIZAÇÃO.

ATENÇÃO!

Sobre o requisito do AVISO, o STF, através do Recurso Especial n° 806339/SE,


cujo Relator foi o Ministro Marco Aurélio, já entendeu que tal aviso seja cumprido, não
há nenhum tipo de forma pré estabelecida, bastando apenas que chegue o
conhecimento da reunião ao Poder Público. A saber: “A exigência constitucional de
aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê
de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local”. STF.
Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Edson
Fachin, julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – Tema 855) (Info 1003).

Um grande exemplo desse aviso (sem nenhuma forma em si), com base no
entendimento firmado pelo STF, seria uma reunião agendada e amplamente divulgada
através das redes sociais, as quais, a maioria da sociedade tem acesso. Assim, dada a alta
veiculação, obviamente, o Poder Público teria conhecimento.

E AGORA? O QUE EU RESPONDO SE A BANCA COBRAR O TEMA? Sobre isso,


redobre a atenção! Caso a Banca cobre a literalidade da Constituição, precisa apenas que
haja o aviso prévio (sem especificar de que maneira). Entretanto, caso a banca cobre o
recente entendimento jurisprudencial, o aviso não precisa ser necessariamente formal,
bastando apenas que, de alguma forma, chegue ao conhecimento do Poder
Público.

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DICA 53
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO

Segundo o inciso XV, do art. 5º, é livre a locomoção no território nacional em tempo de
paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens.
Durante a excepcionalidade do estado de sítio, defesa ou intervenção federal, o direito de
liberdade de locomoção pode ser cerceado.
Qualquer pessoa, brasileiro ou estrangeiro, pode transitar livremente pelo território
nacional com seus bens.
O “habeas corpus” é o remédio adequado para combater cerceamento ilegais do direito da
liberdade de locomoção.
DICA 54
PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Presunção de inocência ou presunção de não culpabilidade – tem o objetivo de


evitar condenações criminais precipitadas.

JURISPRUDÊNCIA

Quanto a este tema, importante ressaltar a orientação atual do STF quanto à


execução provisória da pena. Atualmente, o STF NÃO admite a execução
provisória da pena, uma vez que o cumprimento da pena somente pode ter início
com o esgotamento de todos os recursos.
Sobre concursos públicos, o STF também tem jurisprudência pacificada, no sentido
de que “Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é
legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação
de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou a ação penal.”.
(STF – RE 560.900/DF - Tema 22 - Tese).

Crimes inafiançáveis e imprescritíveis – Racismo e Ação de grupos armados contra


a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Para lembrar, basta pensar na RAÇÃO (Racismo e Ação de grupos armados).

CRIMES INAFIANÇÁVEIS E INSUSCETÍVEIS DE GRAÇA OU ANISTIA.

Utiliza-se a sigla 3TH:

3T T Tortura

T Tráfico de drogas

T Terrorismo

H H Crimes Hediondos

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DICA 55
LIBERDADE DE PENSAMENTO

Sobre este direito fundamental, encontramos referência no art. 5º, incisos IV, IX e XIV,
da CF:

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da


fonte, quando necessário ao exercício profissional

Se de um lado o Estado garante a liberdade de pensamento, de outro responsabiliza


quem exerce tal direito de forma abusiva. Nesse sentido, segue a previsão do art. 5º,
inciso V, da CF: “é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem”

A liberdade de pensamento é frequentemente analisada pelo STF quando colide


com outros direitos fundamentais. Vejamos as principais decisões do STF sobre o
tema:

Constitucionalidade das manifestações em prol da legalização da maconha


(ADPF 187, DJe de 29.05.2014);

Desnecessidade do diploma para exercício do jornalismo (RE 511.961);

A classificação indicativa das diversões públicas e programas de rádio e TV devem


ter natureza meramente indicativa, não se confundindo com licença prévia (ADI 2.404).

ATENÇÃO!

A liberdade de expressão NÃO abrange os chamados “discursos de ódio”


(manifestações de ódio, desprezo ou intolerância contra determinados grupos,
vinculados a questões de etnia, religião, gênero, deficiência, orientação sexual etc.).

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DIREITO CIVIL
DICA 56

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO (LINDB)


A LINDB é estudada no âmbito do Direito Civil, mas a sua aplicação vai muito além dele,
abrangendo assim os mais variados ramos do direito: tributário, civil, empresarial, penal
etc.
Essa lei foi recepcionada como Lei Ordinária e podemos chamá-la de norma de
sobredireito, tendo em vista seu caráter introdutório, que disciplina princípios,
aplicação, vigência, interpretação e integração, itens relacionados a todo o direito e não
somente ao Código Civil.

Para uma lei ser criada há um procedimento próprio que está definido na
Constituição Federal (Processo Legislativo) e que envolve outras etapas como:

→ a tramitação no legislativo;

→ a sanção pelo executivo;

→ a sua promulgação e por último;

→ a publicação.

Destaca-se que é a partir da publicação que a LINDB começa a ser aplicada.


Quando uma Lei tem vigência, significa dizer que ela tem força obrigatória, tem
executoriedade, que já pode produzir efeitos para os casos concretos nela previstos. Como
se a lei fosse um ser vivo e que, enquanto vigente, tem vida.

A vigência da lei pode ser abordada por 2 aspectos, que são:

→ o tempo (quando começam e quando terminam seus efeitos) e;

→ o espaço (o território em que a lei terá validade).

DICA 57
LINDB
Qual o conceito de Vacatio legis? É o período dado pelo nosso ordenamento jurídico
para que a sociedade e os operadores de direito possam adaptar-se devidamente a nova
lei. Para seu melhor entendimento:

Vacatio legis
Publicação oficial lei nova

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ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO

Assuntos mais relevantes da LINDB:

Art. 1º - Vacatio legis;

Art. 2º - Revogação;

Art. 3º - Princípio da obrigatoriedade da Lei;

Art. 4º - Lacuna (omissão) da lei;

Art. 5º - Função social da Lei;

Art. 6º - Irretroatividade;

Art. 7º - Territorialidade.

DICA 58
VIGÊNCIA DAS NORMAS

De acordo com o art. 1º da Lei de Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB), a lei


começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada. Entretanto,
nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia
3 meses depois de oficialmente publicada (art. 1º, § 1º LINDB).
IMPORTANTE: A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal
necessário para que as pessoas tenham conhecimento de sua existência).
DICA 59
VIGÊNCIA DA LEI
A Lei só começará a vigorar depois de sua publicação no Diário Oficial. Ao finalizar o
processo de sua produção, a norma já é considerada válida, mas ainda não vigente. A
vigência é um aspecto temporal da norma (prazo que demarca o seu período de
aplicação;
Art. 1º. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois
de oficialmente publicada;
O período entre a publicação e a vigência é o que chamamos de vacância, ou vacatio
legis, e serve para que os textos legais tenham uma melhor divulgação, um alcance
maior, contemplando, dessa forma, prazo adequado para que da lei se tenha amplo
conhecimento.

A lei pode indicar outro prazo de vigência, que pode ser na data da publicação da
lei, inferior ou superior aos 45 dias citados na LINDB. Se for constatado que a lei tem um
prazo específico, dispondo em contrário à LINDB, esta é que prevalecerá.

Logo, a publicação indicará o início da vigência da lei e tem a finalidade de tornar a


lei conhecida.

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DICA 60
VIGÊNCIA DA LEI

É importante destacar que quando a obrigatoriedade da lei brasileira for admitida em


Estados estrangeiros, ela se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada e
será nos casos por exemplo de registro civil de pessoas naturais no estrangeiro. Os
brasileiros residentes no exterior podem registrar seus filhos no estrangeiro, para que
sejam brasileiros natos. Se uma lei sobre o registro civil for publicada no Brasil, sem
especificação de vacatio legis, ela será aplicada em 45 dias, no Brasil, e em 3 meses,
nesse país.

Vejamos:

Art.1º. §1. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando


admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada;
De mais a mais, caso haja uma lei já publicada, mas que ainda não está em vigor e,
portanto, ainda está no período de vacatio legis. Se essa lei for republicada para
correção (devido a erros materiais, omissões ou até mesmo falhas de ortografia), o
prazo recomeçará a ser contado a partir dessa nova publicação. Assim, vejamos o que a
LINDB diz:

Art. 1º. §3º. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação;

Art. 1º. §4º. As correções a texto de lei já em vigor consideram-se Lei nova, ou seja,
caso a vacatio legis já tenha sido superado, já tenha transcorrido o prazo de 45 dias, ou
outro que a lei determine, estando, desta forma, a lei em sua plena vigência. Nesse
caso a correção a texto será considerada como lei nova;

DICA 61
VIGÊNCIA DA LEI – ART. 1º, §1º AO §4º
É importante destaca que quando a obrigatoriedade da lei brasileira for admitida em
Estados estrangeiros, ela se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente publicada e será
nos casos por exemplo de registro civil de pessoas naturais no estrangeiro. Os brasileiros
residentes no exterior podem registrar seus filhos no estrangeiro, para que sejam
brasileiros natos. Se uma lei sobre o registro civil for publicada no Brasil, sem
especificação de vacatio legis, ela será aplicada em 45 dias, no Brasil, e em 3 meses,
nesse país.
Vejamos:

Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se


inicia 3 meses depois de oficialmente publicada;

De mais a mais, caso haja uma lei já publicada, mas que ainda não está em vigor e,
portanto, ainda está no período de vacatio legis. Se essa lei for republicada para correção
(devido a erros materiais, omissões ou até mesmo falhas de ortografia), o prazo
recomeçará a ser contado a partir dessa nova publicação. Assim, vejamos o que a LINDB
diz:
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Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a
correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova
publicação;
As correções a texto de lei já em vigor consideram-se Lei nova, ou seja, caso a vacatio
legis já tenha sido superado, já tenha transcorrido o prazo de 45 dias, ou outro que a lei
determine, estando, desta forma, a lei em sua plena vigência. Nesse caso a correção a
texto será considerada como lei nova.
DICA 62
VIGÊNCIA DA LEI
A revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia, o que
só pode ser feito por outra lei, da mesma hierarquia ou de hierarquia superior.
Art. 2°. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue.
Esse é chamado princípio da continuidade das leis. É quando uma lei pode ter vigência
para o futuro sem prazo determinado, durando até que seja modificada ou revogada por
outra.
Quanto à forma de sua execução, a revogação pode ser expressa ou tácita;
Revogação expressa é quando a lei expressamente o declare. A revogação está no texto
da lei. Esse tipo de revogação é a mais segura, pois evita dúvidas e obscuridades.
Já a revogação tácita ocorre em 2 situações:

quando seja com esta incompatível ou;

quando regule inteiramente a matéria, mesmo não mencionando a lei revogada;


Prosseguindo, quanto à sua extensão, a revogação pode ser PARCIAL chamada de
DERROGAÇÃO ou pode ser TOTAL chamada de AB-ROGAÇÃO.
DICA 63
LINDB - VIGÊNCIA DA LEI

O tema vigência da Lei é um dos temas bastante cobrados em provas, sendo tratado
nos artigos a seguir mencionados:
Art. 3°. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece;
No Direito brasileiro não adota a perspectiva, em regra, de que é possível alegar
desconhecimento da lei para justificar determinada conduta. A lei é imperativa e deixar de
segui-la não é opção. Assim, a ignorância da lei não escusa ninguém de seu cumprimento;
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito;
Somente quando a lei for omissa, o juiz pode decidir o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito, ou seja, a integração das normas só ocorre em
caso de lacuna normativa. Não havendo lacuna normativa, descabida a integração
normativa, falando se apenas em aplicação dos métodos de interpretação;
São métodos de integração trazidos pela LINDB:
a analogia;
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os costumes e;

os princípios gerias do direito.


DICA 64
VIGÊNCIA DA LEI – ARTS. 5º AO 7º

Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências
do bem comum;

A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada;
Considera-se o ato jurídico perfeito quando todos os seus elementos constitutivos já se
verificaram, ele não depende de mais nada, já tem eficácia plena, é ato consumado
segundo a lei vigente à época.

→ Direito adquirido é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à


personalidade de seu titular, seja por se ter realizado o termo estabelecido, seja por se ter
implementado a condição necessária.

→ Coisa julgada é a decisão judicial irrecorrível, de que já não caiba recurso, é


imutável, indiscutível.

A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim
da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
A lei brasileira será aplicada, ainda que os nubentes (noivos) sejam estrangeiros.
DICA 65
VIGÊNCIA DA LEI
No que se refere a vigência da Lei, há o questionamento de qual Lei que regula os bens,
bem como relações a eles concernentes, tendo a LINDB preconizado que a regra é de que
serão regulados pela lei do País em que estiverem situados.
Veja só:
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a
lei do país em que estiverem situados.
O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou
consulares do país de ambos os nubentes.
Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei
do 1º domicílio conjugal.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos
bens;
Deve ser observado à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido,
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. A lei do domicílio do herdeiro ou
legatário regula a capacidade para sucede.

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A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que
não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus, e que inclusive está disposta na
constituição federal de 1988.
DICA 66
PESSOA NATURAL

De acordo com o art. 1º do CC, toda pessoa é capaz de direitos e deveres na vida
civil.
A capacidade civil pode ser dividida de três formas: capacidade de fato, capacidade de
direito e capacidade plena.

CAPACIDADE DE CAPACIDADE DE CAPACIDADE PLENA


FATO/EXERCÍCIO DIREITO/GOZO

Capacidade para Capacidade para ser Legitimação: capacidade


exercer direitos na órbita sujeito de direitos e especial para determinado
civil; deveres na ordem civil; ato ou negócio jurídico;

Nem todas as pessoas Toda pessoa natural Legitimidade:


naturais possuem possui; capacidade processual;
(incapazes do art. 3º e 4º,
CC); Termina com a morte. Personalidade: soma
dos caracteres ou aptidões
Adquire-se com a da pessoa.
maioridade civil ou
emancipação.

DICA 67
ESTADO DA PESSOA NATURAL

O estado pode ser:

INDIVIDUAL:

É o modo de ser do indivíduo no que diz respeito ao sexo, à idade, à cor, à saúde...

O Estado Individual se refere a aspectos da constituição orgânica do indivíduo que


possuem influência sobre a capacidade civil, se ele é homem ou mulher, se é maior de
idade, entre outros.

FAMILIAR:

O Estado Familiar tem a ver com a situação do indivíduo no que diz respeito ao
matrimônio, se ele é solteiro, casado, viúvo... e tem a ver com o parentesco, se ele é
filho, pai, irmão...

POLÍTICO:

Diz respeito à posição da pessoa na sociedade política, que pode ser nacional (nato
ou naturalizado) e estrangeiro.

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DICA 68
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DA PESSOA NATURAL

INDISPONIBILIDADE

O estado civil NÃO pode ser comercializado. É INALIENÁVEL e IRRENUNCIÁVEL.


Contudo, pode MUDAR. O solteiro pode passar a ser casado. O casado pode passar a
ser divorciado...

IMPRESCRITIBILIDADE

O estado NÃO se perde, tampouco se adquire o estado pela prescrição. Não é possível
obtê-lo por usucapião.

INDIVISIBILIDADE

Regra: Ninguém pode ser casado e solteiro ao mesmo tempo, por exemplo.
EXCEÇÃO: dupla nacionalidade.

DICA 69
INCAPACIDADES

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES

Apenas os menores de 16 anos. Maiores de 16 anos e menores de


Não existem maiores de idade que 18 anos;
sejam absolutamente incapazes.
(art. 3º CC) Ébrios habituais e viciados em
tóxicos;

Pessoas que, por causa transitória


ou definitiva, não puderem expressar
vontade;

Pródigos. (art. 4º, CC)

OBS.: Os absolutamente incapazes devem ser representados enquanto os


relativamente incapazes devem ser assistidos.
DICA 70
PESSOAS NATURAIS - PESSOA E PERSONALIDADE

PESSOA: é o ser físico ou coletivo, que pode adquirir direitos e contrair obrigações. A
pessoa é sujeito de direito;

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PESSOA NATURAL: é dotada de personalidade e capacidade;

PESSOA JURÍDICA: sujeito das relações jurídicas. Por ser a PJ um objeto, ela pode ser
vendida;

PERSONALIDADE: aptidão de adquirir direitos e possuir obrigações. Toda pessoa


possui personalidade jurídica;

CAPACIDADE DE DIREITO: CAPACIDADE NÃO É PERSONALIDADE!


A capacidade de direito é condição do próprio homem. Todos os indivíduos possuem,
sem distinção.

Artigo 1º do Código Civil dispõe que: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres
na ordem civil.”
DICA 71
CAPACIDADE

A CAPACIDADE pode ser:


→ De direito ou gozo: todos possuem pelo simples fato de serem humanos.

→ De fato ou exercício: somente alguns indivíduos possuem. Em regra, é adquirida


aos 18 anos.
→ CAPACIDADE PLENA: capacidade de direito + capacidade de fato.

→ CAPACIDADE LIMITADA: só capacidade de direito.

Artigo 543 do CC:


→ Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se
trate de doação pura.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO FGV, 2018.


Joaquim, de 10 anos, é contemplado, em testamento deixado por seu tio avô, Antônio,
com um pequeno apartamento no Município de Florianópolis. Surpresos com a deixa, os
genitores de Joaquim procuram assistência jurídica.
Nesse caso, Joaquim:
A) não poderá receber a propriedade do imóvel, visto ser absolutamente incapaz;
B) não possui personalidade civil, assim seus pais receberão a propriedade do bem;
C) poderá receber a propriedade do imóvel, mediante a assistência dos pais;

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D) poderá receber a propriedade do bem, já que possui capacidade de direito;
E) poderá receber a propriedade do bem quando atingir a maioridade civil.
Gabarito: Alternativa D.
Comentário: CERTO, pois Joaquim possui capacidade de direito e não de fato. Ainda,
está de acordo com o artigo 543 do CC: Se o donatário for absolutamente incapaz,
dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.

DICA 72
PESSOA NATURAL

Artigo 2º do CC:
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo,
desde a concepção, os direitos do nascituro.

NASCITURO:
É o ser que é concebido e se encontra no ventre materno. Possui proteção jurídica.

NATIMORTO:
Nasceu, mas após o parto não manifestou sinais de vida.

Teorias do artigo 2º do CC:

Natalista: antes do nascimento não existe personalidade.

Concepcionista: há personalidade desde a concepção.

Condicional: os direitos do nascituro estão sujeitos à condição suspensiva do


nascimento com vida.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO ADAPTADA, 2020.


Maria, grávida de 5 meses, preocupa-se com a proteção dos direitos do seu futuro
bebê. O marido de Maria, pai da criança, está hospitalizado em quadro de saúde
gravíssimo e a relação de Maria com a família do seu marido não é harmoniosa.
A afirmação que melhor reflete a situação do nascituro é:
A) nascituro goza de proteção jurídica;
B) nascituro tem personalidade civil plena;
C) nascituro não é titular de direitos subjetivos;
Gabarito: Alternativa A.

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DICA 73
NASCITURO E EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS

NASCITURO é o ser que já foi concebido, mas que ainda não nasceu. Quanto à sua
natureza jurídica, o nascituro não é uma pessoa. É um sujeito de direito
despersonificado. O nascituro possui os direitos da personalidade, tais como: direito à
vida e direito à alimentos. No que tange aos direitos patrimoniais, estes ficam sob
CONDIÇÃO SUSPENSIVA. Além disso, a lei põe a salvo os direitos do nascituro desde
a CONCEPÇÃO.

Os EMBRIÕES EXCEDENTÁRIOS são considerados OBJETOS de direito. Quanto ao


conceito, são os embriões humanos produzidos por meio de fertilização in vitro e não
utilizados. Por essa razão, não são pessoas, bem como não são sujeitos de direito
despersonificados.
DICA 74
O TRATAMENTO JURÍDICO DO NASCITURO
Nascituro é aquele que já está concebido, no ventre materno, mas ainda não nasceu. É
aquele que ainda está no corpo da genitora.
Devido à imprecisão do art. 2º do CC ao estabelecer a natureza jurídica do nascituro,
foram arquitetadas três teorias sobre o tema: natalista, condicionalista e
concepcionista.

TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DO NASCITURO

Teoria Natalista: defende que a personalidade jurídica se inicia com o


nascimento com vida, seria uma interpretação literal do art. 2º do CC.

Teoria Condicionalista: defende que a personalidade jurídica do nascituro está


condicionada ao nascimento com vida. Ou seja, há uma condição pendente para
sua personalidade jurídica, que é o nascimento com vida.

Teoria Concepcionista: entende que o nascituro já titulariza desde a concepção


os direitos da personalidade. No entanto, os direitos patrimoniais estão
condicionados ao nascimento com vida (teoria que prevalece no STJ).

OBS: Nascer com vida significa o funcionamento do aparelho cardiorrespiratório do


recém-nascido, e isso se verifica por meio de um exame denominado docimasia
hidrostática de galeno.
DICA 75
ABSOLUTAMENTE E RELATIVAMENTE INCAPAZES

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES

São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores


de 16 (dezesseis) anos.

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RELATIVAMENTE INCAPAZES

São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:


I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
IV - os pródigos.

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO:

QUESTÃO FGV, 2011.


Três irmãos pretendem comprar juntos um automóvel: Caio, 20 anos, pessoa com leve
deficiência mental; Joana, 16 anos, graduada em Turismo; e Natália, 17 anos, casada
civilmente com Jorge.
Para a celebração do negócio, deve-se levar em conta que Caio, Joana e Natália são,
respectivamente:
A) absolutamente capaz, absolutamente capaz e absolutamente capaz;
B) absolutamente incapaz, absolutamente capaz e absolutamente incapaz;
C) relativamente incapaz, relativamente incapaz e absolutamente incapaz;
D) absolutamente incapaz, absolutamente capaz e relativamente incapaz;
E) relativamente incapaz, absolutamente incapaz e absolutamente capaz.
Gabarito: Alternativa A.

DICA 76
MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 ANOS
Podem participar das relações jurídicas, até mesmo assinando documentos.
Entretanto, não podem fazê-lo sozinhos, mas assistidos por seu representante legal,
assinando ambos os documentos que se referem ao ato ou negócio jurídico.
No que se refere a ações judiciais, os maiores de 16 anos e menores de 18 anos
precisam de assistência, devendo ser citados, quando forem réus, juntamente com o seu
assistente. Em algumas situações, precisam constituir procurador junto com o assistente.

ATENÇÃO!

Art. 1.692, CC: Sempre que no exercício do poder familiar colidir o interesse dos pais
com o do filho, a requerimento deste ou do Ministério Público o juiz lhe dará curador
especial.

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DICA 77
MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 ANOS
ATENÇÃO! Os artigos abaixo são muito importantes e podem ser cobrados.

Art. 180, CC: O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de
uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela
outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 105, CC: A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela
outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se,
neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.

Art. 181, CC: Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a
um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.

DICA 78
MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 ANOS

ATENÇÃO!

Segundo o atual Código Civil, o limite da menoridade é 18 anos completos, e os pais


podem emancipar os filhos menores que completarem 16 anos de idade. Ainda, o
incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis
não tiverem obrigação de o fazer ou não dispuserem de meios suficientes (art.
928, CC).

Art. 928, CC: Parágrafo único: A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele
dependem.
DICA 79
ÉBRIOS HABITUAIS E VICIADOS EM TÓXICO
TOME NOTA! APENAS os alcoólatras e os toxicômanos se encaixam no inciso II
do artigo 4º do Código Civil (relativamente incapazes).
Por outro lado, os usuários eventuais que, por efeito transitório, ficarem impedidos de
exprimir sua vontade de forma plena, se enquadram no artigo 4º, III, Código Civil
(relativamente incapazes).
Os viciados em tóxico que tiverem a sua capacidade de entendimento reduzida, por
conta do grau de intoxicação e também de dependência, poderão ser, de modo
excepcional, postos sob curatela pelo juiz.

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DICA 80
RELATIVAMENTE INCAPAZES POR CAUSA TRANSITÓRIA OU PERMANENTE

ATENÇÃO!

É ANULÁVEL o ato jurídico praticado por alguém com a condição psíquica normal,
porém totalmente embriagada no instante do exercício do ato e que, por conta dessa
situação transitória, não estava em condições plenas de expressar a sua vontade.
A surdo-mudez NÃO É MAIS causa autônoma de incapacidade. Os surdos-mudos são
deficientes e são pessoas plenamente capazes. Isso pode ser uma “pegadinha” de
prova!

Lei 13.146/2015
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas.
§ 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme
a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão
apoiada.
§ 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva
extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará
o menor tempo possível.
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao
juiz, apresentando o balanço do respectivo ano.

DICA 81
EMANCIPAÇÃO
“Emancipar” significa antecipar os direitos do menor de idade, os quais ele apenas
conquistaria quando tivesse 18 anos de idade.

Art. 5, CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento
público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo; (NÃO É APROVAÇÃO EM
CONCURSO PÚBLICO!)
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; (NÃO É ENSINO MÉDIO!)
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego,
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria.

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DICA 82
EMANCIPAÇÃO

Há 3 tipos de emancipação:

VOLUNTÁRIA: é a concedida pelos pais (ou de um deles na falta do outro) por


instrumento público. (Art. 5, I, CC)

LEGAL:

Casamento

Emprego Público

Colação de grau em curso de ensino superior

Menor com 16 anos completos com economia própria

JUDICIAL: concedida por sentença do juiz. (Art. 5, I, CC)

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA FGV:

QUESTÃO, 2021.
Ricardo, 16 anos completos, recebeu autorização dos pais para se casar civilmente, o
que ocorreu dois meses após a autorização. Juliana tem 17 anos completos e é
contratada pela Companhia de Papéis Brasileira e, com seu salário, já possui economia
própria. Estevão tem 17 anos completos e estuda medicina.
De acordo com as informações prestadas, são considerados emancipados apenas:
a) Juliana;
b) Juliana e Estevão;
c) Ricardo e Estevão;
d) Ricardo e Juliana;
e) Estevão.
Gabarito: Alternativa D.

DICA 83
EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A emancipação voluntária é a concedida pelos pais, quando o menor de idade possui 16
anos completos. É um ato UNILATERAL dos pais. É uma benesse concedida por eles.
A emancipação voluntária deve ser concedida por ambos os pais. Casos estes
divergirem entre si, o juiz deverá dirimir tal divergência. Então, o juiz decidirá qual
vontade prevalecerá.

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No que diz respeito à forma, é exigido (de forma expressa) o instrumento público,
independentemente de homologação judicial.
DICA 84
EMANCIPAÇÃO JUDICIAL
Há somente 1 caso de emancipação judicial que depende de sentença do juiz: o menor
sob tutela, o qual já completou 16 anos de idade.

Art. 5, CC: A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do
juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

Se o menor provar que possui capacidade para cuidar de sua pessoa e reger seus
bens, o juiz concederá, por meio de sentença, a emancipação (após observar a
conveniência do deferimento para o bem do incapaz). Portanto, a emancipação apenas
será concedida se for para o melhor interesse do menor.
DICA 85
EMANCIPAÇÃO LEGAL
A emancipação legal decorre de fatos a que a lei atribui esse efeito (casamento; emprego
público; colação de grau em curso de ensino superior; menor com 16 anos completos
com economia própria).

ATENÇÃO!

A Lei 13.811/2019 modificou o art. 1.520 do Código Civil, impossibilitando o


casamento de menores de 16 anos (até mesmo no caso de gravidez).
O artigo 1.520 do Código Civil dispõe que: “Não será permitido, em qualquer caso, o
casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste
Código.”
No que diz respeito ao exercício de emprego público efetivo, o fato de o menor ter
sido aprovado e estar exercendo o serviço público demonstra maturidade e
discernimento. Por essa razão é que se trata de uma emancipação legal.

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PROCESSO CIVIL
DICA 86
NORMAS FUNDAMENTAIS
De acordo com o art. 1º do CPC, o processo civil será ordenado, disciplinado e
interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste
Código.
Observe-se que a Constituição é a norma mais importante do ordenamento e conforma
(orienta) toda a legislação infraconstitucional e, portanto, o processo civil será ordenado,
disciplinado e interpretado conforme a CF.
DICA 87
NORMAS FUNDAMENTAIS
É importante destacar que, ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins
sociais, bem como às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana. Além do mais, o Magistrado deve observar a
proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Isso tudo,
com base no que dispõe o art. 8, do Código de Processo Civil.
Portanto, a proporcionalidade e a razoabilidade passaram a ser princípios expressos do
Direito Processual Civil, os quais devem ser resguardados e promovidos pelo juiz.
DICA 88
NORMAS FUNDAMENTAIS - LEI PROCESSUAL CIVIL NO TEMPO

Esse é um dos temas muito importante para a sua prova. Destaca-se que, segundo o
art. 14 do Código de Processo Civil:

A norma processual não retroagirá e;

será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais


praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Portanto, esse artigo prevê que será aplicável a lei processual vigente no momento da
prática do ato processual. Note-se que essa constatação é relevante, pois garante
segurança jurídica e prevê o processo como um conjunto de procedimentos
executados de forma isolada, cada um de acordo com a lei vigente ao seu tempo.
A lei processual nova aplica-se inteiramente aos processos instaurados durante sua
vigência, visto que as previsões contidas na velha já não existem e, obviamente, as
consequências jurídicas dos atos futuros não são as que ela ditara no passado;

ATENÇÃO!

A lei processual, quando entra em vigor, possui efeito imediato e não retroage.

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DICA 89
INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

Os institutos fundamentais do Direito Processual Civil são:

Jurisdição

Ação e;

Processo.

Assim, tudo o que disser respeito ao Processo Civil passa pela análise desses institutos
fundamentais. E, o que são cada um deles? Vejamos:

A jurisdição é meio estatal existente para a solução de conflitos;

A ação é o instrumento para se provocar a jurisdição estatal;

O processo é o caminho a ser perseguido pela ação para que a jurisdição exerça o seu
papel de pacificação social;
Comumente, esses institutos são chamados de Tríade Fundamental do Processo Civil.
DICA 90
JURISDIÇÃO
A jurisdição pode ser compreendida como atuação do Estado por intermédio do
processo, do qual o juiz necessariamente irá participar, para aplicar o direito objetivo ao
caso concreto. O resultado do exercício da jurisdição é a solução da lide existente entre as
partes, com a pretensão última de que ambos (autor e réu) saiam do processo satisfeitos
com a solução adotada. Pode-se afirmar, por tanto, que a satisfação faz parte do conceito
de jurisdição;
O escopo jurídico da jurisdição é a solução da crise jurídica e espera-se a conformação
das partes (escopo social);

Portanto, Jurisdição envolve formas estatal de resolução de conflitos, por intermédio


do qual aplica-se o direito objetivo ao caso concreto como forma de por fim, de forma
definitiva, à crise jurídica, gerando a pacificação social.
DICA 91
PRINCIPIOS DA JURISDIÇÃO

Os princípios mais comuns da jurisdição são a investidura, territorialidade,


indelegabilidade, inevitabilidade, inafastabilidade e o juiz natural. Vejamos cada
um deles:

O princípio da investidura envolve a transmissão do poder jurisdicional ao juiz, que


exercerá a atividade jurisdicional. Vale dizer que o princípio implica a necessidade de que
a jurisdição seja exercida pela pessoa legitimamente investida na função jurisdicional;

O princípio da territorialidade é conhecido também como princípio da aderência ao


território;
O princípio da indelegabilidade é um dos mais relevantes, podendo ser analisado
sob duas perspectivas: a) externa; e b) interna;

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Pela perspectiva externa, o princípio da indelegabilidade remete à ideia de que o Poder
Judiciário não poderá outorgar a sua competência a outros poderes. Dito de forma
simples, não pode o Poder Judiciário delegar a atribuição de julgar os processos aos
poderes Executivo ou Legislativo.
Pela perspectiva interna, o princípio da indelegabilidade entende que a jurisdição é fixada
por intermédio de um conjunto de normas gerais, abstratas e impessoais, não sendo
admissível a delegação da competência para julgar de um Juiz para outro.
DICA 92
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

Vejamos alguns princípios de muita importância para o ordenamento processual civil:


Princípio da inevitabilidade a jurisdição é inevitável, de modo que as partes estão
vinculadas ao processo judicial e em estado de sujeição, tanto na vinculação das partes ao
processo judicial quanto no estado de sujeição à decisão judicial (sujeitando-se aos efeitos
da decisão da jurisdição);

O princípio da inafastabilidade da atuação jurisdicional está consagrado no art. 5º,


XXXV, da CF, além de estar exposto no CPC como uma normal fundamental, no art. 3º,
estabelecendo que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de
lesão a direito;

Princípio do juízo natural é extraído do art. 5º, incisos. XXVII e LII, da CF/88, que
prevê a vedação dos tribunais ou órgãos de EXCEÇÃO e que ninguém será julgado a não
ser pela autoridade competente.
DICA 93
DA AÇÃO - TEORIAS DA AÇÃO ECLÉTICA E DE ASSERÇÃO

A teoria eclética mantém a distinção entre direito de ação e o direito material,


argumentando que são autônomos e independentes entre si. De toda forma, para o
exercício do direito de ação, é necessário verificar algumas condições prévias. Assim,
somente haverá julgamento de mérito se essas condições forem preenchidas;

Na Teoria de asserção temos a separação entre direito material e direito de ação com
a presença das condições da ação. A diferença reside no fato de que a avalição das
condições da ação será efetuada no início do processo, de acordo com os elementos
fornecidos pela parte na petição inicial. Fala-se em cognição superficial, pois o magistrado
irá verificar a legitimidade e o interesse tão logo seja apresentada a ação apenas com os
elementos fornecidos pela parte autora quando da propositura da ação judicial;
Por isso que se fala em teoria da asserção, porque a análise das condições da ação parte
da proposição feita pela parte, do que ela alega inicialmente. Com essa análise prévia do
juiz (cognição sumária), é possível eliminar processos inúteis que, manifestamente, não
possuem as condições da ação e, com isso, o magistrado profere uma sentença
terminativa;
Logo, a teoria da asserção, a análise das condições da ação é feita pelo juiz com base
nas alegações apresentadas na petição inicial.

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DICA 94
TEORIAS DA AÇÃO

CIVILISTA (Imanentista) - Friedrich Carl von Savigny: direito de ação sem


autonomia. A ação como mera extensão do direito material.

CONCRETA - Adolf Wach: direito de ação passa a ser visto de forma


autônoma/desvinculada do direito material. Todavia, para exercer o direito de ação,
seria necessário que essa fosse julgada procedente. A ação somente se concretizaria
pela procedência do pedido.

ABSTRATA - Heinrich Degenkolb e Alexander Plósz: o direito de ação continua sendo


autônomo, mas torna-se um direito abstrato, ou seja, independe se o pedido é
julgado procedente ou não.

ECLÉTICA - Enrico Tulio Liebman: adotada pelo CPC/15. o direito de ação


continua sendo autônomo e abstrato. Além disso, porém, o direito de ação fica
condicionado às chamadas condições da ação (interesse e legitimidade).

Ex.: Como exemplos temos os arts. 17 e 485 do CPC:


Art. 17 - Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 485 - O juiz não resolverá o mérito quando: [...] VI – verificar ausência de
legitimidade ou de interesse processual (O autor exerce mero direito de petição haja
vista que há carência de ação).

ASSERÇÃO - O direito de ação continua sendo autônomo e abstrato. Essa teoria


também exige as condições da ação (interesse e legitimidade). Todavia, a análise da
presença das condições é feita tão somente com base nas assertivas do autor na
petição inicial. Após a dilação probatória, entendendo o juiz pela ausência das
condições da ação, acarretará no julgamento de mérito.

Ex.: haverá o reconhecimento da improcedência do pedido, com fulcro na


ilegitimidade da parte.
A teoria da asserção é adotada pelo STJ, motivo pelo qual é muito cobrada nas
provas.

DICA 95
AÇÃO

O Código de Processo Civil estabelece que:

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade;


Caso o juiz entenda que não há interesse ou legitimidade, indeferirá a petição inicial com
extinção do processo sem resolução do mérito. Trata-se da denominada sentença
terminativa, que não produz coisa julgada material;

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a
violação do direito, ou seja, a parte poderá pleitear tão somente ação declaratória, mesmo

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que o receio de insegurança jurídica tenha evoluído para uma lesão a direito. De acordo
com a doutrina, esse dispositivo prestigia a autonomia individual;

Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, SALVO quando
autorizado pelo ordenamento jurídico;
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como
assistente litisconsorcial;

Elementos da Ação: para que se tenha uma ação será necessário haver partes (pelo
menos um autor e um réu), essas partes pretendem um objeto (que se materializa na
ação pelo pedido). Para que a prestação da tutela jurisdicional lhe seja favorável deverão
trazer fatos consistentes e fundamentá-los juridicamente, ou seja, irão expor a causa de
pedir.
DICA 96
DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Quanto as partes e seus procuradores, vejamos algumas “regrinhas” importantes


para a sua Prova:

A União será presentada em juízo pela AGU;

Os Estados e Distrito Federal serão presentados pelos procuradores do Estado;


O Município pelo Prefeito ou procuradores municipais;

As autarquias e fundações públicas por quem tiver essa prerrogativa de acordo


com lei específica;
A massa falida pelo administrador judicial;

A herança jacente ou vacante pelo curador;

O espólio pelo inventariante;


A pessoa jurídica quem o ato constitutivo designar ou seus diretores;

A sociedade e associações sem personalidade jurídica pela pessoa que for


responsável pela administração dos bens;

A pessoa jurídica estrangeira pelo gerente, representante ou administrador da


filial no Brasil;

O condomínio pelo administrador ou síndico.


DICA 97
CAPACIDADE PROCESSUAL (OU POSTULATÓRIA)
Devemos entender a capacidade postulatória como o atributo para que determinada
pessoa possa praticar validamente atos processuais. Esse atributo é conferido ao
advogado e, em situações específicas, à própria parte.
Quando a parte não possuir capacidade postulatória, deverá entregar uma procuração a
um advogado, que o representará em Juízo. Se o magistrado verificar, no curso do
processo, qualquer situação de incapacidade processual ou irregularidade na
representação, por falta de capacidade, deverá suspender o curso do processo e fixar
prazo para que a parte corrija o vício.
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Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o
vício;

§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

O processo será extinto, se a providência couber ao autor;

O réu será considerado revel, se a providência lhe couber;

O terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que


se encontre;

Ex.: A capacidade postulatória, definida como a autorização legal para atuar em juízo,
é prerrogativa de advogados públicos e privados e defensores públicos, por exemplo.
DICA 98
DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES

O Código de Processo Civil, em seu art. 77, estabelece que são deveres das partes, de
seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - Expor os fatos em juízo conforme a verdade;

Aqui temos referência direta ao dever de veracidade. Não basta, contudo, expor os
fatos com veracidade, as partes não podem omitir informações básicas e imprescindíveis
para o julgamento da causa.
II - Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são
destituídas de fundamento;

aqui veda-se que aqueles que estiverem envolvidos com o processo formulem
alegações sem qualquer respaldo jurídico.
III - Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à
defesa do direito;

Em decorrência da efetividade, atos inúteis ou desnecessários devem ser repelidos,


ainda que teoricamente possam ser praticados. Trata-se de medida de racionalização do
processo.
IV - Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e
não criar embaraços à sua efetivação;
V - Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial
ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que
ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
VII - Informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder
Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para
recebimento de citações e intimações.

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DICA 99
DEVERES DAS PARTES E DOS PROCURADORES
Destaca-se que o juiz advertirá as partes que o não cumprimento das decisões
jurisdicionais, a criação de embaraços à efetivação do processo ou a inovação ilegal no
estado de fato ou de bem litigioso pode ser punido como ato atentatório à dignidade
da justiça.
Assim, de acordo com o explicitado no §2º doa Art.77, se, mesmo advertida, a parte
ainda violar os deveres acima, será multada em até 20% do valor da causa. Note que
essa multa poderá ser de até 20%, pelo que podemos ter uma multa de 5%, 10% e até
de 20% e não será admissível, como regra, multa que supere esse percentual.
Por fim, é importante destacar que a multa por ato atentatório à dignidade da justiça não
é aplicável aos advogados, aos membros do Ministério Público e à Defensoria
Pública. Para esses cargos, temos a aplicação das respectivas regras disciplinares;
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do
Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual
responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria,
ao qual o juiz oficiará.
DICA 100
LITISCONSÓRCIO
O Litisconsórcio há apenas quando no mesmo polo do processo existe uma pluralidade
de partes ligada por uma afinidade de interesses.

É mais fácil compreender o litisconsórcio a partir da ideia de cumulação de


demandas. Temos duas formas de somar demandas em um mesmo processo que são:
a) objetivo, com previsão no art. 327 do CPC. O objeto da demanda é o pedido. Assim, o
cúmulo objetivo refere-se ao acúmulo de pedidos;
b) subjetivo, que se refere à colocação na demanda de uma pluralidade de sujeitos e
remete ao litisconsórcio.

Litisconsórcio Ativo: O litisconsórcio será ativo quando houver mais de um autor;

Litisconsórcio Passivo: O litisconsórcio será passivo quando houver mais de um


réu;

Litisconsórcio Misto: O litisconsórcio será misto quando, concomitantemente, houver


mais de um autor E mais de um réu;

Litisconsórcio Simples: O litisconsórcio simples é aquele cujos efeitos da decisão


proferida no processo podem ser diferentes para cada um dos litisconsortes. Nesses
casos, os autores ou os réus em litisconsórcio não receberão, necessariamente, a mesma
sentença;

Litisconsórcio Unitário: para a configuração do litisconsórcio unitário devemos ter a


mesma sentença para todos os litisconsortes. Diferentemente do litisconsórcio simples,
a sentença será necessariamente igual para os autores ou para os réus em litisconsórcio;

Ex.: Se credores solidários ajuizarem conjuntamente ação contra um mesmo devedor,


para cobrança de dívida divisível, o litisconsórcio formado será simples.

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DICA 101
MINISTÉRIO PÚBLICO

De acordo com o art. 176, do CPC, o Ministério Público atuará na defesa:

da ordem jurídica;

do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais


indisponíveis.
O Ministério Público atua ora como parte, ora como fiscal da ordem jurídica.

A atuação do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica será exercida, quando:

estiver previsto na CF/88 ou na legislação;

quando envolver interesse público ou social;

quando envolver interesse de incapaz ou;

quando se trata de litígio coletivo pela posse de terra rural ou urbana.


DICA 102
MINISTÉRIO PÚBLICO
Quando houver a intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica, esse
terá vista dos autos após as partes, será intimado de todos os atos do processo, poderá
produzir provas e requerer medidas processuais, bem como poderá recorrer.

Ex.: João ajuizou ação de interdição e curatela contra seu pai, Francisco. Nesse caso, o
Ministério Público poderá produzir provas, e poderá impugnar as provas requeridas pelas
partes;
Como o Ministério Público possui uma grande carga de processos para atuar, prevê o art.
180, do CPC, que ele terá sempre prazo em dobro para se manifestar nos autos, a
contar da intimação pessoal, que poderá ocorrer por carga ou remessa dos autos e,
também, por meio eletrônico;
Destaca-se que esse prazo em dobro somente não será considerado quando a legislação
prever prazo específico para a manifestação do Ministério Público.
DICA 103
ADVOCACIA PÚBLICA

O Código de Processo Civil, no seu art. 182, estabelece que:


Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e promover os
interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, por meio
da representação judicial, em todos os âmbitos federativos, das pessoas jurídicas de
direito público que integram a administração direta e indireta;
A advocacia pública, portanto, atua na defesa do interesse público da União, dos
estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios.
IMPORTANTE! A Advocacia Pública goza de prazo em dobro para todas as
manifestações processuais, SALVO se a lei previr prazo específico, contando-se o prazo
da intimação pessoal (carga, remessa ou meio eletrônico).
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Destaca-se que os advogados públicos se sujeitam à responsabilidade civil regressiva
em caso de atuação com dolo ou fraude.
DICA 104
DEFENSORIA PÚBLICA
A Defensoria Pública é uma instituição fundamental para a promoção do acesso ao Poder
Judiciário, tendo por prerrogativa o exercício da orientação jurídica, da promoção dos
direitos humanos e da defesa dos direitos individuais e coletivos das pessoas
necessitadas, em todos os graus, de forma integral e gratuita.
Tal como o Ministério Público e a Advocacia Pública, a Defensoria também goza da
prerrogativa processual do prazo em dobro.
O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável quando
agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

Prazo em Dobro: aplica-se aos membros do MP, da advocacia pública e da DP, aplica-
se a todas as manifestações processuais e conta a partir da intimação pessoal (carga,
remessa ou meio eletrônico).

Atuação da DP apenas em relação aos necessitados.


DICA 105
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
São auxiliares da justiça (14 – catorze), além de outros cujas atribuições sejam
determinadas pelas normas de organização judiciária:

Escrivão Chefe de secretaria Oficial de justiça Perito

Administrador Intérprete Tradutor Mediador

Partidor Distribuidor Contabilista Regulador de avarias

Depositário Conciliador judicial

Contador judicial: É dado ao magistrado, a teor da norma do art. 139 do CPC/15, a


faculdade de socorrer ao contador do juízo, na qualidade de auxiliar da justiça, para
resolver questões relativas à controvérsia instaurada nos autos, inclusive para
definir cálculos quando haja divergência entre as partes.
DICA 106
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Os serventuários do juízo costumam ser divididos em duas categorias:
Permanentes: são os que atuam continuamente, prestando colaboração em todo e
qualquer processo que tramite pelo juízo, como o escrivão, o oficial de justiça e o
distribuidor. Sem esses auxiliares, nenhum processo pode ter andamento

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Eventuais: NÃO integram habitualmente os quadros do juízo e só em alguns processos
são convocados para tarefas especiais, como o que se passa com o intérprete e o perito.
Esses são os auxiliares eventuais
DICA 107
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Em cada juízo: haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atribuições serão


determinadas pelas normas de organização judiciária.

Em cada comarca, seção ou subseção judiciária: haverá, no mínimo, tantos


oficiais de justiça quantos sejam os juízos.
OFÍCIO DE JUSTIÇA = ESCRIVÃO. O escrivão tem fé pública e sua função recebe do
Código o nome de Ofício de Justiça.
OFICIAL DE JUSTIÇA ≠ OFÍCIO DE JUSTIÇA. O oficial de justiça possui a
incumbência de realizar diligências (fazer pessoalmente citações, penhoras, arrestos etc.)
determinadas pelo juiz, através de mandado.

Cartório: é a repartição dirigida pelo escrivão, onde podem servir outros funcionários
subalternos, como os escreventes, cuja função se regula pelas normas de organização
judiciária.
DICA 108
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA - ESCRIVÃO/CHEFES DE SECRETARIAS
As bancas cobram muito as incumbências dos auxiliares de justiça, principalmente do
escrivão ou chefe de secretarias, vejamos algumas delas:
Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:
Redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias e os demais
atos que pertençam ao seu ofício;
Efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como praticar todos
os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de organização judiciária;
Comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor para
substituí-lo.
DICA 109
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA - ESCRIVÃO/CHEFES DE SECRETARIAS

Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:


Manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo que saiam
do cartório, exceto:

Quando tenham de seguir à conclusão do juiz;

Com vista a procurador, à defensoria pública, ao ministério público ou à fazenda


pública;

Quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;

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Quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da competência;
Fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independentemente de
despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;
Praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.
No IMPEDIMENTO do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará substituto
e, NÃO o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.
DICA 110
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Princípio constitucional da isonomia e da publicidade:
O escrivão ou chefe de secretaria atenderá, preferencialmente, à ordem cronológica de
recebimento para publicação e efetivação dos pronunciamentos judiciais (art. 153,
modificado pela Lei nº 13.256/2016).
EXCEÇÃO: só se afastando de tal ordem quando ocorrer motivo adequadamente
justificável:
Os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento judicial a ser
efetivado;
As preferências legais.
Para conhecimento e controle das partes, deverá ser disponibilizada, de forma
permanente, para consulta pública, uma lista de processos recebidos (art. 153, § 1º).

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DIREITO PENAL
DICA 111
PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Nullum crimen sine praevia lege (não há crime sem lei anterior que o defina)

Não há:

Crime sem lei anterior que o defina;

Pena sem prévia cominação legal.


A elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei;

Divisão do princípio da legalidade: reserva legal + anterioridade da lei penal.


DICA 112

PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL


Somente lei em sentido estrito (formal) pode:

Definir condutas criminosas; e


Estabelecer sanções penais (penas e medidas de segurança).
Fique atento!

Não podem estabelecer condutas criminosas nem sanções:

Medidas Provisórias (MP);

Decretos;

Demais diplomas legislativos.


CUIDADO!

MP em matéria penal: pode, se favorável ao réu (STF).

Ex.: descriminalização de condutas.


DICA 113

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL


A lei deve ser anterior a prática do crime;

Culmina no princípio da irretroatividade da lei penal gravosa.


Fique atento!

Lei penal não retroage para prejudicar;

Lei penal retroage para beneficiar.

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DICA 114
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que
a sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter
subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem
jurídico tutelado (caráter fragmentário).

Intervenção do DP fica
condicionada ao fracasso
Subsidiariedade
das demais esferas de
controle
Princípio da intervenção
mínima
Apenas tutela os bens
Fragmentariedade jurídicos mais relevantes

DICA 115
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE

Nilo Batista explica que o princípio da lesividade/ofensividade apresenta quatro


funções:

1) "proibir a incriminação de uma atitude interna”

2) "proibir a incriminação de uma conduta que não


exceda o âmbito do próprio autor"
Princípio da lesividade
3) "proibir a incriminação de simples estados existenciais"

4) afastar a "incriminação de condutas desviadas que não


afetem qualquer bem jurídico"

"proibir a incriminação de uma atitude interna”: As ideias e convicções, os


desejos, aspirações e sentimentos dos homens não podem constituir o fundamento de um
tipo penal. Dessa forma, evidencia-se, mais uma vez, a radical separação entre direito e
moral que deve nortear o direito penal, ao impedir que o sujeito seja punido por
pensamentos e ideias, daí a exigência da exterioridade da ação para que haja uma
reprovação penal.

"proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio


autor", impedindo a punição e a criminalização de atos preparatórios.

"proibir a incriminação de simples estados existenciais", norteando o direito


penal do fato e eliminando-se a possibilidade da criação de um direito penal do autor.

por fim, o princípio da lesividade tem por objetivo afastar a "incriminação de


condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico".

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DICA 116
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA

O direito penal não deve se ocupar de condutas insignificantes, incapazes de lesar ou


pelo menos colocar em perigo bem jurídico protegido pela lei penal.

Requisitos do princípio da insignificância:

mínima ofensividade da conduta do agente;

nenhuma periculosidade social da ação;


reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;

inexpressividade da lesão jurídica provocada.


Memorize!

INFRAÇÃO BAGATELAR PRÓPRIA INFRAÇÃO BAGATELAR IMPRÓPRIA


P. DA INSIGNIFICÂNCIA P. DA IRRELEVÂNCIA PENAL DO FATO

A situação nasce penalmente relevante. O


fato é típico do ponto de vista formal e
A situação já nasce atípica. O fato é atípico material. Em virtude de circunstâncias
por atipicidade material envolvendo o fato e o seu autor, constata-
se que a pena se tornou desnecessária.

O agente tem que ser processado (a ação


penal deve ser iniciada) e somente após a
análise das peculiaridades do caso
O agente não deveria nem mesmo ser concreto, o juiz poderia reconhecer a
processado já que o fato é atípico desnecessidade da pena.

Não tem previsão legal no direito brasileiro Está previsto no artigo 59 do CP.

DICA 117
LEI PENAL NO TEMPO

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Abolitio criminis: descriminalização da conduta – não necessariamente legaliza a


conduta. Ex.: adultério.

Efeito penal da sentença condenatória.

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Principal Execução da pena


Efeito da sentença
penal condenatória Reincidência,
Secundário antecedentes
criminais, etc

Fique atento!
A abolitio criminis não cessa os efeitos extrapenais: art. 91, 91-A e 92 do CP - reparação
de dano, perda do mandato, perda do poder familiar, etc.
DICA 118
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL

Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada
em julgado.

Desdobramento do princípio da legalidade;

Cláusula pétrea, uma vez que também está previsto no art. 5º da CF/88;

Se houver o trânsito em julgado quem aplica a lei nova é o juízo da execução.

Entendimento jurisprudencial

STF/STJ: não é possível combinação de leis. Analisa-se a nova lei no todo, pois senão o
juiz estaria aplicando uma terceira lei que resultaria na junção de duas leis, atuando
como legislador positivo.

Súmula 611-STF: Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo


das execuções a aplicação de lei mais benigna.

Súmula 471-STJ: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos


antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.
7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.

Súmula 501-STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o


resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do
que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis.

DICA 119
LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou


cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

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→ Lei temporária: prazo determinado para sua vigência. Ex.: Lei Geral da Copa.

→ Lei excepcional: vigora enquanto perdurarem as situações de instabilidade


institucional.

Características: auto revogabilidade, ultratividade (aplica a lei mesmo depois da lei não
estiver mais em vigor)

Leis intermitentes são as leis temporárias ou excepcionais.


Fique atento!
Segundo Rogério Greco, extra-atividade é gênero do qual seriam espécies a ultra-
atividade e a retroatividade.

→ Ultratividade: ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os


fatos ocorridos durante a sua vigência.

→ Retroatividade: possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de


regular os fatos ocorridos anteriormente à sua entrada em vigor.
Memorize!

Ativas Retroatividade: retroage no


Aplicação da lei a fatos tempo para alcançar fatos
ocorridos durante sua vigência ocorridos antes de sua entrada
em vigor.
Leis penais

Extra-ativas (extra-atividade)
Aplicação da lei fora do seu
Ultra-atividade: quando a lei penal,
período de vigência
depois de revogada, avança no tempo
de modo a continuar a regular os fatos
ocorridos durante a vigência. Ex,: Leis
excepcionais, temporárias, crimes
continuados.

Ex.: Ultratividade: Leis Excepcionais ou Temporárias. Aplica-se a legislação do tempo


do cometer do fato delitivo, mesmo que não mais vigente.

Ex.: Ultratividade: Crimes Continuados (quando vários crimes são praticados em


continuidade delitiva – art. 71 do CP) ou permanentes (aquele que o momento
consumativa se prolonga no tempo – sequestro).
DICA 120
TEMPO E LUGAR DO CRIME

O TEMPO do crime será considerado no momento de sua ação ou omissão (teoria da


atividade);

O LUGAR do crime será considerado no momento da ação ou da omissão ou o lugar


onde o resultado aconteceu ou deveria ter acontecido (teoria da ubiquidade);
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L Lugar

U Ubiquidade

T Tempo

A Atividade

Não se aplica a teoria da ubiquidade:

CPP: teoria do resultado (art. 70). Aplicado nas hipóteses de crimes plurilocais.
Abrangem lugares distintos, mas todos dentro do mesmo país.

Crimes conexos: crimes conexos são crimes que estão relacionados entre si. Não
aceitam a ubiquidade uma vez que não constituem unidade jurídica.

Crimes plurilocais: teoria do resultado

Infrações penais de menor potencial ofensivo (juizado especial): teoria da


atividade

Crimes falimentares: local da decretação da falência.

Atos infracionais: teoria da atividade

Crimes contra a vida: teoria da atividade - deve preponderar a teoria da atividade,


devido à dificuldade em se realizar o júri.
DICA 121
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO ESPAÇO
Em regra, a lei penal brasileira se aplica aos fatos praticados no território nacional;

Excepcionalmente, pode se aplicar a fatos praticados fora do país, são os casos de


extraterritorialidade;

A extraterritorialidade pode ser incondicionada, quando a lei brasileira de aplica em


qualquer hipótese, até mesmo se o agente já tiver sido condenado ou absolvido no
exterior, ou condicionada quando depender de alguns requisitos;

As aeronaves ou embarcações do GOVERNO brasileiro são consideradas extensão


do BRASIL, ou seja, se aplica o princípio da territorialidade.
DICA 122
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

Crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

Princípio de proteção / real / da defesa: aplica-se a lei penal brasileira aos crimes
praticados no exterior quando o bem jurídico violado for brasileiro. O que importa nesse
caso é a função pública exercida pelo Presidente.

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Crime contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado,
de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia
ou fundação instituída pelo Poder Público;

Princípio de proteção / real / da defesa

Crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

Princípio de proteção / real / da defesa

Crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

Princípio da Justiça Universal ou cosmopolita

Crimes contra a vida P. de proteção / real


ou a liberdade do PR / da defesa

Crimes contra ao
patrimônio ou a fé P. de proteção / real
Extraterritorialidade pública da adm / da defesa
incondicionada direta e indireta

Crimes contra a adm


P. de proteção / real
pública - por quem
/ da defesa
está a seu serviço

O agente é punido segundo


a lei brasileira, ainda que Crimes de genocídio,
absolvido ou condenado no P. da Justiça
quando o agente for
estrangeiro. Universal ou
brasileiro ou
cosmopolita
domiciliado no Brasil

DICA 123
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA

Crimes ocorridos fora do Brasil e que o Brasil irá pretender aplicar a sua lei penal
brasileira desde que estejam implementadas algumas condições previstas no art. 7º, II do
CP.
a) Crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir:

Princípio da justiça universal / cosmopolita / jurisdição mundial.


b) Crimes praticados por brasileiro:

Princípio da nacionalidade ativa: é importante a aplicação da lei, pois o brasileiro nato


não pode ser extraditado.
c) Crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados:

Quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.


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Princípio da bandeira / pavilhão / representação / subsidiário / substituição.

Crimes que, por


P. justiça universal /
tratado ou
cosmopolita /
convenção, o Brasil
jurisdição mundial
se obrigou a reprimir

Crimes praticados P. Princípio da


Extraterritorialidade por brasileiro nacionalidade ativa:
condicionada

Crimes praticados em
aeronaves ou
P. da bandeira /
embarcações
pavilhão /
brasileiras, mercantes
representação /
ou de propriedade
subsidiário /
privada, quando em
substituição
território estrangeiro e
aí não sejam julgados

DICA 124
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA: CONDIÇÕES CUMULATIVAS

Nos casos de extraterritorialidade condicionada, a aplicação da lei brasileira depende do


concurso das seguintes condições (cumulativas):

Entrar o agente no território nacional;

Ser o fato punível também no país em que foi praticado;

Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.

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DICA 125
EXTRATERRITORIALIDADE
MNÊMONICO – “PAG A BET”

INCONDICIONADA

P Presidente

A Administração

G Genocídio

CONDICIONADA

B Brasileiro

E Embarcação ou Aeronave privada

T Tratado ou Convenção

DICA 126
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO

A pena cumprida no estrangeiro influencia na condenação brasileira pelo mesmo crime


da seguinte forma:

Quando as penas são diversas, atenua a pena imposta no Brasil;

Quando são idênticas nela é computada;


DICA 127
EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA
A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas
consequências, pode ser homologada (STJ) no Brasil para:
a) Obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos
civis

Depende de requerimento da parte interessada


b) Sujeitá-lo a medida de segurança

Não pode homologar a sentença estrangeira para imposição de pena.

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MS: inimputabilidade por doença mental – (i) internação ou (ii) tratamento
ambulatorial.

Depende de tratado de extradição com o país que emanou a sentença OU requisição do


Ministro da Justiça.
DICA 128
CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS

RECLUSÃO

CRIMES

DETENÇÃO
INFRAÇÕES
PENAIS

CONTRAVENÇÕES
PRISÃO SIMPLES
("crime anão")

CRIME CONTRAVENÇÃO

PENA MÁXIMA 40 anos 5 anos

PENA reclusão ou detenção prisão simples

NÃO PODE ser aplicada PODE ser aplicada


MULTA
isoladamente isoladamente

TENTATIVA Cabe NÃO cabe

Todas APENAS pública


AÇÃO PENAL
incondicionada

DICA 129
CRIME

Infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção;

Previsto no código penal e legislação extravagante;


Penal de multa não pode ser aplicada isoladamente;
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É possível a tentativa;

Todos os tipos de ação penal.

CONTRAVENÇÃO:
Infração penal a que a lei comina pena de prisão simples;

Lei das Contravenções Penais (Dec-Lei nº 3.688/41);


Penal de multa pode ser aplicada isoladamente;

Não cabe tentativa;

Somente ação penal pública incondicionada.


DICA 130
TEORIA GERAL DO CRIME
Conceito tripartido de crime:
O conceito de crime adotado no Brasil é dividido em três elementos:
Fato típico;
Ilicitude ou antijuridicidade;
Culpabilidade;

A teoria adotada é a finalista, pois a conduta do agente deve ser dirigida a um fim
(DOLO ou CULPA).

ATENÇÃO!

A punibilidade não integra o conceito de crime, pois é apenas pressuposto para


aplicação da pena.

DICA 131
FATO TÍPICO

O fato típico é composto por:


Conduta: ação ou omissão (dolosa ou culposa)
Resultado: jurídico ou naturalístico
Nexo de causalidade: relação de causa + consequência entre ação/omissão e
resultado;
Tipicidade (adequação formal e material à lei)

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C CONDUTA

R
RESULTADO
E

N NEXO CAUSAL

T
TIPICIDADE
I

DICA 132
EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO

Caso fortuito;
Coação física irresistível; (é diferente de coação moral irresistível, que é excludente de
culpabilidade);
Estado de inconsciência;
Erro de tipo inevitável (escusável ou descupável);
Movimentos reflexos;
Princípio da Insignificância.

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PROCESSO PENAL
DICA 133
PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL -
COMUNICAÇÃO DA PRISÃO
De acordo com o art. 5º, inciso LXII, da Constituição de 1988 [...] "a prisão de qualquer
pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada".
O referido inciso define que a prisão deverá ser publicizada, no sentido de se tornar
pública ao juiz competente e à família do preso, ou à pessoa por ele indicada.
Trata-se de um direito de extrema relevância para o Estado Democrático de Direito.
DICA 134
PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL - DIREITO AO
SILÊNCIO
Segundo o artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição de 1988 [...] "o preso será informado de
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado".
Verifica-se que o referido dispositivo constitucional consagra o direito fundamental ao
silêncio, uma das implicações do princípio nemo tenetur detegere, segundo o qual
ninguém será obrigado a produzir provas contra si, modalidade da autodefesa
passiva.
DICA 135
PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUCIONAIS DO PROCESSO PENAL -
IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO
Um dos direitos constitucionais garantidos ao preso, considerado inclusive uma garantia
fundamental, é o de ter a identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial. Veja só, na íntegra:
Artigo 5º, inciso LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial;
Assim, quando da sua prisão, é seu direito saber quem o prendeu ou quem o interrogou e,
inclusive, a não observância desse direito no primeiro caso, pode ensejar ao
relaxamento da prisão, ao passo que no segundo, na nulidade do procedimento.
Resumindo:
Fui preso? Tenho direito de ser informado sobre quem me prendeu ou interrogou.
DICA 136

LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO

O Código de Processo Penal adota a Teoria da Territorialidade, ou seja, as


disposições do CPP aplicam-se nos limites do território nacional.

Contudo, o mencionado princípio comporta exceções.

IMUNIDADE DIPLOMÁTICA - Chefes de governo estrangeiro ou de Estado


estrangeiro, suas famílias e membros das comitivas, embaixadores e suas famílias,
funcionários estrangeiros do corpo diplomático e suas famílias, assim como funcionários
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de organizações internacionais em serviço (ONU, OEA, etc.) – possuem a prerrogativa de
responder no seu país de origem pelo delito praticado no Brasil (Convenção de Viena
sobre Relações Diplomáticas).

Quando as autoridades acima praticam infrações penais no território brasileiro, NÃO


se aplicam as regras do CPP. Será aplicada a lei do país de origem da autoridade.

Tal imunidade NÃO É EXTENSIVA aos empregados particulares dos agentes


diplomáticos.
Cônsul: só goza de imunidade em relação aos crimes funcionais.

PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA E DE


OUTRAS AUTORIDADES, EM RELAÇÃO AOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE –
Compete ao Senado Federal (Art. 52, incisos I e II, CF).

PROCESSO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR –processar e julgar os crimes


militares definidos em lei, conforme o Código de Processo Penal Militar

CRIMES ELEITORAIS: A competência criminal da Justiça Eleitoral é fixada em razão


da matéria, cabendo o processo e o julgamento dos crimes eleitorais.

DICA 137

LEI PROCESSUAL NO TEMPO

Art. 2º, CPP – PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM: “A lei processual penal aplicar-
se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior”.

A lei processual penal aplica-se imediatamente. Não é analisado se o conteúdo da lei


processual penal é mais benéfico ou não para o réu.

Normas unicamente processuais: cuidam de procedimentos, atos processuais,


técnicas do processo – a elas se aplica o art. 2º, CPP.

Normas processuais materiais ou mistas: abrigam conteúdo de natureza


penal (crime, pena, medida de segurança, efeitos da condenação e do direito de punir
do Estado) e processual penal. Neste caso, em razão do conteúdo de natureza penal,
aplica-se a legislação mais benéfica para o réu.

DICA 138
DO INQUÉRITO POLICIAL - CONCEITO DO INQUÉRITO POLICIAL

Conceito: O inquérito consiste num conjunto de diligências visando elucidar os fatos,


as fontes de prova. Além disso, possui caráter preparatório, pois através dele a polícia
investigativa possibilita que o titular da ação penal (ex.: Ministério Público) possa
ingressar com a Ação Penal.

Natureza do inquérito: O inquérito policial possui a natureza de um procedimento


administrativo, preparatório, presidido pela autoridade policial (delegado de polícia).
NÃO é um processo ou procedimento judicial!

Condução do inquérito: Vejam o art. 2º §1º da Lei 12.830/2013, que prevê que cabe
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ao delegado de polícia a condução do inquérito policial, o que reforça a sua natureza
administrativa, e não jurisdicional.
DICA 139
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL

Procedimento ESCRITO As peças do inquérito devem ser reduzidas a escrito.


(art. 9º, CPP)

O inquérito é dispensável à propositura da Ação Penal.


Procedimento
O MP dispensará o inquérito se com a representação
DISPENSÁVEL (art. 39,
forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a
§5, CPP)
ação penal.

Uma vez instaurado, a autoridade policial NÃO pode


mandar arquivar os autos do inquérito policial.
Procedimento
INDISPONÍVEL O delegado pode até concluir que o fato apurado não é
crime, mas não pode arquivar o inquérito.
(art. 17, CPP)
Quem o faz é o Ministério Público, titular da ação penal,
observando o procedimento do art. 28 do CPP.

A autoridade deve assegurar o SIGILO no inquérito,


necessário à elucidação do fato.
Procedimento SIGILOSO Imaginem se cair no conhecimento popular que um
(art. 20) determinado chefe do tráfico está sendo objeto de uma
interceptação telefônica. A medida ficaria sem efeito,
correto? É por isso que o inquérito é um procedimento
SIGILOSO.

DICA 140
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INQUISITIVO
No inquérito policial há concentração de poder em autoridade única. Logo, há o
afastamento do contraditório e da ampla defesa. (NESTOR TÁVORA)
Fique atento!
A título de conhecimento, ressalte-se que é possível que o inquérito tenha contraditório e
ampla defesa. Havendo desejo político, é possível a regulação de inquéritos com
contraditório e ampla defesa, a exemplo do inquérito para a expulsão do estrangeiro
regulado na Lei de Migração (Art. 58, Lei 13.445/2017).

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DICA 141
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISCRICIONÁRIO
O Delegado preside a investigação da forma que entender mais estratégico, adequando o
Inquérito Policial a realidade do crime apurado.
TOME NOTA!

Os arts. 6º e 7º do CPP, de forma não exaustiva, apontam diligências que podem ou


devem ser cumpridas, para melhor aparelhar o Inquérito Policial.

As diligências requeridas pela vítima ou pelo suspeito podem ser negadas, salvo
o exame de corpo de delito quando a infração deixar vestígios (arts. 14, 158 e 184 do
CPP).
DICA 142
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO SIGILOSO
Cabe ao delegado de polícia velar pelo sigilo em favor da eficiência da investigação (art.
20, CPP).

Princípio da presunção de inocência:


Informações do Inquérito Policial não serão apontadas na certidão de antecedentes
criminais.
DICA 143
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO ESCRITO
Prevalece a forma documental, sendo que os atos orais serão reduzidos a termo (art.
9º, CPP).

O delegado deve rubricar todas as laudas do Inquérito Policial.

As novas ferramentas tecnológicas podem ser empregadas na documentação, o que


envolve captação de som e imagem, assim como a estenotipia (técnica de resumo de
palavras por símbolos).
DICA 144
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO INDISPONÍVEL
O delegado NUNCA poderá arquivar o inquérito policial.
Toda investigação iniciada deve ser concluída e encaminhada a autoridade competente.
Memorize!

JAMAIS poderá arquivar o inquérito


Delegado
policial

DICA 145
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL: PROCEDIMENTO DISPENSÁVEL
A deflagração do processo independe da prévia elaboração do Inquérito Policial
(posição majoritária)
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Fique atento! Inquérito indispensável (posição minoritária).
Para Henrique Hoffmann, em posição minoritária, o inquérito é indispensável para a
deflagração do processo; afinal, é possível que o inquérito seja a fonte de fornecimento de
justa causa para o ajuizamento da ação penal.
DICA 146
CONTRADITÓRIO DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL

O contraditório é um dos princípios bases do processo penal, expressamente


consagrado na Constituição Federal. Contudo, o inquérito policial é um procedimento
sigiloso. Então, como fazer para conciliar essas duas previsões?
Regra geral, não há contraditório pleno no âmbito do inquérito policial. Trata-se de
um procedimento de característica inquisitorial, em que o contraditório e a estrutura
dialética, típica da ampla defesa e dos processos judiciais, não é observada.
A forma que a jurisprudência encontrou de compatibilizar isso é permitindo ao advogado o
amplo acesso aos elementos de prova que já tiverem sido documentadas no inquérito
policial. As diligências ainda em curso não serão permitidas o acesso ao advogado.
É isso o que quer dizer a Súmula Vinculante n. 14: “é direito do defensor, no interesse
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em
procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária,
digam respeito ao exercício do direito de defesa”.
DICA 147
INQUÉRITO POLICIAL CONTRA POLICIAIS PELO USO DAS FORÇAS LETAIS
Inovação importante trazida pelo Pacote Anticrime!
Em regra geral, não se observa o contraditório pleno e efetivo no inquérito policial, dada a
sua estrutura inquisitorial e sigilosa. Mas os advogados possuem acesso às diligências que
já tiverem sido documentadas, conforme súmula vinculante n. 14.
Uma novidade trazida pelo Pacote Anticrime e que de certa forma excepciona essa
restrição ao contraditório no âmbito do inquérito policial está prevista no art. 14-A do
CPP.
No caso em que os policiais forem investigados por algum fato relacionado ao uso da
força letal (ex.: arma de fogo), praticados no exercício profissional. O policial investigado
deverá ser citado sobre a instauração do inquérito, podendo constituir defensor no
prazo de 48 horas, contados do recebimento da citação.
Se o prazo de 48 horas acabar sem que o policial tenha constituído advogado, deverá ser
intimado a instituição a que estava vinculado na época dos fatos para que, no
prazo de 48 horas, indique algum defensor para a representação do investigado.
A previsão de citação do investigado acerca da instauração do inquérito é uma novidade, e
que só existe nos crimes em que os policiais forem investigados pelo uso das forças letais.
É uma novidade que de certa forma “fortalece” o contraditório, mesmo em sede de
investigação criminal!
DICA 148
VALOR PROBATÓRIO DO INQUÉRITO POLICIAL
Não deixe de fazer a redação LITERAL do art. 155 do CPP!!
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FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

São colhidos no inquérito policial, Sozinhas, NÃO


ELEMENTOS DE
sem a observância do podem embasar a
INFORMAÇÃO
contraditório. condenação.

São aquelas produzidas sob o São elas que


contraditório judicial, durante a servem para
PROVAS instrução criminal. embasar a
condenação.

FORÇA PROBATÓRIA DO INQUÉRITO POLICIAL (ARTIGO 155, CPP)

ELEMENTOS MIGRATÓRIOS São elementos que, embora São eles:


colhidos durante o inquérito policial,
podem servir para embasar a 1) provas
condenação. cautelares;
2) provas não
repetíveis;
3) provas
antecipadas.

Somente será considerado prova no âmbito do processo penal aquela submetida ao


contraditório judicial, ou seja, aquela colhida durante a instrução processual penal (fase
processual), em que seja dada oportunidade para a parte acusada se manifestar
previamente, participando ativamente da sua colheita.
No âmbito do inquérito policial, isso não ocorre. O Inquérito Policial é um
procedimento sigiloso, em que NÃO se observa o contraditório prévio. A parte
investigada não participa das investigações, não participa da colheita da prova.
Quando o juiz for analisar se condena ou não o acusado, ele deverá observar as PROVAS
produzidas em contraditório judicial. Ele NÃO poderá, como regra, fundamentar a sua
condenação exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante a investigação.
Na verdade, esses elementos colhidos pela entidade responsável, durante o inquérito
policial, tecnicamente sequer são chamados de provas, mas sim ELEMENTOS DE
INFORMAÇÃO. Isso porque tais elementos não se prestam como provas, mas sim como
elemento para que o Ministério Público faça a acusação, bem como para direcionar os
rumos da instrução criminal, na fase processual.
Certo? Espero que sim! Mas, existem algumas exceções… Isso porque muitas vezes os
elementos de informação colhidos na delegacia NÃO poderão ser repetidos durante a
instrução criminal, seja porque às vezes os vestígios desaparecem, ou ainda porque a
testemunha que prestou o depoimento morreu, etc.
É por isso que a lei ressalva as provas cautelares, não repetíveis e as antecipadas.
Essas provas cautelares, não repetíveis e antecipadas são chamadas de elementos
migratórios. Recebem esse nome porque, embora colhidas durante o inquérito policial,
elas podem, sozinhas, embasar a condenação do juiz.
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Prova irrepetível, por exemplo, é aquela que simplesmente desapareceu, como a
constatação da embriaguez, a constatação dos hematomas de uma mulher agredida, etc.
Já Prova cautelar são aquelas pautadas pela necessidade e urgência, como o caso de
uma interceptação telefônica. Não há como o juiz repetir essa prova, concordam?
DICA 149
DURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
Importante!!!!
A duração do inquérito variará de acordo com o réu estar preso ou não. Além disso, há
uma regra específica na Lei de Drogas que é importante vocês saberem!
Duração do inquérito para réu preso
Primeiramente, em se tratando de réu preso, o CPP prevê o prazo de 10 dias, contados
do dia em que se executar a ordem de prisão.
Porém, o Pacote Anticrime passou a prever a possibilidade de o juiz prorrogar o
inquérito em se tratando de réu preso, por uma única vez, por mais 15 dias. Se, após
essa prorrogação, ainda não houver concluído as investigações, a prisão deverá ser
imediatamente relaxada.
Portanto, para RÉU PRESO = 10 dias, prorrogáveis por mais 15 dias.
Duração do inquérito para réu solto:
Além disso, em se tratando de réu solto, a duração do inquérito é de 30 dias, podendo
haver sucessivas prorrogações na hipótese de o caso ser de difícil elucidação (na prática,
quase todo inquérito com réu solto extrapola esse prazo).
Duração do inquérito na lei de drogas:
Há uma outra regra específica na Lei de Drogas que é importante você memorize.
Em se tratando de inquérito para apurar os crimes previstos na lei de drogas
(exemplo: tráfico de entorpecentes), a duração do inquérito é de 30 dias para o réu
preso, e de 90 dias para o réu solto, podendo, em ambos os casos, ser duplicados pelo
juiz (ver artigo 51 da Lei de Drogas).

PRAZO DE RÉU PRESO RÉU SOLTO


CONCLUSÃO

Regra do CPP Prazo de 10 dias, contados da data em Prazo de 30


que se executar a ordem de prisão (art. 10, dias, podendo ser
CPP) prorrogado.
O pacote anticrime passou a prever a
possibilidade de prorrogação, por uma
única vez, por mais 15 dias. (art. 3º-B,
CPP)

Lei de Drogas 30 dias (podendo ser duplicado) 90 dias


(podendo ser
duplicado)

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ATENÇÃO!

Para complementar os estudos, vale a leitura do art. 155 do CPP!!


Para complementar as informações dessa dica, FAÇAM A LEITURA LITERAL de
três artigos:
artigo 10 do CPP;
art. 3º-B, §2º, do CPP;
art. 51 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006).

DICA 150
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL (ART. 5º, CPP)


Possibilidade de
Espécie de crimes Observação
instaurar
De ofício, pelo delegado A peça inaugural do inquérito será
uma portaria.
Mediante requerimento Se o requerimento de instauração
do ofendido for indeferido, cabe recurso ao
Nos crimes de ação Chefe de Polícia.
penal pública
INCONDICIONADA Por requisição da Prevalece que a autoridade
autoridade judiciária e do judiciária requisitar a instauração
Ver artigo 5º, CPP Ministério Público de inquérito policial ofende o
Sistema Acusatório.
Notícia de qualquer É o que chamamos de delatio
pessoa do povo criminis. Na prática, exercida
através do B.O.

DICA 151
NOTITIA CRIMINIS, DELATIO CRIMINIS E DENÚNCIA ANÔNIMA

Notitia criminis: é o conhecimento, por parte da autoridade policial, acerca de um


crime. A partir dela, o delegado dá início à investigação, apurando a sua verdadeira
ocorrência bem como descobrindo a sua autoria. Pode ser espontâneo (ex: delegado ao
andar na rua vê a prática de um crime) ou provocado (ex.: B.O., requisição do MP, etc)

Delatio criminis: é uma espécie de notitia criminis. Quando qualquer pessoa do


povo (e não a vítima/ofendido) comunica um fato criminoso à autoridade policial.

Denúncia anônima: esse ponto é importante. A denúncia anônima é um importante


instrumento no combate à criminalidade. Porém, a CF veda expressamente o anonimato
(art. 5º, inciso IV).

É por isso que, diante de uma denúncia anônima, a autoridade policial não pode, de
pronto, instaurar um inquérito policial.

Pelo contrário, deverá verificar a procedência e a veracidade das informações veiculadas


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pela denúncia anônima, através de um procedimento chamado de Verificação da
Procedência das Informações (VPI), previsto no art. 5º, §3º do CPP.

Portanto, a denúncia anônima, por si só, NÃO serve para fundamentar a instauração de
inquérito policial. Mas, a partir dela, pode a polícia realizar diligências preliminares para
apurar a veracidade das informações obtidas anonimamente e, a partir disso, instaurar o
inquérito.
DICA 152
REQUISIÇÕES DE INFORMAÇÕES (ARTS. 13-A E 13-B)

REQUISIÇÕES DOS ARTS. 13-A E 13-B

1. Possibilidade do MP e delegado requisitar


REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES
dados e informações cadastrais de órgãos
(art. 13-A)
públicos ou empresas privadas.

2. INDEPENDE de autorização judicial

1) Sequestro e cárcere privado; 2) Redução à


condição análoga à de escravo; 3) Tráfico de
pessoas; 4) Extorsão; 5) Extorsão mediante
sequestro; 6) Envio de criança ao exterior.

Qual o prazo para atendimento? 24 horas.

1. Possibilidade do MP e delegado requisitar


meios técnicos necessários que permitam a
localização da vítima às empresas de
telecomunicação.

2. PRECISA de autorização judicial, mas se o


REQUISIÇÃO DE MEIOS
juiz não se manifestar em 12 horas, a
TÉCNICOS ADEQUADOS
autoridade pode requisitar diretamente, com
(ART. 13-B)
imediata comunicação ao juiz.

3. Previsto apenas para o crime de tráfico de


pessoas

4. Prazo máximo da diligência: 30 dias,


renovável por igual período

5. Nesses casos, o inquérito policial deve ser


instaurado em 72 horas, contado do registro da
ocorrência.

DICA 153
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
O pacote anticrime trouxe significativa alterações no que diz respeito à forma de
arquivamento do inquérito policial, com as modificações no art. 28 do CPP.

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Por força do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial não pode mandar
arquivar os autos do inquérito. Além disso, o arquivamento também NÃO pode ser
determinado de ofício pelo juiz.
Na verdade, incumbe exclusivamente ao MP avaliar se os elementos de informação
colhidos são ou não suficientes para o oferecimento da denúncia.
O Pacote Anticrime implementou uma mudança na forma de arquivamento do inquérito
policial, implementando o que se chama de arquivamento no âmbito do Ministério
Público.
Agora, caso o MP entenda que é caso de arquivamento do inquérito, deverá realizar a
comunicação à vítima, ao investigado e à autoridade policial. Ainda, deverá
encaminhar os autos para a instância de Revisão Ministerial, para fins de
HOMOLOGAÇÃO.
PRESTEM BEM ATENÇÃO: quem homologa o arquivamento do inquérito é um
“órgão superior” do próprio Ministério Público, chamado de instância de Revisão
Ministerial.
Antes do pacote anticrime, o MP pedia o arquivamento do inquérito ao juiz, que deveria
homologar o arquivamento. No entanto, caso o juiz discordasse do MP e entendesse que
NÃO seria caso de arquivamento, deveria remeter os autos ao Procurador Geral de Justiça.
Veja, portanto, a novidade: agora o arquivamento não passa pelo crivo do juiz. O juiz
não decide mais se vai ou não arquivar. Se o MP entender que é caso de arquivamento,
faz as comunicações e submete à instância de Revisão Ministerial.
Portanto: se o MP entender que é caso de arquivamento, ele submete à homologação da
instância de Revisão Ministerial. NÃO É MAIS O JUIZ que homologa o arquivamento!!!
Por fim, se a vítima não concordar com o arquivamento do inquérito, poderá recorrer, no
prazo de 30 DIAS, submetendo a matéria à revisão de instância no âmbito do Ministério
Público.

ATENÇÃO!

Por conta da concessão de liminar na ADI 6305/DF, pelo Ministro Luiz Fux, está
suspensa “sine die” a alteração constante da lei nº 13.964/2019, no que tange o
procedimento de arquivamento de inquérito policial. Portanto, até o momento,
prevalece a redação anterior desse artigo, ou seja, MP pede arquivamento e
encaminha para o Magistrado, tendo esse a competência de deferir ou não!

Note que aqui, é extremamente importante ter conhecimento a respeito da redação


anterior (ainda vigente) e a suspensão da redação nova, haja vista que a FGV pode
cobrar do candidato esse assunto, exigindo que esse tenha conhecimento a respeito da
ADI 6305/DF.
DICA 154
TERMO CIRCUNSTANCIADO
No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, NÃO se exige a instauração de inquéritos
policiais. O inquérito é substituído por um procedimento mais simples e mais célere,
chamado de Termo Circunstanciado.
Portanto, o procedimento para investigar crimes de menor potencial ofensivo (pena
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máxima menor do que 2 anos) é o Termo Circunstanciado.
Nos termos do art. 69 da Lei 9.099/95, “a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com
o autor do fato e a vítima”.
DICA 155
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL

Natureza jurídica do acordo de não persecução penal:

Natureza de negócio jurídico processual que veicula política criminal do MP.

Requisitos:

Não ser caso de arquivamento;

Investigado ter confessado formal e circunstancialmente;

Infração sem violência ou grave ameaça;

Pena MÍNIMA INFERIOR a 4 anos;

Necessário e suficiente para reprovação do crime.

Condições:

→ reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

→ renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime;

→ prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à


pena mínima cominada ao delito diminuída de 1/3 a 2/3, em local a ser indicado
pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do CP

→ pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade
pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha,
preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos
aparentemente lesados pelo delito; ou

→ cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

Hipóteses de não cabimento do ANPP:

→ se for cabível transação penal;

→ se o investigado for reincidente OU se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as
infrações penais pretéritas;

→ se o agente tiver sido beneficiado nos últimos 5 anos com ANPP, transação penal
ou SURSIS processual.

→ se o crime tiver sido praticado na Maria da Penha ou por razão do sexo feminino.
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DICA 156
AÇÃO PENAL

INCONDICIONADA

DE INICIATIVA
AÇÃO PENAL
PÚBLICA

CONDICIONADA

A ação penal pública incondicionada é titularizada pelo Ministério Público. O MP


inicia a ação penal com a denúncia.
A regra no sistema jurídico = a ação penal seja pública incondicionada.
DICA 157

AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA


A ação penal pública condicionada depende da representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça. Nesses casos, o Ministério Público continua sendo o
titular da ação penal, mas não pode exercer o seu direito de ação de ofício, como nos
casos de ação penal pública incondicionada.

de requisição do
promovida por Ministro da Justiça,
denúncia do ou de representação
Crimes de ação
Ministério Público, do ofendido ou de
pública
dependerá, quando quem tiver
a lei o exigir, qualidade para
representá-lo.

OBS: Caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão


judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão (CADI – deve ser por esta ordem).

Qualquer
crime

praticado em detrimento do
patrimônio ou interesse da
União, Estado e Município

a ação penal
será pública

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OBS: Os crimes de lesão corporal leve ou culposa cometidos no contexto de
violência doméstica ou familiar contra a mulher, que se enquadram na Lei Maria da
Penha, são de ação penal pública incondicionada. Exceção: crime de ameaça em que
a ação penal pública é condicionada à representação.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
DICA 158
LEI 3.310/06 – ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO PODER JUDICIÁRIO
DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - DOS CARGOS PÚBLICOS
A Lei 3.310/06, em seu art. 4º, trata sobre os cargos públicos no Poder Judiciário do
Estado de Mato Grosso do Sul.
Segundo a lei, os cargos públicos são de provimento efetivo ou de provimento em
comissão.
Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, podendo ainda
constituir carreira isolada, e providos mediante concurso público.
Os cargos de provimento em comissão envolvem atribuições de direção,
assessoramento e assistência superior e são de livre provimento, satisfeitos os
requisitos de qualificação fixados em lei ou regulamento, quando cabíveis.
Função de confiança, de natureza gerencial ou intermediária, é exercida por servidor
ocupante de cargo efetivo e se destina, obrigatoriamente, às atribuições de chefia de
serviços das áreas administrativas do Poder Judiciário.

As funções de confiança são privativas:

de servidor ocupante de cargo efetivo do quadro de pessoal do Poder Judiciário;

de servidor público ou militar do Estado de Mato Grosso do Sul cedido ao


Poder Judiciário Estadual, com designação e lotação na Coordenadoria de Segurança
Institucional, exclusivamente.
É vedado conferir ao servidor atribuições diversas das que integram o respectivo
cargo.
É proibida a prestação de serviço gratuito, salvo os casos previstos em lei.
DICA 159
DO PROVIMENTO
O Estatuto dos Servidores do Judiciário do MS traz em seu art. 9º a definição de
Provimento: ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a
designação do seu titular, e se dará pela nomeação, pela posse e pelo exercício.
São requisitos básicos para o ingresso no serviço público:
a nacionalidade brasileira ou a estrangeira, na forma da lei;
o gozo dos direitos políticos;
a quitação com as obrigações militar e eleitoral;
o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
idade mínima de dezoito anos;
aptidão física e mental;
As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos
estabelecidos em lei.
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Às pessoas com deficiência é assegurado o direito de se inscreverem em concurso
público para provimento de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência,
sendo reservadas até 10% das vagas oferecidas no concurso.

ATENÇÃO!

São formas de provimento de cargo público:


nomeação;
readaptação;
reversão;
aproveitamento;
reintegração;
recondução.

DICA 160
DO CONCURSO E DA NOMEAÇÃO
Conforme expressamente previsto na própria Constituição, o concurso público será de
provas ou de provas e títulos. Ademais, o prazo de validade será de até 2 anos,
prorrogável uma vez, por igual período.
Nomeação, segundo o art. 14 do Estatuto dos Servidores Públicos do Poder Judiciário do
Estado de MS, é o ato de provimento do cargo público que consiste no
chamamento de alguém para a posse e para o exercício.
A nomeação é forma de provimento originário (único existente). Sendo ato de
competência do Presidente do Tribunal de Justiça, o qual deve indicar a existência
de vaga e se fará para cargo de provimento efetivo e para cargo de provimento em
comissão.
A nomeação para cargo público de provimento efetivo dependerá de prévia habilitação em
concurso público de provas ou de provas e títulos e somente ocorrerá de acordo com a
ordem de classificação, observado o prazo de validade do concurso público.
O provimento de cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração, observados os
requisitos para ingresso no serviço público.
Prevê ainda o Estatuto que o servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão, nomeado para cargo efetivo, terá o vínculo anterior formalmente
extinto, recomeçando novo período aquisitivo, permitida nova nomeação em cargo
em comissão, se for o caso.
O servidor efetivo que assumir novo cargo de mesmo provimento terá
formalmente encerrado seu vínculo anterior e cumprirá integralmente os requisitos
formais para o ingresso no cargo objeto da última aprovação, considerando-se novo
início de exercício, para todos os efeitos legais.

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DICA 161
DA POSSE E DO EXERCÍCIO
Após ser nomeado, o aprovado será empossado. É com a posse que o corre a
investidura no cargo público. A posse só ocorrerá nos casos de provimento por
nomeação.
Conforme o art. 19 do Estatuto, posse decorre da nomeação e se constitui no ato
expresso de aceitação das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao
cargo, com o compromisso de desempenhá-lo com probidade e obediência às normas
legais e regulamentares, formalizado com a assinatura do termo pela autoridade
competente e pelo empossado.
A posse ocorrerá no prazo de 30 dias, contados da publicação da nomeação,
prorrogável por mais 15 dias, a requerimento do interessado e a juízo da Administração.
É necessária muita atenção, pois esse prazo pode variar em outras legislações específicas.
Então, para fixar bem, no Poder Judiciário do Mato Grosso do Sul o prazo da posse é 30 +
15.
Em se tratando de servidor em licença, ou em qualquer outro afastamento legal, o prazo
será contado do término do impedimento.
O candidato que, quando da publicação da nomeação estiver prestando serviço civil de
natureza obrigatória ou incorporado às Forças Armadas para prestação de
Serviço Militar obrigatório, terá o prazo para tomar posse contado da data de seu
desligamento.
O aprovado em concurso, diplomado para exercer mandato eletivo nas esferas de
governo municipal, estadual ou federal, quando da publicação da nomeação, terá o prazo
de posse contado da data do término do mandato, salvo no caso de acumulação
legal.
No ato da posse o servidor apresentará a declaração dos bens e valores que
constituem seu patrimônio, a declaração sobre exercício ou não de outro cargo,
emprego ou função pública, e a declaração da existência de vínculo de parentesco em
situação de nepotismo com membros do Poder Judiciário ou de qualquer servidor investido
em cargo de direção ou de assessoramento.
O servidor deverá apresentar à Secretaria de Gestão de Pessoal, antes de tomar posse,
todos os documentos e os elementos necessários à abertura do assentamento funcional.
A posse poderá dar-se mediante procuração com poderes específicos.
A posse em cargo público depende de prévia inspeção médica realizada por Junta Médica
Oficial do Estado ou por médico do quadro de pessoal do Poder Judiciário do Estado de
Mato Grosso do Sul, e só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e
mentalmente, para o exercício do cargo.
A autoridade que der posse verificará, sob pena de responsabilidade:
se foram satisfeitas todas os requisitos legais para o ingresso no serviço público;
se no ato de nomeação consta a existência da vaga;
em caso de acumulação de cargos, a legalidade e a compatibilidade de horários.

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Será tornado sem efeito o ato de nomeação, se a posse não se verificar no prazo
estabelecido.
São competentes para dar posse:

O Presidente ou o Diretor-Geral da Secretaria do Tribunal de Justiça -> aos


ocupantes dos cargos de caráter efetivo e cargos em Comissão da Secretaria do
Tribunal de Justiça;

O Juiz de Direito diretor do foro, aos ocupantes dos cargos de primeira


instância.
DICA 162
DO EXERCÍCIO
O exercício decorre da posse e marca o momento em que o servidor passa a
desempenhar legalmente as atribuições de seu cargo e adquire direito à retribuição
pecuniária correspondente.
A posse e o exercício poderão ser reunidos em um só ato.
O início, a suspensão, a interrupção e o reinicio do exercício serão registrados no
assentamento funcional do servidor.
O início do exercício e as alterações de lotação serão comunicados à Secretaria de Gestão
de Pessoal do Tribunal de Justiça, pelo chefe imediato no âmbito da Secretaria, ou pelo
Juiz de Direito diretor do foro da comarca em que estiver lotado o servidor.
Constitui atribuição da Secretaria de Gestão de Pessoal dar exercício ao servidor,
no âmbito da Secretaria do Tribunal de Justiça, e ao Juiz de Direito Diretor do Foro,
nas comarcas do Estado.
O exercício do cargo terá início dentro do prazo de 15 dias, prorrogável por 15 dias a
requerimento do interessado e a juízo da autoridade competente pela posso. Esse prazo
será contado:
da data da posse;
da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração, aproveitamento,
reversão, redistribuição, remoção e recondução.
O exercício em função de confiança, acontecerá no prazo de 30 dias, a partir da
publicação do ato de designação.
O exercício em cargo efetivo nos casos de reintegração, aproveitamento, reversão e
de recondução, dependerá da prévia satisfação dos requisitos legais e da
capacidade física e sanidade mental, comprovadas em inspeção médica oficial,
por meio de laudo definitivo ou após esgotados os prazos para os recursos
decorrentes das conclusões periciais, se houver.
O servidor, que não entrar em exercício dentro do prazo fixado, será exonerado.
No interesse do serviço público, os prazos para exercício poderão ser reduzidos
para determinados cargos.
Salvo os casos previstos na Lei 3.310/06, ocorrerá a demissão por abandono do
cargo ou por inassiduidade habitual quando o servidor, dentro do período de 1 ano,
interromper o exercício:
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por mais de 30 dias consecutivos;

por 60 dias interpoladamente.


O servidor entrará em exercício na unidade judiciária para a qual prestou concurso.
Nenhum servidor poderá ter exercício em serviço ou unidade judiciária diferente daquela
em que estiver lotado, salvo mediante autorização fundamentada do Presidente do
Tribunal de Justiça.
DICA 163
O ESTÁGIO PROBATÓRIO
A Lei 3.310/06 conceitua o estágio probatório como o período de exercício em que o
servidor efetivo ficará sob observação e a Administração apurará a conveniência
ou não de sua permanência no serviço público.
Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório por período de 3 anos, durante o qual sua aptidão e sua
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os
seguintes requisitos:

assiduidade e pontualidade;

disciplina;

aptidão;

eficiência;

dedicação.
Estes requisitos serão apurados mediante a expedição do Boletim de Avaliação do Estágio
Probatório, em que será registrado o desempenho do servidor no decorrer do 6º, 12º,
18º, 24º, 30º mês, contados a partir do início do exercício no cargo.
A estabilidade no serviço público será declarada após a avaliação do servidor durante o
período de 3 anos, consecutivos ou não.
O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável,
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.
As ausências ou os afastamentos do servidor, em cumprimento de estágio
probatório, por período superior a 60 dias implicarão a suspensão da contagem do
tempo para fins de avaliação periódica, que será retomada a partir do retorno do
servidor ao exercício de suas funções. O período de férias regulares não será
considerado afastamento.
DICA 164
DA ESTABILIDADE
A estabilidade, segundo o art. 41 do Estatuto dos Servidores do Judiciário do MS, é a
garantia constitucional de permanência no serviço público concedida
exclusivamente ao servidor investido em cargo público de provimento através de
concurso público.

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O servidor que satisfazer certas condições para o exercício do cargo para o qual fora
nomeado, conforme avaliação durante o período do estágio probatório, será considerado
estável no serviço público.
O servidor estável só perderá o cargo:

em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

mediante processo administrativo disciplinar, em que lhe seja assegurada ampla


defesa;

mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na conformidade


de regulamento, assegurada ampla defesa;

para corte de despesas com pessoal, na forma que dispuser lei federal específica.
DICA 165
DA READAPTAÇÃO
O art. 44 do Estatuto conceitua a readaptação como a investidura de servidor efetivo
em função compatível com a capacidade física ou mental do servidor, verificada
em inspeção médica oficial, sem mudança de cargo.
A readaptação será realizada em funções de atribuições afins, respeitada a
habilitação exigida.
A readaptação, que será processada por solicitação da Junta Médica Oficial e oficializada
por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, ocorrerá provisoriamente, por período
não superior a 6 meses, podendo haver prorrogação no caso de o servidor estar
participando de programa de reabilitação profissional.
Quando o servidor não puder ser readaptado em outra função que tenha
correspondência salarial com o cargo ocupado, será aposentado por invalidez, na
forma em que dispuser o sistema de previdência social.
Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.
DICA 166
DA REVERSÃO
Prevê o art. 47 do Estatuto dos Servidores do poder Judiciário do MS que reversão é o
retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez quando, pela Junta
Médica Oficial, forem declarados insubsistentes os motivos determinantes da
aposentadoria, ou, no interesse da Administração, na hipótese de aposentadoria
voluntária.
A reversão far-se-á ex officio ou a pedido, no mesmo cargo ou no cargo
resultante de sua transformação. O eventual ocupante do cargo, se estável, será
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro
cargo ou posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de
contribuição.
Se o laudo médico não for favorável, poderá ser procedida nova inspeção de saúde,
para o mesmo fim, decorridos pelo menos 90 dias.
Será tornada sem efeito a reversão ex offício e cassada a aposentadoria do servidor
que reverter e não entrar em exercício dentro do prazo legal.
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A reversão no interesse da Administração, dependerá de solicitação do servidor inativo, de
vaga e que a aposentadoria tenha ocorrido nos 5 anos anteriores à solicitação.
DICA 167
DO APROVEITAMENTO
O art. 49 da Lei 3.310/06 define aproveitamento como o reingresso no serviço do
servidor em disponibilidade.
O aproveitamento do servidor em disponibilidade ocorrerá em vagas existentes
ou que se verificarem nos quadros do Judiciário.
O aproveitamento dar-se-á, tanto quanto possível, em cargo de natureza e padrão de
vencimentos correspondentes ao que ocupava, não podendo ser feito em cargo ou
padrão superior.
Se o aproveitamento se der em cargo de padrão inferior ao que ocupava, terá o
servidor direito à diferença salarial correspondente.
Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveitamento sem que, mediante inspeção
médica, fique provada a capacidade para o exercício do cargo.
Se o laudo médico não for favorável, poderá ser procedida nova inspeção médica
de saúde, para o mesmo fim, decorridos, no mínimo, 90 dias (mesma previsão vista
na dica anterior quanto à reversão).
O aproveitamento será tornado sem efeito e a disponibilidade será cassada do
servidor que, aproveitado, não entrar em exercício dentro do prazo previsto, salvo
impedimento legal.
Será aposentado no cargo anteriormente ocupado, o servidor em disponibilidade
que for julgado incapaz para o serviço público, em inspeção médica oficial.

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