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Hana Ghassan
VICE-GOVERNADORA
Cristina Lopes
Coordenadora de Desenvolvimento de Competências e Habilidades Profissionais em Governança Pública
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Assim, pretende-se fornecer dados teóricos a serem observados
na descrição do objeto para fins da percepção da vantagem para a
Administração Pública quando da contratação, bem como informações
importantes, de natureza teórica e prática, para a capacitação dos agentes
públicos que atuam nesta seara, orientando-os, na medida do possível,
para que o Estado melhor invista os seus recursos.
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Assim, em que pese o verbo licitar estar adrede ao lance em hasta
pública, sendo um verdadeiro chamamento público, conforme orienta
Mukai3, onde a Administração convida os interessados para ofertarem os
seus produtos, os princípios norteadores e o os objetivos da licitação vão
para além do lance.
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e, de que forma deverá ser confeccionado o Termo de Referência para se
garantir esta vantagem.
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O professor Meirelles5 ensina que a vantajosidade na contratação
estará presente quando melhor atender ao interesse do serviço público,
sendo que as vantagens serão aferidas em cada processo, isto é, em cada
caso concreto, segundo circunstâncias concretas estabelecidas no Termo
de Referência, e que demonstram a real necessidade da Administração.
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buscar no mercado o menor preço para o objeto necessário. Portanto, a
definição do objeto a ser contratado é construído pela Administração e
instrumentalizado pelo Termo de Referência, assim, os limites da qualidade
do objeto a ser contratado são definidos pela Administração e não pelo
fornecedor.
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do pregão eletrônico, portanto, a sustentabilidade social, ambiental e
econômica é elemento norteador das licitações públicas.
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De mais a mais, em julgado mais recente, no Acórdão nº 1.666/2019,
o Tribunal de Contas da União se deparou com nova situação que envolve
a questão da sustentabilidade nas licitações, desta feita, a Administração
pretendia a aquisição de papel interfolhado, e um dos requisitos do Edital era
que a empresa apresentasse certificação florestal válida (referência: FSC,
cerflor), tendo representação contra tal exigibilidade, alegando também a
restrição à competitividade. Neste caso, a Corte de Contas Federal decidiu
pela defesa da competitividade no certame, senão vejamos:
A exigência de comprovação da certificação florestal válida
(referência: FSC, Cerflor) em nome do fabricante do material
acabado, como critério de aceitabilidade da proposta, apesar de
estar em consonância com o art. 2º do Decreto 7.746/2012, não
deve, no caso concreto, comprometer o caráter competitivo
da licitação.
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1.2. Aspectos Conceituais que Envolvem o Termo de Referência.
6 - PALAVÉRI, Marcelo. Pregão nas licitações municipais. Editora Del Rey, 2005, p. 37.
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Portanto, de antemão, as semelhanças existentes entre o Termo de
Referência e o Projeto Básico, consistem em se tratar de documentos
essenciais à licitação e cujos objetivos são a caracterização do objeto,
fazendo com que, sejam equivalentes, em que pese serem utilizados para
modalidades licitatórios diferentes. Neste mesmo entendimento, Furtado7
orienta que, o Termo de Referência é um instrumento que é utilizado na
modalidade pregão, em sua forma eletrônica e presencial, enquanto que,
para as demais modalidades, seria utilizado o Projeto Básico, que seriam
equivalentes.
Por sua vez, a Nova lei de Licitações, trouxe à tona mais uma similitude
do Termo de Referência com o Projeto Básico, qual seja: a necessidade do
estudo técnico preliminar – ETP, que será objeto de melhor estudo nas
páginas vindouras, senão vejamos:
Art. 6º [...]
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira
etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza o
interesse público envolvido e a sua melhor solução e dá base ao
anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto básico a serem
elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação;
Por fim, o Termo de Referência passa por três etapas distintas, onde
precisam ser identificados os agentes públicos responsáveis para cada
uma, quais sejam: elaboração, assinatura e aprovação.
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c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo
de vida do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de
como o contrato deverá produzir os resultados pretendidos desde
o seu início até o seu encerramento;
f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução
do objeto será acompanhada e fiscalizada pelo órgão ou entidade;
g) critérios de medição e de pagamento;
h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos
que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção
dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar de
documento separado e classificado;
j) adequação orçamentária;
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Referência não for realizado os estudos de natureza técnica necessários
para a justificativa da escolha do objeto, certamente, haverá dificuldades
para o pregoeiro na condução do certame (pedidos de esclarecimento,
impugnações, etc), ou, ainda, haverá divergência entre a qualidade do
objeto descrita no Termo de Referência e aquela que foi efetivamente
entregue à Administração Pública (fiscalização do contrato).
11 - Senhor (a) servidor (a), neste momento poderá ser utilizada norma da
ABNT, estudos técnicos realizados pelo INMETRO, ou outros mecanismos,
que lhe propiciem o mínimo de segurança da qualidade do objeto e da
manutenção da competitividade, sem o direcionamento do certame. Neste
sentido, o Acórdão nº 1.225/2014-Plenário do Tribunal de Contas da União,
assim se posicionou: “É legítima a exigência de certificação, comprovando
que o objeto licitado está em conformidade com norma da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), de forma a garantir a qualidade
e o desempenho dos produtos a serem adquiridos pela Administração,
desde que tal exigência esteja devidamente justificada nos autos do
procedimento administrativo. Para o relator, a “Administração Pública
deve procurar produtos e serviços com a devida qualidade e que atendam
adequadamente às suas necessidades”. Nesse sentido, destacou a importância
de se mudar o paradigma predominante da busca do menor preço a qualquer
custo, que, muitas vezes, ocasiona contratações de obras, bens e serviços de
baixa qualidade, que não atendem a contento às necessidades da entidade
contratante, afetando o nível dos serviços públicos prestados. Assinalou que
a certificação de acordo com norma da ABNT permite à Administração
assegurar-se de que o produto a ser adquirido possui determinados
requisitos de qualidade e desempenho. Ponderou, contudo, que a
busca pela qualidade não significa descuidar da economicidade ou
desconsiderar a necessidade de ampliação da competitividade das
licitações.
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do Tribunal de Contas da União foi instado a se manifestar a respeito de
representação contra a descrição do Termo de Referência, para aquisição
de pá carregadeira, onde se constava “vão livre do solo mínimo de 420 mm
e motor próprio do fabricante” sob a alegação de que houve direcionamento
para marca/modelo, tendo assim se posicionado:
Em licitações para aquisição de equipamentos, havendo no
mercado diversos modelos que atendam às necessidades
da Administração, deve o órgão licitante identificar um
conjunto representativo desses modelos antes de elaborar as
especificações técnicas e a cotação de preços, de modo a evitar
o direcionamento do certame para marca ou modelo específicos e
a caracterizar a realização de ampla pesquisa de mercado.
Veja que a Corte de Contas da União não está retirando a autonomia dos
órgãos da Administração Pública em realizar as suas contratações, apenas
está aferindo que, as descrições constantes no Termo de Referência devem
ser justificadas. Ora, se houvesse uma justificativa nos autos a respeito da
necessidade desta milimetragem do “vão livre do solo”, por óbvio, o certame
deveria continuar, posto que, esta seria a necessidade da Administração,
do contrário, estaria incorrendo em restrição da competitividade, com risco
de apontamento à marca/modelo/empresa.
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Veja que o parcelamento do objeto é a regra da licitação, não sendo
realizado quando não for tecnicamente viável, ou ainda, no caso de prejuízo
à vantajosidade, pela perda da economia de escala, por exemplo. Neste
sentido, caso não seja realizado o parcelamento no objeto, deverá ser
justificado nos autos do processo.
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Assim, em regra, a licitação cujo objeto seja divisível, deve ser feita
de forma parcelada, com a maior quantidade de itens possíveis, salvo
justificação nos autos, garantindo com isso, não apenas a competitividade
do certame, como também, a participação das Micro e Pequenas Empresas.
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administrativo, e como tal, deve ser fundamentado12. Neste sentido, o
professor Fernandes13 orienta que: “O atendimento desse requisito se
faz pela resposta às seguintes quatro perguntas: a) Por que precisa?
b) Qual o consumo previsto? c) Que quantidade precisa? d) Como vai
utilizar?”. Diante das respostas às indagações propostas, devidamente
registradas no processo, a tendência é que os estudos técnicos preliminares
fluam com mais clareza, facilitando sobremaneira a elaboração do Termo
de Referência.
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de qualidade, rendimento, compatibilidade, durabilidade e
segurança;
II - indicação dos locais de entrega dos produtos e das regras
para recebimentos provisório e definitivo, quando for o caso;
III - especificação da garantia exigida e das condições
manutenção e assistência técnica, quando for o caso.
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REFERÊNCIAS BÁSICAS
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de
Outubro de 1988. Brasília-DF.
_______. Decreto Federal nº 10.024 de 20 de Setembro de 2019.
Brasília-DF.
_______. Lei Ordinária Federal nº 8.666 de 21 de Junho de 1993.
Brasília-DF.
_______. Lei Ordinária Federal nº 10.520 de 17 de Julho de 2002.
Brasília-DF.
_______. Lei Ordinária Federal nº 13.105 de 16 de Março de 2015.
Brasília-DF.
COSTA, Antônio França, ANDRIOLI, Luiz Gustavo Gomes e BRAGA,
Carlos Renato Araújo. Estudos Técnicos Preliminares: o calcanhar
de Aquiles das aquisições públicas. Revista do TCU, Edição nº 139,
2017.
D’ANGELO, Elcio. Administração Pública – Teoria e prática. Editora
Independente. São Paulo. 2010.
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FURTADO, Madeline Rocha. Gestão de contratos de terceirização. Editora
Fórum, 2008.
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_______. Acórdão nº 214/2020-Plenário, publicado em de 15 de Julho de
2020.
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REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
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3. PESQUISA MERCADOLÓGICA
a) Valor Estimado:
Uma vez que o agente público esteja de posse das informações, que
via de regra, serão em pelo menos 03 fontes diferentes (03 preços), este irá
elaborar o Mapa Comparativo de Preços, onde irá identificar individualmente
os valores de cada item da licitação. Após isso, será realizado o tratamento
dos dados, com a formação do valor estimado.
b) Valor de Referência:
c) Valor Máximo:
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3.3 Pesquisa de preços para contratações diretas.
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REFERÊNCIAS BÁSICAS
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de Outubro
de 1988. Brasília-DF.
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REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Sistema de Registro de Preços e
Pregão Presencial e Eletrônico. Editora Fórum, 2009.
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