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Memorex TJMG – ANALISTA - Rodada 03

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Memorex TJMG – ANALISTA - Rodada 03

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Rodada 03 Disponível Imediatamente
Rodada 04 08/08
Rodada 05 15/08
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Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

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ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4


INFORMÁTICA .................................................................................................................... 16
RLM ........................................................................................................................................... 19
DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................... 21
DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................... 31
DIREITO CIVIL ................................................................................................................... 37
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................. 45
DIREITO DO CONSUMIDOR ........................................................................................ 55
NOÇÕES BÁSICAS DE CUSTAS E TAXAS JUDICIÁRIAS............................... 58
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL......................... 60
DIREITO PENAL ................................................................................................................. 63
PROCESSO PENAL............................................................................................................. 65
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA ............................................................................................ 75

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LÍNGUA PORTUGUESA

DICA 01
PONTUAÇÃO - RETICÊNCIAS
Reticências:
É utilizada em SUPRESSÃO de um trecho:

Ex.: “... saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra.” (Marta Medeiros)

É utilizada para deixar algo SUBENTENDIDO:

Ex.: Fabrícia sabe o segredo...


É utilizada para INTERRUÇÃO da frase:

Ex.: O meu noivado... Não sei... Talvez não seja tão bacana.

QUESTÃO.
Texto:
- 52 e-mails???
- Podemos resolver isso de maneira mais rápida com uma só reunião.
- 2 horas de reunião???
- Isso poderia ter sido tratado em um único e-mail para não tomar o tempo
de todos.
Os pontos de interrogação empregados no texto têm a função de mostrar:
a) o regime de trabalho exigido diante da capacidade da equipe.
b) a reação das pessoas diante das soluções apresentadas.
c) a rotina de produção frente às demandas empresariais.
d) o compromisso da gerência diante da necessidade coletiva.
Gabarito: Alternativa B, pois há uma reação que expressa a indignação com a
solução apresentada quanto aos e-mails e às reuniões.

DICA 02
ASPAS, PARÊNTESES E TRAVESSÃO

Aspas:

Pode ser utilizada para citar obras, gírias, estrangeirismo (utilizar palavra
estrangeira – “feedback”) e citações diretas.

Parênteses:
É utilizado para ISOLAR explicações ou ADICIONAR informação acessória.

Ex.: A nora da Paula (a mais esperta que já vi) estuda Odontologia.

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Travessão:

Poderá substituir parênteses, vírgulas, dois-pontos.

Poderá introduzir diálogos.

QUESTÃO.
Último parágrafo: “A última coisa que morre é esperança. Nós estamos na
expectativa que melhore, que este ano chova bastante para dar uma melhorada,
porque o trem tá feio”, afirmou o comerciante João Filho de Freitas.
(Questão adaptada) No último parágrafo, as aspas foram utilizadas para:
a) destacar expressões pouco usuais.
b) enfatizar uso de jargões.
c) abrir e fechar uma citação. CERTO. Citou a fala de João.
Gabarito: Alternativa C.

DICA 03
DOIS PONTOS

Dois pontos:

Pode ser utilizado antes de uma CITAÇÃO:

Ex.: Clarice Lispector disse: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.”

Pode ser utilizado antes de APOSTO DISCRIMINATIVO:

Ex.: A sala de aula possuía diversos objetos: mapas, quadros, cadeiras.

Pode ser utilizado para indicar ENUMERAÇÃO:

Ex.: Fui ao mercado e comprei: frutas, verduras, massa, azeite.


Pode ser utilizado antes de uma EXPLICAÇÃO sobre algo:

Ex.: Tenho somente um sonho: viajar pelo mundo!

QUESTÃO.
(Questão adaptada) Observe a frase “Bem, primeiramente temos de lembrar que hoje
há dois tipos de escola: aquelas que ainda preservam a tradição de a criança levar seu
alimento de casa e aquelas que já oferecem o lanche para os seus alunos”. Os dois
pontos introduzem:
a) uma avaliação da conduta das famílias.
b) um julgamento dos procedimentos escolares.
c) uma explicação sobre os tipos de escola.
Gabarito: Alternativa C, pois há as escolas que preservam a tradição de a criança
levar seu alimento de casa e existem as escolas que oferecem lanches.

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DICA 04
MORFOLOGIA - FLEXÃO NOMINAL

Os substantivos são classificados em “masculinos” quando há o uso do artigo


“o”.
ATENÇÃO! Não são do gênero masculino todos os substantivos que terminam com a
letra “o”.
Ex.: O menino
O sol
O Érico
O teatro
O poema

→ Nem sempre quando a palavra termina em “a” será feminina, como em “o poema”.

Os substantivos são classificados em “femininos” quando há o uso do artigo


“a”.
Ex.: A Melina
A diretora
A orca
A foto

→ Veja que em “a foto” a palavra “foto” termina em “o”, mas por conta do uso do
artigo “a”, ela é uma palavra feminina e não masculina.

DICA 05
FLEXÃO NOMINAL

Os substantivos são divididos em biformes e uniformes:

BIFORMES: há 1 forma para o masculino e 1 forma para o feminino.

→ Veja os seguintes exemplos:


“O pai” e “a mãe” → São palavras totalmente diferentes.

“A vaca” e “o boi” → As formas são muito diferentes. Não é apenas

acrescentar a letra “a” ao final para se transformar em uma palavra feminina.

UNIFORMES: há só 1 palavra para o masculino e feminino. O radical é o mesmo.

→ Veja os seguintes exemplos:

“O leitor” e “a leitora” → o radical é o mesmo, só se acrescente a letra “a” ao final


para indicar o feminino da palavra.
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DICA 06
FLEXÃO NOMINAL

Os substantivos UNIFORMES se dividem em:

Substantivos epicenos: Há APENAS uma palavra para os dois gêneros (masculino


e feminino). Os animais são diferenciados pelas palavras “macho” ou “fêmea”.

→ Veja os exemplos abaixo:


- A onça macho X a onça fêmea
- A cobra macho X a cobra fêmea
- A mosca macho X a mosca fêmea

Substantivos sobrecomuns: Há APENAS um termo para os dois gêneros


(masculino e feminino).

- “A vítima” → pode ser tanto um homem quanto uma mulher.


- “A pessoa” → pode ser tanto um homem quanto uma mulher.
- “O cônjuge” → pode estar se referindo à mulher (feminino) ou ao homem
(masculino).

Substantivos comuns de dois gêneros: O substantivo é feminino ou masculino a


depender do artigo utilizado antes da palavra.
Ex.: “o chefe” e “a chefe”
- “o cliente” e “a cliente”
- “o colega” e “a colega”

DICA 07
FLEXÃO NOMINAL

ATENÇÃO!

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES: Algumas palavras podem ter uma alteração no


sentido.

→ Veja os exemplos abaixo:


- o moral (ânimo) – a moral (honestidade)
- o capital (dinheiro, bens) – a capital (cidade principal)
- o rádio (aparelho) – a rádio (estação)

CUIDADO! Isso pode cair em prova! A palavra “DÓ” (no sentido de “pena”) é
masculina, não é feminina!

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Ex.: Tenho muito dó daquela menina!

A alface está fresca! Uma delícia! (Não é “o alface”)

DICA 08
FLEXÃO NOMINAL
O plural dos substantivos compostos é um tema muito importante e cai em prova!

Quando há um SUBTANTIVO + SUBSTANTIVO, as duas palavras ficam no


PLURAL:
Ex.: Há ótimos cirurgiões-dentistas no hospital do centro da cidade.
As meias-calças que tenho são verdes.

Quando há um SUBTANTIVO + ADJETIVO, as duas palavras ficam no PLURAL:

Ex.: Os cachorros-quentes do restaurante estão uma delícia!

DICA 09
FLEXÃO NOMINAL

Quando há um ADJETIVO + SUBSTANTIVO, as duas palavras ficam no PLURAL:

Ex.: Os gentis-homens são meus irmãos.


- Os altos-relevos das obras estão em destaque!

Quando há um NUMERAL + SUBSTANTIVO, as duas palavras ficam no PLURAL:

Ex.: Todas as quintas-feiras Bruno vai ao shopping com os amigos.


- Os meios-fios das calçadas da cidade são perigosos!
DICA 10
FLEXÃO NOMINAL

Quando as palavras estão conectadas por PREPOSIÇÃO, a primeira palavra ficará no


PLURAL:

Ex.: Há vários joões-de-barro naquele parque!

Se a segunda palavra é um substantivo determinante específico, só a primeira


palavra ficará no PLURAL:

Ex.: Não posso comer aquelas mangas-espada. Tenho alergia!


DICA 11
FLEXÃO NOMINAL

Quando o substantivo composto possui VERBO + SUBSTANTIVO, apenas a segunda


palavra ficará no PLURAL:
Ex.: Meu guarda-chuvas quebrou com o vento forte.

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Quando as palavras forem repetidas, apenas a segunda palavra ficará no PLURAL:
Ex.: Os reco-recos são compostos de bambu.

Quando o substantivo composto possui ADVÉRBIO + ADJETIVO, apenas a segunda


palavra ficará no PLURAL:
Ex.: De quem são aqueles alto-falantes?
DICA 12
FLEXÃO VERBAL
A Flexão verbal é a variação do verbo em modo, tempo, número, pessoa e voz do
discurso. É necessário saber o sentido dos verbos no respectivo discurso.

VERBOS REGULARES:

Verbos da 1° conjugação terminam em AR:

→ Estudar, jogar, dançar, amar, gostar, casar, brincar, adorar...

Verbos da 2° conjugação terminam em ER:

→ Vender, esquecer, comer, lamber, descer, correr, fazer...

Verbos da 3° conjugação terminam em IR:

→ Rir, abrir, sorrir, dormir, partir, dividir...

DICA 13
FLEXÃO VERBAL

CONJUGAÇÃO DOS VERBOS REGULARES (isso DESPENCA em prova!):

→ 1ª CONJUGAÇÃO: verbo “ADORAR” no MODO INDICATIVO:

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu adoro eu adorava
tu adoras tu adoravas
ele adora ele adorava
nós adoramos nós adorávamos
vós adorais vós adoráveis
eles adoram eles adoravam

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PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu adorei eu adorara
tu adoraste tu adoraras
ele adorou ele adorara
nós adoramos nós adoráramos
vós adorastes vós adoráreis
eles adoraram eles adoraram

FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu adorarei eu adoraria
tu adorarás tu adorarias
ele adorará ele adoraria
nós adoraremos nós adoraríamos
vós adorareis vós adoraríeis
eles adorarão eles adorariam

VEJA COMO JÁ FOI COBRADO PELA BANCA:

QUESTÃO IBFC, 2015.


Assinale a alternativa que apresenta o comentário CORRETO sobre o trecho abaixo:
“Assim ficara sabendo que não era ninguém..." (4°§)
a) “Ninguém" é um advérbio de negação.
b) O verbo “ficara" está flexionado no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo.
c) Seria possível substituir “ninguém" por “alguém" sem mudança de sentido.
d) Os dois verbos destacados estão flexionados na primeira pessoa do singular.
Gabarito: Alternativa B.

DICA 14
FLEXÃO VERBAL

2ª CONJUGAÇÃO: verbo “CORRER” no MODO INDICATIVO:

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu corro eu corria
tu corres tu corrias
ele corre ele corria
nós corremos nós corríamos

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vós correis vós corríeis
eles correm eles corriam

PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu corri eu correra
tu correste tu correras
ele correu ele correra
nós corremos nós corrêramos
vós correstes vós corrêreis
eles correram eles correram

FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu correrei eu correria
tu correrás tu correrias
ele correrá ele correria
nós correremos nós correríamos
vós correreis vós correríeis
eles correrão eles correriam

DICA 15
FLEXÃO VERBAL

3ª CONJUGAÇÃO: verbo “DIVIDIR” no MODO INDICATIVO:

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu divido eu dividia
tu divides tu dividias
ele divide ele dividia
nós dividimos nós dividíamos
vós dividis vós dividíeis
eles dividem eles dividiam

PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu dividi eu dividira
tu dividiste tu dividiras
ele dividiu ele dividira
nós dividimos nós dividíramos

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vós dividistes vós dividíreis
eles dividiram eles dividiram

FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu dividirei eu dividiria
tu dividirás tu dividirias
ele dividirá ele dividiria
nós dividiremos nós dividiríamos
vós dividireis vós dividiríeis
eles dividirão eles dividiriam

DICA 16
FLEXÃO VERBAL
VERBOS IRREGULARES: Possuem conjugações diferentes da forma padrão da maior
parte dos verbos. Assim sendo, o radical do verbo muda conforme a conjugação. Os
verbos irregulares não são conjugados como os verbos regulares.
O verbo “ANSIAR” é um verbo irregular. Vejamos a sua conjugação no modo
indicativo, pois pode cair em prova!

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu anseio eu ansiava
tu anseias tu ansiavas
ele anseia ele ansiava
nós ansiamos nós ansiávamos
vós ansiais vós ansiáveis
eles anseiam eles ansiavam

PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu ansiei eu ansiara
tu ansiaste tu ansiaras
ele ansiou ele ansiara
nós ansiamos nós ansiáramos
vós ansiastes vós ansiáreis
eles ansiaram eles ansiaram

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FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu ansiarei eu ansiaria
tu ansiarás tu ansiarias
ele ansiará ele ansiaria
nós ansiaremos nós ansiaríamos
vós ansiareis vós ansiaríeis
eles ansiarão eles ansiariam

DICA 17
FLEXÃO VERBAL
O verbo “MEDIR” é um verbo irregular. Vejamos a sua conjugação no modo
indicativo, pois pode cair em prova!

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu meço eu media
tu medes tu medias
ele mede ele media
nós medimos nós medíamos
vós medis vós medíeis
eles medem eles mediam

PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu medi eu medira
tu mediste tu mediras
ele mediu ele medira
nós medimos nós medíramos
vós medistes vós medíreis
eles mediram eles mediram

FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu medirei eu mediria
tu medirás tu medirias
ele medirá ele mediria
nós mediremos nós mediríamos
vós medireis vós mediríeis
eles medirão eles mediriam

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DICA 18
FLEXÃO VERBAL
O verbo “COMPETIR” é um verbo irregular. Vejamos a sua conjugação no modo
indicativo, pois pode cair em prova!

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO

eu compito eu competia
tu competes tu competias
ele compete ele competia
nós competimos nós competíamos
vós competis vós competíeis
eles competem eles competiam

PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO

eu competi eu competira
tu competiste tu competiras
ele competiu ele competira
nós competimos nós competíramos
vós competistes vós competíreis
eles competiram eles competiram

FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO

eu competirei eu competiria
tu competirás tu competirias
ele competirá ele competiria
nós competiremos nós competiríamos
vós competireis vós competiríeis
eles competirão eles competiriam

DICA 19
FLEXÃO VERBAL
CUIDADO com os seguintes verbos irregulares (que são os mais importantes e podem ser
“pegadinha” de prova): mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar.

MACETE → “MARIO” → mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar.

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PRESENTE DO INDICATIVO

MEDIAR ANSIAR REMEDIAR INCENDIAR ODIAR

Eu medeio Eu anseio Eu remedeio Eu incendeio Eu odeio


Tu medeias Tu anseias Tu remedeias Tu incendeias Tu odeias
Ele medeia Ele anseia Ele remedeia Ele incendeia Ele odeia
Nós mediamos Nós ansiamos Nós remediamos Nós incendiamos Nós odiamos
Vós mediais Vós ansiais Vós remediais Vós incendiais Vós odiais
Eles medeiam Eles anseiam Eles remedeiam Eles incendeiam Eles odeiam

DICA 20
MORFOLOGIA - CLASSES DE PALAVRAS - SUBSTANTIVO, ARTIGO E PRONOME

SUBSTANTIVO

Dá nome aos objetos, aos seres, aos lugares, às ações, entre outros.

O substantivo pode ser flexionado em número (singular ou plural), em


gênero (feminino ou masculino) e em grau (diminutivo ou aumentativo).
Ex.: caderno, fadas, cidade.

ARTIGO

Particulariza o sentido do substantivo.

Os artigos são: O, A, OS, AS, UM, UNS, UMA, UMAS.

PRONOME

O pronome possui a função de substituir ou de retomar alguma coisa.


Ex.: lhe, cujo.

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INFORMÁTICA

DICA 21
WINDOWS EXPLORER - TIPOS DE VISUALIZAÇÃO
No Windows Explorer é possível escolher a forma como os arquivos são mostrados, as

opções são: ícones extra grandes , ícones grandes , ícones médios , ícones

pequenos , lista , detalhes , blocos , conteúdo


A opções Detalhes é a mais completa e mostra várias informações sobre os arquivos
como Nome, Data de modificação, Tipo, tamanho etc. A opção conteúdo mostra a data
de modificação, tipo, tamanho. A opção Blocos mostra apenas o tipo do arquivo ou
alguma outra informação relevante. As demais opções não mostram nenhuma informação
sobre o arquivo.

É possível habilitar no Windows Explorer também o painel de visualização que

mostra uma prévia do arquivo, quando possível e o painel de detalhes do arquivo.


Ambos ficam localizados a direita no Windows Explorer.

O painel de Navegação tem as seguintes opções: Expandir até a pasta aberta,


Mostrar Todas as pastas, Mostrar Bibliotecas, Mostrar Favoritos.
DICA 22
ÍCONES DO WINDOWS EXPLORER
Nas tabelas abaixo, seguem representações de alguns ícones:

ÍCONES DA ABA INÍCIO

Inverter Seleção
Selecionar Tudo Limpar Seleção

Novo Item Fácil Acesso copiar caminho

ÍCONES DA ABA EXIBIR

Adicionar colunas
Classificar por Agrupar por

Dimensionar todas as
---------------------
colunas para caber Opções

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ÍCONE DO PAINEL DE NAVEGAÇÃO

Acesso rápido

DICA 23
WINDOWS HELLO
O Windows Hello é uma forma de obter acesso rápido aos dispositivos Windows
utilizando um PIN, reconhecimento facial ou impressão digital. Será necessário configurar
um PIN nos casos de utilizar reconhecimento fácil ou impressão digital, porém pode-se
usar apenas o PIN. Para configurar o Windows Hello basta acessar Configurações, Conta,
Opções de Entrada.
DICA 24
RENOMEAR ARQUIVOS
Para renomear arquivos podemos selecionar o arquivo e utilizar a tecla de atalho F2.
Outra opção é selecionar o arquivo, clicar com botão direito e clicar em renomear. Mais

uma forma é selecionar o arquivo e clicar no ícone renomear na aba Início.


Quando renomeamos dois arquivos com o mesmo nome na mesma pasta, o Windows
automaticamente irá alterar o nome do arquivo acrescentando um (2) ao final do arquivo
para identificá-lo.

ATENÇÃO!

Caso os arquivos sejam de tipos diferentes, isto é, um arquivo seja .txt e o outro
seja um Documento do Word (.docx), o Windows não irá acrescentar nada ao final
do arquivo e ambos ficarão com o mesmo nome.

DICA 25
TAMANHOS DE ARQUIVO
Os arquivos armazenados no computador têm seu espaço medido em Bytes. Para facilitar
a divisão do tamanho, utilizamos nomenclaturas quando alcança certa quantidade de
Bytes. Por exemplo, 1 milhão de bytes é 1 Mega Byte. Assim para identificar um arquivo
grande precisamos entender a ordem.

1 Giga Byte (1 GB ) = 1000 Mega Bytes (1000 MB);

1 Mega Byte = 1000 KiloBytes (KB);


1 KiloByte = 1024 Bytes.

DICA 26
HISTÓRICO DE ARQUIVOS
O Windows conta no painel de controle com a opção Histórico de Arquivos, que auxilia a
realizar backups de arquivos. Para utilizar o Histórico de Arquivos é necessário escolher
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onde os arquivos serão salvos, por exemplo se será utilizado uma unidade externa ou um
disco em rede por exemplo.
O histórico de arquivos só faz backup de cópias de arquivos que estão nas pastas
documentos, música, imagens, vídeos e área de trabalho e os arquivos do OneDrive
disponíveis offline em seu computador.
DICA 27
BLOCO DE NOTAS
O bloco de notas é um editor de texto simples que vem de forma padrão no Windows.
Nele é possível apenas digitar texto sem utilizar das formatações como cor, inclusão de
imagens, criar tabelas e não tem corretor ortográfico. O formato padrão de um arquivo do
bloco de notas é o .txt.
DICA 28
ÁREA DE TRABALHO
O Windows permite a criação de novas áreas de trabalho, onde os aplicativos são
agrupados. Para acessar a opção e visualizar as múltiplas áreas de trabalho utilize a tecla
de atalho WIN + TAB. Para criar uma nova área de trabalho basta clicar em Nova área de
trabalho ou utilizar a tecla de atalho CTRL + WIN + D. Para alternar entre as áreas de
trabalho, utilize as teclas CTRL + WIN + Setas direta ou esquerda.
No painel das áreas de trabalho também é possível visualizar uma linha do tempo de quais
arquivos foram abertos.
DICA 29
PROCEDIMENTOS DE BACKUP
Backups são fundamentais para uma organização.
É o que garante que seus dados permaneçam disponíveis em caso de algum sinistro.
Backups podem ser feitos na nuvem, como Drives do Google, OneDrive, Dropbox,
podem ser feitos de maneira local em mídia de armazenamento móvel como HD externo
ou podem ser feitos em rede local, em um computador utilizado para backup.
DICA 30
BACKUP COMPLETO

Também conhecido como backup total, normal, full ou ainda, backup referencial.

Copia todos os arquivos do computador.

Ocupa muito espaço de armazenamento por possuir arquivos de backup enormes.

Indicado para ser feito com menor frequência.

Apaga (desmarca) o flag após copiar o arquivo.

FLAG ARCHIVE, ou FLAG é um atributo dado a arquivos criados ou alterados. Este


atributo indica para o programa os arquivos que foram criados/alterados recentemente
para serem becapiados.

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RLM

DICA 31
ESTRUTURAS LÓGICAS DAS RELAÇÕES ARBITRÁRIAS

Tabela Verdade com disjunção exclusiva (ou..., ou...):

p q PVq

V V F

V F V

F V V

F F F

Na disjunção exclusiva, ela ficará feliz se ela andar em um veículo ou no outro, e não
em ambos (em apenas um veículo, exclusão).
Na 1ª linha (p e q são verdadeiras), ela vai ficar infeliz, e o resultado será falso (F).
Na 2ª linha (p é verdadeira e q é falsa), como é disjunção exclusiva, p=Ela anda de
moto, ou ~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira (V).
Na 3ª linha (p é falsa e q é verdadeira), como é disjunção exclusiva, ~p=Ela não anda de
moto, e q=Ela anda de bicicleta. Ela ficou feliz então é verdadeira (V).
Na 4ª linha (p é falsa e q é falsa), como é disjunção exclusiva, ~p=Ela não anda de
moto, e ~q=Ela não anda de bicicleta. Ela ficou infeliz então é falso (F).
DICA 32
ESTRUTURA LÓGICA

Tabela Verdade com condicional (→) “se.…, então”:

p q P→q

V V V

V F F

F V V

F F V

p→q: “Se Pedro vai ao parque, então Maria vai ao cinema. ”;


Esse tipo de proposição composta também e conhecido por implicação;

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Na condicional todas são verdadeiras, exceto a “Vera Fischer”, ou seja, apenas será
Falsa quando o p=V e o q=F.
DICA 33
ESTRUTURA LÓGICA

Tabela Verdade com bicondicional (↔) “se e somente se”;

p↔ q: "Pedro vai ao parque se e somente se Maria vai ao cinema.";

p q P↔q

V V V

V F F

F V F

F F V

Na bicondicional, se p e q tiverem o mesmo sentido, o resultado será verdadeiro (V);


Na bicondicional, se p e q tiverem o sentido diferentes, o resultado será falso (F);
Na 1ª linha p é (V) e q é (V) são iguais, então o resultado é (V);
Na 2ª e 3ª linha p e q são diferentes, então o resultado é (F);
Na 4ª linha p é (F) e q é (F) são iguais, então o resultado é (V).
DICA 34
ESTRUTURA LÓGICA - NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÃO
Negação de uma proposição simples gera uma nova proposição simples;
Ex.: 1) João é médico;(p). Negação: (~p) João não é médico;
2) Maria é estudante. Negação: Maria não é estudante;

Dupla negação gera a proposição original → ~ (~p) =p;

Número par de negações gera proposição equivalente a original e número ímpar de


negações gera nova proposição que é a negação da proposição original.
DICA 35
ESTRUTURA LÓGICA
Negação de uma proposição conjunção composta (e);
Ex.: Seja p e q: João é médico e mora na Bahia;
Negação: ~ (p ^ q) João não é médico ou não mora na Bahia;
Nega-se o 1º termo, o 2º termo e troque o e por ou;
~ (p ^ q) = ~p v ~q.

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DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 36
COMPETÊNCIA COMUM
A competência comum se relaciona com matérias administrativas e são compartilhadas
entre todos os entes federativos (União, estados, DF e municípios).

As principais competências são:

Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à


pesquisa e à inovação;

Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

Preservar as florestas, a fauna e a flora;

Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.


DICA 37
COMPETÊNCIA CONCORRENTE
A competência concorrente se relaciona com matérias legislativas e são compartilhadas
entre a União, estados e DF.

ATENÇÃO!

Os Municípios não compartilham da competência CONCORRENTE.

Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;


Mnemônico:

T Tributário

E Econômico

P Penitenciário

U Urbanístico

F Financeiro

Juntas comerciais;

Produção e consumo;

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Responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e


inovação;

Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

Procedimentos em matéria processual;

Previdência social, proteção e defesa da saúde;

Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

Proteção à infância e à juventude;

Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.


DICA 38
COMPETÊNCIA CONCORRENTE
Na competência concorrente, a CF enumerou diversos assuntos que deverão ser
disciplinados pela União, estados e DF.

Com o objetivo de não causar divergência entre os entes federados, a Constituição


estabeleceu que:

A União tem competência para estabelecer normas gerais;

Os Estados e o DF poderão exercer a competência suplementar sobre os assuntos


tratados de forma geral pela União, de acordo com as particularidades de cada Estado e
DF.

Se não houver legislação federal geral, os Estados e o DF exercerão a competência


legislativa plena, ou seja, disporão sobre os assuntos de forma geral e específica.

Caso a União edite uma norma GERAL depois que o Estado já disciplinou o tema de
forma plena (geral e específica), a norma federal suspende a lei estadual, no que for
contrário.

ATENÇÃO!

Haverá a suspensão da norma estadual. É comum colocarem as questões que lei


federal revoga a lei estadual, o que não é verdade, pois haverá a suspensão.

Veja como poderá ser cobrado na sua prova:

QUESTÃO IBFC, 2019.


Considere a organização político-administrativa do Estado prevista na Constituição
Federal de 1988 para assinalar a alternativa correta.
Alternativas
a) Compete privativamente à União Federal legislar sobre responsabilidade por dano ao
meio ambiente e ao consumidor;

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b) As competências previstas aos Estados na Constituição Federal podem ser delegadas
aos Municípios mediante Lei Complementar estadual;
c) Legislar sobre educação e cultura é de competência concorrente entre a União, os
Estados-membros e o Distrito Federal;
d) Compete a União elaborar normas gerais no que diz respeito àquelas matérias que
sejam de competência concorrente, restando aos Estados e Municípios, conjuntamente,
suplementarem tal legislação.
Gabarito: Letra C
Comentário: Alternativa “a” está errada, uma vez que se trata de competência
concorrente, com base no artigo 24, VIII, da Constituição Federal, que cita a
responsabilidade por dano ao meio ambiente.
Alternativa “b” está errada, Os Estados não podem delegar suas competências aos
Municípios.
Alternativa “c” está correta, baseada no artigo 24, IX, da Constituição Federal, que
relata sobre à competência concorrente.
Alternativa “d” está errada, pois só há a competência suplementar aos Estados,
conforme artigo 24, §2º da Constituição Federal.

DICA 39
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS
A competência legislativa dos estados é residual, o que significa que o estado irá legislar
sobre as matérias que não sejam de competência da União e nem dos municípios.
Existem duas previsões importantes sobre a capacidade legislativa dos estados na CF.

Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de


gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.
Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas
de interesse comum.
DICA 40
COMPARATIVO DE COMPETÊNCIAS

COMPETÊNCIA PRIVATIVA COMPETÊNCIA CONCORRENTE

Direito: civil, comercial, penal, Direito: tributário, econômico,


processual, eleitora, agrário, marítimo, penitenciário, urbanístico e financeiro –
aeronáutico, espacial e do trabalho – TEPUF;
CAPACETE PM;
Previdência social, proteção e
Seguridade social; defesa da saúde;
Direito Processual. Procedimentos em matéria
processual.

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DICA 41
PODER JUDICIÁRIO - ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO

Segundo o artigo 92, são órgãos do Poder Judiciário:

Supremo Tribunal Federal;

Conselho Nacional de Justiça;

Superior Tribunal de Justiça;

Tribunal Superior do Trabalho

Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

Tribunais e Juízes do Trabalho;

Tribunais e Juízes Eleitorais;

Tribunais e Juízes Militares;

Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

O STF é a cúpula do Poder Judiciário, atuando como guardião da Constituição. Atua


como última instância de resolução de conflitos no caso concreto.
DICA 42
JUSTIÇA COMUM E ESPECIAL

A jurisdição no Brasil, divide-se em:

Justiça Comum: Justiça Estadual composta por Tribunais de Justiça e Juízes


de Direito. E Justiça Federal composta por Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais.

Justiça Especial: composta pela Justiça do Trabalho, Eleitoral e Militar.

Dentre os Tribunais Superiores, ou seja, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior


do Trabalho, Tribunal Superior Eleitoral e Superior Tribunal Militar, o único que não
integra nem a Justiça Comum, nem a Justiça Especial é o Superior Tribunal de
Justiça.

ATENÇÃO!

O STF NÃO faz parte dos Tribunais Superiores.

Em que pese haver essas distinções, a doutrina majoritária entende que a JURISDIÇÃO
É UMA (ÚNICA), havendo essa distinção para fins de organização de trabalho.

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DICA 43
LEI COMPLEMENTAR DO JUDICIÁRIO

A CF dispõe de algumas regras para o exercício da magistratura:

O ingresso na carreira, ocorrerá no cargo de juiz substituto, o qual se dará por


aprovação em concurso público de provas e títulos, com a participação da OAB em
todas as fases. Exige-se do candidato o período de 3 (três) anos de prática jurídica.

O cargo de desembargador de justiça ocorrerá por antiguidade e merecimento dos


juízes de primeiro grau. Exceto nos casos do QUINTO CONSTITUCIONAL.

O subsídio, remuneração dos juízes, é escalonada e segue regras constitucionais.

O subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE, STM)
corresponderá a 95% do subsídio dos Ministros do STF.

O subsídio dos demais magistrados (juízes e desembargadores) serão escalonados, não


podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 10% ou inferior a 5%, e não
exceder 95% do subsídio dos Tribunais Superiores (art. 93, inciso V, da CF)

No art. 37, inciso XI, da CF, dispõe que o subsídio dos desembargadores será
limitado a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF.

O juiz deverá residir na Comarca em que atua, salvo autorização do Tribunal.

O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse público,


ocorrerá apenas com decisão por voto da maioria absoluta do Tribunal ou do CNJ,
assegurada ampla defesa.

As decisões administrativas serão sempre motivadas e em sessão pública, sendo as


disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

São vedadas as férias coletivas nos juízos de primeiro e segundo graus, funcionando
o plantão judiciário, nos dias em que não houver expediente no fórum.

Por fim, o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva


demanda judicial e à respectiva população.

DICA 44
ÓRGÃO ESPECIAL

É um órgão do Tribunal constituído para o exercício de matérias administrativas e


jurisdicionais delegadas pelo Tribunal Pleno.

O TRIBUNAL PLENO é constituído por todos os desembargadores do Tribunal. A CF


não disciplinou o número de desembargadores por cada Tribunal de Justiça estadual.
Alguns Tribunais de Justiça Estadual contam com um número elevado de
desembargadores. O TJSP possui 360 desembargadores, já o TJCE possui 43
desembargadores. Portanto, há um número variável.
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A criação do ÓRGÃO ESPECIAL ocorre para facilitar a decisão de algumas questões
afetas ao Tribunal, tendo em vista que o Órgão Especial é constituído por no mínimo 11 e
no máximo 25 julgadores.

A metade dos cargos do Órgão Especial é provido por antiguidade e a outra metade
por eleição do Tribunal Pleno.
DICA 45
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO
A CF dispõe no art. 97 - “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.”.

A Cláusula de Reserva de Plenário é a regra sobre a declaração de


inconstitucionalidade nos tribunais, que somente poderá ser reconhecida a
inconstitucionalidade por decisão da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do órgão especial.
O STF editou a Súmula Vinculante n. 10, a qual aduz que viola a cláusula de reserva de
plenário quando órgão fracionário afasta a incidência da norma no todo ou em parte,
embora não declare expressamente a inconstitucionalidade. Confira-se:

SÚMULA VINCULANTE Nº 10, STF

“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.”

NÃO se aplica a Cláusula de Reserva de Plenário:

se o órgão fracionário declarar a constitucionalidade da norma;

se a lei ou ato normativo for anterior ao texto da Constituição Federal;

se o órgão fracionário faz apenas uma interpretação conforme;

para juízos singulares;

para Turmas Recursais (Colégios Recursais);

para o STF no caso de controle difuso;

quando o Plenário (ou órgão especial) do Tribunal que estiver decidindo já tiver se
manifestado pela inconstitucionalidade da norma;

quando o Plenário do STF já tiver decidido que a norma em análise é inconstitucional.


DICA 46
SÚMULA VINCULANTE E REPERCUSSÃO GERAL
A Súmula Vinculante corresponde a materialização de determinado entendimento do STF,
a partir de reiteradas decisões sobre matéria constitucional. O termo “vinculante”
significa que a partir de sua publicação na imprensa oficial, a súmula terá efeito
vinculante em relação aos demais órgãos do poder judiciário e à administração
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
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ATENÇÃO!!

A súmula não tem efeitos vinculantes em relação ao LEGISLATIVO e ao próprio


STF.

A edição da súmula vinculante ocorrerá de OFÍCIO pelo STF ou mediante


PROVOCAÇÃO:

Presidente da República;
Mesa do Senado Federal;
Mesa da Câmara dos Deputados;
Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
Governador de Estado ou do Distrito Federal;
Procurador-Geral da República;
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
Partido político com representação no Congresso Nacional;
Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

A súmula vinculante é aprovada mediante decisão de 2/3 dos membros do STF.

A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre
esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
A revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem
propor a ação direta de inconstitucionalidade (tabela acima), bem como pelo próprio STF.
Quando um ato administrativo ou decisão judicial contrariar o entendimento veiculado a
súmula, ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao supremo tribunal federal,
com o objetivo de preservar o entendimento já veiculado. o STF julgando procedente a
reclamação, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso.

Repercussão geral: esse é um instrumento processual que possibilita o acesso das


causas ao STF. É um requisito do recurso extraordinário que corresponde a relevância da
causa do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico.
O recorrente deverá “abrir um tópico” no recurso específico para a alegação de
repercussão geral, expondo a relevância da matéria.
No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das
questões constitucionais discutidas no caso. A alegação de repercussão geral somente
poderá ser recusada pela manifestação de 2/3 dos membros do STF.

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DICA 47
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

O CNJ foi criado pela Emenda Constitucional nº. 45/2004. Trata-se de órgão com
competência administrativa e não jurisdicional.

Controla a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

Presidência do CNJ: O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo


Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do
Supremo Tribunal Federal.
IMPORTANTE!
Lembrando que a exigência constitucional sobre a necessidade de “notável saber jurídico”
não obriga qualquer formação acadêmica em ciências jurídicas. Portanto, não é necessário
que o cidadão seja sequer bacharel em direito para poder ser indicado.

ATENÇÃO!!

Apenas advogados e “cidadãos” contam com 02 (dois) membros, o restante dos órgãos
conta com apenas um membro, o que facilita a memorização.

DICA 48
DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de:

15 (quinze) membros;

com mandato de 2 (dois) anos;

admitida 1 (uma) recondução,

15 membros
Conselho
Nacional Mandato de 2 anos
de Justiça
Admitida 1 recondução

COMPOSIÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA:

o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;

Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;

Um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;


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Um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

Um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

Um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

Um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do


Trabalho;

Um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

Um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da


República;

Um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da


República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual;

DOIS advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

DOIS cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela


Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

Veja como poderá ser cobrado na sua prova:

QUESTÃO IBFC, 2020.


Acerca das disposições constitucionais sobre Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
assinale a alternativa correta.
Alternativas
a) O CNJ compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida
1 (uma) recondução;
b) O CNJ será presidido pelo Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral;
c) As escolhas para composição do CNJ serão aprovadas por maioria simples do Senado
Federal;
d) O CNJ é órgão do Poder Legislativo.
Gabarito: Letra a.

DICA 49
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

Julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos


Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:

contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;


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julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
DICA 50
DOS DIREITOS E DEVERES DA MAGISTRATURA

Os juízes gozam das seguintes garantias:

vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz
estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

Art. 93, VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por interesse


público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa;

irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º,
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
DICA BÔNUS
DOS DIREITOS E DEVERES DA MAGISTRATURA

Aos juízes é vedado:

exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;

receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

dedicar-se à atividade político-partidária;

receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas


físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

DICA 51
ATO ADMINISTRATIVO
São as manifestações de vontade da Administração Pública por meio de decretos,
resoluções, portarias, circulares, etc.
É uma declaração unilateral da vontade do Estado, de nível inferior à lei, para atender ao
interesse público.

Cria, restringe, declara ou extingue direitos.

São sujeitos ao controle judicial.


DICA 52
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

São 2 as formas de controle dos atos administrativos:

a) Quando realizado pela própria Administração trata-se de controle interno ou


autotutela.
O princípio da autotutela é a obrigação da Administração Pública em controlar os atos
editados, para retirar do ordenamento jurídico os ilegítimos ou inoportunos.

ILEGÍTIMOS são os atos ilegais ou nulos, tendo a Administração a obrigação de


retirá-los do sistema.

INOPORTUNOS são os atos que, em que pese não serem ilegais, se tornaram
inoportunos ou inconvenientes, tendo a Administração a prerrogativa de revogar os
que entender se enquadrarem em tais características.
Os fundamentos acima estão consolidados pelo STF, nas Súmulas 346 e 473:

SÚMULA 346 STF

A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.

SÚMULA 473 STF

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

b) Quando realizado pelo poder judiciário se apresenta o controle externo.


Em respeito ao Princípio da Separação dos Poderes, o Judiciário e Legislativo, quando
apreciarem Atos Administrativos, deverão limitar-se aos aspectos da legalidade, não lhes
competindo analisar o mérito, conveniência ou oportunidade.

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ATENÇÃO!

No Brasil se adota o Sistema da Jurisdição Una, onde somente o poder Judiciário


tem a aptidão de apreciar a lesão ou ameaça de lesão a direitos com força de coisa
julgada.
Se afastou o sistema da dualidade de jurisdição onde, sem tem órgão de
Contencioso Administrativo em paralelo ao Poder Judiciário, que exercem em conjunto a
função jurisdicional sobre litígios que envolvam a Administração Pública.

Veja como poderá ser cobrado na sua prova:

QUESTÃO IBFC, 2022.


Acerca do controle dos atos exercidos pela Administração Pública, assinale a
alternativa incorreta.
Alternativas
a) Os atos interna corporis (Regimentos dos atos colegiados), em regra, não são
apreciados pelo Poder Judiciário, porque se limitam a estabelecer normas sobre o
funcionamento interno dos órgãos;
b) A apreciação judicial não pode invadir os aspectos reservados à apreciação subjetiva
da Administração Pública, conhecidos sob a denominação de mérito (oportunidade e
conveniência);
c) É possível o controle judicial dos atos administrativos políticos que causem lesão a
direitos individuais e coletivos;
d) O direito brasileiro adotou o sistema da dualidade de jurisdição, fundamento para
que os atos administrativos sejam apenas excepcionalmente examinados pelo Poder
Judiciário.
Gabarito: Letra “d”

DICA 53
ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Anulação tem como fundamento a ilegalidade do ato, sendo realizada pela própria
Administração ou pelo Poder Judiciário.

A anulação acarreta efeito ex tunc (retroage à situação original), eliminando, por


consequência, todos os atos gerados pelo ato durante sua vigência.
Não possibilita, em regra, a invocação de direitos adquiridos, em razão da ilegalidade
apresentada, com exceção dos que constituíram direitos de boa-fé.

O prazo (decadencial) que a Administração possuí para anulação dos seus atos é de 5
anos, conforme prescrito no artigo 54 da Lei nº 9.784/99.
Se praticado o ato com má-fé, o prazo de 5 anos não se aplica.

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DICA 54
REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
REVOGAÇÃO tem como fundamento a conveniência e oportunidade, não se tratando
de retirada do ato em razão de ilegalidade.

A revogação acarreta efeito ex nunc, ou seja, a partir da revogação, sendo mantidos


os direitos adquiridos em respeito ao Princípio da Segurança Jurídica.

Não há prazo para revogação, podendo ocorrer a qualquer momento, conforme o


interesse público assim se apresente.

Alguns atos não podem ser revogados, quais sejam, aqueles que já se consumaram.

Ex: Licitação já consumada com a celebração do contrato com o vencedor.


A anulação e revogação dos atos administrativos se encontram prescritos no artigo 53 da
Lei nº 9.784/99:
Artigo 53 – A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de
legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos.
QUADRO RESUMO:

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO

MOTIVO Ilegalidade Conveniência e Oportunidade

TITULAR Administração e Judiciário Administração

EFEITOS Ex Tunc Ex Nunc

PRAZO 5 anos, salvo má-fé Sem prazo

DICA 55
REQUISITOS DE VALIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
CO-FI-FO-MO-OB

(CO) (FI) (FO) (MO) (OB)


COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA MOTIVO OBJETIVO

COMPETÊNCIA OU SUJEITO

É o poder atribuído ao agente público, ou seja, atribuição para praticar o ato.


A competência resulta e é delimitada pela lei.

Ex.: competência para aplicar multas tributárias é do auditor fiscal, não do técnico da
Receita Federal.

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DICA 56
COMPETÊNCIA - CARACTERÍSTICAS

IRRENUNCIÁVEL – o agente não pode recusar sua competência.

IMPRORROGÁVEL – Ato praticado por agente incompetente, mesmo sem alegação


de qualquer interessado, não torna esse agente competente pelo decurso do tempo.

IMPRESCRITÍVEL – Não se perde a competência pelo decurso do tempo.


Somente a lei pode retirar uma competência, assim como somente a lei estipula
competência.

INDERROGÁVEL – A competência não pode ser transferida por simples vontade das
partes.
DICA 57
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA

Excesso de Poder: ocorre quando o agente público, embora competente, se


excede no exercício de suas atribuições.

Usurpação de Função: Quando uma pessoa se apropria de uma função para praticar
atos inerentes a essa função. A pessoa se apodera da função sem ter sido investida
legalmente nela.

Ex.: Um irmão gêmeo de um servidor toma seu lugar e pratica um ato administrativo.

Agente Putativo: ocorre quando uma pessoa é irregularmente investida na função


pública.

Ex.: fraude num concurso público, com vazamento de gabarito, beneficiando o infrator
com a aprovação no concurso.
DICA 58
FINALIDADE
É o objetivo almejado com a prática do ato administrativo, lembrando que o objetivo deve
ser sempre voltado para satisfazer o interesse público.
A finalidade é definida em lei, não havendo liberdade para o agente praticar o ato.
Em regra, a finalidade é vinculada, porém, mediante autorização legislativa, o agente
poderá praticar o ato com certo grau de liberdade de escolha (discricionariedade).
Se não respeitada a finalidade pública restará configurado o desvio de finalidade.
DICA 59
FORMA
É como o ato se materializa, ou seja, é a manifestação de vontade sendo concretizada.
É como o ato vem ao mundo.
Pode ser escrito (regra), verbal ou sons.

Ex: emissão de carteira de motorista para quem se habilita – o ato administrativo vem
ao mundo através da emissão do documento (carteira de motorista).

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DICA 60
MOTIVO
É a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato administrativo.
A situação de fato é o acontecimento que gera a expedição do ato administrativo.

Ex.: excesso de velocidade gera um ato administrativo – multa.


Situação de direito é aquela que está na lei. A lei descreve a situação.

Ex.: aposentadoria compulsória. Está prevista em lei e, quando atingida a idade,


ocorre a aposentadoria.
DICA 61
OBJETO
É o efeito prático pretendido com o ato administrativo. É aquilo que o ato produz, o seu
resultado.

Ex.: o objeto de um ato administrativo de desapropriação é extinguir o direito de


propriedade do particular em favor do Estado. Ao ser praticado o ato, o objeto é a
desapropriação.
DICA 62
DISCRICIONARIEDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
Ato discricionário é aquele que permite ao agente público realizar um juízo de
conveniência e oportunidade, podendo decidir o melhor ato a ser praticado.
A lei confere ao administrador certa margem de liberdade para escolha.
No ato discricionário há mérito administrativo.

Ex: realização de concurso público pelo prazo de 2 anos, prorrogável por igual período.
O administrador, utilizando do juízo de conveniência e oportunidade decidirá se prorrogará
ou não o concurso.
O ato discricionário é passível de controle pelo Poder Judiciário, não podendo o
Judiciário analisar o mérito (conveniência e oportunidade), mas sim analisar sua
legalidade.
DICA 63
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
São 4 os atributos dos atos administrativos:
Presunção de Legitimidade / Legalidade;
Imperatividade;
Autoexecutoriedade.
Tipicidade.
DICA 64
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE
Os atos administrativos nascem com presunção de que são legítimos, ou seja, que estão
de acordo com a lei.
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Essa presunção decorre do princípio da legalidade, haja vista que o agente somente
pode fazer aquilo que a lei permite. Assim, se praticou o ato, presume-se que o este está
de acordo com a lei.
A presunção de legitimidade é relativa, podendo ser provado o contrário.
DICA 65
IMPERATIVIDADE
A imperatividade é o Poder que tem a Administração de impor o ato ao administrado,
concorde ou não.
É um atributo que não está presente em todos os atos, pois alguns deles não
necessitam.

Ex.: atestados e licença não necessitam, pois são atos apenas enunciativos.
Vale destacar que esse atributo é fundamental para a efetividade do ato, pois
necessária a força imperativa do ato para que o mesmo se concretize.
DICA BÔNUS
AUTOEXECUTORIEDADE
O ato administrativo, para sua execução, independe de ordem judicial.
Por possuir presunção de legitimidade, não há necessidade de exame prévio pelo Poder
Judiciário.
Vale destacar que não é necessário o prévio exame pelo Poder Judiciário, mas pode
ocorrer seu controle.

Veja como poderá ser cobrado na sua prova:

QUESTÃO IBFC, 2022.


Acerca dos atributos do ato administrativo, ou seja, as características do ato
administrativo que permitem afirmar que ele se submete ao regime jurídico
administrativo, assinale a alternativa incorreta.
Alternativas
a) A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei. Assim, em
decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos
administrativos foram emitidos com observância da lei
b) Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância
c) A autoexecutoriedade é o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em
execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder
Judiciário
d) A legitimidade é o atributo que prevê que o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente em lei.
Gabarito: Letra “d”.
Comentário: A alternativa está errada devido haver constado a “legitimidade” uma
vez que o correto seria a Tipicidade.

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DIREITO CIVIL

DICA 66
DO DOMICÍLIO CIVIL
Moradia ≠ Residência ≠ Domicílio
A moradia é o local do repouso da pessoa (física), já quando se tem uma moradia
estável, teremos uma residência, ou seja, a residência é tipo de moradia. Já o
domicilio é o local em que a pessoa pode ser sujeito de direitos e deveres na ordem
privada, ou seja, o domicilio não deve ser, necessariamente, a residência do sujeito.
Qual o domicílio das pessoas sem moradia fixa (como por exemplo os artistas
circenses)?
Fala o art. 73 do CC/02 “Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha
residência habitual, o lugar onde for encontrada”. Este domicílio se chama domicílio
eventual.
Lembrando que o ordenamento jurídico brasileiro não admite a inexistência de
domicílio, sendo assim, todas as pessoas (físicas ou jurídicas) devem ter domicílio.

Domicílio contratual: Ele também é chamado de domicílio de eleição ou de


convenção, está previsto no art. 78 do CC/02:
Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e
cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. Logo, a ideia do art. 327 do CC/02
(que define que o pagamento de uma obrigação deve ser feito no domicílio do devedor) é
afastada aqui neste caso. O domicílio contratual é um tipo de domicílio voluntário.

Domicílio necessário ou legal: É o mais comum de cair em provas, o domicílio


necessário é normatizado pelo Código Civil.

PESSOAS QUE DEVEM TER DOMICÍLIO NECESSÁRIO

Servidor público;
Incapaz
Marítimo;
Preso;
Militar.

Para não esquecer: SIM PM


IMPORTANTE:
No caso do militar, quando o militar do Exército (ou seja, que atua em solo) é onde ele
servir.

Ex.: Um soldado do Exército que serve na Amazônia tem como domicilio a Amazônia.
Já no caso dos militares insulares (Aeronáutica e Marinha) o domicílio é na sede do
Comando, pois estes militares muitas vezes estão em missão fora do solo.

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CUIDADO:
O marítimo não é, necessariamente, só que trabalha no mar, mas pode ser também uma
pessoa que trabalha embarcada em uma embarcação fluvial (de rio). Exemplo: Um
condutor de balsa no Rio Amazonas. Neste caso, domicílio do marítimo será o local da
matrícula da embarcação. Ou seja, o condutor de uma balsa no Rio Amazonas, cuja balsa
tenha matrícula no Pará terá como domicilio o Pará.
IMPORTANTE:
No caso do preso, o domicílio será o local em que ele cumpre a pena (não se aplica ao
preso temporário, em flagrante, preso por alimentos ou preso por prisão preventiva). E no
caso do preso que cumpre prisão domiciliar, a residência dele terá dois domicílios: O
necessário e o voluntário.
Existe um tipo de domicílio chamado diplomático (art. 77 CC/02), que é o tipo de
domicílio que apenas agentes diplomáticos podem ter, e isso ocorre quando o agente
diplomático é citado fora do brasil e alega que lá não é seu domicílio
(extraterritorialidade), podendo ser citado no DF ou no último domicílio que ele teve no
Brasil.
DICA 67
MORADA, RESIDÊNCIA E DOMICÍLIO

Morada: lugar TEMPORÁRIO;

Residência: lugar HABITUAL. A pessoa pode ter várias residências.

Domicílio: lugar com ÂNIMO DEFINITIVO. Domicílio é a junção da residência


(habitualidade) + ânimo definitivo de se estabelecer naquele local.

ATENÇÃO!

Se a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-


se-á seu domicílio qualquer daquelas residências.
Art. 70, CC: O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71, CC: Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde,
alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

DICA 68
DOMICÍLIO DAS PESSOAS NATURAIS

DOMICÍLIO: local em que a pessoa exerce seus direitos e também é onde o indivíduo
pode ser exigido de seus deveres. A pessoa natural e a pessoa jurídica apresentam
domicílios.
O domicílio é extremamente importante, pois por meio dele é que se presume onde as
pessoas serão encontradas, onde elas praticam os atos da vida civil. Ademais, a palavra
“domicílio” vem da palavra “domus”, que significa casa.
O domicílio caracteriza-se por ser o local onde o indivíduo pode ser encontrado para
responder as suas obrigações, pois abrange as relações jurídicas e sociais da pessoa.
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DICA 69
DOS BENS
O que são os denominados Bens Corpóreos?
São os que têm existência física, material e podem ser tangidos pelo homem, como uma
casa, um automóvel...
E, o que são os Bens Incorpóreos? são os que têm existência abstrata ou ideal, mas
valor econômico, como o direito autoral.

Bens móveis → Se transmite a propriedade com a tradição.


Bens imóveis → Se transmite a propriedade com escritura pública e registro no
Cartório de Registro de Imóveis (CC/02, arts. 108, 1.226 e 1.227).
Os direitos reais sobre imóveis são considerados como bens imóveis.
Bens públicos não são passiveis de usucapião.
DICA 70
BENS
CONCEITO DE BENS: são coisas imateriais ou materiais que possuem valor
econômico e podem ser objeto de uma relação jurídica.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS (os principais): infungíveis, fungíveis, móveis e
imóveis.
Infungíveis: não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Fungíveis: podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Imóveis: REGRA – solo e aquilo que nele se incorporar, natural ou artificialmente.
Móveis: REGRA – suscetíveis de movimento próprio ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
TOME NOTA!
Consideram-se móveis para os efeitos legais, as energias que tenham valor
econômico.

QUESTÃO.
A concessionária WYZ instalou algumas torres em imóvel concedido pelo Estado, as
quais têm utilidade de transmitir energia para as residências de determinado bairro.
A energia transmitida, segundo o que dispõe o Código Civil, é considerada
a) bem móvel.
b) bem dominical.
c) bem acessório às torres.
d) bem público de uso comum.
e) bem imóvel.
Gabarito: Alternativa a

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DICA 71
BENS

BENFEITORIAS: são obras realizadas pelo homem em um bem que existe, para fins
de conservação, melhoria ou embelezamento. Exemplo: colocar uma piscina no pátio
de casa é uma benfeitoria (voluptuária).

ESPÉCIES DE BENFEITORIAS:
Voluptuárias: são voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o
uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor (art.
96, §1, CC).

Úteis: são úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem (art. 96, §2, CC).

Necessárias: são necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
deteriore (art. 93, §3, CC).

ATENÇÃO!

Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao


bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor (art. 97, CC).

DICA 72
BEM DE FAMÍLIA
O bem de família surgiu com o intuito de proteger a habitação da família, que é
considerada pelo nosso ordenamento, como base da sociedade.

Súmula 486 do STJ

É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a


terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a
subsistência ou a moradia da sua família.

A dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família.


DICA 73
BEM DE FAMÍLIA

De acordo com a Lei nº 8.009/90, o imóvel residencial do próprio casal ou da


entidade familiar é considerado um bem de família, não respondendo por qualquer
tipo de dívida contraída pelos cônjuges, pais ou filhos, que sejam proprietários e nele
residam. Há algumas exceções previstas em lei, como os créditos trabalhistas de
trabalhadores da própria residência.
TOME NOTA:

O bem de família pode ser classificado em duas espécies:

Bem de família voluntário: instituído por ato de vontade da entidade familiar, por
meio da formalização do registro de imóveis, gerando dois efeitos: impenhorabilidade
limitada e inalienabilidade relativa (arts. 1711 a 1717 do CC).

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Bem de família legal: refere-se à impenhorabilidade legal do bem de família
independentemente de inscrição voluntária em cartório (Lei nº 8.009/90).
DICA 74
BENS PÚBLICOS

A definição de BENS PÚBLICOS está expressamente prevista no artigo 98 do Código


Civil, nos seguintes termos:
são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a
que pertencerem.

A supracitada definição corresponde aos bens de qualquer natureza, tais como:

imóveis móveis semoventes

corpóreos incorpóreos créditos

direitos ações

Importante ressaltar que este conceito é ampliando pelo professor Celso Antônio
Bandeira de Mello, pois, ele ainda inclui como bens públicos os que estejam afetados à
prestação de um serviço público, ainda que seu proprietário possua personalidade
jurídica de direito privado.
A verdade é que há uma discordância sobre a conceituação de bens públicos, para
boa parte dos estudiosos do Direito Civil trata-se de um conceito legal (artigo 98 do
Código Civil), iniciado e findado no próprio texto de lei, já para os doutrinadores do Direito
Administrativo, como visto acima, há uma tentativa de aproximação do regime jurídico
dos bens públicos aos dos bens privados utilizados na prestação de serviços públicos.
Seriam os bens públicos por equiparação.
Visto isso, no momento de realização da prova do certame público, independente dessa
divergência aconselha-se que o candidato opte sempre pelo conceito legal (artigo
98 do Código Civil), caso a assertiva seja puramente sobre a conceituação do tema.
DICA 75
BENS PÚBLICOS

São BENS PÚBLICOS (conforme o artigo 99 do Código Civil):

os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou


estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os
de suas autarquias;

os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,


como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

Titularidade dos bens: os bens públicos pertencem às pessoas jurídicas, e NÃO a


órgãos públicos.

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Domínio público: é expressão que comporta vários sentidos. Pode se confundir com
propriedade pública, pode alcançar os bens inapropriáveis e pode tratar de todo o poder
do Estado sobre qualquer patrimônio. Nesse último sentido, o domínio público abrange
não só os bens das pessoas jurídicas de Direito Público Interno, mas, também, os demais
que, por sua utilidade coletiva, merecem a proteção do Direito Público, tais como as
águas, as jazidas e as florestas.

Domínio público eminente: é o poder político pelo qual o Estado submete à sua
vontade todas as coisas de seu território. É manifestação da soberania sobre quaisquer
bens, privados ou públicos. É um poder de dominação ou de regulamentação que o Estado
exerce sobre todos os bens ou coisas inapropriáveis de seu território.
DICA 76
ATO JURÍDICO

É toda manifestação de vontade que está de acordo com o ordenamento jurídico. É


composto pelo elemento volitivo (manifestação de vontade humana) e pela licitude.
O ato jurídico é subdividido em:

Atos ilícitos – são aqueles atos contrários ao ordenamento jurídico, ocasionando o


fenômeno da responsabilidade civil;

Atos lícitos – são aqueles praticados em conformidade com o ordenamento jurídico


civilista. Estes atos podem ser: (a) ato jurídico em sentido estrito: é aquele que a
vontade humana está direcionada para o ato em si, e suas consequências já
estão previstas na lei.

Ex.: o reconhecimento de paternidade; (b) negócio jurídico: é aquele que a vontade


humana está direcionada para as consequências de determinado ato, dentre as
permitidas pela lei.

Ex.: os contratos e o testamento.


DICA 77
NEGÓCIO JURÍDICO

REQUISITOS DE VALIDADE DO REQUISITOS DE EFICÁCIA DO


NEGÓCIO JURÍDICO NEGÓCIO JURÍDICO

Partes capazes; Condição: condiciona a eficácia do


negócio jurídico a evento futuro e
incerto;

Vontade livre; Termo: relaciona a eficácia do negócio


jurídico a evento futuro e certo;

Objeto lícito, possível e Encargo: é um ônus introduzido em um


determinável; ato de liberalidade.

Forma prescrita ou não defesa em lei.

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OBS: Caso haja algum vício nos requisitos de validade, o negócio jurídico será
inválido.
DICA 78
NEGÓCIO JURÍDICO

Negócio jurídico → vontade do particular + vontade do estado


Lembrando que o negócio jurídico deve obedecer aos dispostos na escada ponteana.

EFICÁCIA

VALIDADE

EXISTÊNCIA

Ou seja, o negócio jurídico precisa ser existente, válido e eficaz.


DICA 79
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
São defeitos do negócio jurídico: Erro, dolo, simulação, fraude contra credores,
coação, estado de perigo e lesão.

DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Erro Gera anulabilidade. Ocorre quando há falsa representação da


realidade.

Dolo Gera anulabilidade. A pessoa é induzida por um terceiro a


enganar-se.

Simulação Gera nulidade. Simulação é uma declaração enganosa, da


vontade, com o objetivo de aparentar negócio distinto do
desejado.

Fraude contra Gera anulabilidade. A fraude se consuma sem a participação


Credores pessoal do lesado no negócio.

Coação Gera anulabilidade. Acontece via emprego da violência


psicológica. Embora o CC/02 trate como defeito do negócio
jurídico, no Código de Defesa do Consumidor a coação é tratada
como um crime, segundo o art. 73 do CDC.

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Estado de perigo Gera anulabilidade. É uma situação de extrema necessidade


que conduz a pessoa a celebrar negócio jurídico em que assume
obrigação muito desproporcional e altamente excessiva.
Ex.: Pessoa com um filho doente, que para mantê-lo em uma
máquina de respiração mecânica dá ao hospital seu carro.

Lesão Gera anulabilidade. Há o elemento inexperiência de um dos


contratantes.

Você já ouviu falar de dolo bilateral? Também chamado de dolo enantiomórfico, que é
quando ambas as partes procedem com intuito de enganar-se de forma reciproca.
Ele está normatizado no art. 150 do CC/02.
A simulação acontece quando os agentes do negócio agem de forma maliciosa, fazendo
um negócio jurídico, mas na verdade querem outros efeitos, visando fraudar a lei ou
terceiros. Ambas as partes têm o objetivo da fraude. Todos os defeitos do negócio
jurídico são graves, mas a simulação é mais grave ainda, porque atenta contra a ordem
social, logo o negócio simulado é nulo. A simulação é tão grave que mesmo a simulação
inocente é nula (inválida) – Enunciado 152 da III Jornada de Direito Civil do CNJ.
A ação que visa anular o negócio jurídico viciado com a fraude de credores chama-
se Ação Pauliana ou Ação Revocatória. Logo quando sua questão fizer este tipo de
referência (a ação pauliana ou ação revocatória), ela estará falando da fraude contra
credores.
CUIDADO: Não confunda erro com ignorância.
O erro é uma falsa percepção da realidade.
Já a ignorância é o completo desconhecimento do declarante sobre as
circunstâncias do negócio presente.
DICA 80
ERRO E DOLO

O ERRO consiste em uma falsa representação da realidade, em que o próprio


agente se engana sozinho sobre as circunstâncias elementares do negócio jurídico. Para
que haja a invalidação do negócio jurídico, é necessário que o erro seja essencial ou
substancial.

Ex.: João compra um faqueiro e se dispôs a pagar a quantia de 1 mil reais, acreditando
que o objeto era de prata. O vendedor, por sua vez, aceita o valor sem hesitar. Passado
algum tempo, João descobre que o faqueiro não era de prata.

No DOLO o sujeito é colocado em erro intencionalmente pela outra parte e, por


isso, pode haver indenizações de prejuízos oriundos do comportamento astucioso. Desse
modo, configura-se o dolo por meio de expediente astucioso empregado para conduzir
alguém à prática de um ato que o prejudique e aproveite ao autor do dolo ou a terceiro.

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PROCESSO CIVIL

DICA 81
DOS ATOS PROCESSUAIS - DOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ

Os pronunciamentos do juiz consistirão em:

Sentenças: é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 e 487 do CPC/15, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
Exceto: disposições expressas dos procedimentos especiais;

Decisões interlocutórias: é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que


não se enquadre no conceito de sentença;

Despachos: todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de


ofício ou a requerimento da parte.

Atos meramente ordinários: como a juntada e a vista obrigatória, independem de


despacho, devendo ser praticados de ofício (sem necessidade de autorização do juiz) pelo
servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

ATENÇÃO!

O ato meramente ordinário não é uma espécie de pronunciamento do juiz, embora


esteja expresso dentro do art. 203 do CPC/15, pois, como demonstrado, o magistrado
apenas revisa esse tipo de ato, caso seja indispensável.

DICA 82
ATOS DOS JUIZ
Conforme Art. 203, do CPC. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças,
decisões interlocutórias e despachos.

A sentença é o pronunciamento judicial que dá fim à atividade jurisdicional da fase de


conhecimento ou extingue a ação de execução.

Decisão interlocutória envolve pronunciamentos judiciais dados no curso do


processo, que resolvem questões incidentes. Em termos práticos, toda e qualquer
decisão proferida pelo magistrado, que não coloque fim à fase de conhecimento, será
denominada de interlocutória.

O Despacho é ato praticado pelo juiz sem cunho decisório. São atos que tem por
finalidade tão somente impulsionar o processo, denominados atos de mero expediente.
Por não conter conteúdo decisório, os despachos são irrecorríveis.

Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. No tribunal, as decisões


são colegiadas e não é correto, tecnicamente, falar em sentença dada pelo tribunal.
Desse modo, esclarece o art. 204, do CPC, que sempre que o órgão colegiado do
Tribunal proferir uma decisão será denominado de acórdão.

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O juiz proferirá:

Os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;

As decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;

As sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.


DICA 83
DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS

Não se admitem espaços em branco nos:

Atos processuais;

Termos processuais.
Salvo os atos e termos processuais que forem inutilizados, assim como entrelinhas,
emendas ou rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas.

Validade de ato rasurado: No que se refere à alteração de atos processuais


praticados pelos escrivães judiciais, dispõe o art. 171 do CPC que ”não se admitem, nos
atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se
aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas”. Desse modo, a validade
de ato rasurado nos autos condiciona-se à ressalva expressa pelo escrivão judicial
acerca da alteração levada a efeito.
DICA 84
DA PRÁTICA DOS ATOS PROCESSUAIS - DOS ATOS PROCESSUAIS

Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela


superveniência delas:

Os procedimentos de jurisdição voluntária e os procedimentos necessários à


conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;

A ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;

Os processos que a lei determinar.

Ação rescisória: A ação rescisória não está contemplada, de forma expressa ou


tácita, como sendo ação que tenha curso regular no período de férias forenses.
Assim, não é possível ampliar a regra processual que está configurada nos artigos 174 e
275 do CPC, que vedam a suspensão/prorrogação dos prazos forenses nas hipóteses
em que especificam.
DICA 85
DOS ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou,


excepcionalmente, em outro lugar em razão:

De deferência;

De interesse da justiça;

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Da natureza do ato; ou

De obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.

Sede do juízo: edifício do fórum ou do tribunal competente para a causa.

Gabinete do juiz: normalmente, utilizado pelo magistrado e seus assessores para


realizar os atos de pronunciamento.

Sala de audiência: usualmente, utilizada pelo magistrado para realização dos atos de
audiência, por exemplo, sessões públicas de colhida de provas orais, debates, julgamento,
etc.
Observa-se que o Cartório é, geralmente, utilizado para os atos de documentação e
comunicação pelo escrivão.
DICA 86
DOS PRAZOS
Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.

Quando a lei for omissa: o juiz determinará os prazos em consideração à


complexidade do ato;

Quando a lei ou o juiz não determinar prazo: as intimações somente obrigarão a


comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas;

Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz: será de 5 (cinco) dias
o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.

Será considerado tempestivo (dentro do prazo): o ato praticado antes do termo


inicial do prazo.

Os prazos processuais são delimitados por 02 marcos:

Inicial (dies a quo): é o primeiro dia em que a parte pode, caso queira, realizar o ato.
No processo é, ordinariamente, a intimação da parte;

Final (dies ad quem): neste dia extingue-se a possibilidade de realização do ato, tenha
sido praticado ou não. Momento em que se encerra o prazo previsto em lei.
DICA 87
DA CITAÇÃO

Citação: é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para
integrar a relação processual.

Prazo: A citação será efetivada em até 45 (quarenta e cinco) dias a partir da


propositura da ação.

Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado,


ressalvadas as hipóteses de:

Indeferimento da petição inicial; ou

De improcedência liminar do pedido.

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O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade
da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de
embargos à execução.

Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:

Conhecimento: o réu será considerado revel;

Execução: o feito terá seguimento.

Citação de pessoa jurídica: Sendo a citação ato constitutivo da relação processual,


impõe-se, para a sua validade, que, em se tratando de pessoa jurídica, seja feita na
pessoa do seu representante legal. Recurso especial conhecido e provido.

Despacho de citação do réu: Não se reveste de ilegalidade, abusividade ou


teratologia o despacho do juiz determinando a citação do réu para responder a ação que
lhe foi proposta.
DICA 88
DA CITAÇÃO
A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz
litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor.
EXCEÇÃO: ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil) .
A litispendência e a litigiosidade são consideradas efeitos processuais da citação; a
constituição em mora e a interrupção da prescrição, efeitos materiais da citação.
A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que
proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação.
Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para
viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto acima.
A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço
judiciário.
Sobre isso é importante rememorar a previsão do art. 5º, LXXVIII, da CF/88: “a todos, no
âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade da sua tramitação”
O efeito retroativo a que se refere o descrito acima sobre a interrupção da prescrição
aplica-se à decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei.
Portanto, ante todo o exposto, observa-se que o Novo Código de Processo adotou que a
prevenção do juízo ocorre com o registro ou a distribuição da petição inicial (CPC, art. 59).
Assim, não é mais a citação o marco para que o juízo se torne prevento como ocorria no
CPC/73.
DICA 89
DAS CARTAS

São 04 (quatro) os requisitos legais das cartas de ordem, precatória e rogatória:

A indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

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O inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato conferido
ao advogado;

A menção do ato processual que lhe constitui o objeto;

O encerramento com a assinatura do juiz.

São 03 (três) as situações em que o juiz recusará cumprimento a carta precatória


ou arbitral, devolvendo-a com decisão motivada quando:

A carta não estiver revestida dos requisitos legais;

Faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;

O juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.


DICA 90
CITAÇÃO COM HORA CERTA
É uma modalidade de citação ficta, a qual difere da real pois nela não se sabe se o réu
está efetivamente ciente da sua citação.
Caso o citado com hora certa seja revel, será designado para ele um curador
especial, até que seja constituído um advogado (art. 72 CPC).
Requisitos para citação com hora certa:
Oficial de justiça procurar o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar por
2 (duas) vezes.
suspeita de ocultação.
Cumpridos esses requisitos, o Oficial de Justiça, independentemente de autorização
judicial, irá, na ausência do citando, intimar um familiar, um vizinho ou até mesmo o
porteiro, informando que retornará no dia útil imediato, em hora certa em que determinar.
Retornando no dia e hora determinados, não sendo o citando encontrado, o Oficial do
Justiça dá por feita a citação.
Feita a citação, o Oficial de Justiça lavra uma certidão da ocorrência, cuja contrafé fica
com o familiar/vizinho.
Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria enviará ao réu,
executado ou interessado, no prazo de 10 dias, contado da data da juntada do mandado
aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
O início do prazo se dá na juntada do mandado, afinal se trata de citação por oficial de
justiça e não via postal.
DICA 91
CITAÇÃO POR EDITAL
Também é modalidade de citação ficta e, por conseguinte, se o réu for revel será
designado para ele curador especial, até que seja constituído advogado.
A citação por edital será feita nos seguintes casos:
quando desconhecido ou incerto o citando
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;
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nos casos expressos em lei (portanto o rol é exemplificativo).
São requisitos da citação por edital:
a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias
autorizadoras;
a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal
e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos
autos;
a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 e 60 dias, fluindo da data
da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira;
a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.
O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita também em jornal
local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da
comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das
circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 vezes o
salário-mínimo. A multa reverterá em benefício do citando.
DICA 92
DA TUTELA PROVISÓRIA - DA TUTELA PROVISÓRIA E DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.
A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o
período de suspensão do processo.
O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da
tutela provisória.
A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber.
Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.
Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e
nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para
apreciar o mérito.
DICA 93
DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
A tutela de evidência tem como objetivo NÃO propriamente afastar o risco de um dano
econômico ou jurídico, mas sim o de enfrentar a injustiça suportada pela parte que,
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mesmo tendo a evidência de seu direito material, se vê sujeita a privar-se da respectiva
usufruição, diante da resistência abusiva do adversário.
No pedido incidental embora seja realizado em petição simples nos autos e não se exija
o pagamento de custas, deve-se comprovar a existência dos requisitos legais: fumus
boni iuris e periculum in mora.
DICA 94
DA TUTELA

TUTELA DE URGÊNCIA
TUTELA CAUTELAR
SATISFATIVA

Busca-se proteger o direito de perecer, O juiz efetivamente permite o autor fruir


mas SEM dá-lo ao autor. do direito imediatamente.

TUTELA PROVISÓRIA TUTELA PROVISÓRIA


ANTECIPADA CAUTELAR

NÃO satisfaz, no todo ou em parte, a


É que ela, antecipadamente, satisfaz, no
pretensão do autor. O juiz NÃO concede,
todo ou em parte, a pretensão formulada
já, o que só seria deferido ao final, mas
pelo autor, concedendo-lhe os efeitos
determina providências de resguardo,
ou consequências jurídicas que ele
proteção e preservação dos direitos
visou obter com o ajuizamento da ação.
em litígio.

*(Direito processual civil / Pedro Lenza; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. –


Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, pag. 562/563)
DICA 95
DA TUTELA PROVISÓRIA

TUTELA DE URGÊNCIA

QUANTO À SATISFATIVIDADE

ANTECIPADA (satisfativa): CAUTELAR:

O órgão julgador antecipa aquele direito ou O órgão julgador confere uma medida
bem da vida que o autor espera conseguir ao para assegurar aquele direito ou bem da
final do processo. vida que o requerente espera obter ao
fim do processo.
Ex.: em uma ação de cobrança, o juiz,
entendendo que o autor precisa dos valores Ex.: em uma ação de cobrança, o juiz,
para sobreviver, determina que o réu entendendo que há receio de que o réu
entregue a quantia pleiteada enquanto se se desfaça de seu patrimônio, determina
aguarda o desfecho do processo. o arresto dos bens do requerido.

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QUANTO AO MOMENTO DE SUA CONCESSÃO

INCIDENTAL: ANTECEDENTE:

É aquela que é referida no curso do É aquela “formulada antes que o pedido


processo. A tutela incidental pode ser principal tenha sido apresentado ou, ao
cautelar ou antecipada menos, antes que ele tenha sido
apresentado com a argumentação
completa.” (ob. cit., p. 727). A tutela
antecedente também pode ser cautelar
ou antecipada.

CAVALCANTE, Márcio André Lopes.


DICA 96
DA TUTELA PROVISÓRIA
As tutelas de urgência e da evidência, conforme o CPC/15, são qualificadas pela
provisoriedade, ou seja, não se revestem de caráter definitivo.
Tais tutelas se propõem a durar por um período certo e determinado. São remédios
interinais, seguindo a técnica de cognição sumária em rito de incidente do processamento
completo e definitivo da causa. Não compõem objeto de processo autônomo e exauriente.
A produção antecipada de provas, por si só, não previne a competência para a ação
principal.
DICA 97
DA TUTELA DE URGÊNCIA

São 04 (quatro) situações em que, independentemente da reparação por dano


processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência
causar à parte adversa, se:

A sentença lhe for desfavorável;

Obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, NÃO fornecer os meios


necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

Ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;

O juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

ATENÇÃO!

A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre
que possível.

Portanto, a tutela de urgência é deferida por conta e risco do requerente. Se sucumbe no


processo principal, terá de responder pelos danos que a providência preventiva acarretou
ao requerido.

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(Responsabilidade objetiva do requerente da medida cautelar) A responsabilidade, no caso
de medida cautelar, funda-se no fato da execução da medida. independe da prova de
má-fé do requerente.
DICA 98
Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição
inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de
dano ou do risco ao resultado útil do processo.

Concedida a tutela antecipada a que se refere a frase acima:

O autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua


argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final,
em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar.

O réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na


forma do art. 334:

Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de


improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência

Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do


art. 335:

O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias (...).

Portanto, haja vista que as particularidades do caso podem embaraçar o imediato


aforamento do pedido principal, o Código prevê além disso a possibilidade de ser o pedido
de tutela de urgência formulado em caráter antecedente.
DICA 99
DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem:

A probabilidade do direito e

O perigo de dano ou

O risco ao resultado útil do processo.


Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente NÃO puder
oferecê-la.
A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante:

Arresto;
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Sequestro;

Arrolamento de bens;

Registro de protesto contra alienação de bem; e

Qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.


DICA 100
TUTELA PROVISÓRIA NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
A Lei 7.347 /1985, em seus arts. 4.º e 12, deu a possibilidade da parte propor uma ação
cautelar anteriormente à ação civil pública. Vejamos a seguir o que estes artigos dizem:

Art. 4°. Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive,
evitar o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e
direitos de valor artísticos, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Art. 12. Poderá o Juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo".

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DIREITO DO CONSUMIDOR

DICA 101
QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS - EXEMPLO DE ENTENDIMENTO DO STJ
Segundo o art. 8º do CDC, “Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados
normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os
fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu
respeito.”
Certo, mas como vemos isto, na prática?
Vamos dar um exemplo aqui:
A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça afirmou que também gera o direito à
indenização ao consumidor o fato de haver um corpo estranho em um alimento, mesmo
que não tenha havido ingestão. O caso, em si, é do Recurso Especial nº
1.768.009/MG.
Ou seja, o entendimento do STJ elimina a ideia de que para que o dano exista há a
necessidade da deglutição da comida, haja vista que a exposição ao risco surge do fato do
produto ser comercializado, gerando aí o risco de lesão, risco este que é criado pelo
fornecedor em desfavor do consumidor.
DICA 102
RECALL
O art. 10 do CDC afirma que “O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou
periculosidade à saúde ou segurança.” Logo, é importantíssimo que você saiba o que vem
a ser um recall. O Recall, ou chamamento, é o procedimento gratuito pelo qual o
fornecedor informa o público e/ou eventualmente o convoca para sanar os defeitos
encontrados em produtos vendidos ou serviços prestados. O objetivo do Recall é o da
proteção e preservação da vida, da saúde, da integridade e da segurança do consumidor,
além de evitar e minimizar prejuízos físicos ou morais.
É importante salientar que o atendimento ao recall não pode gerar ônus ao consumidor e
não tem um prazo de término, ou seja, sempre o fornecedor deverá atendê-lo e corrigir o
problema informado.
DICA 103
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

O CDC impõe para a responsabilidade pelo dano decorrente do acidente de consumo


envolvendo um produto defeituoso (pelo fato do produto) emprega para a mesma situação
envolvendo o serviço (pelo fato do serviço, nos termos do art. 14), exceto em dois
casos:

Não existe a excludente de responsabilidade de o fornecedor não ter colocado o serviço


no mercado, haja vista que o consumidor tem plenas condições de identificá-lo; e

Que a responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a


verificação de culpa, ou seja, volta-se ao regime da responsabilidade subjetiva, que é a
regra adotada no CC/02 (art. 14, § 4º).
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O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se
espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

sua apresentação;

o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

a época em que foi colocado em circulação.


O produto pode ser considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido
colocado no mercado? Não. Veja o artigo 12, § 2º do CDC:
Art. 12 § 2º do CDC: O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
DICA 104
QUANDO O FABRICANTE, O CONSTRUTOR, O PRODUTOR OU IMPORTADOR NÃO
SERÁ RESPONSABILIZADO?

O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado


quando provar:

que não colocou o produto no mercado;

que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


DICA 105
PRAZOS DECADENCIAIS NO CDC

Você conhece os chamados prazos de decadência para reclamar do vício do produto ou


do serviço? Vejamos:

30 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos não-duráveis;

90 dias, tratando-se de fornecimento de serviços e de produtos duráveis.


E mais: começa a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto
ou do término da execução dos serviços.
E se o vício for oculto?
Bom, aí o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

IMPORTANTE! Obstam a decadência:

a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de


produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;

a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

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DICA BÔNUS
PRÁTICAS COMERCIAIS - PUBLICIDADE
A publicidade é uma das práticas comerciais legisladas pelo CDC, que deve ser veiculada
de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. Logo, estão
proibidas a utilização de mensagens dissimuladas, subliminares, que induzam o
consumidor a percebê-las de outra forma que não com a intenção de estimulá-los a
adquirir um produto ou contratar um serviço.
Você sabe a diferença entre publicidade abusiva e publicidade enganosa?

PUBLICIDADE ENGANOSA

Objetiva, ligada ao produto ou ao serviço.

Ocorre tanto por ação, quanto por omissão, quando dados essenciais são omitidos do
consumidor para induzi-lo em erro.

PUBLICIDADE ABUSIVA

Subjetiva, pois acaba atingindo valores fundamentais do consumidor.

Sempre na forma comissiva.

Discriminatória de qualquer natureza, que incite à violência, explore o medo ou


a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da
criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

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NOÇÕES BÁSICAS DE CUSTAS E TAXAS JUDICIÁRIAS

DICA 106
LEI ESTADUAL Nº 14.939/03: DO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS CUSTAS
Quando ocorre o pagamento das custas?

O pagamento das custas devidas no Juízo de primeiro grau e nos processos de


competência originária do Tribunal efetua-se no ato da distribuição, inclusive nas
hipóteses de embargo à execução, ação monitória e ação penal privada.

Pagamento das custas Ato da distribuição

FIQUE ATENTO!

Na reconvenção, as custas corresponderão à metade do valor das custas atribuídas à


ação, ressalvado o caso de serem diferentes os valores das causas, hipóteses em que a
base de cálculo será o valor atribuído à reconvenção.

DICA 107

LEI ESTADUAL Nº 14.939/03: DO PRAZO PARA PAGAMENTO DAS CUSTAS

Para admissão do assistente, do litisconsorte ativo voluntário e do oponente, haverá o


pagamento de importância igual à paga pela parte autora.

TOME NOTA!

As despesas judiciais serão reembolsadas ao final pelo vencido, ainda que este seja a
União, o Estado de Minas Gerais e seus Municípios e as respectivas autarquias e
fundações, nos termos da decisão que o condenar, ou pelas partes, na proporção de seus
quinhões, nos processos divisórios e demarcatórios.

DICA 108

LEI ESTADUAL Nº 14.939/03: ATOS URGENTES SEM O RECOLHIMENTO


ANTECIPADO DAS CUSTAS

Em dia sem expediente bancário ou após o seu encerramento, o Juiz ou relator poderá
autorizar a realização de atos urgentes sem o recolhimento antecipado das custas,
para evitar a prescrição da ação ou a decadência do direito.

Veja: Isso apenas poderá ocorrer em dia sem expediente bancário ou após o seu
encerramento.

Ademais, nesses casos, a parte interessada ficará obrigada de comprovar o


recolhimento das custas no primeiro dia útil em que houver expediente bancário, sob
pena de nulidade dos atos praticados.

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DICA 109

LEI ESTADUAL Nº 14.939/03: RECOLHIMENTO DAS CUSTAS FINAIS

Haverá recolhimento das custas finais nas hipóteses de:

abandono da causa;

desistência da ação;

transação que ponha fim ao processo;

indeferimento de assistência judiciária.

TOME NOTA!

→ Na transação em que o valor seja inferior ao valor dado à causa, não haverá
reembolso de custas previamente recolhidas.

→ Não haverá restituição de custas e verbas indenizatórias por ato ou diligência tornados
sem efeito por culpa do interessado.

DICA 110

LEI ESTADUAL Nº 14.939/03: DAS CUSTAS FINAIS

É obrigatório o pagamento das custas finais, apuradas na diferença entre o valor


dado à causa e a importância a final apurada ou resultante da condição definitiva.

FIQUE ATENTO!

Decidida a impugnação do valor da causa, a parte será intimada a pagar a diferença no


prazo determinado pelo Juiz, que não excederá a 5 dias.

Caso haja extinção do feito por acordo entre as partes, não haverá reembolso
de custas, assim como quando houver acordo sobre valores e estes forem inferiores aos
das custas já recolhidas.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL

DICA 111
DA COMPETÊNCIA PRIVATIVA ATRIBUÍDA AOS OFICIAIS DE REGISTRO DE
DISTRIBUIÇÃO

Consoante prescreve o art. 13 do Estatuto dos Notários e Registradores, aos oficiais


de registro de distribuição compete privativamente:

quando previamente exigida, proceder à distribuição equitativa pelos serviços da


mesma natureza, registrando os atos praticados; em caso contrário, registrar as
comunicações recebidas dos órgãos e serviços competentes;

efetuar as averbações e os cancelamentos de sua competência;

expedir certidões de atos e documentos que constem de seus registros e papéis.

DICA 112
DA RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL DOS NOTÁRIOS E OFICIAIS DE
REGISTRO

O art. 22 da Lei n° 8.935/94, os notários e oficiais de registro são civilmente


responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo,
pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem,
assegurado o direito de regresso. Trata-se, portanto de responsabilidade civil
subjetiva.

Conforme o Informativo 932 do STF:

Informativo 932 do STF:

O Estado possui responsabilidade civil direta e primária pelos danos que tabeliães e
oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros.

Neste caso, é necessário muito atenção, pois se a ação for ajuizada diretamente contra o
Estado, trata-se de responsabilidade civil objetiva.

Conforme o § único do art. 22, prescreve em 3 anos a pretensão de reparação civil,


contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial.

Atenção! É necessário então se atentar para o seguinte:

Ação de indenização devido a ocorrência de dano em razão de ato de notário


ou registrador

Se proposta em face do Estado: Se proposta em face do notário ou


registrador:
Responsabilidade Objetiva
Responsabilidade Subjetiva
Prazo Prescricional: 5 anos
Prazo Prescricional: 3 anos

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Lembre-se que a responsabilidade civil independe da criminal!

A responsabilidade criminal será individualizada, aplicando-se, no que couber, a


legislação relativa aos crimes contra a administração pública. A individualização não exime
os notários e os oficiais de registro de sua responsabilidade civil. (Art. 24).

DICA 113

DAS INCOMPATIBILIDADES E DOS IMPEDIMENTOS


Conforme lição de Luiz Guilherme Loureiro (2017), entende-se por "incompatibilidade"
o impedimento ou vedação legal para exercer duas funções simultaneamente;
enquanto "impedimento'; por seu lado, é o defeito ou proibição para exercer ou obter
um emprego, ofício ou função, em razão da prática de algum ilícito ou da falta de
algum requisito (...) Entretanto, nos parece que o art. 25 da LNR utiliza os dois
termos como sinônimos, ou ao menos não os diferencia na prática, ao dispor que o
exercício da atividade notária é incompatível com o da advocacia, o da intermediação de
seus serviços o de qualquer cargo, emprego ou função públicos, ainda que em comissão.
Prevê o art. 25 da Lei n° 8.935/94 que o exercício da atividade notarial e de registro é
incompatível com o:

da advocacia;

da intermediação de seus serviços; ou

de qualquer cargo, emprego ou função públicos, ainda que em comissão.


A diplomação, na hipótese de mandato eletivo, e a posse, nos demais casos, implicará no
afastamento da atividade. (§ 2º do art. 25)
De mais a mais, o Art. 26 diz que não são acumuláveis os serviços enumerados no art.
5º, que são os de titulares de serviços notariais e de registro.
Porém, poderão ser cumulados os serviços de titulares de serviços notariais e de registro
previstos no art. 5º da LNR, nos Municípios que não comportarem, em razão do volume
dos serviços ou da receita, a instalação de mais de um dos serviços.
No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, pessoalmente,
qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha
reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o 3º grau (Art. 27).
DICA 114
DOS DIREITOS E DAS GARANTIAS DOS NOTÁRIOS E OFICIAIS DE REGISTRO
Os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas
atribuições, têm direito à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na
serventia e só perderão a delegação nas hipóteses previstas em lei. (Art. 28 da LNR).
Enumera o art. 29 da Lei 8.935/94 que, são direitos do notário e do registrador:
exercer opção, nos casos de desmembramento ou desdobramento de sua serventia;
organizar associações ou sindicatos de classe e deles participar.

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DICA 115
DOS DEVERES DOS NOTÁRIOS E DOS OFICIAIS DE REGISTRO
Por outro lado, o art. 30 da LNR estipula que, são deveres dos notários e dos oficiais de
registro:

manter em ordem os livros, papéis e documentos de sua serventia, guardando-os em


locais seguros;

atender as partes com eficiência, urbanidade e presteza;

atender prioritariamente as requisições de papéis, documentos, informações ou


providências que lhes forem solicitadas pelas autoridades judiciárias ou
administrativas para a defesa das pessoas jurídicas de direito público em juízo;

manter em arquivo as leis, regulamentos, resoluções, provimentos, regimentos, ordens


de serviço e quaisquer outros atos que digam respeito à sua atividade;

proceder de forma a dignificar a função exercida, tanto nas atividades


profissionais como na vida privada;

guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que


tenham conhecimento em razão do exercício de sua profissão;

afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de


emolumentos em vigor;

observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;

dar recibo dos emolumentos percebidos;

observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;

fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentes sobre os atos que devem


praticar;

facilitar, por todos os meios, o acesso à documentação existente às pessoas


legalmente habilitadas;

encaminhar ao juízo competente as dúvidas levantadas pelos interessados,


obedecida a sistemática processual fixada pela legislação respectiva;

observar as normas técnicas estabelecidas pelo juízo competente;

admitir pagamento dos emolumentos, das custas e das despesas por meio
eletrônico, a critério do usuário, inclusive mediante parcelamento. (Atenção! Foi
incluído pela Lei nº 14.382/2022)

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DIREITO PENAL

DICA 116
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA

A conduta típica é patrocinar o agente, direta ou indiretamente, ainda que não no


exercício do cargo, emprego ou função, mas valendo-se da sua qualidade de funcionário,
interesse privado perante a Administração Pública;

Advogar é defender, pleitear, advogar junto a companheiros ou superiores hierárquicos


o interesse particular de terceiro;

Para que ocorra o crime não basta que o agente seja funcionário público, pois é
necessário e indispensável que pratique a ação aproveitando-se das facilidades
que a qualidade de funcionário proporciona.
CUIDADO:
Não existe a infração quando o funcionário pleiteia interesse próprio.

Embora o crime se chame ADVOCACIA administrativa, o agente NÃO precisa ser


advogado ou estar inscrito na OAB;
IMPORTANTE:
Haverá o crime se o interesse for legítimo ou ilegítimo, ou seja, ainda que o interesse
do terceiro defendido pelo funcionário público seja devido, pode o crime ocorrer;

A diferença é que se o interesse for ILEGÍTIMO, a pena será maior;

Nos dois casos, a pena será de detenção, mas no primeiro, de 1 a 3 meses, e no


segundo, de 3 meses a um ano.
DICA 117
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

ATENÇÃO!

No crime de condescendência criminosa, o superior hierárquico deve comunicar atos


atinentes ao exercício do cargo e dos atos do qual tenha conhecimento;
Por isso, é importante notar se a questão traz esses dois requisitos de forma
concomitante.

Se o ato não estiver relacionado com as funções, é provável que seja uma pegadinha da
banca.
DICA 118
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

Para o crime se configurar não precisa haver prejuízo ou dano à Administração;

Mas, se houver, a pena será MAIOR (figura qualificada);

São condutas típicas:


Revelar fato que deveria permanecer em segredo;
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Memorex TJMG – ANALISTA - Rodada 03
Permitir o acesso de pessoas NÃO autorizadas a sistemas de informações;

Utilizar o acesso restrito quem não tenha autorização.


CUIDADO:
Não confundir com os crimes dos artigos 313-A e 313-B, pois no crime de violação de
sigilo funcional se pune fornecer acesso a pessoa estranha, independentemente da
inserção ou modificação de dados.
DICA 119
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
GERAL: USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA
O crime se consuma quando o agente que não é funcionário público exerce pelo menos
um ato como se fosse;
Não se exige reiteração de atos;
IMPORTANTE:
O crime se consuma independente de vantagem, mas se houver, a pena será maior
(figura qualificada) -> tema de preferido das Bancas.
DICA 120
RESISTÊNCIA
O crime de resistência exige:

Violência ou grave ameaça ao Funcionário Público;

Se a violência for contra COISA, como chutar uma viatura, poderá haver o crime de
dano;

A oposição deve ser à ato legal:


Se houver violência, poderá haver concurso material entre resistência e lesão
corporal, por exemplo;
O crime é chamado de desobediência belicosa;
DICA BÔNUS
DESOBEDIÊNCIA
O crime de desobediência se diferencia do crime de resistência, pois aqui há uma
forma passiva, pois não há violência ou grave ameaça;

Só admite a forma DOLOSA!

RESISTÊNCIA DESOBEDIÊNCIA

OPOR-SE À EXECUÇÃO DE ATO LEGAL DESOBEDECER À ORDEM

VIOLÊNCIA OU AMEAÇA PACIFICAMENTE

FIGURA QUALIFICADA: SE O ATO NÃO E


REALIZAR

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PROCESSO PENAL

DICA 121
SUJEITOS DO PROCESSO: SUSPEIÇÃO X IMPEDIMENTO
As causas de impedimento e suspeição estão nos artigos 252 a 256 do CPP e são de
extrema importância;
DICA PARA MEMORIZAR:
As causas de IMPEDIMENTO estão relacionadas com fenômenos de dentro do processo,
como por exemplo “ser parente de um interessado na causa” ou “já ter atuado no mesmo
processo em outro grau de jurisdição”;

As causas de IMPEDIMENTO, IMPEDEM que o juiz atue no processo;

As causas de suspeição são relacionadas a situações de fora do mesmo processo:


como ser amigo da parte, estar devendo para uma das partes ou estar relacionado a
outro processo que tenham as mesmas partes ou regulem a mesma situação;

As causas de SUSPEIÇÃO, fazem com que o juiz seja suspeito e por isso ele pode ser
recusado por qualquer das partes ou ele mesmo recusar atuar no processo;
IMPORTANTE:
Todas essas causas de SUSPEIÇÃO APLICAM-SE AOS SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA
(impedimento não);
DICA 122
DO JUIZ
Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos
respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
FIQUE ATENTO!
Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si
parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,
inclusive.
DICA 123
DEFENSOR

Se o acusado não tiver defensor, o Juiz vai lhe nomear um;

O acusado pode depois substituir por outro? SIM!

Se o acusado for advogado, pode se autodefender? SIM!

O acusado deve pagar os honorários do defensor nomeado pelo Juiz? Se for POBRE
não, se não for, SIM!

Se o acusado no momento em que estiver sendo interrogado nomear um advogado,


precisa de mandato para acompanhar o ato? NÃO!

O defensor por abandonar o processo? Somente se tiver motivo imperioso e depois


de avisar previamente o Juiz (não há prazo certo);
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E se não fizer? Poderá receber várias sanções, dentre elas uma multa de 10 a 100
salários-mínimos.
DICA 124
DEFENSOR
Memorize que nenhum acusado poderá ser processado sem defensor;

Não importa se está FORAGIDO ou não;

Não importa se o rito é sumário ou sumaríssimo;

Não importa se ele é revel;

O processo NÃO pode seguir sem a presença do DEFENSOR, mas por outro lado, pode
seguir sem a presença do ACUSADO quando tiver sido citado e não foi mais encontrado.
DICA 125
MINISTÉRIO PÚBLICO

São funções do Ministério Público:

Promover PRIVATIVAMENTE a ação penal pública condicionada e


incondicionada (nesse caso o MP age como DOMINUS LITIS – dono da ação);

Fiscalizar a execução da lei;

ATENÇÃO!!

A ação PRIVADA nunca será da atribuição do Ministério Público, CONTUDO, nessas


ações poderá se manifestar como CUSTOS LEGIS;

DICA 126
DOS ASSISTENTES
Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério
Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, o cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
TOME NOTA!
O assistente será admitido enquanto não transitar em julgado a sentença e receberá
a causa no estado em que se achar (isso cai bastante nas provas, por isso fique
atento!).
O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.
O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
DICA 127
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
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As partes não intervirão na nomeação do perito.
FIQUE ATENTO!
No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá
determinar a sua condução.
Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.
DICA 128
COMPILADO SOBRE CITAÇÕES
Militar: citado por intermédio de seu chefe;
Réu preso: citado pessoalmente (CUIDADO, não é na pessoa do diretor da
penitenciária);
Réu não encontrado: citado por edital com o prazo de 15 dias;
Réu que se oculta: citação com hora certa;
Réu dentro do território da jurisdição: citado por mandado;
Réu fora do território da jurisdição no Brasil: citado por carta precatória;
Réu no estrangeiro em lugar sabido: citado por carta rogatória, suspendendo-se o curso
do prazo de prescrição até o seu cumprimento.
DICA 129
INTIMAÇÃO PESSOAL
A intimação pessoal deverá ser SEMPRE realizada ao:
DEFENSOR PÚBLICO
DEFENSOR NOMEADO PELO JUIZ (DATIVO)
MINISTÉRIO PÚBLICO
MACETE: PRESO NA DDM.
A intimação de acusados, testemunhas e outras pessoas seguirão as mesmas regras da
citação.
DICA 130
DAS PROVAS: PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos.
Se, por exemplo, um réu é torturado na delegacia e, diante disso, acaba confessando
a prática de um crime, essa confissão é NULA, pois obtida por meios ilícitos. Da
mesma forma, um “grampo” (interceptação telefônica) realizado pela autoridade policial
sem a observância dos requisitos legais também será considerado ilícito.
FIQUE ATENTO!
O termo “prova ilícita” não é o mais apropriado. O correto seria se referir às PROVAS
ILEGAIS, como sendo aquelas em contrariedade à lei de modo geral.

As provas ilegais seria gênero, que se dividiriam em outras 2 espécies:


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Provas ilícitas: quando ofenderem regras de direito material (penal ou
constitucional), como por exemplo a prova obtida mediante tortura; e

Provas ilegítimas (aquelas que ofendem regras de direito processual, como o


depoimento de uma testemunha colhido sem o compromisso de dizer a verdade).
Essa classificação acima é doutrinária, mas pode ser cobrada em sua prova. Todavia, não
se estranhem se o termo “prova ilícita” for utilizado de forma tecnicamente incorreta, pois
o próprio Código de Processo Penal faz essa confusão.
DICA 131
DO DESENTRANHAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS
O CPP dispõe que as provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo (art. 157,
§3º CPP). Ou seja, se houver alguma prova ilícita naquele processo, elas devem ser dele
retiradas e inutilizadas, sendo facultado às partes acompanhar esse incidente de
inutilização.
INDO UM POUCO MAIS FUNDO... Prevalece na Jurisprudência a possibilidade da
utilização de provas ilícitas a favor do réu. Ou seja, o juiz, com base numa prova ilícita,
poderia proferir uma sentença de absolvição do réu, mas não de condenação.

Ex.: grampo clandestino, realizado por investigador particular contratado pelo réu, em
que há uma confissão de uma terceira pessoa acerca da autoria do crime. O juiz poderia
utilizá-la para absolver aquele acusado.
DICA 132
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO
Um tema extremamente importante e muito cobrado em provas diz respeito às provas
ilícitas por derivação.
Aqui se aplica uma famosa teoria no processo penal, conhecida de Teoria dos frutos da
árvore envenenada.
Segundo essa teoria, se uma árvore é envenenada, os frutos que dela derivam também
estarão envenenados. Trazendo para o processo penal, se uma prova é ilícita, as provas
que dela derivam também serão ilícitas.

Ex.: Supondo que um policial faça um “grampo” ilegal num conhecido traficante da
Polícia. Com isso, ele descobre todo um esquema de traficância realizado numa
determinada região. Diante dessa descoberta, e tentando retomar ao campo da licitude, o
delegado representa ao juiz, postulando um mandado de busca domiciliar. Esse mandado
é concedido e durante a busca de fato se encontra uma grande quantidade de drogas.
Essa busca, apesar de revestida dos requisitos de legalidade, é considerada ilícita, pois
derivada de uma outra prova ilícita. Entenderam?
Vejam e atentem-se bem à redação do art. 157, §1º do CPP: “são também inadmissíveis
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras”.
DICA 133
EXCEÇÃO À TEORIA DO FRUTO DAS ÁRVORES ENVENENADAS
Certo, nós vimos então que as provas ilícitas e suas derivadas são inadmissíveis no
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processo, devendo ser desentranhadas.
Contudo, o próprio art. 157, §1º e §2º excepciona 2 hipóteses em que mesmo as provas
que se derivem das ilícitas podem ser admitidas, a saber:

Teoria da fonte independente – por força dessa teoria, se a autoridade policial


obtiver novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que
não guarde qualquer relação de dependência com a prova originariamente ilícita, os dados
probatórios são admissíveis.
Por força do art. 157, §2º, considera-se fonte independente aquela que, por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal,
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.

Teoria da descoberta inevitável – caso fique demonstrado que a prova derivada da


ilícita seria produzida de qualquer modo, independente da prova ilícita, tal prova
deve ser considerada válida.

Ex: localização de um corpo deixado numa floresta, através de informações obtidas por
uma interceptação telefônica ilegal. Todavia, um grupo de buscas intensivas já estava bem
próximo do local e inevitavelmente encontrariam o corpo.
DICA 134
TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE)
A expressão serendipidade é utilizada para se referir ao encontro fortuito de provas.
Ocorre quando no cumprimento de alguma diligência, a autoridade policial casualmente
encontra provas relativas a outra infração penal, que não estava no desdobramento
normal da investigação (chamado de “crime achado”).
Fala-se, portanto, em encontro fortuito de provas, ou serendipidade, quando a prova de
determinada infração é obtida a partir de diligência regularmente autorizada para a
investigação de outro crime.

Ex.: a polícia recebe uma denúncia de que alguém está cometendo um crime
ambiental, ao manter animais silvestres na sua residência. Requer um mandado de busca
e apreensão dos animais. Durante o cumprimento do mandado, descobre-se que o local
também era utilizado como depósito de drogas, além de encontrar uma arma com
numeração raspada.
Veja que dois crimes, que não eram inicialmente objeto de investigação, foram “achados”
pela polícia. A isso se dá o nome de serendipidade, ou encontro fortuito de provas. As
provas encontradas são válidas e admitidas!
DICA 135
IMPEDIMENTO DO JUIZ QUE CONHECER A PROVA ILÍCITA
FIQUE ATENTO!
Por ser uma novidade legislativa acreditamos que possa ser cobrado em sua prova.
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime, que veio em boa hora.
Por força do art. 157, §5º, o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível NÃO poderá proferir sentença ou acórdão.
Antes dessa reforma, o juiz declarava a prova como ilícita, determinava o seu
desentranhamento (retirada) dos autos do processo, mas continuava sendo competente
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para realizar o seu julgamento. Isso certamente comprometia a sua parcialidade,
compreendem?
É por isso que o pacote anticrime veio para dizer: olha juiz… se você tiver acesso a
alguma prova ilegal, você não pode continuar a julgar não, pois sua parcialidade estará
comprometida. Passa o processo para o seu substituto, para que ele proceda ao
julgamento.

RESUMINDO:
Devem ser
desentranhadas
Inadmissibilidade O juiz que conhecer
da prova ilícita do conteúdo da prova
ilícita NÃO pode
decidir (art. 157, §5)

Princípio da
vedação à prova Exceção: Teoria da
ilícita fonte independente
(art. 157, §2)

Inadmissibilidade da
prova ilícita por
derivação (teoria
do fruto da árvore Exceção: teoria da
envenenada) descoberta
inevitável

DICA 136
A IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
Durante a instrução do processo, o juiz tem contato com o réu, com testemunhas, com a
vítima. De forma que desenvolve uma sensibilidade maior, já que tem a oportunidade
de ver as provas “olho no olho”.
É por isso que se desenvolveu esse princípio da identidade física do juiz, de forma que o
juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença (art. 399, §2º, CPP).
Ou seja, o juiz que presidir a instrução (ouvir as testemunhas, participar da produção das
provas) deve ser o juiz a proferir a sentença. Isso em função da maior sensibilidade
desenvolvida pelo juiz ao ter contato mais próximo com as provas.
Flexibilização: a identidade física do juiz não impede a realização de atos de instrução
realizados por videoconferência ou por carta precatória.
DICA 137
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
O que se estuda aqui é a vinculação do juiz a alguma prova. Ok, as provas foram
produzidas. Uma testemunha falou claramente que viu o acusado, no dia e hora do crime,
no cinema, o que seria um álibi para ele. O juiz então é obrigado a absolver o réu, com
base nessa prova?
Temos basicamente 3 sistemas sobre a avaliação da prova.

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Não foi adotado no Brasil, como


O juiz é livre para valorar
regra.
as provas como bem
entender, inclusive aquelas Exceção: Foi adotado no
Sistema da que não estão nos autos do TRIBUNAL DO JÚRI, em que os
íntima processo. jurados não precisam
convicção fundamentar o porquê condenam
O juiz não é obrigado a
ou absolvem. Podem formar sua
fundamentar seu
convicção a partir de critérios
convencimento
subjetivos.

Não foi adotado no Brasil como


Aqui, os meios de prova
regra.
possuem um valor
probatório fixado em Mas, há alguns resquícios de sua
abstrato pelo legislador. aplicação, como:
Sistema da Cada prova possui um 1) prova do estado das pessoas
prova tarifada valor pré-estabelecido. O deve observas as restrições da lei
juiz, ao decidir pela civil – art. 155, p. único
condenação ou pela
2) prova da menoridade do réu
absolvição, deve levar essa
deve ser feita com documento hábil
dosagem das provas em
– súmula 74, STJ
consideração.
3) indispensabilidade do corpo
A confissão é tida como a
de delito quando a infração deixar
“rainha das provas”.
vestígios – art. 158, CPP

O juiz tem ampla


liberdade na valoração O CPP, no art. 155, adotou o
das provas, que possuem sistema do livre convencimento
abstratamente o mesmo motivado: “o juiz formará sua
valor. convicção pela livre apreciação
Sistema do livre da prova produzida em
convencimento Porém, o juiz se vê contraditório judicial (...)”.
motivado obrigado a fundamentar
sua decisão, demonstrando Não há prova com valor absoluto.
a forma como valorou as Mesmo a confissão tem valor
provas dos autos até relativo, conforme art. 197 do CPP.
concluir o seu
convencimento.

DICA 138
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
Ônus da prova é o encargo que as partes têm de provar as alegações por ela
formuladas no bojo do processo. Dessa forma, se a parte não se desincumbir do seu ônus
da prova, poderá sofrer prejuízos, tendo em vista que a pretensão pode ser solucionada
de forma contrária aos seus interesses.

Encargo que as partes têm de provar as


Ônus da prova
alegações por elas formuladas no processo.

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Pelo art.156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. Guardem isso, pois
acredito que caso a banca cobre o tema ônus da prova haverá uma cobrança da letra fria
da lei.
Todavia, indo além do texto legal, é muito comum se afirmar que, como desdobramento
do princípio da presunção de inocência, no processo penal o ônus da prova
incumbe à acusação.

Processo Princípio da presunção Ônus da prova


Penal de inocência incumbe à
acusação

Essa afirmação é uma verdade, mas que precisa ser completada.


Isso porque prevalece o entendimento que de fato incumbe à acusação o ônus em relação
à prova da materialidade do crime e da sua autoria. Todavia, à defesa cabe o ônus de
provar alguma causa excludente de ilicitude, de culpabilidade ou ainda extintiva da
punibilidade, além da prova de algum álibi que deseja invocar.

ACUSAÇÃO: deve
provar a
materialidade do
crime e a autoria
Art. 156, CPP: a
Ônus da prova no prova da alegação
processo penal incumbe a quem a
fizer DEFESA: deve provar
causas excludentes da
ilicitude, da culpabilidade,
ou extintiva da
punibilidade; ou
ainda,algum álibi.

DICA 139
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
ESSA É IMPORTANTE!
A temática sobre a iniciativa probatória do juiz deve ser analisada em dois momentos
distintos:

Antes de iniciada a ação penal;

Durante o processo penal.


Quando falamos de iniciativa probatória do juiz, estamos estudando se o juiz pode, de
ofício (ou seja, sem provocação de ninguém), determinar a realização da prova, sob o
pretexto da busca da verdade real.
Na fase investigatória (antes do início da ação penal), o juiz não pode agir de ofício.

Não poderá o juiz, portanto, produzir provas de ofício durante o inquérito policial.
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CUIDADO:
O art. 156, inciso I, prevê que o juiz pode ordenar, de ofício, mesmo antes do início da
ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes. Mas,
prevalece na doutrina o entendimento de que esse artigo é inconstitucional, uma vez
que a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação ofenderia o sistema acusatório.

Esse entendimento da estrita vedação à iniciativa probatória na fase de investigação é


o que prevalece. Todavia, é importante vocês conhecerem a redação literal do art. 156, I,
já que as bancas podem cobrar questões literais do CPP...
Para confirmar esse entendimento, vejam o que ensina Renato Brasileiro de Lima: “se
o STF concluiu pela inconstitucionalidade do juiz inquisidor previsto no art. 3º da
revogada lei 9034/95, conclusão semelhante deverá se dar em relação à nova redação do
art. 156, inciso I do CPP”.
Durante o curso do processo penal, o art. 156, inciso II do CPP admite que o juiz possa
determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.

A interpretação que se dá a esse inciso é que o juiz pode, de modo subsidiário,


determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, dirimindo
dúvida sobre algum ponto relevante.
Apesar de criticável por grande parte da doutrina, o entendimento que prevalece é pela
iniciativa probatória do juiz de forma residual, durante a ação penal. Essa iniciativa
probatória pode ser exercida tanto nos crimes de ação pública como nos crimes de ação
privada.

Portanto, prevalece o entendimento segundo o qual a iniciativa do juiz durante a ação


penal é subsidiária, só podendo atuar para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.
DICA 140
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
O pacote anticrime prevê no art. 3º-A no CPP que [...] “o processo penal terá estrutura
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de acusação”.
Veja, portanto, que está vedada a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação. Da
mesma forma, está vedada a substituição da atuação probatória do órgão de acusação, o
que demonstra que, mesmo na fase processual, a atuação probatória do juiz é subsidiária,
supletiva, não podendo o magistrado se imiscuir na função probatória do MP.
Com isso, o juiz só tem iniciativa probatória na fase processual, e mesmo assim, de forma
residual, para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.

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O juiz NÃO tem iniciativa


probatória durante o inquérito
policial ou investigação
criminal.
Na fase
investigatória Mas, vocês devem se atentar
para a literalidade do art.
156, inciso I (tido pela
doutrina como
inconstitucional)
Iniciativa
probatória do juiz
O juiz tem iniciativa
probatória residual.
Ou seja, o juiz pode, de
Na ação modo subsidiário,
penal determinar a produção de
provas pertinentes e
razoáveis para dirimir
dúvida sobre algum ponto
relevante.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

DICA 141
LEI 7.853/89 (APOIO ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA)

Constitui crime punível com reclusão de 2 a 5 anos e multa:

recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar


inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público
ou privado, em razão de sua deficiência;

obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou


emprego público, em razão de sua deficiência;

negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua


deficiência;

recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-


hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;

deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação


civil a que alude esta Lei;

recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil


pública objeto desta Lei, quando requisitados.

FIQUE ATENTO!

Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 anos, a pena é
agravada em 1/3.

DICA 142
ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) se preocupa em assegurar e promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência,
visando à sua inclusão social cidadania.

Em condições
Assegurar de igualdade,
Estatuto da o exercício
Pessoa com dos direitos e
Deficiência liberdades
Promover fundamentais
da pessoa com
deficiência.

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DICA 143
CONCEITO

Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.

Impedimento de longo - de
prazo natureza:
Pessoa Com Deficiência
✔ Física
✔ Mental
Capaz de obstruir a sua ✔ Intelectual
capacidade plena e efetiva na ✔ Sensorial
sociedade em igualdade de
condições as demais pessoas

OBS. 1: O impedimento deve ser de longo prazo e não de curto prazo.


OBS. 2: A lei não trouxe parâmetro objetivo para definir quanto tempo seria
considerado "longo prazo".

QUESTÃO. Com base na Lei n.º 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência) e em suas alterações, julgue o item a seguir.
Para que um indivíduo seja considerado pessoa com deficiência, ele deve ter algum
impedimento de longo prazo, que pode ser de natureza intelectual.
Gabarito: Correto

DICA 144

AVALIAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA


Como ocorre a avaliação da deficiência?

A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por


equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerará:

os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo;

os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;

a limitação no desempenho de atividades; e

a restrição de participação.

Quem poderá criar instrumentos para avaliação da deficiência?


O Poder Executivo. Fique atento, pois não é o Poder Legislativo, mas o Executivo.

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DICA 145
CONCEITOS IMPORTANTES APRESENTADOS PELA LEI 13.146/2015

Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e


autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto
na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
OBS.: A expressão chave desse conceito é autonomia. Isso porque a pessoa com
deficiência possui o direito de circular em espaços públicos e privados de uso coletivo.

Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem


usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico,
incluindo os recursos de tecnologia assistiva.
OBS.: Traz a noção de que os produtos e serviços devem ser fabricados para serem
utilizados por todas as pessoas.

QUESTÃO. A concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por


todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, incluindo os recursos
de tecnologia assistiva, conforme disciplinado na Lei n. 13.146/2015, considera-se
a) tecnologia assistiva.
b) ajuda técnica.
c) Acessibilidade.
d) desenho universal.
e) adaptação razoável.
Gabarito: Letra D.

DICA 146
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais
pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação.
O que é discriminação em razão da deficiência?
Considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição
ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar,
impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis
e de fornecimento de tecnologias assistivas.
OBS.: Fique atento a expressão omissão. Isso porque a discriminação poderá ocorrer
tanto pela ação quanto pela omissão, que tenha como finalidade prejudicar o
reconhecimento ou exercício dos direitos da pessoa com deficiência.
DICA 147
PESSOA COM DEFICIÊNCIA E AS AÇÕES AFIRMATIVAS
A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de benefícios decorrentes de ação
afirmativa.

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Caso determinada pessoa com deficiência não quiser se beneficiar dos benefícios
decorrentes de ação afirmativa, ela não será obrigada. Fique atento a isso, pois é uma
faculdade da pessoa com deficiência.

Ex.: Em um concurso público a pessoa com deficiência não é obrigada a se inscrever


nas vagas reservadas aos portadores de necessidades especiais.
DICA 148
DA PROTEÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
A pessoa com deficiência será protegida de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou
degradante.
Para os fins dessa proteção, são considerados especialmente vulneráveis:

A criança;

O adolescente;
A mulher; e

O idoso, com deficiência.


DICA 149
DEFICIÊNCIA E CAPACIDADE CIVIL
A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:

Casar-se e constituir união estável;

Exercer direitos sexuais e reprodutivos;

Exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações


adequadas sobre reprodução e planejamento familiar;

Conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização compulsória;


Exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária; e

Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou


adotando, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
DICA 150
DOS DEVERES DE TODOS PERANTE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
É dever de todos comunicar à autoridade competente qualquer forma de ameaça ou de
violação aos direitos da pessoa com deficiência.
Se, no exercício de suas funções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimento de fatos
que caracterizem as violações previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério
Público para as providências cabíveis.
É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com deficiência, com
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à
paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação, à
profissionalização, ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à informação, à
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comunicação, aos avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade,
à convivência familiar e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal,
da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo e
das leis e de outras normas que garantam seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Perceba que a proteção dos direitos da pessoa com deficiência é bastante ampla.
DICA 151
DO DIREITO AO TRABALHO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em
ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas.
As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer natureza são
obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.
FIQUE ATENTO!
A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, a condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo igual remuneração
por trabalho de igual valor.

ATENÇÃO!

É VEDADA restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação


em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção,
contratação, admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego,
ascensão profissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
plena.

DICA 152
LEI Nº 12.846/2013 (ANTICORRUPÇÃO): ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Trata-se de uma lei nacional, isto é, feita pela União, mas que possui aplicabilidade em
todas as esferas federativas (União, Estados, Municípios e DF).

Objeto da lei: a responsabilização objetiva (independentemente de comprovação


de dolo ou culpa) das pessoas jurídicas.

A responsabilização objetiva ocorrerá quando as pessoas jurídicas praticarem atos


contra a Administração Pública, seja ela brasileira ou estrangeira.

Bem jurídico protegido pela lei 12.846/13: probidade da Administração Pública,


no sentido de responsabilizar as pessoas jurídicas que se beneficiem da prática de atos
ilícitos em detrimento do Poder Público.

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DICA 153
LEI Nº 12.846/2013 (ANTICORRUPÇÃO)

Aplicabilidade da lei 12.846/13

- Sociedades empresárias Independentemente


Aplica a lei da forma de
- Sociedades simples
12.846/13 organização ou
- Sociedades personificadas modelo societário
ou não adotado

A quaisquer fundações, associações de entidades ou pessoas,


ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou
de direito, ainda que temporariamente.

As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamente, nos âmbitos


administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta Lei praticados em seu interesse
ou benefício, exclusivo ou não.

ATENÇÃO!

A lei 12.846/13 NÃO aplica as pessoas físicas.

DICA 154
LEI Nº 12.846/2013 (ANTICORRUPÇÃO)
A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou
partícipe do ato ilícito.
A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da responsabilização
individual das pessoas naturais referidas acima.
Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na
medida da sua culpabilidade.
Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de alteração contratual,
transformação, incorporação, fusão ou cisão societária.

Nas hipóteses:
Subsiste a Alteração contratual;
responsabilidade Transformação;
da pessoa jurídica Incorporação;
Fusão;
Cisão.

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DICA 155
PENALIDADES

As penalidades previstas na lei nº. 12.846/13 podem ser classificadas em dois grupos:

Punições administrativas

Punições decorrentes de ordem judicial


As punições decorrentes de ordem judicial possuem natureza mais gravosa.
FIQUE ATENTO!
As penalidades prescrevem em 5 anos, contados da:

Data da ciência da infração; ou

Data da cessação da permanência ou continuidade, no caso da infração continuada ou


permanente.

Contados:

Prazo - Data da ciência da


prescricional das 5 anos infração
penalidades na
- Data da cessação da
lei 12.846/13
permanência ou
continuidade

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