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TOPOGRAFIA E

GEOPROCESSAMENTO

Letícia Roberta Amaro Trombeta


Sensoriamento remoto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar o que é sensoriamento remoto, fotogrametria e espectro


eletromagnético.
 Reconhecer os sistemas sensores, alvos e satélites.
 Comparar os modelos raster e vetoriais.

Introdução
Embora já exista há um certo tempo, o sensoriamento remoto é uma
tecnologia que segue em constante aprimoramento e com técnicas
e equipamentos cada vez mais avançados, que permitem examinar a
superfície terrestre. Ao contrário da fotogrametria, tal tecnologia permite
o processamento digital das imagens e a extração mais ágil de dados e
informações a respeito das áreas captadas pelos sensores.
Neste capítulo, você vai conhecer os principais aspectos envolvidos
na tecnologia de sensoriamento remoto, a qual pode trazer muitas con-
tribuições ao seu dia a dia de trabalho.

1 Sensoriamento remoto, fotogrametria


e espectro eletromagnético
A visualização da superfície terrestre é uma prática presente no cotidiano de
trabalho de quem tem o espaço geográfico como objeto de estudo e análise.
Duas das principais tecnologias que ajudam nessa prática são o sensoriamento
remoto e a fotogrametria.
De acordo com Florenzano (2011, p. 9), “o sensoriamento remoto é a
tecnologia que permite obter imagens — e outros tipos de dados da super-
fície terrestre — por meio da captação e do registro da energia refletida
ou emitida pela superfície”. Fussel et al. (1986) apud Jensen (2009) vão
mais longe, entendendo o sensoriamento remoto como uma ferramenta ou
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técnica similar à matemática. O uso de sofisticados sensores para medir


a quantidade de energia eletromagnética que emana de um objeto ou área
geográfica à distância, para então extrair informações importantes dos dados
usando algoritmos baseados em matemática e estatística, é sem dúvida uma
atividade científica.
No sensoriamento remoto, as imagens são obtidas à distância, ou seja,
o sensor não tem contato físico com o objeto- alvo da imagem. Os sensores
são embarcados em plataformas terrestres, aéreas (balões e aeronaves) e
orbitais (satélites artificiais). Conforme mostra a Figura 1, o Sol dissipa
a energia que incide sobre a superfície terrestre e o sensor instalado no
satélite capta essa energia emitida e ref letida e envia os dados para a
estação de recepção.

Figura 1. Obtenção de imagens por sensoriamento remoto.


Fonte: Florenzano (2011, p. 9).

É importante destacar que esse registro de imagens de satélite pode sofrer


interferências, como a presença de nuvens, comprometendo a qualidade e
a formação das imagens. O sensoriamento remoto é realizado a partir da
utilização de um sensor, instrumento que registra a radiação eletromagnética
(REM), a qual se propaga em forma de ondas eletromagnéticas, medidas de
acordo com sua frequência e comprimento de onda.
Florenzano (2011) explica que a frequência refere-se ao número de vezes
que uma onda se repete por unidade de tempo. Quanto maior esse número,
maior será a frequência e maior também será a intensidade de energia. Já o
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comprimento de onda é a distância entre dois picos de ondas sucessivas; quanto


mais distantes entre si, maior o comprimento.
A distribuição da radiação eletromagnética é representada pelo espectro
eletromagnético por regiões ou bandas, como raios gama, raios X, ultravioleta,
luz visível, infravermelho, micro-ondas e ondas de rádio, que variam em seu
comprimento de onda e frequência, como mostra a Figura 2.

Figura 2. O espectro eletromagnético.


Fonte: Florenzano (2011, p. 11).

No sensoriamento remoto, são utilizadas as faixas do visível, região em


que o olho humano é capaz de distinguir as cores, e a faixa do infravermelho,
dividido em infravermelho próximo, médio e distante ou termal, detectado
pela variação de calor. Cada objeto da superfície terrestre tem um compor-
tamento quando se analisa sua energia refletida, absorvida e transmitida,
variando de acordo com o comprimento de onda. Cada satélite, de acordo
com seu sensor, tem características específicas, captando faixas específicas
do espectro eletromagnético.
Já a fotogrametria é a arte, ciência e tecnologia utilizada para obter in-
formações qualitativas de objetos, elementos e fenômenos do ambiente. É
estabelecida por um conjunto de técnicas e processos de registros, medições e
interpretações fidedignas de fotografias e padrões de energia eletromagnética
de imagens de satélite (AMERICAN SOCIETY OF PHOTOGRAMMETRY,
1966; FITZ, 2008). Com isso, a fotogrametria permite executar medições
precisas utilizando fotografias métricas, sendo mais aplicada no mapeamento
topográfico e na fotointerpretação, para determinar a forma, dimensão e
posição dos objetos contidos na imagem (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1999).
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Em termos conceituais, a fotografia aérea é um registro instantâneo dos


detalhes do terreno, determinada principalmente pela distância focal da lente
da câmera, pela altura de voo da aeronave no momento da captura e pelos
tipos de filmes e filtros utilizados. A perspectiva desse tipo de fotografia está
geometricamente relacionada com o tipo de câmera usada. As fotografias
aéreas se dividem em fotografia vertical, quando tirada com o eixo da câmera
apontado para baixo (ponto nadir, ou seja, a extremidade inferior de uma
direção que coincide com a linha de gravidade), essencialmente na vertical,
e fotografia oblíqua, tirada com o eixo da câmera inclinado em relação à
vertical (linha de gravidade).
É importante destacar uma diferença primordial entre as imagens de sa-
télites e as fotografias aéreas: as fotografias aéreas, obtidas com técnicas de
fotogrametria, não podem ser utilizadas para o sensoriamento remoto, pois
não armazenam a energia eletromagnética; já com as imagens de satélites é
possível realizar a interpretação das imagens sem necessariamente fazer seu
processamento digital com as técnicas de sensoriamento remoto.

2 Sistemas sensores, alvos e satélites


São vários os satélites que captam imagens da Terra em diversas perspectivas e
para variadas finalidades, como os satélites meteorológicos, de posicionamento
global, de recursos terrestres, de comunicação, dentre outros.
Satélites artificiais permanecem em órbita, altitude e inclinação deter-
minadas, e podem ser de dois tipos: polar e equatorial. A órbita polar ou
heliossíncrona é paralela ao eixo da Terra, formando uma inclinação de 90°
e permitindo a passagem do satélite sobre todo o planeta e de forma sincro-
nizada com o movimento da Terra em torno do Sol, cruzando o equador
sempre na mesma hora e local. Já a órbita equatorial ou geoestacionária tem
uma inclinação de 0° e coincide com o plano do Equador, completando um
giro em torno da Terra em aproximadamente 24 horas, o mesmo período de
rotação do planeta, não contemplando as áreas polares (FLORENZANO,
2011), como mostra a Figura 3.
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Figura 3. Órbitas de satélites artificiais.


Fonte: Florenzano (2011, p. 27).

Os satélites meteorológicos percorrem órbitas geoestacionárias muito


distantes da superfície terrestre e auxiliam na previsão do tempo e no mo-
nitoramento de possíveis ocorrências de desastres naturais, como furacões,
fortes chuvas, etc. São exemplos desses satélites: Goes, Meteosat, Elektro,
Nooa, GMS e Fengyun.

Na página do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional


de Pesquisas Espaciais (Cptec–INPE), que pode ser acessada pelo link a seguir, você
encontra diversas informações sobre satélites meteorológicos e a observação da
atmosfera, além de ter acesso a imagens de satélites como o Goes.

https://qrgo.page.link/yRcLm
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Já os satélites de recursos terrestres são os mais utilizados por quem tem


como objetivo observar a superfície terrestre e mapear seus alvos e fenômenos.
Eles possuem uma órbita quase polar, o que possibilita a sua passagem pelos
diferentes pontos da Terra no mesmo horário. São exemplos desses satélites:
Landsat, Spot, Cbers, Alos e Resourcesat-1; e os de alta resolução, como: o
Ikonos, Quickbird, WorldView-2, GeoEye-1.
Além disso, a escolha do satélite para aquisição das imagens depende de suas
resoluções: espacial, radiométrica, temporal ou espectral. A resolução espacial
está relacionada com o nível de detalhe possível de ser apreendido do objeto na
superfície terrestre, ou seja, a capacidade que o sensor tem de enxergar os alvos
em relação ao seu tamanho real. A resolução espacial do Landsat 8 nas bandas
multiespectrais, por exemplo, é de 30 metros, ou seja, cada pixel da imagem
final capta uma área de 30 m × 30 m. Nessas condições, qualquer objeto com
dimensões menores que essa não será legível na imagem (Figura 4).

Figura 4. Resolução espacial.


Fonte: EngeSat (2020a, documento on-line).

Já a resolução radiométrica diz respeito à quantificação da imagem, ou


seja, à sensibilidade e à diferenciação de níveis de informação. A quantifica-
ção é dada pelo número de bits da imagem, relacionado diretamente com a
quantidade de níveis de cinza que podem ser discriminados. O nível de cinza
representa a intensidade de energia eletromagnética (refletida/emitida) medida
pelo sensor em relação ao tamanho do pixel, sendo limitada pela sua detecção
e armazenamento (Figura 5). O sistema Landsat 7 possui sensor de 8 bits,
correspondente a uma resolução radiométrica de 28 ou 256 níveis de cinza.
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Figura 5. Resolução radiométrica.


Fonte: EngeSat (2020b, documento on-line).

Por sua vez, a resolução temporal está associada com o tempo que o
satélite em questão leva para revisitar uma determinada área, o que permite
obter imagens mais ou menos frequentes. O satélite Landsat 8, por exemplo,
tem um período de revisita de um mesmo lugar na superfície terrestre de 16
dias, ou seja, somente após esse período o seu sensor captará imagens da
mesma área novamente.
Por fim, a resolução espectral está relacionada com o número de bandas
que os sensores a bordo dos satélites conseguem distinguir, sendo que os
sensores voltados para o sensoriamento remoto do ambiente captam nas fai-
xas do visível, infravermelho próximo e médio. A partir da energia refletida
pelos objetos, é possível distingui-los na superfície terrestre. Assim, como as
imagens de satélites são formadas pela radiação eletromagnética registrada
como resposta do objeto ou alvo, cada um apresentará um comportamento
espectral ou assinatura espectral. A assinatura espectral é baseada na inten-
sidade com que cada objeto ou alvo na superfície terrestre reflete ou emite
REM nos diversos comprimentos de onda do espectro. Ao analisar a curva
espectral da vegetação, da água e do solo, por exemplo, é possível compreender
o comportamento de cada um dos alvos nas respectivas regiões do espectro
eletromagnético, como demonstra a Figura 6.
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Figura 6. Curva espectral da vegetação.


Fonte: Florenzano (2011, p. 12).

Na região do visível, a vegetação (verde e sadia) reflete mais energia na faixa


correspondente ao verde; por isso, o olho humano enxerga a vegetação dessa
cor. No entanto, é na faixa do infravermelho próximo que a vegetação reflete
mais energia e se diferencia dos demais alvos dispostos na superfície terrestre
(FLORENZANO, 2011). Com isso, quando os objetivos mais relevantes do
trabalho é analisar a vegetação, é indicado utilizar as imagens de um sensor que
capta informações na faixa do infravermelho próximo e não apenas do visível.

Combinação de bandas
As imagens obtidas por sensores remotos são geralmente obtidas em diferentes
canais, produzidas de forma individual e disponíveis em tons de cinza — mais
próximo do branco quando o objeto na superfície terrestre reflete mais energia
e absorve menos e próximo do preto quando absorve toda a energia. É possível
configurar essas imagens com seus filtros coloridos disponíveis na escala de
vermelho/verde/azul (RGB, ou red/green/blue), realizando uma composição
colorida entre as bandas da imagem escolhida. De acordo com Florenzano
(2011, p. 22), “nas imagens coloridas, a cor de um objeto vai depender da quan-
tidade de energia por ele refletida, da mistura das cores (segundo o processo
aditivo) e da associação das cores com as imagens”. É possível observar na
Figura 7 a composição colorida de acordo com as bandas e as cores escolhidas
para cada uma de forma sequencial, relativas ao Landsat 7.
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Figura 7. Imagem colorida de Ubatuba, obtida a partir das imagens do ETM Landsat 7: (a)
imagem a partir das bandas 3, 4 e 5, com as cores azul, verde e vermelha, respectivamente;
(b) imagem a partir das bandas 3, 4 e 5, com as cores azul, vermelha e verde, respectivamente;
(c) imagem a partir das bandas 1, 2 e 3, com as cores azul, verde e vermelha, respectivamente.
Fonte: Florenzano (2011, p. 23).

Note que a mudança das bandas utilizadas e/ou as suas respetivas cores alteram
completamente a composição cromática das imagens, ressaltando mais ou menos
os alvos, como pode ser observado pela vegetação e a área urbana nas três imagens.
O tipo de composição colorida deverá ser escolhida de acordo com os alvos
que mais precisem ser realçados e analisados no trabalho. Deve-se sempre
consultar os manuais dos sensores dos satélites escolhidos para a aquisição das
imagens para compreender e escolher a melhor forma de realizar a composição
das imagens coloridas.

3 Estruturas vetoriais e matriciais


As imagens de satélite são estruturas matriciais, também chamadas de raster.
Toda e qualquer operação em sensoriamento remoto deve ser desenvolvida
sobre esse formato. Cada software de processamento digital de imagens e os
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Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) possuem ferramentas específicas


para esse formato. No entanto, os dados geoespaciais representados de forma
digital podem ser constituídos de duas estruturas: vetorial ou matricial.
A estrutura vetorial é aquela é dada por geometrias (ou, simplificadamente,
“desenhos”), para representação dos fenômenos, objetos ou elementos da
superfície terrestre que se queira mapear. Essa estrutura utiliza três primitivas
gráficas: o ponto, a linha e o polígono (as áreas). Nenhuma outra representação
é aceita no modelo vetorial.
O ponto é a estrutura menos complexa, sendo formado a partir de um par de
coordenadas conhecidas. A linha é formada por no mínimo dois pontos e um
seguimento de reta e dois ou mais pares de coordenadas conhecidas. E o polígono
é formado por um conjunto de pontos e seguimentos de reta que devem estar
conectados no início e no final da geometria, caso contrário será uma linha.
A topologia dos dados vetoriais é baseada nos relacionamentos espaciais
entre as primitivas gráficas (ponto, linha e polígono), como a conectividade
dos elementos, se estão ligados ou não; sua contiguidade, que diz respeito à
identificação do contato de elementos; e sua proximidade, que está relacionada
com a distância entre dois elementos. Alguns erros topológicos comuns são:
geometrias sobrepostas, espaços entre os elementos (formando buracos), linhas
desconectadas, etc.
Os SIGs possuem ferramentas para identificação e correção dos erros topo-
lógicos, dando maior consistência (qualidade e precisão) aos dados espaciais.
A escala é um fator determinante na representação dos dados geoespaciais na
estrutura vetorial, pois definirá a qualidade dos dados, podendo ser diversas
entre os dados espaciais e suas representações.
É comum num mapa do Brasil, por exemplo, as cidades principais serem
representadas com um ponto, pois é inviável representá-las como polígonos, uma
vez que sua escala de representação teria de ser muito grande para propiciar um
mapa legível. No entanto, num mapa estadual, as cidades são representadas como
polígonos (áreas), pois a escala de representação permite a sua visualização, e
não faria tanto sentido ter um mapa estadual com as cidades localizadas como
pontos. Portanto, a primitiva gráfica escolhida para representar os dados espa-
ciais dependerá do objetivo do trabalho, ao qual a escala deverá ser compatível.
A estrutura matricial, ou mais conhecida como raster, é organizada
por uma matriz em linhas e colunas, na qual cada célula forma um pixel. O
tamanho do pixel é o fator determinante da escala, fazendo referência à sua
resolução espacial. Quanto menor for o tamanho do pixel, maior será sua
resolução espacial ou escala.
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Os dados alfanuméricos também são parte integrante dos dados espaciais,


podendo ser associados a uma geometria, a qual representa um objeto ou
fenômeno da superfície terrestre, sendo facilmente relacionados a partir de
um banco de dados ou por ferramentas dentro do SIG.
Os dados alfanuméricos também são parte integrante dos dados espaciais,
podendo ser associados a uma geometria, a qual representa um objeto ou
fenômeno da superfície terrestre, sendo facilmente relacionados a partir de
um banco de dados ou por ferramentas dentro do SIG.
Há vantagens e desvantagens na utilização de uma estrutura de dados em
detrimento de outra; tudo dependerá das análises que se pretende realizar e
dos resultados e produtos esperados, pois terão ligação direta com a escolha
entre uma estrutura matricial ou vetorial.
Tanto a estrutura vetorial quanto a matricial trabalham com diferentes
extensões de arquivos que podem ser utilizadas no SIG, sendo escolhidas a
partir dos objetivos e dos tipos de análises a serem realizadas com os dados
espaciais. As extensões de dados espaciais mais utilizadas são:

 .dxf: é nativa dos sistemas de software de desenho assistido por com-


putador (CAD);
 .dwg: é nativa do AutoCAD, da Autodesk;
 .dwf: também é uma extensão proprietária da Autodesk, a qual propicia
transmissão via web e redes;
 .kml e .kmz: são nativas do Google Earth e bastante populares entre
os usuários de dados espaciais;
 .gpx: armazena os dados e informações obtidos com aparelho GPS,
em pontos, rotas e trilhas;
 .shp): pertence à Esri, sendo e a extensão de dados vetoriais mais
utilizada no mundo.

Todas essas extensões e outras disponíveis podem ser abertas e permitem a


visualização dos seus conteúdos em ambiente SIG. No entanto, com exceção da
extensão shapefile (.shp), a grande maioria das ferramentas de análise espacial
disponíveis nos SIGs não processa esses tipos de arquivos, sendo necessário
convertê-los para o formato shapefile.
O shapefile possui características diferenciadas, sendo formado por um
conjunto de arquivos de diferentes extensões, das quais três são obrigatórias
para que possa ser aberto e utilizado no SIG:
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 .shp: arquivo responsável por armazenar as geometrias (pontos, linhas


e polígonos);
 .dbf: arquivo responsável por armazenar a tabela de atributos da
geometria;
 .shx: arquivo responsável por criar um vínculo entre a geometria (.shp)
e a tabela de atributos (.dbf).

As demais extensões são facultativas:

 .cpg: arquivo responsável por armazenar os códigos de página;


 .sbn e sbx: arquivos responsáveis por armazenar o índice espacial;
 .shp.xml: arquivo responsável por armazenar os metadados geoespaciais
no formato XML.

Ao transferir ou compartilhar o shapefile, é importante ter em mente que


todos os seus arquivos formadores precisam ter o mesmo nome e estar na mesma
pasta (Figura 8). Por isso, via de regra eles são compactados em formato .zip.

Figura 8. Diretório com arquivos shapefile e suas extensões.


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Os dados de estrutura matricial também são encontrados em diversas


extensões, como:

 .bmp (Bitmap): é um formato nativo do sistema operacional Windows, da


Microsoft (o arquivo é pesado, pois não utiliza compressor de imagem_;
 .jpeg (Joint Photographic Expert Group): é um formato que faz uso
do compressor de imagem, porém ocorre perda na sua qualidade;
 .png (Portable Network Graphics): é um formato que tem uma forma
de compactação bastante eficiente, reduzindo o arquivo e mantendo a
sua qualidade;
 .gif (Graphics Interchange Format): é um formato que utiliza uma
forma de compactação que não altera a qualidade, porém com uma
paleta de apenas 256 cores, tornando-o limitado;
 .tif (Tagged Image File Format [TIFF]): é um formato que garante
a resolução da imagem e a comprime sem perder a qualidade, sendo,
portanto, muito utilizado no geoprocessamento (a extensão .geotif é o
raster TIFF, porém georreferenciado).

Quando adquiridas, as imagens de satélite na maioria das vezes estarão


disponíveis em formato .tif.

AMERICAN SOCIETY OF PHOTOGRAMMETRY. Manual of Photogrammetry. Wisconsin:


American Society of Photogrammetry, 1966.
ENGESAT. Resolução espacial. 2020a.Disponível em: https://www.engesat.com.br/wp-
-content/uploads/resolu%C3%A7%C3%A3o-espacial.png. Acesso em: 02 mar. 2020.
ENGESAT. Resolução radiométrica. 2020b. Disponível em: http://www.engesat.com.
br/wp-content/uploads/resolu%C3%A7%C3%A3o-radiometrica-2.jpg. Acesso em:
02 mar. 2020.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
FLORENZANO, T. G. Iniciação em sensoriamento remoto. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Noções básicas de cartografia.
Rio de Janeiro: IBGE, 1999. (Manuais Técnicos em Geociências, 8).
JENSEN, J. R. Sensoriamento remoto do ambiente: uma perspectiva em recursos terrestres.
São José dos Campos: Parêntese, 2009.
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